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15/09/2014 1 QUÍMICA E BIOQUÍMICA PEPTÍDEOS E PROTEÍNAS Profa. Thaís Melo de Paula Seixas PEPTÍDEOS E PROTEÍNAS Os aminoácidos se unem por meio de ligações peptídicas dando origem a peptídeos e proteínas. Os aminoácidos sofrem polimerização: formam polímeros por meio de uma ligação entre o grupo carboxila (COO-) de um aminoácido com o grupo amina (NH+3) de outro. Ocorre a liberação de uma molécula de água após a ligação peptídica. Ligação Peptídica Ligação Peptídica PEPTÍDEOS Após a ligação entre os aminoácidos há a formação de uma nova estrutura classificada de acordo com o número de resíduos (radicais) de aminoácidos presentes: DIPEPTÍDEOS: formados por 2 resíduos unidos por uma ligação peptídica. TRIPEPTÍDEOS: formados por 3 resíduos. OLIGOPEPTÍDEOS: contêm 4 a 40 resíduos. POLIPEPTÍDEOS: contêm mais de 40 resíduos. PEPTÍDEOS 15/09/2014 2 PEPTÍDEOS PEPTÍDEOS PEPTÍDEOS O desempenham inúmeras funções no organismo como atuar como hormônios (ocitocina, glucagon, vasopressina ou ADH), antibióticos, entre outras. PROTEÍNAS Proteínas são polipeptídeos que podem ser formadas por uma ou mais cadeias, contendo mais de 50 aminoácidos e que desempenham funções específicas: 1 – Reguladoras de funções no organismo (hormônios); 2 – Proteção na forma de anticorpos; 3 – Transporte de substâncias (hemoglobina, albumina); 4 – Catalisadoras de inúmeras reações bioquímicas (enzimas) e 5 – Componentes estruturais de vários tipos de tecidos (pelos, unhas, músculos). PROTEÍNAS A organização espacial de uma proteína depende do tipo de aminoácidos e da interação entre eles. São classificadas em 4 níveis, de acordo com a sua estrutura e complexidade: Estrutura Primária Estrutura Secundária Estrutura Terciária Estrutura Quaternária ESTRUTURA PRIMÁRIA - PROTEÍNAS Representada por uma sequência linear de aminoácidos unidos por ligações peptídicas ou pontes de dissulfeto. 15/09/2014 3 ESTRUTURA SECUNDÁRIA - PROTEÍNAS Aminoácidos em arranjos tridimensionais com dobramentos regulares. Ocorrem pontes de hidrogênio entre o grupo carboxila de uma ligação peptídica com um hidrogênio amida de outra ligação peptídica próxima. - NH ---- O=C - Ponte de Hidrogênio ESTRUTURA SECUNDÁRIA - PROTEÍNAS Ocorre a formação de 2 tipos de estrutura secundária: 1 – Configuração em -hélice Presente em cadeias polipeptídicas de uma proteína em forma de espiral, formato cilíndrico. Ligações entre aminoácidos de uma mesma cadeia polipeptídica. Ex.: colágeno e -queratina. ESTRUTURA SECUNDÁRIA - PROTEÍNAS Configuração em -hélice Ponte de Hidrogênio ESTRUTURA SECUNDÁRIA - PROTEÍNAS ESTRUTURA SECUNDÁRIA - PROTEÍNAS COLÁGENO Proteína corporal de maior abundância na matriz extracelular (30%). Presente no tecido conjuntivo, pele, ossos e dentes. Formado por uma estrutura em tripla hélice. Possui coloração esbranquiçada. Formado pelos aminoácidos glicina, prolina e alanina. ESTRUTURA SECUNDÁRIA - PROTEÍNAS 15/09/2014 4 ESTRUTURA SECUNDÁRIA - PROTEÍNAS 2 – Configuração em -pregueada Resultante de ligações por pontes de hidrogênio entre duas ou mais cadeias polipeptídicas. Configuração em forma de folha de papel dobrada em ziguezague. Alanina, glicina e serina são aminoácidos que favorecem essa configuração. Proteínas - pregueadas são encontradas em escamas, conchas e bicos. ESTRUTURA SECUNDÁRIA - PROTEÍNAS Configuração em -pregueada Ponte de Hidrogênio ESTRUTURA SECUNDÁRIA - PROTEÍNAS Ponte de Hidrogênio ESTRUTURA TERCIÁRIA - PROTEÍNAS Compactação de cadeias polipeptídicas em configuração secundária. Enovelamento feito pelas Chaperonas, proteínas especializadas. A manutenção da estrutura terciária ocorre por vários tipos de ligações: 1 – Pontes de hidrogênio. 2 – Pontes de dissulfeto. 3 – Ligações hidrofóbicas. 4 – Interações iônicas. ESTRUTURA TERCIÁRIA - PROTEÍNAS Ligação iônica Ligação hidrofóbica ESTRUTURA TERCIÁRIA - PROTEÍNAS Apresentam formato globular, geralmente possuem função biológica relacionada a um processo bioquímico. Apresentam a superfície hidrofílica e o interior hidrofóbico Os grupamentos apolares (hidrofóbicos) se aglomeram no interior da proteína para diminuir seu contato com a água. Exemplos de proteínas terciárias: enzimas, anticorpos, toxinas e mioglobina. 15/09/2014 5 ESTRUTURA TERCIÁRIA - PROTEÍNAS MIOGLOBINA Responsável pelo transporte de oxigênio muscular. Possui um grupo Heme contendo ferro que se liga ao O2. ESTRUTURA QUATERNÁRIA - PROTEÍNAS União ou associação de proteínas terciárias com o objetivo de formar uma molécula composta. A união desta estrutura é mantida por pontes de hidrogênio e ligações iônicas. Podem ser: Dimétricas (formada por 2 subunidades) Triétricas (3 subunidades) Multiméricas (mais de 3 subunidades). ESTRUTURA QUATERNÁRIA - PROTEÍNAS HEMOGLOBINA Responsável pelo transporte de O2 e parte do CO2 dentro dos eritrócitos. ESTRUTURA QUATERNÁRIA - PROTEÍNAS ESTRUTURAS DAS PROTEÍNAS PROTEÍNAS GLOBULARES X FIBROSAS PROTEÍNAS GLOBULARES Possuem mais de uma cadeia peptídica e apresentam formato esférico. Solúvel em água (grupos hidrofóbicos localizados no interior da molécula). Responsáveis por várias funções biológicas como enzimas, transporte (hemoglobina, mioglobina), moduladores fisiológicos, anticorpos, toxinas. 15/09/2014 6 PROTEÍNAS GLOBULARES X FIBROSAS PROTEÍNAS FIBROSAS Possuem formato fibroso e alongado. Podem apresentar estrutura secundárias com formato de -hélice (-queratinas) ou folha -pregueada (-queratina) e colágeno. Apresentam função estrutural nos organismos. PROTEÍNAS GLOBULARES PROTEÍNAS GLOBULARES X FIBROSAS PROTEÍNAS SIMPLES E CONJUGADAS PROTEÍNAS SIMPLES Possuem apenas aminoácidos em sua composição. PROTEÍNAS CONJUGADAS Apresentam na cadeia peptídica uma molécula orgânica não proteica, sendo chamada de Grupo prostético. O grupo prostético pode ser o grupo heme (mioglobina, hemoglobina), um carboidrato (glicoproteína) ou um lipídeo (lipoproteína). PROTEÍNAS CONJUGADAS PROPRIEDADES DAS PROTEÍNAS 1 – Especificidade. 2 – Tamponamento. 3 – Ponto isoelétrico. 4 – Solubilidade. 5 – Desnaturação e renaturação. 15/09/2014 7 PROPRIEDADES DAS PROTEÍNAS ESPECIFICIDADE Cada espécie sintetiza suas próprias proteínas, as quais apresentam estrutura primária característica. Dentro de uma mesma espécie, podem existir variações entre os indivíduos. Característica das proteínas, não ocorrendo em glicídeos e lipídeos. PROPRIEDADES DAS PROTEÍNAS TAMPONAMENTO Algumas proteínas possuem caráter Anfótero devido a essa característica presente nos aminoácidos. Possuem a capacidade de controlar variações do pH de um meio (efeito tampão). PROPRIEDADES DAS PROTEÍNAS PONTO ISOELÉTRICO Valor de pH onde a molécula de proteína está eletricamente neutra (quantidade de cargas positivas e negativas iguais). Cada proteína possui um PI característico, que reflete a proporção entre aminoácidos ácidos e básicos. PROPRIEDADES DAS PROTEÍNAS SOLUBILIDADE Interação com a água. Proteínas globulares tendem a expor os grupos hidrofílicos adquirindo caráter solúvel e as proteínas fibrosas possuem os grupos hidrofóbicos expostos.As proteínas interagem com a água por meio de pontes de hidrogênio e ligações dipolo-dipolo. PROPRIEDADES DAS PROTEÍNAS SOLUBILIDADE Depende da quantidade de água disponível aos redor de seus grupos iônicos. Quanto menor for a quantidade de moléculas de água ao redor dos grupos iônicos, menos solúvel é a proteína. PROPRIEDADES DAS PROTEÍNAS SOLUBILIDADE Salting in Pequenas quantidades de sais levam a uma interação entre os íons salinos e os compostos iônicos das proteínas (aumento do número efetivo de cargas). Aumento da solubilidade das proteínas à água – SOLUBILIZAÇÃO DE PROTEÍNAS. Salting out Os sais desidratam as proteínas, atraindo as moléculas de água do meio, de modo a ficar menos água disponível para as proteínas – PRECIPITAÇÃO DE PROTEÍNAS. 15/09/2014 8 PROPRIEDADES DAS PROTEÍNAS SOLUBILIDADE PROPRIEDADES DAS PROTEÍNAS DESNATURAÇÃO Perda da estrutura original de uma proteína (secundária, terciária ou quaternária) com perda de sua função biológica. Ruptura das ligações mais fracas como as pontes de hidrogênio e ligações dissulfeto. Pode ser reversível ou irreversível. Ocorre por calor, ácidos e bases fortes, solventes orgânicos, estresse mecânico e íons de metais pesados. PROPRIEDADES DAS PROTEÍNAS DESNATURAÇÃO PROPRIEDADES DAS PROTEÍNAS DESNATURAÇÃO A clara do ovo que era líquida e transparente se tornou sólida e opaca após ser aquecida. Mesmo após a diminuição da temperatura, a clara endurecida permanece alterada. PROPRIEDADES DAS PROTEÍNAS DESNATURAÇÃO A proteína desnaturada apresenta as seguintes alterações: Aumento da viscosidade e alteração de seu aspecto; Maior reatividade devido à exposição dos grupos químicos que estavam encobertos; Perda de suas propriedades enzimáticas, antigênicas, hormonais e podem ser facilmente digeridas. PROPRIEDADES DAS PROTEÍNAS RENATURAÇÃO As moléculas renaturadas reassumem a suas estruturas ativas e suas atividades biológicas.
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