2006.Urbinati, Nadia. O que torna a representacÌ_ão democraÌ_tica

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%STE TRABALHO Ï UMA SÓNTESE DO PRIMEIRO CAPÓTULO DO MEU
LIVRO $EMOCRACIA 2EPRESENTATIVA� 0RINCÓPIOS E 'ENEALOGIA �2EPRE
SENTATIVE $EMOCRACY� 0RINCIPLES AND 'ENEALOGY	� QUE SERÉ PUBLI
CADO PELA 5NIVERSITY OF #HICAGO 0RESS� 0ARA AUXILIAR O LEITOR�
IREI ESBO AR OS ARGUMENTOS PRINCIPAIS DO LIVRO�
.A OBRA� INVESTIGO AS CONDI ÜES QUE TORNAM A REPRESEN
TA ÎO DEMOCRÉTICA UM MODO DE PARTICIPA ÎO POLÓTICA QUE
POSSA ATIVAR UMA VARIEDADE DE FORMAS DE CONTROLE E SUPER
VISÎO DOS CIDADÎOS� !RGUMENTO QUE A DEMOCRACIA REPRESEN
TATIVA Ï UMA FORMA DE GOVERNO ORIGINAL� QUE NÎO Ï IDÐNTI
CA Ì DEMOCRACIA ELEITORAL� !O INVÏS DE USAR UMA ESTRATÏGIA
POLÐMICA� PROCURO ILUMINAR AS SUPOSI ÜES NÎO QUESTIONADAS
QUANTO Ì PROXIMIDADE E PRESEN A FÓSICA QUE APØIAM A IDÏIA
DE QUE A DEMOCRACIA DIRETA Ï SEMPRE A FORMA POLÓTICA MAIS
DEMOCRÉTICA� E A REPRESENTA ÎO� UM RECURSO OU UMA ALTERNA
TIVA SECOND BEST� 6ALHO
ME DOS TRABALHOS SEMINAIS DE (ANNA
0ITKIN E "ERNARD -ANIN PARA DEMONSTRAR QUE A REPRESEN
/ 15% 4/2.! ! 2%02%3%.4!ÜÄ/ $%-/#2¸4)#!�
.ADIA 5RBINATI
 !PRESENTADO NO %NCONTRO !NUAL DA !MERICAN 0OLITICAL 3CIENCE !SSOCIATION �!PSA	�
7ASHINGTON �%5!	� SETEMBRO DE ����� 4RADU ÎO DE -AURO 3OARES�
/ QUE TORNA A REPRESENTA½áO DEMOCRÕTICA�
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
���� ����
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TA ÎO POLÓTICA Ï UM PROCESSO CIRCULAR �SUSCETÓVEL AO ATRITO	
ENTRE AS INSTITUI ÜES ESTATAIS E AS PRÉTICAS SOCIAIS� #OMO TAL�
A DEMOCRACIA REPRESENTATIVA NÎO Ï NEM ARISTOCRÉTICA NEM
UM SUBSTITUTO IMPERFEITO PARA A DEMOCRACIA DIRETA� MAS UM
MODO DE A DEMOCRACIA RECRIAR CONSTANTEMENTE A SI MESMA
E SE APRIMORAR� ! SOBERANIA POPULAR� ENTENDIDA COMO UM
PRINCÓPIO REGULADOR hCOMO SEv GUIANDO A A ÎO E O JUÓZO POLÓ
TICOS DOS CIDADÎOS� Ï UM MOTOR CENTRAL PARA A DEMOCRATIZA
 ÎO DA REPRESENTA ÎO�
.O LIVRO� UTILIZO UMA ABORDAGEM GENEALØGICA PARA
ILUSTRAR ESSA TEORIA DA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA� $E FATO�
ESTUDIOSOS DAS INSTITUI ÜES POLÓTICAS ESTÎO DE ACORDO COM
QUE OS PRINCÓPIOS CENTRAIS DO GOVERNO REPRESENTATIVO
FORAM ESTABELECIDOS NO SÏCULO DEZOITO COM O PROPØSITO
DE REFREAR A DEMOCRACIA E CONSTRUIR UM GOVERNO LIMITADO
E� DESTA FORMA� RESPONSÉVEL� / QUADRO QUE DESENHO �POR
MEIO DE UM EXAME CRÓTICO DAS TEORIAS DA REPRESENTA ÎO DE
2OUSSEAU� +ANT� 3IEYÒS� 0AINE E #ONDORCET	 MOSTRA QUE AS
COISAS SÎO UM POUCO MAIS COMPLICADAS� ! IDÏIA DO GOVER
NO REPRESENTATIVO COMO INTRINSECAMENTE SINGULAR PRODU
ZIU DUAS ESCOLAS DISTINTAS DE PENSAMENTO QUE PODEM SER
REFERIDAS� RESPECTIVAMENTE� COMO UM MODELO ELEITORAL DE
DEMOCRACIA E UM MODELO REPRESENTATIVO� ! PRIMEIRA ENDOS
SAVA UMA VISÎO DA REPRESENTA ÎO QUE COMBINOU ELITISMO
NAS INSTITUI ÜES POLÓTICAS �O ÞNICO LOCAL TANTO DA DELIBERA
 ÎO BEM COMO DO VOTO	 E LEGITIMA ÎO POPULAR �LOCALIZADA NA
VOTA ÎO ATRAVÏS DA ELEI ÎO	� NA QUAL O PRIMEIRO CONSISTIRIA
NO DOMÓNIO DA COMPETÐNCIA E A ÞLTIMA NO DOMÓNIO DO CON
SENTIMENTO� .ESTA VISÎO� A REPRESENTA ÎO SE FUNDA NO PRIN
CÓPIO DA DIVISÎO DO TRABALHO E EM UMA SELE ÎO FUNCIONAL
DE EXPERTISE� ! SEGUNDA ESCOLA DE PENSAMENTO ERA EXPLICITA
MENTE DEMOCRÉTICA E VISAVA EVITAR A CONCENTRA ÎO DA FONTE
DE LEGITIMA ÎO NAS INSTITUI ÜES ESTATAIS E A REDU ÎO DO CON
SENTIMENTO POPULAR A UM ATO DE AUTORIZA ÎO� .ESTA VISÎO�
A REPRESENTA ÎO SE FUNDA NA TEORIA DO CONSENTIMENTO� QUE
.ADIA 5RBINATI
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
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VÐ A ELEI ÎO COMO A EXPRESSÎO DO DIREITO DE PARTICIPAR EM
ALGUM NÓVEL DA PRODU ÎO DAS LEIS� NÎO COMO UM MÏTODO DE
TRANSFERÐNCIA DAS PREFERÐNCIAS IDIOSSINCRÉTICAS DAS PESSOAS A
PROlSSIONAIS POLÓTICOS SELECIONADOS� $ESDE O SÏCULO DEZOI
TO� TEØRICOS DA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA �A SABER� 0AINE E
#ONDORCET	 PROPUSERAM SITUAR A REPRESENTA ÎO DENTRO DE
UM MISTO COMPLEXO DE DELIBERA ÎO E VOTO� AUTORIZA ÎO FOR
MAL E INmUÐNCIA INFORMAL� QUE ENVOLVIA TANTO REPRESENTAN
TES QUANTO CIDADÎOS� %M VEZ DE UM ESQUEMA DE DELEGA ÎO
DA SOBERANIA� ELES VIAM A REPRESENTA ÎO COMO UM PROCESSO
POLÓTICO QUE CONECTA SOCIEDADE E INSTITUI ÜES�
5MA TEORIA DA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA ENVOLVE UMA
REVISÎO DA CONCEP ÎO MODERNA DE SOBERANIA POPULAR QUE
CONTESTE O MONOPØLIO DA VONTADE NA DElNI ÎO E NA PRÉTICA
DA LIBERDADE POLÓTICA� %LA MARCA O lM DA POLÓTICA DO SIM OU
NÎO E O INÓCIO DA POLÓTICA COMO UMA ARENA DE OPINIÜES CON
TESTÉVEIS E DECISÜES SUJEITAS Ì REVISÎO A QUALQUER TEMPO� )SSO
AMPLIlCA O SIGNIlCADO DA PRØPRIA PRESEN A POLÓTICA� PORQUE
FAZ DA VOCALIZA ÎO SUA MANIFESTA ÎO MAIS ATIVA E CONSOANTE E
DO JUÓZO ACERCA DAS LEIS E POLÓTICAS JUSTAS E INJUSTAS SEU CON
TEÞDO� 0ODE
SE DIZER QUE A REPRESENTA ÎO POLÓTICA PROVOCA
A DISSEMINA ÎO DA PRESEN A DO SOBERANO E SUA TRANSFORMA
 ÎO EM UMA TAREFA CONTÓNUA E REGULADA DE CONTESTA ÎO E
RECONSTRU ÎO DA LEGITIMIDADE� 0ORTANTO� EMBORA A AUTORIZA
 ÎO ELEITORAL SEJA ESSENCIAL PARA SE DETERMINAR OS LIMITES E A
RESPONSABILIDADE DO PODER POLÓTICO� ELA NÎO NOS DIZ MUITO
A RESPEITO DA VERDADEIRA NATUREZA DA POLÓTICA REPRESENTATIVA
EM UMA SOCIEDADE DEMOCRÉTICA� !S ELEI ÜES hENGENDRAMv A
REPRESENTA ÎO� MAS NÎO hENGENDRAMv OS REPRESENTANTES� .O
MÓNIMO� ELAS PRODUZEM UM GOVERNO RESPONSÉVEL E LIMITADO�
MAS NÎO UM GOVERNO REPRESENTATIVO�
)SSO ME LEVA A ARGUMENTAR QUE A REPRESENTA ÎO ATIVA
UM TIPO DE UNIlCA ÎO POLÓTICA QUE NÎO PODE NEM SER DEl
NIDA NOS TERMOS DE UM ACORDO CONTRATUAL ENTRE ELEITORES E
ELEITOS� NEM DECOMPOSTA EM UM SISTEMA DE COMPETI ÎO QUE
/ QUE TORNA A REPRESENTA½áO DEMOCRÕTICA�
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
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APONTE AQUELES QUE DEVERÎO PRONUNCIAR O INTERESSE GERAL
DE TODOS� 5M REPRESENTANTE POLÓTICO Ï ÞNICO NÎO PORQUE
SUBSTITUI O SOBERANO NA APROVA ÎO DAS LEIS� MAS PRECISA
MENTE PORQUE ELE NÎO Ï UM SUBSTITUTO PARA O SOBERANO
AUSENTE �A PARTE QUE SUBSTITUI O TODO	� UMA VEZ QUE ELE
PRECISA SER CONSTANTEMENTE RECRIADO E ESTAR DINAMICA
MENTE EM HARMONIA COM A SOCIEDADE PARA APROVAR LEIS
LEGÓTIMAS� #OM BASE NISSO� Ï CORRETO AlRMAR QUE A DEMO
CRATIZA ÎO E O PROCESSO REPRESENTATIVO COMPARTILHAM UMA
GENEALOGIA E NÎO SÎO ANTITÏTICOS� / JUÓZO E A OPINIÎO SÎO
SEDES DA SOBERANIA TANTO QUANTO A VONTADE� SE ADMITIRMOS A
SOBERANIA COMO CORRESPONDENDO A UMA TEMPORALIDADE ININ
TERRUPTA E A INmUÐNCIA INCALCULÉVEL DOS PRINCÓPIOS E IDEAIS
BÉSICOS CONCERNENTES AO INTERESSE GERAL� QUE TRANSCENDEM
OS ATOS DE DECISÎO E ELEI ÎO� %SSA REmEXÎO ME LEVA A SUS
TENTAR QUE A REPRESENTA ÎO ESTIMULA UM GANHO DE POLÓTI
CA EM RELA ÎO AO ATO SANCIONADOR PELO QUAL OS CIDADÎOS
SOBERANOS RATIlCAM E RECAPITULAM� COM REGULARIDADE CÓCLI
CA� AS A ÜES E PROMESSAS DE CANDIDATOS E REPRESENTANTES�
2EPRESENTATIVIDADE E DEFESA SÎO AS EXPRESSÜES DESSE GANHO E
MARCAM O VÓNCULO INEVITÉVEL� ATIVADO PELO PROCESSO ELEI
TORAL� ENTRE O LADO DE DENTRO E O LADO DE FORA DAS INSTITUI
 ÜES LEGISLATIVAS�
! REPRESENTA ÎO DEMOCRÉTICA PRESSUPÜE� NOTADAMEN
TE� UMA REVISÎO DAS NO ÜES TANTO DE REPRESENTA ÎO QUANTO
DE SOBERANIA� .ESTE ARTIGO� IREI ME CONCENTRAR NA PRIMEIRA
E SUSTENTAR TRÐS PRINCIPAIS ARGUMENTOS� O DE QUE A REPRE
SENTA ÎO PERTENCE Ì HISTØRIA E Ì PRÉTICA DA DEMOCRATIZA
 ÎO� O DE QUE DIFERENTES TEORIAS DE REPRESENTA ÎO SÎO POS
SÓVEIS� DEPENDENDO DA RELA ÎO ENTRE %STADO E SOCIEDADE
CIVIL� E O DE QUE ESTA RELA ÎO CHAMA A ATEN ÎO PARA O PAPEL
DA IDEOLOGIA E DO PARTIDARISMO NA POLÓTICA� UM ASPECTO
QUE A TEORIA POLÓTICA CONTEMPORÊNEA DEIXA DE APRECIAR
COM SUA PROFUNDAMENTE ARRAIGADA ABORDAGEM RACIONALIS
TA DA DELIBERA ÎO�
.ADIA 5RBINATI
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
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�� -ARK !� +ISHLANSKY������ ��	�
$EMOCRACIA E REPRESENTA½áO
/ TRABALHO CUIDADOSO DE -ARK !� +ISHLANSKY SOBRE O NASCI
MENTO DO PROCESSO ELEITORAL NA )NGLATERRA DO SÏCULO DEZES
SETE REVELOU UM LIAME CRONOLØGICO E FUNCIONAL ENTRE TRÐS
FENÙMENOS POLÓTICOS� A ADO ÎO DO MÏTODO ELEITORAL PARA
SE DESIGNAR OS LEGISLADORES� A TRANSFORMA ÎO DOS ELEITOS� DE
DELEGADOS EM REPRESENTANTES� E A EMERGÐNCIA DAS ALIAN AS
PARTIDÉRIAS OU IDEOLØGICAS ENTRE OS CIDADÎOS� %MBORA AS ELEI
 ÜES TENHAM SIDO CONSIDERADAS UMA INSTITUI ÎO ARISTOCRÉTICA
DESDE !RISTØTELES�NOS %STADOS MODERNOS O PROCESSO ELEITORAL
ESTIMULOU DOIS MOVIMENTOS QUE SE TORNARAM CRUCIAIS PARA O
SUBSEQàENTE PROCESSO DE DEMOCRATIZA ÎO� 0OR UM LADO� ELE
DESENCADEOU UMA SEPARA ÎO ENTRE SOCIEDADE E %STADO OU�
MELHOR DIZENDO� UMA TRANSI ÎO DE RELA ÜES SIMBIØTICAS ENTRE
OS DELEGADOS E SUAS COMUNIDADES PARA FORMAS DE UNIlCA ÎO
QUE ERAM TOTALMENTE SIMBØLICAS E CONSTRUÓDAS POLITICAMEN
TE� 0OR OUTRO� A DISSOCIA ÎO DOS CANDIDATOS DE SUAS POSI ÜES
OU CLASSES SOCIAIS DESTACOU O PAPEL DAS IDÏIAS NA POLÓTICA�
OU� COMO PREFERIRIA DIZER� O PROPØSITO IDEALIZADOR DO PRO
CESSO DE REPRESENTA ÎO� #OMO RESULTADO� A REPRESENTA ÎO
NÎO PODE SER REDUZIDA NEM A UM CONTRATO �DE DELEGA ÎO	
lRMADO ATRAVÏS DAS ELEI ÜES NEM Ì NOMEA ÎO DE LEGISLADORES
COMO SUBSTITUTOS DO SOBERANO AUSENTE� PORQUE SUA NATUREZA
CONSISTE EM SER CONSTANTEMENTE RECRIADA E DINAMICAMEN
TE LIGADA Ì SOCIEDADE� %M SUMA� A HISTØRIA MODERNA SUGERE
QUE A GENEALOGIA DA DEMOCRATIZA ÎO COME OU COM O PRO
CESSO REPRESENTATIVO� ! DEMOCRATIZA ÎO DO PODER ESTATAL E O
PODER UNIlCADOR DAS IDÏIAS E MOVIMENTOS POLÓTICOS LEVADOS
A CABO PELA REPRESENTA ÎO FORAM INTERCONECTADOS E MUTUA
MENTE REFOR ADORES��
! ANÉLISE DE +ISHLANSKY SUGERE QUE ABORDEMOS AS ELEI
 ÜES E A REPRESENTA ÎO EM TERMOS DA RELA ÎO ENTRE O %STADO
/ QUE TORNA A REPRESENTA½áO DEMOCRÕTICA�
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
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�O GOVERNO	 E A SOCIEDADE CIVIL� %MBORA A ESTRUTURA ELEI
TORAL DA REPRESENTA ÎO NÎO TENHA MUDADO MUITO EM DOIS
SÏCULOS A DESPEITO DA EXTENSÎO DO SUFRÉGIO� OS TEØRICOS
NÎO DEVERIAM FAZER VISTA GROSSA ÌS MUDAN AS CRUCIAIS QUE A
TRANSFORMA ÎO DEMOCRÉTICA ENGENDROU NO FUNCIONAMENTO
E SIGNIlCADO DAS INSTITUI ÜES REPRESENTATIVAS�� ! EMERGÐN
CIA DO hPOVOv �OS CIDADÎOS	 COMO UM AGENTE POLÓTICO ATIVO
NÎO SE LIMITOU A MERAMENTE RENOVAR INSTITUI ÜES E CATEGO
RIAS ANTIGAS� .O MOMENTO EM QUE AS ELEI ÜES SE TORNARAM
UM REQUERIMENTO SOLENE E INDISPENSÉVEL DE LEGITIMIDADE
POLÓTICA E FORMA ÎO DE MAGISTRATURAS� %STADO E SOCIEDADE
NÎO PUDERAM MAIS SER DESLIGADOS E O TRA ADO DAS FRONTEIRAS
SEPARANDO n E CONECTANDO n SUAS ESFERAS DE A ÎO TORNOU
SE
UMA QUESTÎO PERSISTENTE DE REAJUSTE E NEGOCIA ÎO� ! REPRE
SENTA ÎO ESPELHA ESTA TENSÎO� 0ODE
SE DIZER QUE ELA REmE
TE NÎO SIMPLESMENTE IDÏIAS E OPINIÜES� MAS IDÏIAS E OPI
NIÜES A RESPEITO DAS VISÜES DOS CIDADÎOS ACERCA DA RELA ÎO
ENTRE A SOCIEDADE E O %STADO� 1UALQUER REIVINDICA ÎO QUE
OS CIDADÎOS TRAGAM PARA A ARENA POLÓTICA E QUEIRAM TORNAR
UM TEMA DE REPRESENTA ÎO Ï INVARIAVELMENTE UM REmEXO
DA LUTA PARA A REDElNI ÎO DAS FRONTEIRAS ENTRE AS SUAS CON
DI ÜES SOCIAIS E A LEGISLA ÎO�
4RãS TEORIAS DA REPRESENTA½áO
4RÐS TEORIAS DA REPRESENTA ÎO EMERGEM QUANDO OLHAMOS
COMO O GOVERNO REPRESENTATIVO FUNCIONOU AO LONGO DE SEUS
DUZENTOS ANOS DE HISTØRIA� DO PARLAMENTARISMO LIBERAL DOS
PRIMØRDIOS ATÏ SUA CRISE E� lNALMENTE� SUA TRANSFORMA ÎO
DEMOCRÉTICA� APØS A 3EGUNDA 'UERRA -UNDIAL� 0ODEMOS
�� 0ARA UMA ANÉLISE EM ESTUDO DE CASO DAS MUDAN AS ESTRUTURAIS OCORRIDAS AO LON
GO DA DEMOCRATIZA ÎO DO SISTEMA ELEITORAL �EXTENSÎO DO DIREITO DE VOTO E VOTO
SECRETO	 VEJA
SE 2OBERT !� $AHL �S�D�� �
��	� 3OBRE A ESTRUTURA INALTERADA DO GO
VERNO REPRESENTATIVO A PARTIR DE SUA INSTAURA ÎO CONSTITUCIONAL NO SÏCULO DEZOITO�
"ERNARD -ANIN ������ �	�
.ADIA 5RBINATI
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
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DIZER QUE A REPRESENTA ÎO TEM SIDO INTERPRETADA ALTERNATI
VAMENTE DE ACORDO COM TRÐS PERSPECTIVAS� JURÓDICA� INSTITU
CIONAL E POLÓTICA� %LAS PRESSUPÜEM CONCEP ÜES ESPECÓlCAS
DE SOBERANIA E POLÓTICA E� CONSEQàENTEMENTE� RELA ÜES ENTRE
%STADO E SOCIEDADE ESPECÓlCAS� 4ODAS ELAS PODEM TAMBÏM
SER USADAS PARA SE DElNIR DEMOCRACIA �RESPECTIVAMENTE�
DIRETA� ELEITORAL E REPRESENTATIVA	� #ONTUDO� APENAS A ÞLTIMA
FAZ DA REPRESENTA ÎO UMA INSTITUI ÎO CONSONANTE COM UMA
SOCIEDADE DEMOCRÉTICA E PLURALISTA��
!S TEORIAS JURÓDICA E INSTITUCIONAL ESTÎO INTERCONECTA
DAS BEM DE PERTO� %LAS SÎO AMBAS BASEADAS EM UMA ANA
LOGIA ENTRE %STADO E 0ESSOA E EM UMA CONCEP ÎO VOLUN
TARISTA DE SOBERANIA� E SÎO EXPRESSAS EM UMA LINGUAGEM
FORMALISTA� ! TEORIA JURÓDICA Ï A MAIS ANTIGA E REQUER MAIS
ATEN ÎO� POIS CUNHOU O MODELO PARA A INSTITUCIONAL� A QUAL
FOI SEU REBENTO� %LA PRÏ
DATOU A CONCEP ÎO MODERNA DE
SOBERANIA ESTATAL E A NOMEA ÎO ELEITORAL DE LEGISLADORES� ³
DENOMINADA JURÓDICA PORQUE TRATA A REPRESENTA ÎO COMO
UM CONTRATO PRIVADO DE COMISSÎO �CONCESSÎO DE hAUTORI
ZA ÎO PARA REALIZAR UMA A ÎO POR PESSOA OU PESSOAS QUE
DEVEM SER ELAS MESMAS DETENTORAS DO DIREITO DE REALIZAR
ESSA DADA A ÎOv�	� $ELEGA ÎO �INSTRU ÜES VINCULATIVAS	 E
ALIENA ÎO �INCUMBÐNCIA ILIMITADA	 TÐM SIDO TRADICIONAL
MENTE OS DOIS PØLOS EXTREMOS DESSE MODELO� A PRIMEIRA
SIMBOLIZADA POR 2OUSSEAU E A ÞLTIMA POR (OBBES� E ALÏM
DELE� 3IEYÒS E "URKE �EMBORA O PRIMEIRO NÎO TENHA TEO
RIZADO UM hPROTETORADOv REPRESENTATIVO E O ÞLTIMO NÎO
TENHA ASSENTADO A REPRESENTA ÎO SOBRE UMA BASE CONTRA
�� %STAS TRÐS CONCEP ÜES SÎO IDENTIlCÉVEIS NOS ESCRITOS DOS AUTORES QUE OPTEI POR
ANALISAR NESTE TRABALHO� MARCADAMENTE 2OUSSEAU� 3IEYES E #ONDORCET�
�� 1UENTIN 3KINNER ������ VOL� �� ���	� ! TEORIA JURÓDICA ERA CONSISTENTE COM A
FUN ÎO CONSULTIVA DOS DELEGADOS NO PARLAMENTO PRÏ
ELEITORAL E TORNOU
SE RELEVANTE
EM FUN ÜES ADMINISTRATIVAS MODERNAS �POR EXEMPLO� EM COMUNIDADES LOCAIS E EM
CORPORA ÜES	� -� 6� #LARKE ������ ���
���	�
/ QUE TORNA A REPRESENTA½áO DEMOCRÕTICA�
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
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���
TUAL	�� / MODELO JURÓDICO CONlGURA A RELA ÎO ENTRE REPRE
SENTADO E REPRESENTANTE CONFORME AS LINHAS DE UMA LØGICA
INDIVIDUALISTA E NÎO
POLÓTICA� NA MEDIDA EM QUE SUPÜE QUE
OS ELEITORES JULGAM AS QUALIDADES PESSOAIS DOS CANDIDATOS�
AO INVÏS DE SUAS IDÏIAS POLÓTICAS E PROJETOS� $ESTA FORMA� A
REPRESENTA ÎO NÎO Ï E NÎO PODE SER UM PROCESSO� NEM PODE
SER UMA MATÏRIA POLÓTICA �QUE IMPLIQUE� POR EXEMPLO� UMA
DEMANDA POR REPRESENTATIVIDADE OU REPRESENTA ÎO JUSTA	�
DE INÓCIO PELA SIMPLES RAZÎO DE QUE� NAS PALAVRAS DE 0ITKIN� A
REPRESENTA ÎO Ï hPOR DElNI ÎOv hQUALQUER COISA FEITA APØS O
TIPO CORRETO DE AUTORIZA ÎO E DENTRO DE SEUS LIMITESv�� #OMO
!NTHONY $OWNS CANDIDAMENTE RECONHECEU� AO COMENTAR
OS EFEITOS DA APLICA ÎO DO MODELO PRIVADO DE REPRESENTA
 ÎO QUE ELE ENDOSSAVA Ì DEMOCRACIA� hNÎO HÉ NADA PARA OS
REPRESENTANTES REPRESENTAREMv��
! TEORIA JURÓDICA DA REPRESENTA ÎO REÞNE AS MATÏRIAS
DO PODER ESTATAL E DA LEGITIMIDADE DENTRO DA LØGICA DO PAR
PRESEN A�AUSÐNCIA �DO SOBERANO	 E DESCOLA A REPRESENTA ÎO
DA DEFESA E DA REPRESENTATIVIDADE� AS DUAS MANIFESTA ÜES
POLÓTICAS 
 CONFORME LOGO EXPLICAREI n QUE PROVÐM DE SUA
�� -UITO EMBORA O MODELO MODERNO DE AUTORIZA ÎO TEVE (OBBES COMO SEU PRI
MEIRO TEØRICO� SERIA INCORRETO CLASSIlCAR A CONCEP ÎO DE (OBBES COMO A DE UM
GOVERNO REPRESENTATIVO� POIS� UMA VEZ AUTORIZADO� O SEU SOBERANO PODE AGIR COMO
QUISER� 5MA VEZ QUE (OBBES NÎO PREVÐ ELEI ÜES APØS O ATO PRIMEIRO DE AUTORIZA
 ÎO� A OBRIGA ÎO DO SOBERANO DE AGIR COM VISTAS AO BEM COMUM DOS SÞDITOS lCA
INTEIRAMENTE Ì SUA DISCRICIONARIEDADE� 0ODE
SE OBJETAR QUE O INTERESSE n O INTERES
SE DO GOVERNANTE EM PRESERVAR SEU PODER n PODE� NÎO OBSTANTE� ATUAR COMO UMA
FOR A NORMATIVA DE RESPONSABILIDADE E IR AO ENCONTRO DOS INTERESSES DA SOCIEDADE
POR PAZ E ESTABILIDADE� %STA NÎO Ï� CONTUDO� UMA RELA ÎO DE REPRESENTA ÎO POLÓTI
CA� QUE EXIGE DIRETA SUBMISSÎO A ELEI ÜES PERIØDICAS E REGULARES� POIS ESTA NÎO SE
APØIA SOBRE O JUÓZO DISCRICIONÉRIO DO GOVERNANTE�
�� 0ITKIN SUSTENTA QUE ESSA TEORIA FAZ A REPRESENTA ÎO PARECER UMA hCAIXA PRETAv�
ALGO QUE ELA MESMA NÎO CONSEGUE COMPREENDER NEM DElNIR� h.ÎO PODE HAVER ALGO
COMO REPRESENTAR BEM OUMAL��� .ÎO EXISTEM COISAS COMO A ATIVIDADE DE REPRESENTA
 ÎO OU OS DEVERES DE UM REPRESENTANTEv ������ ��	� *OHN ,OCKE NÎO Ï EXCE ÎO� POIS�
AINDA QUE OS DOIS CONTRATOS QUE TEORIZOU PERMITIAM AO INDIVÓDUO RETER SEU PODER
BÉSICO DE JULGAMENTO� AS ELEI ÜES �O SEGUNDO CONTRATO	� CONTUDO� SÎO ÞNICA E ESSEN
CIALMENTE UM MEIO PARA A CRIA ÎO DE INSTITUIÜES E NÎO REPRESENTA ÎO DO POVO�
�� !NTHONY $OWNS ������ ��	�
.ADIA 5RBINATI
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
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���
�� ! ORIGEM DA IDÏIA DE REPRESENTA ÎO FOI A "ULA 0APAL 5NAM 3ANCTAM� DO 0APA
"ONIFÉCIO 6))) �����	� / CORPUS MYSTICUM #HRISTI ERA A )GREJA UNIDA ESPIRITUALMENTE
POR #RISTO ATRAVÏS DE SEU VIGÉRIO� O 0APA� QUE COMANDAVA A )GREJA VISÓVEL DOS lÏIS�
%RNST +ANTOROWICZ ������ ���
���	� ! RESPEITO DA SECULARIZA ÎO DA UNIDADE MÓSTICA
NA UNIDADE DO %STADO SOB A PESSOA DO ,ÓDER �FàHRER	� SUSTENTADA POR 3CHMITT� VER
%LLEN +ENNEDY ������ ��
��	�
RELA ÎO INEVITÉVEL COM A SOCIEDADE E A ATIVIDADE POLÓTICA DOS
CIDADÎOS� #OM (OBBES� SEU PRIMEIRO INTÏRPRETE MODERNO�
ESTA ABORDAGEM EVOLUIU PARA UMA TECNOLOGIA DE FORMATA ÎO
DE INSTITUI ÜES QUE SE TORNOU ENORMEMENTE INmUENTE TANTO
PARA OS TEØRICOS DO GOVERNO REPRESENTATIVO �3IEYÒS� CERTA
MENTE	 QUANTO PARA SEUS CRÓTICOS� $URANTE A CRISE DO PARLA
MENTARISMO� POR EXEMPLO� NO COME O DO SÏCULO VINTE� #ARL
3CHMITT RECUPEROU A FUN ÎO CONSTRUTIVISTA DA REPRESENTA ÎO
CONCEBIDA POR (OBBES E 3IEYÒS E A USOU PARA TORNAR O AUSENTE
PRESENTE OU RECONSTRUIR A UNIDADE ORGÊNICA DO 6OLK ACIMA DO
�E CONTRÉRIA AO	 PLURALISMO DOS INTERESSES SOCIAIS� ATRAVÏS DA
PERSONIlCA ÎO DO SOBERANO �NO LÓDER OU FàHRER	� 3EU OBJE
TIVO ERA UM %STADO UNIlCADO MAIS FORTEMENTE DO QUE ERA
POSSÓVEL POR MEIO DO COMPROMISSO PARLAMENTAR ENTRE INTE
RESSES OU DO hGOVERNO POR DISCUSSÎOv�� %M SEU RADICALISMO�
O CASO DE 3CHMITT Ï UM EXEMPLO ÞTIL DA INCOMPATIBILIDADE
ENTRE A REPRESENTA ÎO COMO UMA TÏCNICA DE UNIDADE �MÓSTI
CA	 DA COMUNIDADE E A REPRESENTA ÎO POLÓTICA�
! TEORIA JURÓDICA DA REPRESENTA ÎO ABRIU AS PORTAS PARA
UMA JUSTIlCA ÎO FUNCIONALISTA DA REPRESENTA ÎO E DOS DIREI
TOS POLÓTICOS� DA CIDADANIA E DOS PROCESSOS DE TOMADA DE
DECISÎO� 3UA FUNDAMENTA ÎO TORNOU
SE A COLUNA VERTEBRAL
DO GOVERNO REPRESENTATIVO LIBERAL E� MAIS TARDE� DA DEMOCRA
CIA ELEITORAL� %LA Ï BASEADA EM UM DUALISMO BEM DElNIDO
ENTRE %STADO E SOCIEDADE� FAZ DA REPRESENTA ÎO UMA INSTI
TUI ÎO CENTRADA RIGOROSAMENTE NO %STADO� CUJA RELA ÎO COM
A SOCIEDADE Ï DEIXADA AO JUÓZO DO REPRESENTANTE �TUTOR	� E
RESTRINGE A PARTICIPA ÎO POPULAR A UM MÓNIMO PROCEDIMEN
TAL �ELEI ÜES COMO A NOMEA ÎO DE MAGISTRADOS	�
/ QUE TORNA A REPRESENTA½áO DEMOCRÕTICA�
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
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���
�� -ARCEL $E LA "IGNE DE 6ILLENEUVE �����
����� VOL� �� ��	�
%M RESUMO� A PERSPECTIVA CENTRADA NO %STADO� SUGERI
DA PELA TEORIA JURÓDICA� PRElGURA DOIS CENÉRIOS POSSÓVEIS� $E
UM LADO� COMO ARGUMENTAVA 2OUSSEAU� A REPRESENTA ÎO NÎO
TEM LUGAR NO DISCURSO DE LEGITIMA ÎO POLÓTICA PELA RAZÎO
ØBVIA DE QUE SIGNIlCA TRANSFERIR O PODER DE AUTORIZA ÎO
DO USO DA FOR A �O PODER SOBERANO	 DA COMUNIDADE COMO
UM TODO PARA SUA�S	 PARTE�S	� $E OUTRO� COMO ARGUMENTOU
3IEYÒS� A REPRESENTA ÎO PODE SER UMA ESTRATÏGIA DE EDIlCA
 ÎO DE INSTITUI ÜES NA CONDI ÎO DE QUE SEJA DADA AOS SÞDITOS
APENAS A TAREFA DE SELECIONAR OS LEGISLADORES� 4AMBÏM NESTE
CASO A SOBERANIA Ï ESSENCIALMENTE VOLUNTARISTA E SUA VONTADE
RESTRITA Ì VONTADE ELEITORAL� COM O RESULTADO �E O PROPØSITO
CONSCIENTE	 DE QUE A NA ÎO SOBERANA FALA APENAS ATRAVÏS DA
VOZ DOS ELEITOS� .ESTA CONTA� A SOBERANIA PARLAMENTAR PODE
SER VISTA� PARADOXALMENTE� COMO UMA TRANSMUTA ÎO ELEITO
RAL DA DOUTRINA DA VONTADE GERAL DE 2OUSSEAU� UMA VEZ QUE�
TRANSFERIDA PARA A .A ÎO REPRESENTADA� AQUELA VONTADE SE
TORNA UMA ESTRATÏGIA PARA SE hBLOQUEAR O CAMINHO PARA A
DEMOCRACIAv��
4ANTO A TEORIA JURÓDICA COMO A TEORIA INSTITUCIONAL DA
REPRESENTA ÎO ASSUMEM QUE O %STADO �E A REPRESENTA ÎO
COMO SEU MECANISMO PRODUTIVO E REPRODUTIVO	 DEVE TRANS
CENDER A SOCIEDADE DE MODO QUE SE ASSEGURE O %STADO DE
$IREITO� E QUE AS PESSOAS DEVEM ENCOBRIR SUAS IDENTIDADES
SOCIAIS E CONCRETAS PARA TORNAR OS MANDATÉRIOS AGENTES
IMPARCIAIS DE DECISÎO� %LAS SUPÜEM QUE A IDENTIDADE JURÓ
DICA DO ELEITOR�AUTORIZADOR Ï VAZIA� ABSTRATA E ANÙNIMA� SUA
FUN ÎO CONSISTINDO EM hNOMEARv POLÓTICOS PROlSSIONAIS QUE
TOMEM DECISÜES ÌS QUAIS OS ELEITORES SE SUBMETEM VOLUNTA
RIAMENTE� !SSIM� hO QUE ENCONTRAMOS NO SISTEMA DENOMI
NADO REPRESENTATIVO Ï QUE ELE NÎO Ï UM SISTEMA DE REPRESEN
TA ÎO DO POVO E DA VONTADE DA NA ÎO� MAS UM SISTEMA DE
.ADIA 5RBINATI
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
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���
ORGANIZA ÎO DO POVO E DA VONTADE DA NA ÎOv��� ! SUPOSI ÎO
SUBJACENTE Ì SEPARA ÎO ENTRE hO HOMEMv E hO CIDADÎOv� A
QUAL +ARL -ARX FAMOSAMENTE CONDENOU POR SUA HIPOCRISIA
ASININA� ERA A DE QUE A ESFERA POLÓTICA DEVE SER INDEPENDENTE
DA ESFERA SOCIAL �E EM PARTICULAR DOS INTERESSES ECONÙMICOS
E DAS CREN AS RELIGIOSAS	 PARA QUE SEJAM OBTIDAS A IGUALDADE
LEGAL E A ORGANIZA ÎO IMPESSOAL DO %STADO� %STA Ï A PREMIS
SA AXIOLØGICA COMUM A AMBAS AS TEORIAS DA REPRESENTA ÎO
E A CONSEQàÐNCIA LØGICA DE SUA ABORDAGEM CONSTRUTIVISTA
DA SOBERANIA��� %LAS EMERGIRAM E FORAM MOLDADAS ANTES DA
TRANSFORMA ÎO DEMOCRÉTICA DA SOCIEDADE E DO %STADO E PER
MANECERAM ESSENCIALMENTE IMPERMEÉVEIS A ELA�
2EPRESENTA½áO POL¤TICA
! TERCEIRA TEORIA ROMPE COM ESTES DOIS MODELOS� %LA CRIA
UMA CATEGORIA INTEIRAMENTE NOVA NA MEDIDA EM QUE CON
CEBE A REPRESENTA ÎO DINAMICAMENTE� AO INVÏS DE ESTATICA
MENTE� A REPRESENTA ÎO NÎO TEM QUE FAZER UMA ENTIDADE
PREEXISTENTE n P� EX� A UNIDADE DO %STADO OU DO POVO OU
DA NA ÎO n VISÓVEL� DIFERENTEMENTE� ELA Ï UMA FORMA DE EXIS
TÐNCIA POLÓTICA CRIADA PELOS PRØPRIOS ATORES �O ELEITORADO
E O REPRESENTANTE	� %STA TEORIA FAZ JUS Ì ESPECIlCIDADE DA
REPRESENTA ÎO POLÓTICA EM RELA ÎO A TODAS AS OUTRAS FORMAS
DE MANDATO E EM PARTICULAR AO ESQUEMA PRIVADO DE AUTO
RIZA ÎO� ! REPRESENTA ÎO NÎO PERTENCE APENAS AOS AGENTES
OU INSTITUI ÜES GOVERNAMENTAIS� MAS DESIGNA UMA FORMA DE
PROCESSO POLÓTICO QUE Ï ESTRUTURADA NOS TERMOS DA CIRCULARI
DADE ENTRE AS INSTITUI ÜES E A SOCIEDADE� E NÎO Ï CONlNADA Ì
DELIBERA ÎO E DECISÎO NA ASSEMBLÏIA� h³ TAREFA DOS REPRESEN
��� 2AYMOND #ARRÏ DE -ALBERG ������ VOL� �� ���	�
��� .ESTE CASO� A REPRESENTA ÎO PERDE TODO O SEU CARÉTER POLÓTICO E Ï IDENTIlCADA
COM O ATO DE INSTITUI ÎO DA FUN ÎO DE UM ORGÎO� A SEPARA ÎO ENTRE O CARGO E O
AGENTE OU A FORMA ÎO DO %STADO NO SENTIDO WEBERIANO QUALIlCA ESTA CONCEP ÎO
COMO UMA TEORIA DO FUNCIONALISMO�
/ QUE TORNA A REPRESENTA½áO DEMOCRÕTICA�
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
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���
��� #ARL *� &RIEDRICH ������ ���	� TAMBÏM %RNST
7OLFGANG "ÚCKENFÚRDE ������
CAPS� �
�	�
��� 0ITKIN� ������ ���	� &RIEDRICH ������ CHAP� ��	�
TANTES POPULARES� PORTANTO� COORDENAR E CRITICAR� ! UNIDADE
NECESSÉRIA NÎO SE SEGUE LOGICAMENTE DA UNIDADE DAQUELE
QUE REPRESENTA� COMO (OBBES SUSTENTARIA� MAS DEVE SER
CRIADA E CONSTANTEMENTE RECRIADA ATRAVÏS DE UM PROCESSO
POLÓTICO DE ATIVIDADE DINÊMICAv��� 3UA GRADUAL CONSOLIDA ÎO
DURANTE O SÏCULO VINTE� COM A ADO ÎO DO SUFRÉGIO UNIVER
SAL �EMBORA UMA FORMULA ÎO ANTERIOR POSSA SER ENCONTRADA
NA ARGUMENTA ÎO DE *OHN 3TUART -ILL PELA REPRESENTA ÎO
PROPORCIONAL	� REmETE A TRANSFORMA ÎO DEMOCRÉTICA TANTO
DO %STADO QUANTO DA SOCIEDADE E O CRESCIMENTO DO MUNDO
COMPLEXO DA OPINIÎO PÞBLICA E DA VIDA ASSOCIATIVA� QUE DÎO
AO JUÓZO POLÓTICO UM PESO QUE ELE NUNCA ANTES TEVE� %SBO A
DA POR #ARL *� &RIEDRICH EM UM CAPÓTULO QUE Ï UMA OBRA
DE
ARTE DE CLAREZA� DEVEMOS SUA REFORMULA ÎO DE ORIENTA ÎO
MAIS DEMOCRÉTICA A (ANNAH 0ITKIN� hA REPRESENTA ÎO AQUI
SIGNIlCA AGIR NO INTERESSE DOS REPRESENTADOS� DE UMA MANEI
RA RESPONSIVA A ELESv���
! TEORIA POLÓTICA DA REPRESENTA ÎO ARGUMENTA QUE� EM
UM GOVERNO QUE DERIVA SUA LEGITIMIDADE DE ELEI ÜES LIVRES
E REGULARES� A ATIVA ÎO DE UMA CORRENTE COMUNICATIVA ENTRE
A SOCIEDADE POLÓTICA E A CIVIL Ï ESSENCIAL E CONSTITUTIVA� NÎO
APENAS INEVITÉVEL� )NVERTENDO A MÉXIMA SUSTENTADA PELAS
DUAS TEORIAS PRÏVIAS� ELA ARGUMENTA QUE A GENERALIDADE DA
LEI E OS CRITÏRIOS DE IMPARCIALIDADE DERIVADOS DA CIDADA
NIA NEM DEVERIAM NEM NECESSITAM SER REALIZADOS ÌS CUSTAS
DA VISIBILIDADE POLÓTICA DO hHOMEMv �LEIA
SE� A IDENTIDADE
hSOCIALv COMO DISTINTA DE E OPOSTA Ì IDENTIDADE hPOLÓTICAv�
!S MÞLTIPLAS FONTES DE INFORMA ÎO E AS VARIADAS FORMAS DE
COMUNICA ÎO E INmUÐNCIA QUE OS CIDADÎOS ATIVAM ATRAVÏS DA
MÓDIA� MOVIMENTOS SOCIAIS E PARTIDOS POLÓTICOS DÎO O TOM
DA REPRESENTA ÎO EM UMA SOCIEDADE DEMOCRÉTICA� AO TORNAR
.ADIA 5RBINATI
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
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���
O SOCIAL POLÓTICO� 6ONTADE E JUÓZO� A PRESEN A FÓSICA IMEDIATA
�O DIREITO AO VOTO	 E UMA PRESEN A IDEALIZADA MEDIADA �O
DIREITO Ì LIVRE EXPRESSÎO E Ì LIVRE ASSOCIA ÎO	 ESTÎO INEXTRICA
VELMENTE ENTRELA ADOS EM UMA SOCIEDADE QUE Ï ELA MESMA
UMA CONFUTA ÎO VIVA DO DUALISMO ENTRE A POLÓTICA DA PRESEN
 A E A POLÓTICA DAS IDÏIAS� UMA VEZ QUE TODA PRESEN A Ï UM
ARTEFATO DO DISCURSO�
! REPRESENTA ÎO POLÓTICA NÎO ELIMINA O CENTRO DE GRAVI
DADE DA SOCIEDADE DEMOCRÉTICA �O POVO	� AO MESMO TEMPO
EM QUE DESPREZA A IDÏIA DE QUE OS ELEITORES EM VEZ DOS CIDA
DÎOS OCUPEM ESTE CENTRO� DE QUE O ATO DE AUTORIZA ÎO SEJA
MAIS IMPORTANTE DO QUE O PROCESSO DE AUTORIZA ÎO�
#ONTINUIDADE� RUPTURA E O PODER NEGATIVO
1UANDO O CONSTITUCIONALISMO LIBERAL SE ESTABELECEU COMO UM
PROJETO CONSCIENTE DE ENGENHARIA DO %STADO NO SÏCULO DEZOI
TO� OS LÓDERES E TEØRICOS POLÓTICOS PENSAVAM QUE O ESPA O DUAL
DOS CIDADÎOS E INSTITUI ÜES REPRESENTATIVAS PRODUZIDO PELAS
ELEI ÜES ERA O SINE QUA NON DA LEGIFERA ÎO IMPARCIAL E COMPE
TENTE� PORQUE PROTEGIA O ARRANJO DELIBERATIVO TANTO DAS PAI
XÜES TIRÊNICAS DA MAIORIA QUANTO DOS INTERESSES PARTICULARES
DAS FAC ÜES� %STA CREN A PERMEOU OS ESCRITOS DE AUTORES TÎO
DIVERSOS QUANTO -ADISON E "URKE� QUE PROMOVERAM UMA VER
SÎO ELITISTA DA RAZÎO PÞBLICA DE 2OUSSEAU� AO FAZER DELA A REALI
ZA ÎO DE CIDADÎOS SELECIONADOS E VIRTUOSOS� / PROBLEMA� CON
TUDO� Ï QUE� UMA VEZ QUE OS LÓDERES E AS INSTITUI ÜES� AO INVÏS
DE IMPARCIALMENTE DESVINCULADOS DAS INmUÐNCIAS SOCIAIS� SÎO
VULNERÉVEIS A ELAS� ESTE DUALISMO NÎO FUNCIONOU E NÎO FUNCIO
NA COMO PRETENDIDO� 3OMENTE SE OS REPRESENTANTES FOSSEM
IMPARCIAIS� VIRTUOSOS E COMPETENTES MOTU PROPRIO PODERIA O
INSULAMENTO DE SUAS VONTADES EM RELA ÎO AOS CIDADÎOS SOLU
CIONAR O PROBLEMA DA PARCIALIDADE E DA CORRUP ÎO� 3E ESTE
FOSSE O CASO� ENTRETANTO� AS ELEI ÜES NÎO TERIAM SENTIDO�
4ODAVIA� A ESCOLHA DA ELEI ÎO COMO UM MÏTODO DE SELE
 ÎO PROVA DUAS COISAS� PRIMEIRO� NEM O POVO NEM O GOVERNO
/ QUE TORNA A REPRESENTA½áO DEMOCRÕTICA�
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
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PODEM CONTAR COM A SORTE PARA OBTER BONS LEGISLADORES� E�
SEGUNDO� NÎO EXISTE ALGO COMO UMA ARISTOCRACIA NATURAL
MENTE SELECIONADA E AUTO
REFERENCIAL� !INDA QUE AS ELEI ÜES
SEJAM UM MÏTODO DE CONTROLE FORMALMENTE LIMITADO POR
QUE POST
FACTUM E APENAS INDIRETAMENTE ANTECIPATØRIO� ELAS
COMPROVAM O FATO DE QUE EM UMA DEMOCRACIA OS REPRESEN
TANTES NÎO DEVEM E JAMAIS PODEM SER INSULADOS DA SOCIE
DADE� &ALANDO HISTORICAMENTE� ESTA Ï A RAZÎO PELA QUAL AS
ELEI ÜES SE TORNARAM SINÙNIMO DE DEMOCRACIA E A EXIGÐNCIA
DE INSTITUI ÜES REPRESENTATIVAS SINÙNIMO DA REIVINDICA ÎO
POPULAR POR SOBERANIA� &AZENDO UMA RETIlCA ÎO Ì CONCEP
 ÎO MINIMALISTA DE DEMOCRACIA� EU DIRIA QUE A COMPETI ÎO
ELEITORAL TEM DUAS VIRTUDES DE DESTAQUE� NÎO UMA� AO PASSO
QUE ELA ENSINA OS CIDADÎOS A SE LIVRAREM DOS GOVERNOS PACI
lCAMENTE� ELA TAMBÏM OS FAZ PARTICIPAR DO JOGO DE TORNAR A
SI MESMOS LIVRES DOS GOVERNOS�
³ POR ESSA RAZÎO QUE O DIREITO A VOTO FAZ MAIS DO QUE
SOMENTE hEVITAR A GUERRA CIVILv��� / DIREITO A VOTO ENGENDRA
UMA VIDA POLÓTICA RICA� QUE PROMOVE AGENDAS POLÓTICAS CONCOR
RENTES E CONDICIONA A VONTADE DOS LEGISLADORES DE UMA FORMA
CONSTANTE� NÎO APENAS NO DIA DA ELEI ÎO� %LE ENCORAJA O DESEN
VOLVIMENTO AMPLO DE FORMAS EXTRA
ELEITORAIS DE A ÎO POLÓTICA�
EMBORA SEM A GARANTIA DE QUE A INmUÐNCIA POLÓTICA SERÉ DISTRI
BUÓDA IGUALMENTE E SE TORNARÉ AUTORIZADA� !LÏM DO MAIS� ELE
REAL A O PARADOXO DA VISÎO INSTRUMENTALISTA DA REPRESENTA ÎO�
A QUAL� POR UM LADO� REFERE
SE Ì OPINIÎO DO POVO COMO A FONTE
DE LEGITIMIDADE E� POR OUTRO� SUSTENTA QUE OS REPRESENTANTES
TOMAM DECISÜES BOAS E RACIONAIS CONFORME SE PROTEGEM DE
UMA hOPINIÎO POPULAR SEMPRE MANIPULÉVELv���
/ PARADOXO DESSA ABORDAGEM NÎO
POLÓTICA �JÉ QUE GUIA
DA PELA COMPETÐNCIA	 DA POLÓTICA Ï QUE� A DESPEITO DE ELA SE
��� !DAM 0RZEWORSKI ������ ��	�
��� *àRGEN (ABERMAS ������ ���	�
.ADIA 5RBINATI
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
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���
ARROGAR SER A MARCA REGISTRADA DAS LIBERDADES CIVIS E ECONÙ
MICAS E DO CONSTITUCIONALISMO� ELA ABRE CAMINHO PARA UMA
TEORIA DAS INSTITUI ÜES QUE Ï TÎO INSENSÓVEL Ì REPRESENTA ÎO
QUANTO A TEORIA DE 2OUSSEAU DO GOVERNO DIRETO� %LA SUPÜE
QUE O REPRESENTANTE DEVA SER SURDO Ì OPINIÎO PÞBLICA PARA
TOMAR BOAS DECISÜES� .O CENTRO DESSE PARADOXO ESTÉ A VISÎO
FORMALISTA� GERALMENTE NÎO REVELADA� DA PARTICIPA ÎO DOS CIDA
DÎOS COMO VEREDICTO ELEITORAL DO SOBERANO �AUTORIZA ÎO AOS
MAGISTRADOS	 E UMA VISÎO ESTREITA DA DELIBERA ÎO DEMOCRÉTI
CA COMO UM PROCESSO QUE ENVOLVE EXCLUSIVAMENTE OS ELEITOS
E REFERE
SE A DECISÜES AUTORIZADAS� / RESULTADO Ï UMA hVISÎO
INCOMPLETA E DISTORCIDAv DO QUE SÎO OS REPRESENTANTES E DE
COMO ELES DEVEM AGIR��� ! CONCLUSÎO PREVISÓVEL Ï A DE QUE A
ELEI ÎO FUNCIONA PARA CONFERIR PODER A UMA CLASSE PROlSSIO
NAL QUE DELIBERA ACIMA DAS CABE AS DOS CIDADÎOS� CUJA ÞNICA
FUN ÎO Ï hACEITARv OU hRECUSARv SEUS LÓDERES E NUNCA MOLESTÉ
LOS ENQUANTO ELES TOCAM SEUS NEGØCIOS� JÉ QUE hDEVEM COM
PREENDER QUE� UMA VEZ QUE TENHAM ELEGIDO UM INDIVÓDUO� A
ATUA ÎO POLÓTICA Ï PROBLEMA DESTE� NÎO DELESv���
)MPORTANTES ESFOR OS TÐM SIDO FEITOS PARA SE ESTIMULAR
UMA INTERPRETA ÎO NÎO
FORMALISTA� $E FATO� DESDE SEUS PRI
MØRDIOS CONSTITUCIONAIS� O GOVERNO REPRESENTATIVO PERTENCEU
A UMA FAMÓLIA COMPLEXA E PLURAL CUJO RAMO DEMOCRÉTICO NÎO
ERA PROPRIEDADE EXCLUSIVA DAQUELES QUE ADVOGAVAM POR PARTI
CIPA ÎO AO INVÏS DE REPRESENTA ÎO� #OMO SUSTENTA MEU LIVRO�
OS REVOLUCIONÉRIOS AMERICANOS E FRANCESES DO SÏCULO DEZOI
TO USAVAM DOIS TERMOS DISTINTOS PARA DENOTAR SUAS INICIATIVAS
INOVADORAS� GOVERNO REPRESENTATIVO E DEMOCRACIA REPRESENTATIVA�
!INDA QUE AMBOS OS TERMOS TENHAM SIDO USADOS POR VEZES
��� 0ITKIN ������ ��	� %LSTER DElNIU O DISCURSO AOS ELEITORES DE "RISTOL� DE "URKE�
COMO hA MAIS FAMOSA EXPOSI ÎO DE RAZÜES PARA A DEMOCRACIA DELIBERATIVAv� EMBORA
"URKE ESTIVESSE PROPONDO hDEMOCRACIAv PARA OS POUCOS� OU TRA ANDO UMMODELO DE
ARISTOCRACIA DELIBERATIVA AO INVÏS DE DEMOCRACIA DELIBERATIVA�CF %LSTER� ����� �	�
��� *OSEPH !� 3CHUMPETER ������ ���	�
/ QUE TORNA A REPRESENTA½áO DEMOCRÕTICA�
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
���� ����
���
COMO SINÙNIMOS� OS LÓDERES POLÓTICOS MAIS PERSPICAZES ESTA
VAM CONSCIENTES DAS DIFEREN AS� 0OR EXEMPLO� 3IEYÒS NUNCA
USOU O ÞLTIMO� MAS #ONDORCET O FEZ� JULGANDO QUE O CIDADÎO
SOBERANO DEVESSE TER OS DIREITOS E OS hMEIOS LEGAISv PARA SER
ATIVO QUANDO QUER QUE ELE�ELA O ACHASSE hÞTIL OU NECESSÉRIOv�
$ESIGNAR REPRESENTANTES NÎO ERA O ÞNICO MEIO DE SE PARTICI
PAR OU A ÞNICA FUN ÎO RELACIONADA AO DROIT DE CITÏ�
2ETOMANDO A INTUI ÎO DE #ONDORCET� EU ARGUMEN
TO QUE A ESPECIlCIDADE E A SINGULARIDADE DA DEMOCRACIA
MODERNA ESTÎO NECESSARIAMENTE BASEADAS� AINDA QUE A ISSO
NÎO SE LIMITEM� NO LAN AMENTO DAS hPEDRAS DE PAPELv POR
INTERMÏDIO DO VOTO��� %LAS RESIDEM NA CIRCULARIDADE QUE AS
ELEI ÜES CRIAM ENTRE O %STADO E A SOCIEDADE E NO CONTINUUM
DO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÜES QUE LIGA OS CIDADÎOS
Ì ASSEMBLÏIA LEGISLATIVA� %STA Ï TAMBÏM A FUNDAMENTA ÎO
DA TEORIA DISCURSIVA DA SOBERANIA POPULAR� UMA IMPORTAN
TE CONTRIBUI ÎO Ì INTERPRETA ÎO DEMOCRÉTICA DA REPRESEN
TA ÎO� ! TEORIA DO DISCURSO� CONTUDO� FORNECE APENAS UM
RETRATO PARCIAL DO PROCESSO POLÓTICO DE REPRESENTA ÎO� POIS�
AO PASSO QUE ENFATIZA A COMUNICA ÎO �CIRCULARIDADE	 COMO
hA FOR A SOCIALMENTE INTEGRADORAv QUE UNIlCA OS MOMENTOS
PARLAMENTAR E EXTRAPARLAMENTAR� ELA NÎO PRESTA SUlCIENTE
ATEN ÎO AOS MOMENTOS DE RUPTURA DAQUELA COMUNICA ÎO�
MOMENTOS DE CIRCUITO QUE TRAZEM Ì BAILA� Ì REVELIA� A CON
TRIBUI ÎO DA REPRESENTATIVIDADE Ì LEGITIMA ÎO DEMOCRÉTICA DA
REPRESENTA ÎO���
%M UM ESTILO HEGELIANO�O MODELO DE MEDIA ÎO DE
*àRGEN (ABERMAS EXPLICA BEM MELHOR A RELA ÎO ORGÊNICA
ENTRE O %STADO E A SOCIEDADE DO QUE A CRISE DESSA RELA ÎO�
QUANDO A CONTINUIDADE ENTRE OS REPRESENTANTES E OS CIDADÎOS
Ï INTERROMPIDA E OS ÞLTIMOS lCAM PROPENSOS A GERAR FORMAS
��� %MPRESTO A EXPRESSÎO DE %NGELS� ATRAVÏS DE 0RZEWORSKI h-INIMALIST CONCEPTION OF
DEMOCRACYv ������ ��	�
��� (ABERMAS ������ ���	�
.ADIA 5RBINATI
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
���� ����
���
EXTRAPARLAMENTARES DE AUTO
REPRESENTA ÎO� QUANDO FORMAS
DE ESPONTANEIDADE POLÓTICA �NOVOS MOVIMENTOS	 PENETRAM
A CENA POLÓTICA E ENRIQUECEM A PLURALIDADE DE VOZES� / FENÙ
MENO QUE REQUER NOSSA ATEN ÎO ENCONTRA
SE ENTRE O ESTADO
DE NORMALIDADE ORGÊNICA E O EVENTO EXTREMO DE UMA RUPTU
RA RADICAL E VIOLENTA DA ORDEM LEGAL� QUANDO� ATRAVÏS DE SUA
PRESEN A ATIVA E CRIATIVA� OS CIDADÎOS DESVENDAM E DENUN
CIAM A DISTÊNCIA POLÓTICA ENTRE A NA ÎO hREALv E A hLEGALv� MAS
NÎO REIVINDICAM O PODER DE TOMAR AS DECISÜES�
%M UM ENSAIO NOTÉVEL DE ���� SOBRE TIPOS DE DESPO
TISMO� #ONDORCET CLASSIlCAVA A ESPÏCIE DE REGULAMENTA ÎO
ARBITRÉRIA� PASSÓVEL DE ORIGINAR
SE EM UM GOVERNO NO QUAL
A LEGISLA ÎO RESULTA DO CONSENSO DOS CIDADÎOS EM SEREM
REPRESENTADOS� COMO hDESPOTISMO INDIRETO�v / DESPOTISMO
INDIRETO hOCORRE QUANDO AS PESSOAS NÎO SÎO MAIS VERDADEI
RAMENTE REPRESENTADAS OU QUANDO ELE ;O CORPO LEGISLATIVO=
SE TORNA MUITO DESIGUALv PARA ELAS��� )SSO TRAZ Ì TONA OS TEMAS
DO MANDATO POLÓTICO E DO VÓNCULO DE AlNIDADE ENTRE OS ELEI
TOS E OS CIDADÎOS ELEITORES� DOIS COMPONENTES ESSENCIAIS DA
REPRESENTA ÎO POLÓTICA QUE NÎO PODEM SER EXPLICADOS DEN
TRO DO CONTEXTO DA POLÓTICA COMO VONTADE �E DA DEMOCRA
CIA ELEITORAL	� MAS DEPENDEM MUITO DO PAPEL DO JUÓZO NA
DELIBERA ÎO POLÓTICA DENTRO E FORA DO ØRGÎO LEGISLATIVO� .O
LIVRO� ANALISO EM DETALHE OS DOIS COMPONENTES DA REPRESEN
TA ÎO DEMOCRÉTICA� DEFESA E REPRESENTATIVIDADE� !QUI� PRECISO
��� -ARIE
*EAN !NTOINE .ICOLAS #ARITAT� MARQUÐS DE #ONDORCET ������ �� ���
���	
�GRIFOS MEUS	� UMA IDÏIA SIMILAR FOI PRENUNCIADA POR ,OCKE� QUE DESCREVEU COMO
hUSURPA ÎOv AS SITUA ÜES NAS QUAIS LEGISLADORES ELEITOS hTRAÓAM SEU MANDATOv E O
SOBERANO ALTERAVA hARBITRARIAMENTEv A PRÉXIS ELEITORAL� SEM CONVOCAR NOVAS ELEI ÜES
DE MODO A RECOMPOR O PARLAMENTO EM ACORDO COM O CONSENTIMENTO POPULAR
�,OCKE� 4HE 3ECOND 4REATISE OF 'OVERNMENT� ee ���� ���	� ! IDÏIA DE QUE A DEMOCRACIA
Ï CARACTERIZADA PELO hCARÉTER CONTINUAMENTE RESPONSIVO DO GOVERNO ÌS PREFERÐNCIAS
DE SEUS CIDADÎOSv Ï MUITO DIFUNDIDA ENTRE OS TEØRICOS CONTEMPORÊNEOS DA DEMO
CRACIA� 2OBERT !� $AHL ������ �	 �GRIFOS MEUS	� CONTUDO� NA CIÐNCIA POLÓTICA CON
TEMPORÊNEA� A GOVERNABILIDADE �ESTABILIDADE DO EXECUTIVO	 TRIUNFA SOBRE A ANTECI
PA ÎO PELAS ELEI ÜES� DE MODO QUE O hCARÉTER CONTINUAMENTE RESPONSIVOv SIGNIlCA�
ESSENCIALMENTE� ELEI ÜES REGULARES�
/ QUE TORNA A REPRESENTA½áO DEMOCRÕTICA�
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
���� ����
���
SIMPLESMENTE APONTAR PARA O FATO DE QUE A NOVA FORMA DE
ARBITRARIEDADE QUE O GOVERNO REPRESENTATIVO ESTÉ PRONTO A
ENGENDRAR NÎO Ï TIRÊNICA NO SENTIDO TRADICIONAL� POIS ELA
NÎO TOMA A FORMA DE UMA VIOLA ÎO DAS REGRAS CONSTITUCIO
NAIS E NORMAS LEGAIS� %SSA Ï A RAZÎO PELA QUAL O hDESPOTISMO
INDIRETOv NÎO JUSTIlCA FORMAS VIOLENTAS DE ROMPIMENTO COM
A ORDEM LEGAL� OU MEIOS EXCEPCIONAIS�
%LE JUSTIlCA� ENTRETANTO� FORMAS DE PRÉTICA POLÓTICA QUE
SINALIZEM A NECESSIDADE DE SE SUPERAR A DIVISÎO INTERNA Ì
CIDADANIA SIMBOLICAMENTE UNIlCADA� ! LINGUAGEM DO DIS
CURSO POLÓTICO� COMO A DO DISCURSO MORAL� hDEVE SER SUlCIEN
TEMENTE ESTÉVEL PARA QUE O QUE UM HOMEM DIGA REALMENTE
CONSISTA NA TOMADA DE UMA POSI ÎO� REALMENTE DIGA
NOS ALGO
A SEU RESPEITOv� CONTINUIDADE PARA ALÏM DO PERÓODO ELEITO
RAL Ï A NORMA QUE ESPERAMOS QUE OS REPRESENTANTES SIGAM�
DE FORMA QUE POSSAMOS RECONHECÐ
LOS� POR ASSIM DIZER� OU
JULGÉ
LOS SEMPRE� NÎO SOMENTE AO lNAL DE SEUS MANDATOS
ELEITORAIS� 5MA VEZ QUE� AO ACEITAREM SUAS CANDIDATURAS�
ELES ACEITARAM SUBMETER SUAS IDÏIAS E A ÜES A NOSSO JUÓZO�
NÎO CABE A ELES SOZINHOS AVALIAREM A SIGNIlCÊNCIA DAS POSI
 ÜES QUE ESCOLHERAM LIVRE E RESPONSAVELMENTE TOMAR� hNÎO
CABE ;A ELES= SOZINHOS DECIDIR SE A REIVINDICA ÎO INICIAL ;POR
ELES= INTRODUZIDA FOI ;POR ELES= ADEQUADAMENTE APOIADA E
ELABORADAv���
5MA TEORIA DEMOCRÉTICA DA REPRESENTA ÎO DEVE SER
CAPAZ DE EXPLICAR OS EVENTOS DE CONTINUIDADE BEM COMO AS
CRISES E� ALÏM DISSO� ENVOLVER A IDÏIA DE QUE O POVO SOBERA
NO CONSERVA UM PODER NEGATIVO QUE LHE PERMITE INVESTIGAR�
JULGAR� INmUENCIAR E REPROVAR SEUS LEGISLADORES� %SSE PODER
Ï NEGATIVO POR DUAS IMPORTANTES RAZÜES� SUA lNALIDADE Ï
DETER� REFREAR OU MUDAR UM DADO CURSO DE A ÎO TOMADO
PELOS REPRESENTANTES ELEITOS� E ELE PODE SER EXPRESSO TAN
��� (ANNA &ENICHEL 0ITKIN ������ ���	 �GRIFOS MEUS	�
.ADIA 5RBINATI
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
���� ����
���
TO POR CANAIS DIRETOS DE PARTICIPA ÎO AUTORIZADA �ELEI ÜES
ANTECIPADAS� REFERENDO� E AINDA O RECALL
� SE SENSATAMEN
TE REGULADO� DE MODO QUE NÎO SEJA IMEDIATO E� ACIMA DE
TUDO� REJEITE O MANDATO IMPERATIVO OU INSTRU ÜES	 QUANTO
POR MEIO DOS TIPOS INDIRETOS OU INFORMAIS DE PARTICIPA ÎO
INmUENTE �FØRUM E MOVIMENTOS SOCIAIS� ASSOCIA ÜES CIVIS�
MÓDIA� MANIFESTA ÜES	��� %SSE PODER POPULAR NEGATIVO NÎO Ï
NEM INDEPENDENTE DA NEM ANTITÏTICO Ì REPRESENTA ÎO POLÓTI
CA� !LÏM DO MAIS� ELE Ï UM INGREDIENTE ESSENCIAL DO DESEM
PENHO DEMOCRÉTICO DA REPRESENTA ÎO� PORQUE ENTRANHADO
NO PRØPRIO CARÉTER FACE DE *ANO DESTA INSTITUI ÎO� QUE TEM
UMA FACE VIRADA PARA O %STADO E OUTRA PARA A SOCIEDADE� !
REPRESENTATIVIDADE CONSISTE� COMO VEREMOS DAQUI A POUCO�
NA NORMA EM RELA ÎO Ì QUAL O PODER NEGATIVO DOS CIDADÎOS
PODE SER DESCRITO TANTO COMO UMA FOR A REVIGORANTE QUANTO
COMO UM INDICADOR QUE� Ì SEMELHAN A DE UM TERMÙMETRO�
SINALIZA O STATUS DA hFOR A INTEGRADORAv QUE LIGA OS ELEITOS E A
ASSEMBLÏIA QUE SEDIA A SOCIEDADE� #OMO OPOSTO SIMÏTRICO Ì
COMUNICA ÎO ENQUANTO hFOR A SOCIALMENTE INTEGRADORAv� O
PODER NEGATIVO DOS CIDADÎOS COMBINA AS NORMAS DE COMU
NICA ÎO DELIBERATIVA �RECIPROCIDADE E PUBLICIDADE	 COM A
REPRESENTATIVIDADE DO REPRESENTANTE�
%M SUMA� A TEORIA DEMOCRÉTICA PRECISA FAZER RETIlCA
 ÜES Ì CONCEP ÎO MINIMALISTA ASSIM COMO Ì VISÎO DELIBERA
TIVA HABERMASIANA� DE MODO QUE SE COMPREENDA O MUNDO
COMPLEXO DA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA� 2ETIlCAR A PRIMEI
RA� PORQUE O FOCO NA VOTA ÎO COMO RESOLU ÎO TEMPORÉRIA DO
CONmITO POLÓTICO NOS MOSTRA A LOCALIZA ÎO DA hVONTADEv AUTO
 #ASSA ÎO DO MANDATO POR VOTO POPULAR ;.�4�=
��� #ONFORME EXPOSTO NO ÞLTIMO CAPÓTULO DO LIVRO� #ONDORCET FOI O PRIMEIRO AUTOR
A CONCEBER MECANISMOS INSTITUCIONAIS PARA SE REPARAR A INTERRUP ÎO DA ATUA ÎO
RESPONSIVA� TAIS COMO O RECALL �SOB CERTAS CIRCUNSTÊNCIAS E CONDI ÜES	� ELEI ÜES AN
TECIPADAS E REFERENDOS� ESTES PROCEDIMENTOS DESTINAVAM
SE A INSTITUCIONALIZAR O
PODER NEGATIVO DOS CIDADÎOS �O hDIREITO Ì REPROVA ÎOv	 OU O DIREITO DE INTERVIR
QUANDO QUER QUE HOUVESSE UMA CRISE DE REPRESENTATIVIDADE�
/ QUE TORNA A REPRESENTA½áO DEMOCRÕTICA�
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
���� ����
���
RIZADA A LEGISLAR� MAS NÎO NOS FORNECE UM RETRATO COMPLETO
DO JOGO DEMOCRÉTICO QUE PÜE AQUELA VONTADE EM MOVIMEN
TO E A FORMA� 2ETIlCAR A ÞLTIMA� PORQUE O FOCO NA hFOR A
INTEGRADORA DA COMUNICA ÎOv JOGA LUZ INSUlCIENTE SOBRE A
REFREGA POLÓTICA� QUE A REPRESENTATIVIDADE DA REPRESENTA ÎO
TRAZ Ì TONA� UMA CARACTERÓSTICA QUE Ï SEMPRE UMA QUESTÎO
DE GRAU E mUTUA ÎO� E UMA CONSTRU ÎO IDEOLØGICA QUE ESTÉ
SEMPRE ABERTA Ì REVISÎO E Ì REAVALIA ÎO�
! PRESEN½A POR MEIO DO DISCURSO E DAS ID£IAS
h5MA POPULA ÎO DE ELEITORES NÎO Ï CAPAZ POR SI MESMA DE
INICIATIVA� MAS� NO MÉXIMO� DE CONSENTIMENTOv� TODAVIA�
UMA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA NÎO Ï UMA hMASSA DE ELEITO
RES INORGÊNICOSv E SEUS CIDADÎOS SÎO CAPAZES DE TOMAR INICIA
TIVAS DIRETAS E INDIRETAS��� ! REPRESENTA ÎO POLÓTICA INVALIDA
A OPINIÎO DE QUE A SOCIEDADE Ï A SOMA DE INDIVÓDUOS DISSO
CIADOS QUE COMPETEM E SE UNEM� VOTAM E AGREGAM PREFERÐNCIAS POR ATOS DISCRETOS DE LIVRE ESCOLHA E CÉLCULO INSTRU
MENTAL� %LA SE CONTRAPÜE A UMA CONCEP ÎO DA DEMOCRACIA
COMO UMA MULTIDÎO NUMÏRICA DE UNIDADES SINGULARES OU
ASSOCIADAS FOR ADAS A DELEGAR SEU PODER PELA SIMPLES RAZÎO
DE QUE UMA MULTIDÎO NÎO PODE TER UMA VONTADE� NÎO PODE
EXERCER NENHUM PODER OU SER UM GOVERNO� 5MA POLÓTICA
REPRESENTACIONAL CONCEBE A SOCIEDADE DEMOCRÉTICA COMO
UMA MALHA INTRINCADA DE SIGNIlCADOS E INTERPRETA ÜES DAS
CREN AS E OPINIÜES DOS CIDADÎOS A RESPEITO DE QUAIS SÎO SEUS
INTERESSES� CREN AS QUE SÎO ESPECÓlCAS� DIFERENCIADAS E SUJEI
TAS Ì VARIA ÎO AO LONGO DA VIDA REAL DAS PESSOAS� ! DEMO
CRACIA Ï ÞNICA PORQUE EXTRAI DAS DIFEREN AS A FOR A PARA A
UNIÎO �hAS PESSOAS SÎO CAPAZES DE SE UNIR NA DIFEREN A� SEM
SE ABSTRAÓREM DE SUAS DIFEREN ASv	���
��� !UGUSTINE #OCHIN ������ ��
��	�
��� #HARLES 4AYLOR ������ ���	�
.ADIA 5RBINATI
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
���� ����
���
.A POLÓTICA REPRESENTATIVA� DIFERENTEMENTE DA DEMOCRA
CIA DIRETA� OS ELEITORES NÎO SÎO MERAS QUANTIlCA ÜES� %LES
ESPELHAM A COMPLEXIDADE DE OPINIÜES E DE INmUÐNCIA POLÓ
TICA� NENHUMA DAS QUAIS Ï UMA ENTIDADE COMPUTÉVEL ARIT
METICAMENTE� 1UANDO TRADUZIMOS IDÏIAS EM VOTOS� TENDE
MOS ÌS VEZES A NOS ESQUECER DESSA COMPLEXIDADE E ASSUMIR
QUE OS VOTOS REmETEM PREFERÐNCIAS INDIVIDUAIS� AO INVÏS DE
REPRESENTAREM OPINIÜES� -UITO DA ARGUMENTA ÎO DE QUE
A AGREGA ÎO DE VOTOS NÎO ESGOTA A EXPRESSÎO DA OPINIÎO Ï
FAMILIAR AOS CRÓTICOS DA TEORIA DA ESCOLHA SOCIAL� #ONTUDO�
ALGUMAS OBSERVA ÜES ADICIONAIS PODEM SER REUNIDAS PARA SE
ALTERAR A LEITURA DA VOTA ÎO DEMOCRÉTICA COMO UMA PARTICI
PA ÎO QUE SE PRESTA A SELECIONAR NÎO POLÓTICAS� MAS TOMADO
RES DE DECISÎO�
#ONTRARIAMENTE AOS VOTOS SOBRE QUESTÜES ISOLADAS �DEMO
CRACIA DIRETA	� UM VOTO EM PROL DE UM CANDIDATO REmETE A LON
GUE DURÏE E EFETIVIDADE DE UMA OPINIÎO POLÓTICA OU DE UMA
CONSTELA ÎO DE OPINIÜES POLÓTICAS� ELE REmETE A ATRATIVIDADE
DE UMA PLATAFORMA POLÓTICA� OU UM CONJUNTO DE DEMANDAS
E IDÏIAS AO LONGO DO TEMPO �A DEMOCRACIA REPRESENTATIVA
TEM SIDO ENTÎO CONSIDERADA UM REGIME DE TEMPO	��� / VOTO
DIRETO �OU� NAS PALAVRAS DE #ONDORCET� A hDEMOCRACIA IME
DIATAv	 NÎO CRIA UM PROCESSO DE OPINIÜES E NÎO PERMITE QUE
ELAS SE BASEIEM EM UMA CONTINUIDADE HISTØRICA� POIS FAZ DE
CADA VOTO UM EVENTO ABSOLUTO E� DA POLÓTICA� UMA SÏRIE ÞNI
CA E DISCRETA DE DECISÜES �SOBERANIA PONTUADA	� -AS QUANDO A
POLÓTICA Ï PROGRAMADA DE ACORDO COM OS TERMOS ELEITORAIS E
AS POLÓTICAS INCORPORADAS PELOS CANDIDATOS� AS OPINIÜES COM
PÜEM UMA NARRATIVA QUE VINCULA OS ELEITORES ATRAVÏS DO TEM
PO E DO ESPA O E FAZ DAS CAUSAS IDEOLØGICAS UMA REPRESEN
TA ÎO DE TODA A SOCIEDADE E DE SEUS PROBLEMAS� )SSO EXPLICA
��� 0IERRE 2OSANVALLON������ ��� ��	� PARA UMA EXCELENTE ANÉLISE DE DOIS MODOS
DE SE INTERPRETAR O VOTO n SEJA COMO TRANSCRI ÎO DE INTERESSES OU DE OPINIÜES POLÓ
TICAS ˆ VEJA *EREMY 7ALDRON ������ ��
��	�
/ QUE TORNA A REPRESENTA½áO DEMOCRÕTICA�
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
���� ����
���
POR QUE AS OPINIÜES NUNCA TÐM PESO IGUAL� NEM MESMO NO
CASO HIPOTÏTICO DE DUAS OPINIÜES DIFERENTES RECEBENDO O
MESMO NÞMERO DE VOTOS� 3E O PESO DAS OPINIÜES FOSSE IGUAL�
A DIALÏTICA DAS OPINIÜES E O PRØPRIO VOTO FARIAM POUCO OU
NENHUM SENTIDO� / VOTO Ï UMA TENTATIVA DE SE DAR PESO ÌS
IDÏIAS� NÎO DE TORNÉ
LAS IDÐNTICAS QUANTO AO PESO� OU COM
ALGUM PESO���
0ODE
SE� PORTANTO� DIZER QUE A DEMOCRACIA REPRESENTATI
VA REVELA O TRABALHO hMIRACULOSOv DAS OPINIÜES E NARRATIVAS
IDEOLØGICAS DE UMA FORMA QUE A DEMOCRACIA DIRETA NÎO Ï
CAPAZ� POIS ELA NOS COMPELE A TRANSCENDER O ATO DE VOTAR�
NUM ESFOR O DE SE REAVALIAR REPETIDAMENTE A CORRELA ÎO
ENTRE O PESO DAS IDÏIAS E O PESO DOS VOTOS �NA PRESERVA ÎO�
OBTEN ÎO OU AUMENTO DO CONSENTIMENTO	� .A DEMOCRACIA
DIRETA� TODO VOTO Ï COMO UM NOVO COME O �OU UMA RESOLU
 ÎO lNAL	 PORQUE CORRESPONDE SIMPLESMENTE Ì CONTAGEM
DE VONTADES OU PREFERÐNCIAS� MAS NÎO Ï NEM PODE SER REPRE
SENTATIVO DAS IDÏIAS� ESPERAR PELA hPRØXIMA OPORTUNIDADEv
NÎO FAZ SENTIDO� JÉ QUE NELA TODA DECISÎO Ï ABSOLUTA� PORQUE
TORNA AS OPINIÜES IDÐNTICAS ÌS VONTADES E CARECE DE QUALQUER
VÓNCULO HISTØRICO COM AS CADEIAS DE OPINIÜES E DECISÜES PAS
SADAS E FUTURAS�
%STA Ï A RAZÎO POR QUE O VOTO DIRETO EM UMAMATÏRIA NÎO
Ï UMA ALTERNATIVA Ì GUERRA CIVIL� MAS� NA REALIDADE� AUMENTA
O RISCO DE GUERRA CIVIL E POR QUE� DE OUTRO LADO� A POLÓTICA
REPRESENTATIVA Ï UM FATOR DE ESTABILIDADE� %M UMA DEMO
CRACIA REPRESENTATIVA� A CADEIA DE OPINIÜES� INTERPRETA ÜES
E IDÏIAS QUE BUSCAM VISIBILIDADE ATRAVÏS DA VOTA ÎO EM UM
CANDIDATO OU PARTIDO CONSOLIDA A ORDEM POLÓTICA n A DIVER
GÐNCIA SE TORNA UM FATOR DE ESTABILIDADE� UM MECANISMO DE
TODO O PROCESSO POLÓTICO� %LA TORNA
SE O LIAME QUE MANTÏM
UNIDA UMA SOCIEDADE QUE NÎO POSSUI CENTRO VISÓVEL E QUE
��� !NTONIO 'RAMSCI ������ �����	� MAS VEJA TAMBÏM *OHN $EWEY ������ ���
���	�
E 2ONALD $WORKIN ������ ���	�
.ADIA 5RBINATI
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
���� ����
���
VEM A SE UNIlCAR POR MEIO DA A ÎO E DO DISCURSO �EXPERI
ÐNCIAS COMUNS DE INTERPRETA ÎO QUE OS CIDADÎOS COMPAR
TILHAM� NARRAM� RESGATAM E REFAZEM INCESSANTEMENTE� NA
CONDI ÎO DE PARTIDÉRIOS
ALIADOS	� #OMO 0AINE COMPREEN
DEU� AS OPINIÜES E AS CREN AS PODEM CONVERTER O PODER EM
UM PROCESSO POLÓTICO INCESSANTE AO QUAL A REPRESENTA ÎO DÉ
EFETIVIDADE� POIS ENALTECE O MUNDO PÞBLICO DAS IDÏIAS E A
MEDIA ÎO DO DISCURSO� AMBOS OS QUAIS TORNAM NOSSOS VOTOS
MAIS SIGNIlCATIVOS DO QUE UMA POR ÎO INlNITESIMAL DA VON
TADE GERAL� $E MODO BEM ElCAZ� #LAUDE ,EFORT SALIENTOU A
NATUREZA NÎO
FUNDACIONAL DA DEMOCRACIA MODERNA �LEIA
SE
REPRESENTATIVA	� A QUAL hEM VIRTUDE DO DISCURSO���REVELA QUE
O PODER A NINGUÏM PERTENCE� QUE AQUELES QUE EXERCEM O
PODER NÎO TÐM DOMÓNIO SOBRE ELE� QUE ELES� DE FATO� NÎO O
PERSONIlCAM� QUE O EXERCÓCIO DO PODER REQUER UMA CON
TESTA ÎO REPETIDA E PERIØDICA� QUE A AUTORIDADE DAQUELES
INVESTIDOS DE PODER Ï CRIADA E RECRIADA COMO RESULTADO DA
MANIFESTA ÎO DA VONTADE DO POVOv���
! REPRESENTA ÎO POLÓTICA ILUMINA E ENFATIZA A NATURE
ZA QUÏRULA DA DEMOCRACIA� .A 2EPÞBLICA� 0LATÎO DESCREVEU
�E CRITICOU	 A DEMOCRACIA NÎO SOMENTE COMO UM SISTEMA DE
IGUALITARISMO NIVELADOR CEGO Ì ESPECIlCIDADE INDIVIDUAL� NO
QUAL OPERAM A SELE ÎO POR SORTEIO E A ALTERNÊNCIA DE CARGOS
AO INVÏS DA ADMISSÎO DOS COMPETENTES POR ALOCA ÎO FUNCIO
NAL� .A DESCRI ÎO DE 0LATÎO� A DEMOCRACIA Ï PRIMEIRAMENTE�
E ACIMA DE TUDO� UM SISTEMA NO QUAL TODOS OS CIDADÎOS DIS
CORDAM QUANTO AO CONTROLE DO GOVERNO PORQUE TODOS ELES
REIVINDICAM VOZ ATIVA NO TRATO E RESOLU ÎO DESSE DESACORDO�
#ONTUDO� DA MESMA FORMA QUE A PARTICIPA ÎO NA ELEI ÎO� A
ALTERNÊNCIA E O SORTEIO DISSIPAM ALGUMAS DISCORDÊNCIAS� MAS
NÎO SILENCIAM A DISPUTA ENTRE OS CIDADÎOS� -AS POR QUE OS
CIDADÎOS DISPUTAM ENTRE SI� SE SABEM DE ANTEMÎO QUE IRÎO
��� #LAUDE ,EFORT ������ ���	�
/ QUE TORNA A REPRESENTA½áO DEMOCRÕTICA�
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
���� ����
���
TODOS GOVERNAR EM ALGUM MOMENTO OU TERÎO OUTRA CHAN
CE DE TER SEUS REPRESENTANTES ELEITOS E SEU PARTIDO APOIADO
PELA MAIORIA���
/S TEØRICOS DA DEMOCRACIA SUPERESTIMAM A ESCOLHA DAS
PESSOAS E SUBESTIMAM� POR ASSIM DIZER� A ESCOLHA DE POLÓTICAS
E IDÏIAS QUE A ESCOLHA DAS PESSOAS INDICA OU REPRESENTA��� /
CARÉTER DA COMPETI ÎO DEMOCRÉTICA Ï� ENTRETANTO� MOLDADO
NÎO APENAS PELAS REGRAS DO JOGO� MAS TAMBÏM PELOS MEIOS
UTILIZADOS PELOS CIDADÎOS PARA EXPRESSAR E RESOLVER SEUS DESA
CORDOS n QUAL SEJA� O DISCURSO n INDEPENDENTEMENTE DE SUA
PRESEN A SER DIRETA OU ELEITORAL��� .ÎO POR ACASO� ESCRITORES
CLÉSSICOS QUE DESCREVIAM A DEMOCRACIA ATENIENSE REAL ARAM
QUE TODOS OS CIDADÎOS POSSUÓAM UMA CHANCE IGUAL NÎO APE
NAS DE COMPETIR PELO PODER� MAS TAMBÏM DE PROPOR LEIS E
CONQUISTAR A MAIORIA NA EKKLESIA� ! CRÓTICA DE 0SEUDO
8ENO
FONTE Ì CONSTITUI ÎO DE !TENAS� EM NOME DA COMPETÐNCIA
ARISTOCRÉTICA� Ï O PRIMEIRO DOCUMENTO RELEVANTE A ATACAR A
DEMOCRACIA POR EMPREGAR O SORTEIO E A ALTERNÊNCIA A TODOS
OS CIDADÎOS INDISTINTAMENTE� NÎOAPENAS AOS MELHORES DEN
TRE ELES OU AOS DE MESMA ESTIRPE� 5M SISTEMA DE GOVERNO
NO QUAL OS IGUAIS SÎO TRATADOS IGUALMENTE NÎO Ï NECESSARIA
��� 0LATÎO ������ ���	�
��� .A )NGLATERRA PRÏ
ELEITORAL� POR EXEMPLO� QUANDO OS POSTOS PARLAMENTARES
ERAM DISTRIBUÓDOS ENTRE OS NOBRES COMO UM RECONHECIMENTO DE HONRA� O SORTEIO
 NÎO AS ELEI ÜES 
 ERA UTILIZADO PARA SE DESIGNAR OS CANDIDATOS� PORQUE CONSISTIA
EM UM SISTEMA NEUTRO QUE NÎO PERMITIA O JULGAMENTO OU A DISCRIMINA ÎO ENTRE OS
PARES �+ISHLANSKY� ����� ��	�
��� %STA Ï A RAZÎO PELA QUAL A CONCEP ÎO MINIMALISTA DA DEMOCRACIA Ï DElCIENTE�
!O PASSO QUE INTELECTUALMENTE ELEGANTE� A IDÏIA DE DEMOCRACIA HOBBESIANA �BUSCA
DA PAZ	 NÎO PODE SER VERDADEIRAMENTE MINIMALISTA� 3UA AMBI ÎO Ï SER APENAS
hDESCRITIVAv� DE MODO A SER TÎO UNIVERSALIZÉVEL QUANTO POSSÓVEL� / PROBLEMA Ï QUE�
ENQUANTO ELE SUSTENTAR QUE MANTÏM FATORES NÎO
MINIMALISTAS 
 TAIS COMO DELIBE
RA ÎO E PARTICIPA ÎO 
 FORA DA DElNI ÎO E REDUZIR A DEMOCRACIA A UM CONJUNTO DE
NORMAS REGULANDO A EXPRESSÎO E SOLU ÎO TEMPORÉRIA DAS hFOR AS POLÓTICAS CONmI
TANTESv� O hMINIMALISMOv NÎO PODE MANTER
SE lEL SEM PRESUMIR� SUB
REPTICIAMEN
TE� A PARTICIPA ÎO E A DELIBERA ÎO DOS CIDADÎOS� SEM AS QUAIS TANTO A EXISTÐNCIA
DAS hFOR AS POLÓTICAS CONmITANTESv QUANTO A MANIFESTA ÎO DE SEU CONmITO SERIAM
INCONCEBÓVEIS�
.ADIA 5RBINATI
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
���� ����
���
MENTE DEMOCRÉTICO� AINDA QUE SEJA CERTAMENTE IGUALITÉRIO�
)STO � POR EXEMPLO� O QUE DISTINGUE !TENAS DE %SPARTA E A
RAZÎO PELA QUAL A PRIMEIRA� EM VEZ DA ÞLTIMA� ERA CONHECIDA
COMO UMA DEMOCRACIA� EMBORA AMBAS UTILIZASSEM O SORTEIO
E A ALTERNÊNCIA PARA SELECIONAR MAGISTRADOS� REQUERESSEM
A PRESEN A DIRETA DOS CIDADÎOS NA ASSEMBLÏIA E� lNALMEN
TE� RESTRINGISSEM A CIDADANIA A UM CONSØRCIO RELATIVAMENTE
PEQUENO DE HOMENS NATIVOS ADULTOS E LIVRES�
³ INTERESSANTE NOTAR QUE 2OUSSEAU �UM ADMIRADOR DE
%SPARTA	 DESDENHAVA� PELO MESMO MOTIVO� TANTO A DEMOCRA
CIA REPRESENTATIVA QUANTO A DIRETA� POIS AMBAS� UMA VEZ QUE
EMPREGAVAM O DISCURSO COMO UMA FORMA DE A ÎO POLÓTICA
�OU DE UM MODO INDIRETO	� TINHAM QUE SE VALER DA COMPE
TI ÎO PARA CONQUISTAR O CONSENSO �FOSSE DIRETAMENTE COM
RELA ÎO ÌS QUESTÜES OU EM RELA ÎO A UM CANDIDATO	� %M SUA
MENTE� ISSO FAZIA DA POLÓTICA DEMOCRÉTICA UM EXPERIMENTO
PERMANENTE DE OPINIÜES E FORMA ÎO DE CONSENSO� NO QUAL
A RETØRICA E O JUÓZO VALORATIVO n NÎO A PRESEN A POR SI OU
A VONTADE n SERIAM ESSENCIAIS� !INDA MAIS INTERESSANTE Ï O
CASO DE (OBBES� QUE NÎO ACREDITAVA QUE AS DEMOCRACIAS
ELEITORAL E DIRETA FOSSEM FUNDAMENTALMENTE DIFERENTES E
QUE APENAS A PRIMEIRA TIVESSE UM CARÉTER ARISTOCRÉTICO� (OB
BES COMPREENDEU QUE A DEMOCRACIA Ï SEMPRE UMA MISTURA
DE IGUALDADE E ARISTOCRACIA� DE TAL MODO QUE ELA CONSISTE
TANTO NO IGUAL DIREITO DE VOTO COMO TAMBÏM NO IGUAL DIREITO
DE FALA� E O DISCURSO Ï O VEÓCULO PARA A DISTIN ÎO INDIVIDUAL�
A PLURALIDADE E A ALTERCA ÎO QUE A ELEI ÎO REGULA���
/ PARTIDARISMO COMO UMA REPRESENTA½áO ATIVA DO GERAL
! DEMOCRACIA Ï UM hCONmITO DELIMITADOv OU UM hCONmITO
SEM ASSASSINATOv� NÎO Ï CONSENSO��� 4ODAVIA� PARA QUE ESTE
��� 4HOMAS (OBBES ������ ���	� $ISCUTI ESTE ASSUNTO EM h2EPRESENTATION AS
!DVOCACY� ! 3TUDY OF $EMOCRATIC $ELIBERATIONv� 0OLITICAL 4HEORY �� �����	� ���
����
��� 0RZEWORSKI ������ ��	�
/ QUE TORNA A REPRESENTA½áO DEMOCRÕTICA�
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
���� ����
���
SEJA O CASO� OS CIDADÎOS DEVEM CONSENTIR COM CERTOS VALORES
OU PRINCÓPIOS� E OS VENCEDORES E PERDEDORES DEVEM CONlAR
QUE SEUS ADVERSÉRIOS IRÎO ABRIR MÎO DAS ARMAS INDEPENDEN
TEMENTE DO RESULTADO DAS ELEI ÜES� 3ERIA� PORTANTO� MAIS COR
RETO DIZER QUE A DEMOCRACIA �NA MEDIDA EM QUE FUNCIONE
E PERDURE	 REQUER ALGUM CONSENSO BÉSICO PORQUE DIZ RESPEI
TO Ì DIVERGÐNCIA E TAMBÏM AO RACIOCÓNIO INSTRUMENTAL� .ÎO
IMPORTA O QUÎO MÓNIMA A DElNI ÎO DE DEMOCRACIA� O MINI
MALISMO PARECE VIR AO lNAL DE UM PROCESSO MAIS OU MENOS
BEM SUCEDIDO� QUE AS PESSOAS TENHAM ELAS MESMAS ENCAM
PADO��� / RACIOCÓNIO INSTRUMENTAL E ESTRATÏGICO Ï SUlCIEN
TEMENTE SOlSTICADO PARA CONSISTIR EM UMA RACIONALIZA ÎO
POSTERIOR DE UMA MAIS OU MENOS PROBLEMÉTICA EXPERIÐNCIA
�DE TENTATIVA E ERRO	 DE APRENDIZADO PELA PRÉTICA 
 PARAFRA
SEANDO
SE UMA MÉXIMA PRAGMATISTA���
.ÎO Ï NOVIDADE DIZER QUE� EMBORA OS PROCEDIMENTOS
POSSAM CONTER A DESORDEM SOCIAL� SUA ElCÉCIA Ï AMPLAMEN
TE DEPENDENTE DE FATORES ÏTICOS OU CULTURAIS� )SSO Ï VERDA
DEIRO PARTICULARMENTE NO CASO DA REPRESENTA ÎO� POIS O
MANDATO QUE AMARRA O�A	 REPRESENTANTE Ì SUA CONSISTÐNCIA
Ï ESSENCIALMENTE VOLUNTÉRIO� NÎO Ï LEGALMENTE VINCULATIVO�
! REPRESENTA ÎO CONSISTE EM UMA PRÉXIS POLÓTICA QUE hNÎO
Ï MERAMENTE A REALIZA ÎO ARBITRÉRIA DE ESCOLHAS� NEM MERA
MENTE O RESULTADO DA BARGANHA ENTRE AMBI ÜES PRIVADAS�
SEPARADASv��� / RACIOCÓNIO INSTRUMENTAL E O COMPROMISSO
OCORREM EM UM CONTEXTO DE ENTENDIMENTO COMUM ACERCA
DA DIRE ÎO POLÓTICA QUE O PAÓS DEVERIA OU NÎO TOMAR� COM
��� h/ FATO DE QUE CONCORDAMOS SOBRE COMO CASOS PARTICULARES DEVAM SER DECI
DIDOS��� MOSTRA��� QUE OS MEMBROS DA COMUNIDADE FAZEM VALER UM CONJUNTO DE
CRITÏRIOS COMUM� 3EM CRITÏRIOS� TÉCITOS OU EXPLÓCITOS� NOSSOS VEREDICTOS SERIAM NO
CONJUNTO INCONSISTENTES E EM DESACORDO COM OS VEREDICTOS DE OUTROS MEMBROS DA
COMUNIDADE��� ,OGO� A POSSIBILIDADE DE SE PARTICIPAR DO JOGO DEPENDE� EM ÞLTIMA
INSTÊNCIA� DO FATO BRUTO DE QUE CONCORDAMOSv �%LGIN� ����� ��	�
��� #F� *OHN $EWEY ������ ���
���	�
��� 0ITKIN ������ ���	�
.ADIA 5RBINATI
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
���� ����
���
A CONSCIÐNCIA DE QUE ESTE hNÎO Ï UMA REALIDADE QUE NOS
SEJA OBJETIVAMENTE DADA DE UMA OU OUTRA FORMAv��� .ESTAS
CONDI ÜES� TAL RACIOCÓNIO Ï CAPAZ DE DISTINGUIR O INIMIGO
TOTAL DO PARTIDÉRIO POLÓTICO� hA MUNI ÎO DA ELEI ÎOv
� PARA
PARAFRASEAR -ALCOM 8� ! MAIOR PARTE DO TEMPO� SISTEMAS DE
CREN AS E MESMO VALORES ESTEREOTIPADOS ESTRUTURAM A BARGA
NHA E O RACIOCÓNIO ESTRATÏGICO� DE FORMA QUE� AINDA QUE OS
ELEITORES POSSAM PARECER n OU HONESTAMENTE TENTAR n RACIO
CINAR ESTRATEGICAMENTE� ELES ACABAM VOTANDO hCONTRAv OU hA
FAVOR DEv CONSTELA ÜES DE IDÏIAS E CREN AS QUANDO VOTAM EM
UM CANDIDATO INDIVIDUAL���
*OHN 2AWLS DESCREVEU A hPROFUNDIDADEv E A hAMPLITU
DEv DE UM CONSENSO SOBREPOSTO n O QUE (EGEL CHAMARIA DE
hÏTHOS CONSTITUCIONALv n NOS SEGUINTES TERMOS�
hxDEPOIS QUE UM CONSENSO CONSTITUCIONAL ESTÉ EM VIGOR� OS
GRUPOS POLÓTICOS SÎO FOR ADOS A PARTICIPAR DO FØRUM PÞBLICO
DE DISCUSSÎO POLÓTICA E DIRIGIR
SE A OUTROS GRUPOS QUE NÎO
COMPARTILHAM SUA DOUTRINA ABRANGENTE� %SSE FATO TORNA
RACIONAL PARA ELES SE AFASTAR DO CÓRCULO MAIS RESTRITO DE SUAS
PRØPRIAS VISÜES E DESENVOLVER CONCEP ÜES POLÓTICAS EM CUJOS
TERMOS POSSAM EXPLICAR E JUSTIlCAR SUAS POLÓTICAS PREFERIDAS
A UM PÞBLICO MAIS AMPLO� DE MODO A REUNIR UMA MAIORIA Ì
SUA VOLTAv���
��� &RANK 2� !NKERSMIT ������ ��	� #ONTUDO� !NKERSMIT TERMINA DIZENDO QUE O
QUE TORNA A REPRESENTA ÎO SUPERIOR Ì DEMOCRACIA DIRETA Ï O FATO DE QUE� UMA VEZ
QUE hINEXISTE UMA PROPOSTA PARA A A ÎO POLÓTICA DA PARTE DAS PESSOAS REPRESENTA
DASv� SERIA EQUIVOCADO ESPERAR QUE AS PESSOAS PUDESSEM FAZER PROPOSTAS� hPRECISA
MOS DA REPRESENTA ÎO PARA QUE SEJAMOS CAPAZES DE DElNIR ESTAS PROPOSTAS MES
MASv� -INHA VISÎO DA REPRESENTA ÎO COMO UM PROCESSO DE CIRCULARIDADE E CIRCUITO
�ENTRE AS INSTITUI ÜES E A SOCIEDADE	 AMBICIONA NÎO SER UM NEO
ELITISMO�
 .O ORIGINAL� hTHE BULLET AND THE BALLOTv ;.4�=�
��� ! RESPEITO DA RELEVÊNCIA DO SISTEMA DE CREN AS NA FORMA ÎO DAS PREFERÐNCIAS
DOS ELEITORES E DO PARTIDO COMO UM PØLO DE IDENTIlCA ÎO� AO INVÏS DE UMA SIMPLES
MÉQUINA ELEITORAL� VER !DAM 0RZEWORSKI ������ ���
���	�
��� *OHN 2AWLS �EXCERTO RETIRADO DA EDI ÎO BRASILEIRA� ����� ��� ;.�4�=	�
/ QUE TORNA A REPRESENTA½áO DEMOCRÕTICA�
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
���� ����
���
/S PARTIDOS POLÓTICOS ARTICULAM O hINTERESSE UNIVERSALv
A PARTIR DE PONTOS DE VISTA PERIFÏRICOS� %LES SÎO ASSOCIA ÜES
PARCIAIS
CONTUDO
COMUNAIS E PONTOS ESSENCIAIS DE REFERÐNCIAQUE POSSIBILITAM AOS CIDADÎOS E REPRESENTANTES SE RECONHE
CEREM UNS AOS OUTROS �E AOS DEMAIS	 E FORMAREM ALIAN AS
E� ALÏM DISSO� SITUAREM IDEOLOGICAMENTE OS COMPROMISSOS
QUE ESTÎO PRONTOS A ESTABELECER��� h-AS� DE FATO� UMA DAS
CARACTERÓSTICAS MAIS IMPORTANTES DO GOVERNO REPRESENTATIVO
Ï SUA CAPACIDADE PARA A RESOLU ÎO DAS DEMANDAS CONmITAN
TES DAS PARTES� COM BASE EM SEU INTERESSE COMUM NO BEM
ESTAR DO TODOv��� ! DIALÏTICA ENTRE AS PARTES E O TODO EXPLICA
A FUN ÎO COMPLEXA DO ARRANJO LEGISLATIVO EM UM GOVERNO
REPRESENTATIVO� COMO UM ØRGÎO MEDIADOR ENTRE O %STADO
E A SOCIEDADE��� ! REPRESENTA ÎO Ï A INSTITUI ÎO QUE POS
SIBILITA Ì SOCIEDADE CIVIL �EM TODOS OS SEUS COMPONENTES	
IDENTIlCAR
SE POLITICAMENTE E INmUENCIAR A DIRE ÎO POLÓTI
CA DO PAÓS� 3UA NATUREZA AMBIVALENTE n SOCIAL E POLÓTICA�
PARTICULAR E GERAL n DETERMINA SUA LIGA ÎO INEVITÉVEL COM
A PARTICIPA ÎO�
! REPRESENTA ÎO POLÓTICA TRANSFORMA E EXPANDE A POLÓ
TICA NA MEDIDA EM QUE NÎO APENAS PERMITE QUE O SOCIAL
SEJA TRADUZIDO NO POLÓTICO� ELA TAMBÏM PROMOVE A FORMA
 ÎO DE GRUPOS E IDENTIDADES POLÓTICAS� !CIMA DE TUDO� ELA
��� :� !� 0ELCZYNSKI������ ��	�
��� 0ITKIN� ����� ���� &RIEDRICH SUGERIU QUE ENFATIZAR O VÓNCULO DA REPRESENTA ÎO
COM A SOCIEDADE AO MESMO TEMPO EM QUE SE SEPAREM AS ATIVIDADES POLÓTICAS IN
FORMAIS DOS CIDADÎOS DA AUTORIZA ÎO ELEITORAL IMPLICA EM hINmUÐNCIAv AO INVÏS DE
hPARTICIPA ÎOv� h&ALAMOS ADVERTIDAMENTE DE INmUÐNCIA EM VEZ DE PARTICIPA ÎO OU
CONTROLE� JÉ QUE A MAIOR PARTE DOS CIDADÎOS NÎO ESTÉ PROPENSA A PARTICIPAR NA OU
EFETIVAMENTE CONTROLAR A A ÎO GOVERNAMENTALv ATRAVÏS DA REPRESENTA ÎO POLÓTICA�
#ARL *� &RIEDRICH������ ���	�
��� %STA CONCEP ÎO FOI PRElGURADA EM SUA TOTALIDADE POR "URKE E (EGEL� QUE USA
RAM QUASE AS MESMAS PALAVRAS PARA DESCREVER A FUN ÎO MEDIADORA DAS INSTITUI ÜES
REPRESENTATIVAS� EMBORA O ÞLTIMO TENHA ENXERGADO MELHOR DO QUE O PRIMEIRO O PA
PEL DOS PARTIDOS POLÓTICOS NO GOVERNO CONSTITUCIONAL E DESTACADO A DISTIN ÎO CRUCIAL
ENTRE hFAC ÜESv E hPARTIDOSv� VEJA
SE� RESPECTIVAMENTE� "URKE� h3PEECH ON %CONOMI
CAL 2EFORMv ������ ���	� E (EGEL� h4HE %NGLISH 2EFORM "ILLv ������ ���
���	�
.ADIA 5RBINATI
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
���� ����
���
MODIlCA A IDENTIDADE DO SOCIAL� UMA VEZ QUE� NO MOMENTO
EM QUE AS DIVISÜES SOCIAIS SE TORNAM POLÓTICAS OU ADOTAM
UMA LINGUAGEM POLÓTICA� ELAS ADQUIREM UMA IDENTIDADE
NA ARENA PÞBLICA DE OPINIÜES E TORNAM
SE MAIS INCLUSIVAS
OU REPRESENTATIVAS DE UM ESPECTRO MAIS LARGO DE INTERES
SES E OPINIÜES� )SSO Ï NECESSÉRIO PARA QUE ELAS CONQUISTEM
UMA MAIORIDADE NUMÏRICA� 4ODAVIA� A ESTRATÏGIA Ï APENAS
UMA EXPLICA ÎO PARCIAL� ³ PRØPRIO AO PROCESSO POLÓTICO DE
REPRESENTA ÎO lLTRAR E DAR CONTA DA PARCIALIDADE IRREDUTÓ
VEL DAS IDENTIDADES SOCIAIS E CULTURAIS� TORNANDO
AS MATÏRIAS
DE ALIAN AS E PROGRAMAS POLÓTICOS� )SSO FAZ DELE PRECISAMEN
TE O OPOSTO DA REPRESENTA ÎO CORPORATIVISTA� ADVOGADA POR
TEØRICOS DA hPARTICIPA ÎO DE GRUPOv� E DA DEMOCRACIA DO
GERENCIAMENTO PLURALISTA��� ! PRESSUPOSI ÎO IMPLÓCITA DE
UM MODELO DE DEMOCRACIA NA FORMA DE hPEQUENAS UNIDA
DES DESCENTRALIZADASv �INDIVIDUAIS OU COLETIVAS	 BUSCANDO
REPRESENTA ÎO DIRETA NA ARENA POLÓTICA Ï A IDÏIA DE QUE hA
CO
PRESEN A DOS SUJEITOS EM PROXIMIDADEv DEVE PURIlCAR
A POLÓTICA DA MANIPULA ÎO IDEOLØGICA LEVADA A CABO PELOS
PARTIDOS� / RESULTADO� ENTRETANTO� Ï QUE� AO SE PASSAR POR
CIMA DO MUNDO MEDIADO DA hVOZ E DO GESTO� DO ESPA A
MENTO E DA TEMPORALIDADEv� A POLÓTICA Ï hAFASTADAv AO INVÏS
DE PURIlCADA���
-AS O PARTIDO POLÓTICO TRADUZ AS VÉRIAS INSTÊNCIAS E PAR
TICULARIDADES EM UMA LINGUAGEM QUE Ï GERAL E TENCIONA
REPRESENTAR O GERAL� .ENHUM PARTIDO DIZ REPRESENTAR APENAS
OS INTERESSES DAQUELES QUE A ELE PERTENCEM OU O APØIAM� /
PARTIDARISMO Ï UMA MANIFESTA ÎO ATIVA DO GERAL EM VEZ DE
��� $UAS TRADI ÜES FORMAM A RAIZ DA MISTURA DE DEMOCRACIA COM REPRESENTA ÎO
CORPORATIVA� A TEORIA DA DEMOCRACIA FORTE E A TEORIA DO SOCIALISMO DE GUILDAS E DA
DEMOCRACIA PLURALISTA� 0ARA UM PANORAMA CRÓTICO DESTAS DUAS TRADI ÜES VEJA &REDE
RICK -� "ARNARD �����	�
��� )RIS -ARION 9OUNG ������ ���	� *É DESDE *AMES -ADISON� A IDÏIA DE QUE GRUPOS
PARTIDÉRIOS SÎO CONSTITUTIVOS DA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA TORNOU
SE UM TØPOS NA
TEORIA E NA CIÐNCIA POLÓTICAS�
/ QUE TORNA A REPRESENTA½áO DEMOCRÕTICA�
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
���� ����
���
UMA APROPRIA ÎO DO GERAL POR UM PARTICULAR� Ï O OPOSTO DO
PATRIMONIALISMO� 0OR ISSO PÙDE (EGEL ESCREVER QUE A REPRE
SENTA ÎO TRAZ O DISSENSO PARA A POLÓTICA PORQUE� AO POLITI
ZAR A ESFERA SOCIAL� ELA TRAZ A PLURALIDADE E A DIFEREN A PARA
DENTRO DO PÞBLICO� E 7EBER PÙDE ACENTUAR QUE O ASPECTO
POLÓTICO DO VOTO RESIDE NA CHANCE QUE TÐM OS CIDADÎOS DE
TRANSCENDER SEU SER SOCIAL PELO SEU PRØPRIO FAZER� O QUE EQUIVA
LE A DIZER QUE AGEM INDEPENDENTEMENTE DE SUA IDENTIDADE
SOCIAL E TORNAM
SE ELES MESMOS REPRESENTANTES DE SUA COMU
NIDADE POLÓTICA���
0ODE SER ÞTIL RECAPITULAR O DIAGNØSTICO PRESCIENTE DE
4OCQUEVILLE SOBRE AS DUAS FORMAS DE ASSOCIA ÜES DEMOCRÉ
TICAS QUE OS CIDADÎOS TENDEM A CRIAR� ASSOCIA ÜES CIVIS� QUE
REÞNEM �E DIVIDEM	 OS INDIVÓDUOS DE ACORDO COM SEUS INTE
RESSES OU OPINIÜES ESPECÓlCOS E� A MAIOR PARTE DO TEMPO�
UNIDIMENSIONAIS� E ASSOCIA ÜES PARTIDÉRIAS� QUE REÞNEM �E
DIVIDEM	 OS CIDADÎOS AO LONGO DAS LINHAS DE SUAS INTERPRE
TA ÜES AVALIATIVAS DE PROBLEMAS QUE SÎO GERAIS� OU DE hIGUAL
IMPORTÊNCIA PARA TODAS AS PARTES DO PAÓS�v !S PRIMEIRAS PRO
DUZEM UMA FRAGMENTA ÎO hAD INlNITUM SOBRE QUESTÜES DE
DETALHEv QUE RARAMENTE CONSEGUEM SER DE ALCANCE GERAL�
UMA VEZ QUE A VIDA DAS ASSOCIA ÜES CIVIS DEPENDE DO RELA
TIVO FECHAMENTO DE SEUS LIMITES� !S ÞLTIMAS INTERROMPEM A
FRAGMENTA ÎO� NÎO� CONTUDO� PELA IMPOSI ÎO DE UMA HOMO
GENEIDADE OU OCULTA ÎO DA DIFEREN A �QUE COLOQUE A SOCIE
DADE INTEIRA NA IMAGEM DE UM PARTIDO	� MAS PELA CRIA ÎO
DE NOVAS FORMAS DE hDIFEREN Av ENTRE OS CIDADÎOS� / PARTI
DARISMO POLÓTICO TANTO CONGREGA AS PESSOAS QUANTO AS SEPARA
��� 'EORGE 7ILHELM &RIEDRICH (EGEL ������ e ���	� -AX 7EBER ������ ��
��	�
$AÓ &RANCO TER ESCRITO QUE (EGEL EXIBE hUMA AMBIVALÐNCIA SIMILARv A "URKE NO TO
CANTE Ì REPRESENTA ÎO� hCERTAS VEZES ARGUMENTANDO QUE O DEVER DO REPRESENTANTE
Ï DEFENDER ;���= O INTERESSE NACIONAL� EM OUTRAS SUSTENTANDO QUE Ï PRESERVAR OS
VERDADEIROS INTERESSES DE SEU ELEITORADO EM OPOSI ÎO ÌS SUAS OPINIÜES EFÐMERASv
�&RANCO� ����� ���	�
.ADIA 5RBINATI
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
���� ����
���
COM RELA ÎO A QUESTÜES QUE SÎO GERAIS EM SUAS RIQUEZA E
IMPLICA ÜES��� ! FUN ÎO DOS PARTIDOS VAI MUITO ALÏM DAQUE
LA INSTRUMENTAL� DE PROVIMENTO DE ORGANIZA ÎO E RECURSOS
PARA A ALTERNÊNCIA DOS QUADROS POLÓTICOS E A RESOLU ÎO PACÓ
lCA DOS PLEITOS POR SUCESSÎO� 3UA FUN ÎO Ï ACIMA DE TUDO
AQUELA DE hINTEGRA ÎO DA MULTIDÎOv� UNIlCANDO AS IDÏIAS E
INTERESSES DA POPULA ÎO E TORNANDO O SOBERANO PERMANEN
TEMENTE PRESENTE COMO UM AGENTE DE INmUÐNCIA E SUPERVI
SÎO EXTRA
ESTATAIS���
%STÉ ALÏM DO ESCOPO DESTE ARTIGO ANALISAR O PAPEL DA FOR
MA PARTIDÉRIA DE PARTICIPA ÎO NA DEMOCRACIA MODERNA� SUA
TRANSFORMA ÎO DE UMA ORGANIZA ÎO DE NOTÉVEIS� PASSANDO
POR UMA INSTITUI ÎO DE MASSAS E TOTALIZADORA� UNIlCADA POR
UM CREDO POLÓTICO DE TIPO RELIGIOSO� ATÏ UM MAQUINÉRIO ELEI
TORAL QUE CONTA COM AMÓDIA� OS ANALISTAS POLÓTICOS E O DINHEI
RO PRIVADO��� / QUESTIONAMENTO CRÓTICO DOS PROBLEMAS QUE A
LIDERAN A DE GRUPO COLOCA PARA A DEMOCRACIA E A DISCUSSÎO
DO ARGUMENTO WEBERIANO DE QUE A POLÓTICA REPRESENTATIVA
ENSEJA A PROLETARIZA ÎO DA MASSA POR UMA ELITE ORGANIZADA
E ORGANIZACIONAL REQUERERIA UM TIPO DE PESQUISA BASTANTE
DIVERSO� ³ SUlCIENTE NOTAR AQUI QUE A DECLARA ÎO DA CRISE DA
IDEOLOGIA E A DECORRENTE VIRADA COGNITIVISTA QUE A TEORIA DO
��� !LEXIS DE 4OCQUEVILLE ������ ���
���	� !NTECIPANDO A DISTIN ÎO DE -AX 7EBER
ENTRE O PARTIDO IDEOLØGICO E O PARTIDO DE FUNCIONAMENTO ELEITORAL� 4OCQUEVILLE
DISTINGUIU OS hGRANDES PARTIDOS POLÓTICOSv DOS hPARTIDOS PEQUENOSv E SUGERIU QUE�
ENQUANTO OS ÞLTIMOS AGREGAM INTERESSES hSEMCREDO POLÓTICOv� OS PRIMEIROS UNEM
OS CIDADÎOS POR MEIO DE PRINCÓPIOS E INTERPRETA ÜES ACERCA DO DESTINO GERAL DO
PAÓS� 4OCQUEVILLE NÎO SUSTENTOU QUE OS INTERESSES PRIVADOS OPEREM APENAS EM hPAR
TIDOS PEQUENOSv� EMBORA TENHA NOTADO QUE EM hGRANDES PARTIDOS POLÓTICOSv OS
INTERESSES hESCONDEM
SE POR BAIXO DO VÏU DO INTERESSE PÞBLICO�v 3IMILAR Ì DIVISÎO
DE 4OCQUEVILLE E UMA ANTECIPA ÎO DA DE 7EBER FOI A DISTIN ÎO DE (EGEL ENTRE HOM
MES D�ÏTAT E HOMMES Ì PRÓNCIPES� A QUAL PRElGURAVA DUAS FORMAS DIFERENTES DE PARTIDOS
�(EGEL� ����� ���� 7EBER� ����� ���
���	�
��� &RIEDRICH������ ���
���	�
��� 0ARA UM PANORAMA HISTØRICO E ANALÓTICO DOS PARTIDOS �EM OPOSI ÎO ÌS FAC ÜES E
Ì DEMOCRACIA DE MASSAS COMO UMA AGREGA ÎO ATOMISTA	 NA POLÓTICA MODERNA� VEJA
,EON $� %PSTEIN ������ CAPS� �
�	�
/ QUE TORNA A REPRESENTA½áO DEMOCRÕTICA�
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
���� ����
���
DISCURSO CONFERIU Ì DEMOCRACIA SÎO LARGAMENTE RESPONSÉ
VEIS PELO SILÐNCIO E PELA MIOPIA DA TEORIA POLÓTICA CONTEMPO
RÊNEA A RESPEITO DO LUGAR DO PARTIDO E DO PARTIDARISMO NA
POLÓTICA DEMOCRÉTICA��� 4ODAVIA� A CRISE DOS PARTIDOS IDEOLØ
GICOS COMO OS DA 'UERRA &RIA MOSTROU QUE A FRAGMENTA ÎO
PRÏ
ELEITORAL n CANDIDATOS SEM PARTIDOS n PODE SER A ORIGEM
DE ESPÏCIES AINDA MAIS ENDÐMICAS DE RADICALISMO IDEOLØGI
CO AO INVÏS DE SINAL DE UMA PARTICIPA ÎO MAIS DEMOCRÉTICA
E LIVRE DE PRECONCEITOS� ,IVRES DAS ANTIGAS IDENTIlCA ÜES IDE
OLØGICAS� OS ELEITORES PODEM SE ACHAR CAPTURADOS POR E SOB
O EXTRAORDINÉRIO PODER DE OUTROS TIPOS DE POTENTADOS� TAIS
COMO TRIBOS ÏTNICAS E COMUNIDADES RELIGIOSAS� MAGNATAS DA
MÓDIA PRIVADA E lLIA ÜES COMUNITÉRIAS QUE� EM VEZ DE AUXI
LIAREM NA DELIBERA ÎO� NÎO SE MISTURAM OU CRIAM COMPRO
MISSOS ARRAIGADOS���
-AS A SELE ÎO DE CANDIDATOS NA CONDI ÎO DE COMPETI
DORES ISOLADOS� SEM UM PARTIDO OU lLIA ÎO A UM GRUPO POLÓ
TICO� NÎO PODE SER CONSIDERADA UM IDEAL DE REPRESENTA ÎO
DEMOCRÉTICA� NA MEDIDA EM QUE PODE INCLUSIVE SE TORNAR UM
hAFASTAMENTO DOS PRINCÓPIOS DO GOVERNO REPRESENTATIVOv���
.A REALIDADE� SE A ELEI ÎO FOSSE DE FATO UMA SELE ÎO ENTRE
E DE CANDIDATOS ISOLADOS n ENTRE E DE NOMES INDIVIDUAIS AO
INVÏS DE NOMES DE GRUPOS POLÓTICOS n A REPRESENTA ÎO IRIA
��� 3EM DÞVIDA ALGUMA� (ABERMAS Ï O PRINCIPAL AUTOR DA VERSÎO COGNITIVISTA DA
DELIBERA ÎO E DA LIBERDADE DEMOCRÉTICA� %M UMA CRÓTICA MUITO PERSPICAZ A ALGUNS
DE SEUS TRABALHOS� 1UENTIN 3KINNER DISCUTIU A FORMA COMO (ABERMAS AFASTA
SE DAS
TEORIAS CLÉSSICAS DA EXISTÐNCIA SOCIAL COMO UMA FONTE DA AUSÐNCIA DE LIBERDADE
INDIVIDUAL �DE 7EBER ATÏ &OUCAULT	� AO ATRIBUIR A RESPONSABILIDADE POR NOSSA PER
DA DE LIBERDADE hNÎO PRIMARIAMENTEv A hFOR AS COERCITIVAS EXTERNASv� MAS A hNØS
MESMOSv� OU PORQUE NOS FALTA CONHECIMENTO OU PORQUE SOMOS DETENTORES DE UMA
RACIONALIDADE hDISTORCIDA IDEOLOGICAMENTEv �3KINNER� ����	�
��� -UITAS DAS DIlCULDADES� RECENTEMENTE ATRIBUÓDAS AO SISTEMA REPRESENTATIVO� DE
hLEVAR EM CONTA OS PONTOS DE VISTAv DOS hINlNITOS GRUPOSv COM hPOSICIONAMENTOS
NÎO
UNIFORMESv �2OBERTO 'ARGARELLA� ����� ���	 PODEM SER VISTAS COMO DIlCULDADES
RELACIONADAS AO DECLÓNIO DA PRESEN A ASSOCIATIVA DO PARTIDO DENTRO DA SOCIEDADE�
��� -ANIN ������ ���	� QUE JULGA QUE ESTA SEJA UMA hMUDAN Av EM VEZ DE UM hAFAS
TAMENTOv OU UMA NOVA FORMA DE SELE ÎO DE ELITES�
.ADIA 5RBINATI
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
���� ����
���
DESAPARECER� PORQUE CADA CANDIDATO�A	 CONCORRERIA POR SI
SOLITARIAMENTE E SE TORNARIA� COM EFEITO� UM PARTIDÉRIO DE
SEU PRØPRIO INTERESSE� / ARRANJO LEGISLATIVO SERIA UMA AGREGA
 ÎO DE VONTADES INDIVIDUAIS� MAIS OU MENOS COMO A ASSEM
BLÏIA NA DEMOCRACIA DIRETA 
 INCAPAZ DE TOMAR DECISÜES POR
MEIO DE UM PROCESSO DELIBERATIVO ESTENDIDO 
 E� AO lNAL�
NÎO
REPRESENTATIVO� JÉ QUE APENAS AS IDÏIAS E OPINIÜES �OU
SEJA� O JUÓZO EM UM SENTIDO AMPLO	 PODEM SER POLITICAMENTE
REPRESENTÉVEIS� NÎO OS INDIVÓDUOS� 4AMBÏM POR ESTA RAZÎO� A
REPRESENTA ÎO NA ESFERA LEGISLATIVA NÎO CORRESPONDE SIMPLES
MENTE AO RESULTADO DAS ELEI ÜES� -ELHOR DITO� ELA Ï O RESUL
TADO DAS ELEI ÜES NA MEDIDA EM QUE OCORRAM DENTRO DE UM
CONTEXTO POLÓTICO QUE ENVOLVA PROGRAMAS E IDÏIAS QUE SEJAM
MAIS OU MENOS ORGANIZADOS E GERAIS� MAS CERTAMENTE CAPAZES
DE ATRAIR E UNIR OS INTERESSES E AS IDÏIAS DOS CIDADÎOS �QUER
DIZER� OS SEUS VOTOS	� 6OTAR NO 3R� 3MITH SEMPRE IMPLICA VOTAR
TAMBÏM NO QUE O 3R� 3MITH DIZ E ACREDITA� E ASSIM� INEVITAVEL
MENTE� NAQUILO EM QUE ACREDITAMOS E QUE DEFENDEMOS���
��� .ORBERTO "OBBIO ������ ���
���	� +ARI 0ALONEN ������ N�O �� ���	� 0ORTANTO�
NÎO Ï CONVINCENTE QUE UMA DEMOCRACIA PØS
PARTIDÉRIA OU hDEMOCRACIA DE AUDITØ
RIOv SEJA UM ESTÉGIO MAIS LIBERTADOR� h! ASCENSÎO DA MÓDIA POPULAR� NÎO
PARTIDÉRIA�
TEM UMA CONSEQàÐNCIA IMPORTANTE� QUAISQUER QUE SEJAM SUAS PREFERÐNCIAS PARTI
DÉRIAS� OS INDIVÓDUOS RECEBEM A MESMA INFORMA ÎO DO QUE TODOS OS DEMAIS SOBRE
UM DADO ASSUNTO� /S INDIVÓDUOS CERTAMENTE AINDA FORMAM OPINIÜES DIVERGENTES
SOBRE OS ASSUNTOS POLÓTICOS� MAS A PERCEP ÎO DO PRØPRIO ASSUNTO TENDE A SER INDE
PENDENTE DA INFORMA ÎO PARTIDÉRIA DO INDIVÓDUOv �-ANIN� ����� ���
���	� #ON
TUDO� A hDEMOCRACIA DE AUDITØRIOv EXIBE UMA IMAGEM UM TANTO DIFERENTE� AQUELA
DE UMA REESTRUTURA ÎO E REMODELAMENTO DA FORMA PARTIDÉRIA DE ACORDO COM OB
JETIVOS E CRITÏRIOS QUE SÎO MENOS� NÎO MAIS� DEMOCRÉTICOS� .O PAÓS QUE TORNOU O
VÓDEO
POPULISMO UM PODEROSO DESAlO� CONTRÉRIO AO SISTEMA PARTIDÉRIO TRADICIONAL
 A )TÉLIA 
 O 3R� 3ILVIO "ERLUSCONI FOI CAPAZ DE CONQUISTAR UMA MAIORIA ESTÉVEL APE
NAS QUANDO CRIOU SEU PRØPRIO PARTIDO� ENDOSSOU UMA IDENTIDADE IDEOLØGICA FORTE
E DEU A SEUS ELEITORES A CERTEZA DE QUE ELES PERTENCIAM A UM PARTIDO� NÎO SIMPLES
MENTE A UM COMERCIAL DE TELEVISÎO� .A SUPERFÓCIE� A hDEMOCRACIA DE AUDITØRIOv
PARECE SINTETIZAR UM SISTEMA DE REPRESENTA ÎO QUE Ï mUIDO� ABERTO� CARACTERIZADO
PELA INDETERMINA ÎO E DISPUTADO POR CANDIDATOS INDIVIDUAIS EM VEZ DE MEMBROS
PARTIDÉRIOS HOMOLOGADOS� 5MA ANÉLISE MAIS DETIDA� ENTRETANTO� REVELA QUE ESSE
SISTEMA Ï MENOS HIERÉRQUICO� RÓGIDO E HOMOLOGADO DO QUE SEU ANTECESSOR� COM A
NOTÉVEL �E PEJORATIVA	 DIFEREN A DE QUE NESTE CASO O UNIlCADOR Ï A PESSOA DO LÓDER
DIRETAMENTE E O PODER SUBLIMINAR DA MÓDIA INDIRETAMENTE�
/ QUE TORNA A REPRESENTA½áO DEMOCRÕTICA�
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
���� ����
���
! REPRESENTA ÎO POLÓTICA ATESTA O FATO DE QUE� EMBORA
A DEMOCRACIA POSSA SER EXPLICADA EM TERMOS DE REGRAS DO
JOGO� A PARTICIPA ÎO DOS CIDADÎOS NÎO Ï UM JOGO NEUTRO�
MAS UMA FORMA CONCRETA DE SE PROMOVER CONCEP ÜES E DE
SE IDENTIlCAR COM AQUELES QUE AS APØIAM OU FAZEM ALEGA
 ÜES CONVINCENTES EM SUA DEFESA��� ³ POR ISSO QUE A REPRE
SENTA ÎO Ï hPROBLEMÉTICAv QUANDO ANALISADA EM RELA ÎO Ì
DEMOCRACIA� %LA Ï PROBLEMÉTICA PORQUE NÎO PODE NUNCA SER
CORROBORADA POR E CONCEBIDA NOS TERMOS DE REPRESENTANTES
QUE SAIBAM EFETIVAMENTE O QUE AS PESSOAS DESEJAM� E PORQUE
AS EXPECTATIVAS DAS PESSOAS E AS REALIZA ÜES DE SEUS REPRE
SENTANTES JAMAIS IRÎO CORRESPONDER COM EXATIDÎO��� !O MES
MO TEMPO EM QUE DESAlA O COGNITIVISMO� A REPRESENTA ÎO
DEMOCRÉTICA DEPENDE DE MUITO MAIS DO QUE SIMPLESMENTE
PROCEDIMENTOS ELEITORAIS� %LA REQUER ROBUSTAS AUTONOMIA
LOCAL E LIBERDADE DE EXPRESSÎO E ASSOCIA ÎO� BEM COMO CERTA
IGUALDADE BÉSICA DE CONDI ÜES MATERIAIS� $EMANDA TAMBÏM
UMA CULTURA ÏTICA DE CIDADANIA QUE POSSIBILITE QUE TANTO OS
REPRESENTADOS QUANTO OS REPRESENTANTES VEJAM AS RELA ÜES
PARTIDÉRIAS COMO NÎO IRREDUTIVELMENTE ANTAGONISTAS E SUA
DEFESA NÎO COMO UMA PROMO ÎO INCONDICIONAL DE PRIVILÏ
GIOS SECTÉRIOS CONTRA O BEM
ESTAR DE TODOS�
³� PORTANTO� APROPRIADO DIZER QUE A COMPREENSÎO DA
REPRESENTA ÎO COMO UMA INSTITUI ÎO DEMOCRÉTICA� AO INVÏS
DE UM RECURSO OU UMA SEGUNDA ALTERNATIVA� COINCIDE COM A
REABILITA ÎO DE UMA DIMENSÎO IDEOLØGICA INEVITÉVEL DA POLÓ
��� $AÓ TER 'EORGE +ATEB ������ ���
���	OBSERVADO QUE ENQUANTO O INDIVÓDUO Ï A
UNIDADE DA OBRIGA ÎO LEGAL� O�S	 GRUPO�S	 POLÓTICO�S	 SÎO AS UNIDADES QUE CRIAM O
CONSENTIMENTO EM RELA ÎO Ì LEI�
��� )SSO TORNA A ACCOUNTABILITY ;PRESTAÎO DE CONTAS DOS GOVERNANTES SOBRE SEUS ATOS
�.�4�	= �DOS REPRESENTANTES PARA COM OS ELEITORES	 UMA DEMANDA ESTRUTURALMENTE
ÏTICA E POLÓTICA� /S TEØRICOS DO MINIMALISMO DEMOCRÉTICO USAM ESSE ARGUMENTO
PARA CONCLUIR QUE A ÞNICA INSTITUI ÎO VERDADEIRAMENTE DEMOCRÉTICA Ï A ELEI ÎO�
POIS OS VOTOS SÎO OS MAIS CONlÉVEIS DADOS PÞBLICOS A NOSSO DISPOR E A VOTA ÎO Ï O
ÞNICO MEIO FORMAL QUE TÐM OS CIDADÎOS PARA PUNIR E AMEA AR SEUS GOVERNANTES�
�0RZEWORSKI� ����� ��
��	
.ADIA 5RBINATI
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
���� ����
���
TICA� )SSO PORQUE A POLÓTICA� NO CONTEXTO DA REPRESENTA ÎO�
ENVOLVE UM PROCESSO COMPLEXO DE UNIlCA ÎO
E
DESUNIÎO
DOS CIDADÎOS� QUE OS PROJETA PARA UMA PERSPECTIVA ORIENTA
DA PARA O FUTURO� ! POLÓTICA MANTÏM O SOBERANO EM MOTO
PERPÏTUO� POR ASSIM DIZER� AO PASSO EM QUE TRANSFORMA SUA
PRESEN A EM UMA MANIFESTA ÎO DE INmUÐNCIA POLÓTICA COM
PLEXA E DELICADA�
.ADIA 5RBINATI
Ï PROFESSORA DO $EPARTAMENTO DE #IÐNCIA 0OLÓTICA DA 5NI
VERSIDADE DE #OLUMBIA
"IBLIOGRAlA
!.+%23-)4� &RANK 2� ����� !ESTHETIC 0OLITICS� 0OLITICAL 0HILOSOPHY BEYOND &ACT
AND 6ALUE� 3TANFORD� 3TANFORD 5NIVERSITY 0RESS�
"!2.!2$� &REDERICK -� ����� $EMOCRATIC ,EGITIMACY� 0LURAL 6ALUES AND 0OLITI
CAL 0OWER�-ONTREAL� -C'ILL
1UEEN�S 5NIVERSITY 0RESS�
"/"")/� .ORBERTO� ����� h)L COMPITO DEI PARTITI POLITICIv� )N� '2%#/� 4OM
MASO �ED�	� 4RA DUE REPUBBLICHE� !LLE ORIGINI DELLA DEMOCRAZIA ITALIANA� 2OME�
$ONZELLI�
"™#+%.&™2$%� %RNST
7OLFGANG� ����� 3TATE� 3OCIETY AND ,IBERTY� 3TUDIES IN
0OLITICAL 4HEORY AND #ONSTITUTIONAL ,AW� 4RAD� *� !� 5NDERWOOD� .EW 9ORK�
/XFORD� "ERG�
"52+%� ����� h3PEECH ON %CONOMICAL 2EFORMv� )N� +2!-.)#+� )SAAC �ED�	�
4HE 0ORTABLE %DMUND "URKE� ,ONDON� 0ENGUIN�
#!2)4!4� -ARIE
*EAN !NTOINE .ICOLAS �MARQUÐS DE #ONDORCET	� ����� h)DÏES
SUR LE DESPOTISMEv� ����� )N� !2!'/� -� &� E #/.$/2#%4
/�#/../2� !�
�EDS�	� /EUVRES� .OUVELLE IMPRESSION EN FACSIMILÏ DE L�ÏDITION 0ARIS ����
����� ��
VOLUMES� 3TUTTGART
"AD #ANNSTATT� &RIEDRICH &ROMMANN� VOL� �� ���
��� �
#!22› $% -!,"%2'� 2AYMOND� ����� #ONTRIBUTION Ì LA 4HÏORIE GÏNÏRALE DE
L�³TAT� 0ARIS� ,IBRAIRIE 2ECUEIL 3IREY� VOL� �� ����
#,!2+%� -� 6� ����� -EDIEVAL 2EPRESENTATION AND #ONSENT� ! 3TUDY OF %ARLY
0ARLIAMENTS IN %NGLAND AND )RELAND� WITH 3PECIAL 2EFERENCE TO THE -ODUS 4ENEN
DI 0ARLIAMENTUM� .EW 9ORK� 2USSELL � 2USSELL�
#/#().� !UGUSTINE� ����� ,�ESPRIT DU JACOBINISME� 5NE INTERPRÏTATION SOCIOLOGIQUE
DE LA 2ÏVOLUTION FRAN AISE� 0ARIS� 0RESSES 5NIVERSITAIRES DE &RANCE�
$!(,� 2OBERT !� ����� 0OLYARCHY� 0ARTICIPATION AND /PPOSITION� .EW (AVEN�
9ALE 5NIVERSITY 0RESS�
/ QUE TORNA A REPRESENTA½áO DEMOCRÕTICA�
,UA .OVA� 3áO 0AULO� ��� ���
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.EW (AVEN� 9ALE 5NIVERSITY 0RESS�
$%7%9� *OHN� ����� h4HE %THICS OF $EMOCRACYv� )N� "/9$34/.� *� !� �ED�	�
4HE %ARLY 7ORKS� ����
����� VOL� �� #ARBONDALE
%DWARDSWILLE� 3OUTHERN
)LLINOIS 5NIVERSITY 0RESS�
????????????� ����� 4HE 0UBLIC AND )TS 0ROBLEMS� !THENS� /HIO� 3WALLOW
0RESS�/HIO 5NIVERSITY 0RESS�
$/7.3� !NTHONY� ����� !N %CONOMIC 4HEORY OF $EMOCRACY� .EW 9ORK� S�E�
$7/2+).� 2ONALD� ����� 3OVEREIGN 6IRTUE� 4HE 4HEORY AND 0RACTICE OF %QUALITY�
#AMBRIDGE� (ARVARD 5NIVERSITY 0RESS�
%,').� #ATHERINE :� ����� #ONSIDERED *UDGMENT� 0RINCETON� .*� 0RINCETON
5NIVERSITY 0RESS�
%,34%2� *ON� ����� $ELIBERATIVE $EMOCRACY� �)NTRODU ÎO	� %D� DE *ON %LSTER�
#AMBRIDGE� #AMBRIDGE 5NIVERSITY 0RESS�
%034%).� ,EON $� ����� 0OLITICAL 0ARTIES IN THE !MERICAN -OLD�-ADISON� 4HE
5NIVERSITY OF 7ISCONSIN 0RESS�
&2!.#/� 0AUL� ����� (EGEL�S 0HILOSOPHY OF &REEDOM� .EW (AVEN� 9ALE
5NIVERSITY 0RESS�
&2)%$2)#(� #ARL *� ����� -AN AND (IS 'OVERNMENT� !N %MPIRICAL 4HEORY OF
0OLITICS� .EW 9ORK� -C'RAW "OOK #OMPANY�
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0RACTICE IN %UROPE AND !MERICA� &OURTH EDITION�7ALTHAM� -ASS� "LAISDELL�
'!2'!2%,,!� 2OBERTO� ����� h&ULL 2EPRESENTATION� $ELIBERATION� AND
)MPARTIALITYv� )N� %,34%2� *ON� $ELIBERATIVE $EMOCRACY� #AMBRIDGE� #AM
BRIDGE 5NIVERSITY 0RESS�
'2!-3#)� !NTONIO� ����� 1UADERNI DEL CARCERE� 4URIN� %INAUDI�
(!"%2-!3� *ÓRGEN� ����� "ETWEEN &ACTS AND .ORMS� #ONTRIBUTION TO A $ISCOURSE
4HEORY OF ,AW AND $EMOCRACY� 4RAD� 7ILLIAM 2EHG� #AMBRIDGE� -)4 0RESS�
(%'%,� '� 7� &� ����� h4HE %NGLISH 2EFORM "ILLv� )N� 0OLITICAL 7RITINGS�
4RAD� 4� -� +NOX� /XFORD� #LARENDON 0RESS�
????????????������ 0HILOSOPHY OF 2IGHT� 4RAD� 4� -� +NOX� /XFORD� /XFORD
5NIVERSITY 0RESS�
(/""%3� 4HOMAS� ����� h4HE %LEMENTS OF ,AW .ATURAL AND 0OLITICv� )N�
'!3+).� *� #� !� �ED�	�(UMAN .ATURE AND $E #ORPORE 0OLITICO� /XFORD� /XFORD
5NIVERSITY 0RESS�
+!.4/2/7)#:� %RNST� ����� 4HE KING�S TWO BODIES� ! STUDY IN MEDIAEVAL POLITI
CAL THEOLOGY� 0RINCETON� .*� 0RINCETON 5NIVERSITY 0RESS�
+!4%"� 'EORGE� ����� (ANNAH !RENDT� 0OLITICS� #ONSCIENCE� %VIL� 4OTOWA� .*�
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,%&/24� #LAUDE� ����� $EMOCRACY AND 0OLITICAL 4HEORY� 4RAD� $AVID -ACEY�
#AMBRIDGE� 0OLITY 0RESS�
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BRIDGE� #AMBRIDGE 5NIVERSITY 0RESS�
0!,/.%.� +ARI� ���� h0ARLIAMENTARISM� ! 0OLITICS OF 4EMPORAL AND 2HE
TORICAL $ISTANCESv� )N� 3#(/"%2� !NNA �ED�	� ¾STERREICHISCHE :EITSCHRIFT FàR
'ESCHICHTSWISSENSCHAFTEN� ¯STHETIK DES 0OLITISCHEN� N�O �� ���� VOLUME ESPECIAL�
0%,#:9.3+)� :� !� ����� (EGEL�S 0OLITICAL 7RITINGS �)NTRODUCTION	� 4RAD� 4�
-� +NOX� /XFORD� #LARENDON 0RESS�
0)4+).� (ANNA &ENICHEL� ����� 4HE #ONCEPT OF 2EPRESENTATION� "ERKELEY� 5NI
VERSITY OF #ALIFORNIA 0RESS�
????????????� ����� 7ITTGENSTEIN AND *USTICE� /N THE 3IGNIlCANCE OF ,UDWIG
7ITTGENSTEIN FOR 3OCIAL AND 0OLITICAL 4HOUGHT� "ERKELEY� 5NIVERSITY OF #ALIFOR
NIA 0RESS�
0,!4Ä/� ����� 2EPUBLIC� 4RAD� '� -� !� 'RUBE� 2EEVE� )NDIANAPOLIS� (ACKETT�
02:%7/23+)� !DAM� ����� h$ELIBERATION AND )DEOLOGICAL $OMINATIONv�
)N� %,34%2� *ON� �ED�	� $ELIBERATIVE $EMOCRACY� #AMBRIDGE� #AMBRIDGE 5NI
VERSITY 0RESS�
02:%7/23+)� !DAM� ����� h-INIMALIST CONCEPTION OF DEMOCRACY� A
DEFENSEv� )N� 3(!0)2/� )AN E (!#+%2
#/2$Ê.� #ASSIANO �ED�	� $EMOCRACY�S
6ALUE� #AMBRIDGE� #AMBRIDGE 5NIVERSITY 0RESS�
2!7,3� *OHN� ����� 0OLITICAL ,IBERALISM� .EW 9ORK� #OLUMBIA 5NIVERSITY
0RESS� ����� )N� / ,IBERALISMO 0OLÓTICO� 4RAD� $INAH DE !BREU !ZEVEDO� 3ÎO
0AULO� ­TICA�
2/3!.6!,,/.� 0IERRE� ����� ,A DÏMOCRATIE INACHEVÏE� (ISTOIRE DE LA SOUVERAI
NETÏ DU PEUPLE EN &RANCE� 0ARIS� 'ALLIMARD�
3#(5-0%4%2� *OSEPH !� ����� #APITALISM� 3OCIALISM AND $EMOCRACY� .EW
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