Buscar

Diagnóstico da comunidade escolar - UI Godóis de Barbosa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO
O propósito da disciplina de Diagnóstico da Comunidade Escola, como o próprio nome sugere, é diagnosticar o estado atual da escola pública e a comunidade na qual está inserida. Mais importante que fazer um levantamento dos dados, é discuti-los e trazer possíveis soluções para os problemas. Não estamos querendo apenas apontar aspectos negativos da escola, mas mostrar a realidade da mesma, sendo assim, mostrando também seus pontos positivos. Dessa forma, a realização do diagnóstico visa identificar os problemas da escola e incentivar a ampliação na melhoria daquilo que se encontra em bom estado. 
O progresso na educação não é uma tarefa fácil uma vez que alguns de seus resultados somente são vistos ao longo do tempo, principalmente aqueles que não dizem respeito à estrutura física da escola, mas àqueles relacionados à qualidade no processo de ensino e aprendizagem. É claro que a estrutura física da escola possui grande importância nesse processo. 
É cada vez mais evidente que o maior problema da educação brasileira está na qualidade do ensino. De acordo como artigo do Movimento Mapa do Buraco, publicado pela revista Veja, “hoje, mais de 97% dos brasileiros entre 6 e 14 anos estão na escola.” Ou seja, existe acesso à escola, porém a qualidade é tão deficiente que poucos continuam os estudos.
É relevante deixar claro que nosso objetivo, com a realização deste diagnóstico, não é analisar a didática dos professores em sala de aula e como o processo de ensino e aprendizado ocorre, mas a estrutura da física da escola, sua organização hierárquica e sua relação com a comunidade em torno. Obviamente alguns desses fatores afetam no ensino.
Assim como um médico faz o diagnóstico, ou seja, faz um levantamento de sintomas para dizer como está a saúde de seus pacientes, também é necessário que seja feito um diagnóstico da escola. 
Com essa perspectiva realizamos uma observação in loco e fizemos aplicação de questionários e entrevistas a funcionários, docentes, alunos e técnicos da escola Unidade Integrada Barbosa de Godóis, dividindo tais tarefas em duas partes. No dia 30/10/14, fizemos entrevistas com o pessoal da diretoria da escola, pesquisamos sobre seus aspectos históricos e culturais, observamos também o espaço escolar e aplicamos questionários nos alunos. No 06/11/14 a aplicação do questionário foi aos professores e funcionários e o levantamento do nível socioeconômico do bairro e o perfil dos moradores que estudam ou não na escola. Tínhamos como objetivo geral da pesquisa observar os aspectos socioculturais da comunidade em que a escola está inserida. E nos objetivos específicos buscamos verificar a comunidade em que se insere a escola – nesse sentido nós fizemos um breve histórico do bairro, perfil dos moradores e seus níveis socioeconômicos; identificar a escola e seus profissionais – para a realização desse objetivo nós fizemos um breve histórico da escola, verificamos a entidade que a mantém e qual o sistema de administração adotado também fizemos um perfil sociocultural da escola e sua relação com o ensino de língua portuguesa e inglesa, e observamos quais serviços à escola oferece.
DESENVOLVIMENTO
A Escola
No nosso primeiro dia de pesquisa fomos recebidas pelo o vigia, que exerce sua função de vigiar a entrada e saída de pessoas da escola, como um porteiro. Era horário das primeiras aulas, ouvia-se um barulho de vozes infantis sobrepostas e outras, vez em quando mais altas, mas sempre a voz de professoras a silenciar todos. O vigia nos conduziu até o diretor adjunto Márvio Martins, para começarmos a entrevista. Destacamos aqui que não chegamos a entrevistar a diretora, porque ela não estava presente nas vezes em que fomos à escola. 
A localização da escola é boa, pois fica próxima e à avenida e a uma parada de ônibus. Com relação à estrutura física do prédio, observamos alguns pontos: a cor da escola que não é forte, é um amarelo claro; e as janelas das salas de aula não seguem uma forma padrão (em um prédio são janelas de blocos; no outro, rótulas de madeira) e também são feitas sob as condições da sala, variando entre as janelas ficarem no fundo da sala, ou ao lado esquerdo, ou ao direito etc. Além da iluminação solar, há lâmpadas acesas durante as aulas, mesmo nas salas bem claras. As salas de aula são todas forradas de PVC, as paredes são brancas, com azulejos brancos até na metade da parede; e possuem ventiladores, que em algumas eles ficam em cima do quadro negro, e em outras, no fundo da sala. As cadeiras são dispostas em fileiras, e Piletti diz que isso “traz um inconveniente muito sério: nenhum aluno pode encarar os colegas de frente, mas só de lado ou pelas costas. Isso dificulta a comunicação e a troca de experiências, que enriquecem a convivência e o desenvolvimento social”. Essa disposição tradicional, que impede a comunicação, por vezes tem exatamente esse propósito: evitar a conversa entre os alunos durante as aulas. 
Quando chegamos até o senhor Márvio Martins, ele estava muito ocupado imprimindo provas para serem aplicadas no mesmo dia e resolvendo trabalho burocrático da escola, e em virtude disso não pôde parar para nos dá uma maior atenção. Ele pediu desculpas por isso, mas disse que tentaria responder às nossas perguntas. 
1.1 A estrutura física
As informações de que a escola é antiga, centenária e inicialmente funcionava somente no turno noturno, foram as únicas que o diretor adjunto soube nos dar, ele não tinha mais conhecimento da história da escola nem do ano de fundação; a escola dispõe de uma página na rede social Facebook e uma conta no correio eletrônico. 
Dentre as perguntas feitas, questionamos as dependências da escola, e o senhor Martins nos informou que havia seis banheiros normais, e um para deficiente. Fomos ao banheiro feminino do prédio em que estávamos, e um estava interditado, restando apenas três bons para uso. A escola é dividida em dois prédios. No que estávamos, funcionavam classes do (?) ano, e no outro, as classes menores do 1º ao (?) ano, funcionando exclusivamente à tarde do 7º ao 9º ano (?). Há doze salas de aula aptas para uso e que estão sendo de fato usadas para a ministração das aulas, e nós visitamos as salas nos dois prédios. 
A escola possui um laboratório de informática – no prédio das classes matutinas menores – mas os computadores estão com problemas que nunca foram resolvidos, ou seja, as crianças não usam os computadores para pesquisar ou fazer suas atividades. Porém havia uma professora usando um dos computadores.
A escola não dispõe de um pátio, logo, não há horário de recreio para as crianças, mas apenas um momento, sempre por volta das nove e trinta, para o lanche e para ir ao banheiro, em fila, uma classe de cada vez, sendo obrigatória a volta para a sala imediatamente. Piletti, porém, diz que “uma escola que não disponha de amplos pátios de recreio, cobertos e livres, certamente não alcançará de forma satisfatória seus objetivos educacionais”.
Sobre o recreio, Piletti aconselha que deva ser em torno de 30 minutos. Sendo curto, como é na escola em questão, as crianças não têm tempo de descanso, mas se for longo, elas ficarão dispersas, perdendo o foco e concentração no reinício das aulas. Quando questionamos a este respeito, a justificativa dada é de que, como dito anteriormente, não há pátio dentro da escola, e as crianças, por serem pequenas, poderiam se machucar na tentativa de se divertir em lugar inapropriado. Justificaram, também, que as aulas são interativas, desse modo os alunos podem ter momentos de lazer enquanto aprendem. 
Há, contudo, uma quadra poliesportiva, para onde os alunos são levados uma vez na semana pela professora de educação física para atividades como futebol, basquete e queimado. A quadra se encontrava em boas condições, e na segunda visita à escola, vimos a fila de alunos caminhando para a quadra.
Esta quadra, denominada Barrigudeira, é utilizada para atividades culturais, quando Piletti fala sobre um auditório para tais fins. Atividades como peça de teatro, festivalde canção e palestras até podem caber em uma quadra, não de forma ideal. Porém um filme, uma das atividades citadas por Piletti, seria impossível realizar em uma quadra de maneira inteiramente proveitosa como seria em um auditório. 
O autor ainda fala da necessidade de uma sala de trabalhos manuais, onde os alunos integrem atividades intelectuais e manuais, de modo que a aprendizagem através do trabalho seja muito mais eficiente, especialmente nas séries iniciais. A escola, de fato, dispõe de uma sala como esta. Vimos um professor com dois alunos, pintando cartazes em cima de uma mesa, cheia de tintas, papéis e pincéis, e outros desenhos coloridos enfeitando a parede do fundo da sala.
A biblioteca descrita por Piletti chega a ser imaginária e utópica se comparada com a realidade da escola. Se ele diz que deve haver além de pequenas bibliotecas em salas ambientes (sala de estudo de disciplina/conteúdo específico), uma biblioteca geral, relatamos que há, nesta escola, somente uma sala com algumas estantes com livros desorganizados, tanto visualmente quanto em relação ao conteúdo; sem um devido local de leitura (sala de leitura/estudo), especialmente se existem alunos que não dispõem de um local adequado para estudo em suas casas. Quanto ao acesso à biblioteca, ao invés de ser livre, é guiado pela professora quando ela achar necessário. Piletti fala sobre a visita à biblioteca nos horários em que os alunos não estão em aula, porém isto seria impossível na escola Barbosa de Godóis. O tempo que a criança tem naquela escola é completamente programado, sem espaço para um descanso das aulas sequer. Se o aluno entra na escola às 7h30min e sai às 11h30min ou 12h, já com o desesperado desejo de ir para casa e almoçar, em que momento ele se direcionará a biblioteca, se esta tivesse acesso livre?
A divisão das salas da administração e dos professores não ficou bem clara para nós. O vice-diretor estava em uma sala, imprimindo provas durante a entrevista. Em frente dessa sala, havia outra, bem parecida, e uma mulher nova estava sentada à mesa, mas não aparentava trabalhar ali ou ser professora. No “pátio” onde ficavam a cantina e o banheiro, havia uma sala comprida com o letreiro “Secretaria”, para onde levamos três alunos para a entrevista, e não havia ninguém lá. No outro prédio, das classes menores, havia, perto do laboratório de informática, uma sala com algumas professoras (e livros didáticos novos empacotados), além de duas alunas de cabeça baixa na mesa, pois estavam com dor de cabeça. E havia, mais se adentrando na escola, uma sala (outrora de aula) – onde entrevistamos uma professora – duas professoras sentadas em carteiras de aluno, com armários ao fundo. 
A entidade que mantém a escola é o governo do estado e o sistema administrativo adotado na escola é participativo. Quando perguntamos quais eram os serviços que escola oferecia, Sr. Martins respondeu que havia um consultório odontológico, mas que este serviço não era exatamente oferecido pela escola, mas pelo próprio estado. O consultório estava cheio de mães com seus filhos, esperando suas vezes.
A organização administrativa
Antes de relatar programação da escola Barbosa de Godóis, observemos o quê Piletti diz a este respeito, para então compararmos ao que de fato acontece na escola em questão:
[...] A programação escolar não deve ser privilégio da direção ou da administração da escola. Antes, pelo contrário, todos os interessados devem participar: dentro da escola, professores, administradores, funcionários, alunos, todos devem ter voz ativa e poder influir nas decisões a serem tomadas; fora da escola, não só os pais dos alunos, mas toda a comunidade em que a escola se localiza deve opinar (PILETTI 1996, p.121).
A hierarquia da escola foi descrita por Márvio Martins em: diretor geral e um diretor adjunto, supervisor escolar, professor e aluno. O “pessoal de apoio”, segundo ele, é composto dos agentes administrativos que trabalham diretamente na secretaria com declarações, documentação dos alunos, etc., e os ASGs (auxiliares de serviços gerais) que cuidam da manutenção e limpeza dos prédios. 
Quando questionado a cerca das atribuições de um diretor, Márvio Martins nos pediu uma pergunta específica, pois se fosse “geral” levaria tempo responder uma pergunta dessa;
[...] porque, na verdade, quando você está de fora, você imagina que o trabalho de gestão de uma escola é ficar, é “moleza”, então você tem inúmeros fatores a fazer dentro de gestão. O gestor, ele é gestor administrativo a partir do momento em que ele lida com compra, venda, fornecedor, nota fiscal, prestação de contas. Ele passa a ser um gestor pedagógico a partir do momento quando ele tem contado com mapeamento de professor, quais as turmas que esse professor está, qual sua carga horária. Ele passa a ser um gestor disciplinar a partir do momento que ele se envolve com aspectos disciplinares da escola com os alunos, então é muito complicado você me perguntar o quê um gestor faz, é muita coisa [...].
Perguntamos então, se na opinião dele, o trabalho do gestor é muito sobrecarregado, e ele nos respondeu, sem tirar os olhos do computador e das impressões que fazia: 
Indubitavelmente sim. Ele é sobrecarregado a partir do momento em que você tem responsabilidade com aquilo que você está fazendo, é provável que você chegue em escolas e não encontre a realidade que você encontra aqui. Nós não queremos ser melhores nem piores do que ninguém, mas a gente tem muito respeito pela aquilo que a gente faz, então a gente tem respeito com prazo, a gente obedece normas da SEDUC o que faz com que, por exemplo, a gente tem muito trabalho, como vocês estão vendo nesse exato momento: eu estou dando uma entrevista para vocês mas não estou podendo parar, porque se eu for parar as provas não acontecem! Então em uma outra escola, em uma outra realidade, o professor vai pra sala de aula e copia a prova no quadro pra aluno copiar a prova do quadro... Aqui as nossas provas são rodadas e entregue pros alunos a cada bimestre, então a gente tem toda uma preocupação de fazer um trabalho que eu não diria de excelência, que está longe de ser um trabalho excelente, mas que prima por uma qualidade boa. Nós já tivemos denúncias de casos de alunos do turno vespertino bebendo nas redondezas da escola fardados, aí tem todo um processo de chamar pai, chamar mãe e falar o quê está acontecendo, chamar o conselho tutelar... Então é um trabalho muito grande. São vários os aspectos de trabalhos de direção.
Ele também nos informou que a escola não possui coordenador pedagógico, mas que esta função era desempenhada pelo supervisor escolar. Sobre o serviço de vigilância da escola ele disse que no turno diurno apenas um vigia era o responsável para manter a segurança do prédio, mas que no turno noturno eram dois que faziam esse serviço.
Diante do que o diretor adjunto nos informou, percebemos uma sobrecarga, afirmada por ele, no trabalho do gestor, diferentemente do que Piletti diz sobre a programação da escola não ser privilegiada a somente uma “classe” dentro da hierarquia da organização. Piletti inclui até a comunidade dentro da participação das tomadas de decisões, o quê em momento algum foi falado pelo vice-diretor. Os pais também são incluídos por Piletti, mas perante as palavras do Márvio Martins no decorrer deste relatório, percebemos que as obrigações atribuídas aos pais por esta escola, diz somente respeito ao filho como aluno, em seu desempenho na sala de aula e seu comportamento social dentro e fora da escola, e não sobre a programação escolar, que acaba sendo exclusiva da direção da escola e talvez dos professores. Se dentro dessa programação a comunidade não participa, os pais menos ainda, concluímos que os alunos nunca tem voz, especialmente por sua faixa etária.
1.3 O corpo docente
Em relação ao nível de formação dos professores, a maioria absoluta possui o nível superior e todos são concursados, mas também possui professores vários de CET (condição especial de trabalho - são concursados, masdobram carga horária). Há vinte e cinco professores no turno vespertino, quinze no matutino e sete no noturno.
Entrevistamos uma professora, de 42 anos, casada, natural de bacabal, que mora no Monte Castelo, bem próximo à escola, podendo vir a pé ao trabalho. Ela se mudou para São Luís há dois anos. Apesar de ser formada em História e ter pós-graduação em Áreas Quilombolas, é concursada para alfabetização do segundo ano.
A professora considera a gestão da escola boa, preparada, organizada, diz os professores são engajados, daria uma nota, de um a dez, oito e meio ou nove aos professores. Segundo ela, a gestão é responsável para com os alunos, pois procura resolver os problemas, apesar de não conseguir resolver todos, o que seria impossível. Diz ainda que há suporte suficiente para aulas diferenciada, sempre pode dispor de TVs, data show. Perguntamos sobre o laboratório de informática, e ela falou que ele também estaria sempre a disposição, que no início fora feito um calendário do uso, porém os computadores estavam com problemas. A secretaria foi comunicada e os técnicos foram enviados para resolver o problema, mas quando os professores levaram os alunos ao laboratório, perceberam que os computadores de fato não haviam sido consertados. 
A professora apontou a indisciplina dos alunos e falta de acompanhamento dos pais como a maior dificuldade enfrentada na sala de aula, devido à cultura atual da relação pais-alunos-escola. E ainda disse que se a família se interessasse mais, muitos problemas não existiriam. A família, segundo ela, não dá educação básica, os alunos chegam à escola sem saber dar “bom dia” aos outros, sem dar respeito os direitos, sem compartilhar as coisas; e a escola fica sobrecarregada com isso. Apesar de tudo, afirmou que gosta de ser professora, revelando que nas reuniões, alguns professores admitiam só estar na área porque “foi o jeito”, foi o caminho mais rápido. 
Ela nos contou uma pequena e interessante história sobre a quadra esportiva Barrigudeira:
[...] é que tinha uma árvore muito grande ali, uma barrigueira, que ela é uma árvore centenária. O nome dela, hoje a quadra é até barrigudeira. E esse nome é, originou porque diz que ali todos os casais de namorados vinham namorar nessa barrigudeira. Aí diz que a família ficava: “tu já vai pra barrigudeira, tu já vai pr’aquela árvore né? Depois olha a barriga! Olha a barriga!” Aí diz que originou barrigudeira por causa da barriga das meninas. Engraçado isso né? Nada a ver [...].
 Falando sobre o bairro, ela nos disse era tranquilo, segundo os antigos, com quem gosta de conversar. Mas atualmente, depois que “os palafitas” ali se instalaram, se tornou um bairro perigoso.
1.4 O corpo discente
Sobre as relações humanas internas, o relacionamento entre professores e alunos era normal, segundo o vice-diretor. Na questão de casos de alunos com problemas familiares e que isso esteja afetando seu o aprendizado, ele nos colocou que o método adotado pela escola era feito nos seguintes passos: Primeiro: identificar o aluno e convocar seus pais; segundo: chamar os seus pais novamente; e no terceiro sugere que os mesmos procurem acompanhamento psicológico já que a escola não o tem e que os pais levem a diretoria os acompanhamentos e relatórios que fizerem com os filhos.
O diretor adjunto nos disse ainda que havia um caso recente de aluno que estava passando por um acompanhamento psicológico, pois não estava tendo rendimento. Ele havia feito a consulta, e foi pedido à escola um relatório sobre o comportamento do aluno.
As reuniões de pais e mestres acontecem bimestralmente, para apresentar boletim e falar de modo geral ou sempre que o professor achar necessário. Por exemplo, se uma sala apresentar comportamento inadequado e professor julgar necessário, ele pede e a diretoria convoca os pais. Em relação ao número dos pais que compareciam as reuniões, ele nos disse que quando se tratava de turno matutino (crianças), o número de pais era maior. Mas quando se tratava do vespertino (adolescentes), o número era muito menor.
Entrevistamos também três alunos, dois meninos, um de dez anos (A) e o outro não lembrou sua data de nascimento (B), e uma menina (C), de dez anos também. (A) e (C) moram no bairro Fé em Deus, (B) mora na Cambôa. Os pais de (A) possuem ensino médio completo, sendo que a mãe trabalha apenas no seu lar e o pai é metalúrgico e ele possui dois irmãos mais novos. (C) mora com os pais: a mãe é dona de casa e o pai, pintor. (B) já mora com a mãe e o padrasto. A mãe trabalha em casa de família e o padrasto na vale. Quando perguntamos se ele gostava de estudar língua portuguesa, ele disse que sim, e em relação ao ensino de uma língua estrangeira a escola não oferece o ensino de uma língua estrangeira. Ele também disse que gostava de ir para a escola porque ele aprendia, fazia novos amigos e novos professores. (B) e (C) deram como matéria preferida Ciências, mas também gostam de português, quando perguntamos, e somente (A) escolheu matemática, acrescentando que tirava boas notas, e não gostava de geografia porque havia coisas que ele não entendia. (C) disse que sonhava em ser veterinária.
O diretor adjunto nos informou que a escola não atendia somente pessoas do Monte Castelo, mas de vários bairros como: Liberdade, Fé em Deus, Cambôa, Vila Passos, São José de Ribamar, Cidade Olímpica, Coroadinho, Bom Jesus e São Raimundo. 
Já sobre a renda dos pais dos alunos, ele disse:
 A gente não tem levantamento socioeconômico pra precisar, o que a gente percebe é que, por exemplo, hoje nós temos uma faixa hoje bem heterogênea, o que eu quero dizer com isso, é que do jeito que eles tinham alunos de situação bem precária você tem aluno chegando a escola de carro, o leque hoje é muito grande, a escola pública hoje em dia atende um leque de clientela diferente do que ela atendia há alguns anos atrás. Há alguns anos atrás só vinha para a escola pública realmente os alunos bem carentes, hoje nós temos alunos bem carentes mais nós temos alunos como eu citei chegam a escola de carro.
O bairro
2.1 A escola e a comunidade
A escola, como dito anteriormente, fica próxima à avenida, atrás da Igreja Católica (), perto de uma parada de ônibus. O IFMA – Instituto Federal do Maranhão – localiza-se próximo dali também. Notamos, quando ficamos do lado de fora da escola, homens sujos e mal vestidos, aparentemente usuários de drogas, abordando pessoas que por ali passavam ou que iam à igreja, pedindo dinheiro, inclusive a nós. Um deles, no segundo dia de visita, estava tomando café.
Os projetos de esporte que existem não são para os alunos, mas para pessoas da terceira idade. Há dois projetos de futsal, e a escola cede espaço de vez em quando para atividades de capoeira. Além disso, há o BG Handebol Clube que envolve tanto os alunos da própria escola quanto de outras. São feitas festas de comemorações, como por exemplo, dia dos pais, dia das mães, além de feiras de conhecimento que envolvem a comunidade escolar.
A história do bairro
De acordo com a lei municipal nº 17, de 17 de Dezembro de 1896, foram criados os distritos de São Luís e Bacanga, estabelecendo, portanto, os primeiros municípios da região. Logo depois, em 1911, o território do Turu também aparece como distrito, sendo seguido, em 1948, pela área do Anil, além de Paço do Lumiar e São José de Ribamar, que figuraram idas e vindas territoriais como anexos de São Luís.
Durante esse período, a capital foi se expandindo pelo Caminho Grande, a principal via de acesso da cidade na época e hoje conhecida como Rua Grande. A partir dessa expansão, pode-se perceber a formação dos atuais bairros da cidade, atingindo limites nunca antes desvendados pelos franceses e só conhecidos pelos nativos. Em 1950, surgem no bairro do Areal novas moradias, caracterizando um esvaziamento populacional do Centro Histórico. Em 1954, o logradouro teve seu nome substituído para “Monte Castelo”, em homenagem ao feito das Forças Armadas do Brasil em território italiano na batalha de 25 de Fevereiro de 1945.REFERÊNCIAS
PILETTI, Nelson. Estrutura e funcionamento do ensino fundamental. São Paulo: Editora Ática, 1996.
A CIDADE NO TEMPO: Uma Breve História dos Logradouros de São Luís. Marcos Aurélio Mendes Lima 
.
Mapa do buraco. Disponível em: http://veja.abril.com.br/educacao/mapa-buraco.shtml

Continue navegando