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Ebook 100 Dicas Matadoras Direito Constitucional

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100 DICAS MATADORAS DIREITO CONSTITUCIONAL @profmarcilioferreira 
 
 
 
 
 
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100 DICAS MATADORAS DIREITO CONSTITUCIONAL @profmarcilioferreira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Sonhar é acordar-se 
para dentro” 
(Mário Quintana) 
 
 
 
 
Prof. Marcílio Ferreira 
Professor de Direito. Procurador do Estado. Doutorando em Direito Público. Professional Coach. 
 
Prof. Colaborador Ernani Freitas 
(Instagram: @ernanisfn) 
 
Monitor: Edmom Moraes 
[Instagram: @edmom.moraes] 
 
Queridos amigos e futuros colegas de profissão, É CHEGADA A HORA! 
 
Durante os meses de preparação, vocês se esforçaram e se dedicaram, renunciando a prazeres da vida para 
atingir esse sonho. Vocês estão aqui e podem conseguir esse objetivo, basta acreditar no seu projeto de vida. 
 
Como sempre digo, o segredo da aprovação é uma boa revisão. Logo, preparei algumas dicas especiais, 
querendo ajudar vocês ao máximo. 
 
Lembrem-se de que esse objetivo é única e exclusivamente seu e que você se preparou para isso. Não há 
concorrentes, não há qualquer obstáculo além de você. Basta ter confiança e acreditar, que a aprovação com 
certeza virá! 
 
Nesses últimos momentos, sugiro que utilize cada segundo para fazer uma revisão de qualidade, especialmente 
utilizando as nossas dicas para isso. Elas servirão para você estudar ao longo da semana e mesmo no dia de 
véspera ou até no dia da prova. 
 
As dicas foram produzidas a partir de questões anteriores de provas e de trechos da nossa apostila. Leia 
atentamente, anote suas dúvidas e, se precisar, pode enviar um e-mail para nós com o seu feedback. 
 
Estou torcendo pela aprovação de cada um de vocês! 
Vamos juntos rumo à aprovação! 
 
Prof. Marci ́lio Ferreira Filho 
 
GOSTOU? USE A HASHTAG #profmarcilioferreira PARA NOS DAR O SEU FEEDBACK! 
Insta: @profmarcilioferreira 
E-mail: contato@marcilioferreira.co
 
DICA 01 
(Classificação da Constituições) 
 
QUANTO À ALTERABILIDADE: As constituições possuem 
diversas classificações. Entre elas, a classificação mais 
cobrada é quanto à ALTERABILIDADE (alteração da CF). 
Nessa classificação, as Constituições podem ser: 
 
RÍGIDAS 
Para alteração da Constituição, exige-se um 
processo mais rígido que as normas 
infraconstitucionais 
FLEXÍVEIS A Constituição possui mesmo processo de 
alteração de uma norma infraconstitucional 
SEMIRRÍGIDAS 
(semiflexíveis) 
Mescla das rígidas e flexíveis. Algumas normas 
são de natureza rígida, enquanto outras de 
natureza flexível. (Constituição Imperial de 
1824) 
IMUTÁVEIS 
(permanentes, 
graníticas ou 
intocáveis): 
Não são passíveis de alteração 
SUPERRÍGIDAS 
Além de possuir um processo de alteração 
rígido, existem normas que são imutáveis (ex: 
cláusulas pétreas) 
 
DICA 02 
(Classificação da Constituição) 
 
ENQUADRAMENTO DA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA: A 
Constituição Federal de 1988 é classificada como: 
 
FORMAL 
Possui uma forma escrita, por meio de um 
documento solene estabelecido pelo poder 
constituinte originário. 
ESCRITA 
 
Texto único. 
 
DOGMÁTICA 
Produto escrito e sistematizado por um órgão 
constituinte, a partir de princípios e ideias 
fundamentais da teoria política ao direito 
dominante. 
PROMULGADA 
 
Aprovada democraticamente. 
 
RÍGIDA Pode ser alterada, porém, por um processo 
Legislativo mais dificultoso 
ANALÍTICA 
Examina e regulamenta todos os assuntos que 
entendam relevantes à formação, destinação 
e funcionamento do Estado. 
 
DICA 03 
(Teoria Geral da Constituição) 
 
BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE: Com a EC 45/2004, foi 
incluído o §3º, art. 5º, da CF/88, através do qual: “Os tratados 
e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, 
serão equivalentes às emendas constitucionais”. 
 
 
ATENÇÃO: Com esse dispositivo, as normas constitucionais 
NÃO SÃO APENAS aquelas constantes da Constituição 
propriamente dita (documento único), mas também de 
tratados internacionais recepcionados com o mesmo 
quórum das Emendas Constitucionais. Esse somatório 
(Constituição + tratados recepcionados na forma acima) é 
o que a doutrina denomina de BLOCO DE 
CONSTITUCIONALIDADE. 
 
DICA 04 
(Teoria Geral da Constituição) 
 
SUPRALEGALIDADE DE TRATADOS SOBRE DIREITOS 
HUMANOS NÃO INCORPORADOS NO RITO DO ART. 5º, §3º, 
DA CF: Os tratados sobre direitos humanos na ̃o incorporados 
de acordo com o rito do art. 5º, §3º da CF/88 possuem 
natureza SUPRALEGAL, estando abaixo da Constituição, mas 
acima da Lei. (ADI 5240) 
 
Exemplo: Tratado que proibição do depositário infiel não foi 
incorporado com o rito do art. 5º, §3º da CF/88. Porém, o STF 
reconheceu que ele possui caráter de supralegalidade, ou seja, está 
acima das leis, mas abaixo da Constituição. 
 
DICA 05 
(Aplicabilidade das normas constitucionais) 
 
EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS: A classificação 
das normas constitucionais de acordo com a sua eficácia se 
divide em: 
 
PLENA 
não dependem de regulamentação para ter eficácia, 
bem como não podem ser restringidas. A sua 
eficácia inicia e permanece plena. (ex: direito à vida) 
 
CONTIDA 
nascem com eficácia total, porém podem ser 
“contidas” com uma regulamentação posterior. (ex: 
liberdade profissional, pode ser restringida por uma 
lei que regulamente a profissão). 
 
LIMITADA 
iniciam sem eficácia, dependendo de uma 
regulamentação posterior para ter aplicabilidade. 
(ex: direito de greve dos servidores públicos). 
 
 
 
ATENÇÃO1: As normas de eficácia limitada, caso 
não sejam regulamentadas, permitem a impetração 
do MANDADO DE INJUNÇÃO ou da Ação 
Declaratória de Inconstitucionalidade por Omissão 
(ADO). 
 
 
ATENÇÃO2: Muito embora as normas de eficácia 
limitada iniciem sem eficácia inicial, pode-se afirmar 
que elas possuem uma eficácia mínima. Sãos os 
EFEITOS REVOGADOR e INIBIDOR. 
 
EFEITO REVOGADOR Revoga as disposições contrárias a ela. 
EFEITO INIBIDOR Inibe a elaboração de leis contrárias a ela. 
 
DICA 06 
(Teoria Geral da Constituição) 
 
ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES: As Constituições podem 
ser divididos de acordo com seus elementos, que são: 
 
Elementos 
orgânicos 
Normas que regulam a estrutura do Estado e 
do Poder (Ex: Título III – Da Organização do 
Estado); 
 
 
 
 
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Elementos 
limitativos 
elenco de direitos e garantias fundamentais, 
limitando a atuação dos poderes estatais (Ex: 
Título II – Dos direitos e garantias 
fundamentais); 
Elementos 
socioideológicos 
revelam a ideologia de Estado Social, 
intervencionista (Ex: Título II – Dos Direitos 
Sociais); 
Elementos de 
estabilização 
constitucional 
Objetivam solução de conflitos constitucionais, 
defesa da Constituição, do Estado e das 
instituições democráticas (Ex: Título V – Da 
Defesa do Estado e das Instituições 
Democráticas); 
Elementos 
formais de 
aplicabilidade 
Regras de aplicação da própria constituição 
(ex: ADCT). 
 
DICA 07 
[Teoria Geral da Constituição] 
 
NEOCONSTITUCIONALISMO: Qual a diferença entre 
constitucionalismo e neoconstitucionalismo? 
 
CONSTITUCIONALISMO 
Movimento jurídico e político para fazer o poder do Estado ser 
limitado, criando uma constituição para dar direitos às pessoas 
NEOCONSTITUCIONALISMO 
Trata-se de uma nova abordagem ao Direito Constitucional, surgido 
na metade do século XX, com o intuito de: trazer a Constituição 
para o centro jurídico, atribuir força normativa para a constituição, 
reinterpretar a Constituição e transformá-la. 
 
DICA 08 
[Teoria Geral da Constituição] 
 
RECEPÇÃO: Quando é inaugurada uma NOVA Constituição, as 
leis editadas sob vigência da anterior não serão declaradasinconstitucionais, mas sim RECEPCIONADAS ou NÃO-
RECEPCIONADAS. 
 
A nova Constituição recepciona (recebe) normas 
INFRACONSTITUCIONAIS que foram elaboradas de acordo 
com as constituições anteriores, DESDE QUE NÃO 
CONTRARIEM MATERIALMENTE (direito previsto no texto 
constitucional) a nova Constituição. E revoga a Constituição 
anterior. 
 
Ex: Lei nº 1079/508 - Crime de responsabilidade e processo de 
Impeachiment (usado no caso Collor e Dilma). ADPF nº 3789, 
determina os artigos que foram recepcionados pela CF/88. 
 
DICA 09 
(Poder Constituinte) 
 
ESPÉCIES PODER CONSTITUINTE: O Poder Constituinte se 
divide em ORIGINÁRIO e DERIVADO. O originário é aquele que 
edita pela primeira vez a Constituição, sendo ilimitado, absoluto, 
incondicionado etc. O derivado, por outro lado, é aquele que é 
instituído pelo originário, sendo dele decorrente. 
O DERIVADO pode ser: 
 
REFORMADOR Aquele que altera a Constituição através de 
Emenda; 
REVISOR Aquele previsto no art. 3º da ADCT (norma de 
eficácia exaurida) 
DECORRENTE Aquele que é exercido pelos Estados e pelo DF 
no exercício de competência estadual. 
 
DICA 10 
(Poder Constituinte) 
 
PODER CONSTITUINTE REFORMADOR: É a modificação 
formal da Constituição por meio de Emenda, regulamentada no 
art. 60 da CF. Aspectos jurídicos importantes: 
 
Iniciativa 
Projeto de Emenda Constitucional (PEC) Art. 60, I a 
III. 
1/3 dos membros de uma das Casas do 
Congresso Nacional. 
Presidente da República. 
+ ½ das Assembleias Legislativas c/ maioria 
relativa dos seus membros 
Quórum 
Art. 60, § 2º 
3/5 em 2 turnos nas 2 casas do Congresso 
Nacional 
 
Promulgação 
Art. 60, § 3º 
Mesa da Câmara dos Deputados e Senado. 
 
 
DICA 11 
(Poder Constituinte) 
 
PODER CONSTITUINTE DECORRENTE E LIMITAC ̧O ̃ES A ̀ 
AUTO-ORGANIZAC ̧ÃO DOS ESTADOS: O Poder Constituinte 
Decorrente é aquele exercido pelos Estados e pelo DF, sendo 
limitados e condicionados ao cumprimento da Constituição 
Federal. 
 
Esses poderes são submetidos aos limites constitucionais, que 
são dividos em categoria de PRINCÍPIOS. São eles: 
 
Princípios 
constitucionais 
sensíveis 
Essência da 
organização 
constitucional 
federativa 
Art. 34, VIII da CF: 
hipóteses SENSÍVEIS, 
que admitem 
intervenção 
Princípios 
constitucionais 
extensíveis 
Normas 
organizatórias da 
União que se 
estendem aos 
Estados, por 
previsão 
constitucional 
expressa ou 
implícita; 
Normas sobre 
processo legislativo que 
tratam da União, mas 
são EXTENSÍVEIS aos 
Estado 
Princípios 
constitucionais 
estabelecidos 
Restringem a 
capacidade 
organizatória dos 
Estados de maneira 
direta no Texto 
Constitucional. 
 
Normas já 
ESTABELECIDAS na 
Constituição sobre 
Estados e DF 
 
 
ATENÇÃO: Na ̃o existe Poder Constituinte no a ̂mbito dos 
Munici ́pios. 
 
 
 
 
 
 
 
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DICA 12 
(Poder Constituinte) 
 
O poder constituinte DERIVADO é sujeito a limites. São eles: 
 
TEMPORAIS 
Apesar de referidas pela doutrina, não 
existem na Constituição de 1988. Dizem 
respeito a períodos determinados em que 
não é possível a mudança do texto 
constitucional 
MATERIAIS 
Correspondem às cláusulas pétreas (art. 
60, §4º), que vedam a emenda 
constitucional em certos assuntos. Para 
que uma emenda seja considerada 
inconstitucional nesta seara, deverá tentar 
abolir o núcleo essencial das cláusulas 
pétreas. 
CIRCUNSTANCIAIS 
São limitações que impedem a mudança do 
Texto Constitucional em situações 
específicas vivenciadas no Estado. É o caso 
do art. 60, §1º, da CF/88, ao dispor que “a 
Constituição não poderá ser emendada na 
vigência de intervenção federal, de estado 
de defesa ou de estado de sítio. 
FORMAIS 
São limites previstos no Texto 
Constitucional, que exigem um processo 
legislativo formal e com requisitos bem 
definidos para aprovação das emendas. 
Podem ser subjetivas (referentes à iniciativa 
– ex: art. 60, caput) e objetivas (requisitos 
de aprovação – ex: art. 60, §2º). Estas 
limitações serão melhor estudadas quando 
da análise do processo legislativo 
 
DICA 13 
(Poder Constituinte) 
 
DIREITO ADQUIRIDO EM FACE DE UMA NOVA 
CONSTITUIÇÃO (CONSTITUINTE ORIGINÁRIO): O Poder 
Constiuinte Originário é absoluto e, portanto, não é possível 
alegar direito adquirido em face de uma nova Constituição. 
Contudo, em face de Emenda à Constituição (Constituinte 
Reformador), esse poder é limitado e o direito adquirido 
poderá ser arguido. 
 
Poder Constituinte 
Originário 
(nova CF) - ilimitado 
Não pode alegar direito adquirido 
Poder Constituinte 
Reformador 
(uma EC) - limitado 
Pode sim alegar direito adquirido 
 
DICA 14 
(Direito intertemporal) 
 
DIFERENÇA ENTRE REPRISTINAÇÃO E EFEITO 
REPRISTINATÓRIO: 
 
Repristinação 3 normas 
Lei “C” revoga Lei “B”. Porém, a Lei 
“B” e ́ revogada pela Lei “A”. Nesse 
caso, a Lei “C” so ́ voltar a ter 
vige ̂ncia, caso a Lei “A” assim 
determine 
Efeito 
repristinatório 2 normas 
Lei “A” e ́ revogada pela Lei “B”. 
Pore ́m, a Lei “B” e ́ declarada 
inconstitucional pelo STF. Nesse 
caso, volta a vigorar 
automaticamente a Lei “A”, exceto 
se o STF disser diferente 
 
DICA 15 
(Direito intertemporal) 
 
TEORIA DA DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO: Trata-se de uma 
teoria que diz respeito à relação intertemporal entre uma 
Constituição NOVA e a Constituição ANTIGA. 
 
Exemplo: Constituição nova é editada. A Constituiçãõ antiga 
se torna lei infraconstitucional? 
 
Conceito da teoria: Parte da Constituição anterior compatível 
com a nova seria recepcionada pela nova com status de lei. 
 
 
ATENÇÃO: Não é admitido no Brasil, exceto quando a 
própria Constituic ̧ão nova assim o preve ̂. 
 
DICA 16 
(Preâmbulo constitucional) 
 
PREÂMBULO CONSTITUCIONAL NÃO É NORMA JURÍDICA: 
Segundo entendimento do STF, o preâmbulo constitucional não 
é considerado como norma e não pode servir como 
paradigma para fins de controle de constitucionalidade. 
 
 
ATENÇÃO: "Preâmbulo da Constituição: não constitui 
norma central. Invocação da proteção de Deus: não se trata 
de norma de reprodução obrigatória na Constituição 
estadual, não tendo força normativa." (ADI 2.076) 
 
DICA 17 
(Fundamentos e Objetivos) 
 
FUNDAMENTOS X OBJETIVOS: Os fundamentos da República 
se diferenciam dos objetivos. 
 
FUNDAMENTOS 
(art. 1º) 
Sempre palavras soltas: 
SO + CI + DI + VA + PLU 
Soberania 
Cidadania 
Dignidade da pessoa humana 
Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa 
Pluralismo político. 
OBJETIVOS 
(art. 3º) 
Sempre verbos no infinitivo 
I - construir uma sociedade livre, justa e 
solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e 
reduzir as desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem 
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade 
e quaisquer outras formas de discriminação. 
 
DICA 18 
(Direitos fundamentais) 
 
Os direitos fundamentais se dividem em três gerações, de 
acordo com as conquistas históricas que consolidaram esses 
direitos. Se tiver dúvida na prova, faça comparação com o lema 
francês: liberdade, igualdade e fraternidade. 
 
 
 
 
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1ª GERAÇÃO Direitos individuais (liberdade/propriedade) 
2ª GERAÇÃO Direitos sociais (saúde, educação, trabalho, 
previdência, habitação etc.) 
3ª GERAÇÃO 
Direitos transindividuais (meio ambiente, 
desenvolvimento, qualidade de vida, direitos do 
consumidor etc.) 
 
DICA 19 
(Direitos fundamentais) 
 
ENQUADRAMENTO NA TERCEIRA GERAÇÃO: A INFÂNCIA E 
JUVENTUDE e os DIREITOS DO CONSUMIDOR, se 
enquadram nos direitos de TERCEIRA GERAÇÃO, pois, trata-se 
de direito de solidariedade, que, em síntese, são direitos que 
não se ocupam da proteção a interesses individuais, ao 
contrário, são direitos atribuídos genericamente a todas as 
formações sociais. 
 
DICA 20 
(Direitos fundamentais) 
 
ROL EXEMPLIFICATIVO:O rol de direitos e garantias 
fundamentais não se encontram exclusivamente relacionados 
no art. 5 da CF, estando espalhados ao longo do Texto 
Constitucional. 
Os direitos e garantias fundamentais se constituem em um 
amplo rol em que estão inseridos os direitos de defesa do 
indivíduo perante o Estado, os direitos políticos, os relativos à 
nacionalidade e os direitos sociais, dentre outros. Os direitos 
fundamentais têm por finalidade proteger a dignidade humana 
em todas as dimensões. 
O título II da CF contém direitos e garantias fundamentais, 
porém, não são somente eles, uma vez que o rol é 
exemplificativamente e não taxativo. Temos por exemplo a 
Anterioridade Tributária consagrada no Art. 150, III, b e IV da 
Constituição Federal. (Garantia individual do contribuinte e sua 
violação importa em vício de constitucionalidade. 
 
DICA 21 
(Direitos fundamentais) 
 
EFICÁCIA HORIZONTAL X VERTICAL: O entendimento atual é 
de que as normas sobre direitos fundamentais se aplicam a 
todas as relações jurídicas, sejam elas de direito público 
(relação vertical), seja de direito privado (relação horizontal). 
 
Vertical Estado x 
Particular 
Como o Estado goza de prerrogativas, 
fala-se em relação vertical. Devem-se 
observar as regras de direitos 
fundamentais 
Horizontal Particular x 
Particular 
Como são iguais, fala-se em relação 
jurídica horizontal. Devem-se observar 
as regras de direitos fundamentais. 
 
 
ATENÇÃO: Fala-se também em relação jurídica 
DIAGONAL, sob a qual também incidem os direitos 
fundamentais. As relações jurídicas diagonais seriam 
aquelas em que a relação é PRIVADA, porém existe uma 
desproporção entre os poderes das partes (ex: direito 
trabalhista, direito do consumidor. 
 
DICA 22 
(Direitos Fundamentais) 
 
Principais dispositivos do art. 5º em provas objetivas: 
 
 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela 
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo 
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar 
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das 
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações 
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas 
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de 
investigação criminal ou instrução processual penal; 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em 
locais abertos ao público, independentemente de 
autorização, desde que não frustrem outra reunião 
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo 
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo 
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito; 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato 
jurídico perfeito e a coisa julgada; 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, 
em caso de crime comum, praticado antes da 
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico 
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens 
sem o devido processo legal; 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e 
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e 
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos 
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse 
social o exigirem; 
 
DICA 23 
(Remédios constitucionais) 
 
CABIMENTO - MANDADO DE SEGURANÇA: O mandado de 
segurança pode ser individual ou coletivo, e só cabe quando 
houver DIREITO LÍQUIDO E CERTO, que significa o direito que 
pode ser comprovado DOCUMENTALMENTE. 
 
 
ATENÇÃO: Controvérsia sobre matéria de direito não 
impede concessão de Mandado de Segurança. (Súmula 
STF 625) 
 
 
ATENÇÃO2: Na ação de Mandado de Segurança não se 
admite condenação em honorários advocatícios. (Súmula 
STJ 105) 
 
 
ATENÇÃO3: O prazo para impetração do Mandado de 
Segurança é DECADENCIAL de 120 dias. No entanto, 
quando ele é PREVENTIVO, não há prazo, já que ainda não 
ocorreu a lesão! 
 
DICA 24 
(Remédios Constitucionais) 
 
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO: Conforme art. 5º, 
LXX, o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
“a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
e b) organização sindical, entidade de classe ou associação 
 
 
 
 
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legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um 
ano, em defesa dos interesses de seus membros ou 
associados;” 
 
 
ATENÇÃO: Existem duas súmulas muito cobradas em prova 
em relação ao mandado de segurança coletivo: 
 
 
Súmula STF 630: A entidade de classe tem legitimação 
para o Mandado de Segurança ainda quando a pretensão 
veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva 
categoria. 
 
 
 
Súmula STF 629: A impetração de Mandado de Segurança 
coletivo por entidade de classe em favor dos associados 
independe da autorização destes. 
DICA 25 
(Remédios Constitucionais) 
 
HABEAS DATA: O habeas data pode ser utilizado para 3 (três) 
hipóteses relacionadas à informação: ACESSO, RETIFICAÇÃO 
e ANOTAÇÃO. 
 
 
CUIDADO! A anotação não está prevista na CF, mas sim na 
Lei 9.507, art. 7º, III. 
 
CUIDADO2: O habeas data só pode ser impetrado se 
houver RECUSA ou OMISSÃO em relação ao pedido 
administrativo do impetrante 
 
 
Súmula 02-STJ: “Não cabe o ‘habeas data’ (CF/88, 
art. 5º, LXXII, ‘a’) se não houve recusa de 
informações por parte da autoridade 
administrativa”. 
 
 
 
CUIDADO3: Não cabe habeas data em relação a 
informações de TERCEIROS, a não ser na hipótese de 
sucessores do falecido, segundo jurisprudência do STJ. 
DICA 26 
(Remédios Constitucionais) 
 
CABIMENTO - MANDADO DE INJUNÇÃO: O mandado de 
injunção é utilizado quando houver OMISSÃO LEGISLATIVA que 
torne inviável o exercício de norma constitucional. 
O STF adota, como regra, a teoria concretista, segundo a qual 
as omissões devem ser resolvidas concretamente pelo Poder 
Judiciário, não ficando restrito à mera notificação ao Poder 
Legislativo acerca da sua mora. A nova lei do MI (Lei 13.300) 
consolidou tal entendimento no art. 8: 
 
 
Art. 8. Reconhecido o estado de mora legislativa, será 
deferida a injunção para: 
I - determinar prazo razoável para que o impetrado 
promova a edição da norma regulamentadora; 
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos 
direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados 
ou, se for o caso, as condições em que poderá o 
interessado promover ação própria visando a exercê-los, 
caso não seja suprida a mora legislativa no prazo 
determinado. 
 
 
ATENÇÃO: A nova lei também passou a prever 
expressamente a possibilidade de Mandado de Injunção 
COLETIVO (art. 12). 
 
DICA 27 
(Remédios Constitucionais) 
 
LEGITIMIDADE - AÇÃO POPULAR: A ação popular serve para 
impugnar atos lesivos ao interesse público e só pode ser 
ajuizada por CIDADÃO, que deverá comprovar essa qualidade 
por meio do título de eleitor. 
 
 
 
Súmula 365-STF: “Pessoa jurídica não tem legitimidade 
para propor ação popular”. 
 
DICA 28 
(Remédios Constitucionais) 
 
AUSÊNCIA DE FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO NA 
AÇÃO POPULAR: A ação popular não possui foro por 
prerrogativa de função, devendo ser ajuizada no primeiro grau 
e não nas instâncias superiores. 
Esta ação possui natureza CÍVEL, razão pela qual não é 
alcançada pelas regras de competência de foro especial por 
prerrogativa de função perante o STF. 
A ação popular é ajuizada no Juízo de primeiro grau, mesmo 
as ajuizadas contra os chefes do poder executivo. 
 
 
ATENÇÃO: Também não existe foro especialpor 
prerrogativa de função nas ações civis públicas, como há, 
para certas autoridades, nas ações penais ou criminais. 
 
DICA 29 
(Remédios Constitucionais) 
 
DESISTÊNCIA NA AÇÃO POPULAR: Lei nº 4.717/65 Art. 9º 
Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da 
instância, serão publicados editais nos prazos e condições 
previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer 
cidadão, bem como ao representante do Ministério Público, 
dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação feita, 
promover o prosseguimento da ação. 
 
DICA 30 
(Remédios Constitucionais) 
 
GRATUIDADE DOS HABEAS: “Habeas data” e “habeas 
corpus” não têm prazo para impetração. Ambas são ações 
gratuitas. 
 
 
ATENÇÃO: O “habeas corpus” não é um remédio privativo 
de advogado, porém, o “habeas data” exige um advogado 
regularmente inscrito na OAB. 
 
DICA 31 
(Interpretação/Hermenêutica constitucional) 
 
MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL: É a mudança na interpretação 
de uma mesma norma constitucional com o passar do tempo, 
sem alteração do seu conteúdo. (evita a petrificação do direito). 
 
 
ATENÇÃO: A mutação constitucional é diferente da 
declaração de inconstitucionalidade ou da alteração do 
texto constitucional. Nela, apenas altera-se a interpretação 
acerca de uma norma, sem modificar o seu conteúdo ou 
sem declarar a inconstitucionalidade. 
 
 
 
 
9 
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Dica 32 
(Controle de constitucionalidade) 
 
EFEITOS DA DECISÃO EM CONTROLE ABSTRATO: As 
decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo 
Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e 
nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão 
eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos 
demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública 
direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. 
 
 
ATENÇÃO: Não vincula o Poder Legislativo, que pode 
editar novamente uma lei com o mesmo conteúdo 
considerado inconstitucional, e o STF, que pode mudar o 
seu entendimento. 
 
DICA 33 
(Controle de constitucionalidade) 
 
OBJETO DAS AÇÕES DO CONTROLE: 
 
ADI 
(Ação Direta de Inconstitucionalidade) 
Art. 102, I, “a” e Lei nº 9868/99. (Lei ou ato normativo federal ou 
estadual). 
ADO 
(Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão) 
(Omissão Legislativa -Tornar efetiva norma constitucional em razão 
de omissão de qualquer dos Poderes ou de órgão administrativo). 
ADC 
(Ação Direta de Constitucionalidade) 
Art. 102, I, “a” e Lei n. 9.868/99 (Lei ou ato normativo federal). 
 
ADPF 
(Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental). 
Art. 102, § 1.º e Lei n. 9.882/99 Caberá ADPF sempre que não 
couber nenhum outro meio eficaz para sanar a lesividade, no caso, 
a preceito fundamental. Observa-se, que o art. 1º, parágrafo único, I, 
da Lei n. 9.882/99, dispõe que também caberá ADPF quando for 
relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou 
ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à 
Constituição. 
 
DICA 34 
(Controle de constitucionalidade) 
 
EFEITO AMBIVALENTE DAS DECISÕES EM SEDE DE ADI: A 
decisão proferida em ADI, caso julgue pela constitucionalidade, 
terá efeitos abstratos (vinculante, erga omnes) de uma 
declaração de constitucionalidade. A mesma coisa ocorre em 
relação à ADC. Ou seja, há uma ambivalência entre ADI e 
ADC. 
 
 
ATENÇÃO: No caso de medida cautelar em ADI, o 
indeferimento não importa em efeito ambivalente. 
DICA 35 
(Controle de constitucionalidade) 
 
DEFESA DA LEI EM ADI PELO AGU: Nas ADI`s, o Advogado-
Geral da União (AGU) será citado para defender a lei 
impugnada. Há exceções à essa previsão? Ou seja, existem 
hipóteses em que ele poderá deixar de fazer a defesa da 
constitucionalidade da Lei? 
 
Sim! Segundo entendimento do STF, o AGU não precisa se 
pronunciar pela constitucionalidade da lei questionada 
quando: 
a) quando já́ há entendimento do STF; 
b) quando manifestamente contra ́rio aos interesses da 
Unia ̃o. 
 
DICA 36 
(Controle de constitucionalidade) 
 
CONTROLE PREVENTIVO DE CONSTITUCIONALIDADE NA 
VIA JUDICIAL: Sabe-se que o controle de constitucionalidade 
pode ser PREVENTIVO (antes da promulgação da lei ou ato 
normativo) ou REPRESSIVO (após a promulgação). 
 
O controle de constitucionalidade preventivo pode ocorrer na 
via JUDICIAL? 
 
Admite-se apenas através de MS protocolado por Parlamentar, 
nos casos de 
(a) vi ́cio no processo legislativo; 
(b) projeto tendente a ̀ abolic ̧a ̃o de cla ́usula pe ́trea. 
 
DICA 37 
(Controle de constitucionalidade) 
 
CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO: “Somente pelo voto 
da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do 
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público” 
(CF, art. 97). 
 
 
ATENÇÃO: Essa cláusula determina que a declaração de 
inconstitucionalidade ou ato normativo do Poder Público, no 
âmbito dos Tribunais, não pode ocorrer por órgão 
fracionário (ex: 1ª Câmara Cível), devendo ser decidido pelo 
Plenário ou órgão especial, instaurando um incidente 
específico para isso. 
*Conferir art. 948 do CPC. 
 
 
 
CUIDADO! A cláusula de reserva de plenário não se aplica 
às hipóteses de: 
(1) quando já houver decisão do próprio tribunal ou do 
STF sobre a matéria; 
(2) declaração de não recepção; 
(3) interpretação conforme a constituição; 
(4) declaração de constitucionalidade. 
 
DICA 38 
(Controle de constitucionalidade) 
 
LEGITIMADOS PARA ADI (CF, art. 103): 
 
Macete: para facilitar a memorização, eles são divididos em 3 
(três) grupos: 1) mesas; 2) pessoas/autoridades; e 3) 
instituições/entidades. Cada grupo possui 3 (três) 
integrantes. Desses 3 (três integrantes), o "mais fraco", o 
"menos importante", de cada grupo é legitimado ESPECIAL 
(exige pertinência temática), sendo, portanto, 3 (três) os 
legitimados especiais. Os demais são legitimados UNIVERSAIS 
(não exigem pertinência temática). Abaixo, em destaque, estão 
os legitimados especiais. 
 
1) 3 Mesas: 
1.1) Mesa do Senado Federal (inciso II); 
 
 
 
 
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1.2) Mesa da Câmara dos Deputados (inciso III); 
1.3) Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara 
Legislativa do DF (inciso IV). 
 
2) 3 Pessoas/autoridades: 
2.1) Pres. da República (inciso I); 
2.2) PGR (inciso VI); 
2.3) Governador do Estado ou do DF (inciso V); 
 
3) 3 Instituições: 
3.1) Conselho Federal da OAB (inciso VII); 
3.2) Partido político com representação no CN (inciso VIII); 
3.3) Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito 
nacional (inciso IX). 
 
 
ATENÇÃO: Os legitimados da ADI são os mesmos da ADO, 
ADC e ADPF. 
 
DICA 39 
(Controle de constitucionalidade) 
 
CONTROVÉRSIA JUDICIAL RELEVANTE NA ADC: A ADC tem 
por requisito a comprovação de controvérsia judicial 
relevante. 
Justificativa: Não se pode querer a declaração de 
constitucionalidade de qualquer norma, pois as leis já gozam de 
presunção de constitucionalidade. Assim, exige-se que, para 
uma lei ser objeto de ADC, haja uma controvérsia judicial 
relevante. 
Conceito: A controvérsia judicial relevante é a comprovação de 
que a norma está sendo controvertida nos tribunais, por 
exemplo, quando vários juízes vêm declarando a sua 
inconstitucionalidade. 
 
DICA 40 
(Controle de constitucionalidade) 
 
EFEITOS DA DECISÃO PROFERIDA EM CONTROLE 
ABSTRATO (cautelar x mérito): 
 
Decisão de 
mérito 
Efeitos ex tunc (exceto se houver modulac ̧a ̃o), 
vinculante, erga mones. 
Decisão 
cautelar 
Efeitos ex nunc (exceto se houver modulac ̧a ̃o), 
vinculante, erga mones. 
 
 
ATENÇÃO: Nas duas hipóteses, admite-se a modulação de 
efeitos temporais da decisão. 
DICA 41 
(Controle de constitucionalidade) 
 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA: O controle de constitucionalidade em caráterabstrato também pode acontecer no âmbito do Tribunal de 
Justiça (TJ), conforme art. 125, §2º. 
 
 
ATENÇÃO: Os legitimados da ADI-Estadual NÃO PRECISAM 
ser os mesmos da ADI-Federal, sendo vedado apenas a 
atribuição de legitimidade para agir a um único órgão. 
 
DICA 42 
(Controle de constitucionalidade) 
 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE SIMULTÂNEO (STF 
X TJ): 
Do que se trata? 
Ocorre quando forem propostas duas ADI’s (STF e TJ), tendo 
como para ̂metro norma de reproduc ̧a ̃o obrigato ́ria da CE 
diante da CF. Nesse caso, suspende-se o curso da ADI-Estadual 
ate ́ o julgamento pelo STF. 
Com o julgamento pelo STF da ADI, duas coisas podem 
ocorrer: 
 
Se o STF julgar 
PROCEDENTE 
 
A ADI-Estadual perde o objeto 
Se o STF julgar 
IMPROCEDENTE 
a ADI- Estadual tem continuidade, pois pode 
haver declarac ̧a ̃o de inconstitucionalidade com 
base em outro para ̂metro da CE. 
 
DICA 43 
(Controle de constitucionalidade) 
 
CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE: No Brasil, não 
existe constitucionalidade OU inconstitucionalidade 
superveniente. A compatibilidade de uma norma com a 
Constituição é inferida a partir do momento em que ela 
ingressa no ordenamento jurídico. 
 
 
ATENÇÃO: Se a norma é constitucional e fica incompatível 
com futura EC, será ela revogada. Se a norma era 
inconstitucional e passa a ser compatível com uma futura 
EC, continuará sendo inconstitucional. 
 
DICA 44 
(Controle de constitucionalidade) 
 
INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE NORMAS 
CONSTITUCIONAIS ORIGINÁRIAS: Não existe hierarquia 
entre normas formalmente constitucionais, 
independentemente do seu conteúdo. Assim, não é cabível falar 
em inconstitucionalidade de norma originária. 
 
 
ATENÇÃO: Apesar disso, é possível falar em 
inconstitucionalidade de uma Emenda Constitucional, caso 
esta viola normas formal ou materialmente a CF. 
 
DICA 45 
(Controle de constitucionalidade) 
 
ADI POR PARTIDO POLI ́TICO E PERDA DE REPRESENTAC ̧A ̃O 
NO CONGRESSO NACIONAL: “a aferic ̧ão da legitimidade deve 
ser feita no momento da propositura da ac ̧ão e que a perda 
superveniente de representac ̧ão do partido poli ́tico no 
Congresso Nacional na ̃o o desqualifica como legitimado ativo 
para a ac ̧a ̃o direta de inconstitucionalidade”. (ADI 2159 
AgR/DF) 
 
 
ATENÇÃO: Para que uma ADI seja proposta por um partido 
político, basta que ele tenha representação no Congresso 
Nacional, mesmo que seja apenas 1 representante. Nesses 
casos, se ele perder o representante ao longo do curso de 
uma ADI, esta continuará tramitando normalmente. 
 
DICA 46 
(Controle de constitucionalidade) 
 
INCONSTITUCIONALIDADE DIRETA X INDIRETA: 
Reflexa 
(oblíqua): 
O vício decorre de uma norma infraconstitucional e não da 
 
 
 
 
11 
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Constituição – estaremos diante de uma lei constitucional, porém 
regulamentada por um decreto inconstitucional. 
Inconstitucionalidade direta consequencial 
(por arrastamento) 
Duas normas têm relação de dependência – a declaração de 
inconstitucionalidade da principal leva a acessória junto. 
 
 
 
ATENÇÃO: A norma constitucional originária (poder 
constituinte originário, introduzida na Constituição na sua 
promulgação 1988) não sofre Controle de 
Constitucionalidade. Só serão alteradas por emendas 
constitucionais nos termos e ressalvas do Art. 60, CF/88. 
Apenas as normas constitucionais derivas de reforma 
(emendas constitucionais introduzidas no texto 
constitucional após a CF/88) poderão ser objeto de 
Controle de Constitucionalidade. 
 
DICA 47 
(Intervenção federal) 
 
INTERVENÇÃO UNIÃO-MUNICÍPIO: A União somente pode 
intervir nos Estados-membros e no DF, enquanto os Estados 
somente poderão intervir nos Municípios integrantes de seu 
território. A exceção é a União intervir nos municípios 
existentes dentro de Território Federal (art. 35, caput da CF). 
 
DICA 48 
(Súmula vinculante) 
 
LEGITIMADOS PARA PROPOR SÚMULA VINCULANTE: Os 
legitimados para propor a edição, a revisão ou o cancelamento 
de enunciado de súmula vinculante NÃO SÃO OS MESMOS DA 
ADI. O rol de legitimados é MAIOR. Confira o art. 3º da Lei 
11.417: 
 
 
I - o Presidente da República; 
II - a Mesa do Senado Federal; 
III – a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV – o Procurador-Geral da República; 
V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VI - o Defensor Público-Geral da União; 
VII – partido político com representação no Congresso 
Nacional; 
VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito 
nacional; 
IX – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara 
Legislativa do Distrito Federal; 
X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de 
Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais 
Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os 
Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares. 
§ 1º O Município poderá propor, incidentalmente ao 
curso de processo em que seja parte, a edição, a revisão 
ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante, o 
que não autoriza a suspensão do processo. 
 
 
 
ATENÇÃO: Em caso de violação à súmula vinculante, cabe a 
apresentação de RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL 
diretamente no STF. 
 
 
 
 
 
 
DICA 49 
(Súmula vinculante) 
 
ASPECTOS DA SÚMULA VINCULANTE: 
FINALIDADE 
A interpretação e a eficácia de norma determinada da qual haja 
controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a 
administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e 
relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. 
 
EFEITOS 
Terão eficácia erga omnes e efeito vinculante em relação aos demais 
órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública Direta e 
Indireta. 
 
DESCUMPRIMENTO 
As decisões de juízes ou tribunais que contrariarem a súmula 
vinculante serão passivas de RECLAMAÇÃO PERANTE O STF que, 
julgando procedente a ação anulará o ato administrativo ou cassará a 
decisão judicial. 
 
DICA 50 
[Nacionalidade] 
 
HIPÓTESES DE NACIONALIDADE PRIMÁRIA (NATO) E 
SECUNDÁRIA (NATURALIZADO): 
 
NACIONALIDADE PRIMÁRIA 
(Brasileiro nato) 
1. Nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de 
pais estrangeiros, desde que não estejam a serviço do seu país. 
2. os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe 
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República 
Federativa do Brasil; 
3. os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe 
brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira 
competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e 
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela 
nacionalidade brasileira; 
 
NACIONALIDADE SECUNDÁRIA 
(Brasileiro naturalizado) 
1. Estrangeiros que passam a obter a naturalização mediante: 
Residir no Brasil a mais de 15 anos ininterruptos e não ter 
condenação penal. 
2. Originários de país de língua portuguesa residir no Brasil 
por, no mínimo 1 ano. 
3. Ser de Portugal, com residência permanente no Brasil e 
respeitar o Estatuto que concede privilégios entre Portugal e Brasil. 
 
 
DICA 51 
(Direitos políticos) 
 
VOTO OBRIGATÓRIO, FACULTATIVO E PROIBIDO: Em relação 
à capacidade eleitoral passiva (possibilidade de eleger), existem 
pessoas que se submetem ao voto obrigatório, facultativo ou 
proibido: 
 
Voto obrigatório - maiores de 18 anos e menores de 70 anos 
Voto facultativo 
a) os analfabetos; 
b) os maiores de setenta anos; 
c) os maiores de dezesseis e menores de 
dezoito anos. 
 
 
 
 
12 
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Voto proibido - estrangeiros e, durante o período do serviço 
militar obrigatório, os conscritos 
 
DICA 52 
(Direitos políticos) 
 
INELEGIBILIDADE POR SUCESSÃO: “O Presidente da 
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os 
Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso 
dos mandatos poderão serreeleitos para um único período 
subseqüente.” (CF, art. 14, §5º). 
 
 
ATENÇÃO: Para concorrerem a outros cargos, o 
Presidente da República, os Governadores de Estado e do 
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos 
respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. (CF, 
art. 14, §6º). 
 
DICA 53 
(Direitos políticos) 
 
PLEBISCITO X REFERENDO: Trata-se de uma consulta ao povo 
sobre um ato do governo. É uma forma de exercício dos 
direitos políticos. 
Se a consulta for realizada antes da decisão, denomina-se de 
plebiscito. 
*Macete: Lembre-se de prébiscito, para lembrar que o 
plebiscito acontece antes da decisão. 
Se a consulta for realizada após a decisão, denomina-se de 
referendo. 
 
DICA 54 
(Direitos políticos) 
 
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL: “A lei que alterar 
o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua 
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano 
da data de sua vigência” (CF, art. 16) 
 
DICA 55 
(Direitos políticos) 
 
VERTICALIZAÇÃO DAS COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS: Tratava-
se da exige ̂ncia formulada pelo TSE no sentido de que 
coligac ̧ões ajustadas para determinado cargo (ex: Presidente 
da Repu ́blica) na ̃o poderiam formar outras coligac ̧ões, com 
partidos diversos, para outros cargos (ex: Governador). 
Tal exige ̂ncia foi afastada expressamente no art. 17, §1º (EC 
52/06). 
Assim, atualmente, não há obrigatoriedade de verticalização 
das coligações partidárias. 
 
DICA 56 
(Direitos políticos) 
 
CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA X PASSIVA: A capacidade 
eleitoral se diferencia em ativa (possibilidade de votar) e 
passiva (capacidade de ser votado/eleito). 
 
1. Capacidade eleitoral ativa: 
 
Obrigatória para: maiores de dezoito anos 
Facultativa para: os analfabetos; os maiores de setenta anos; 
e os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. 
 
 
CUIDADO! Não podem alistar-se como eleitores os 
estrangeiros e, durante o período do serviço militar 
obrigatório, os conscritos. 
2. Capacidade eleitoral passiva: 
 
Exige-se: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos 
direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio 
eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; VI - a idade 
mínima de: 
 
35 anos 
Presidente e 
Vice-Presidente da República e 
Senador. 
30 anos Governador e 
Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; 
21 anos 
Deputado Federal, 
Deputado Estadual ou Distrital, 
Prefeito, 
Vice-Prefeito e 
juiz de paz; 
18 anos Vereador 
 
 
ATENÇÃO: São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. 
DICA 57 
(Direitos políticos) 
 
INELEGIBILIDADE RELATIVA EM RAZA ̃O DO PARENTESCO 
(inelegibilidade reflexa): 
 
 
CF art. 14, §7º: “São inelegíveis, no território de jurisdição 
do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, 
até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da 
República, de Governador de Estado ou Território, do 
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído 
dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já 
titular de mandato eletivo e candidato à reeleição” 
 
 
SV 18: “A dissoluc ̧ão da sociedade ou do vi ́nculo conjugal, 
no curso do mandato, na ̃o afasta a inelegibilidade prevista 
no § 7o do artigo 14 da Constituic ̧ão Federal”. 
 
DICA 58 
(Partidos Políticos) 
 
FIDELIDADE PARTIDÁRIA: O Congresso Nacional é dividido 
entre a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, que 
adotam sistemas diferentes de votação. 
Na eleição para a Câmara dos Deputados, os votos vão para 
os partidos políticos (sistema proporcional). 
Na eleição para o Senado Federal, os votos vão para os 
candidatos (sistema majoritário). 
 
 
ATENÇÃO: Segundo entendimento do STF, a regra de 
fidelidade partidária se aplica apenas à Câmara dos 
Deputados, uma vez que o mandato pertence ao partido 
político (sistema majoritário). 
Logo, o Senador poderá trocar de partido político sem 
perder o cargo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
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DICA 59 
(Organização do Estado) 
 
CRIAÇÃO DE UM NOVO ESTADO: “Os Estados podem 
incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se 
anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territo ́rios 
Federais, mediante aprovac ̧a ̃o da populac ̧ão diretamente 
interessada, atrave ́s de plebiscito, e do Congresso Nacional, 
por lei complementar.” (CF, art. 18, §3o) 
Requisitos: 
(a) Plebiscito (todos os afetados participarão) 
(b) Lei complementar do Congresso Nacional 
 
DICA 60 
(Organização do Estado) 
 
CRIAÇÃO DE UM NOVO MUNICÍPIO: “A criac ̧a ̃o, a 
incorporac ̧ão, a fusa ̃o e o desmembramento de Munici ́pios, far-
se-a ̃o por lei estadual, dentro do peri ́odo determinado por Lei 
Complementar Federal, e dependera ̃o de consulta pre ́via, 
mediante plebiscito, a ̀s populac ̧o ̃es dos Munici ́pios envolvidos, 
apo ́s divulgac ̧ão dos Estudos de Viabilidade Municipal, 
apresentados e publicados na forma da lei”. (CF, art. 18, §4o). 
Requisitos: 
Lei estadual 
Lei Complementar Federal estabelecendo o período em que 
pode ocorrer 
Divulgação de Estudos de Viabilidade Municipal 
apresentados e publicados 
Plebiscito (todos os afetados participarão) 
 
DICA 61 
[Organização do Estado] 
 
DIVISÃO DE COMPETÊNCIAS: As competências distribuídas 
constitucionalmente aos entes federativos podem ser 
horizontais (não há concorrência entre os entes federativos. Ex. 
Art. 21,22,23 e 25 da cf.) ou verticais (a mesma matéria é 
partilhada entre os diferente entes, havendo conteúdo 
partilhado por interesse de atuação. Ex. Art. 24 da cf.) 
 
Geral da união Art. 21 
Privativa da união Art. 22 
Comum Art. 23 
Concorrente Art. 24 
Competência dos 
municípios 
Art. 30 
 
 
ATENÇÃO: art. 22, parágrafo único - lei complementar 
poderá autorizar os estados a legislar sobre questões 
específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
 
DICA 62 
[Organização dos Poderes] 
 
SEPARAÇÃO DOS PODERES: São Poderes da União, 
independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo 
e o Judiciário. (CF, art. 2º). 
 
Esses poderes exercem funções típicas e atípicas. Cada um 
possui uma função regular para a qual foi criado, porém a 
Constituição lhe outorga o exercício de funções extraordinárias. 
Além disso, os poderes exercem controle entre si, a fim de 
impedir eventuais excessos. 
 
ÓRGÃO FUNÇÃO TÍPICA FUNÇÃO ATÍPICA 
 
LEGISLATIVO 
 
 
Legislar e 
Fiscalizar 
 
 
Natureza executiva: ao dispor 
sobre sua organização, 
provendo cargos, concedendo 
férias, licenças a servidores etc. 
 
Natureza jurisdicional: o 
Senado julga o Presidente da 
República nos crimes de 
responsabilidade (Art. 52, I) 
 
EXECUTIVO 
Prática de atos 
de chefia de 
Estado, chefia de 
governo e atos de 
administração 
Natureza legislativa: o 
Presidente da República, por 
exemplo, adota medida 
provisória, com força de lei (Art. 
62) 
 
JUDICIÁRIO 
Julgar (função 
jurisdicional), 
dizendo o direito 
no caso concreto 
e dirimindo os 
conflitos que lhe 
são levados, 
quando da 
aplicação da lei. 
 
Natureza legislativa: regimento 
interno de seus tribunais (art. 
96, I, “a”) 
 
Natureza executiva: administra, 
ao conceder licenças e férias 
aos magistrados e 
serventuários (Art. 96, I, “f”) 
 
DICA 63 
(Poder Legislativo) 
 
BICAMERALISMO: O Poder Legislativo é exercido pelo 
Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal. Esse é um sistema 
denominado de “bicameralismo”, pois possui duas câmaras. 
No âmbito dos Estados e Municípios, o sistema é unicameral 
(Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores). 
 
 
ATENÇÃO: Cada Senador será eleito com dois suplentes. 
Porém, Para um suplente diplomado gozar das 
imunidades parlamentares do Senador, é preciso estar 
exercendo o cargo. Art. 46, §3º da Constituição Federal. 
 
DICA 64 
(Poder Legislativo) 
 
IMUNIDADE DOS PARLAMENTARES: A Constituição 
estabelece normas destinadas aos Parlamentares para 
proteção da função por eles exercida.Fala-se em 
IMUNIDADES materiais e formais. 
 
1. IMUNIDADES MATERIAIS: Diz respeito ao DIREITO 
MATERIAL, ou seja, à impossibilidade de ser imputada 
RESPONSABILIDADE civil ou penal ao deputado pelas suas 
manifestações. 
 
 
Art. 53, CF: Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil 
e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e 
votos. 
 
 
ATENÇÃO: Os vereadores só possuem imunidade na 
circunscrição (município) onde atuam e não possuem 
imunidade formal. 
 
2. IMUNIDADES FORMAIS: Diz respeito ao DIREITO 
PROCESSUAL, ou seja, à impossibilidade de ser denunciado. 
No caso dos deputados, essa responsabilidade não é absoluta. 
 
 
 
 
14 
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*Conferir §2, 3, 4 e 5 do art. 53 da CF: 
 
 
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do 
Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em 
flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão 
remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, 
para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva 
sobre a prisão. 
 
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, 
por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal 
Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de 
partido político nela representado e pelo voto da maioria de 
seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o 
andamento da ação. 
 
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa 
respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias 
do seu recebimento pela Mesa Diretora. 
 
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, 
enquanto durar o mandato. 
 
DICA 65 
(Poder Legislativo) 
 
REQUISITOS DAS CPI’S: As comissões parlamentares de 
inquérito estão previstas no Art. 58, §3º da Constituição 
Federal. 
 
Quem pode criar uma CPI? 
Serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senador 
Feral, podendo ser em conjunto ou separadamente. 
 
REQUISITOS: 
 
FORMAIS Requerimento de um terço dos membros da 
Casa Legislativa. 
TEMPORAIS Prazo certo. (Pode ser prorrogado, não pode 
ultrapassar a legislatura). 
MATERIAIS Deve ter um fato determinado (relevância com 
a gestão pública). 
 
DICA 66 
(Poder Legislativo) 
 
PODERES DA CPI: As Comissões Parlamentares de Inquérito 
(CPI) possuem apenas a finalidade de INVESTIGAR fatos 
(poderes típicos de autoridade judicial), não podendo punir. As 
suas conclusões devem ser encaminhadas aos órgãos de 
controle, como o Ministério Público. Quais os poderes da CPI? 
 
PODE 
(a) convocar autoridades, sob pena de crime de 
responsabilidade; 
(b) quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico; 
 
NÃO PODE 
(a) interceptação telefônica; 
(b) decretar indisponibilidade de bens. Não pode 
mandar prender (salvo em flagrante); 
(c) determinar medidas processuais de garantia, tais 
como: sequestro e indisponibilidade de bens 
(Informativo 158 do STF); 
(d) impedir que pessoa deixe o País; 
(e) decretar prisão preventiva; 
(f) tomar decisões imotivadas (Informativo 162 do 
STF). 
 
DICA 67 
(Poder Legislativo) 
 
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO: O TCU é um órgão auxiliar 
do Legislativo, mas é autônomo em relação a esse. 
 
CUIDADO: O TCU não julga contas do Chefe do Poder 
Executivo, mas sim o Congresso Nacional. O TCU apenas 
emite PARECER. 
A mesma sistemática se aplica no âmbito Estadual e Municipal. 
 
DICA 68 
(Poder Legislativo) 
 
ESPÉCIES DE DELEGAÇÃO - LEI DELEGADA: A Lei Delegada é 
prevista na Constituição Federal, porém existem duas espécies 
de delegação constitucionalmente previstas: 
 
Delegação típica 
Congresso delega ao Chefe do Executivo, 
sem necessidade de retorno para 
análise 
 
Delegação atípica 
Congresso delega ao Chefe do Executivo, 
mas volta ao Congresso para análise, 
em votação única, vedada qualquer 
emenda (CF, art. 68, §3o). 
 
DICA 69 
(Poder Legislativo) 
 
INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE L.O. E L.C.: O STF 
entende que não há hierarquia entre L.O. e L.C., mas sim mera 
divisão de competências pela CF/88. Assim, pode uma L.O. 
revogar o dispositivo de uma L.C., caso este não seja de 
competência exclusiva de uma L.C. 
 
 
ATENÇÃO: A diferença entre LO e LC está no quórum de 
aprovação. A LO é aprovada por maioria simples (maioria 
dos presentes), enquanto que a LC é aprovada por maioria 
absoluta (maioria dos membros). Entretanto, NÃO HÁ 
HIERARQUIA ENTRE LO E LC. 
 
DICA 70 
(Poder Legislativo) 
 
INICIATIVA POPULAR: A iniciativa popular pode ser exercida 
pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei 
subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, 
distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de 
três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. (CF, 
art. 60, §2º) 
 
 
ATENÇÃO: Não existe possibilidade de iniciativa popular 
para projeto de Emenda à Constituição, já que não consta 
do art. 60 da CF. 
 
DICA 71 
(Poder legislativo) 
 
PRERROGATIVA DE FORO E PERDA DO MANDATO: Se um 
parlamentar possui foro especial (ex: deve ser julgado no STF), 
a perda do mandato reflete no julgamento de processos em 
curso? 
 
 
 
 
 
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Ex: Um parlamentar foi denunciado no STF pelo cometimento 
de um crime, porém, no curso do processo, renunciou ou 
perdeu o mandato. Qual a consequência? 
A perda do mandato reflete na perda da prerrogativa de foro, 
exceto: 
(a) quando ja ́ iniciado o julgamento; 
(b) quando houver claro intuito de fraudar a compete ̂ncia da 
Corte. 
 
DICA 72 
(Processo legislativo) 
 
VEDAC ̧A ̃O MATERIAL A ̀ EDIC ̧A ̃O DE MEDIDA PROVISO ́RIA: 
Existem matérias em que é vedada a edição de medidas 
provisórias. Essas limitações são chamadas de limitações 
materiais à medida provisória. 
 
 
§ 1º E ́ vedada a edic ̧ão de medidas provisórias sobre 
matéria: 
I – relativa a: 
 
a) nacionalidade, cidadania, direitos poli ́ticos, partidos 
poli ́ticos e direito eleitoral; 
b) direito penal, processual penal e processual civil; 
c) organizac ̧ão do Poder Judiciário e do Ministério Público, a 
carreira e a garantia de seus membros; d) planos 
plurianuais, diretrizes orc ̧amentárias, orc ̧amento e créditos 
adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 
167, § 3o; 
 
II – que vise a detenc ̧ão ou sequ ̈estro de bens, de poupanc ̧a 
popular ou qualquer outro ativo financeiro; 
 
III – reservada a lei complementar; 
 
IV – ja ́ disciplinada em projeto de lei aprovado pelo 
Congresso Nacional e pendente de sanc ̧ão ou veto do 
Presidente da Repu ́blica. 
 
DICA 73 
(Processo legislativo) 
 
PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE: “A matéria constante de 
proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não 
pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa” 
(CF, art. 60, §5º e 62, §10) 
 
 
ATENÇÃO: tal princípio é absoluto (não há exceção) para 
EC e MP, mas não para LO, pois pode haver 
reapresentação caso haja maioria absoluta de qualquer das 
casas (CF, art. 67). 
 
DICA 74 
(Processo legislativo) 
 
TEORIA DA DUPLA REFORMA (dupla revisa ̃o): Trata-se de 
uma teoria que permite, em um primeiro momento, retirar da 
Constituição a proibição de abolição das cláusulas pétreas 
para, logo em seguida, retirar os direitos propriamente ditos. 
Essa hipótese não é aceita no Brasil! 
 
DICA 75 
(Processo legislativo) 
 
VETO JURÍDICO X POLÍTICO: Quando o projeto de lei é 
aprovado no Congresso, ele é enviado ao Presidente da 
República para sancionar. O Presidente, contudo, pode efetuar 
o VETO, que possui dois tipos: 
 
VETO JURÍDICO 
Trata-se de veto do projeto pode entender que 
é inconstitucional. Espécie de controle 
preventivo de constitucionalidade. 
VETO POLÍTICO 
Ocorre quando o projeto de lei contraria os 
interesses políticos, sem que haja 
inconstitucionalidade. 
 
DICA 76 
(Poder Executivo) 
 
RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Está 
muito na moda a responsabilidade do Presidente da República, 
portanto é necessário conhecerbem o art. 86 da CF, que trata 
do assunto: 
 
 
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da 
República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será 
ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal 
Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado 
Federal, nos crimes de responsabilidade. 
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: 
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou 
queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; 
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do 
processo pelo Senado Federal. 
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o 
julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do 
Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do 
processo. 
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas 
infrações comuns, o Presidente da República não estará 
sujeito a prisão. 
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu 
mandato, não pode ser responsabilizado por atos 
estranhos ao exercício de suas funções. 
 
DICA 77 
(Poder Executivo) 
 
PRINCI ́PIO DA LEGALIDADE E PODER REGULAMENTAR: O 
Poder Público não pode criar direitos e obrigac ̧ões, se não 
mediante lei (princípio da legalidade, conforme art. 5, II e 37, 
caput, da CF). 
Os Decretos não podem inovar no ordenamento jurídico 
(decreto autônomo), mas apenas podem dar execuc ̧ão a uma 
lei existente (decreto executivo). 
 
Decretos 
executivos 
Art. 84, IV, 
da CF 
Amplamente admitidos, apenas dão 
execução a uma lei já existente, sem 
inovar 
(Não podem ser objeto de ADI) 
Decretos 
autoônomos 
Não existe 
como regra. 
Exceção: art. 
84, VI, da CF. 
Viola o princípio da legalidade e a CF 
diretamente. 
(Podem ser objeto de ADI) 
 
DICA 78 
(Poder Judiciário) 
 
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA: Embora seja órgão do 
Poder Judiciário, nos termos do art. 103-B, § 4º, II, da 
Constituição Federal, possui, tão somente, atribuições de 
 
 
 
 
16 
100 DICAS MATADORAS DIREITO CONSTITUCIONAL @profmarcilioferreira 
natureza administrativa e, nesse sentido, não lhe é permitido 
apreciar a constitucionalidade dos atos administrativos, mas 
somente sua legalidade. 
 
 
ATENÇÃO: O CNJ não exerce jurisdição, ele é órgão 
integrante do Poder Judiciário e possui atribuições 
meramente ADMINISTRATIVAS 
 
DICA 79 
(Poder Judiciário) 
 
GARANTIAS FUNCIONAIS DOS MAGISTRADOS: Os 
magistrados possuem garantias funcionais, a fim de permitir o 
livre exercício de suas funções (CF, art. 95). São elas: 
 
VITALICIEDADE 
Após 2 anos, o juiz só poder perder o 
cargo mediante sentença judicial 
transitada em julgado. 
INAMOVIBILIDADE Não podem ser removidos, salvo por 
motivo de interesse público. 
IRREDUTIBILIDADE DE 
SUBSÍDIO 
O subsídio dos magistrados não pode 
ser reduzido, a não ser nas hipóteses 
constitucionais 
 
DICA 80 
(Poder Judiciário) 
 
VEDAÇÕES AOS MAGISTRADOS: Aos juízes é vedado: 
(i) exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou 
função, salvo uma de magistério; 
(ii) receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou 
participação em processo; 
(iii) dedicar-se à atividade político-partidária; 
(iv) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou 
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou 
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; 
(v) exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, 
antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por 
aposentadoria ou exoneração (quarentena); 
 
DICA 81 
(Poder Judiciário) 
 
CRIAÇÃO DE ÓRGÃO ESPECIAL: Os Tribunais poderão criar 
um órgão especial, com delegação para exercício da 
competência do Pleno. Segundo o art. 93, XI: “nos tribunais 
com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser 
constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo 
de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições 
administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do 
tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e 
a outra metade por eleição pelo tribunal pleno. 
 
DICA 82 
(Poder Judiciário) 
 
JUSTIÇA DE PAZ: Será criada também a justiça de paz, 
remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, 
universal e secreto, com mandato de quatro anos e 
competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, 
verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o 
processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, 
sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na 
legislação. 
 
DICA 83 
(Poder Judiciário) 
 
COMPOSIÇÃO DO STF: O STF é composto de 11 (onze) 
ministros, os quais NÃO PRECISAM SER FORMADOS EM 
DIREITO! 
Conforme art. 101, caput, os Ministros do STF são escolhidos 
“escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e 
menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber 
jurídico e reputação ilibada”. 
Eles “pelo serão nomeados pelo Presidente da República, 
depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado 
Federal” (CF, art. 101, parágrafo único). 
 
DICA 84 
(Poder Judiciário) 
 
QUINTO CONSTITUCIONAL: O quinto constitucional é uma 
parcela da composição dos Tribunais que é composta 
obrigatoriamente por membros da advocacia e do Ministério 
Público. Confira o art. 94 da CF: 
 
 
“Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais 
Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal 
e Territórios será composto de membros, do Ministério 
Público, com mais de dez anos de carreira, e de 
advogados de notório saber jurídico e de reputação 
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade 
profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de 
representação das respectivas classes. 
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal 
formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, 
nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus 
integrantes para nomeação.” 
 
 
ATENÇÃO: No âmbito do STJ, não há quinto constitucional, 
mas sim terço! Veja o art. 104, parágrafo único, II, da 
CF/88. 
DICA 85 
(Poder Judiciário) 
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL DA 
MATÉRIA: O STF é o tribunal de cúpula do Poder Judiciário, 
tendo como função a proteção das normas constitucionais. O 
art. 102, que trata da sua competência, possui 3 (três) incisos, 
que estabelecem a competência originária (inciso I), a 
competência recursal para Recurso Ordinário (inciso II) e a 
competência recursal para Recurso Extraordinário (inciso III). 
O Recurso Extraordinário serve para levar discussões 
constitucionais ao STF, porém não é qualquer RE que pode 
subir ao Supremo. Exige-se o requisito da REPERCUSSÃO 
GERAL DA MATÉRIA: 
 
 
“No recurso extraordinário o recorrente deverá 
demonstrar a repercussão geral das questões 
constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim 
de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente 
podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de 
seus membros.” (CF, art. 102, p. 3). 
 
DICA 86 
(Poder Judiciário) 
 
VEDAÇÕES AOS MAGISTRADOS: Aos magistrados, a CF 
estabelece algumas vedações, a fim de assegurar o livre 
exercício de suas funções. Vale a pena conhece-las: 
 
 
 
 
17 
100 DICAS MATADORAS DIREITO CONSTITUCIONAL @profmarcilioferreira 
 
 
Art. 95 [...] 
Parágrafo único. Aos juízes é vedado: 
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou 
função, salvo uma de magistério; 
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou 
participação em processo; 
III - dedicar-se à atividade político-partidária. 
IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou 
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou 
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; 
V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se 
afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do 
cargo por aposentadoria ou exoneração. 
 
ATENÇÃO: As vedações se aplicam aos magistrados, 
mesmo que estes se encontrem em disponibilidade. 
DICA 87 
(Poder Judiciário) 
 
EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADEDE 
JURISDIÇÃO: Como regra, qualquer lesão ou ameaça a lesão a 
direito pode ser levada ao Poder Judiciário diretamente, sem 
necessidade de prévio esgotamento da discussão no âmbito 
administrativo. 
No entanto, a Constituição prevê uma exceção para o caso de 
Justiça Desportiva: 
 
 
CF, Art. 217, § 1º O Poder Judiciário só admitirá ações 
relativas à disciplina e às competições desportivas após 
esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, 
regulada em lei. 
 
 
ATENÇÃO: Fala-se em outras exceções que não são 
constitucionais, mas sim legais: 
 
Habeas Data: é necessária uma recusa ou omissão da 
autoridade, conforme Súmula 02-STJ; 
 
Reclamação constitucional em face de ato administrativo, 
conforme art. 7, §1o, da Lei 11.417/2006. 
 
DICA 88 
(Meio Ambiente) 
 
CONSTITUCIONALIDADE DA VAQUEJADA: Para fins 
constitucionais, não se consideram cruéis às práticas 
desportivas que utilizem animais, desde que sejam 
manifestações culturais, pois, são registradas como bem de 
natureza imaterial integrante do patrimônio cultural 
brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que 
assegure o bem-estar dos animais envolvidos. (CF, art. 225, 
§7º) 
 
DICA 89 
(Meio Ambiente) 
 
INSTALAÇÃO DE USINAS NUCLEARES: Para a instalação de 
Usinas que operem com reator nuclear, é necessário ter a 
localização de onde serão instaladas definidas em Lei 
Federal. Sem a referida lei, não poderão se instalar. (CF, art. 
225, §6º). 
 
 
 
DICA 90 
(Saúde) 
 
SUS E INSTITUIÇÕES PRIVADAS: Instituições privadas são 
livres para prosseguir com a assistência à saúde, podendo 
participar do Sistema Único de Saúde (SUS), mediante contrato 
PÚBLICO OU CONVÊNIO, porém as entidades filantrópicas e 
as sem fins lucrativos têm preferência. (CF, art. 199) 
 
DICA 91 
(Educação) 
 
DA EDUCAÇÃO: A educação é um Direito reservado a todos, e 
deve ser incentivada com a colaboração da sociedade. 
O ensino deve ser ministrado com base na igualdade, liberdade, 
pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, deve ser 
GRATUÍTO nos estabelecimentos oficiais, deve ter uma gestão 
democrática, garantir a qualidade e o piso salarial. O acesso ao 
ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. (CF, art. 
208, §1º). 
 
 
ATENÇÃO: De acordo com o art. 208 da Constituição, o 
dever do Estado com a Educação possui a garantia, isto é, o 
acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público 
subjetivo e o não oferecimento do ensino obrigatório e 
gratuito pelo Poder Público, ou a oferta irregular, importa 
em responsabilidade da autoridade competente. 
 
DICA 92 
(Educação) 
 
COMPETÊNCIA DOS ENTES FEDERATIVOS: A União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em 
regime de colaboração seus sistemas de ensino. 
 
UNIÃO 
[...]organizará o sistema federal de ensino e o dos 
Territórios, financiará as instituições de ensino 
públicas federais e exercerá, em matéria 
educacional, função redistributiva e supletiva, de 
forma a garantir equalização de oportunidades 
educacionais e padrão mínimo de qualidade do 
ensino mediante assistência técnica e financeira 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; 
ESTADOS/DF atuarão prioritariamente no ensino fundamental e 
médio 
MUNICÍPIOS [...]atuarão prioritariamente no ensino 
fundamental e na educação infantil 
 
 
ATENÇÃO: A educação básica pública atenderá 
prioritariamente ao ensino regular. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 53, de 2006) 
 
DICA 93 
(Educação) 
 
EDUCAÇÃO, CRECHE E PRÉ-ESCOLA: O dever do Estado com 
a educação será efetivado, entre outros, mediante a garantia 
de: educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 
(cinco) anos de idade e educação básica obrigatória e gratuita 
dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada 
inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não 
tiveram acesso na idade própria. 
 
 
 
 
 
 
 
18 
100 DICAS MATADORAS DIREITO CONSTITUCIONAL @profmarcilioferreira 
DICA 94 
(Educação) 
 
GRATUIDADE DO ENSINO PÚBLICO EM 
ESTABELECIMENTOS OFICIAIS: O ensino será ministrado com 
base no princípio da gratuidade do ensino público em 
estabelecimentos oficiais. 
 
 
ATENÇÃO: A cobrança de taxa de matrícula nas 
universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da 
Constituição Federal. (Súmula Vinculante 12) 
 
DICA 95 
(Educação) 
 
FACULTATIVIDADE DE MATÉRIA RELIGIOSA EM ESCOLAS: O 
Brasil é um país LAICO, e tem uma posição neutra no campo 
religioso, portanto, é admitido, mas deve ser uma matéria 
FACULTATIVA, nos termos do Art. 210, §1º da Constituição 
Federal. 
 
DICA 96 
(Desporto) 
 
INAFASTABILIDADE DE JURSIDIÇÃO DE DIRITO 
DESPORTIVO: Para ajuizar uma ação relativa às disciplinas e 
às competições desportivas, é necessário esgotar todas as 
instâncias da justiça desportiva primeiro, isto é, esgotar o 
âmbito administrativo para depois poder ingressar com ação 
no judiciário. 
O desporto educacional tem prioridade em relação ao 
desporto de alto rendimento, pois, conforme Art. 217, inciso II, 
da Constituição Federal os recursos deverão ser destinados 
prioritariamente para a promoção do desporto educacional, 
assim o desporto de alto rendimento é realizado em casos 
específicos. 
 
Obs. Art. 217 §2º - Depois de instaurado o processo, a justiça 
desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, para proferir a 
decisão. 
 
DICA 97 
(Comunicação Social) 
 
LIBERDADE DE EXPRESSÃO: A manifestação do pensamento, 
a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, 
processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, 
observado o disposto da Constituição Federal. 
É de competência do Poder Público FEDERAL regular as 
diversões e espetáculos públicos, bem como informar sobre a 
natureza dos mesmos, os locais e horários em que sua 
apresentação se mostre inadequada e as faixas etárias a que 
não se recomendem (Art. 220, § 3º, I). 
 
Obs.: A publicação de veículo impresso de comunicação independe de 
licença de autoridade. 
 
DICA 98 
(Comunicação Social) 
 
PROPRIEDADE DE EMPRESAS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL E 
EXIGÊNCIA DE NACIONALIDADE BRASILEIRA: A propriedade 
de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e 
imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há 
mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as 
leis brasileiras e que tenham sede no País. (CF, art. 222) 
 
 
ATENÇÃO: Em qualquer caso, pelo menos setenta por 
cento do capital total e do capital votante das empresas 
jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens 
deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros 
natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão 
obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o 
conteúdo da programação 
 
 
DICA 99 
(Índios) 
 
DEMARCAÇÃO DE TERRAS INDÍGENAS E COMPETÊNCIA DA 
UNIÃO: São reconhecidos aos índios sua organização social, 
costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários 
sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à 
União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus 
bens. 
 
 
ATENÇÃO1: São terras tradicionalmente ocupadas pelos 
índios as por eles habitadas em caráter permanente, as 
utilizadas para suas atividades produtivas, as 
imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais 
necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua 
reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes 
e tradições. 
 
 
ATENÇÃO2: As terras tradicionalmente ocupadas pelos 
índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o 
usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos 
nelas existentes. 
 
 
ATENÇÃO3: O aproveitamento dos recursos hídricos, 
incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das 
riquezas minerais em terras indígenas só podem ser 
efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas 
as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada 
participação nos resultados da lavra, na forma da lei. 
 
 
ATENÇÃO4 (MAISIMPORTANTE!!): As terras de que trata 
este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos 
sobre elas, imprescritíveis. 
 
DICA 100 
(Disposições Constitucionais Gerais) 
 
EXPROPRIAÇÃO (DESAPROPRIAÇÃO CONFISCO): Conforme 
art. 243 da CF, existem duas hipóteses em que o Estado 
poderá expropriar bens do particular sem pagar indenização: (i) 
culturas ilegais de plantas psicotrópicas; e (ii) exploração do 
trabalho escravo: 
 
 
 
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer 
região do País onde forem localizadas culturas ilegais de 
plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho 
escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas 
à reforma agrária e a programas de habitação popular, 
sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo 
de outras sanções previstas em lei, observado, no que 
couber, o disposto no art. 5º. 
 
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico 
apreendido em decorrência do tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho 
escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com 
destinação específica, na forma da lei. 
 
 
 
 
19 
100 DICAS MATADORAS DIREITO CONSTITUCIONAL @profmarcilioferreira

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