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Segurança e emergência 002 Índice SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 2 Introdução Em todos os setores da atividade humana, seja por situações criadas pelo próprio homem ou por fatores alheios, ele pode ter sua vida, bem como de outrem, ameaçada ou estar sujeito a sofrer sérios danos físicos ou materiais. São estas situações que nos levam a criar uma série de equipamentos e normas de procedimentos para podermos ultrapassá-las sem danos ou pelo menos o menor número possível deles. Em nossas atividades, especificamente a aviação, todos os meios foram colocados e estudados para que em tais ocorrências possamos evitar o máximo de perdas, sejam humanas ou materiais. Para tal, torna-se necessário um perfeito conhecimento de todos os equipamentos a nossa disposição, bem como o modo de usá-los. Assim sendo, procuramos traçar algumas normas a serem seguidas em casos de emergência. No entanto, desejamos esclarecer que o conteúdo deste manual não deve ser interpretado como normas rígidas ou inflexíveis. É impraticável descrever ou prever todas as situações de emergência possíveis, já que duas situações idênticas raramente se apresentam em circunstâncias também idênticas. Outrossim, as normas não podem ser excessivamente detalhadas, sob pena de faltar-lhes a devida flexibilidade na prática. Assim, o manual deve ser considerado apenas um guia de noções gerais, prevalecendo Segurança e emergência SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 3 em qualquer situação as iniciativas e o julgamento do comandante da aeronave. Segurança Tudo o que se pode falar a respeito de “SEGURANÇA” poderia ser resumido em poucas palavras, a ponto de se afirmar que o conhecimento profundo do equipamento e a preparação psicológica dirigida a um bom condicionamento, nos dariam aptidão suficiente para enfrentarmos possíveis situações que não afetassem a segurança de voo. A tecnologia alcançou um grau de reconhecimento e respeitável avanço, permitindo à empresa escolher a máquina de acordo com as suas necessidades. Paralelamente as empresas jamais abrirão mão da escolha específica dos homens que irão tripular suas aeronaves e dos que irão cuidar da manutenção, criando um elo de perfeito entendimento e segurança. A máquina é um fator conhecido. O homem é o que nos diz respeito agora, e, o domínio sobre estas máquinas é o que irá contar. Todo o campo da engenharia humana desenvolveu-se da aceitação do fato de que além da confiabilidade funcional do engenheiro, a operação dos equipamentos e máquinas deve ser compatível com a habilidade do homem. Os departamentos responsáveis pela preparação desses homens vêem, no treinamento, sua maior base de apoio. Por esta razão é que o treinamento deve ser planejado, visando os menos capazes, para que se possa confiar na absorção da informação dada. O treinamento nada mais é que um recurso educacional que visa criar ou melhorar um hábito e desenvolver as habilidades do treinando. SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 4 Certos estímulos provocam determinados movimentos no corpo, os quais se processam a revelia da vontade. São automáticos, mecânicos. Podem ser chamados de “atos reflexos”. Mas existem reflexos de natureza mental. Nestes casos, o indivíduo reage de determinada forma, em presença de certos estímulos, à revelia de sua vontade. Os reflexos podem ser “naturais” ou “adquiridos”. Ligar determinados estímulos a determinadas reações é o que se chama “condicionamento”. Um exemplo de reflexo condicionado é a reação instintiva das pessoas de proteger o rosto contra um objeto arremessado em sua direção. Educar, instruir consiste simplesmente em criar no homem reflexos condicionados a determinados estímulos. A totalidade de nossa vida física e mental é constituída de reflexos condicionados. Os “hábitos” são formados pelas reações condicionadas. Um hábito é a tendência adquirida para reproduzir certos atos, tão mais facilmente quanto mais forem praticados. Assim, o princípio dominante na formação de hábitos é o da repetição. Esta constante repetição diminui o esforço de reprodução e o tempo necessário a efetivá-la, tornando-a cada vez menos consciente. A relevância de se preparar, educando e instruindo os tripulantes de uma forma geral, na esfera de sua plena competência, está hoje confirmada em fatos e estudos no campo da Medicina do Trabalho, nos quais se verifica a incidência de males cujas origens situam-se na intranqüilidade causada pela consciência de não serem capazes de cumprir determinadas tarefas a eles confiadas. Em qualquer setor e, principalmente, no nosso, se esta atividade não for executada com freqüência suficiente, tanto o conhecimento de como agir, como a habilidade de execução, decrescerão. SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 5 Um acidente ou a falta de segurança poderia ser definido das mais variadas maneiras, podendo ser simplificado assim: A – Tripulação mal treinada; B – Uso inadequado do equipamento; C – Má conservação do equipamento; D – Ou mesmo a combinação dos três fatores. Nossa atividade não é simplesmente um trabalho. É toda uma atenção ao ser humano que está ao nosso lado. Todo nosso esforço em prol do benefício e conforto dos passageiros não terá nenhum significado se não houver respeito. Isto também deverá ocorrer com os colegas que convivem ao nosso lado e participam deste trabalho. Na convivência do dia a dia, o respeito que exigimos conosco deverá ser estendido aos que estão lutando pelo mesmo ideal: ser um “Comissário de Bordo”. “SEGURANÇA É A ARTE DE REDUZIR A UM MÍNIMO AS POSSIBILIDADES DE RISCO”. Emergência Emergência é toda situação que foge à normalidade, pondo em risco a segurança do avião, e, conseqüentemente, a de seus ocupantes. A principal razão da existência do comissário de bordo é exatamente a de agir com eficiência (rapidez, critério, bom senso, conhecimento, decisão, etc.) em uma possível situação de emergência. Existem emergências de diversos níveis, sendo, portanto difícil classificá- las, porém sabemos que existem equipamentos que foram criados exclusivamente em função, da segurança dos passageiros e tripulantes, e, para utilizá-los devemos estar preparados a qualquer SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 6 momento, conhecendo seu correto funcionamento, localização a bordo, restrições, etc. Situações acontecem, nas quais existe a suspeita de uma provável emergência, seja pela indicação de uma possível pane, seja pela indicação visível de que algo não vai bem, e poderá evoluir para uma emergência. Ao receber o alerta da cabine de comando, os comissários devem ficar preparados e tratar de rememorar todos os procedimentos para um pouso de emergência, bem como a operação de todas as saídas e equipamentos de evacuação, se for esse o caso. O comissário deverá estar alerta, desde o início do voo, até o final do mesmo, nunca subestimando qualquer probabilidade de emergência. Uma situação de emergência de fato é aquela em que o perigo existe e é imediato como, por exemplo, a despressurização, o fogo a bordo, o funcionamento inadequado de componentes mecânicos do avião que comprometam as condições de voo, e muitas outras. Um pouso de emergência só é cogitado em casos extremos, ou seja, quando não houver a menor possibilidade de se alcançar uma infra- estrutura aeroportuária, e pelos danos estatísticos disponíveis, pode- se afirmar com toda a segurança, que a possibilidade de um pouso de emergência no mar é bastante remota. Vários fatores podem determinar a necessidade de um pouso de emergência, dentre estes citaríamos: • Fogo a bordo, incluindo os motores, se os extintores não puderem ser acionados, ou forem insuficientes;• Perda total da força elétrica; • Fumaça densa e de origem desconhecida; • Falta de combustível, inclusive por vazamento; • Perda da potência dos motores, aquém do limite mínimo para a aeronave se manter em voo; SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 7 • Sabotagem. A decisão de se efetuar um pouso de emergência será sempre de responsabilidade do comandante da aeronave. O sucesso ou insucesso desta operação dependerá de muitos fatores, dentre os quais, das condições meteorológicas, da luminosidade, do estado estrutural da aeronave, estado físico e mental dos tripulantes e principalmente do grau de treinamento da tripulação. Com relação ao último tópico, existem procedimentos padrões para as diferentes situações, exaustivamente abordados tanto na teoria como através de treinamentos práticos. Fica evidenciado que o trabalho de equipe é fundamental, mesmo nas situações experimentais, como treinamento de prevenção de acidentes combate a incêndio, sobrevivência no mar e na selva, etc. O que deverá nortear nossas ações será o espírito de trabalho em equipe. Deveres da Tripulação: Todos os aviões que transportam passageiros são equipados com itens que complementam a segurança. O preparo dos tripulantes pelas empresas visa à utilização desses equipamentos, em situações previstas e imprevistas, quando a segurança for afetada. Faz parte das atribuições do comissário, o cheque pré-voo de todos esses itens, com relação a sua existência a bordo, localização, operacionalidade, validade, etc. Para que haja possibilidade de complementação ou troca desse equipamento, caso seja necessário, antes do início do voo, este cheque é obrigatório, não devendo em hipótese nenhuma ser deixado para depois. Os equipamentos de emergência estão localizados em locais de fácil acesso e, sempre próximos aos lugares de comissários e saídas da aeronave. SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 8 O comissário também deverá estar consciente de que cada decolagem e cada pouso é uma emergência em potencial; assim sendo, sempre que sentarem em seus lugares para uma decolagem ou pouso, deverão fazê-lo com postura adequada e ciente da sua importância e responsabilidade. No início do voo, ao assumirem a posição para a decolagem, os comissários deverão estabelecer as atitudes de cada um (quem faz o que) em caso de emergência. Aliás, o “briefing” deverá ser efetuado pelo chefe de equipe junto ao seu grupo, exatamente para direcionar as tarefas de cada um numa possível situação de emergência. É também oportuno repassar mentalmente todos os procedimentos de emergência, referentes à operação das portas, “slides” (escorregadeiras) e de evacuação, permanecendo atentos e prontos para entrar em ação. Ao entrar no avião, o comissário já poderá ir exercitando sua atenção para o aspecto da segurança, observando o estado estrutural das janelas da cabine de passageiros (bolhas, rachaduras, etc.), enquanto caminha para ocupar o seu lugar na aeronave. Deverá observar os passageiros para identificar bêbados, assustados, enfim, pessoas que numa situação de emergência, poderão se transformar em um problema a mais (também grávidas, crianças, deficientes físicos, cegos, etc.). É importante também memorizar onde estão sentados os tripulantes extras, sejam ou não da mesma empresa, assim como estar atento para a existência a bordo de militares, ou desportistas, pois estas pessoas, devido ao seu preparo ou condicionamento físico, poderão ser de bastante utilidade para nos auxiliar, numa situação de emergência. Antes de cada decolagem ou pouso é dever dos comissários: checar o posicionamento das poltronas (os encostos deverão estar na posição vertical), verificar se todos estão usando devidamente os cintos de segurança, se o aviso de “proibido fumar” está sendo obedecido, e SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 9 se as mesinhas estão fechadas e travadas. Nas “galleys”, tanto nos pousos e decolagens, como durante as turbulências, os materiais soltos deverão estar devidamente acomodados, e os compartimentos fechados e travados. As saídas, equipadas com escorregadeiras, deverão estar conectadas, para ficarem em condições de uso antes de cada decolagem, e serem desconectadas após o pouso e o estacionamento da aeronave. Há também a obrigatoriedade de se fazer demonstração do uso das máscaras de oxigênio, para serem utilizadas em caso de despressurização, e indicar a localização das saídas de emergência existentes na aeronave. Esta demonstração deverá ser efetuada sempre durante o táxi, antes da decolagem. Em caso de voos que atravessem o oceano, a demonstração para o uso dos coletes salva-vidas e dos assentos flutuantes, também deverá ser feita. Durante o voo, toda vez que se acenderem os sinais luminosos de usar cintos os comissários deverão fazer o “speech” informando aos passageiros desta obrigatoriedade, bem como policiar o cumprimento desta norma de segurança. O chefe de equipe e o comandante deverão ser comunicados de que a cabine, assim como a área de responsabilidade de cada comissário, está “OK” para o pouso ou decolagem. Os comissários deverão também verificar o cumprimento da proibição de fumar nos toaletes das aeronaves. Quando do embarque de passageiros e acomodação dos mesmos no avião, o comissário deve estar atento para os seguintes aspectos: crianças, cegos, deficientes, grávidas, obesos, etc, não poderão sentar-se nas fileiras de poltronas das janelas de emergência, para não atrapalharem numa possível evacuação de emergência. O número de máscaras de oxigênio é sempre de uma a mais para cada conjunto de poltronas, por isso o comissário deve estar atento para que não tomem lugar nos assentos pessoas em quantidade maior que o número de máscaras existentes (casais com filhos). A SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 10 bagagem deverá estar acomodada nos locais próprios para este fim, que são os “bins” ou porta chapéus. Não podemos permitir bagagem solta na cabine, nos corredores, ou entre as poltronas, pois atrapalharão muito caso uma evacuação rápida se faça necessária. Não permitir a colocação de bagagem junto aos painéis de renovação de ar e, por último, verificar se as saídas de emergência estão totalmente desobstruídas. Desenvolvimento do estado de pânico a bordo de um avião Conforme tivemos oportunidade de observar nos capítulos anteriores, a razão de nossa presença a bordo é manter o clima de cordialidade e equilíbrio na cabine de passageiros, atuando de maneira eficiente na ocorrência de alguma anormalidade. Para isto somos treinados, e espera-se que cada um de nós, além do conhecimento de todos os recursos de emergência existentes a bordo (equipamentos, localização, finalidade, manuseio, restrições, etc.), saiba também como lidar com a matéria prima de nosso trabalho, o ser humano. Na eventualidade de algum incidente ou acidente, provavelmente irá se instalar no grupo de passageiros, um comportamento que tenderá a fugir ao controle dos tripulantes. Este quadro, se instalado, irá prejudicar o nosso trabalho de maneira tal, que o nosso objetivo primeiro é evitar que esta desintegração do controle aconteça. É prudente que tenhamos pelo menos algumas noções de como este processo se inicia e como se desenvolve. O fator incidental desencadeante foge ao nosso controle, pois evidentemente existem situações inesperadas, mas felizmente raras, que rompem a rotina de nosso trabalho, e para as quais devemos estar absolutamente alertas. SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 11 Este é o primeiro passo: atenção voltada para tudo que acontece ao nosso redor, para que possamos agir rapidamente, caso isto se faça necessário. O “receio devoar” é algo que faz parte, em maior ou menor grau, da natureza humana, e às vezes um pequeno incidente faz com que seja “detonado” todo um mecanismo iniciado por este receio, que passa a ter um papel preponderante. O segundo elo da seqüência é a ansiedade coletiva, a inquietação geral, que poderá conduzir todo grupo a ter reações de medo e de difícil controle. Passada esta fase teremos como conseqüência: o estado de angústia coletiva, a hipersugestionabilidade, o fantasioso passa a se integrar ao real, conduzindo o grupo a uma atitude de defesa que, na maioria das vezes, não corresponderá ao comportamento lógico para aquela situação. O grupo poderá ter reações impulsivas, que contagiarão todos ao redor, conduzindo imediatamente ao pânico, e nesta situação pouca ou nenhuma atenção será dada a nossa atuação. Se permitirmos que tal estágio se instale, teremos com absoluta certeza falhado em nossos propósitos, e o passo seguinte poderá ser o comprometimento de todas as ações até ali executadas, expondo a sérios riscos os procedimentos de emergência, podendo inclusive conduzir a um desfecho dramático, o qual poderia ter sido evitado. O descontrole coletivo e o pânico minam toda a lógica racional, a anarquia se instala, e nesta desintegração coletiva mais nada poderemos fazer, corremos o risco inclusive de sermos vítimas em maior escala deste comportamento, do que do fator incidental que levou a ele. É imperativo que desde o primeiro instante tenhamos o controle da situação em nossas mãos, através de atitudes que demonstrem SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 12 conhecimentos, de ações seguras, não permitindo que o fator emocional agrave a ocorrência. A histeria deve ser combatida e evitada por qualquer meio, mesmo através da força, se outros recursos não surtirem efeito. O descontrole emocional do passageiro é altamente negativo, porém, caso ocorra com um dos tripulantes, logicamente é algo muito mais grave, e como tal deverá ser contornado de imediato, devendo-se partir logo para a resolução do problema. Estes são apenas tópicos de um assunto que permite análises bem mais profundas, mas visto que a ocorrência de situações de emergência é rara, como frisamos anteriormente, aqui estão contidas as regras básicas de comportamento que deverão ser desempenhadas pelo comissário. Procedimentos básicos em possíveis situações de emergência a bordo Na aviação, são inúmeras as condições que podem determinar uma situação de emergência. Uma ocorrência perigosa pode envolver o avião, pois no complexo de sua construção e funcionamento participam o combustível, o oxigênio, as baterias, que podem provocar incêndios. Durante a permanência do avião no solo pode haver colisões de viaturas ou de outro, em manobra. A mínima falta de cuidados especiais pode nos surpreender, criando situações críticas e pondo em risco não só a integridade do equipamento, como também dos tripulantes e passageiros que nele se encontrarem. Carregamento e Partida dos Motores: As ações de segurança nestes casos são de responsabilidade dos setores correspondentes, respectivamente despacho de bagagens, SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 13 tripulação técnica e manutenção. Compete ao grupo de comissários total atenção para uma eventual emergência. Durante o táxi: Estamos sujeitos a estouros de pneus, princípios de incêndio, colisões. etc. Portanto nesta ocasião os passageiros devem permanecer sentados com os cintos de segurança afivelados, obedecendo aos avisos de não fumar. O comissário estará preferencialmente em sua posição, atento a qualquer eventual anormalidade. Decolagens e Pousos: São nas decolagens e pousos que devemos redobrar os nossos cuidados, pois nestas ocasiões há maior possibilidade de ocorrer um acidente que, geralmente, nos surpreende não dando margem de tempo para raciocínios imediatos. Daí surge à necessidade de condicionarmos nossos reflexos para toda e qualquer ocorrência perigosa, nestas horas nos resta apenas um único objetivo (retirar os passageiros com maior segurança que o acidente nos permitir, dentro do menor prazo de tempo possível, observando – se as normas gerais de salvamento e aproveitando – se ao máximo o equipamento de emergência. Segurança no abastecimento de Aeronave: Independentemente do aviso luminoso “Não Fumar” estar aceso, alertar aos passageiros que desembarcam ou permanecem a bordo sobre a proibição de fumar, de acender qualquer objeto que produza faísca, durante o trajeto aeronave – terminal de desembarque, e no período em que a aeronave permanece no solo. Antes do início do abastecimento, informar aos passageiros a bordo sobre as medidas de segurança (anúncios de bordo). Havendo a necessidade de manter as luzes acesas, ou ligar qualquer interruptor, fazê-lo antes do inicio do reabastecimento. SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 14 Providenciar que, pelo menos, duas das portas permaneçam abertas durante o abastecimento, nas quais deverá existir um dos seguintes equipamentos: plataforma de embarque (finger), escadas externas ou da aeronave, estendidas. Não havendo os equipamentos em questão, deixar as portas equipadas com escorregadeiras armadas, além de manter tripulantes em condições de abri-las em uma emergência. Caso seja observada qualquer formação de vapor de combustível a bordo, providencie para que o reabastecimento seja imediatamente interrompido, comunicando o fato ao comandante. Procedimentos de Segurança quando há presença de pessoas na “galley”: “Esta é uma situação muito comum, ou seja, a presença de pessoas (tripulantes ou não) na área da “galley’’, que vão para este local para descansar, conversar”, esticar as pernas”, etc..., formando ás vezes um grupo numeroso, que contraria as normas de segurança”. A maioria de nossas aeronaves possui máscaras de oxigênio do sistema fixo, em número compatível com o número de comissários que irão ocupar aquela área, obedecendo à mesma regra de sempre existir uma máscara a mais, ou seja, em “galley” pequena onde existe um comissário. Somente atuando na função, existem duas máscaras (B – 734), em “galley” maiores, onde é previsto um número maior de tripulantes atuando, como a traseira do B – 767, se encontram quatro máscaras, porém a regra não é geral, havendo aeronaves que não dispõe de nenhuma máscara neste local. A possibilidade de uma despressurização deve sempre ser considerada e neste caso a situação pode ser complicada ainda mais, na eventualidade de existirem muitas pessoas ocupando este espaço, para as quais evidentemente não haverá máscaras em número suficiente, ocasionando sérios transtornos. SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 15 Por isso, a melhor conduta é nunca permitir aglomerações nas “galleys”, além de prejudicarem o andamento dos serviços, podem agravar uma situação que poderia ser contornada de maneira bem mais lógica. Os meios para evitar que este fato venha a ocorrer vão depender do bom senso e de cada um de nós, o importante é estarmos sempre atentos e procurarmos manter as “galleys” em ordem, e as mais desobstruídas possíveis. Com relação à “galleys” vale lembrar sempre que, estas áreas são consideradas de extrema importância, não somente por abrigarem, na maioria das vezes, parte dos equipamentos de emergência, mas também por tratar-se de áreas de evacuação, em virtude das portas existentes. Em nome da segurança, deve permanecer na área a pessoa devidamente habilitada (comissários/as) durante decolagem e pouso, permitindo assim, numa possível evacuação de emergência, a rápida abertura da porta, o acionamento do “slide” e a imediata coordenação da evacuação através daquela saída. Mesmoque haja poltronas de passageiros desocupadas próximas á “galley”, o comissário deverá ocupar o seu assento. Todas as cortinas da “galley” devem estar abertas e presas durante as decolagens e pousos, para não atrapalharem numa eventual emergência, bem como a área de acesso ás portas, que deverão estar desobstruídas e livres de objetos soltos, como transportadoras metálicas, térmicas demais objetos utilizados no serviço de bordo. Esses objetos estarão devidamente travados e guardados, durante as decolagens, os pousos e também durante as turbulências. Todo o sistema elétrico das “galley” deve permanecer desligado durante toda decolagem ou pouso. Reabastecimento simultâneo ao embarque e desembarque de passageiros: Eis uma situação extremamente perigosa que, pelas normas em vigor, não deverá acontecer. Quanto aos passageiros que SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 16 desembarcam, eles serão orientados através do “speech” de bordo, a não fumarem ou se utilizarem qualquer objeto que produza faísca, em todo o trajeto entre a aeronave e o terminal de passageiros atenderão a orientação, o que já não acontecerá com aqueles que estão embarcando, visto que ainda não foram alertados com relação a esse perigo. Portanto, muito cuidado com relação a este aspecto, pelas normas existentes esse procedimento é proibido. Embarque e desembarque de passageiros com um dos motores/ turbina em funcionamento: Após o pouso e estacionamento da aeronave, normalmente os motores são desligados. Muitas vezes, pela ausência de fonte externa no aeroporto em questão, pane de APU, pane no dispositivo de partida, ou outra razão qualquer, um dos motores é mantido ligado. Nesta condição, o motor que permanece em funcionamento será sempre o que estiver ao lado oposto ao embarque e desembarque, para evitar qualquer risco. No entanto, devemos ficar atentos porque para embarcar ou desembarcar as bagagens e cargas, o processo será invertido, pois normalmente as portas dos porões de carga ficam ao lado contrário ao das portas principais, e algum passageiro retardatário, quer descendo ou subindo no avião, poderá expor – se a sérios danos. Essas considerações de segurança devem- se ao fato de que a turbina em funcionamento apresenta uma área de sucção á frente, e outra zona de perigo de gás de escapamento atrás que, dependendo da aeronave, estende – se por uma área bastante ampla. No caso de aviões á hélice, estas deverão estar absolutamente paradas durante os procedimentos de embarque e desembarque de passageiros. SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 17 Alijamento de combustível: Quando este procedimento tiver a necessidade de ser efetuado, os comissários serão previamente avisados para que possam preparar a cabine. Esta preparação consistirá em desligar todo o sistema elétrico das “galleys”, proibir o uso de cigarro na cabine de passageiros, não permitir o uso de interruptores que produzam faíscas ao serem acionados, assim como desligar as luzes, se para tal forem orientados. Turbulência: Ao atravessarmos zona de turbulência, provavelmente, os comissários serão avisados com antecedência pelo comandante da aeronave, que dispõe de radar meteorológico, e na maioria das vezes pode prever esta condição, bem como a intensidade da mesma. Existem as chamadas turbulências de céu claro, impossíveis de serem detectadas com antecedência, e para as quais devemos estar sempre alerta. Impedir a aglomeração de passageiros em qualquer parte da aeronave, é a norma adequada para se prevenir danos maiores, caso uma turbulência de céu claro se apresente; aliás, evitar esta aglomeração é sempre desejável, em qualquer tipo de situação, e diante da possibilidade de turbulência. Durante uma turbulência todos os compartimentos das “galleys” deverão estar fechados e travados, e o aviso de usar cintos de segurança deve ser obedecido. Muitos passageiros e mesmo tripulantes já sofreram traumas físicos violentos por permanecerem em pé, andando pela cabine, enquanto os avisos de usar cintos permanecem acesos. O chefe de equipe deverá consultar sempre o comandante diante desta situação, procurando checar se a previsão é de turbulência severa, por qual período de tempo é estimada, para que possa tomar uma decisão consciente e adequada quanto ao procedimento dos comissários na cabine de passageiros. Observem que carrinhos ou “trolleys” no meio do corredor, transportando materiais tais como garrafas, copos, latas, SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 18 jarras, muitas vezes com café quente e água em temperatura muito alta, podem machucar com gravidade as pessoas. Será efetuado “speech” informando aos passageiros para que permaneçam sentados em seus lugares, e que obedeçam aos avisos de atar cintos de segurança. Fumaça, vapores e gases tóxicos na cabine O aparecimento desta condição a bordo de aeronaves em voo será sempre grave, diante das limitações de nossas possíveis ações. A fumaça densa prejudica não só os órgãos da respiração, que ficarão seriamente comprometidos como praticamente impedirá a visualização da área onde ocorrer. Os gases de uma maneira geral têm a característica de ocuparem uniformemente todo o compartimento no qual se encerram. A nocividade dos gases depende daquilo que cada um individualmente poderá ocasionar-nos diversos órgãos do corpo, e estas conseqüências vão desde a impossibilidade de respirar á lesões cutâneas, da indução a mal estar e vômitos, ao risco de explosão da cabine. No caso de fumaça e vapores tóxicos, sabemos que estas substâncias tendem a ocupar as camadas mais altas dentro da cabine (o ar frio fica embaixo), portanto, até que possamos lançar mão das garrafas de oxigênio, devemos abaixar e deslocar – nos rente ao chão, cobrindo nariz e boca com panos umedecidos. Para os gases a situação é mais perigosa, visto que ocupam integralmente o ambiente. Diante do acima exposto é fácil deduzir a importância de se efetuar a abertura das saídas de ar antes do início do voo, assim como manter os painéis de renovação de ar absolutamente desobstruídos. SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 19 As ações na cabine de comando, para a remoção de fumaça, vapores e gases tóxicos, serão as seguintes: • Imediatamente após ser detectado o problema, descer para o nível aproximado de 10.000 pés; • Providenciar a abertura de válvulas para a despressurização da cabine • (descompressão), pois junto com o ar sairão à fumaça ou gases; • Reduzir adequadamente a velocidade. Se instruídos para tal pelo comandante, deveremos abrir as janelas de emergência, para proporcionar ventilação ao ambiente. É importante frisar que no caso de executar a ventilação, seja pela abertura das saídas de ar, seja pela abertura das janelas de emergência todo cuidado especial deverá ser tomado se o problema for proveniente de fumaça de incêndio, pois a rápida entrada de oxigênio poderá levar a explosão do recinto. Quanto à utilização das garrafas portáteis de oxigênio, somente as que possuem máscara “full – face” fornecerão proteção adequada neste caso. As equipadas com máscaras oro- nasais, bem como as máscaras do sistema fixo, que são também oro- nasais, misturam o oxigênio ao ar ambiente, não sendo, portanto adequadas para estas ocasiões. Em linhas gerais, nossa conduta diz muito a respeito de prevenção, para que não surjam situações deste tipo; na situação já instalada, proteção aos órgãos de visão e respiração, executando paralelamente as orientações prescritas pela cabine de comando. SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 020 FUMO À BORDO PROJETO DE LEI Nº 3.210, DE 1997 (Apensos: PL nº 4.192/98; 4.487/98; 4.499/98; 4.520/98; 4.589/98; 4.657/98;4.683/98; 4.794/98; 172/99; 229/99, 430/99 e 5.200/01). Dispõe sobre a proibição de fumar em aeronaves comerciais brasileiras, em todo o território nacional; Proíbe o uso de fumo a bordo de aeronave civil. Para conhecimento: O passageiro fumante, e principalmente aquele passageiro que viaja de avião muito raramente, provavelmente não entenderá o porquê de tantas proibições com relação ao uso do cigarro. Proíbe-se o fumo durante todas as fases do voo e, logicamente durante a utilização dos sistemas de oxigênio. Num pouso de emergência, a aeronave poderá sofrer danos materiais de grande monta, inclusive com ruptura dos tanques de combustíveis e conseqüentes derramamentos do mesmo; imagine o que aconteceria nesta situação se houvesse um ou mais cigarros acessos. A grande maioria dos acidentes aeronáuticos se dá nas áreas próximas aos aeroportos (cerca de 75% a 80%), ou seja, durante decolagens ou pousos. Nos toaletes, por ser uma área na qual a vigilância constante não pode por nós ser efetuada, em função dos serviços de bordo, e porque lá existem depósitos de papéis (toalha, higiênico), além de possuir lixeiras onde são jogados papéis com resíduos de maquilagem e SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 021 outras substâncias inflamáveis, o fumo também é proibido, e na medida do possível, devemos exercer esta fiscalização. Aquele que não fuma, na maioria das vezes, abomina o uso do cigarro. No solo a proibição deve-se a razões óbvias: em toda escala a aeronave é reabastecida, e mesmo com as portas abertas, as cabines são pequenas para dar uma vazão imediata aos gases combustíveis que eventualmente adentram no avião. Além dos fatores mencionados até aqui, para as empresas aéreas o fumo a bordo não é nada interessante, pois diminui a vida útil dos componentes dos sistemas de pressurização, de ventilação, de refrigeração, exigindo manutenção e troca desses componentes num tempo bem mais curto. Atmosfera terrestre Antes de estudarmos pressurização e possíveis despressurizações, vamos fazer um rápido comentário sobre a atmosfera para que possamos entender melhor o que ocorre com nosso corpo em altas altitudes. Em seus primeiros 100 km, a atmosfera apresenta uma composição bastante homogênea, que consiste dos seguintes gases: • Nitrogênio:....................................................................................................... 78% • Oxigênio............................................................................................................. 21% • Argônio, C02, neônio, hélio, metano, Criptônio e vapor d’água .......................... 1% Acima dos 100 Kms. a atmosfera não é mais homogênea, formando camadas sucessivas de oxigênio, hélio e hidrogênio. Os raios solares que alcançam nosso planeta aquecem a superfície terrestre à cerca de –27 oC. Nesta temperatura, a Terra emite raios infravermelhos em todas as direções do espaço. No entanto, o CO2 SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 022 e as moléculas de vapor d’água que se encontram nas camadas inferiores da atmosfera, absorvem e em seguida devolvem esses raios infravermelhos. Parte dos raios é dirigida para baixo e atinge a superfície terrestre, aumentando a temperatura em 43 oC, o que a eleva para 16 oC. Esta é a temperatura média real da terra durante o ano inteiro. A absorção e a reemissão de raios infravermelhos são conhecidas como “efeito de estufa”. A atmosfera terrestre pode ser dividida em cinco regiões distintas, dependendo do gradiente de temperatura da região, ou seja, a variação de temperatura em relação à altitude de uma determinada região atmosférica. Assim, um gradiente de temperatura negativo indica que a temperatura decresce com a altitude, e um gradiente positivo, significa que a temperatura aumenta junto com a altitude. Região Altitude Gradiente de Temperatura Troposfera 0 a 11 Km Negativo Estratosfera 11 a 48 Km Positivo Mesosfera 48 a 80 Km Negativo Termosfera 80 a 650 Km Positivo Exosfera Acima de 650 Km Indefinido A troposfera contém cerca de 2/3 da massa total da atmosfera. Nessa camada a temperatura diminui com o aumento da altitude, à razão de cerca de 2 oC a cada 1.000 pés, ou ainda 6 oC a cada 1.000 metros. Com aumento da altitude, decrescem também a pressão atmosférica e a densidade do ar. Todos os fenômenos que afetam o tempo, tais como nuvens e precipitações, resultam de fenômenos troposféricos. Na parte superior da troposfera, a temperatura cessa de diminuir, permanecendo constante em torno de –55 oC, existindo aí uma delgada camada, denominada tropopausa. Na estratosfera, a temperatura aumenta com a altitude devido ao aquecimento causado pela absorção de raios solares ultravioletas SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 023 pela camada atmosférica de ozônio, atingindo no topo da estratosfera uma temperatura de 13oC. Os gases que compõe a atmosfera, independentemente da altitude, ocupam as proporções mencionadas anteriormente, sendo os principais para nós, o oxigênio e o nitrogênio. O oxigênio é o gás da vida. Através dos pulmões é levado à corrente sanguínea, e daí nas combustões de suas trocas orgânicas. O nitrogênio não é útil para nós, mas reveste-se de especial importância, pelos danos que pode causar em caso de despressurização (baixa pressão). Vimos que o oxigênio é vital para nossa sobrevivência, pois sem ele, a vida cessa em poucos minutos, ou danos permanentes podem ocorrer. Igualmente, a temperatura e a pressão são importantes nos fenômenos orgânicos, e este assunto interessa profundamente àqueles que tripulam equipamentos a jato, cujo teto de operação está muito acima dos limites da sobrevivência humana. A pressão atmosférica ao nível do mar, medida em condições padrão de umidade e temperatura, é de 760 milímetros de mercúrio, 14,7 PSI, ou 29,92 pol. de mercúrio. A pressão atmosférica decresce logaritmicamente com o aumento da altitude. A pressão total exercida pela atmosfera, ou por qualquer mistura de gases, é a soma das pressões parciais de cada gás componente da mistura, que são conhecidas como “pressão parcial” dos gases. A maior pressão parcial da atmosfera é a exercida pelo nitrogênio, de cerca de 11,6 PSI ao nível do mar. Pressurização O corpo humano sofre algumas restrições para seu bom funcionamento orgânico. Alguns fatores são indispensáveis para sua sobrevivência, como oxigênio e condições especiais de temperatura e pressão. SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 024 Sabe-se que a altitude fisiológica para uma pessoa normal é de no máximo 10.000 pés (3.048 m), isto significa que acima desta altitude é vital o uso de um equipamento de oxigênio. Se uma pessoa subir acima de 10.000 pés, digamos 16.000 pés, a pressão atmosférica será bem menor que ao nível do mar, pois, à medida que a altitude aumenta, a pressão diminui, isto implica que, ficando a pressão atmosférica menor, a pressão parcial de oxigênio nos alvéolos pulmonares também ficará menor. Não havendo pressão suficiente para empurrar o oxigênio através das membranas dos alvéolos para a corrente sanguínea, ocasionará assim, deficiência na oxigenação do sangue. Esta falta de oxigênio para as células do organismo é conhecida como hipóxia. Outro fenômeno, o aeroembolismo é a condição produzida pela baixa da pressão barométrica que ocorre a grandes altitudes (acima dos 30.000 pés). Seus efeitos no organismo se caracterizam pelos sintomas gerados pela libertação no corpo, de bolhas de gases que normalmente se encontram em dissolução nos líquidos orgânicos (nitrogênio, oxigênio, gás carbônico e vapor d’água). Os sintomas produzidos são incômodos e podem incapacitar uma pessoa rapidamente. O nitrogênioé o gás que tem maior volume em solução por c.c., numa média de 1 a 1,5 litros dissolvidos nos líquidos orgânicos, em condições normais. Esses gases procuram libertar-se, indo localizar-se, nas articulações, onde provocam fortes dores, limitando os movimentos, podendo levar a impotência funcional do membro atingido; dificultam a respiração, pelo acúmulo de bolhas de gás nos menores capilares pulmonares, além do que, os gases contidos nas diversas cavidades do corpo (abdômen, ouvido médio, seios da face), se expandem, provocando igualmente fortes dores, limitando brutalmente as ações. Pelo que foi exposto até aqui, fica evidente a necessidade de manter o interior do avião, em pressão máxima de até 10.000 pés. É praticamente padrão manter a altitude interna em torno SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 025 dos 8.000 pés, não importando aí a altitude real em que se encontra a aeronave. Isto é conseguido pela pressurização, que é o ar sangrado dos motores e injetado na cabine. Quanto mais ar, maior a pressão e menor a altitude interna. No entanto, se o ar for injetado sem parar na cabine, que é hermeticamente fechada, acabará levando a explosão da mesma. Há válvulas que têm a função de deixar escapar parte do ar que é injetado na cabine, mas de maneira controlada, a fim de que possa ser mantida a pressão desejada. Existem num jato em voo, duas pressões diferentes: a externa que é real, e a altitude de pressão interna da cabine, que é como já vimos, produzida artificialmente, através da pressurização. A diferença entre estas duas pressões (interna e externa) recebe o nome de diferencial de pressão, que é diferente para cada tipo de aeronave. Com a finalidade de manter a pressão interna da cabine, logicamente todas as portas e janelas são vedadas, e neste caso a própria pressão interna, impede a abertura de qualquer dessas saídas em voo. Para que se pudesse voar às maiores altitudes, é que foram criadas aeronaves com cabines pressurizadas, com a finalidade de permitir que seus ocupantes respirem normalmente, isto é, cabines onde a pressão interna é mantida compatível com a altitude fisiológica do ser humano, eliminando também os riscos de aeroembolismo. Principais vantagens das cabines pressurizadas: • Permitem voos em grandes altitudes; • Maior controle sobre a ventilação e aquecimento da cabine; • Redução drástica do risco de aeroembolismo (formação de bolhas gasosas na corrente sanguínea). SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 026 Principais desvantagens • Ameaça de despressurização ou descompressão por alterações da estrutura da aeronave; • Necessidade de compressores para pressurizar, e equipamento reserva de oxigênio. Despressurização Analisaremos agora, a principal desvantagem das cabines pressurizadas. Digamos que uma aeronave esteja voando a 30.000 ft (pés) e repentinamente rompe-se uma janela, por uma razão qualquer (tiro, fadiga do material, etc...), o que ocorreria? Como a pressão interna é maior do que a externa, ocorreria uma equalização de pressões, uma igualdade entre elas, ou ainda uma perda da pressão interna da aeronave. Um exemplo prático de despressurização é quando uma panela começa a apitar. Para casos de despressurização as aeronaves estão equipadas com um sistema de oxigênio, acomodado acima das poltronas de passageiros, e que é acionado automaticamente. Maiores detalhes serão vistos quando estudarmos os sistemas de oxigênio. Tipos de despressurização: Explosiva: Perda da pressão instantânea, em menos de um segundo. Rápida: Perda de pressão mais lenta, mais ou menos 10 segundos. Lenta: Neste tipo não há problema, pois é controlada pelo próprio equipamento da aeronave. Fatores que interferem na perda de pressão: SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 027 • Tamanho da cabine; • Diâmetro da saída da pressão; • Altitude, quanto maior for a diferença de pressão (interna-externa), maiores e mais rápidos serão os efeitos da despressurização. • Conseqüências: • Saída brusca do ar dos pulmões. O ar sai violentamente pela boca e nariz, dando a sensação de que os pulmões aumentaram de tamanho dentro do tórax; • Sensação de ofuscamento ou de confusão momentânea; • Intensa neblina devida à brusca queda de temperatura e pressão (condensação); • Efeitos fisiológicos: sintomas de hipóxia se o equipamento de oxigênio não for usado de imediato; • Sintomas de aeroembolismo; • Possível presença de dores a devida à expansão de gases. É bom ficarmos conscientes também que ao estarmos exercendo atividade física, seremos os primeiros atingidos pelo impacto da despressurização. O tempo de lucidez, em uma situação de despressurização, é muito variável de uma para outra pessoa, dependendo além da altitude, de outros fatores, tais como: fumo, que reduz o oxigênio disponível para os tecidos do corpo; álcool, que interfere na assimilação do oxigênio; fadiga, que diminui a tolerância individual; constituição física, visto que o indivíduo “atlético” suporta melhor esta situação, enquanto que aquele de vida sedentária terá maiores problemas para recuperar-se. Com relação à altitude, existe uma tabela que expressa os tempos médios de lucidez, para uma pessoa normal, sob o ponto de descanso,com atividade e repouso. SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 028 Altitude Em pés Sentado em descanso Exercendo Atividade Moderada Pessoa em Repouso (despressurização rápida) 22.000 10 min. 05 min 03 min. 25.000 05min. 03 min. 02 min. 30.000 1,5 min. 45 seg. 30 seg. 35.000 45 seg. 30 seg. 20 seg. 40.000 25 seg. 18 seg. 12 seg. 45.000 10 seg. 05 seg. 20 seg. Altitude em pés % de saturação de oxigênio Condição clínica Nível do mar 95-98 Normal 10.000 88-89 Dor de cabeça, cansaço em exposição prolongada 14.000 80-81 Sonolência, dor de cabeça, tontura, fraqueza de visão, mudança de personalidade, perda de coordenação muscular, cianose 18.000 74-75 Todos os acima, porém mais críticos 22.000 67-68 Convulsão, colapso, coma 25.000 55-60 Colapso e coma com aproximadamente 5 minutos. Em pessoas normais, a variação de altitude (que acarreta variação no percentual de oxigênio do sangue arterial) provoca, comumente, os seguintes sintomas de hipóxia: Observações Quando ocorre uma despressurização, providência a ser tomada na cabine de comando é descer a aeronave a uma altitude respirável para o ser humano. SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 029 A altitude a ser tomada na cabine de passageiros é pegar a máscara de oxigênio mais próxima, colocando-a sobre a boca e nariz. Esta máscara deve ser do sistema fixo de oxigênio. Todo este procedimento, descida do avião e queda das máscaras, será muito rápido, e, lembre-se, a mobilidade não será muito fácil, pois o centro de gravidade estará deslocado. Após a descida do avião até uma altitude onde seja possível respirar, caso algum dos passageiros apresente dificuldades em fazê-lo, poderemos utilizar as garrafas portáteis de oxigênio (com máscaras oro - nasais). Numa despressurização explosiva o tripulante terá aproximadamente 10 segundos para efetuar os procedimentos básicos. Sistemas de oxigênio A) SISTEMA FIXO DE OXIGÊNIO: É basicamente o oxigênio acondicionado sob alta pressão, em cilindros localizados nos porões das aeronaves, e em número suficiente para atender às necessidades de passageiros e tripulantes. Este sistema é exclusivo para casos de despressurização. É acionado automaticamente, quando a cabine atingir a uma altitude de pressão de 14.000 pés (ft) (altitude de segurança). Em caso de pane do sistema automático poderá ser acionado eletricamente, ou ainda manualmente,variando apenas o tipo de aeronave. Nos compartimentos de máscaras, cada conjunto de poltronas, possui sempre uma máscara a mais do que o número de poltronas, pois poderá haver passageiro colo. Se um comissário estiver no corredor em caso de despressurização, poderá também utilizar esta máscara. SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 030 Nas aeronaves mais recentes, ao invés de garrafas de oxigênio nos porões, para o sistema fixo, existem equipamentos que produzem quimicamente o oxigênio, denominados geradores químicos de oxigênio. Em qualquer dos casos, haverá sempre máscaras nos PSU’s em número de uma a mais, conforme já foi citado; nos lugares dos comissários, nas “galleys”, nos toaletes (duas em cada lavatório), e para as cabines de descanso de tripulantes nos aviões maiores. As cabines de comando são supridas de oxigênio do sistema fixo, por intermédio de uma garrafa localizada normalmente no porão dianteiro da aeronave, que é independente do sistema fixo para passageiros e comissários. Quando a altitude interna da cabine atinge 14.000 pés, as máscaras caem automaticamente, mas elas só passarão a fluir oxigênio quando as puxarmos para baixo em direção ao nosso rosto. Se algum dos compartimentos das máscaras não abrir automaticamente, poderá ser aberto manualmente, inserindo – se algum objeto pontiagudo no orifício de abertura. Ao acontecer uma despressurização e o comissário estiver no meio da cabine, não deverá tentar chegar até seu lugar; a atitude correta será apanhar a máscara mais próxima. Havendo passageiro no toalete com uma criança, encontrará duas máscaras justamente com esta finalidade. O oxigênio que flui das máscaras da cabine de comando tem a finalidade de atender aos tripulantes em casos de despressurização da cabine, fumaça a bordo, assim como fornecer oxigênio para os primeiros socorros. O oxigênio que flui para as máscaras oro – nasais da cabine de passageiros tem a finalidade exclusiva de atender passageiros e comissários em casos de despressurização acidental as cabines, SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 031 não servindo para os casos de fumaça a bordo, por serem suas máscaras dos tipos que dilui o oxigênio justamente com o ar da cabine. NÃO É PERMITIDO FUMAR ENQUANTO ESTE SISTEMA ESTIVER EM FUNCIONAMENTO. PARA PASSAGEIROS: Garrafa (ou garrafas) de oxigênio que são para o atendimento de primeiros socorros, tanto em passageiros como tripulantes (deficiência respiratória). As máscaras utilizadas são as do tipo oronasais. As garrafas do sistema portátil de oxigênio para passageiros, elas são equipadas com duas saídas de fluxo contínuo: uma em vermelho ou indicando HI, com fluxo de 4 litros por minutos, sendo utilizada para adultos; e outras em verde ou indicando LO, com fluxo de 2 litros por minutos, para ser utilizada em crianças ou passageiros extremamente idosos. Se a máscara oro - nasal for muito grande para um bebê que necessite oxigênio, poderemos utilizar um copo de plástico que receberá dois orifícios; um para a entrada do tubo condutor, e outro para a saída do ar expirando. Quando for recém nascido, devemos retirar a máscara e colocar a extremidade do tubo a uma distância aproximada de 10 cm do rosto da criança, nesse caso utilizando a saída com fluxo de 4 litros (HI). 1 - SISTEMA DE OXIGÊNIO SISTEMAS DE OXIGÊNIO DE EMERGÊNCIA Os sistemas de oxigênio de emergência subdividem – se em: 1. Sistemas fixos de oxigênio de emergência 2. Sistemas portáteis de oxigênio de emergência. SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 032 2 – SISTEMAS FIXOS DE OXIGÊNIO DE EMERGÊNCIA Sabe – se que quanto maior a altitude, mais rarefeito é o ar; portanto, para que se possa voar a grandes altitudes, é necessário que as aeronaves sejam pressurizadas. Devido ao risco de despressurização, as aeronaves estão equipadas com sistemas fixos de oxigênio, a saber: • Sistema fixo de oxigênio para a cabine de comando • Sistema fixo de oxigênio para a cabine de passageiros 2 - SISTEMA FIXO DE OXIGÊNIO PARA A CABINE DE COMANDO O oxigênio que supre a cabine de comando provém de um cilindro independente, localizado no compartimento de aviônica (porão eletro/ eletrônico) ou junto aos cilindros que contém oxigênio destinado à cabine de passageiros (compartimento de carga). O fluxo de oxigênio possui três seleções: • Sob demanda, misturado com o ar da cabine, • Demanda a 100 % SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 033 • Contínuo a 100 %, sob pressão. Painel regulador do fluxo de oxigênio. • Interruptor de acionamento: ON / OFF • Seletor do teor de oxigênio: 100 % NORMAL • Seletor do fluxo de oxigênio: EMERGENCY/ NORMAL/ TEST ou ON/OFF Observação No B_737-300/500 o painel regulador do fluxo de oxigênio encontra – se acoplado à própria máscara. 3 - A finalidade deste sistema é ser utilizado pelos ocupantes da cabine de comando, como antihipóxia, em caso de despressurização. Como variação na utilização, poderá ser também usada em caso de fumaça na cabine (justamente com o par de óculos). 4 – SISTEMA FIXO DE OXIGÊNIO PARA A CABINE DE PASSAGEIROS Em algumas aeronaves, o oxigênio que alimenta o sistema fixo para a cabine de passageiros está armazenado em cilindros fixos localizados nos porões; em outras, este oxigênio é obtido quimicamente através de módulos distribuídos ao longo da cabine de passageiros (módulos geradores químicos). 5 - CILINDRO FIXO Neste sistema o oxigênio flui dos cilindros, liberando através de válvulas SHUT- OFF, em alta pressão, através de um duto, até o regulador, onde a pressão é reduzida, em seguida, já com baixa pressão, o oxigênio passa, através de dutos, para as PSUS, (Passenger Service Units), cabine de descanso, toaletes e estação de comissários, onde estão as mangueiras e as máscaras oro nasais. SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 034 Nas aeronaves em que o oxigênio do sistema fixo da cabine de passageiros está acondicionado em cilindros, ocorrendo uma despressurização, quando a cabine atingir uma altitude pressão de 14.000 pés, o sistema fixo de oxigênio será acionado automaticamente. 6 - ESQUEMA DO SISTEMA FIXO DE OXIGÊNIO (oxigênio acondicionado em cilindros) 7- Após o acionamento do sistema, as tampas dos alojamentos das máscaras se abrirão (por pressão do fluxo do oxigênio), ficando, estas últimas, penduradas. Para que o oxigênio chegue até as máscaras, é necessário que sejam puxadas em direção ao rosto. Ao se puxar a máscara, um pequeno pino é removido, liberando o fluxo de oxigênio para a respectiva. 8 - Se houver falha no acionamento automático do sistema fixo de oxigênio da cabine de passageiros, o mesmo poderá ser acionado eletricamente, através de um interruptor (manual over ride switch) localizado no painel do mecânico de voo ou no painel superior da cabine de comando (overhead). 9 - MODULOS GERADORES Os módulos geradores são independentes, isto é, podem ser acionados individualmente. As máscaras estão ligadas ao gerador por meio de uma mangueira. Cordéis prendem as máscaras ao pino acionador e o fluxo do gerador em questão será iniciado quando qualquer uma das máscaras ligadas ao mesmo for puxada. Uma vez acionado, o gerador passará a fornecer um fluxo contínuo e ininterrupto de oxigênio durante aproximadamente 15 minutos para todas as máscaras ligadas ao mesmo. Durante o ciclo de geração de oxigênio, a temperatura da face externa do corpo do gerador pode chegar a 260º C, razão pela qual o módulo é protegido por uma placa metálica, cuja finalidade SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 035 é evitar queimaduras. Esta alta temperatura faz também com que, ao ser acionado o gerador, este exale um cheiro característico. Os comissáriosdevem ser atentos, pois em caso de acionamento de todos os geradores, a cabine será invadida por um forte cheiro de queimado, o que poderá provocar inquietação entre os passageiros. MÓDULO GERADOR QUÍMICO DE OXIGÊNIO Instalação vertical (Poltronas de passageiros - estações de comissários e divisórias) MÓDULO GERADOR QUÍMICO DE OXIGÊNIO Instalação vertical (teto) Ocorrendo uma despressurização numa aeronave equipada com módulos geradores, quando a cabine, numa altitude pressão de 14.000 pés, as tampas dos seus alojamentos abrir-se-ão automaticamente (válvula aneróide, ativa quando a altitude e a pressão da cabine atingir o limite acima citado). Se houver falha na abertura automática das tampas dos alojamentos das máscaras, as mesmas o serão eletricamente por meio de um interruptor localizado na cabine de comando. Após uma despressurização, caso a tampa de algum alojamento de máscaras do sistema fixo de oxigênio (quer alimentado por cilindro, quer por módulos) não se abra, o procedimento será abaixá-lo individualmente. Por isso deve-se agir de acordo com o sistema específico de cada aeronave (manual de apresentação de aeronaves). O oxigênio que flui das máscaras oro nasais da cabine de passageiros tem a finalidade exclusiva de atender passageiros e comissários em caso de despressurização (como antihipóxia). É desaconselhável a utilização desse sistema em caso de fumaça e/ou gases tóxicos na SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 036 cabine, por seres as suas máscaras do tipo misturadoras, ou seja, o oxigênio será diluído com o ar ambiente. “NÃO É PERMITIDO FUMAR ENQUANTO ESTE SISTEMA ESTIVER EM FUNCIONAMENTO” 2 – SISTEMA PORTÁTIL DE OXIGÊNIO DE EMERGÊNCIA Compondo este sistema, há o seguinte equipamento: • Capuz anti- fumaça, C. A.F (smoke hood) CAPUZ ANTI – FUMAÇA, C. A. F (SMOKE HOOD) Descrição O equipamento consiste de: • Unidade composta de duas capas flexíveis, internas, de poliéster revestido de P V C ao calor e as chamas, incluindo visor de plástico policarbonatado rígido, com sistema anti – embaçante. • Diafragma de neoprene que veda a parte inferior do capuz, em torno do pescoço • Reservatório metálico de formato anelar, contendo oxigênio sob SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 037 pressão e uma alavanca para acionamento do sistema (A). • Sistema de absorção de CO2 para manter sua concentração abaixo do percentual de 4% (B). • Válvula de pressão positiva que estabiliza a pressão interna do capuz 1 e 2 milibares (C). • Diafragma acústico para permitir a comunicação oral do usuário, mesmo que ele esteja utilizando interfone ou megafone (D). O capuz anti - fumaça, C. A. F. (smoke hood) vem empacotado a vácuo numa embalagem aluminizada e armazenado no interior de uma maleta plástica lacrada. A embalagem aluminizada tem a sua extremidade inferior presa ao fundo da maleta. Dimensões da Maleta 15mm x 315 mm x 70mm Peso da maleta -------------------------------------------------- 1,00 Kg Peso do capuz --------------------------------------------------- 1 , 3 0 K g Armazenamento -------------------------------------- + 70º C a – 40º C Volume de oxigênio -------------------------------------------- 40 litros Pressão do oxigênio ------------------------------------ 150 milibares Autonomia -------------------------------------------- entre 12 -15minutos SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 038 Fluxo de oxigênio Quando o sistema for acionado, o fluxo de oxigênio passará através de um orifício calibre, onde será ajustado em função de duas variáveis: o tempo de utilização do capuz e consumo de oxigênio. O fluxo será contínuo e poderá ser percebido, pelo usuário, um leve ruído á liberação do oxigênio. Inicialmente será mais forte com a finalidade de eliminar o ar tóxico da cabine que tenha ficado retido no interior do capuz; logo a seguir, o fluxo baixará para um nível compensatório de acordo com o consumo do usuário. A pressão interna do capuz será sempre positiva, isto é, maior do que a pressão da cabine. A temperatura interna do capuz nunca excederá 40º C, porque a alta pressão do fluxo de oxigênio refrescará o interior do equipamento. Adequação O capuz anti – fumaça, C. A. F (smoke hood) é um equipamento fabricado para uso de tripulantes da aviação civil e destinado a SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 039 proteger os olhos e o sistema respiratório do usuário contra a fumaça e/ou gases tóxicos, nas seguintes situações: • Combate a um princípio de incêndio localizado, • Pouso em emergência com fumaça densa na cabine e • Evacuação da aeronave com fumaça densa na cabine. Operação O tempo necessário para abrir a maleta, dela retirar o capuz e vesti-lo é de, aproximadamente 10 segundos. Deve-se executar a seguinte operação: • Destravar o fecho da maleta plástica. • Abrir a tampa da maleta. Com este movimento, o lacre será rompido. • Puxar a embalagem aluminizada do interior da maleta. A embalagem aluminizada se rasgará em sua extremidade inferior, liberando o capuz. • Retirar o capuz da embalagem aluminizada • Dilatar a abertura do diafragma de neoprene que veda a parte inferior do capuz e acionar o sistema de oxigênio, empurrando a alavanca acoplada ao reservatório. • Vestir o capuz e respirar normalmente. A alta pressão do fluxo inicial de oxigênio inflará e pressurizará o interior do capuz. Variação na utilização Como variação na utilização, os capuzes anti – fumaça (C. A. F) poderão ser utilizados no cheque pós – despressurização (walk – around procedure) SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 040 Cheque pré- voo: Verificar: • Lacre da maleta plástica • Indicador de integridade, localizado na tampa da maleta: Cor verde OK Cor vermelha SUBSTITUIR NOTA Ocorrendo uma despressurização, o indicador poderá ficar na cor vermelha. O despeito desta indicação, o capuz ainda permanecerá em condição de ser utilizado durante o voo se for necessário. Após o pouso, deve – se solicitar á manutenção sua substituição. Sistema de oxigênio terapêutico O oxigênio terapêutico é constituído de cilindros portáteis com capacidade para 311 litros. Quando carregados em sua capacidade normal, indicarão, nos respectivos manômetros, 1800 psi a 21º C. Cada cilindro está equipado com uma alça de lona para seu transporte e possui duas saídas de fluxo contínuo. • Vermelha (ou indicador HI), com fluxo de 4 litros por minuto • Verde (ou indicador LOW), com fluxo de 2 litros por minuto. As máscaras deste sistema são do tipo oro nasal e misturadoras. São de plástico transparente, descartáveis e estão ligadas a uma mangueira em cuja extremidade se encontra um pino de encaixe. SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 041 Adequação A finalidade deste sistema é atender aos ocupantes da aeronave que se encontrem com insuficiência respiratória. Operação Adaptar o pino de encaixe da mangueira ao cilindro. Girar a válvula de abertura no sentido anti – horário. Verificar se o fluxo está saindo normalmente (indicador junto á máscara): indicação vermelha = bloqueio na passagem do fluxo; indicação verde = liberação á passagem do fluxo. Remover o excesso de gordura do rosto do usuário. Ajustar a máscara ao rosto do usuário, amoldando a pequena tira metálica de uma das bordas sobre o nariz, para evitar fuga de oxigênio e conseqüente lesão ocular. Fixar a tira elástica ao redor da cabeça e respirar normalmente. SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 042 Após a utilização, deve – se fechar a válvula, girando – a no sentido contrário ao de abertura e recolocar no seu lugar de origem, fixando – o com as presilhas. Reportar ao mecânico de voo (ou co-piloto quando for o caso) o propósito da utilização e o número de registro do cilindro,bem como incluir tais observações em relatório. Cheque pré – voo Verificar se: • Os cilindros estão devidamente fixados. • O manômetro indica uma pressão mínima de 1500 psi. • A quantidade mínima de máscaras – 3 para adultos (e, eventualmente, uma para crianças), por cilindros, foi atendida. Nota Em se tratando de recém – nascido, deve- se remover a máscara e posicionar a extremidade da mangueira, a aproximadamente, 10 cm do rosto do bebê, utilizando o fluxo de saída de 4 litros por minuto. Sabe – se que a inalação de oxigênio a 100% com fluxo por minuto, por um tempo superior a 15 minutos, pode ser fatal. Não existe risco de que corra um acidente desta natureza a bordo, pois embora o oxigênio contido nos cilindros portáteis que equipam a frota serem 100%, o fluxo máximo de saída é de 4 litros por minutos. Além do que, este oxigênio, antes de ser inalado, mistura – se dentro da máscara com o gás carbônico exalado pela pessoa e, também, com o ar ambiente. Sempre que houver necessidade de se ministrar oxigênio a algum passageiro, o mesmo não deverá ser abandonado. Os comissários deverão permanecer em constante vigilância. SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 043 Qualquer passageiro que estiver recebendo oxigênio por tempo prolongado, sofrerá um ressecamento no rosto e este equipamento poderá ser utilizado no cheque pós – despressurização. (Walk – Around procedure). Nota É desaconselhável a utilização deste equipamento em presença de fumaça densa. Atenção Sempre que estiver sendo ministrado oxigênio a algum ocupante da aeronave, deve ser rigorosamente observada a proibição de fumar num raio de 3 metros ao redor do equipamento, durante a operação. Cheque pós -despressurização (walk – around – procedure) Após uma despressurização, estando à aeronave nivelada numa altitude pressão equalizada com a altitude de voo, nível entre 25.000 e 10.000 pés (fora do nível de segurança), os equipamentos portáteis com oxigênio poderão ser utilizados, pelos comissários, para a realização do cheque pós – despressurização com as seguintes finalidades: • Abertura individual dos alojamentos de máscaras do sistema fixo que tenham permanecido fechadas, • Assistência a passageiros que estejam apresentando sintomas de insuficiência respiratória. Nota Sempre que a aeronave nivelar FORA DO NÍVEL DE SEGURANÇA, este procedimento deverá ser executado, entretanto somente SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 044 após o aviso de nivelamento da aeronave proveniente da cabine de comando. Preparação Podem-se utilizar, neste procedimento, os seguintes equipamentos portáteis com oxigênio: • Cilindro portátil com oxigênio terapêutico – conectar os pinos das mangueiras de duas máscaras oro nasais as saídas de fluxo contínuo (vermelha – HIGH e verde – LOW), sendo que após a verificação da passagem de fluxo por ambas as mangueiras, o comissário deverá vestir aquela cujo fluxo é de 2L /min. (verde – LOW), e destinará a outra (vermelha – HI) de 4 l /min. a uma passageiro que necessite de oxigênio suplementar. • Capuz anti – fumaça C. A. F (smoke hood) – vestir o capuz e conectar o pino da mangueira de uma máscara oro nasal á saída de 4 L/min. (vermelha – HI) de um cilindro portátil com oxigênio terapêutico. Após a verificação da passagem do fluxo contínuo, proceder ao atendimento. Comunicação A comunicação contribui de forma importante para se atuar com sucesso numa situação de emergência. Deve - se estabelecer uma comunicação constante com a cabine de comando, sempre que possível, manter os passageiros bem informados. Comunicação inter-tripulação É da responsabilidade do chefe de equipe obter junto á cabine de comando informações sobre o andamento do voo. A comunicação entre tripulantes é feita através de interfones. Sempre que houver necessidade de informar a equipe sobre alguma ocorrência SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 045 ou anormalidade, o chefe de equipe a comunicará diretamente a todos os comissários ou aos supervisores de cabine e estes, por sua vez, aos comissários auxiliares. O atendimento a cabine de comando poderá ser feito através do interfone ou pessoalmente, indo-se até lá. Este atendimento deve ser imediato, permanecendo – se na cabine de comando o mínimo de tempo necessário. Comunicação Tripulação/ passageiros A comunicação aos passageiros é feita através de P. A (Public Address) ou, no caso de falha deste sistema, por meio de megafone. O chefe de equipe é o responsável pelos anúncios de bordo, mas poderá delegar esta função a qualquer outro comissário. Quando for necessário algum comunicado aos passageiros, o comissário deve: • Fazer uso do P.A ou megafone. • Identificar-se ao falar • Adotar uma postura tal que a coluna fique na posição vertical (ereta) para que não haja compressão do diafragma, dificultando a respiração e prejudicando, conseqüentemente, a alocução. • Fazer o anúncio em voz clara e compassadamente Todas as recomendações acima devem ser seguidas com rigor, pois o anúncio de bordo reflete, aos olhos do passageiro, o estado emocional, não só de quem faz, mas de toda a tripulação da aeronave. É através dele que são transmitidas, dentre outras informações, os procedimentos de segurança. SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 046 Imagens, por vezes, falam mais do que palavras. Portanto, independente da situação, é de vital importância não deixar transparecer preocupação para que os passageiros não tirem conclusões errôneas sobre o que está acontecendo. É importante informar ao passageiro quaisquer mudanças que ocorram (atraso, turbulência, suspensão do serviço de bordo, mudança do itinerário, etc.). Deve-se lembrar que uma satisfação ao passageiro virá a acalmá-lo, evitando tumultos e possível clima de apreensão. Uma notificação ao passageiro, sempre que for feita, deverá ter o objetivo de orientá-lo, esclarecendo de maneira calma, pausada e, acima de tudo, profissional, o que estiver acontecendo. Além de estar atento as chamadas do interfone, o comissário deve estar bastante atento, também, ás chamadas dos passageiros. É importante atendê-las de imediato, pois apesar de não ser o mais freqüente, naquele momento o passageiro poderá estar necessitando de um atendimento de urgência (por passar mal) ou ter detectado fumaça, fogo, ou ainda, por qualquer outra situação anormal. Um passageiro satisfeito passa a ser um componente a mais, que poderá vir a auxiliar o grupo de comissários numa eventual situação de emergência. As chamadas provenientes dos toaletes servem como alerta aos comissários caso algum usuário necessite de atendimento por razões diversas. Se a porta do toalete estiver trancada, deve – se questionar o ocupante sobre o que está acontecendo. Caso não haja resposta, o comissário deverá abrir a porta pelo lado externo. Megafone Megafone são amplificadores portáteis de som. Alguns são alimentados por pilha comum e outros por pilha seca. Os megafones ampliam a voz do operador para orientação dirigida, caso seja impossível a utilização do sistema normal de SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 047 comunicação. Alguns megafones são também providos de um alarme sonoro para ser usado como sinalizador. Para acioná-lo, basta retirar o pino de seu orifício e ele passará a emitir um sinal que se propaga a grande distância. Após um pouso de emergência, caso um grupo tenha saído para reconhecimento da área e se perca, não conseguindo retornar ao ponto onde se encontram os demais sobreviventes, estes poderão acionar o alarme, possibilitando aos perdidos orientarem – se pelo sinal, facilitando o retorno dos mesmos ao ponto de partida. Operação• Pressionar o gatilho ou botão, mantendo – o pressionado enquanto fala. • Nos megafones sem controle de volume, manter os lábios em contato com o megafone. • O volume de saída depende da intensidade da voz. • NÃO colocar a mão sobre o microfone. • Falar devagar e compassadamente, USANDO TERMINOLOGIA QUE OS PASSAGEIROS POSSAM ENTENDER. Nos megafones alimentados a pilha comum, caso, ao pressionar o gatilho ou botão, não haja sinal de microfonia, verificar a colocação das pilhas. O correto são pólos positivos e negativos alternados. Cheque pré (machadinha) Verificar se a(s) machadinha(s) da cabine de comando (quando houver) encontra(m) – se devidamente fixada(s). SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 048 Poltronas para passageiros e estações de comissários Poltronas e cintos de segurança para passageiros As poltronas para passageiros estão equipadas com cintos de segurança de retenção abdominal, que deverão estar afivelados e ajustados durante decolagens, pousos ou se o aviso luminoso de ATAR CINTOS estiver aceso. Como procedimento de segurança, deve – se recomendar aos passageiros que mantenham seus cintos de segurança sempre afivelados (não necessariamente ajustados) enquanto estiverem sentados. Sempre que houver um adulto segurando um passageiro “COLO”, o cinto DEVERÁ ser ajustado somente no adulto, a criança deverá estar segura pelos braços do adulto. Em pousos normais, o acender do aviso luminoso de “ATAR CINTOS” é geralmente, o sinal para os comissários iniciarem a preparação da cabine para o pouso. Os passageiros deverão retornar aos seus respectivos lugares e afivelarem seus cintos de segurança. Em casos de turbulência, a responsabilidade de ligar o aviso luminoso de “ATAR CINTOS” é da cabine de comando, mas, sempre que isto SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 049 ocorrer, o chefe de equipe deverá consultar o comandante sobre a intensidade da turbulência e sobre a continuação ou não do serviço. É de vital importância que os passageiros sejam informados sobre as alterações que ocorram e que digam respeito a sua segurança e conforto. Sempre que houver a iminência de uma turbulência, o chefe de equipe, após receber autorização da cabine de comando, deverá comunicar o fato aos passageiros. Tão logo seja feito o anúncio (vide manual de anúncios), os comissários deverão verificar se todos os passageiros estão com cintos de segurança devidamente afivelados. Verificar também se todos os materiais de segurança estão devidamente afivelados. Verificar também se todo o material de galley está bem seguro. Em seguida, ocuparão as respectivas estações e afivelarão igualmente os seus cintos de segurança, permanecendo sentados até uma contra ordem. Sob cada conjunto de poltronas há uma barra de retenção. A finalidade desta barra é, caso haja uma desaceleração, manter seguros os volumes que estão sob as poltronas. Se, ao pousar, houver um impacto maior com a pista ou, ao tentar decolar, ocorre um aborto de decolagem com impacto, os passageiros poderão sofrer fraturas na coluna caso estejam com suas poltronas reclinadas. Para evitar tal possibilidade, as normas de segurança requerem que todas as poltronas estejam na posição vertical durante decolagens e pousos. “É da responsabilidade dos comissários checarem, em decolagens e pousos, todas as poltronas em posição vertical, bem como todos os cintos de segurança corretamente afivelados”. Poltronas e cintos de segurança para comissários As poltronas para comissários são denominadas ESTAÇÕES DE COMISSÁRIOS e se encontram próximo as saídas de emergência da SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 050 aeronave. Os assentos das estações de comissários são retrateis e os cintos de segurança são de retenção tóraco-abdominal EQUIPAMENTO DE SINALIZAÇÃO Pode ser dividido em dois grupos: • Equipamento de sinalização em evacuação e • Equipamento de sinalização em sobrevivência. Equipamentos de sinalização em evacuação Luzes de emergência Todas as aeronaves comerciais estão, obrigatoriamente, equipadas com um sistema de luzes de emergência dotado de força própria (baterias), independentes do sistema normal de iluminação. As luzes de emergência foram projetadas para funcionar automaticamente no caso de falha do sistema normal e continuar funcionando por um determinado período após ter ocorrido a falha. Há luzes de emergência tanto interna quanto externamente. Luzes de emergência internas Na área interna, há luzes de emergência acima da porta da cabine de comando e acima de cada saída de emergência da cabine de passageiros. Há também pontos de luzes brancos e vermelhos no assoalho. Os de cor vermelha indicam as saídas de emergência. Nas aeronaves com dois corredores há uma luz de emergência em cada corredor transversal. Luzes de emergência externas Na área externa há luzes de emergência junto a todas da cabine de passageiros e também na área sobre a asa, com facho luminoso SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 051 incidindo nos flaps. A finalidade específica da luz que incide sobre os flaps é possibilitar a verificação de possíveis danos nos mesmos que possam danificar as escorregadeiras ou provocar ferimentos em pessoas que, eventualmente, evacuem por aquela área. Interruptor da cabine de comando ON – Liga todo o sistema de luzes de emergência. ARMED – Armar o sistema para o seu acionamento automático, no momento em que for desligado o sistema elétrico da aeronave. OFF – Desliga todo sistema de luzes de emergência. Interruptor da cabine de passageiros ON - Liga todo o sistema, independente da posição do interruptor da cabine de comando. NORMAL – Luzes apagadas, as mesmas que ativadas pelo interruptor da cabine de comando. Todos os comissários devem saber a localização do interruptor de acionamento das luzes de emergência localizado na cabine de passageiros, bem como operá-lo estando a aeronave às escuras. As luzes de emergência somente deverão ser acesas após a parada completa da aeronave, pois, devido à localização de uma das luzes da cabine de comando, o acendimento das mesmas durante a operação de pouso poderá provocar uma cegueira momentânea nos pilotos, devido ao reflexo da luz nos painéis. As luzes de emergência não devem ser usadas como luzes de trabalho. Sua utilização é restrita a situações de emergência, devido à curta duração das baterias que as alimentam. SEGURANÇA E EMERGÊNCIA 052 Esta duração varia de acordo com o fabricante da aeronave, tendo um tempo médio de duração de 20 minutos. São, também, equipamentos de sinalização em evacuação: • Lanterna (uma para cada tripulante). • Alarme de evacuação – EVAC (na frota atual, é encontrado nos DC-10 e B-767) Por ser um dado específico, o sistema EVAC será abordado nos manuais de apresentação das aeronaves B-767 e DC-10. Por motivo de segurança nos pousos e decolagens em períodos noturnos, a iluminação interna da aeronave deverá estar na menor luminosidade existente. Equipamentos de sinalização em sobrevivência Radiofaróis de emergência (beacon) O radiofarol de emergência (emergency radio beacon) deve ser acionado imediatamente após a evacuação dos ocupantes de uma aeronave acidentada, para fornecer às equipes de busca e salvamento as coordenadas do local do acidente. * O tempo de duração da bateria do rádio BEACON – 48 horas. Modelo rescu 99 Em todas as aeronaves há, pelo menos, um radiofarol de emergência modelo RESCU 99. É uma unidade compacta, operada por uma bateria ativada à base de água. Acima do estojo da bateria há uma tira de aproximadamente 18 metros de comprimento, cuja finalidade é manter o equipamento preso à embarcação ou à margem de algum curso
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