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TRF5 - 2013 - Ponto 1 - Direito Internacional ok

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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO
1º PONTO. Direito Interernacional Público. Conceito. Fontes. Princípios. Atos Internacionais. Tratado. Acordos. Ajuste. Protocolo. Conceito. Validade. Efeitos. Ratificação. Promulgação. Registro e Publicidade. Vigência contemporânea e diferida. Incorporação Ao Direito Interno. Violação. Conflito entre tratado e norma de Direito Interno. Extinção. 
Direito Internacional Público
Origem histórica
Os Estados-nação (povo, território, poder soberano e finalidade) somente surge em 1648, com o final da GUERRA DOS 30 ANOS, que foi um conflito religioso entre católicos e protestantes, que teve como vitoriosa a FRANÇA (PROTESTANTE). 
No fim desse conflito, foram celebrados os TRATADOS DE WESTFÁLIA (fundamento de fato para surgimento do ESTADO MODERNO), ou seja, com esses tratados foram criadas as figuras dos Estados-nação, até então não se conhecia os Estados com os seus elementos de formação.
Assim, com o nascimento dos ESTADOS, nasce também o DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO. Esses tratados são um divisor de águas porque:
Surgem os estados (surge o Estado moderno)
Surge o DIP
A Paz de Westfália reconheceu ao princípio da igualdade absoluta entre os Estados o caráter de regra internacional fundamental, dando origem à chamada “doutrina da soberania”.
Hugo Grotius é conhecido como o pai do Direito Internacional e do Direito Natural.
Conceito
CONCEITO CLÁSSICO: é o ramo do direito público que a priori regula (apenas) as relações entre Estados no cenário internacional. Mas há DIP mesmo sem os Estados, na medida em que as organizações internacionais podem assinar tratados e convenções, e os direitos do homem devem ser garantidos, mesmo que esse homem não pertença a Estado nenhum. Regula as relações de SOBERANIA, regulando interesses estatais e conflitos ente soberanias.
CONCEITO MODERNO: é o ramo do direito público que regula as relações entre os Estados, as Organizações Internacionais e os indivíduos no cenário internacional, ainda que a atuação dos últimos seja um pouco mais limitada.
Os conceitos de sociedade internacional e comunidade internacional não se confundem, apesar de haver o equivocado emprego das expressões como sinônimas:
Comunidade: funda-se em vínculos espontâneos e de caráter subjetivo, envolvendo identidade e laços (culturais, emocionais, históricos, sociais, religiosos e familiares) comuns. Caracteriza-se pela ausência de dominação, pela cumplicidade e pela identificação entre seus membros em uma convivência harmônica.
Sociedade: apoia-se na vontade de seus integrantes, que decidiram se associar para atingir certos objetivos que compartilham. É marcada pelo papel decisivo da vontade como elemento que promove a aproximação entre seus membros e pela existência de fins que o grupo pretende alcançar.
Objeto
O objeto do Direito Interncaional Público é o estabelecimento de segurança entre as nações, sobre princípios de justiça para que dentro delas cada homem possa ter paz, trabalho, liberdade de pensamento e de crença (JORGE AMERICANO).
Tendências do Direito Internacional Público
UNIVERSALIZAÇÃO: O Direito Internacional é universal. Compreendida pela multiplicação de tratados multilaterais surgindo relações de caráter vertical com a sociedade internacional Aparecimento da idéia de um patrimônio comum da Humanidade seja ele natural ou cultural. 
REGIONALIZAÇÃO: Criação de espaços regionais de cooperação, como a União Europeia, o MERCOSUL e a UNASUL.
INSTITUCIONALIZAÇÃO: Não é mais um direito que regula apenas relações entre Estados, mas também entre os organismos internacionais, de âmbito territorial (universais e regionais), fins e meios (de integração e cooperação) variados. Levando á criação de direitos institucionais, próprios dessas organizações tal como é o direito comunitário europeu. 
FUNCIONALIZAÇÃO: penetrando cada vez mais em quaisquer matérias a nível interno, assume tarefas de regulamentação e de solução de problemas (como saúde, trabalho, ambiente, etc.). Traduzido na multiplicação de organizações internacionais de âmbito setorial, em particular as da chamada família das Nações Unidas.
HUMANIZAÇÃO: Direito Internacional dos Direitos Humanos, incremento do direito humanitário, convenções, proteção das minorias, refugiados das populações autóctones, crimes contra a humanidade.
OBJETIVAÇÃO: (DESVOLUNTARIZAÇÃO). Como colocado por Jorge Miranda, é a superação definitiva do dogma voluntarista (segundo o qual a vontade dos atores internacionais é o fundamento único da existência do Direito Internacional Público). Em primeiro lugar o “jus cogens", em segundo lugar a interpretação de várias regras da Convenção da Viena de 1969.
CODIFICAÇÃO: codificação do Direito Internacional para sistematização e de reforço de segurança jurídica, integração dos novos Estados e desenvolvimento do Direito Internacional.
JURISDICIONALIZAÇÃO: desenvolvimento de tribunais internacionais. 
Fundamentos
Questionar sobre os fundamentos do DIP signficar perquirir de onde vem a sua legitimidade.
Trata-se de um dos pontos mais tortuosos do estudo do Direito Internacional, sendo que as principais teorias podem ser assim divididas:
	Voluntaristas
	Objetivistas
	Da autolimitação;
Do direito estatal externo;
Dos direitos fundamentais dos Estados;
Da vontade comum;
Do consentimento das nações;
	Da norma fundamental;
Da solidariedade social;
Da opinião dominante;
As jusnaturalistas.
VOLUNTARISTAS
Corrente positivista pela qual a obrigatoriedade do DIP depende sempre do consentimento dos Estados, da mesma maneira que o direito interno funda-se no assentimento dos cidadãos.
* Críticas: esta doutrina não explica como um novo Estado, que surge no cenário internacional, pode estar obrigado por tratado internacional, norma costumeira ou princípio geral do direito de cuja formação ele não participou com o produto de sua vontade. Além disso, defender o voluntarismo é permitir que os Estados possam a qualquer tempo desligar-se unilateralmente das normas jurídicas internacionais, sem que se possa falar em responsabilidade.
As principais teorias voluntaristas são:
Teoria da autolimitação do Estado: desenvolvida por Jellinek, segundo a qual o Direito Internacional funda-se na metafísica do Estado, que estabelece limitações ao seu poder absoluto. Em outras palavras, o Estado obriga-se para consigo próprio. O Estado soberano, nas suas relações com outros Estados, aceita autolimitar-se criando o Direito Internacional;
Teoria da vontade comum: Se a vontade de um Estado particular não pode criar um Direito Internacional, conclui-se que é a vontade comum, nascida da união dessas vontades particulares, que está apta a cumprir essa tarefa. O Direito Internacional se realiza-se nos tratados. Tanto faz sejam eles concluídos entre um grande número de Estados ou entre dois ou três. Pode ser também tácita: direito internacional consuetudinário.
Teoria pura do Direito: PELLET explica que embora se reivindique objetivista e recusando certas bases do raciocínio voluntarista, KELSEN aproxima-se dele na medida em que cultiva, num grau extremo, a absorção e o formalismo jurídico.
OBJETIVISTAS: como reação à corrente voluntarista, nasceu no século XIX a corrente objetivista, que apregoa a obrigatoriedade do Direito Internacional pela existência de princípios e normas superiores aos do ordenamento jurídico estatal, uma vez que a sobrevivência da sociedade internacional depende de valores superiores que devem ter prevalência sobre as vontades e os interesses domésticos.
* Crítica: Essa doutrina minimiza a vontade soberana do Estado. A vontade coletiva dos Estados como simples ATO JURÍDICO, não pode constituir fundamento do DIP.]
	As principais teorias objetivistas são:
Teoria normativista, KELSEN explica o fundamento da força obrigatória do Direito Internacional por uma lei dita “lei de normatividade”. Formado um sistema, as normas jurídicas são ordenadas, hierarquizadas.Em virtude desta hierarquia, cada norma extrai a sua força obrigatória de uma norma superior; inversamente, a menos que esteja no ponto mais baixo da hierarquia, cada norma serve de fundamento a uma norma superior, fundamental ou originária, que se situa no topo e que é o fundamento de todo o sistema. É assim comparável a uma pirâmide, trata-se, pois da “pirâmide jurídica”. 
Na ordem interna, a norma fundamental é a Constituição do Estado, abaixo do qual se dispõe segundo a sua autoridade por ordem decrescente as leis, os regulamentos e as decisões individuais.
Na ordem internacional, o fundamento da força obrigatória do direito convencional (convenções gerais ou particulares, bilaterais ou multilaterais) assenta no princípio da pacta sunt servanda. Considerando que este é um princípio do Direito Internacional costumeiro, KELSEN admite que o direito convencional, na hierarquia das normas jurídicas internacionais está abaixo do direito consuetudinário.
Teoria do jusnaturalismo: desde os ensinamentos de Francisco de Vitória e Francisco Suárez, defendia-se que o direito internacional era caracterizado pela aplicação dos princípios de moral e do direito natural às novas condições da comunidade internacional, em consequência do reconhecimento da personalidade jurídica internacional das comunidades indígenas às quais as normas até então admitidas no caos de uma guerra justa deveriam ser aplicadas.
PACTA SUNT SERVANDA: Uma corrente mais moderna, e para Mazzuoli é a mais coerente, acredita que o fundamento do DIP, emana do entendimento de que o DIP se baseia em princípios jurídicos alçados a um patamar superior ao da vontade dos Estados, mas sem que se deixe totalmente de lado a vontade desses mesmos Estados. Trata-se de uma teoria objetivista temperada. Assim, por exemplo, o que obriga os estados não é meramente a sua vontade, mas um tratado a que se vinculou por sua vontade. Uma vez vinculado ao tratado, tem que cumpri-lo até que haja denúncia. Tem que respeitar a palavra dada. Essa idéia foi definitivamente consagrada em 1969, quando da adoção da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, que positivou tal princípio no ser art. 26 (“Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa-fé”). Esta Convenção consagrou também a jus cogens em seus artigos 53 e 64, como normas imperativas de Direito Internacional Geral (normas costumeiras), em relação a qual nenhuma derrogação é permitida.
Fontes
Entendemos fontes como o mecanismo que nos conduz à criação do Direito. Trata-se do local em que os postulados abstratos capazes de oferecer soluções para os casos concretos, que a dinâmica da vida social apresenta, são buscados.
São documentos ou pronunciamentos dos quais emanam os direitos e os deveres das pessoas internacionais; são os modos formais de constatação do direito internacional. As fontes visam a estudar quais são as normas de DIP que obrigam os Estados.
	FONTES MATERIAIS
	FONTES FORMAIS
	No DIP não há constituição. Existem necessidades sociais (necessidades que decorrem das vontades dos Estados no sentido de criar regras de conduta)
	Tratados.
Costumes.
Princípios gerais de direito
Jurisprudência dos tribunais internacionais
Doutrina
Nos termos estabelecidos pelo Estatuto da Corte de Haia (artigo 38 - o Estatuto sofreu críticas porque não separou as fontes secundárias ou acessórias das fontes primárias ou fundamentais), são fontes do DIP:
Tratados (primária);
Costumes (primária);
Princípios Gerais Do Direito (secundária);
Jurisprudência (há muita dúvida sobre se é realmente fonte) (secundária);
Doutrina (há muita dúvida sobre se é realmente fonte) (secundária).
O artigo não pretendeu estabelecer um rol de fontes, mas é aceito como tal. Trata-se de um rol meramente exemplificativo. 
(ECIJ) Artigo 38 - 1. A Corte, cuja função é decidir em conformidade com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: 
a. As convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; 
b. O costume internacional, como prova de uma prática geral aceite como direito; 
c. Os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas; 
d. Com ressalva das disposições do artigo 59, as decisões judiciais e a doutrina dos publicistas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito. 
2. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex aequo et bono, se as partes assim convierem. (OBS: Decidir ou julgar "ex aequo et bono" significa decidir ou julgar por eqüidade).
INEXISTE hierarquia entre as fontes que o artigo 38 do ECIJ elenca.
Esta afirmação de que inexiste hierarquia entre as fontes de DIP não pode mais ser considerada completamnte correta. Esta pergunta foi feita pelo GEMAF. Vejamos o gabarito:
É possível dizer que existe escalonamento hierárquico entre as fontes normativas do Direito Internacional? Justifique sua resposta.
NOTA GEMAF: A resposta à indagação acerca da existência ou não de escalonamento hierárquico entre as fontes normativas do Direito Internacional perpassa pela adesão a algumas das correntes doutrinárias que se debatem sobre o tema. Como em uma prova de concurso é importante o candidato demonstrar conhecimento sobre a matéria trazida pela questão, o ideal seria serem expostas todas as teses sobre o assunto, eventualmente manifestando preferência por alguma delas, na hipótese de ser esta majoritária ou acolhida pelos tribunais superiores.
No ponto, há basicamente dois posicionamentos. De um lado temos a Doutrina Voluntarista que, tendo como pressupostos a soberania externa e a autodeterminação dos Estados Nacionais prega que toda regra de Direito Internacional Público somente pode ser oposta aos seus sujeitos diante de prévia manifestação da vontade destes em a ela se submeterem. Em se acolhendo tal tese, teríamos que absolutamente inexistiria hierarquia entre as fontes, já que todas possuiriam o mesmo fundamento de validade (a vontade manifestada), de modo que as antinomias por ventura verificadas deveriam ser solucionadas pelos critérios da especialidade e da posteridade. De outra banda, encontra-se a Doutrina Objetivista que, a despeito de reconhecer a vontade dos sujeitos de Direito Internacional como fonte criadora primordial deste, defende a existência de regras que se impõe independentemente da adesão dos Estados, dados os valores fundamentais que agregam, as quais se denominam jus cogens. Aqui, reconhece-se, pois, hierarquia, já que qualquer das normas não teria validade se contrariasse aquele.
A Doutrina Voluntarista, que tem como principal defensor em território nacional o professor Francisco Rezek (Direito Internacional Público, Editora Saraiva), gozava da quase unânime aceitação até aproximadamente a décadas de 80 e 90, tendo a partir de então perdido espaço para a Doutrina Objetivista. Assim, esta, hoje, é a teoria dominante, tendo como um de seus defensores o professor Hildebrando Accioly (Manual de Direito Internacional Público, Editora Saraiva).
Deveria também o participante fazer referência ao art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça – CIJ, que, em rol exemplificativo (segundo a melhor doutrina), indica como fontes das normas a serem aplicadas pela Corte na solução das controvérsias que lhe forem submetidas: a) as convenções internacionais; b) o costume internacional; e c) os princípios gerais de direito. Apontando ainda como fontes auxiliares as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados. Permitindo também o uso da equidade, desde que as partes litigantes concordem. Frise-se ser esta última disposição apontada pela Doutrina Voluntarista como reforço à tese da primazia da vontade diante da sujeição dos sujeitos do Direito Internacional às suas regras.
Por fim, diga-se que parte da doutrina, a exemplo de Valério Mazzuoli (Curso de Direito InternacionalPúblico, Editora Revista dos Tribunais) explica haver na jurisprudência dos tribunais internacionais certa preferência concreta, na solução dos litígios, pelas regras veiculadas nos tratados (em sentido genérico), em detrimento das demais fontes, em virtude de seu caráter escrito, de sua maior densidade normativa e da aderência expressa ao seu conteúdo por parte dos sujeitos envolvidos.
E mais: após a Segunda Guerra Mundial, surgem duas fontes que, segundo boa parte da doutrina, seriam exceções a não hierarquia das fontes, quais sejam, a Carta das Nações Unidas e o jus cogens.
Segundo o art. 103, da Carta da ONU, na hipótese de conflito entre seus membros, há prevalência de seus dispositivos frente a outros diplomas, pois, pela sua importância, merece consideração diferente. Já o ius cogens, com previsão expressa na Convenção de Viena Sobre o Direito dos Tratados, refere-se a normas imperativas, que devem prevalecer sobre qualquer outra norma de direito internacional. Normas imperativas são aquelas que trazem valores essenciais para a comunidade internacional, impondo-se objetivamente aos Estados, como os direitos humanos. Esse conceito de ius cogens ainda é combatido por alguns juristas, como o prof. Francisco Rezek, que afirma ferir a soberania dos Estados, além de não possuir um rol delimitado de situações, pois ainda se encontra em processo de formação.
A doutrina internacionalista tem dividido as normas em hard law e soft law de acordo com a densidade normativa existente. As soft laws são meras recomendações aos sujeitos internacionais, que, se descumpridas, não trariam as drásticas conseqüências da inobservância das normas tradicionais (hard law).
Tratados:
Mesmo sem a hierarquia, os Tribunais dão primazia aos tratados em relação aos demais, os costumes em relação aos princípios gerais. Os tratados são a fonte mais segura e mais completa e concreta do DIP. Os tratados trazem segurança jurídica e estabilidade para as relações internacionais. 
O Direito que regulamenta e disciplina os tratados no plano internacional é o Direito dos Tratados, que regula:
1)	a forma como negociam as partes;
2)	os órgãos encarregados da negociação;
3)	a forma de entrada em vigor do tratado;
4)	a aplicação internada do tratado.
Costumes:
Historicamente, os costumes sempre foram a principal fonte do DIP.
O dispositivo pode ser dividido em duas partes:
1) a prova de uma prática geral: esse é o ELEMENTO MATERIAL DO COSTUME. O elemento material consiste no HÁBITO dos Estados em seguir determinada prática ao longo do tempo. KELSEN: somente esse elemento seria suficiente para formação do costume, esse entendimento não foi aceito pela doutrina e nem pelo ECIJ.
2) a prática geral deve ser aceita como direito: esse é o ELEMENTO SUBJETIVO DO COSTUME. O elemento subjetivo consiste na convicção de que o hábito é norma jurídica, ou seja, trata-se da crença dos Estados de que a prática que seguem é obrigatória.
PROBLEMA: o costume é uma prática que se pensa obrigatória em relação a todos os Estados. E o novo Estado é obrigado a seguir o costume do qual não participou de sua formação? O novo Estado é obrigado a participar de um costume, de cuja criação não participou? Há correntes sobre o tema:
A) Corrente Euro-Americana: historicamente, é muito mais antiga do que a latino-americana. Para essa corrente, o Estado novo é obrigado a aderir ao costume, porque já encontra uma sociedade internacional pronta, se o Estado novo quer participar da sociedade internacional deve aceitá-la como está. DOUTRINA MAJORITÁRIA.
B) Corrente Latino-Americana: o novo Estado não é obrigado a aceitar.
C) Corrente Mista: os novos Estados não são obrigados a aderir ao costume, EXCETO se se tratarem de regras de jus cogens, ou seja, regras obrigatórias, EXEMPLO: regras de proteção de direitos humanos.
Pelo ECIJ não há hierarquia entre tratado e costume.
O que ocorre quando um tratado é celebrado contrariamente em relação ao costume? Se não há hierarquia entre eles, mas o tratado pode revogar costume.
E o costume pode revogar tratado? O costume pode revogar o tratado na prática, mas, tecnicamente, não, porque o tratado é uma norma escrita, que para ser revogado precisa de outra norma escrita. No caso específico, o tratado não será mais utilizado porque está em DESUSO. 
COSTUME INTERNACIONAL: 
O costume internacional, também denominado “usos e costumes internacionais”, “prática internacional” ou ainda “Direito internacional não escrito” ( jus non scriptum” ) ou Direito Internacional Geral ou Direito Internacional Comum ou ainda Direito Internacional Consuetudinário, consiste numa das mais importantes fontes do Direito Internacional Público, ainda nos dias correntes, dada a ausência de um centro unificado de produção de normas jurídicas nas relações internacionais.
Conforme a tradição, a unanimidade da doutrina internacionalista e inúmeros precedentes de tribunais internacionais, para que um comportamento comissivo ou omissivo seja considerado como um costume jurídico internacional, tornasse necessária a presença de dois elementos constitutivos: (a) um elemento material, a “consuetudo”, ou seja, uma prática reiterada de comportamentos, que, no início de sua formação, pode ser um simples uso ou prática; e (b) um elemento psicológico, ou subjetivo, a “opinio júris vel necessitatis” ou seja, a certeza de que tais comportamentos são obrigatórios, em virtude de representarem valores essenciais e exigíveis de todos os agentes da comunidade dos Estados.
O costume internacional vem a ser o conjunto de normas consagradas por longo uso e observadas nas relações internacionais como obrigatórias. Da última definição constatamos que o uso é forma de proceder uniforme e constante aceita e adotada pelos membros da sociedade internacional nas suas relações mútuas. Logo, vem a ser o primeiro elemento do costume internacional. O segundo é a opinião júris vel necessitatis, que é o elemento psicológico, convicção de obrigatoriedade, que distingue, essencialmente, o costume internacional da comitas gentium ou cortesia internacional, não obrigatória.
O costume já teve importância primordial enquanto fonte, tendo sido superado em razão da mudança do contexto internacional, com a concomitante aceleração da evolução e o aumento significativo do número de atores internacionais.
A supremacia do costume na formação do Direito Internacional cessou depois da II Guerra Mundial em virtude do surgimento de novos problemas e do aumento no número de membros da comunidade internacional desejosos de deixar a sua marca no ordenamento mundial através de tratados negociados nos organismos intergovernamentais.
COMITAS GENTIUM
Utilizado na Escola Holandesa, entendia-se que o direito tinha um caráter apenas territorial, ou seja, o estrangeiro tinha a obrigação de acatar a lei nacional e ser submetido aos seus ditames. No entanto, por motivos de cortesia internacional (COMITAS GENTIUM), era aberta exceção e o Estado poderia aplicar a sua lei pessoal.
A busca do ideal de justiça por cada Estado e motivos de conveniência política devem fundamentar as razões de ser aplicado o direito estrangeiro.
Foi na Holanda que a doutrina territorialista de D’ARGENTRÉ alcançou sua maior projeção, mas os autores holandeses, dentre os quais HUBER, PAULO e VOET, modificaram-na profundamente pela adjunção do conceito de soberania.
A teoria de HUBER:
As leis de cada Estado operam dentro das respectivas fronteiras e obrigam todos os súditos desse Estado, mas não para além desses limites;
Os súbditos de um Estado são todos aqueles que se encontram no seu território (residentes ou não);
Por cortesia («comitas»), os soberanos dos Estados conduzem-se de modo a tornar possível que as leis de cada país, depois de terem sido aplicadas dentro das fronteiras desse país, conservem a sua força e eficácia em toda a parte, contando que daí não advenha prejuízo para os direitos de um outro soberano ou dos seus cidadãos.
A idéia fundamentalde HUBER é, portanto, a da territorialidade, mas assegura-se à lei um efeito extraterritorial apelando-se para a comitas gentium.
Note-se ainda que os autores holandeses aceitam a distinção, derivada de D’ARGENTRÉ, entre estatutos pessoais, territoriais e mistos.
Em síntese, a concepção da escola holandesa acerca do DIP. foi a seguinte:
os Estados gozam da máxima liberdade na fixação das regras de conflitos de leis não havendo normas do direito das gentes que a restrinjam;
o Estado pode ordenar aos seus juízes que apliquem, ocasionalmente, leis estrangeiras, mas não porque a isso esteja obrigado para com o Estado estrangeiro, senão «ex comitate», ou seja, por uma espécie de conveniência recíproca, na esperança de que o Estado estrangeiro proceda de igual modo.
Nesta escola o mais importante é, justamente, esta sua concepção do DIP. Concepção esta que chegou até a atualidade e teve grande aceitação por parte da doutrina inglesa e americana.
Do exposto resulta que a teoria dos estatutos não foi propriamente uma teoria do DIP, pois lhe faltou a unidade do conteúdo e dos pressupostos ou fundamentos. O traço comum que confere unidade a este pensamento científico é, antes de mais nada, a sua posição metodológica: todos os estatutários partem da regra geral considerada em si mesma, procurando dela deduzir se é de aplicação restrita ao território do Estado que a formulou (estatuto real) ou de aplicação extraterritorial (estatuto pessoal). Por outro lado, todos estes autores visaram estabelecer princípios universalmente válidos.
Princípios gerais de direito internacional:
Não se pode falar em PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO INTERNACIONAL.
	PRINCÍPIOS GERAIS DE DIP
	PRINCÍPIOS GERAIS DO DIP
	Reconhecidos pelos países, ou seja, são os contidos nos ordenamentos jurídicos internos dos Estados.
	Princípios reconhecidos na prática internacional e não no direito interno.
	DIREITO INTERNO
	DIREITO EXTERNO
	PROVA: aceitação na ordem interna, que extrapola a ordem interna e é aplicado na ordem externa.
	
	EXEMPLOS: pacta sunt servanda; boa-fé; 
	
Nações civilizadas: não se pode dizer que existem nações incivilizadas, esse é um ranço do euro-americanismo, afirmando que todo o resto do mundo é tribal. Essa expressão é vergonhosa e criticada pela doutrina. Assim, todas as nações são civilizadas, não havendo discriminação entre os países em razão dessa expressão.
Eqüidade e justiça:
A CIJ tem a faculdade de decidir EX AEQUO ET BONO, ou seja, com equidade e justiça. Em algumas situações especiais, pode ser empregada a EQÜIDADE (decisão pautada por justiça e ética), se as partes com isso concordarem.
Meios auxiliares:
São MEIOS AUXILIARES: a DOUTRINA dos juristas mais qualificados das mais diferentes nações e a JURISPRUDÊNCIA (decisões judiciárias). 
HILDEBRANDO coloca os dois como fontes previstas especificamente pelo Estatuto, inclusive transcrevendo o artigo.
Jurisprudência: as mais importantes são do TPI e da CIJ. Essas decisões judiciárias (expressão mais abrangente do que judiciais) abrangem as decisões dos TRIBUNAIS ARBITRAIS INTERNACIONAIS. A JURISPRUDÊNCIA INTERNA também faz parte das decisões judiciárias.
A jurisprudência consiste nas reiteradas manifestações judiciárias dando a casos semelhantes a mesma solução. Tecnicamente, a jurisprudência não é fonte de direito, mas sim fonte de interpretação do direito. O direito não nasce da jurisprudência, já que ela somente é responsável pela interpretação do direito pré-existente. A jurisprudência ocorre em casos contenciosos, não ocorrendo em caso de competência consultiva, porque não existe jurisprudência de pareceres. 
Doutrina dos juristas mais qualificados das distintas nações: está-se referindo aos grandes autores de obras clássicas de DIP.
Estão inclusos nesse item: conferências, pareceres, trabalhos para formação dos tratados.
A expressão deve ser interpretada em sentido amplo, contemplando outros atos não somente que não somente os emanados de juristas pessoas físicas.
ANALOGIA: não é meio auxiliar, ela consiste na aplicação à determinada situação de fato de uma norma jurídica feita para ser aplicada em caso semelhante. É um perigo usar a analogia em DIP, porque pode ser prejudicado do direito da parte, principalmente, quando envolver direitos humanos.
O artigo 38 do ECIJ não faz menção à analogia. 
EQÜIDADE: é referida no ECIJ. Ocorre nos casos em que a norma jurídica: 
1)	não existe;
2)	existe, mas é insuficiente para solucionar com justiça o caso concreto.
Quando a CIJ pode ser utilizar a equidade? Quando as partes expressamente aceitarem. Não existe a possibilidade de aplicação tácita da eqüidade. Esse é um resquício do voluntarismo, em que pese o DIP ser OBJETIVISTA, ainda há efeitos do voluntarismo.
Novas fontes:
Apesar de o Estatuto não mencionar, existem outras duas categorias relevantes de fontes reconhecidas pela doutrina (NOVAS FONTES ou FONTES MODERNAS): atos unilaterais e decisões dos Estados.
f1) Decisões Tomadas No Âmbito Das Organizações Internacionais
Criam efetivamente direito, porque quando o Estado ratifica um tratado, no qual esteja expressa possibilidade de emissão de atos vinculantes pela organização internacional. O fundamento é convencional. 
As decisões das Organizações internacionais (na sua condição de sujeito do DIP) são atos institucionais, dos quais os Estados não participam senão indiretamente. Essas decisões devem manifestar-se obrigatoriamente com efeito externa corporis para serem consideradas fonte de DIP. Essas decisões (assim como as decisões dos Estados) são unilaterais, eis que emanadas de um único órgão, ao qual se atribui (por meio do tratado-fundação da organização) o poder se emitir decisões com poderes vinculantes para os Estados-partes.
Muitas dessas decisões de organizações internacionais, a exemplo de algumas resoluções da ONU, podem deter o valor jurídico de jus cogens. Para saber os limites dos poderes decisórios de certa organização internacional, tem que se analisar o seu tratado-fundação. 
As organizações internacionais são formadas por Estados. 
Os membros permanentes do Conselho de Segurança estão imunes à jurisdição da Corte Internacional de Justiça, assim, eles ficam impunes quando descumprem (EUA, FRANÇA, REINO UNIDO, RÚSSIA e CHINA).
Tipos de decisões de organizações internacionais:
	Assembléia Geral da ONU
	Decisões
	
	Resoluções
	FMI
	Resoluções
	Comunidade Econômica Européia
	Diretrizes ou diretivas
	Comunidade Européia do Carvão e do Aço
	Recomendações
	Conselho de Segurança da ONU (artigo 25)
	Mandatórias
Na Reforma Constitucional do ADCT (Poder Constituinte Revisor: maioria absoluta em sessão unicameral, ou seja, mais fácil que a lei complementar que é bicameral), houve uma proposta que não vingou, no sentido de colocar um novo parágrafo único para estabelecer eficácia interna a decisões de algumas organizações internacionais. 
Parte da doutrina entende que as decisões do Conselho de Segurança da ONU são as mais complexas, tendo mais força cogente do que qualquer outra. Qual a sanção para o descumprimento dessa decisão? Em tese, seria a expulsão, mas não se expulsa o membro permanente, que inclusive participa da votação de expulsão, ou seja, ele tem poder de veto, podendo votar que não quer ser expulso, o que impede a sua efetiva expulsão. Para expulsão, é imprescindível a unanimidade dos votos. 
O Conselho de Segurança da ONU é o único órgão com poder de tomar decisões efetivamente mandatórias, as quais os membros das Nações Unidas têm que acatar e fielmente executar, nos termos do art. 25 da Carta da ONU (“Os Membros das Nações Unidas concordam em aceitar e executar as decisões do Conselho de Segurança, de acordo com a presente Carta”). As resoluções relativas a questões internas também são obrigatórias.
Os demais órgãos da ONU formulam recomendações, que não tem cunho vinculante.
f2) Atos Unilaterais Dos Estados
Manifestam-sede forma unilateral, criando um direito ou expectativa de direito para outro Estado, EXEMPLO: (CASO DOS TESTES NUCLEARES – 1974) caso dos testes de pesquisas na baía australiana, e a França começou a fazer testes nucleares, a França se comprometeu por meio de uma declaração unilateral que não iria mais fazer os testes, ou seja, a França criou direito para a Austrália.
Conceito: tratam-se dos atos emanados da vontade unilateral dos Estados, criando um direito para terceira (outros Estados) e uma obrigação do Estado que manifesta o ato. 
Como destaca Rezek, as declarações unilaterais não são tratados, mas atos internacionais do gênero “promessa”, tornada irretratável em face de sua pronta aceitação pelo destinatário e das medidas desde então tomadas por este.
Características: NÃO são normativos, porque não têm generalidade e abstração. Entretanto, são atos jurídicos porque pertencem ao âmbito do direito.
Classificação: os atos unilaterais podem ser:
TÁCITOS: são os que provêm ou podem provir do silêncio das partes, relativamente à aceitação de uma obrigação a elas imposta. Aplica-se aqui a teoria do quem cala consente. 
Uma das formas que o reconhecimento pode assumir é o do consentimento tácito, também denominado aquiescência, que representa os efeitos de uma ausência de manifestação de vontade, seja por um Estado não haver-se utilizado dos meios jurídicos que seriam aptos a impedir uma situação de constituição de um direito em favor de outros Estados (preclusão), seja por haver-se comportado, anteriormente, em contradição com suas alegações de motivos jurídicos (“estoppel”) seja, ainda, por haver silenciado, numa situação em que a abstenção de manifestação de vontade, pode produzir efeitos jurídicos (efeitos do silêncio no Direito Internacional). No caso de estoppel ou de preclusão, a CIJ manifestou-se em várias ocasiões, com destaque no Caso do Templo de Préah Vihéar (Cambódia v. Tailândia) em 1962, e mais recentemente, em casos que envolveram delimitações de espaços marítimos em litígios relativos a pesca internacional . No Caso do Templo de Préah Viéhar, a CIJ aplicou no Direito Internacional, o princípio geral de direito: “qui tacet consentire videtur” (quem cala, quando deveria falar, consente): tratava-se da reivindicação de soberania sobre territórios onde se localizam importantes templos sagrados do Budismo, os quais foram julgados em favor do Cambódia, tendo em vista que se provou, que a Tailândia, mesmo tendo conhecimento das fronteiras traçadas pela França, entre ambos os países e por eles herdadas após as respectivas independências, silenciara a respeito da localização dos templos e ademais, tinha permitido a confecção, em gráficas em seu território, de mapas impressos, nos quais os mesmo eram situados no Cambódia, tendo a CIJ concluído que a Tailândia tinha, pois, dado seu consentimento tácito à situação, e, ainda mais, não tinha exercido o legítimo direito de protesto, ato internacional que pode impedir qualquer preclusão. Neste mesmo Caso e nos dois casos de delimitações de fronteiras marítimas, as normas sobre o “estoppel” e a preclusão em Direito Internacional, foram igualmente definidas: a CIJ reconheceu que as postulações de um Estado parte em um litígio, são julgadas em função dos seus atos e condutas anteriores e que podem estar em contradição com as próprias pretensões no litígio; segundo a CIJ, tais efeitos decorrem da aplicação do princípio da boa-fé que deve reinar nas relações internacionais, e que proíbe um Estado de aproveitar-se das próprias contradições, em prejuízo de outro Estado, e, ainda, que “a parte que os invoca, deve ter-se fiado nas declarações ou condutas da outra parte, e isto, em seu próprio detrimento e com vantagem para a outra ” (regra de Préah Vihéar, citada como precedente). 
EXPRESSOS	Comunicação de governos, cartas diplomáticas, comunicações diplomáticas e outros. Eventualmente, podem estar expressos em tratados. 
No Brasil, houve um ato unilateral: o DECRETO IMPERIAL 3749, de 1886, que abriu o Rio Amazonas para a navegação comercial de todas as bandeiras. Tecnicamente, esse decreto ainda não foi revogado. A questão que poderia ser formulada é a seguinte: se o navio de uma bandeira for impedido de navegar no Rio Amazonas, enquanto outros estão passando, pode alegar que o Brasil está descumprindo um ato unilateral.
São bastante conhecidos alguns exemplos de atos unilaterais: a notificação, o reconhecimento, o protesto, a renúncia, a promessa, a abstenção expressa à prática de determinados ato, entre outros.
Notificação  ato pelo qual um sujeito do direito internacional público dá a outro ou outros o conhecimento de um fato determinado que pode produzir efeitos jurídicos
Reconhecimento  ato por meio do qual um sujeito de direito internacional aceita uma determinada situação de fato ou de direito e, eventualmente, declara considerá-la legítima
Protesto  O protesto é um ato sempre formal, público e com efeitos “erga omnes”, pelo qual um Estado declara sua intenção expressa de não reconhecer uma situação ou direito, ou de demonstrar seu descontentamento com um fato atribuível a outro Estado. Trata-se de um ato, que visa a produzir os efeitos contrários ao de um reconhecimento, impedindo que o silêncio produza seus efeitos, em especial, de configurar um consentimento tácito. No Caso Préah-Vihear, a CIJ estatuiu verbis: “Se um Estado não protesta, sendo dado que pela prática geral dos Estados um protesto pareceria indispensável para afirmar, preservar ou salvaguardar um direito, tal carência significa igualmente aquiescência ou consentimento tácito: o Estado em causa deve ser considerado carente para poder reivindicar perante um tribunal internacional os direitos que ele não afirmou ou não manteve, na medida em que foram abertamente contestados para palavra ou pela ação”. O protesto tem a importante função de impedir que se constitua um costume internacional, conforme se constata pela prática diplomática, a ex.: os protestos que a Espanha invariavelmente tem apresentado, em foros internacionais e em notas diplomáticas que diuturnamente transmite aos Governos dos Estados, de sua falta de concordância quanto à ocupação “manu militari” pelos ingleses, do Estreito de Gibraltar (e o mesmo se verifica, em relação à Argentina, no que diz respeito às Ilhas Malvinas). Tal aspecto de o protesto impedir a formação de uma regra costumeira imponível a um Estado contra a sua vontade, ficou esclarecida no precedente da CIJ no acórdão julgado em 1951, conhecido como Caso das Atividades Pesqueiras da Noruega (Pêcheries Norvégiennes) no qual a Noruega se opôs a que o Reino Unido declarasse 10 milhas náuticas, como limites do território marítimo inglês no Mar do Norte; a CIJ reconheceu existir um costume internacional que daria ao Reino Unido aquele direito, mas, por outro lado, reconheceu que por mais de 60 anos, tinha ele permitido a barcos pesqueiros noruegueses uma atividade dentro das 10 milhas, tendo dito, ademais, que a mesma não se aplicaria à Noruega, que sempre se tinha oposto à formação daquela regra consuetudinária, em virtude mesmo de sua recusa de aplicar o critério das 10 milhas para os espaços marítimos que circundavam a própria Noruega.
Renúncia  o abandono de direito por um sujeito de direito internacional público Segundo aquelas Convenções de Viena, as renúncias devem ser expressas, formuladas pelo próprio Estado a quem se concedem privilégios e imunidades, e devem ser feitas, em cada processo (inadmitidas renúncias generalizadas).
Promessa  A promessa consiste no ato unilateral de um Estado, pelo qual este institui para si mesmo um dever de agir ou de abster-se de agir, ao mesmo tempo em que se cria um direito subjetivo a outros Estados de exigir o cumprimento das obrigações assim instituídas. Em dois casos célebres, julgados no mesmo dia 20/12/1974, que ficaram conhecidos como o Caso dos Ensaios Nucleares no Pacífico (Austrália v. França e Nova Zelândia v. França), as reclamantes solicitavam à CIJ umaordem de proibição de a França, a reclamada, continuar com os testes nucleares na atmosfera, numa região do Pacífico (explosões nucleares a céu aberto, no Atol de Mururoa). A França, citada, não apresentou sua concordância em aceitar a jurisdição da CIJ, bem como não apresentou sua defesa, o que não impediu de a CIJ continuar com o processo. O fato é que, antes mesmo das audiências preliminares, e antes da sentença final, a França, por declarações públicas de suas mais altas autoridades (dentre as quais uma comunicado à imprensa da Presidência da República) e por promessas feitas diretamente aos Governos da Austrália e da Nova Zelândia, declarou que cessaria aqueles experimentos com artefatos nucleares, até o final do ano de 1974. Tais fatos, que não poderiam constar dos autos perante a CIJ, dada a revelia de França, eram suficientemente conhecidas por qualquer pessoa no mundo, o que motivou a que a CIJ os considerasse como “um comprometimento do Estado francês” (“un engagement de ’État français”) e, sendo assim, declarasse extinto o processo, sem julgamento de mérito, tendo em vista que os objetivos perseguidos pelos Estados demandantes tinham sido satisfeitos, e portanto, tendo havido o desaparecimento de litigiosidade, o pedido não teria mais objeto. A parte da sentença que interessa no presente estudo, assim está redigida: “É reconhecido que declarações que se revestem da forma de atos unilaterais e que dizem respeito a situações de fato ou de direito, podem ter o efeito de criar obrigações jurídicas. Nenhuma contrapartida, nenhum aceitação ulterior, nenhuma reação de outros Estados se tornam necessárias para que uma declaração de tal tipo produza seus efeitos. A forma, igualmente, não é decisiva. A intenção de obrigar-se deve ser determinada pela interpretação do ato. O caráter obrigatório do comprometimento resulta dos termos do ato e repousa na boa-fé; os Estados interessados se encontram legitimados a exigir-lhes o respeito.”.
OBS: Não são quaisquer atos isolados imputáveis a um Estado, que produzem efeitos jurídicos no Direito Internacional, mas unicamente aqueles que este reconhece com tais faculdades e dentro das hipóteses igualmente previstas por ele. Por outro lado, alguns atos unilaterais podem, por vezes, ser considerados como atos de pura cortesia internacional (sancionados pelo sistema da “comitas gentium”), como convites a iniciar-se uma negociação internacional, ou pedidos de informações sobre atos internos de outros Estados (como as consultas recíprocas), ou sugestões a outro Estado de abster-se de tal ou qual comportamento; mas, no caso de estarem tais atos revestidos da forma jurídica, a exemplo, de as negociações estarem previstas em tratados ou convenções multilaterais, de as prestações de informações e os deveres de consultas recíprocas resultarem de obrigações convencionais bilaterais ou multilaterais, ou ainda, de haver um dever de exigir-se uma abstenção pactuado em atos bilaterais ou multilaterais, tais atos unilaterais serão atos jurídicos unilaterais dos Estados, porquanto o Direito Internacional lhes reconhece como fontes de normas internacionais e com efeitos na ordem jurídica internacional. Portanto a eficácia no ordenamento jurídico internacional dos atos unilaterais dos Estados, deve sempre ser apreciada em função das normas dos tratados e convenções internacionais e em função da formação ou do impedimento de formação de uma norma consuetudinária. Estados, deve sempre ser apreciada em função das normas dos tratados e convenções internacionais e em função da formação ou do impedimento de formação de uma norma consuetudinária.
Uma relevante distinção daqueles atos unilaterais dos Estados se encontra na obra dos Profs. Dinh, Dailler e Pellet, na esteira de cujo pensamento, podem eles ser classificados em:
 a) atos unilaterais autonormativos, pelos quais “os Estados podem impor a si próprios obrigações ou exercer unilateralmente direitos nos limites admitidos pelo Direito Internacional Geral”, seriam atos pelos quais os Estados criam, modificam ou extinguem direitos para si mesmos, tais como o reconhecimento de uma situação (como o reconhecimento unilateral de um novo Estado ou de um Governo saído de um movimento revolucionário), ou a renúncia de um direito; e
 b) atos unilaterais heteronormativos, “na medida em que criam direitos em proveito de outros sujeitos de Direito”, seriam os atos oponíveis a organizações intergovernamentais (retirada ou recesso), ou oponíveis a outros Estados, os quais podem ser eficazes, mesmo sem o consentimento destes Estados, tais como o protesto diplomático (que impede a formação de um direito costumeiro), a denúncia de tratados bilaterais ou multilaterais, a promessa (em particular, as promessas de abstenção). 
g) Ius cogens ou direito cogente e soft law ou direito flexível:
As normas de IUS COGENS não constam no rol do artigo 38, a Convenção de Viena sobre os tratados (artigo 53) fala em normas superiores à vontade dos Estados, que não podem ser modificadas sequer pelos tratados internacionais.
Artigo 53- Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito
Internacional Geral (jus cogens)
É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza.
Essas normas são as principais fontes do DIP. 
A emergência do “jus cogens” nada mais representaria do que o abandono das teorias voluntaristas exacerbadas dos séculos passados. Elas são rígidas (diferente das soft Law).
A pergunta que tem sido feita em doutrina diz respeito a questão de saber qual ou quais das fontes do Direito Internacional são capazes de criar normas de jus cogens. Segundo o que modernamente se tem entendido, as normas de jus cogens provêm ou podem vir a provir tanto do costume internacional quanto do direito convencional e ainda dos princípios gerais de direito.
SOFT LAW ou DIREITO FLEXÍVEL ou DIREITO MALEÁVEL: depois da 2a guerra, o DIP começou a enfrentar um fenômeno de atos jurídicos que vinculam os Estados de uma maneira mais maleável. Será que existe um direito flexível que é fonte do DIP? NÃO, porque se tratam de metas e programas, ainda não há certeza científica suficiente sobre a sua natureza de fonte.
O termo "soft law" refere-se a instrumentos "quase-legais" que não têm caráter juridicamente vinculativo, ou cuja força de ligação é um pouco "mais fraca" do que a força obrigatória das leis tradicionais, muitas vezes referidas como "hard law", em contraste com a "soft law". Tradicionalmente, o termo "soft law" é associado ao direito internacional, embora mais recentemente tenha sido transferido para outros ramos do direito interno também.
No contexto do direito internacional, o termo "soft law" engloba elementos tais como:
A maioria das resoluções e declarações da Assembleia Geral da ONU, por exemplo, a Declaração Universal dos Direitos Humanos;
Elementos, tais como declarações, princípios, códigos de conduta, códigos de práticas etc; frequentemente encontrados como parte de acordos-quadro;
Os planos de ação, a exemplo da Agenda 21;
Incoterms
Outras obrigações não relacionadas a tratados.
Na Comunidade Europeia, o termo "soft law" é frequentemente utilizado para descrever vários tipos de instrumentos não jurídicos, como: "códigos de conduta", "Diretrizes", "comunicações", etc. No âmbito jurídico da Comunidade Europeia, o termo "soft law" é utilizado muitas vezes para indicar como a Comissão Europeia pretende usar seus poderes e desempenhar as suas tarefas dentro da sua área de competência.
No Direito Internacional a terminologia de "soft law" ainda é relativamente controversa porque há profissionais que não aceitamo seu uso, enquanto que para outros há confusão quanto ao estatuto no domínio do direito.
No entanto, para a maioria dos profissionais de direito internacional o desenvolvimento de instrumentos de "soft law" é benéfico dentro do sistema jurídico internacional, visto os Estados serem muitas vezes relutantes em assumirem compromissos que possam resultar em redução de sua soberania, ao ficarem vinculados a tratados e acordos.
Por isso, instrumentos de "soft law" são geralmente vistos como opção flexível, que evita o compromisso imediato decorrente de tratados. Visto que a "soft law" tende-se a se tornar uma "hard law", ele também é considerado uma rota potencialmente mais rápida para compromissos jurídicos definitivos considerado o ritmo lento do direito internacional consuetudinário.
Isto é notável no domínio do direito ambiental internacional, já que os Estados têm sido relutantes em comprometer-se a muitas iniciativas ambientais que tentam equilibrar o uso do meio ambiente com os objetivos econômicos e sociais.
Mazzuoli ensina que muitas dessas soft Law visam regulamentar futuros comportamentos dos Estados, norteando sua conduta e dos seus agentes nos foros internacionais multilaterais, estabelecendo um programa de ação conjunta, mas sem pretender enquadrar-se no universo das normas convencionais, cujo traço principal é a obrigatoriedade de cumprimento. Isso não significa que o seu sistema de “sanção” também não exista, sendo certo que o seu conteúdo será moral ou extrajurídico, em caso de descumprimento ou inobservância de suas diretrizes.
Inúmeras as denominações que integram a soft Law, podendo ser citadas as expressãoes non-binding agreements, gentlement’s agreements, código de conduta, memorandos de entendimentos, declarações conjuntas, declarações de princípios, atas finais, agendas (de que é exemplo a Agenda 21, adotada ao final da Conferência das nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, concluída no RJ em 1992), programas de ação, recomendações e, inclusive, termos comumente reservados aos tratados internacionais, como acordos e protocolos.
A expressão soft Law não diz respeito à flexibilização do direito propriamente dito, mas à plasticidade e maleabilidade de suas normas.
Os efeitos de um “gentlemen’s agreement” podem ser variados, e tanto pode dirigir-se a um futuro comportamento dos Estados, na esfera das relações internacionais, quanto na esfera dos respectivos ordenamentos jurídicos nacionais. Quanto ao primeiro aspecto, merece destaque algumas normas da “soft law” adotados durante a ECO-92: na ocasião, foram fixados de forma imperativa, os temas para as próximas reuniões de órgãos da ONU, ou seja, o início de negociações, para na subseqüente sessão da AG da ONU, sobre a questão do combate à desertificação bem como a convocação de uma conferência da ONU para tratar dos problemas da pesca em alto mar. De tais entendimentos, resultaram, após longas negociações, a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação Naqueles Países que Experimentam Sérias Secas e/ou Desertificação, Particularmente na África, 17 de julho de 1994, Nova York e o Acordo para a Implementação das Provisões da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 10 de Dezembro de 1982, Relativas à Conservação e Gerenciamento de Espécies de Peixes Altamente Migratórios e Tranzonais , adotado em Nova York, a 04 de agosto de 1995. Quanto a normas da “soft law” que implicam num dever de adequar os ordenamentos jurídicos nacionais, devem ser citados ao denominados “códigos de conduta”, as “leis modelos” e as incontáveis normas que regulam indústrias domésticas. As matérias versadas variam e se tornam cada vez mais especializadas, em função das competências das organizações intergovernamentais. Alguns exemplos: as normas adotadas pela Organização Mundial da Saúde, tais o Regulamento Sanitário Internacional, nas suas várias versões, aprimoradas desde 1951 (controle de moléstias ditas quarentenárias) ou o Código Internacional de Substitutivos do Leite Materno (1981), as normas votadas pela UNCITRAL, como a “Lei Modelo sobre Arbitragem Comercial Internacional” de 1985, e o instigante projeto em permanente elaboração pelo ECOSOC, sobre um Código de Conduta das Empresas Transnacionais. Ainda ancorado numa concepção formalista, de que as obrigações internacionais somente são exigíveis dos Estados, na medida em que assumem as formas das fontes tradicionais, há autores de nomeada que negam à “soft law” um caráter jurídico e consideram-nas como “obrigações naturais, ou morais”. A nosso ver, a “soft law” não é uma obrigação de natureza moral; não nos sentiremos à vontade em admitir como uma obrigação moral, as recomendações de uma agência oficial da ONU ou do Banco Mundial ou de um banco regional, sobre a realização prévia de estudos de impacto ambiental no território de um Estado peticionário de um financiamento milionário a um projeto de grandes obras públicas, cuja inobservância impossibilitaria qualquer concessão de fundos! sobre Arbitragem Comercial Internacional” de 1985, e o instigante projeto em permanente elaboração pelo ECOSOC, sobre um Código de Conduta das Empresas Transnacionais.
Princípios
	Do corpo normativo que regulam as relações internacionais emergiu que os Estados espontaneamente e quase involuntariamente se basearam na atividade de produção jurídica sobre alguns postulados dos quais se inspiraram. A análise dessas normas jurídicas em uma primeira fase de evolução da sociedade internacional pôs em lume que tais postulados eram ao menos três: liberdade, igualdade e efetividade. 
	O art. 2º da Carta da ONU estabeleceu alguns princípios fundamentais nos quais todos os membros da ONU deveriam respeitar: a igualdade soberana dos Estados membros; e a obrigação de resolução das controvérsias de maneira pacífica e a proibição à ameaça do uso da força. Pela primeira vez um tratado internacional apontava parâmetros de comportamentos fundamentais para os Estados e enunciava os fins que a nova organização deveria perseguir.
	Contudo, os princípios proclamados na Cartada ONU, não obstante a sua indubitável importância no papel evolutivo da sociedade internacional, começaram a se revelar inadequados na Década de 60 por sua generalidade e porque não satisfizeram adequadamente as exigências dos Estados de nova independência, com o fim dos impérios coloniais e a difusão do modelo socialista. 
Não apenas aqueles elencados na Declaração podem constituir os princípios fundamentais vinculantes do Direito Internacional. Para enumerar tais princípios deve-se examinar a prática internacional, levando em considerações diversos elementos como tratados, resoluções das Organizações Internacionais, atos unilaterais, etc.
	Os princípios de comportamento sobre os quais concordam substancialmente (ou deveriam concordar) todos os membros e que servem de inspiração os Estados. São aqueles que se colocam no vértice do sistema normativo internacional, constituindo parâmetros jurídicos do sistema insubstituíveis, ao ponto de poder serem considerados os princípios constitucionais da comunidade internacional:
Igualdade soberana dos Estados: o direito internacional tradicional era baseado em um conjunto de normas que protegiam a soberania dos estados e a sua igualdade jurídica. Em 1945 o art. 2.1 da Carta da ONU previu expressamente tal princípio
Soberania: que compreende os poderes de império sobre os indivíduos que vivem no território do Estado; o poder de utilizar e dispor livremente do território submetido à jurisdição, compreendendo todas as atividades consideradas necessárias ou úteis para a população; o direito de excluir os outros estados do exercício de soberania no próprio território (jus excludendi alios); o direito de reivindicar a imunidade para os próprios órgãos que tenham agido na qualidade oficial (imunidade funcional ou orgânica); o direito de exigir dos outros Estados a imunidade de jurisdição referente a atos praticados como ente soberano (atos de império);e direito de reivindicar o respeito da pessoa e dos bens dos próprios cidadãos e funcionários no exterior.
Igualdade jurídica: trata-se de uma igualdade do ponto de vista forma, no qual nenhum membro da sociedade internacional pode ser posto em posição de desvantagem. Todos devem ser tratados sob um plano de paridade.
Ingerência nos assuntos internos e externos dos Estados: relacionado com o princípio de igualdade soberana, esse princípio mira garantir o respeito das prerrogativas fundamentais de qualquer Estado membro da sociedade internacional. Proíbe-se que um Estado busque obrigar determinado comportamento de outro Estado. Como formas de assegurar o adimplemento dessa obrigação podem ser citadas: a expulsão dos estrangeiros que se aproveitando do direito de asilo conspiram contra o ordenamento público de outros Estados; a imposição de restrições ao tráfico de armas e munição; a proibição de instituição de grupos paramilitares, etc.
A proibição da ameaça e do uso da força: princípio proclamado na Carta da ONU sem seu art. 2.4.
A solução pacífica das controvérsias: a Carta das Nações Unidas obriga aos estados membros a resolver as suas controvérsias de maneira pacífica para prevenir qualquer ameaça à paz, à segurança e à justiça. O Capitulo VI da Carta reforça essa obrigação em relação às controvérsias suscetíveis de ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacional, prevendo que o Conselho de segurança pode convidar as partes à resolver a controvérsia de maneira pacífica (art. 33.2) instaurar um inquérito (art. 34), recomendar às partes pela escolha a tomada de determinada medida (art. 36.1) ou a solução que entenda ser adequada (arts. 37.2 e 38);
O respeito aos direitos humanos: trata-se de princípio que se desenvolveu sociedade internacional após a Segunda Guerra Mundial. Constitui em um princípio que se põe em contraste, se não em aberta colisão, com os princípios tradicionais de respeito da igualdade soberana e da proibição de ingerência. Exatamente por isso é o princípio que causa maiores problemas de coordenação co os outros.
	A adoção da Carta da ONU, em seguida, de instrumentos internacional de fundamental importância, como a Declaração universal de 1948 e os dois pactos de 1966 sobre direitos humanos exerceu influência tal sobre a sociedade internacional que nenhum Estado pode, atualmente, negar que os direitos humanos devam ser respeitados em todo o mundo.
	Quanto ao seu conteúdo, o princípio não impõe aos Estados a obrigação de respeitar regras específicas sobre direitos humanos. Requer unicamente que os Estados se abstenham de violações graves e repetidas de um direito fundamental (como, por exemplo, de submissão à tortura, ao devido processo legal, etc.) ou de negar uma série de direitos (como os direitos fundamentais civis ou políticos).
A autodeterminação dos povos: proposto desde a revolução francesa e após fortemente defendido, mas com diferentes acepções, de estadistas como Lênin e Wilson, a autodeterminação, em nível internacional, era entendida sob a ótica tradicional baseada na soberania do Estado. Segundo esta ótica parte-se da constatação de que a sociedade internacional era constituída de protetorados: os Estados soberanos buscavam perseguir os interesses de sua classe política dominante. As relações entre os sujeitos internacionais se desenvolviam entre grupos de governantes, que levavam em consideração os interesses dos próprios cidadãos apenas quando estes eram ameaçados por potências estrangeiras (e porque a proteção desses interesses era relevante para os governantes). Por outro lado, a construção feita em torno do princípio foi a de que os povos e as nações deveriam ter voz nas relações internacionais: as potências soberanas não poderiam dispor livremente dos assuntos internos e internacionais; a autodeterminação foi proclamada com princípio democrático que requisitava o consenso dos governantes de cada Estado soberano: os povos deveriam sempre ter o direito de escolher livremente seus governantes. Enfim, os povos e nações deveriam ser livres de toda opressão externa, no particular do domínio colonial.
	A autodeterminação introduz nas relações internacionais novo parâmetro para avaliar a legitimidade do poder, ou seja, o respeito dos desejos e das aspirações do povo e das nações, desferindo um duro golpe à situação existente.
	
	Promovendo a formação de entidades internacionais baseadas nas livres aspirações das populações, a autodeterminação infligia um golpe letal aos impérios multinacionais e, ao mesmo tempo, punha fim aos regimes coloniais.
	A autodeterminação apareceu radicada no sistema normativo internacional em três áreas: como postulado anticolonial, como proibição à instauração e manutenção de regimes de ocupação estrangeira e como condição para o pleno acesso ao governo de todos os grupos raciais.
Atos internacionais
Fonte: http://www.infoescola.com/geografia/tipos-de-atos-internacionais
Os atos internacionais são documentos através dos quais os países regulamentam determinada questão. Ou, ainda, segundo a Convenção de Viena do Direito dos Tratados (1969) em seu Artigo 2º, o ato ou tratado internacional “é um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica”. 
A cada país assinante (usualmente chamado de “parte”) cabe determinar como deve ser feita a adoção de tratados internacionais e, depois regulamentar sua aplicação.
Tradicionalmente os atos internacionais seguem o seguinte padrão quanto à sua forma independentemente de que tipo seja: títulos, preâmbulo, consideranda, articulado, fecho, assinatura e selo de lacre. No preâmbulo devem constar as partes do ato, governos ou organizações; a consideranda serve para indicar os motivos do ato; o articulado é o ato propriamente dito, os artigos e cláusulas; e o fecho que traz a data do ato, idioma em que foi redigido e o número de exemplares originais.
Os atos internacionais podem ser classificados segundo a quantidade de partes em “bilateral” (duas partes) e multilateral (mais de duas partes), ou quanto à sua natureza: em “constitutivos”, quando se referem à fundação de alguma organização internacional.
A denominação dos atos internacionais não segue nenhum regimento e não interfere na importância ou aplicabilidade deste, coisa que é determinada pelas partes. No entanto, convencionou-se chamar de:
- tratados, os atos aos quais se pretende atribuir relevada importância política;
- convenção, atos com a mesma relevância dada aos tratados, porém, firmados em alguma conferência internacional e geralmente de caráter multilateral, muito embora existam algumas poucas convenções bilaterais;
- acordo é o ato que possui relativa importância política e número reduzido de participantes, com exceção do GATT – Acordo Geral de Tarifas e Comércio, de elevada importância política, podendo ser firmado entre um Estado e uma organização internacional;
- ajuste ou acordo complementar é o acordo que dá execução, ajuste ou detalhamento a outro ato internacional; protocolo é usado para designar a ata final de uma conferência nacional, ou como substitutivo de acordo complementar ou acordo, ou ainda, como uma “declaração de intenções” ou “protocolo de intenções”;
- memorando de entendimento é um ato internacional mais simplificado que como não cria compromissos onerosos para as partes pode entrar em vigor na data de sua assinatura; convênio é um ato que trata da cooperação entre as partes sobre determinado assunto de natureza econômica, cultural, jurídica, comercial, técnica e científica;
- acordo por troca de notas é um ato empregado pela troca de notas diplomáticas geralmente para alterar ou interpretar cláusulas de outros atos que eventualmente deve ter seu conteúdo aprovado pelo Congresso Nacional
Tratados internacionais
São a mais importante fonte do Direito internacional.É o ato jurídico por meio do qual se manifesta o acordo de vontades entre duas ou mais pessoas internacionais.
A Convenção de Viena de 1969 sobre o Direito dos Tratados é a norma que regula os tratados, ou seja, essa convenção é a LEI DOS TRATADOS, é a mãe dos tratados.
A Convenção de Viena de 1969 regula os tratados concluídos por Estados. Depois, a Convenção de Viena de 1986 passou a tratar dos tratados concluídos por Estados ou por Organizações Internacionais.
Validade da Convenção de Viena no Brasil: já foi assinada, mas ainda não foi ratificada, de 1995 até 2005, a Convenção está na pauta do dia para a aprovação. Tecnicamente, não está vigorando no Brasil, porque então é aplicada oficialmente pelo Brasil? 
Porque antes de ser um tratado é a positivação de um COSTUME, um costume milenar (primeiro tratado celebrado foi entre o HAMSÉS II e os HICTITAS, em 1000 a.c.).
São necessários dois objetos de análise: a) o direito dos tratados no quadro do direito internacional público e b) o direito dos tratados no contexto do direito constitucional.
O século XX presenciou dois novos fenômenos: a) o surgimento das ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS e a b) CODIFICAÇÃO do direito dos tratados.
Convenção, acordo, ajuste, protocolo e outros
TRATADO – Expressão genérica eleita pela Convenção de Viena de 1969 para designar todo acordo internacional, bilateral ou multilateral, de especial relevo político.
CONVENÇÃO – Tipo de tratado solene (e multilateral) em que a vontade das partes não é divergente, como ocorre nos chamados tratados-contrato, mas paralela e uniforme, ao que se atribui o nome de tratados-lei ou tratados-normativos, dos quais são exemplos a Convenção de Viena sobre relações diplomáticas e Consulares.
PACTO – Terminologia utilizada no acordo constitutivo do Pacto da Sociedade das Nações de 1919. Na atualidade a expressão tem sido utilizada para restringir o objeto político de um tratado, do qual é exemplo o pacto de Aço celebrado em Berlim em 1939. Também é empregado como sinônimo de tratado, como o Pacto de Varsóvia. Celso de Albuquerque Mello aponta a existência do pacto de contraindo (pactum de contrahendo), que é um tipo de “acordo concluído pelo Estado com o compromisso de concluir um acordo final sobre determinada matéria. Funciona como verdadeiro “tratado preliminar	“. O autor também aponta o pacto de negotiando, que gera a obrigação das partes de “iniciar negociações de boa fé com a finalidade de concluir um tratado”. 
ACORDO: essa denominação foi concebida para atos internacionais com reduzido número de participantes e menor importância política. Por outro lado, é expressão bastante usada na prática internacional e muitas vezes como sinônimo de tratado. Geralmente é usado para tratados de cunho econômico, financeiro, comercial e cultural. 
ACORDO POR TROCA DE NOTAS – Troca de notas diplomáticas para assuntos de natureza geralmente administrativa, bem como para interpretar ou alterar cláusulas de atos já concluídos. Todavia, PORTELA anota que seu escopo vem sendo ampliado. É formado por uma nota diplomática do proponente e por uma nota de resposta, tendo, portanto, mais de um instrumento. No Brasil, dispensa aprovação congressual, se não acarretar compromissos gravosos para o patrimônio nacional. Pode designar um meio de comunicação diplomático ou um método negocial, um processo de conclusão de tratados bilaterais, que substitui a assinatura como forma de conclusão do tratado.
Acordo em forma simplificada ou acordo executivo (executive agreement) – Tratados concluídos pelo Executivo sem o assentimento do legislativo. Designa o acordo internacional que não precisa ser submetido ao congresso nacional. No Brasil, Rezek entende que só é admissível em 3 hipóteses: a) interpretem tratado em vigor; b) decorrem de tratado em vigor, como seu complemento; e c) modus vivendi.
GENTLEMEN’S AGREEMENTS – “Acordos de cavalheiros” regulados por normas de conteúdo moral e cujo respeito repousa na honra. São concluídos por chefes de Estado ou de Governo, estabelecendo uma linha política a ser adotada entre as partes. Não são juridicamente vinculantes (non-binding agreements) e tecnicamente não são considerados tratados. É condicionado, no tempo, à permanência dos seus atores no poder. Os gentlemen’s agreement diferem dos tratados por serem acordos de estadistas, fundados na honra e condicionado à permanência no poder.
CARTA – Comumente empregada para estabelecer os instrumentos constitutivos de organizações internacionais (como a carta da ONU), podendo também ser empregada para tratados solenes que estabeleçam direitos e deveres para os Estados-partes (Carta Social Européia). O ato constitutivo de uma OI também pode ser chamada de “constituição”, como é o caso da Constituição da Organização Internacional do Trabalho.
PROTOCOLO – Além de sua utilização designativa dos resultados de uma conferência diplomática ou de um acordo menos formal que o tratado, este termo também tem sido empregado para nomear acordos subsidiários ou que mantém ligação lógica com um tratado anterior (como complementação). Pode esta palavra designar acordos menos formais que os tratados (por exemplo, Protocolo de Ouro Preto, suplementar ao Tratado de Assunção). Pode também aludir à ata de uma reunião internacional, documento no qual ficam registrados os compromissos nela assumidos.
PROTOCOLO DE INTENÇÕES: Não se confunde com protocolo. Documento com caráter de pré-compromisso e que sinaliza a possibilidade de avançar em entendimentos relativos a um acerto posterior, estabelecendo as bases das futuras negociações a respeito.
ATO ou ATA – forma de tratado que estabelece regras de direito. Também pode haver atos com mera força política ou moral. Por fim, Terminologia utilizada há alguns anos atrás para designar as resoluções sobre assistência mútua e solidariedade americana, conhecida por Ato de Chapultepec.
DECLARAÇÃO – Expressão utilizada para aqueles atos que estabelecem certas regras ou princípios jurídicos, ou ainda para as normas de Direito Internacional indicativas de uma posição política comum de interesse coletivo. Por exemplo, Declaração de Haia (1970). Pode não vincular juridicamente quando, em análise feita no caso concreto, seja percebida como uma mera enunciação de preceitos gerais, o que a excluiria da lista de certos tratados. Porém, como os princípios não precisam ser incluídos em declarações par serem reconhecido como tal, podendo se fazer presentes em tratados ou serem identificados pela doutrina e jurisprudência. 
MODUS VIVENDI – Utilizado na designação de acordos temporários ou provisórios, normalmente de ordem econômica, de importância relativa.
ARRANJO – Empregado para os acordos concluídos provisoriamente ou destituídos de caráter jurídico, a exemplo dos empreendimentos junto ao FMI (chamados stand-by arrangements ou arranjos stand-by), ao quais, entretanto, não podem ser tecnicamente considerados como tratados, por faltar-lhes o animus contrahendi necessário à conclusão de um acordo no sentido jurídico.
CONCORDATA – Designação empregada nos acordos bilaterais de caráter religioso firmados pela Santa Sé com Estados que têm cidadãos católicos.
REVERSAIS ou NOTAS REVERSAIS – Empregam-se para finalidade específica de estabelecer concessões recíprocas entre Estados ou de declarar que a concessão ou benefício especial que um Estado faz ao outro, não derroga direitos ou privilégios de cada um deles já anteriormente reconhecidos.
AJUSTE OU ACORDO COMPLEMENTAR – Empregados para designar compromissos de importância relativa ou secundária, sem, contudo perderem a característica de tratados. É o ato que dá execução a outro, anterior, devidamente concluído, geralmente colocado ao abrigo de um acordo-quadro ou acordo-básico.
CONVÊNIO – Designa normalmente acordos de interesses políticos, embora também seja empregado para designar ajustes de menor importância, bem como matérias culturais e de transporte.
COMPROMISSO – Terminologia empregada na fixaçãode um acordo (quase bilateral) pelo qual dois ou mais Estados comprometem-se a recorrer à arbitragem.
ESTATUTO – Geralmente empregado para tratados que estabelecem normas para os tribunais de jurisdição internacional.
REGULAMENTO – Não apresenta definição nítida. Foi a denominação que se utilizou no Congresso de Viena de 1815 para estabelecer a ordem de precedência no serviço diplomático.
CÓDIGO – A expressão não tem sido formalmente utilizada no cenário internacional.
MEMORANDO DE ENTENDIMENTO – registra princípios gerais que orientarão as relações entre os signatários. Contem redação simplificada normas dispostas em parágrafos numerados com algarismos arábicos e seu fecho é simplificado. No Brasil, podem entrar em vigor na data da assinatura, caso não impliquem compromissos gravosos para a União.
Definição
Tratado é o ato jurídico por meio do qual se manifesta o acordo de vontades entre duas ou mais pessoas internacionais (Estados e demais pessoas internacionais; empresas privadas não têm personalidade jurídica de direito internacional), destinado a produzir efeitos jurídicos. Pode também ser celebrado entre SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL, que não somente os Estados e as pessoas internacionais, p. ex., a Cruz Vermelha Internacional.
Artigo 1o., CONVENÇÃO DA VIENA. Para fins da presente convenção:
a) TRATADO significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja a denominação específica.
Requisitos
a) ACORDO INTERNACIONAL: tem que existir o ÂNIMUS CONTRAHENDI, ou seja, vontade de contratar, é a vontade de criar por meio do acordo um vínculo juridicamente válido, há acordos que não são jurídicos, EXEMPLOS: acordo para propositadamente afastar a sanção pelo descumprimento; Brasil em acordo com o FMI afirma que não é obrigado a pagar, mas pode cortar o dinheiro, ou seja, trata-se de mera sanção econômica.
b) CONCLUÍDO POR ESCRITO: o tratado é um ato solene e formal. A forma de celebração oral é vedada. O termo concluído é problemático nos países de tronco latino tem uma conceituação diferente da aplicada nos países da common law, porque significa que, depois de assinado, depende de outras fases, ou seja, não é algo pronto e acabado. Por isso a versão de Portugal colocou o termo celebrado. O termo significa conclusão pendente de ratificação para entrar em vigor. 
c) ENTRE ESTADOS OU ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS: existem as seguintes possibilidades:
Tratado concluído entre:
Dois Estados
Duas organizações internacionais
Um Estado e uma organização internacional
d) REGIDO PELO DIREITO INTERNACIONAL: será CONTRATO INTERNACIONAL o acordo internacional que não é regido pelo Direito Internacional. Quando as partes afirmam que o conflito será resolvido por um órgão interno, não é tratado, a designação de foro doméstico afasta a natureza jurídica de tratado, porque o tratado deve ser gerido e regido pelo DIP. 
e) INSTRUMENTO ÚNICO OU INSTRUMENTOS CONEXOS ou MULTIPLICIDADE DE INTRUMENTOS
TROCAS DE NOTAS DIPLOMÁTICAS por força da disposição do conceito de um ou mais instrumentos são tratados internacionais. Não passam pelo Congresso Nacional, não são ratificadas pelo Presidente da República e nem são sancionados, somente é feita a publicação no diário oficial. Havia dúvida sobre a sua validade, a convenção diz que são válidas. Há a possibilidade de troca de notas, enquanto instrumento lícito e permitido no DIP. A troca de notas diplomáticas, no Brasil, é válida? Há grande dúvida na doutrina. A doutrina majoritária entendia que não eram válidas por afronta à CF/88. Assim, estritamente nos termos da CF não é possível, mas, na prática, isso acontece em muito (APROVAÇÃO RÁPIDA), justificando a sua validade com base na dispensa de passar para o Congresso assuntos de estrito interesse do Executivo. Conclusões:
a) a convenção reconhece as trocas de notas;
b) os constitucionalistas não reconhecem;
c) o Poder Executivo reconhece, em assuntos de competência privativa do Poder Executivo (mas, note-se o Executivo não pode extrapolar a sua competência) (atos de competência técnica não demandam a aprovação do Congresso Nacional). EXEMPLO 01: acordo de catalogação para marcas ou rótulos de vinho e queijos não precisa da apreciação do Congresso. EXEMPLO 02: troca de notas para cooperação nuclear não é possível que seja feita sem a apreciação do Congresso Nacional.
6) QUALQUER QUE SEJA A DENOMINAÇÃO: Pelo efeito compromissivo e cogente que visa a produzir, o tratado dá cobertura legal à sua própria substância. Mas essa substância tanto pode dizer respeito à ciência jurídica quanto à produção de cereais ou à pesquisa mineral. A produção de efeitos de direito é essencial ao tratado, que não pode ser visto senão na sua dupla qualidade de ATO JURÍDICO e de NORMA. O acordo formal entre Estados é ato jurídico que produz a norma, e que, justamente por produzi-la, desencadeia efeitos de direito, gera obrigações e prerrogativas, caracteriza enfim, na plenitude de seus dois elementos, o tratado internacional.
GENTLEMEN’S AGREEMENT – trata-se de um acordo ENTRE ESTADISTAS, fundado sobre a honra, e condicionado, no tempo, à permanência de seus atores no poder. O seu traço distintivo situa-se na qualidade dos atores. Somente depois de algum tempo de vigência desse tipo de compromisso é que se poderá distingui-lo do tratado. São exemplos: DECLARAÇÕES ou COMUNICADOS COMUNS. Não estabelece nenhum vínculo jurídico para os Estados em causa, mas um bem definido compromisso moral, a operar enquanto esses Estados se encontrem sob o governo dos signatários responsáveis pela manifestação conjunta.
A Convenção de Viena, como visto acima, estabelece que o tratado é o acordo internacional regido pelo Direito Internacional, mas, nenhum acordo entre Estado (mesmo não sendo tratado) pode escapar à regência do Direito Internacional, ainda que, no uso do poder soberano que essa ordem jurídica lhe reconhece, os Estados pactuantes entendam fazer remissão a um sistema de direito interno.
Nomenclatura ou terminologia
Tratado é a expressão genérica que engloba inúmeras outras denominações utilizadas conforme a sua forma, o seu conteúdo, o seu objeto ou o seu fim.
 EXEMPLOS da prática internacional: CONVENÇÃO (principais tratados multilaterais abertos à adesão; criador de normas gerais, codificação), PROTOCOLO (normalmente está relacionado a uma convenção, é um tratado quadro; é uma ata de conferência ou complementação de tratado já existente), CONVÊNIO (matéria cultural ou transporte), DECLARAÇÃO (criador de princípios jurídicos), MODUS VIVENDI (acordos temporários), ACORDO (fins econômico-financeiros ou culturais), COMPROMISSO (sobre litígios que irão à arbitragem), CARTA (são tratados que criam as organizações internacionais ou rol de direitos e deveres; Nações Unidas e Organização dos Estados Americanos), ESTATUTO (acordo coletivo; Corte Internacional de Justiça), CONCORDATAS (atos sobre assuntos religiosos celebrados entre a Santa Sé e os Estados que têm cidadãos católicos), PACTO (ato solene; natureza política), TROCA DE NOTAS (quando encobre matéria administrativa), TRATADO QUADRO (no francês, quadré é moldura; dentro dele vão sendo pintados outros tratados); ATA (finalização de reunião) e outros. 
A Declaração dos Direitos Individuais do Homem não é tecnicamente um tratado porque não passou pelos procedimentos necessários para a elaboração dos tratados, é uma RECOMENDAÇÃO. Assim, apesar de ela preencher todos os requisitos, não é um tratado, porque nasceu de uma RESOLUÇÃO da Assembléia Geral da ONU.
ACORDO DE SEDE é: a) um acordo bilateral, b) uma das partes é organização internacional e a outra é um Estado, que possivelmente é membro da organização e c) o tema é a instalação física da organização no território do Estado.
O que a realidade mostra é o uso livre, indiscriminado, e muitas vezes ilógico, dos termos

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