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Educação ambiental e a educação continuada de professores

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Educação ambiental e a educação continuada de professores(as)
Eduardo Beltrão de Lucena Córdula
Mestrando (UFPB); licenciado em Biologia (UFPB); pesquisador do Gepea-Gepec (UFPB)
A Educação Básica por si só não consegue mais atender às reais necessidades da sociedade contemporânea, em virtude das grandes crises sociais e ambientais pelas quais passamos (CÓRDULA, 2010). Por essa razão, há décadas vêm se criando educações paralelas para suprir tais carências que vão além do trabalho docente, como a educação sexual, a do trânsito, a do cidadão etc. Sendo assim, a educação ambiental (EA) vem desde a década de 1940 sendo implantada em todas as esferas da sociedade, com ênfase no âmbito formal na escola, para tratar de questões inerentes às relações do ser humano com este planeta (CÓRDULA, 2012; TANNER, 1976).
Por meio de projetos de pesquisa e formação de professores temos tratado de tal temática, mudando o atual paradigma e modificando os paradoxos dessa convivência para nossa própria sobrevivência (CÓRDULA, 2012). Nas escolas, a EA não pode ser apenas um modismo, um fazer pontual mediante ações pouco expressivas; deve ser uma proposta de longa duração a ser implantada de forma maciça na sociedade (CÓRDULA; NASCIMENTO, 2012a). Sendo assim, seja ela formal no âmbito escola, não formal nos demais setores sociais ou informal, utilizando múltiplos meios para atingir toda a sociedade, deve ser implantada como meio de promover a tão almejada sustentabilidade socioambiental (CÓRDULA; NASCIMENTO, 2012b).
Figura 1 – Educação Ambiental na educação continuada de professores(as) para formação do ser humano
“Para que o aluno consiga aprender com efetividade, é preciso que a proposta de ensino alie teoria à prática vivencial” (CÓRDULA, 2011, p. 14), razão pela qual é necessária uma “educação continuada” que supra todas as necessidades dos profissionais do magistério desde a sua formação acadêmica até a sua atuação profissional (SATO, 2001), para que, consigamos ter um aluno sensibilizado, consciente e crítico de seu papel dentro da sociedade.
Qual o professor que queremos formar? – perguntamo-nos frequentemente. Certamente é aquele cuja atuação conta para melhorar a situação ambiental global, mesmo que atue numa classe multisseriada, em que o quadro de giz esburacado pouco conta, pois sua voz eleva-se acima das dificuldades e enleva as crianças e jovens ali presentes. Um professor que seja capaz de motivar seus alunos ao exercício da criticidade, da cidadania, do posicionamento e da atuação nas questões ambientais que os cercam (COSTA, 2001, p. 83).
Os professores, por outro lado, demonstram certa resistência à educação continuada devido às terminologias empregadas anteriormente para tal finalidade, pois atingem diretamente a sua competência e a sua capacidade; conforme Sato (2001, p. 7) afirma, termos como reciclagem, treinamento, capacitação, qualificação e formação inicial e continuada, devem ser substituídos pela educação continuada. Segundo a mesma autora, tal problema não teria surgido se a LDB (1996) não tivesse dividido a educação em ensinos, induzindo também à fragmentação ou superficialidade da formação dos licenciados, o que provoca uma pressuposta contínua manutenção de sua formação.
A educação continuada, portanto, deve ser instituída como forma de atender às necessidades dos professores, em virtude da realidade que vivenciam e não simplesmente vir como pacotes e programas prontos, fechados e acabados (SATO, 2001), caso contrário tornam-se pouco aplicáveis às reais necessidades da escola contemporânea. O mais importante é que nós, que fazemos a educação continuada, devemos posteriormente acompanhar e avaliar todo o processo para auxiliar nas dificuldades que vão surgindo durante a aplicação prática dos conhecimentos assimilados pelos professores em sua atuação cotidiana (MEDINA, 2001).
Figura 2 – Atuação da Educação Ambiental formal pelos professores
Um grande desafio aos facilitadores da educação continuada está em envolver a gestão, coordenação e supervisão escolar nesse processo, já que possuem total responsabilidade no fazer educativo e, em muitos casos, preferem ficar à parte do processo, deixando todo o fazer e o pensar a cargo dos professores.
Competências é um termo empregado aqui para se referir à bagagem de informações e saberes necessários (pedagógicos, didáticos, científicos e de conteúdo) para um profissional atuar ativamente de forma ética, compromissada, responsável e na busca de mudanças necessárias na formação humana.
Por outro lado, vemos a incapacidade de auxílio por parte desses três segmentos, em virtude da falta decompetências necessárias para que sejam coautores dos professores nesse processo de implantação de projetos e programas em Educação Ambiental nas escolas, e ficam à parte por não se envolverem, e a escola acaba navegando pelos mares dos modismos contínuos que culminaram em uma pseudossustentabilidade (CÓRDULA; NASCIMENTO, 2012b).
Referências
BRASIL. Lei 9.394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996. Disponível em:http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf. Acesso em: 23 jan. 2013.
CÓRDULA, Eduardo Beltrão de Lucena. Educação Ambiental Integradora (EAI): unindo saberes em prol da consciência ambiental sobre a problemática do lixo. Revista Brasileira de Educação Ambiental, v. 5, n° 1, p.96-103, 2010. Disponível em:http://www.seer.furg.br/revbea/article/view/1699. Acesso em: 09 dez. 2010.
______. Aula de campo: ferramenta para conscientização do aluno em Educação Ambiental. Revista do Professor, Porto Alegre, ano 27, n° 107, p.14-15, jul.-set./2011.
______. Educação Socioambiental na escola. Cabedelo: EBLC, 2012, 98p.
CÓRDULA, Eduardo Beltrão de Lucena; NASCIMENTO, Glória Cristina Cornélio. Modismos em Educação Ambiental. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, 23 out. 2012. Disponível em:http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/meioambeinte/0035.html. Acesso em 23 out. 2012.
______; ______. A hermenêutica da Educação Ambiental e o paradoxo da sustentabilidade. REGET, UFSM, Santa Maria, v. 8, n° 8, p. 1.573-1.580, set-dez/2012b.
COSTA, Aurora F. C. Formação de professores para inclusão da Educação Ambiental no Ensino Fundamental. In: BRASIL. Panorama da Educação Ambiental no Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 2001, p. 83-87.
MEDINA, Naná Minnini. A formação dos professores em Educação Ambiental. In: BRASIL.Panorama da Educação Ambiental no Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 2001, p. 17-24.
SATO, Michèle. Formação em Educação Ambiental – da escola à comunidade. In: BRASIL. Panorama da Educação Ambiental no Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 2001, p. 07-15.

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