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Aula sobre Ortografia

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
Curso de Comunicação Social
23/03/11
Prof. Ozanir Roberti Martins
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AULA 3 – ORTOGRAFIA
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3.1. A ORTOGRAFIA E SEUS PRINCÍPIOS BÁSICOS
3.1.1. A etimologia e a pseudoetimologia
- A pseudoetimologia histórica e a proposta de escrita científica e fonética de Gonçalves Viana.
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em todo o edifício d’esta ordem!
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- aviso anterior a 1911, em uma placa na parede de uma igreja, na cidade do Porto, em Portugal.
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Texto 1
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	Há uma ideia geral de que uma ortografia é tanto mais perfeita quanto mais fonética for. Isto é verdade somente no caso de uma língua cujo número de falantes é relativamente pequeno e que não tem grandes variações dialetais ou sociais, porém não é válido para idiomas, como o português, que tem uma grande distribuição geográfica. 	Na nossa língua, é impossível uniformizar a escrita, pois uma grafia seria fonética para uma variante do idioma, mas não para outra.
		
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	Assim, no caso do português, para escrever foneticamente, por exemplo, o número "20", poderiam eventualmente usar-se as escritas bint (pronúncia do Porto), vint (Lisboa), vintchi (Rio de Janeiro), vinte (Curitiba), vinti (Luanda). 
	Isso apenas demonstra que, para uma grande língua, a escrita totalmente fonética não é viável.
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3.1.2. Os Acordos ortográficos
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	Após divergências no início do Século XX, Portugal e Brasil iniciaram movimentos para tornar o idioma único em termos de escrita; daí os acordos. 
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Texto 2
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		No ano de 1924, a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras iniciaram entendimentos visando a uma ortografia comum. Chegou-se a um acordo preliminar em 1931, o qual, praticamente, adotava a ortografia portuguesa de 1911, iniciando-se, assim, um longo processo de convergência das ortografias dos dois países. Contudo, os vocabulários que se publicaram, em 1940 (Academia das Ciências de Lisboa) e 1943 (Academia Brasileira de Letras), continham ainda algumas divergências. Por isso, houve, ainda em 1943, em Lisboa, uma nova convenção ortográfica, que deu origem ao Acordo Ortográfico de 1945. Este tornou-se lei em Portugal por vontade da ditadura ainda em 1945. No Brasil, porém, não havia mais ditadura e ele não foi ratificado pelo Congresso; por isso, os brasileiros continuaram a regular-se pela ortografia do Formulário Ortográfico de 1943.
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Texto 3
A Era do Aurélio
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 	Com o Acordo de 1971, começa uma nova era no Brasil: a “Era do Aurélio”. Três pequenas alterações tornaram todos os dicionários desatualizados, e o novo, lançado pela Nova Fronteira, assumiu a responsabilidade de fixar os modelos da nova ortografia. Sua força foi tão grande, que, praticamente, nem se falou mais em vocabulários oficiais.
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Conheça as mudanças de 1971
1ª.) desaparece o acento diferencial de timbre, empregado nas homônimas homógrafas de vogal tônica fechada com o objetivo de distingui-las das abertas:
- “gôsto” (substantivo) perde o acento que a diferenciava de “gosto” (verbo); “sêde” (substantivo, vontade de beber) perde o acento que a diferenciava de “sede” (substantivo, da empresa); “colhêr” (verbo) perde o acento que a diferenciava de “colher” (substantivo) – passam a ser “gosto”, “sede”e “colher”.
- Exceção única: “pôde”, passado do verbo “poder”, mantém o acento que o diferencia de “pode”, presente do mesmo verbo.
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2ª.) desaparece o acento de sílaba subtônica nas palavras derivadas com os sufixos “-mente” e “-zinho/a”:
- “sòzinho”, “sòzinha” e “sòmente” – perdem os acentos que mantinham depois da derivação de “só”- passam a se escrever: “sozinho”, “sozinha” e “somente”
3ª.) desaparece o trema dos hiatos átonos:
- “saüdável” e “saüdade” passam a ser “saudável” e “saudade” 
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3.1.3. Grafia das vogais, semivogais e consoantes
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		A grafia das vogais, das semivogais e das consoantes obedece basicamente ao texto de 1943 e, pela continuidade, não representam maiores problemas, apesar de nós aprendermos a usá-las sem conhecer algumas das regras mais simples. Por exemplo:
1ª.) a palavra latina “deficit”, sendo aportuguesada, passa a ser “défice”, porque não se pode terminar palavra com “t” e o som /I/ (arquifonema vocálico anterior) final deve ser escrito com a letra “e”; 
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2ª.) “pai” e “pau” escrevem-se com “i” e “u”, porque fazem parte de ditongos orais, enquanto “mãe” e “pão” são com “e” e “o”, porque são os finais de ditongos nasais.
3ª.) “falaram” é com “-am” por ser o ditongo final átono, enquanto “falarão” é com “-ão” por ser ele tônico; tanto que, “custam” é com “-am”, por ter o ditongo átono, enquanto “estão” é com “-ão” por ser tônico o ditongo.
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3.1.4. Os demais grafemas
		Fonemas são os sons distintivos da nossa fala, e grafemas são as menores unidades contrastivas de uma língua escrita, incluindo desde as letras até qualquer outro sinal utilizado, como números (1, 2, 25, 1.000...), acentos gráficos [agudo (´), circunflexo (^), grave (`)], sinais diacríticos [apóstrofo (‘), til (~), cedilha (¸) e hífen (-)], além dos de pontuação [ponto (.), vírgula (,), ponto e vírgula (;), dois-pontos (:), ponto de interrogação (?), ponto de exclamação(!), aspas (“ ”), parênteses (( )), travessão (‒) e reticências (...)].
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		Veja só: na palavra “ATENÇÃO”, contam-se sete letras: a, t, e, n, ç, ã e o; há, ainda dois sinais diacríticos, a cedilha e o til. Vale saber que, nela, existem oito fonemas: 
	/a/, /t/, /e/, /N/, /s/, /a/, /w/ e /N/. 
3 vogais: /a/, /e/ e /a/
1 semivogal: /w/
4 consoantes: /t/, /N/, /s/, e /N/
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Há três acentos que usamos no português: 
- o acento agudo, que indica sílaba forte aberta (“céu”, “cólica”, “cátedra”) ou nasal forte singular (“contém”, “convém”);
o circunflexo, que indica sílaba forte fechada (“têmpera”, “fôlego”) ou nasal forte plural (“têm”, “vêm”, “contêm”, “convêm”);
- e o grave, que indica um “a” tônico aberto, devido a uma crase (“à”, “às”, “àquele”, “àquela”, “àquilo”) ou para evitar ambiguidade (“à”).
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1) O português tem detalhes curiosos.
2) As línguas têm certos mistérios.
3) Isto convém a vocês.
4) Tais ideias convêm a nossos modelos.
5) Saiu a noite.
6) Saiu à noite. 
7) Está na hora de aprender a distância.
8) Está na hora de aprender à distância.
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Temos, ainda, os sinais diacríticos: o apóstrofo, que indica a supressão de letra (“caixa d’água”), a cedilha, que torna o “c” sibilar antes de “a”, “o” e “u” (“caçador”, “cansaço” e “açúcar”), o til, que serve para indicar nasalidade (“anão”, “mães”, “nações”, “irmã”) e o trema (ainda usado em palavras estrangeiras e suas derivadas (“Bündchen”, “bündcheniana”). 	
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