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EDUCAÇÃO INCLUSIVA
LUZ, Cristina da. RU 1186870
POLO LARANJEIRAS DO SUL
UNINTER
Resumo
O presente artigo tem como objetivo analisar, verificar e expor propostas que apontem a inclusão do aluno deficiente na escola regular. Será, discutido ainda, estratégias de intervenção pedagógica, para melhor compreensão da importância de uma escola inclusiva no contexto atual da educação. Diante desta problemática, foi analisado o posicionamento familiar e escolar a respeito do desenvolvimento de uma criança portadora do transtorno da Síndrome de Asperger, esclarecendo dúvidas a respeito do que é essa síndrome, quais são suas características, tipos de necessidades especiais que o portador necessita e quais as potencialidades que esse aluno tem. Diante destes apontamentos, esta pesquisa destacou a importância do papel do professor no processo de avaliação e intervenção no tratamento com o aluno, suas contribuições e apoio junto à família.
Palavras-chave: Inclusão. Síndrome de Asperger. Escola. Família.
Introdução
A presente pesquisa tem como objetivo esclarecer sobre o transtorno neurobiológico chamado síndrome de Asperger.
 A Síndrome de Asperger é um transtorno neurobiológico enquadrado dentro da categoria de transtornos globais do desenvolvimento. Ela foi considerada, por muitos anos, uma condição distinta, porém próxima e bastante relacionada ao autismo.
	Estudos recentes apontam o transtorno do espectro autista, como uma forma mais branda do autismo.
 O transtorno da síndrome de Asperger é definido pela presença de “déficits” persistentes na comunicação e na interação social em múltiplos contextos.
	Desta forma, este artigo buscará esclarecer alguns aspectos dessa síndrome neurológica, a fim de ajudar muitas crianças e jovens na busca de uma escola inclusiva, atualmente amparada pela lei.
Desenvolvimento
A Síndrome de Asperger é um transtorno neurobiológico cujas causas ainda não são totalmente esclarecidas. Pesquisadores e especialistas investigam as razões da doença e apontam que pode ter relação direta com alguma anormalidade no cérebro da criança. Essa anormalidade, no entanto, ainda não foi encontrada. Como não há marcador biológico, técnicas de mapeamento cerebral não conseguiram obter resultados claros e concisos. Assim, o diagnóstico da doença se baseia em critérios comportamentais.
Outras causas sugeridas são os fatores genéticos hereditários ou outra disfunção cerebral. Pesquisas também buscam esclarecer que o transtorno não tem relação com relacionamentos abusivos na infância ou privação emocional.  	A Síndrome de Asperger é uma condição que afeta o modo como o indivíduo se comunica e se relaciona com outras pessoas. A doença se manifesta desde a infância, com mudanças comportamentais visíveis a partir dos 3 anos, idade ideal para ocorrer o diagnóstico. Entre as características da condição pode-se citar:
Sintomas de comunicação:
- Peculiaridades do discurso e da linguagem;
Em alguns casos, o indivíduo demonstra alto nível de habilidades verbais, fazendo o uso de um vocabulário rebuscado e considerado muito formal para sua faixa etária. Por causa disso, muitas crianças preferem conversar com adultos que com outros de sua idade.
- Dificuldade na comunicação verbal e não-verbal;
Dificuldades em se comunicar e manter diálogos, interagir com outras pessoas, decifrar linguagem corporal e em compartilhar seus pensamentos, emoções e interesses com outras pessoas. Além disso, não sabem como usar movimentos corporais e gestos na comunicação não-verbal.
É comum que não consigam aceitar o senso comum ou regras, como esperar a vez para falar ou realizar alguma atividade. Para crianças com Asperger, trabalhos em grupo podem ser desafiadores, pois há possibilidade de demonstrarem impaciência, dificuldade em lidar com conflitos e críticas ou aborrecimento ao não aceitar outros pontos de vista. Esses fatores podem resultar em isolamento.
- Interpretação literal da linguagem;
Incapacidade de entender sarcasmo, ironia, duplo sentido e outros artifícios utilizados no tom de voz para caracterizar a diferença entre a brincadeira e a seriedade. A pessoa também pode ter dificuldade em compreender mensagens passadas pelos olhos ou por gestos, com tendência a serem consideradas desrespeitosas ou rudes. Não consegue fazer a leitura das expressões faciais e interpretar as expressões da emoção.
A comunicação dos portadores é direta e também possuem honestidade notável. Para boa compreensão, as palavras devem ser usadas com clareza, senão pode ocorrer do indivíduo atribuir sentidos literais a elas.
Orientações para os professores e família:
- Modelar interações bidirecionais e treinar;
As crianças com síndrome de Asperger fazem parte do Transtorno do Espectro Autista – TEA e precisam aprender reagir e relacionarem com as pessoas para adquirirem um repertório de habilidades sociais.
Precisam aprender dialogar, evitando agressões e palavras inadequadas. Ensinar o que e quando dizer é importante, bem como aprender a relacionar-se em atividades em grupo, tais situações devem ser incentivados para evitar o isolamento comum nessas crianças.
- Enfatizar as habilidades escolares
São importantes situações cooperativas onde suas habilidades de leitura, vocabulário, memória e outras sejam vistas como interessantes pelos colegas, aumentando dessa forma sua aceitação.
Gama restrita de interesses:
Essas crianças costumam focar seus interesses em um único tema. Por isso, devem ser incentivadas para que possam se envolver com outros assuntos e conteúdos diversos na escola, embora seus interesses específicos também possam ser incentivados, para sua autossatisfação e aprofundamento contextualizado. Suas preferências também podem ser utilizadas para ensinar outros temas, como usar o interesse restrito de dinossauros, para ensinar história, geografia, etc.
- Oferecer rotinas diárias consistentes;
A criança precisa entender cada rotina do dia e saber o que a espera, para poder se concentrar nas tarefas. Mudanças repentinas levam ao estresse, raiva, medo e explosões que precisam ser evitadas. É importante ensinar regras para a criança se controlar.
- Proteger a criança de ser importunada;
Elogiar os colegas quando o tratarem com jeito pode evitar que ele seja sempre acusado pelo que os outros fazem, ao mesmo tempo em que promove empatia e tolerância nas outras crianças.
O apoio dos colegas, principalmente daqueles mais sensíveis, pode ajudar, não apenas na classe, mas em outros locais onde costumam se encontrar.
Fuga do mundo real:
Os professores e pais devem procurar sempre trazer essas crianças do seu mundo de fantasias e imaginação para o mundo real, fazendo com que se sintam menos afastadas e menos diferentes dos colegas da escola e das outras pessoas.
Fraca coordenação motora:
As dificuldades para praticar esportes devem ser respeitadas, pois não adianta forçar uma atividade que elas não conseguem desenvolver com a mesma facilidade que as outras crianças. O esporte deve ser incentivado, mas não de forma competitiva.
Incentivo para um comportamento melhor:
Incentivar e premiar os resultados de um comportamento mais adequado também funciona, pois o agitado pode receber alguma compensação quando ficar mais calmo, ou o tagarela, quando parar de falar por alguns momentos, ou quando fizer a tarefa normalmente, como os outros fazem.
Concentração fraca:
A baixa concentração exige um esforço maior de pais e professores. Sentar a criança na frente, de preferência junto com outros alunos com quem se entende melhor, fazer perguntas para que ela não desvie a atenção, dividir o assunto em subtemas, usar recursos materiais e tecnológicos ajudam no aprendizado.
Vulnerabilidade emocional:
Pais e professores devem ficar atentos para perceber se a criança apresenta comportamento diferente que pode indicar estado de depressão.
Comportamentos como desânimo, isolamento, ausência de estresse (desmotivação), choro, são sinais que indicam essa situação que a criança quase sempre nega e procura esconder detodos. Neste momento é importante buscar ajuda de uma psicóloga para a criança com síndrome de Asperger possa ser compreendida e tratada terapeuticamente.
Considerações finais
 	A educação inclusiva ainda precisa passar por muitas melhorias para que os portadores de deficiência tenham realmente uma educação efetiva. Essas melhorias englobam a estrutura adequada ao ambiente escolar e profissionais qualificados. Ainda assim, para atender a necessidade de uma criança com espectro de autismo, é necessário que se faça a intervenção comportamental envolvendo toda a família. O trabalho em conjunto com uma equipe de profissionais capacitados, onde todos falam a mesma linguagem, seguindo a mesma forma de intervenção. Em alguns casos, são recomendados terapeutas para, em casa, prestar serviços e ajustar a rotina da família.
É muito importante ressaltar que o acompanhamento psicológico para que possam ampliar a sua interação social e lidar com as questões inerentes deste período do desenvolvimento, garantindo uma transição tranquila que levem a maturação, independência a atuação produtiva nos estudos.
A intervenção no ensino escolar deve se preocupar nas principais áreas afetadas, ou seja, as habilidades sociais, linguagem, comunicação, imitação, habilidade de jogo, a vida diária e as habilidades motoras onde a criança possa desenvolver estas habilidades interagindo com outras crianças.
No período da alfabetização, exige um trabalho conjunto entre família e escola para que este indivíduo possa transferir a aprendizagem de um contexto para outro. Muitos alunos com a Síndrome de Asperger podem necessitar de planos de adaptação curriculares individualizados que, além de prever os conteúdos didáticos, levem em conta o desenvolvimento de habilidades e competências.
A escolha do método de alfabetização não é um consenso entre os especialistas. O mais importante é que o professor domine o método a ser adotado.
Referências 
BAPTISTA, C.R.(Org)Inclusão e escolarização: múltiplas perspectivas. Porto Alegre: Mediação, 2006.
 DECLARAÇÃO DE SALAMANCA - Conferência Mundial sobre Necessidades Especiais - Acesso e qualidade. Brasília: CORDE, 1994.

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