Buscar

Direito Civil II - Obrigações

Prévia do material em texto

PROVA DIREITO CIVIL II – OBRIGAÇÕES – 1ª avaliação 2013.1
Questões dissertativas
01) Ao adquirir sua residência, Jesuíno obteve, junto à banco oficial, empréstimo financeiro, com o objetivo de efetuar o pagamento de parte da aquisição do imóvel. Assim, do valor global de R$100.000,00, 50% seria financiado. Passados 2 anos, Jesuíno, já casado, pretendia mudar de imóvel, pois pretendia ter filhos e então adquirido possuía apenas um quarto. Porém, ainda restavam-lhe 10 anos para liquidar o financiamento realizado, e cujo valor é garantido por alienação fiduciária. Diante dessa situação, você poderia apontar a espécie de obrigação que envolve Jesuíno e o banco? Seria possível ao mesmo vender esse imóvel e, caso positivo, que tipo de situação jurídica teríamos?
Padrão de resposta: espera-se que o aluno indique que há uma obrigação de dar entre Jesuíno e o banco, quanto ao pagamento do financiamento, de cunho pessoal apesar da garantia real. Espera-se ainda que indique a possibilidade da transmissão de obrigação pela assunção de débito por terceiro, elencando características da situação para viabilizar tal cessão. 
02) Considere o texto a seguir: “A obrigação propter rem é àquela que recai sobre uma pessoa em razão da sua qualidade de proprietário ou de titular de um direito real sobre um bem. Segundo Arnoldo Wald, as obrigações propter rem “derivam da vinculação de alguém a certos bens, sobre os quais incidem deveres decorrentes da necessidade de manter-se a coisa”(fonte: http://professordouglasmarcus.blogspot.com.br/2011/04/obrigacao-propter-rem.html). A partir de tal contexto, analise e comente a natureza jurídica de tal espécie de obrigação, citando ao menos dois exemplos:
Padrão de resposta: espera-se que o aluno indique a obrigação propter rem como uma obrigação com eficácia real, de dar – solver dívida em dinheiro, citando ainda exemplos como IPTU, IPVA, condomínio, etc., como exemplos de tal espécie.
03) Observe a notícia publicada no site do TJRS: “A Segunda Turma Recursal Cível, por unanimidade, confirmou sentença da Comarca de Uruguaiana, contra empresa transportadora que extraviou gaiola contendo um gato. A autora despachou seus dois gatos junto à empresa, no Rio de Janeiro e, ao chegar em Porto Alegre, recebeu somente um de seus bichos de estimação. Caso: Em outubro de 2010, autora da ação narrou que utilizou os serviços da VRG Linhas Aéreas S.A. para transportar do Rio de Janeiro para Porto Alegre dois gatos de sua propriedade, pelagem curta, um preto e outro cinza tigrado. O motivo seria sua mudança para a cidade de Uruguaiana. Ao buscar seus bichos de estimação, deparou-se com a notícia de que um de seus gatos, o cinza, havia sido extraviado. A dona dos animais de estimação moveu então ação indenizatória, requerendo R$ 20 mil por danos morais e a devolução de R$ 78,00 pagos pelo transporte do animal. A empresa, por sua vez, alegou que a autora não identificou corretamente a gaiola onde estava o animal, resultando na dificuldade de localizá-lo. Em 1º Grau, a sentença estabeleceu a necessidade de indenizar, com fixação de R$ 5 mil pelo dano sofrido e restituição dos R$ 78,00 (sic).  Recurso: A empresa recorreu da decisão. (...) No entendimento da Turma Recursal, ‘comprovada a falha na prestação do serviço de transporte, tem-se como configurados os danos de ordem extrapatrimonial por se tratar de animal de estimação, cuja relação com os proprietários é sabidamente é sentimental. Assim, inegável o sofrimento causado à autora pela perda de um de seus gatos’.”(fonte: http://www.tjrs.jus.br/site/imprensa/noticias/?idNoticia=207813). A partir de tal notícia, percebe-se que a indenização ocorrera por falha na execução do contrato de transporte. Que tipo de obrigação fora contratada e quais são as características dessa espécie obrigacional?
Padrão de resposta: espera-se que o aluno indique que, no caso, o contrato demandou obrigação de fazer, a qual, por seu turno, é caracterizada pelo compromisso do devedor em realizar determinada ação em favor do devedor, dentre outras características. Poderá responder ainda, o que também servirá como 30% da pontuação, que houve, aqui, responsabilidade civil contratual e extra contratual, sendo a primeira verificada pela restituição dos R$78,00 e a segunda pelo dano moral.
04) Podemos distinguir as obrigações por sua natureza civil, moral e natural, sendo que a obrigação moral não traz qualquer vínculo juridicamente relevante. Porém, quanto às obrigações naturais e civis, qual é a distinção entre elas? Qual delas permite a busca de sua satisfação judicial? Em qual delas o pagamento é considerado um ‘bom pagamento’ (juridicamente válido)
Padrão de resposta: o aluno deverá dizer apontar a distinção entre as duas espécies de obrigações, destacando, especialmente, que a civil poderá ser judicialmente exigível, enquanto que a natural não. Porém, tal fato não retira a validade jurídica do pagamento efetuado em qualquer uma das situações, pois a obrigação natural continua sendo uma obrigação válida, apesar de judicialmente inexigível.
05) Em um contrato de empreitada, a empresa Capitão Pinturas e Restaurações Ltda foi contratada para realizar a restauração de um prédio histórico, mas que já apresentava visível desgaste. Houve a contratação, assim, a partir de laudo apresentado pelo dono do edifício (contratado junto à terceiros), que dava conta da inexistência de comprometimento nas fundações e estrutura. O início dos trabalhos se deu com a retirada de telhado e madeiramento da cobertura, que estavam irremediavelmente comprometidos. Porém, quando do início da recolocação do madeiramento, as fundações do prédio cederam, gerando a demolição acidental do mesmo. O dono do edifício está exigindo os valores que já foram pagos à empresa de restauração, na ordem de R$100.00,00 (equivalente aos serviços já realizados), pois, com a ruína do prédio, resolvería-se o contrato. Diante dessa situação hipotética, qual é o encaminhamento jurídico quanto a situação?
Padrão de resposta: espera-se que o aluno responda que contrato de fato se resolve, porém sem culpa da empresa, razão pela qual, tratando-se de obrigação de fazer, é direito o recebimento dos valores relativos ao serviço já prestado. Também será considerada correta resposta que apontar a responsabilidade do dono do edifício pela ruína, cabendo à esse, além de pagar pelo serviço já prestado, indenizar eventuais prejuízos e lucros cessantes da empresa. 
06) As obrigações denominadas portable e quérable são uma das formas de classificação das obrigações. Dentre as duas, porém, há manifesta diferença entre a responsabilidade da prova pelo inadimplemento do credor ou do devedor. A partir de tais premissas, apresente o conceito básico de cada uma, estabelecendo a diferença entre ambas, especialmente quanto a prova de eventual inadimplemento.
Padrão de resposta: espera-se que o aluno indique as principais características de cada uma das formas de adimplemento, informando qual delas é a regra do código civil e informando que na obrigação portable o ônus da prova da inadimplência é do devedor, enquanto que na quérable é do credor.
07) A solidariedade obrigacional é calcada especialmente em dois princípios, quais sejam a não presunção da solidariedade e a limitação da solidariedade ao estritamente contratado (interpretação não ampliativa). Não obstante tais previsões, como podemos interpretar a aplicação de tais princípios frente ao disposto no art. 2º da lei 8245/91, que refere: “Havendo mais de um locador ou mais de um locatário, entende - se que são solidários se o contrário não se estipulou.”?
Padrão de resposta: espera-se que o aluno faça o embate das características dos princípios de forma a conciliá-los com a previsão da lei 8245, indicando, especialmente, que apesar da previsão de “entende-se”, trata-se de um caso de solidariedade prevista em lei.
08) As obrigações de dar coisa incerta são aquelas em que o objeto da prestação é definido pelo gênero e quantidade, com responsabilidadedas partes pela delimitação do objeto preciso oportunamente. Apesar de tal disposição, à quem compete a realização da concentração da obrigação no caso descrito? Fundamente sua resposta. 
Padrão de resposta: espera-se que o aluno responda que o ato de concentração refere-se ao ato de escolha e identificação do objeto preciso, sendo que, pela regra geral, pertence ao devedor. Deve indicar, ainda, que há possibilidade do direito de escolha recair para o credor ou terceiro, desde que ajustado no contrato.
09) Considere o seguinte excerto doutrinário: “1.2 – obrigação de restituir: é também chamada de obrigação de devolver. Difere da obrigação de dar, pois nesta a coisa pertence ao devedor até a tradição, enquanto na obrigação de restituir a coisa pertence ao credor, apenas sua posse é que foi transferida ao devedor. (...). Como se vê, na obrigação de restituir a prestação consiste em devolver uma coisa cuja propriedade já era do credor antes do surgimento da obrigação. Igualmente se eu empresto um carro a meu vizinho, eu continuo dono/proprietário do carro, apenas a posse é que é transferida, ficando o vizinho com a obrigação de devolver o veículo após o uso. (...).” (fonte: http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/fontes-das-obriga%C3%A7%C3%B5es). Considerando o disposto no texto citado, poderíamos dizer que o contrato de arrendamento rural envolve uma obrigação de restituir? Fundamente a resposta.
Padrão de resposta: espera-se que o aluno responda afirmativamente, indicando que o contrato de arrendamento envolve obrigação de restituir pois há a transferência da posse ao arrendatário, ao passo que, no encerramento do mesmo, haverá a devolução do bem ao proprietário. É importante referir que nesse procedimento não há a transferência da propriedade.
10) Mediante contrato firmado entre a empresa Empreiteira Destro Ltda e a Construtora Canhoto Ltda, a primeira obrigou-se a realizar a pintura de um prédio, que estava sendo construído pela segunda, no prazo de 90 dias, contados da assinatura do instrumento, e cujo pagamento deveria ser realizado ao final do prazo, mediante depósito em conta bancária indicada no contrato. Passados os 90 dias, o trabalho fora concluído, sendo que o pagamento dos valores (R$30.000,00) acabou sendo realizado diretamente ao capataz dos serviços que, de posse do valor, fugiu. O diretor da Empreiteira Destro lhe procura, na condição de advogado, e lhe questiona se esse pagamento é válido ou se é possível exigir novamente o valor da Construtora Canhoto. Qual é a solução jurídica para essa questão?
Padrão de resposta: espera-se que o aluno responda que o pagamento realizado fora um pagamento ‘ruim’, na medida em que, apesar de respeitado o tempo e lugar ajustado, a forma não fora a indicada no contrato, haja vista que havia sido previsto o depósito, quebrando um dos requisitos da quitação. Assim, o aluno deve indicar que é possível exigir-se novamente o pagamento do preço da construtora.
Questões objetivas
01. Ao adquirir sua residência, Jesuíno obteve, junto à banco oficial, empréstimo financeiro, com o objetivo de efetuar o pagamento de parte da aquisição do imóvel. Assim, do valor global de R$100.000,00, 50% seria financiado. Passados 2 anos, Jesuíno, já casado, pretendia mudar de imóvel, pois pretendia ter filhos e então adquirido possuía apenas um quarto. Porém, ainda restavam-lhe 10 anos para liquidar o financiamento realizado, e cujo valor é garantido por alienação fiduciária. Diante dessa situação, podemos dizer que:
I – A obrigação que norteia o financiamento é uma obrigação com eficácia real;
II – será possível à Jesuíno realizar a transferência do financiamento à terceiro (juntamente com o imóvel), mediante concordância do credor.
III – não será possível a Jesuíno transferir o imóvel à terceiro sem antes liquidar o débito.
IV – a alienação fiduciária é direito real e, por conta de tal característica, o vínculo obrigacional inexiste.
Estão corretas apenas:
a) I, II, III.
b) I, II, IV.
c) II.
d) III.
e) II, IV.
02. Considere o texto a seguir: “A obrigação propter rem é àquela que recai sobre uma pessoa em razão da sua qualidade de proprietário ou de titular de um direito real sobre um bem. Segundo Arnoldo Wald, as obrigações propter rem “derivam da vinculação de alguém a certos bens, sobre os quais incidem deveres decorrentes da necessidade de manter-se a coisa”(fonte: http://professordouglasmarcus.blogspot.com.br/2011/04/obrigacao-propter-rem.html). A partir de tal contexto, podemos dizer que:
I – Apenas as despesas condominiais e o IPTU, podem ser classificados como obrigações propter rem,
Por que
II – IPTU e taxa de condomínio são obrigações decorrentes da propriedade do imóvel, inerentes à manutenção do respectivo bem.
Sobre as duas afirmações acima é possível concluir que:
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a asserção II é uma proposição falsa.
A asserção I é uma proposição falsa, e a asserção II é uma proposição verdadeira.
As asserções I e II são proposições falsas.
03. João procurou os serviços profissionais de Pedro, médico, para realização de uma cirurgia, objetivando a retirada de uma hérnia, diagnosticada semanas antes. Em razão da cirurgia, Pedro cobrara a importância de R$3.000,00, que seriam pagos, 50% adiantado e 50% após a realização do procedimento. Porém, após ouvir boatos de que João não é um bom pagador, Pedro se recusa a realizar o procedimento sem o pagamento integral dos valores. A partir de tal situação, podemos dizer que:
a) Há uma obrigação de dar com relação à cirurgia, haja vista a pretendida entrega de resultado quanto a retirada da hérnia.
b) A recusa ao adimplemento, por parte de Pedro, é juridicamente tutelada, em razão da aplicação do princípio dormientibus non succurriti ius. 
c) É justo à Pedro exigir o adimplemento integral, desde que firme novo compromisso (contrato) de realizar a cirurgia em favor João.
d) Pedro poderia exigir apenas garantias de pagamento, como a hipoteca de um bem imóvel, mas não o adimplemento do preço.
e) Caso não realizada a cirurgia por Pedro, e caso João viesse a morrer por conta de tal omissão, haveria ‘culpa’ e consequente responsabilidade por perdas e danos do médico.
04. João procurou os serviços profissionais de Pedro, médico, para realização de uma cirurgia, objetivando a retirada de uma hérnia, diagnosticada semanas antes. Em razão da cirurgia, Pedro cobrara a importância de R$3.000,00, que seriam pagos, 50% adiantado e 50% após a realização do procedimento. Porém, após ouvir boatos de que João não é um bom pagador, Pedro se recusa a realizar o procedimento sem o pagamento integral dos valores. A partir de tal situação, podemos dizer que:
I - temos obrigação de dar – solver dívida em dinheiro (por parte de João), bem como obrigação de fazer fungível (por parte de Pedro),
Por que
II - tratando-se de acordo firmado entre as partes, a recusa na obrigação de fazer é indevida, o que gera a denominada mora solvendi, e que permite à João exigir o cumprimento imediato da obrigação de fazer.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a asserção II é uma proposição falsa.
A asserção I é uma proposição falsa, e a asserção II é uma proposição verdadeira.
As asserções I e II são proposições falsas.
05. Considere a seguinte ementa jurisprudencial: Ementa: APELAÇÃO. DIREITO PÚBLICO NÃO ESPECIFICADO. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO, EXAME OU PROCEDIMENTO. BLOQUEIO DE VALORES. É legítimo o bloqueio de valores nas contas do ente público na hipótese de descumprimento de decisão judicial. Para a satisfação da obrigaçãode dar, de fazer, de não fazer, é lícito que sejam determinadas as medidas necessárias ao seu cumprimento, conforme autorizam os arts. 461-A, § 3º, e 461, § 5º, do CPC. O rol de medidas necessárias ao cumprimento de decisões não é taxativo. (...) (Apelação Cível Nº 70052442159, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eduardo Kraemer, Julgado em 26/03/2013). A partir dessa decisão, podemos concluir que:
a) Que o Estado também poderá ser compelido ao cumprimento de obrigações de dar, fazer ou não fazer, o que, no caso, verifica-se através da obrigação de disponibilização de recursos para exames, medicamentos ou procedimentos cirúrgicos, previstos na CF.
b) Que o Estado também poderá ser compelido ao cumprimento de obrigações de dar, fazer ou não fazer, pois pode firmar ajuste em que se compromete a cumprir obrigações de fazer, não fazer ou dar.
c) Que o juiz poderá determinar o bloqueio de valores a qualquer momento do Estado, independentemente de verificação de sua inadimplência.
d) Que para dar eficácia às obrigações de dar, fazer e não fazer, é lícito ao juiz aplicar o disposto no art. 461, §5º e 461-A, ambos do CPC.
e) Que a eficácia das decisões judiciais, que determinam obrigações de dar, fazer ou não fazer, somente será verificada a partir de bloqueio de valores, junto ao Estado.
06. Em um contrato de compra e venda, os três proprietários do cavalo “O Vencedor”, campeão da competição Freio de Ouro, venderam dito animal para o pecuarista Tício, sendo acertado que o valor (R$.300.000,00) seria pago em duas parcelas de R$150.000,00, a primeira no ato de assinatura do contrato e a segunda após a entrega do animal, prevista essa para ocorrer em 15 dias, no endereço do comprador. Contudo, durante o transporte, o veículo que transportava o cavalo se viu envolvido em um acidente de trânsito, motivado por terceiro que invadiu via preferencial, causando a morte do mesmo. Diante de tal fato, podemos dizer que:
a) Temos, aqui, uma obrigação de fazer infungível quanto a entrega do animal, que, restando descumprida, gera dever de reparação à danos emergentes.
b) ocorrendo a perda do bem objeto do negócio, e havendo mais de um devedor, haverá responsabilidade solidária entre todos quanto à devolução dos valores já pagos pelo comprador.
c) o vínculo contratual em questão dispensa os vendedores de indenização suplementar, desde que devolvido o valor pago, acrescido de multa e juros. 
d) o comprador do animal não poderá buscar reparação de danos por lucros cessantes, senão apenas a devolução dos valores pagos, mantendo-se a indivisibilidade da obrigação após a perda do bem. 
e) o comprador do animal terá direito à devolução dos valores pagos, face à resolução do contrato, porém buscará os valores dos vendedores apenas o equivalente à respectiva cota parte de cada um, face à divisibilidade da obrigação após a perda do bem. 
07) A solidariedade obrigacional é calcada especialmente em dois princípios, quais sejam a não presunção da solidariedade e a limitação da solidariedade ao estritamente contratado (interpretação não ampliativa). Concomitantemente à tais previsões, o art. 2º da lei 8245/91 refere que “Havendo mais de um locador ou mais de um locatário, entende - se que são solidários se o contrário não se estipulou.”. Diante de tais pressupostos, podemos dizer que:
a) Os locadores terão a prerrogativa de propor ação de despejo conjuntamente, apenas.
b) Havendo inadimplemento quanto ao pagamento das despesas condominiais de imóvel locado, o fiador não poderá ser demandado ao pagamento de tais parcelas, mesmo que tenha firmado o contrato na condição de fiador e devedor.
c) Há, no caso em tela, uma situação de exceção que envolve presunção de responsabilidade civil solidária ativa e passiva.
d) Havendo o pagamento de alugueres para um dos locadores (dentre os 3 indicados no contrato), mas considerando o disposto no citado art. 2º e considerando que o contrato não aborda o tema da responsabilidade solidária, este pagamento será considerado um bom pagamento.
e) o pagamento realizado por dos locatários irá exonerar apenas a sua respectiva cota parte, caso não existe a estipulação expressa de solidariedade no contrato de locação.
08) Considere a seguinte ementa jurisprudencial acerca da responsabilidade solidária:
Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. FATO DO PRODUTO. EXPLOSÃO DE BOTIJÃO DE GÁS. DEFEITO DO PRODUTO. CULPA CONCORRENTE DA AUTORA. DEVER DE INDENIZAR. DANOS MATERIAIS. SOLIDARIEDADE. PROIBIÇÃO DE REFORMATIO IN PEJUS. A autora/credora pode exigir o valor da dívida de ambas as requeridas Supergasbrás e Comércio de Transporte de Gás LB, ou de somente uma delas. (...). Diante da proibição de reformatio in pejus, a indenização por danos materiais vai limitada ao valor de R$ 152.066,65 (cento e cinqüenta e dois mil e sessenta e seis reais e sessenta e cinco centavos), consoante reconhecido na sentença. EMBARGOS ACOLHIDOS. (Embargos de Declaração Nº 70051876852, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Leonel Pires Ohlweiler, Julgado em 27/02/2013)
A partir de tal decisão, podemos dizer que
I – foi declarada a responsabilidade solidaria entre a fabricante e o comerciante, no caso desse acidente com botijão de gás,
Por que
II – a responsabilidade solidária, no presente caso, decorre de relação contratual (contrato de transporte).
Sobre as duas afirmações acima é possível concluir que:
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a asserção II é uma proposição falsa.
A asserção I é uma proposição falsa, e a asserção II é uma proposição verdadeira.
As asserções I e II são proposições falsas.
09) Tício recebeu, na caixa de correspondências de sua casa, um pedido de contribuição mensal em favor da Associação Municipal de Proteção dos Animais (entidade filantrópica), de reconhecido trabalho desenvolvido na cidade. Sabendo de tal trabalho, Tício passou a mensalmente contribuir para tal associação. Porém, passados 2 anos, Tício ficou sabendo de desvios de recursos financeiros da citada entidade, razão pela qual deixou de pagar os valores que mensalmente eram remetidos. Porém, 60 dias depois, fora surpreendido com a notificação do tabelionato de protestos, onde fora levado a aponte os valores que estava devendo. Diante de tal caso, podemos dizer que:
I – Há responsabilidade solidária entre Tício e sua esposa (com quem é casado pelo regime da comunhão universal de bens) quanto ao pagamento desses valores. 
II – Tício poderá envidar (contrapor) o protesto, haja vista que se trata, in casu, de obrigação moral.
III – O protesto é justo e lícito, pois apesar de ser obrigação natural, que não permite a execução judicial, tal ‘débito’ pode ser alvo de protesto.
IV – Tratando-se de obrigação firmada tacitamente, por conta do pagamento reiterado, o protesto do valor pendente é lícito, porém sem responsabilidade solidária entre Tício e sua esposa.
Estão corretas apenas:
a) I, II, III.
b) I, II, IV.
c) II.
d) III.
e) II, IV.
10) Sabemos que as obrigações de dar se dividem em 04 ‘espécies’, contemplando as peculiaridades de cada uma das situações jurídicas da citada obrigação de dar. A partir de tal divisão, é possível dizer que:
a) na obrigação de dar stricto sensu, há a transferência de domínio do bem, porém sem qualquer alteração quanto à propriedade.
b) na obrigação de restituir, perdendo-se o bem por caso fortuito ou força maior, o devedor não terá qualquer responsabilidade por perdas e danos, mas será responsável pela indenização do equivalente financeiro do bem.
c) o comodatário deverá indenizar eventual perda do bem dado em comodato, mesmo que sua perda tenha ocorrido em razão de tempestade.
d) na obrigação de solver dívida em dinheiro, em caso de furto do valor, antes da tradição,sempre haverá responsabilidade do credor pelo valor (ou seja, será o credor que perderá o valor), mesmo que se trate de bem fungível.
e) na obrigação de restituir há a transferência da posse do bem, sem alteração, porém, quanto à propriedade, cuja titularidade já pertencia ao credor.
11) Considere a seguinte ementa jurisprudencial acerca do pagamento e quitação:
Ementa: APELAÇÃO CÍVIL. LOCAÇÃO. DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO. ALEGAÇÃO DE QUITAÇÃO DO DÉBITO. AUSÊNCIA DE PROVA. ÔNUS DO LOCATÁRIO. BENFEITORIAS. CLÁUSULA DE RENÚNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO OU INDENIZAÇÃO. A locação pode ser desfeita por falta de pagamento, conforme dispõe art. 9º, inciso III, da Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245/91). Hipótese em que a parte ré, apesar de alegar o pagamento dos locativos, parte em dinheiro e parte em dação em pagamento de mercadorias, não fez prova a respeito. Ônus que lhe incumbia, nos termos do art. 333, II, do CPC. A quitação exige a designação do valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, o tempo e o lugar do pagamento, bem como a assinatura do credor, em instrumento particular. Inteligência do art. 320 do CC. (...). (Apelação Cível Nº 70044256477, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Catarina Rita Krieger Martins, Julgado em 25/10/2012).
A partir dos pressupostos que traz tal decisão, podemos dizer que
I – a quitação é direito regular do devedor, quando do pagamento, porém cabe ao devedor exigir o respectivo recibo,
Por que
II – considera-se adimplida uma obrigação quando satisfeita no tempo, lugar e forma convencionados.
Sobre as duas afirmações acima é possível concluir que:
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a asserção II é uma proposição falsa.
A asserção I é uma proposição falsa, e a asserção II é uma proposição verdadeira.
As asserções I e II são proposições falsas.
12) (EXAME UNIFICADO OAB – 2012/2 - ADAPTADA) Utilizando‐se das regras afetas ao direito das obrigações, assinale a alternativa correta. 
a) Quando o pagamento de boa‐fé for efetuado ao credor putativo, somente será inválido se, em seguida, ficar demonstrado que não era credor.
b) Levando em consideração os elementos contidos na lei para o reconhecimento da onerosidade excessiva, é admissível assegurar que a regra se aplica às relações obrigacionais de execução diferida ou continuada.
c) Possui a quitação determinados requisitos que devem ser obrigatoriamente observados, tais como o valor da dívida, o nome do pagador, o tempo e o lugar do adimplemento, além da assinatura da parte credora, exigindo‐se também que a forma da quitação seja igual à forma do contrato.
d) O terceiro, interessado ou não, poderá efetuar o pagamento da dívida em seu próprio nome, ficando sempre sub‐rogado nos direitos da parte credora.
e) O adimplemento direto de uma obrigação ocorrerá mediante entrega da prestação no tempo e forma convencionados.
13) As obrigações de dar podem ser divididas entre obrigações de dar coisa certa e incerta, cujos regimes/procedimentos de adimplemento, e a natureza do objeto, são justamente a sua distinção. A partir de tal distinção, podemos concluir que
I - As obrigações de dar coisa certa se equiparam à obrigação de pagar quantia em dinheiro, diferenciadas, portanto, da obrigação de dar coisa incerta.
II - O cumprimento das obrigações de dar coisa certa destoa da forma de cumprimento das obrigações de dar coisa incerta apenas quanto ao rito processual, pois se ocorrer a perda do objeto por caso fortuito, em ambos os casos há resolução contratual.
III – As obrigações de dar coisa incerta são definidas pelo gênero e quantidade, mas, após a concentração da obrigação, a mesma se torna em obrigação de dar coisa certa.
IV - O direito civil pátrio entende que as obrigações de dar coisa certa e incerta não são afetadas, sob qualquer aspecto, diante de eventual perda do objeto por caso fortuito.
Estão corretas apenas:
a) I, II, III.
b) I, II, IV.
c) II.
d) III.
e) II, IV.
14) O vínculo obrigacional se estabelece a partir da relação entre duas ou mais pessoas em torno de um objeto, afetados pelos termos do ‘negócio’ realizado. Porém, esse vínculo jurídico tem sua gênese também por outras formas. Sobre isso, podemos dizer que
I – o vínculo obrigacional também poderá surgir em razão de ato ilícito civil, como ocorre, por exemplo, com a responsabilidade decorrente de dano moral,
Por que
II – a responsabilidade civil subjetiva depende de prova da culpa, o que destoa da responsabilidade civil objetiva onde é a lei que determina tal responsabilidade.
Sobre as duas afirmações acima é possível concluir que:
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a asserção II é uma proposição falsa.
A asserção I é uma proposição falsa, e a asserção II é uma proposição verdadeira.
As asserções I e II são proposições falsas.
15) Considere a seguinte ementa jurisprudencia acerca do pagamento indevido:
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. PROMESSA DE COMPRA E VENDA. AÇÃO DE COBRANÇA C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. IPTU. RESSARCIMENTO. DESCABIMENTO. DÍVIDA PRESCRITA. OBRIGAÇÃO NATURAL. Inviável acolher pleito de ressarcimento de imposto pago pelos autores, cuja responsabilidade era da ré, na medida em que essa dívida foi paga depois de operada a prescrição. A dívida prescrita, por se constituir em obrigação natural, é inexigível, não havendo, por isso, direito de ressarcimento por seu pagamento indevido, ainda que inequívoca a responsabilidade do real devedor. Inteligência do art. 882 do Código Civil. (...) RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70018695411, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Pedro Celso Dal Pra, Julgado em 05/04/2007)
A partir de tal decisão, podemos dizer que:
a) O pagamento de uma obrigação natural é lícito e irrepetível.
b) O contribuinte não poderá ser demandado judicialmente para ser ressarcido de pagamento indevido.
c) Há direito ao ressarcimento no pagamento indevido de obrigação de natureza civil.
d) A prescrição do crédito não gera a sua extinção ou adimplemento, senão apenas a vedação à execução judicial.
e) O devedor de dívida prescrita tem o direito de adimplir tal débito.
16) Dentre as dissonâncias existentes, entre direito pessoal (obrigacional) e direito real, pode-se dizer que o primeiro tem vinculação restrita às partes, enquanto que o segundo tem efeitos erga omnes. Nesse passo, é possível dizer que
I – O contrato de financiamento para aquisição de imóvel, com garantia hipotecária tem vinculação e efeitos apenas entre as partes contratantes,
Por que
II – apesar do contrato em questão ter garantia real, mesmo que registrada na matrícula do imóvel, não se aplica o efeito erga omnes em razão da não transferência da propriedade.
Sobre as duas afirmações acima é possível concluir que:
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a asserção II é uma proposição falsa.
A asserção I é uma proposição falsa, e a asserção II é uma proposição verdadeira.
As asserções I e II são proposições falsas.
17) As obrigações de fazer e não fazer envolvem o compromisso do devedor à realização ou abstenção de determinado ato em proveito do credor. O contrato de locação de imóvel residencial, que estabelece a vedação à manutenção de animais no mesmo, 
I – será considerado nulo de pleno direito, haja vista que ofende direitofundamental da liberdade;
Porque
II – tratando-se de obrigação de não fazer, caberá ao devedor abster-se do ato alvo da vedação, desde que tal omissão seja lícita.
 
Sobre as duas afirmações acima é possível concluir que:
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a asserção II é uma proposição falsa.
A asserção I é uma proposição falsa, e a asserção II é uma proposição verdadeira.
As asserções I e II são proposições falsas.
18) As obrigações de fazer tem como principal característica a obrigação de realização de determinada ação, pelo devedor em favor do credor. O credor pode ser o beneficiado direto da obrigação, assim como poderá estipular o pagamento em favor de terceiro. Sobre o cumprimento da obrigação pelo devedor, por seu turno, podemos dizer que:
I - as obrigações de fazer fungíveis podem ser cumpridas por qualquer pessoa.
II - Caso descumprida a obrigação de fazer fungível, por culpa do devedor, e sendo situação de urgência, o credor poderá realizar a ação às custas do devedor.
III – Diante do inadimplemento de obrigações de fazer infungível, por culpa do devedor, será possível a sua conversão em perdas e danos. 
IV - O cumprimento das obrigações de fazer fungíveis ou infungíveis se dará mediante fixação de multa estipulada pelas partes, mesmo que o inadimplemento ocorra sem culpa do devedor.
Estão corretas apenas:
a) I, II, III.
b) I, II, IV.
c) II.
d) III.
e) II, IV.
19) Em um contrato de compra e venda, Tício vendeu para Caio um veículo, pelo valor de R$10.000,00, mediante a entrega do bem. No dia combinado, Caio fora buscar o veículo, porém percebera que o mesmo teve rodas e pneus trocados por Tício, o que gerou a diminuição de pelo menor 5% do valor do bem. A partir disso, podemos dizer que
I – Caio poderá envidar o recebimento do veículo, pois, não havendo resguardo quanto a retirada ou substituição de itens, mesmo que acessórios, estes integram o negócio jurídico,
Porque
II – tratando-se de obrigação de dar coisa certa, a alteração do bem constituir-se-á em inadimplemento obrigacional por parte do credor, passível inclusive de resolução contratual.
Sobre as duas afirmações acima é possível concluir que:
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a asserção II é uma proposição falsa.
A asserção I é uma proposição falsa, e a asserção II é uma proposição verdadeira.
As asserções I e II são proposições falsas.
20. O adimplemento da obrigação é fator que causa a sua extinção, encerrando o pacto firmado pelas partes. Porém, para que se tenha o adimplemento direto da obrigação, 3 requisitos devem ser preenchidos ao satisfazer-se a prestação, quais sejam tempo, lugar e forma conforme a convenção. No adimplemento de obrigação alternativa, pode ocorrer alteração desses três elementos, de acordo com o objeto da prestação. Nesse passo, podemos dizer que:
I – sendo uma das opções uma obrigação de fazer, a concentração da obrigação ocorrerá mediante recibo de cumprimento da citada obrigação.
II – as obrigações alternativas perdem tal característica a partir da concentração da obrigação, vigendo, a partir daí, de acordo com a natureza da obrigação alvo de escolha (dar, fazer ou não fazer). 
III – é lícito estipular obrigações alternativas em que um dos objetos possa resultar em ofensa à legislação ambiental.
IV – é lícito às partes estipular, em obrigação alternativa, que o adimplemento de uma das alternativas seja no domicílio do devedor e, caso escolhida outra alternativa, seu cumprimento seja no domicílio do credor.
Estão corretas apenas:
a) I, II, III.
b) I, II, IV.
c) II.
d) III.
e) II, IV.
21) Mévio e Caio comprometeram a venda da Vaca Mimosa para Fulano e Ciclano, que, por sua vez, firmaram o contrato de compra e venda na condição de credores solidários. O valor ajustado pelo animal fora de R$200.000,00. Diante de tal situação hipotética, podemos dizer que:
I – Caio poderá, sozinho, efetuar a entrega do animal, pois se trata de obrigação indivisível.
II – A quitação da entrega do animal, firmada por Ciclano apenas, é suficiente para desobrigar os vendedores do cumprimento da obrigação.
III – Se apenas Fulano pagar o valor da sua respectiva cota parte, poderá este ser demandado também pelo valor de Ciclano.
IV – Caso ocorra a morte do animal, sem culpa de Mévio e Caio, ambos serão solidariamente responsáveis pela devolução do valor recebido de Fulano e Ciclano.
Estão corretas apenas:
a) I, II, III.
b) I, II, IV.
c) II.
d) III.
e) II, IV.
22) Em uma obrigação indivisível, três devedores estavam obrigados ao seu cumprimento. Porém, ao conduzir o bem para entrega, o devedor A, dolosamente, destruíra o bem. Considerando que o valor do mesmo já havia sido pago aos devedores, pelo único credor, podemos dizer que 
I – o credor poderá buscar o ressarcimento do preço pago pelo objeto junto aos três devedores, de acordo com a sua respectiva cota parte, com exceção do culpado que poderá ser demandado sozinho por todo o valor,
Por que
II – no caso de obrigação indivisível, os devedores respondem de forma divisível pelo equivalente financeiro (em caso de recebimento dos valores e perda do objeto), à exceção do culpado que, pela sua situação de culpa, será demandado tanto pela cota parte, como pelas demais cotas junto aos demais devedores. 
Sobre as duas afirmações acima é possível concluir que:
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a asserção II é uma proposição falsa.
A asserção I é uma proposição falsa, e a asserção II é uma proposição verdadeira.
As asserções I e II são proposições falsas.
23) Zé firmou um contrato particular de confissão de dívida, em favor do credor Jô, declarando-se devedor da quantia de R$30.000,00, e cujo pagamento está previsto para ocorrer em 03 parcelas mensais e fixas de R$10.000,00 cada, a primeira em 30 dias. Jô, contudo, acabou repassando tal título à Craô, mediante termo de cessão de crédito, pelo preço de R$27.500,00. A partir de tal situação, podemos dizer que:
a) Há, in casu, uma cessão de débito, com responsabilidade pelo adimplemento por parte de Jô.
b) A validade da cessão efetuada é aferida pelo disposto no art. 104 do CC, porém somente surtirá efeitos perante Zé após sua ciência quanto à cessão.
c) Tendo em vista o valor pago pelo crédito, Craô somente poderá exigir, de Zé, o equivalente à R$27.500,00.
d) Após o pagamento da primeira parcela, Craô estaria impedido de realizar uma nova cessão de crédito quanto ao saldo remanescente.
e) Para tal negócio ter validade, é necessário o consentimento prévio do devedor Zé.
24) É cediço que a transmissão de crédito tem natureza civil, enquanto que o “endosso” tem natureza jurídica comercial. A partir de tal diferença, percebemos, diferenças e similitudes entre os dois institutos. Assim, quanto à sua distinção, podemos dizer que 
I – a realização de cessão de crédito requer a indispensável necessidade de notificação/ciência do devedor quanto à cessão, enquanto que o endosso de um cheque não necessitaria tal medida,
Por que
II – tanto no endosso do cheque como na cessão de crédito, o pagamento a ser realizado será sempre em favor do credor cessionário, ou detentor do título de crédito.
Sobre as duas afirmações acima é possível concluir que:
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
As asserções I e II sãoproposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a asserção II é uma proposição falsa.
A asserção I é uma proposição falsa, e a asserção II é uma proposição verdadeira.
As asserções I e II são proposições falsas.
25) A solidariedade obrigacional envolve co responsabilidade entre credores e/ou devedores. Seus efeitos geram o dever conjunto de pagamento ou quitação, assim como para outras medidas inerentes aos vínculos obrigacionais. Nesse passo, a gênese da solidariedade está calcada, indiretamente, na lei; mas, diretamente, podemos dizer que:
I - a solidariedade terá também como fonte direta a própria lei.
II – a solidariedade não poderá ser estabelecida por instrumento particular aditivo, se o negócio fora estabelecido por instrumento público.
III – as decisões judiciais, mesmo que decorrentes de ação que versam sobre responsabilidade civil, não poderão estabelecer responsabilidade solidária.
IV – a não presunção da solidariedade é princípio basilar do instituto, haja vista a vedação de criação de vínculo obrigacional sem ato ilícito, previsão legal ou convenção contratual.
Estão corretas apenas:
a) I, II, III.
b) I, II, IV.
c) II.
d) III.
e) II, IV.
26) Considere a seguinte ementa jurisprudencia acerca da solidariedade ativa:
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. AÇÃO MONITÓRIA. CHEQUES PRESCRITOS. CONTA-CORRENTE CONJUNTA. AÇÃO AJUIZADA CONTRA AMBOS OS TITULARES. LEGITIMIDADE PASSIVA. CUMULAÇÃO DE EXECUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. O cotitular de conta-corrente conjunta detém apenas solidariedade ativa dos créditos junto à instituição financeira, não se tornando responsável pelos cheques emitidos pelo outro correntista. Ação monitória visando a cobrança de três cheques, ajuizada contra dois réus (conta-conjunta), tendo um deles emitido dois cheques e o outro, um cheque. Ilegitimidade passiva de cada um dos réus para responder a ação monitória em relação ao título que não assinou. (...) (Apelação Cível Nº 70035641901, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson José Gonzaga, Julgado em 21/06/2012)
A partir de tal decisão, podemos dizer que:
a) Haverá solidariedade ativa dos correntistas que tiverem conta conjunta para qualquer situação. 
b) Não haverá solidariedade passiva quando correntistas de conta conjunta estiverem em débito junto a instituição financeira.
c) Há solidariedade ativa dos correntistas de conta conjunta quanto ao crédito existente na conta corrente, em relação à instituição financeira.
d) Haverá solidariedade passiva dos correntistas em conta conjunta para responder pelo débito decorrente de cheques sem fundos emitidos por ambos, perante a instituição financeira.
e) Havendo mais de dois correntistas em conta conjunta, tal situação não implica, de forma automática, na condição de devedores ou credores solidários.
27) João e Maria tomaram emprestado, de Lobo Mau, a importância de R$20.000,00, e cujo pagamento deveria ocorrer em 60 dias mediante a restituição do citado valor ou, alternativamente, entrega de 5.000 unidades de mini tortas. Considerando essa situação hipotética, bem como os conhecimentos inerentes ao direito obrigacional, podemos dizer que:
I – Há, no presente caso, vínculo obrigacional com solidariedade passiva, de tal modo que, inadimplida a prestação, João e Maria poderão ser demandados a, conjunta ou separadamente, liquidar todo o débito.
II – há, no presente caso, obrigação alternativa, onde, diante da possibilidade de cumprimento através de dois objetos, caberá ao Lobo Mau, se permitido em contrato, escolher dentre eles.
III – Caso as mini tortas sejam destruídas no transporte (que estava sendo realizado para a entrega), e partindo-se do pressuposto de que se trata de obrigação portable, a obrigação subsistirá quanto ao pagamento do valor.
IV – Se houver a escolha, pelos devedores, pelo pagamento do preço, e ocorrendo o inadimplemento da obrigação por parte de ambos os devedores, João estará exonerado do vínculo obrigacional se, após, o prazo, pagar apenas sua respectiva cota parte (R$10.000,00), acrescida da multa, juros e correção previstos em contrato.
Estão corretas apenas:
a) I, II, III.
b) I, II, IV.
c) II.
d) III.
e) II, IV.
28) Yoanes, com 17 anos, civilmente emancipado, e proprietário de diversos imóveis na cidade (que lhe rendem significativos locativos, entabulou, com Gertrudes a realização de empréstimo no valor de R$100.000,00, e cujo valor o menor se comprometeria em pagar no prazo de 90 dias. Contudo, passados 15 dias, Gertrudes, senhora idosa, teve um AVC, restando internada na UTI do Hospital de Caridade. Para custear as despesas hospitalares, um dos filhos transferiu o crédito que Gertrudes tinha para terceiros, pelo valor de R$98.000,00, sendo os valores integralmente empregados no tratamento médico. A partir dessa situação, podemos dizer que
I – o negócio jurídico que dá origem ao crédito é anulável, haja vista que o menor não poderia ter celebrado tal contrato sem a anuência de seus genitores,
Por que
II – há nulidade na transferência de crédito realizada pelo filho da credora, haja vista que, não sendo seu procurador nem possuindo autorização judicial, não poderia ter realizado tal cessão.
Sobre as duas afirmações acima é possível concluir que:
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a asserção II é uma proposição falsa.
A asserção I é uma proposição falsa, e a asserção II é uma proposição verdadeira.
As asserções I e II são proposições falsas.
29) Ao estabelecer um contrato de compra e venda de veículo, Sander comprometeu-se a pagar a quantia líquida e certa de R$20.000,00 (vinte mil reais) para o vendedor Danser, mediante a entrega do veículo, agendada para 10 dias. Ficou estabelecido, porém, que Danser deveria levar o carro até Sander quando da entrega e pagamento. Passados os 10 dias, e no momento em que se deslocava para levar o carro, Danser acabou arranhando o veículo em uma placa de sinalização, após ter sido vítima de uma ‘fechada’. Arranhões estes que comprometeram a originalidade do carro. Diante disso, podemos dizer que
I – é direito de Sander resolver o contrato firmado pelas partes, pagando multa equivalente à 10% do negócio, já que seu interesse no carro era em razão de sua originalidade,
Por que
II – havendo deterioração do objeto da prestação, sem culpa do devedor, não lhe será imposto o dever de indenizar.
Sobre as duas afirmações acima é possível concluir que:
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira.
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a asserção II é uma proposição falsa.
A asserção I é uma proposição falsa, e a asserção II é uma proposição verdadeira.
As asserções I e II são proposições falsas.
30) Considere a seguinte ementa jurisprudencial acerca das obrigações divisíveis:
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE REVISÃO DE ALIMENTOS. OBRIGAÇÃO AVOENGA. INCLUSÃO DO AVÔ MATERNO NO POLO PASSIVO DA AÇÃO. DESCABIMENTO. INEXISTÊNCIA DE LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO. OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL E NÃO SOLIDÁRIA. A obrigação alimentar avoenga é subsidiária ou complementar à prestação alimentar devida pelos genitores aos filhos, facultado ao alimentando ajuizar a demanda contra um ou mais de um devedor. Trata-se de litisconsórcio facultativo e não obrigatório. (...) (Agravo de Instrumento Nº 70048845085, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luís Dall'Agnol, Julgado em 29/08/2012)
A partir de tal decisão, podemos dizer que:
Haverá obrigação alimentar por parte dos avós quando falecido o genitor.
Os alimentosserão rateados entre os genitores e os avós que, pelo pagamento dos alimentos, terão direito à fixação de visitas regulares. 
Os avós terão responsabilidade subsidiária quanto aos alimentos, pois se trata, no caso, de obrigação divisível.
Haverá responsabilidade solidária entre os avós e os genitores, quanto ao provimento de alimentos ao alimentado.
Os alimentos devidos pelos avós somente terão lugar quando impossível aos genitores não puderem alcançar tal valor, de modo que sua responsabilidade é, por isso, indivisível.
GABARITO QUESTÕES SUBJETIVAS
	Número da Questão 
	Correspondência no mapa de problemas
	1
	Problema 24
	2
	Problema 12
	3
	Problema 10
	4
	Problema 06
	5
	Problema 05
	6
	Problema 28
	7
	Problema 17
	8
	Problema 09
	9
	Problema 08
	10
	Problema 29
GABARITO QUESTÕES OBJETIVAS
	Número da Questão 
	Resposta certa 
	Correspondência no mapa de problemas
	1
	C
	Problema 08
	2
	D
	Problema 01
	3
	E
	Problema 29 
	4
	B
	Problema 27
	5
	A
	Problema 02
	6
	E
	Problema 09
	7
	D
	Problema 16
	8
	C
	Problema 18
	9
	C
	Problema 06
	10
	E
	Problema 08
	11
	B
	Problema 26
	12
	B
	Problema 27
	13
	D
	Problema 09
	14
	B
	Problema 03
	15
	A
	Problema 30
	16
	E
	Problema 04
	17
	D
	Problema 11
	18
	A
	Problema 10
	19
	A
	Problema 07
	20
	E
	Problema 13
	21
	A
	Problema 19
	22
	A
	Problema 15
	23
	B
	Problema 22
	24
	B
	Problema 21
	25
	B
	Problema 20
	26
	C
	Problema 23
	27
	E
	Problema 14
	28
	D
	Problema 25
	29
	D
	Problema 08
	30
	C
	Problema 30

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes