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Ponto 2
Direito previdenciário: Regime Geral. Segurados e dependentes. Inscrição e filiação. Qualidade de segurado. Manutenção e perda.
Atualizado em novembro de 2013 por André Luiz Cavalcanti Silveira
Marcado em amarelo os pontos mais importantes.
1. Regime Geral de Previdência Social
Para Castro e Lazzari, “entende-se por regime previdenciário aquele que abarca, mediante normas disciplinadoras da relação jurídica previdenciária, uma coletividade de indivíduos que tem vinculação entre si em virtude da relação de trabalho ou categoria profissional a que está submetida, garantindo a esta coletividade, NO MÍNIMO, OS BENEFÍCIOS ESSENCIALMENTE OBSERVADOS EM TODO SISTEMA DE SEGURO SOCIAL – APOSENTADORIA E PENSÃO POR FALECIMENTO DO SEGURADO”.
O Regime Geral de Previdência Social cuida-se do principal regime previdenciário na ordem interna e abrange obrigatoriamente todos os trabalhadores da iniciativa privada. Pertencem ainda a tal regime os funcionários públicos não abrangidos por regime próprio, a saber, a) os ocupantes de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com o Poder Público (artigo 37, inciso V, da Constituição Federal), b) os ocupantes de cargos temporários; e c) os empregados públicos “celetistas”. Segundo estudo, o RGPS atinge cerca de 86% da população brasileira amparada por algum regime de previdência.
É regido pela Lei nº 8.213/91, sendo sistema de repartição público, de filiação compulsória e automática para os segurados obrigatórios, permitindo ainda a inscrição de segurados facultativos (princípio da universalidade de atendimento – art. 195, I, da CF/88). 
Sua gestão é atualmente realizada pelo Ministério da Previdência Social, com apoio do INSS – Instituo Nacional do Seguro Social, bem como Secretaria da Receita Federal do Brasil (Lei nº 11.457/07).
O INSS passou a ser responsável pela administração dos benefícios previdenciários, enquanto a SRFB possui competência para planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas à tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições sociais.
.A Constituição prevê ainda um Regime de Previdência Privada, facultativo, de caráter complementar, organizado de forma autônoma com relação ao RGPS e regulado por lei complementar. Assim, no Brasil, a exploração da previdência pela iniciativa privada é apenas em caráter supletivo.
Para a constituição e início de funcionamento de uma entidade previdenciária privada, a LC 109/01 prevê a necessidade de autorização governamental prévia (art. 33, I, e art. 38, I).
2. Beneficiários: Segurados e Dependentes
Beneficiários da previdência social são todas as pessoas naturais titulares de direitos subjetivos perante o Sistema Previdenciário. Dividem-se em segurados e dependentes. O quadro abaixo fornece sua classificação:
		 Facultativos 
		
a) Segurados
					Empregado
					Empregado doméstico
		 Obrigatórios Avulso
					Segurado especial 	
					Contribuinte individual										
								
	1ª classe – cônjuge, companheiro, filho menor de 21 anos não emancipado ou inválido
b) Dependentes	2ª classe – pais
			3ª classe – irmão menor de 21 anos não emancipado ou inválido
Para Daniel Machado da Rocha e José Paulo Baltazar Júnior, “Segurados são as pessoas físicas que, em razão de exercício de atividade ou mediante o recolhimento de contribuições, vinculam-se diretamente ao Regime Geral”. “Dependentes são as pessoas cujo liame jurídico existente entre elas e o segurado permite que a proteção previdenciária lhes seja estendida de forma reflexa”.
Os segurados são titulares de direitos próprios. Os dependentes também exercem direitos próprios, mas sua vinculação com a Previdência está condicionada à manutenção da relação jurídica do segurado com o Sistema Previdenciário.
3. Inscrição e Filiação
Lei nº 8.213/91:
“Art. 17. O Regulamento disciplinará a forma de inscrição do segurado e dos dependentes.
        § 1o Incumbe ao dependente promover a sua inscrição quando do requerimento do benefício a que estiver habilitado. (Redação dada pela Lei nº 10.403, de 8.1.2002)
        § 2º O cancelamento da inscrição do cônjuge se processa em face de separação judicial ou divórcio sem direito a alimentos, certidão de anulação de casamento, certidão de óbito ou sentença judicial, transitada em julgado.
        § 3º A Previdência Social poderá emitir identificação específica, para os segurados referidos nos incisos III, IV, V, VI e VII do art. 11 e no art. 13 desta Lei, para produzir efeitos exclusivamente perante ela, inclusive com a finalidade de provar a filiação.”
Segundo Marina Vasques, “filiação é o ato de vinculação do trabalhador ao RGPS. É condição assecuratória do direito subjetivo às prestações”. Já a inscrição “é o ato pelo qual o segurado ou dependente é cadastrado no RGPS”.
Para Wladimir Novaes Martinez, “a filiação representa fato pertencente ao mundo material – o trabalho remunerado – e acontece independentemente da vontade do que se filia; a inscrição, embora materializada pela documentação, é ato formal, deflagrado pelo beneficiário. A filiação sucede no universo físico enquanto a inscrição opera-se como sua exteriorização jurídica.”
Quanto ao segurado obrigatório, a sua filiação é automática, ocorre a partir do momento em que o mesmo começa a desempenhar atividade vinculada ao RGPS. Para o segurado facultativo, a filiação ocorre com a sua inscrição e recolhimento da primeira contribuição.
Cabe destacar, no entanto, que o início da atividade remunerada não coincide, necessariamente, com o efetivo começo do trabalho, mas sim quando está pactuada a prestação de serviços, ainda que iniciada em outro momento ou o pagamento seja em outra data. Assim, por exemplo, para o empregado, a conformação da contratação pelo empregador já efetiva a filiação ao RGPS.
Ressalte-se que A ATIIDADE DEVE SEI LÍCITA, ISTO É, O TRABALHO EM ATIVIDADES ILEGAIS, COMO O TRÁFICO DE DROGAS, EIDENTEMENTE NÃO GERA QUALQUER VÍNCULO COM A PREVIDÊNCIA SOCIAL. Todavia, não se deve confundir essa situação com o “trabalho proibido”, vedado por lei em virtude de certas características, mas sem ilegalidade na atividade em si considerada. Assim, menores de 18 anos que laborem em atividades insalubres, em evidente desrespeito à Constituição, não podem ser prejudicados pela irregularidade de seu empregador, cabendo aí a aplicação de todas as normas previdenciárias, incluindo a filiação automática. Além disso, deve ser reconhecido eventual tempo de serviço laborado ilegalmente por menor de dezesseis anos, com recolhimento das contribuições devidas pelo empregador (STF).
APESAR DE A FILIAÇAO SER VÍNCULO JURÍDICO, ELAPODE SER MÚLTIPLA, O QUE OCORRE CASO O SEGURADO VENHA A EXERCER MAIS DE UMA ATIVIDADE REMUNERADA VINCULANTE AO RGPS. Neste caso, será este trabalhador filiado em relação a cada uma delas, fazendo jus a benefícios diversos ou exclusivos de uma atividade (art. 11, §2º da Lei 8.213/91).
Daniel Machado da Rocha e José Paulo Baltazar Junior esposam entendimento diverso do veiculado acima. Para os autores, ainda que o trabalhador exerça mais de uma atividade abrangida pelo regime previdenciário, e, em decorrência, esteja obrigado a contribuir em relação a cada uma das atividades, só pode haver uma filiação, pois o sistema irá lhe conceder apenas um benefício substitutivo, limitado a um único teto que leva em consideração todas as atividades exercidas pelo segurado no regime. (...) Por conseguinte, pode haver mais de uma inscrição, mas apenas uma filiação (2009, p. 81).
Se o trabalho é prestado no Brasil, como regra geral, não importa o lugar da celebração do contrato e nem a nacionalidade do trabalhador, porquanto a proteção previdenciária, inspirada pela universalidade, irá considerar a atividade desenvolvida como abrangida pela órbita do regime geral. Mesmo no caso do APÁTRIDA, o exercício de atividade vinculada ao regime geral, consoante prevê o art. 24 da CONENÇÃO SOBRE O ESTATUTO DOS APÁTRIDAS, promulgadopelo D. 4.246/02, assegura a aquisição de direitos previdenciários (ROCHA E BALTAZAR JUNIOR, 2009, p. 57).
Saliente-se que a partir de abril de 2003, em decorrência da Lei n° 10.666/03, as empresas que contratarem serviços de contribuintes individuais passaram a ser obrigadas a efetuar as inscrições destes segurados (relacionados no art. 11, V, da Lei 8.213/91). Também as cooperativas de trabalho estão obrigadas a efetuar a inscrição de seus cooperados contribuintes individuais, se ainda não inscritos (art. 4.º, §2.º, da lei nº 10.666/03).
 A legislação previdenciária restringe indevidamente a idade mínima de inscrição aos 16 anos, de modo generalizado (art. 18, §2º do RPS), ignorando o menor aprendiz, que começa o labor aos 14 anos e tem assegurados seus direitos trabalhistas e previdenciários (Art. 65, ECA). Neste caso o menor será enquadrado como segurado empregado. Para os demais segurados, no entanto, vale restrição mencionada.
Importa destacar que o Decreto nº 3.048/99 admite a inscrição “post mortem”, caso comprovado o exercício da atividade remunerada vinculada ao RGPS antes do falecimento.
No entanto o STJ entendeu que o dependente de CONTRIBUINTE INDIVIDUAL, em caso de falecimento deste, não pode efetuar o recolhimento post mortem (Segunda Turma, 2013) a fim de pleitear a pensão por morte. 
4. Segurados
Podem ser obrigatórios, se exercem atividade vinculada ao RGPS – sem possibilidade de exclusão voluntária -, ou facultativos, quando se filiam ao sistema voluntariamente. Nem toda atividade remunerada implica filiação obrigatória ao RGPS, sendo exemplo dessa situação o caso dos presos.
O preso era enquadrado com contribuinte individual pelo decreto n.º 3.048/99 nesta situação:
Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência social as seguintes pessoas físicas:
(...) 	
V - como contribuinte individual: 
(...)
o) o segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semi-aberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade artesanal por conta própria; 
Não obstante, esse dispositivo foi revogado pelo decreto n.º 7.054/09, que o transferiu para o inciso XI do §1.º do art. 11 do dec. 3.048/99. Confira-se:
Art. 11.  § 1º Podem filiar-se facultativamente, entre outros: 
(...)
XI - o segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semi-aberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade artesanal por conta própria. (Incluído pelo Decreto nº 7.054, de 2009)
Desde o advento da EC nº 20/98, para ser segurado, é preciso ter a idade mínima de 16 anos (art. 7º, XXXIII, da Constituição). A exceção diz respeito ao aprendiz, que pode trabalhar a partir dos 14 anos. Antes da referida Emenda, a idade mínima era de 14 anos.
4.1 Segurados Obrigatórios
Inicialmente, vale destacar o disposto no art. 11, § 2º e 3º, da LBPS:
“Art. 11. (.....)
(...) 
§ 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de Previdência Social é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas.
        	§ 3º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, para fins de custeio da Seguridade Social. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.032, de 28.4.95)”
A) Empregado
É o segurado que presta pessoalmente serviço de natureza urbana ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração. Vale salientar que empregado rural é a pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços com continuidade a empregador rural, mediante dependência e salário (art. 2º da Lei n.º 5.889/73).
Vale ressaltar que o estagiário não é segurado obrigatório do RGPS.
Como o empregado se torna segurado do INSS? A inscrição do empregado é formalizada pelo contrato de trabalho registrado na Carteira de Trabalho e Previdência Social. O recolhimento da contribuição é de responsabilidade do empregador.
Segundo o art. 11 da Lei nº 8.213/91, é segurado obrigatório, como empregado:
Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: 
        I - como empregado:
(obs. a letra das alíneas é usada para simples enumeração e melhor compreensão da matéria, não correspondendo necessariamente à alínea constante do artigo 12)
       a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;
Devido à relevância do enquadramento correto do trabalhador para o custeio e benefício previdenciário, A FISCALIZAÇÃO PODERÁ RECONHECER A EXISTENCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO, sempre que observar a existência dos requisitos legais (STJ, Resp 236.279/RJ, 08.02.00), SEM NECESSIDADE DE DEMANDAR O RECONHECIMENTO DO VÍNCULO NA JUSTIÇA DO TRABALHO. 
Também se inclui nessa classe (segurado empregado) o APRENDIZ, maior de 14 e menor de 24 anos, ressalvado o portador de deficiência, ao qual não se aplica o limite máximo de idade, sujeito à formação técnica-profissional metódica, sob orientação de entidade qualificada. O limite de idade foi alterado pela MP 251, convertida na Lei n° 11.180, de 23/09/05, que alterou a redação dos arts. 428 e 433 da CLT. Antes desta Lei, o limite máximo de idade para o aprendiz era de 18 anos. O aprendiz é considerado empregado para fins previdenciários. Constitui a única classe de segurado que pode se inscrever antes de completar 16 anos de idade.
    
     b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas;
        c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior; (Essa alínea, bem como a alínea “f”, constituem hipóteses de extraterritorialidade da lei brasileira).
Como o próprio constituinte derivado excluiu o conceito de empresa brasileira do Texto Constitucional (EC 06/95), não há motivos para mantê-la neste ponto da legislação previdenciária, pois não há sentido em excluir o trabalhador do RGPS apenas porque seu empregador é empresa estrangeira. Basta que esta tenha representação instalada no país, de modo a ser possível a exigência do cumprimento das obrigações previdenciárias.
        d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular;
Os funcionários contratados para trabalhar nos consulados e embaixadas de outros países em funcionamento no Brasil são segurados empregados; excetuando-se os estrangeiros não residentes e o brasileiro coberto pela previdência do país representado. 
Mas veja que os trabalhadores excluídos da norma que vierem a exercer outra atividade poderão ser, em relação a esta, segurados obrigatórios do RGPS. Ex: membro de missão diplomática não brasileiro e sem residência no país que for lecionar em um curso de idiomas.
        e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigentedo país do domicílio;
É o caso, por exemplo, de a União contratar um trabalhador brasileiro para representa-la no exterior, em um organismo oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo, como, por exemplo, a ONU.
Não interessa que a contratação tenha ocorrido no Brasil ou no país onde se situa o órgão, sendo certo que o trabalhador estará vinculado ao RGPS na qualidade de empregado. 
Destaca-se que nesse dispositivo estão abrangidos apenas brasileiros.
Difere, portanto, das expatriações feitas por empresas privadas, nas quais mesmo os estrangeiros residentes no Brasil continuam vinculados ao RGPS.
Com relação a esse inciso, cabe destacar ainda:
- o trabalhador aqui referido é contratado para representar os interesses da União no Organismo Oficial.
- se o brasileiro for contratado pelo próprio organismo (ex. ONU), será vinculado ao RGPS como contribuinte individual. 
        f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença à empresa brasileira de capital nacional; 
O dispositivo busca conferir proteção social aos habitantes no território nacional.
Aqui, a expatriação ocorre para uma empresa do grupo empresarial cujo controle acionário pertença à empresa brasileira.
        g) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante, EXCLUSIVAMENTE, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; 
Porém, somente serão considerados empregados os ocupantes de cargo em comissão a partir de março de 2000. No período anterior a esta data eles eram considerados segurados facultativos por falta de previsão legal que os enquadrasse como empregados (art. 5º, § 1º, II, IN 971/RFB, de 13.11.2009). 
Se o ocupante dos cargos referidos estiver vinculado a regime próprio em razão do cargo do qual se afastou, não será enquadrado como empregado do RGPS, seguindo vinculado ao regime próprio de origem. 
h) o servidor contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem como pelas respectivas autarquias e fundações, por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos no inciso IX do art. 37 da Constituição Federal;
O inciso trata do chamado “Regime Especial de Direito Administrativo – REDA”, cada vez mais utilizado pela Administração Pública em geral. Como não podem estar vinculados ao regime próprio, são considerados empregados vinculados ao RGPS. 
o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante de emprego público;
j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal, desde que não amparado por regime próprio de previdência social;
Somente são considerados segurados empregados os exercentes de mandato eletivo a partir de 01/02/98. No período anterior a esta data eles eram considerados segurados facultativos por falta de previsão legal que os enquadrasse como empregados (art. 5º, § 1º , I, IN 971/RFB, de 13.11.2009). 
Atualmente, os parlamentares que não estiverem abrangidos por regime próprio serão considerados empregados. Os servidores de cargo efetivo cobertos por regime próprio, quando eleitos, continuarão vinculados ao respectivo regime. 
Na hipótese de servidor público, vinculado ao regime próprio de previdência social, exercer, concomitantemente, mandato eletivo no cargo de vereador, será obrigatoriamente filiado ao RGPS, em razão do cargo eletivo. Neste caso, como exerce as duas atividades, será filiado aos dois regimes. 
O STF, nos autos do RE 351.717, declarou inconstitucional a alínea “h”, inserida pela Lei nº 9.506/97, pois a inclusão dos exercentes de mandato eletivo dentre os segurados obrigatórios do RGPS implicou na criação, por meio de lei ordinária, de nova fonte de custeio. É que não se podia considerar que o subsídio pago aos agentes políticos se enquadrava no conceito de “folha de salários, faturamento e os lucros”.
Em razão do entendimento acima exposto firmado pelo STF sobre a matéria, através de controle difuso de constitucionalidade, o Senado Federal, por meio da Resolução nº 26, de 21 de junho de 2005, suspendeu a executoriedade da alínea “h” acima transcrita, com efeitos ex nunc e erga omnes.
Ocorre que, em 1998, com a Emenda Constitucional nº 20, o Texto Constitucional passou a abarcar a possibilidade de cobrança de contribuição previdenciária de qualquer trabalhador (art. 195, I, a). Assim, a matéria passou a ser tema de lei ordinária, e em 18.06.2004 foi publicada a Lei 10.887, reafirmando a qualidade de empregado do exercente de mandato eletivo, com a inclusão da alínea “j”, no inciso I, do artigo 12 da Lei 8.212/91. A partir deste Diploma, sanou-se qualquer dúvida sobre a condição de empregado destes trabalhadores. Assim, curiosamente, o inciso I do artigo 12 da Lei 8212 possui duas alíneas com a mesma redação (‘h’ e ‘j’). 
        § 1o Caso o servidor ou o militar venham a exercer, concomitantemente, uma ou mais atividades abrangidas pelo Regime Geral de Previdência Social, tornar-se-ão segurados obrigatórios em relação a essas atividades." (NR) (Parágrafo Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
 § 2o Caso o servidor ou o militar, amparados por regime próprio de previdência social, sejam requisitados para outro órgão ou entidade cujo regime previdenciário não permita a filiação, nessa condição, permanecerão vinculados ao regime de origem, obedecidas as regras que cada ente estabeleça acerca de sua contribuição. (Parágrafo Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99).
        k) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; (Alínea incluída pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
l) o diretor empregado de empresa urbana ou rural, que, participando ou não do risco econômico do empreendimento, seja contratado ou promovido para o cargo de direção de sociedade anônima, mantendo as características inerentes à relação de emprego.
B) Empregado Doméstico
EMPREGADO DOMÉSTICO “é aquele que presta serviços de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em ATIVIDADE SEM FINS LUCRATIVOS”, mediante remuneração, (art. 11, II da Lei nº 8.213/91). Saliente-se, no entanto, que o conceito de âmbito residencial não se restringe ao ambiente interno da casa da família, mas também ao jardim e até a atividades externas, desde que direcionada ao bem-estar da família, sem finalidade lucrativa (ex. motorista particular, piloto de helicóptero ou jato particular, etc.). 
Como o empregado doméstico se torna segurado do INSS? A lei obriga o empregador doméstico a assinar a carteira de trabalho de seus empregados. Munido da carteira de trabalho com o contrato assinado, o empregado doméstico efetua uma só inscrição na Agência ou Unidade da Previdência Social. O empregador doméstico pode promover a inscrição, no INSS, do segurado a seu serviço, ou qualquer outra pessoa sem necessidade de procuração. O empregador doméstico é responsável pelo recolhimento das contribuições do empregado doméstico.
Novidades trazidas pela EC 66/2012 (“PEC das domésticas”):
- Benefício SALÁRIO FAMÍLIA para trabalhadores com ganhos até R$ 971,78 (aguarda regulamentação do Ministério do Trabalho)
- Auxílio escola e creche para filhos com até cinco anos (aguarda regulamentação do Ministério do Trabalho)
Deveres que os empregadores passarão a ter
- Registrar o trabalhador na carteira de trabalho (entra em vigor com a promulgação da PEC)
- Recolhimento da contribuição junto à Previdência todos os meses (entra em vigor com a promulgação da PEC – 12%)
C) Contribuinte Individual
Os segurados anteriormente denominados "empresário", "trabalhador autônomo" e "equiparado a trabalhador autônomo", a partir de 29 de novembro de 1999, com a Lei 9.876, foram consideradosuma única categoria e passaram a ser chamados de " contribuinte individual".
Como o Contribuinte Individual se torna segurado do INSS? O contribuinte individual ao exercer atividade remunerada é considerado segurado obrigatório perante o Regime Geral de Previdência Social, devendo nele inscrever-se.
São segurados obrigatórios, na qualidade de contribuinte individual:
pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em ÁREA SUPERIOR A QUATRO MÓDULOS FISCAIS;
ou, quando em área igual ou inferior a quatro módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses em que o trabalhador rural não puder ser enquadrado como segurado especial.
Portanto, a partir da Lei 11.718/2008:
- em propriedades de área superior a quatro módulos fiscais, o segurado jamais poderá ser enquadrado como segurado especial, mesmo que não conte com auxílio de empregados, sendo, neste caso, contribuinte individual;
- em área igual ou inferior a quatro módulos fiscais, em regra, o trabalhador rural será considerado segurado especial, podendo até contar com empregados safristas, na forma da Lei 11.718.
- na atividade pesqueira, como o critério do tamanho da propriedade não pode ser utilizado, o trabalhador somente será considerado trabalhador individual se contar com empregados ou, ainda, nos casos em que descumprir um dos requisitos para o enquadramento como segurado especial. 
O que é módulo fiscal? 
É uma unidade de medida expressa em hectares, fixada para cada município, que indica o tamanho mínimo de uma propriedade rural capaz de garantir o sustento de uma família que exerce atividade rural naquele município. 
 b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral – GARIMPO - , em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
O garimpeiro foi excluído da categoria segurado especial com a edição da MP nº 1523-9/97, convertida na Lei nº 9.528/97. Entretanto, como a referência foi mantida na Constituição até o advento da EC nº 20/98, é discutível a constitucionalidade da exclusão determinada pela lei, pelo menos até a alteração constitucional.
c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa; (Redação dada pela Lei nº 10.403, de 8.1.2002)
Conforme se depreende da leitura da redação anterior da alínea, não há mais a restrição no enquadramento quando o segurado exercer outra atividade remunerada ou for aposentado por qualquer outro regime. Segue-se aqui a regra geral: todo segurado que exerça mais de uma atividade remunerada vinculante ao RGPS será filiado em razão de ambas, inclusive o ministro de confissão religiosa.
Atente-se que o pagamento de quantia vultosas a estes segurados, muito além do necessário à sua subsistência, pode gerar a perda da filiação da categoria ora examinada, gerando a filiação em outra espécie, ou, até, na mesma com fundamento distinto. Neste caso, a entidade religiosa pode ser enquadrada como verdadeira empresa, com as conseqüências previdenciárias advindas desta qualidade.
 e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social;" (NR) (Alínea realinhada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97 e Alterada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
Situação semelhante à prevista no artigo 11, I, e da Lei 8.213/91, diferenciando-se apenas no contratante do serviço: sendo este a União, o trabalhador será empregado, sendo organismo oficial internacional, será ele contribuinte individual. Nos dois casos a regra é supletiva, ou seja, somente será segurado o trabalhador não abrangido por regime próprio de previdência social.
 f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração; (Alínea Incluída pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
Tais segurados eram denominados, em período anterior à Lei nº 9.876/99, segurados empresários.
Marina Vasques observa que “os sócios dos diversos tipos de empresas são segurados obrigatório, mesmo sem comprovação da retirada pro labore, conforme sua própria condição na sociedade presuma trabalho na empresa. Se, porém, o trabalho não for presumido (como, por exemplo, o sócio de capital nas sociedades de capital e indústria ou o sócio cotista na sociedade por quotas de responsabilidade limitada), necessária a comprovação da retirada do pro labore.” Enquadram-se na primeira categoria - onde se presume a remuneração – o sócio-gerente da limitada, o titular da firma individual, o diretor não-empregado da sociedade anônima, o sócio solidário e o sócio de indústria.
Para o INSS, o dispositivo acima referido inclui, além do principal quinhoeiro de bem indivisível, o SÍNDICO DE PRÉDIO CONDOMINIAL, considerando como remuneração a mera dispensa de pagamento da cota condominial. A jurisprudência tem se mostrado contrária a este entendimento acerca da remuneração, aceitando nestes casos, a filiação apenas como segurado facultativo.
 g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; (Alínea Incluída pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
 h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não;" (Alínea Incluída pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
Castro e Lazzari consideram que a caracterização do trabalho como contribuinte individual nestas duas categorias depende da situação de fato em que é exercida a atividade, podendo ficar configurada a relação de emprego. No caso, por exemplo, do representante comercial, do vendedor pracista, do corretor de imóveis, seguros e planos de saúde, deve ser examinada a situação concreta para determinar se se trata de empregado ou autônomo, ainda que esses profissionais estejam inscritos no Conselho respectivo.
O NOTÁRIO OU TABELIAO e o oficial de registros ou registrador, titular de cartório, que detêm a delegação do exercício da atividade notarial e de registro, não remunerados pelos cofres públicos, admitidos a partir de 21 de novembro de 1994;
j) O Micro Empreendedor individual- MEI de que tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar 123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais.
Além desses, existem outras hipóteses de enquadramento nesta categoria de contribuinte individual previstas somente no Regulamento da Previdência Social (Decreto n° 3.048/99), em seu art. 9°, V, alíneas “m”, “n” e “o”:
m) o aposentado de qualquer regime previdenciário nomeado magistrado classista temporário da Justiça do Trabalho,  na forma dos incisos II  do §1º do art. 111 ou III do art. 115  ou do parágrafo único do art. 116 da Constituição Federal, ou nomeado magistrado  da  Justiça Eleitoral, na forma dos incisos II do art. 119 ou III do §1º do art. 120 da Constituição Federal; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 29/11/99) 
Nota: A Emenda Constitucional nº 24, de 9 de dezembro de 1999, extinguiu a categoria de magistrado classista temporário da Justiça do Trabalho, entretanto, assegurou o cumprimento dos mandatos em exercício. Atualmente, todos os mandados de classistasjá se expiraram.
n) o cooperado de cooperativa de produção que, nesta condição, presta serviço à sociedade cooperativa mediante remuneração ajustada ao trabalho executado; e (Alínea acrescentada pelo Decreto nº 4.032, de 26/11/2001)
o) o segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semi-aberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade artesanal por conta própria; (Alínea acrescentada pelo Decreto nº 4.729, de 9/06/2003)
Enquadram-se, ainda, as situações previstas no § 15 do art. 9° do Decreto n° 3.048/99, com destaque para a situação do médico-residente ou o residente em área profissional da saúde, contratados na forma da Lei n° 6.932, de 1981, na redação dada pela Lei n° 10.405/2002 e da Lei n° 11.129/2005. Antes da Lei n° 11.129/05 não havia previsão legal para o enquadramento dos residentes de outras áreas de saúde. Atualmente, porém, tanto o médico-residente como o residente de outra área profissional da saúde, contratados na forma da Lei n° 6.932/1981, são contribuintes individuais.
D) Trabalhador Avulso
SEGURADO TRABALHADOR AVULSO é aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana ou rural a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com intermediação obrigatória do sindicato (trabalhadores avulsos terrestres) ou órgão gestor de mão-de-obra (avulsos portuários), nos termos da Lei 8630/93.
São considerados trabalhadores avulsos: a) aquele que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e conserto de carga, vigilância de embarcação e bloco; b) o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério; c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios); d) o amarrador de embarcação; e) o ensacador de café, cacau, sal e similares; f) o trabalhador na indústria de extração de sal; g) o carregador de bagagem em porto; h) o prático de barra em porto; i) o guindasteiro; j) o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos. 
Como o trabalhador avulso se torna segurado do INSS? A inscrição é formalizada pelo cadastramento e registro no sindicato de classe ou órgão gestor de mão-de-obra. O recolhimento da contribuição é de responsabilidade do tomador do serviço ou do órgão gestor de mão-de-obra.
E) Segurado especial
art. 11, V, da Lei nº 8.213/91, considera-se segurado obrigatório:
VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de: (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2o da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, COMPROVADAMENTE, TRABALHEM COM O GRUPO FAMILIAR RESPECTIVO. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 1o  Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes. (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 6o  Para serem considerados segurados especiais, o cônjuge ou companheiro e os filhos maiores de 16 (dezesseis) anos ou os a estes equiparados DEVERÃO TER PARTICIPAÇÃO ATIVA NAS ATIVIDADES RURAIS DO GRUPO FAMILIAR. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 7o  O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados por prazo determinado ou de trabalhador de que trata a alínea g do inciso V do caput deste artigo, em épocas de safra, à razão de, no máximo, 120 (cento e vinte) pessoas/dia no ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 8o  Não descaracteriza a condição de segurado especial: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
I – a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação ou comodato, de até 50% (cinqüenta por cento) de imóvel rural cuja área total não seja superior a 4 (quatro) módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva atividade, individualmente ou em regime de economia familiar; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
II – a exploração da atividade turística da propriedade rural, inclusive com hospedagem, por não mais de 120 (cento e vinte) dias ao ano; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
III – a participação em plano de previdência complementar instituído por entidade classista a que seja associado em razão da condição de trabalhador rural ou de produtor rural em regime de economia familiar; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
IV – ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que tem algum componente que seja beneficiário de programa assistencial oficial de governo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
V – a utilização pelo próprio grupo familiar, na exploração da atividade, de processo de beneficiamento ou industrialização artesanal, na forma do § 11 do art. 25 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
VI – a associação em cooperativa agropecuária. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 9o  Não é segurado especial o membro de grupo familiar que possuir outra fonte de rendimento, exceto se decorrente de: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
I – benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício de prestação continuada da Previdência Social; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
II – benefício previdenciário pela participação em plano de previdência complementar instituído nos termos do inciso IV do § 8o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
III – exercício de atividade remunerada em período de entressafra ou do defeso, não superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados, no ano civil, observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei no 8.212, de 24 julho de 1991; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da categoria de trabalhadores rurais; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
V – exercício de mandato de vereador do Município em que desenvolve a atividade rural ou de dirigente de cooperativa rural constituída, exclusivamente, por segurados especiais, observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
VI – parceria ou meação outorgada na forma e condições estabelecidas no inciso I do § 8o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo grupo familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que a renda mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
VIII – atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 10.  O seguradoespecial fica excluído dessa categoria: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
I – a contar do primeiro dia do mês em que: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas no inciso VII do caput deste artigo, sem prejuízo do disposto no art. 15 desta Lei, ou exceder qualquer dos limites estabelecidos no inciso I do § 8o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
b) se enquadrar em qualquer outra categoria de segurado obrigatório do Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o disposto nos incisos III, V, VII e VIII do § 9o deste artigo, sem prejuízo do disposto no art. 15 desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
c) tornar-se segurado obrigatório de outro regime previdenciário; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
II – a contar do primeiro dia do mês subseqüente ao da ocorrência, quando o grupo familiar a que pertence exceder o limite de: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
a) utilização de terceiros na exploração da atividade a que se refere o § 7o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
b) dias em atividade remunerada estabelecidos no inciso III do § 9o deste artigo; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II do § 8o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 11.  Aplica-se o disposto na alínea a do inciso V do caput deste artigo ao cônjuge ou companheiro do produtor que participe da atividade rural por este explorada. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
Assim, o uso de empregados passou a ser admitido, desde que eles não sejam permanentes (§1º). Além disso, o §7º admitiu a contratação de empregados para períodos de safra, limitando-lhes, porém, a um período de 120 dias por ano, podendo os períodos ser intercalados (ROCHA e BALTAZAR JUNIOR, 2009, p. 74). 
Acerca da possível descaracterização do segurado especial ante o exercício de outra atividade remunerada, o legislador reformista – lecionam Daniel Machado da Rocha e José Paulo Baltazar Junior – estabeleceu um critério principal: o trabalhador rural não pode exercer outra atividade que o enquadre como segurado obrigatório no regime geral (§10, I, “b”) ou em outro regime previdenciário (§10, I, “c”). Não obstante, foram excepcionadas hipóteses supra.
Note-se que as exceções discriminadas acima dizem respeito ao exercício de outras atividades remuneradas fora do regime de economia familiar. Além disso, o §9.º do art. 11 da LBPS aduz que o membro do grupo familiar que possua outra fonte de rendimento também não se enquadra como segurado especial. Mas, também aqui, há exceções. É dizer: a lei discrimina algumas fontes de renda cujo recebimento não desqualifica o beneficiário como segurado especial. 
Daniel Machado da Rocha e Baltazar Junior advertem que uma área rural pode não ser totalmente aproveitável, razão pela qual a TNU dos JEFs editou o enunciado n.º 30 de sua Súmula, nestes termos:
Tratando-se de demanda previdenciária, o fato de o imóvel ser superior ao módulo rural não afasta, por si só, a qualificação de seu proprietário como segurado especial, desde que comprovada, nos autos, a sua exploração em regime de economia familiar.
Relembre-se, porém, que o enunciado sobredito foi sumulado em 13/12/2006. Antes, portanto, da reforma legislativa promovida na LBPS pela lei n.º 11.718, de 20 de junho de 2008 que estabeleceu o critério de 4 módulos fiscais. 
É o único segurado com definição no próprio texto constitucional 
TAMBÉM O ÍNDIO TUTELADO É CONSIDERADO SEGURADO ESPECIAL, MEDIANTE DECLARAÇÃO DA FUNAI.
A respeito da idade a partir da qual se computa o tempo de serviço rural em regime de economia familiar, a jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que deve-se contar o tempo desde os 12 anos. A Turma de Uniformização Nacional dos JEFs sumulou esse entendimento nos seguintes termos: “A prestação de serviço rural por menor de 12 a 14 anos, até o advento da Lei nº 8.213/91, de 24 de julho de 1991, devidamente comprovada, pode ser reconhecida para fins previdenciários” (Súmula nº 05).
Contudo, persiste o entendimento de alguns juízes (Marina Vasques, Daniel Machado da Rocha) no sentido de que o cômputo deve iniciar-se aos 14 anos, já que os dependentes do chefe de família ou arrimo só passaram a ser considerados segurados especiais por força da Lei nº 8.213/91, e esta, por sua vez, fixou a idade mínima de 14 anos. Para os que começaram a trabalhar depois de EC nº 20/98, deve-se adaptar o comando legal à nova idade mínima para o trabalho, que passou a ser de 16 anos.
“PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. SEGURADA ESPECIAL. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR.
1. Sendo o labor rural indispensável à própria subsistência da Autora, conforme afirmado pelo Tribunal de origem, o fato do seu marido ser empregado urbano não lhe retira a condição de segurada especial.
2. Recurso especial desprovido.” 
(STJ, REsp 587296/PR, rel. Min. Laurita Vaz, DJU de 13.12.2004)
A súmula 41 da TNU dispõe que: “a circunstância de um dos integrantes do núcleo familiar desempenhar atividade urbana não implica, por si só, a descaracterização do trabalhador rural como segurado especial, condição que deve ser analisada no caso concreto.” 
Cabe destacar recente entendimento do STJ que admite a possibilidade de reconhecer tempo de serviço rural, na condição de segurado especial, em período anterior ao documento mais antigo, desde que haja prova testemunhal nesse sentido. 
Já o exercício de atividade urbana pelo próprio segurado concomitante com o trabalho de natureza rural, durante o período de carência do benefício, descaracteriza a condição de segurado especial, conforme jurisprudência recente do TRF5: 
PREVIDENCIÁRIO. TRABALHADOR RURAL. APOSENTADORIA POR IDADE. SUSPENSÃO DO BENEFÍCIO. PROCESSO ADMINISTRATIVO. REGULARIDADE. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE URBANA CONCOMITANTE COM ATIVIDADE CAMPESINA DURANTE O PRAZO DE CARÊNCIA DA APOSENTADORIA RURAL. DESCARACTERIZAÇÃO. PRECEDENTES.
1. O regime de economia familiar impõe ao trabalhador rural a necessidade de atividade campesina exclusiva, para manutenção do status de segurado especial.
2. In casu, constatado nos autos o exercício de atividade tipicamente urbana (zeladora de escola municipal), concomitante com trabalho de natureza rural, durante o período de carência do benefício, torna patente a descaracterização da condição de segurado especial.
[...] TRF5 – 4ª Turma. AC - Apelação Civel – 329112. Processo: 200284000001489/RN. Data da decisão: 31/07/2007. DJ 27/08/2007 – Página 616. Relator(a): Marcelo Navarro
No entanto, a jurisprudencia, tradicionalmente, entende que, caso a atividade rural permaneça essencial à subsistência do grupo familiar, não há perda da qualidade de segurado especial.
Exclui a qualidade de segurado especial a aposentação, ainda que o trabalhador continue a exercer atividade produtiva. Tal fato constitui verdadeira exceção, pois, como regra geral, o aposentado que retorna ou continua a trabalhar recupera seu vínculo como segurado obrigatório do RGPS.
Quanto aos segurados especiais, o art. 25 da Lei nº 8.212/91 determinou a facultatividade da contribuição para a Previdência Social, garantindo aposentadoria por idade ou por invalidez, auxílio-doença, auxílio-reclusão, pensão ou salário-maternidade, no valor de um salário-mínimo, desde que comprovem o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, igual ao número de meses correspondentes à carência do benefício requerido (independem, portanto, de carência propriamente dita, nos termos do art. 26, III, Lei 8.213/91) (art. 39, inciso I, e parágrafo único da Lei nº 8.213/91).
Se não quiserem que seu benefício seja calculado no valor mínimo ou, ainda, se quiserem ter direito a todos os benefícios devidos aos outros segurados do RGPS, podem contribuir facultativamente para a Previdência Social, conforme disposto no art. 25, §1º, da Lei de Custeio (art. 39, inciso II, Lei nº 8.213/91).Portanto, a Lei faculta aos segurados especiais a contribuição idêntica aos dos contribuintes individuais, para percepção dos benefícios em forma de igualdade com os outros segurados do RGPS. 
Nesse sentido, a Súmula nº 272 do STJ: “O trabalhador rural, na condição de segurado especial, sujeito à contribuição obrigatória sobre a produção rural comercializada, somente faz jus à aposentadoria por tempo de serviço, se recolher contribuições facultativas”.
Entretanto, tanto o segurado especial quanto o segurado empregado rural têm direito de ver computado o tempo de serviço/contribuição anterior à data de início de vigência da Lei nº 8213/91 (até novembro de 1991, já que o primeiro Decreto que regulamentou as Leis de Custeio e de Benefícios é de dezembro de 1991) independentemente do recolhimento de contribuições (art. 55, §2º, Lei nº 8213/91), exceto para efeito de carência. A posição do STJ, no entanto, é de que a contagem desse tempo de serviço depende do recolhimento das contribuições. (Veja-se que o STJ, em seus julgados, emprega o termo “contagem recíproca” tanto para referir-se ao intercâmbio de tempo de contribuição entre regime estatutário e RGPS, quanto para o tempo de atividade urbana e atividade rural).
Sobre a contribuição do segurado especial, Marina Vasques esclarece que “(…) o artigo 25 da Lei de Custeio prevê dois tipos de contribuição. Uma, obrigatória, no valor de 2% e 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção; e, outra, facultativa, idêntica a dos contribuintes individuais (§ 1º). A contribuição obrigatória não reverte em nenhum benefício para o segurado. Trata-se de contribuição para a seguridade social como um todo, semelhante (não idêntica) à contribuição das empresas sobre o faturamento”.
Acerca da contagem recíproca propriamente dita (entre o regime geral e o estatutário), foi pacificado pelo STF, no julgamento da medida cautelar na ADIN nº 1.664, o entendimento de que o cômputo do tempo de serviço rural depende do recolhimento das contribuições. Nesse sentido, foi editada a Súmula nº 10 da TUN dos JEFs: “O tempo de serviço rural anterior a 05 de abril de 1991 (Art. 143, Lei nº 8.213/91), pode ser utilizado para fins de CONTAGEM RECÍPROCA, assim entendida aquela que soma tempo de atividade privada, rural ou urbana, ao de serviço público estatutário, DESDE QUE REOLHIDAS AS RESPETIVAS CONTRIUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS.
5.2 Segurados Facultativos
Pode filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, como segurado facultativo, a PESSOA MAIOR DE DEZESSEIS ANOS DE IDADE que não exerça atividade remunerada que a enquadre como segurado obrigatório da previdência social e que não esteja vinculada a qualquer outro regime de previdência (exceto na hipótese de afastamento sem vencimento e desde que não permitida, nesta condição, contribuição ao respectivo regime próprio – art. 11, §2º do RPS).
Consideram-se segurados facultativos entre outros: a dona-de-casa; o síndico de condomínio quando não remunerado; o estudante; o brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior; aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social; o membro de conselho tutelar de que trata o artigo. 132 da Lei 8.069/90, quando não estiver vinculado a qualquer regime de previdência social; o bolsista e o estagiário que prestam serviço à empresa de acordo com a Lei 6.494/77; o bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa, curso de especialização, pós-graduação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se filiado a regime previdenciário de país com o qual o Brasil mantenha acordo internacional.
Como o facultativo se torna segurado do INSS? O segurado facultativo pode filiar-se à Previdência Social por sua própria vontade, o que só gerará efeitos a partir da inscrição e do primeiro recolhimento, não podendo este retroagir e não sendo permitido o pagamento de contribuições relativas a meses anteriores a data da inscrição. Após a inscrição, o segurado facultativo somente pode recolher contribuições em atraso quando não tiver ocorrido perda da qualidade de segurado. Caso o segurado facultativo venha a exercer alguma atividade remunerada, automaticamente se converterá em segurado obrigatório, devendo passar a efetuar recolhimentos nesta condição. A filiação compulsória sempre se sobrepõe à facultativa.
5. Dependentes.
Os dependentes são beneficiários do RGPS, podendo usufruir de alguns benefícios previdenciários. Destaca-se que A RELAÇÃO DE DEPENDENTES Á DEFINIDA PELA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA, NÃO CABENDO AO SEGURADO A INDICAÇÃO DE SEUS DEPENDENTES. 
Os dependentes não efetuam inscrição prévia no INSS; devem se dirigir às agências da Previdência com esta finalidade apenas no momento do requerimento do benefício. 
Destaca-se que os dependentes da primeira classe têm dependência econômica presumida, EXCETO OS EQUIPARADOS A FILHO (TUTELADO OU ENTEADO). Os dependentes das segunda e terceira classes devem comprovar a dependência econômica para ter direito aos benefícios previdenciários. A dependência econômica pode ser parcial ou total, devendo, no entanto, ser permanente (Art. 17, § 3º, da IN 45/2010). 
Também se destaca que a emancipação decorrente da colação de grau em curso superior de ensino não extingue os direitos previdenciários do dependente inválido depois de sua formatura. As demais situações de emancipação do inválido são consideradas pelo INSS como causa da perda da qualidade de dependente se a invalidez se deu após a emancipação. Isso implica dizer, por exemplo, que o filho de 17 anos de idade, casado, que ficou inválido após seu casamento não faz jus a benefícios previdenciários como dependente (art. 26, III, IN 45/2010).
A Lei 12.470, de 31 de agosto de 2011, alterou a redação do art. 16, I e III, da Lei 8213/91, incluindo expressamente no rol de dependentes previdenciários o filho ou o irmão que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente. 
Com a alteração ficou claro que, mesmo que o filho ou irmão sejam apenas relativamente incapazes terão direito de manter a qualidade mesmo após completar 21 anos de idade. 
Lei 8.213/91:
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado:
I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; (Redação dada pela Lei nº 12.470 de 2011)
        II - os pais;
III – o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; (Redação dada pela Lei nº 12.470 de 2011) 
 § 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações os das classes seguintes.
        § 2º O ENTEADO E O MENOR TUTELADO equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)
      § 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal.
        § 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada.
 “Os dependentes são as pessoas que, embora não contribuindo para a Seguridade Social, a Lei de Benefícios elenca como possíveis beneficiários do Regime Geral de Previdência Social” (Castro e Lazzari). 
Atente-seque após o falecimento de dependente superior, o benefício não se transfere para os dependentes inferiores, só para os de mesma hierarquia (transferência da quota). Não havendo outros dependentes da mesma categoria, o benefício deixa de existir.
Para fins de inscrição e concessão de benefício a dependente inválido, a invalidez será comprovada mediante exame médico-pericial a cargo do INSS. Ainda sobre este dependente, o RPS determina que inexiste perda da condição de dependente inválido emancipado pela colação de grau em curso de ensino superior, donde se depreende que a emancipação por qualquer outra forma causa a perda da condição de segurado. Para Zambitte, o manutenção também deveria ocorrer no caso de casamento, já que também nesta hipótese pode-se afirmar que a invalidez e a dependência econômica não estão eliminadas. 
Merece destaque a situação de alguns tipos de dependentes:
a) União homoafetiva. Considerando a determinação judicial constante da Ação Civil Pública n.° 2000.71.00.009347-0, da 3.ª Vara Federal Previdenciária de Porto Alegre-RS, o INSS editou Instrução Normativa garantindo o direito à pensão por morte ao companheiro ou companheira homossexual, para óbitos ocorridos a partir de 05.04.91, desde que atendidas todas as condições exigidas para o reconhecimento do direito a esse benefício, observado o disposto no art. 105 do RPS. Assim, o companheirismo decorrente de relações homoafetivas exige demonstração da vida em comum
Atenção! O STJ vem entendendo ser presumida a dependência econômica daquele que vive em união homoafetiva com o segurado do INSS, estendendo-lhe os mesmos direitos do cônjuge ou companheiro, inclusive nos regimes de previdência privada. No mesmo sentido, decisão do TRF5 de 2012 relatada pelo Desembargador examinador Francisco Barros Dias, na Segunda Turma. 
b) a dependência do cônjuge (classe I) é presumida. Contudo, em caso de separação, há o rompimento do vínculo previdenciário, deixando de ser dependente do segurado o cônjuge ou companheiro, exceto quando na separação fica assegurado o direito a alimentos.
Ainda que não tenham sido fixados alimentos quando da separação do casal, o entendimento majoritário dos Tribunais tem permanecido fiel ao enunciado 64 da Súmula do extinto TFR, que assim dispõe: “A mulher que dispensou, no acordo de desquite, a prestação de alimentos, conserva, não obstante, o direito à pensão decorrente do óbito do marido, desde que comprovada a necessidade do benefício.”
Nessa vereda, o STJ acabou por editar o enunciado 336 da sua Súmula, sufragando o entendimento do TFR. Eis o seu teor: “A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente.” 
Outra questão de relevo quanto ao alcance do inciso I do artigo 16 é o problema das uniões estáveis simultâneas. É considerada união estável aquela verificada entre homem e mulher como entidade familiar, quando forem solteiros, separados judicialmente, divorciados ou viúvos, ou tenham prole em comum, enquanto não se separarem — art. 226, § 3º, da Constituição Federal.
Sob tal óptica, a 1ª Turma do STF decidiu que a concubina não tem direito a dividir a pensão com a viúva, em face da Constituição proteger somente o núcleo familiar passível de se converter em casamento. No caso, a segunda união desestabiliza a primeira (RE n. 397762, Relator Min. Marco Aurélio Mello, DJe de 13.8.2008).
O STJ também não tem admitido a simultaneidade de uniões estáveis. 
O TRF5 PARECE TER ENTENDIMENTO PELA POSSIBILIDADE DE RATEIO DA PENSÃO POR MORTE ENTRE ESPOSA E CONCUBINA. EM VÁRIAS EMENTAS, INCLUSIVE DE 2013, DA PRIMEIRA E TERCEIRA TURMAS, CONSTA A SEGUINTE FRASE: 3. Este Tribunal Federal tem posicionamento firmado acerca da possibilidade de partilha de pensão entre a viúva e a concubina, mesmo que não haja separação de fato da esposa, desde que reste comprovado que a concubina mantinha uma união estável (convivência duradoura e pública) com o falecido.
c) A L 9032/95 retirou do rol de dependentes o menor designado. 
Tal exclusão foi objeto de muitas demandas judiciais. Quanto à matéria, importa conferir o entendimento jurisprudencial do STJ:
[...] 1. É assente o entendimento no âmbito das Turmas que compõem a Terceira Seção deste Superior Tribunal de que, em sendo o óbito do segurado o fato gerador da pensão por morte ocorrido após o advento da Lei 9.032/95, que excluiu o menor designado do rol de dependentes do segurado no Regime Geral de Previdência Social, não terá o infante direito ao benefício.
2. Em tal situação, não há falar em direito adquirido, mas em mera expectativa de direito, uma vez que os requisitos necessários para a concessão da pensão por morte ainda não tinham sido reunidos quando da modificação legislativa.
3. Agravo regimental improvido. STJ. 5.ª T. AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL – 510492. Processo: 200300465088-PB. Data da decisão: 05/12/2006. DJ DATA: 05/02/2007 PÁGINA:325. Relator(a): ARNALDO ESTEVES LIMA
Da mesma forma ocorre em relação ao menor sob guarda, excluído do rol de dependentes pela medida provisória 1.523, de 11.10.1996, a qual resultou na Lei 9.528/97. Embora haja opiniões pela inconstitucionalidade da exclusão, a TNU dos JEFs já se manifestou pela incidência da nova normatização-, senão vejamos: 
Nesse sentido, a Terceira Seção do STJ pacificou o entendimento de que "não existe direito do menor sob guarda à pensão por morte quando o falecimento do instituidor do benefício ocorre na vigência da Lei n. 9.528/97. Não se aplica aos benefícios mantidos pelo RGPS o ECA, norma de cunho genérico. Há lei específica sobre a matéria, o que faz com que prevaleça, nessa hipótese, o estatuído pelo art. 16, § 2º, da Lei n. 8.213/91, alterado pela Lei n. 9.528/97." (EREsp 801.214-BA, Rel. Min. Nilson Naves, julgado em 28.5.2008). 
No mesmo sentido (STJ – 2013)
O TRF 5, EM DECISÕES DE 2013, DA PRIMEIRA E TERCEIRA TURMAS, VEM ACATANDO O POSICIONAMENTO DOS TRIBUNAIS SUPERIORES, PELA IMPOSSIBILIDADE DE ENQUADRAMENTO DO MENOR SOB GUARDA COMO DEPENDENTE.
Alguns autores disordam, como Carlos Alberto Pereira de Castro e João Batista Lazzari. Eis o magistério desses autores, ipsis litteris:
Essa restrição representa uma vulneração aos arts. 6º e 227 da Constituição Federal e às disposições protetivas inseridas no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069, de 13.7.90). Especialmente porque a guarda, segundo dispõe o art. 33 do Estatuto, obriga à prestação de assistência global e, sobretudo, assegura à criança ou ao adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos, inclusive previdenciários. 
c) No que diz respeito aos incisos I e III, merece destacar os reflexos na legislação previdenciária decorrente da alteração da maioridade implementada pelo Novo CC, vigente desde 13.01.03. Além da Lei 8.213/91 ser especial em relação ao Código, prevalecendo em relação a este, temos que a Lei Civil trata da maioridade civil, enquanto a legislação previdenciária menciona filho ou irmão não-emancipado menor de 21 anos ou inválido, sendo conceitos distintos. 
Em verdade, a mens legis do novo Código civil não foi excluir direitos, mas ampliá-los, conforme entendimento explicitado no Enunciado nº 3 aprovado pelo Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal: “Art. 5º: a redução do limite etário para a definição da capacidade civil aos 18 anos não altera o disposto no art. 16, I, da Lei n. 8.213/91, que regula específica situação de dependência econômica para fins previdenciários e outras situações similares de proteção, previstas em LEGISLAÇAO ESPECIAL.”
d) Desde a edição da Lei nº 9.032/95, não mais existe como dependente a classe das pessoas designadas.. Nesse sentido, a Súmula nº 04 da TUN dos JEFs: “Não há direito adquirido, na condição de dependente, pessoa designada, quando o falecimento do segurado deu-se após o advento da Lei 9.032/95”.
e) O filho maior de 21 anos queestiver cursando estabelecimento de Ensino Superior ou escola técnica de Ensino Médio, até os 24 anos, não mantém a qualidade de dependente junto ao RGPS. A previsão citada somente é válida para efeitos do imposto de renda (art. 77 do §2º da Decreto nº 3.000/99) e para alguns regimes próprios de previdência. Embora este seja o entendimento jurisprudencial dominante, há divergência no TRF5 em relação ao assunto. Vejamos alguns julgados:
PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. PENSÃO POR MORTE. FILHA NÃO-INVÁLIDA. CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO AOS 21 ANOS DE IDADE. PRORROGAÇÃO ATÉ OS 24 ANOS POR SER ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA. IMPOSSIBILIDADE.
1. A qualidade de dependente do filho não-inválido extingue-se no momento que completar 21 (vinte e um) anos de idade, nos termos do art. 77, § 2º, inciso II, da Lei n.º 8.213/91.
2. Não havendo previsão legal para a extensão do pagamento da pensão por morte até os 24 (vinte e quatro) anos, por estar o beneficiário cursando ensino superior, não cabe ao Poder Judiciário legislar positivamente. Precedentes.
3. Recurso especial conhecido e provido.
(STJ, RESP 718471, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 06.12.2005, DJ 01.02.2006 p. 598)
EMENTA: PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. MAIOR DE 21 ANOS. PRORROGAÇÃO DO DIREITO AO BENEFÍCIO ATÉ OS 24 ANOS, EM RAZÃO DE SER ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. ART. 77, § 2º, II, DA LEI 8.213/91. PROVIMENTO.
I - Nos termos do inciso II, do § 2º do artigo 77 da Lei 8.213/91, o filho beneficiário de pensão por morte, não inválido, ao completar 21 anos, perde o direito de perceber referido benefício, sendo irrelevante o fato de ainda cursar ensino superior.
II - Incidente provido.
(TNU, PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL, Rel. JUIZ FEDERAL RENATO TONIASSO, julgado em 27.03.2006, DJ 05.05.2006)
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO TEMPORÁRIA POR MORTE DE SERVIDOR PÚBLICO. CONTINUIDADE DO PAGAMENTO A DEPENDENTE MAIOR DE 21 (VINTE E UM) ANOS QUE NÃO É INVÁLIDO, ATÉ A CONCLUSÃO DO CURSO UNIVERSITÁRIO OU ATÉ COMPLETAR 24 (VINTE E QUATRO) ANOS. IMPOSSIBILIDADE.
1- Não assiste ao dependente maior de 21 (vinte e um) anos, mesmo que seja estudante universitário, o direito à continuidade do recebimento da pensão temporária por morte, até a conclusão dos seus estudos ou até completar 24 (vinte e quatro) anos de idade, se não é inválido, a teor do disposto no art. 217, II, "d", da Lei nº 8.112/90. Precedentes jurisprudenciais.
2 - Apelação E Remessa Oficial providas.
(TRF 5ª REGIÃO, AMS 90195, Rel. Desembargador Federal Napoleão Maia Filho, SEGUNDA TURMA, julgado em 09.05.2006, DJ 22.08.2006 p. 397)
Em sentido contrário:
PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PENSÃO POR MORTE. PEDIDO DE PRORROGAÇÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. ARTS. 205 E 206 DA CF c/c PARAGRAFO 1º, III, DO ART. 35 DA LEI Nº 9.250/95.
- "Os dependentes a que se referem os incisos III e V deste artigo poderão ser assim considerados quando maiores até 24 anos de idade, se ainda estiverem cursando estabelecimento de ensino superior ou escola técnica de segundo grau" (art. 35, III, parágrafo 1º, da Lei nº9.250//95).
- É devida a prorrogação do benefício previdenciário pelo filho maior dependente, tendo como objetivo possibilitar a continuidade dos estudos, tornando eficaz o preceito constitucional, que assegura o direito à educação.
- Agravo de instrumento provido.
(TRF 5ª REGIÃO, AG 68067, Rel. Desembargador Federal Marcelo Navarro, QUARTA TURMA, julgado em 15.08.2006, DJ 21.09.2006 p. 182)
7. Manutenção e Perda da Qualidade de Segurado
Lei 8.213/91:
Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:
PERÍODO DE GRAÇA
        I – SEM LIMITE DE PRAZO QUEM ESTÁ EM GOZO DE BENEFÍCIO (INLUSIVE EM CASO DE AUXÍLIO-ACIDENTE);
       II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;
        III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória;
        IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso;
        V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; 
        VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.
        § 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.
        § 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
Nota:
Atualmente Ministério do Trabalho e Emprego. Denominação instituída pela Medida Provisória nº 1.795, de 1º.1.1999, reeditada até a de nº 2.216-37, de 31.8.2001, posteriormente transformada na Medida Provisória nº 103, de 1º.1.2003, convertida na Lei nº 10.683, de 28.5.2003.
Para fins do acréscimo disposto no § 2 retromencionado, as anotações referentes ao seguro-desemprego ou o registro no SINE-Sistema Nacional de Emprego servem para a comprovação de desempregado junto ao INSS.
Importante, todavia, mencionar o entendimento da Turma Nacional de Uniformização dos JEFs:
SÚMULA 27: A ausência de registro em órgão do Ministério do Trabalho não impede a comprovação de desemprego por outros meios admitidos em Direito.
TRF4 (TRF5 NO MESMO SENTIDO) 
Assim, o registro perante o Ministério do Trabalho e da Previdência Social poderá ser suprido quando for comprovada tal situação por outras provas constantes dos autos, inclusive a testemunhal". Não obstante, "a ausência de anotação laboral na CTPS do requerido não é suficiente para comprovar a sua situação de desemprego, já que não afasta a possibilidade do exercício de atividade remunerada na informalidade". 4. Tendo sito encerrada prematuramente a instrução, sem que possibilitado à parte autora a comprovação, por outros meios, da alegada situação de desemprego do segurado, impõe-se a anulação do feito, com a reabertura da instrução. (TRF4, APELREEX 0009440-90.2013.404.9999, Quinta Turma, Relator Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E. 26/07/2013)
        § 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social.
        § 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos.
(…)
Art. 102. A perda da qualidade de segurado importa em caducidade dos direitos inerentes a essa qualidade. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)
        § 1º A perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à aposentadoria para cuja concessão tenham sido preenchidos todos os requisitos, segundo a legislação em vigor à época em que estes requisitos foram atendidos. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) 
        § 2º Não será concedida pensão por morte aos dependentes do segurado que falecer após a perda desta qualidade, nos termos do art. 15 desta Lei, salvo se preenchidos os requisitos para obtenção da aposentadoria na forma do parágrafo anterior.(Parágrafo incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)
O enunciado n.º 416 da Súmula do STJ reforça a exceção hospedada no sobredito comando legal, nos seguintes termos: “É devida a pensão por morte aos dependentes do segurado que, apesar de ter perdido essa qualidade, preencheu os requisitos legais para a obtenção de aposentadoria até a data do seu óbito.”
Período de graça:
Chama-se período de graça o lapso temporal durante o qual, mesmo havendo a interrupção dascontribuições e não estando o trabalhador exercendo atividade que o vincule obrigatoriamente à Previdência, o segurado mantém a qualidade de segurado. Tal período NÃO CONTA PARA CARÊNCIA, nem como tempo de contribuição, exceto em relação ao salário-maternidade, já que neste caso o benefício é salário-de-contribuição. 
A Lei nº 10.666, de 08 de maio de 2003, que converteu a MP 83, de 12/12/2002, em seu art. 3º, determinou que a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial. Desta forma, se o trabalhador passar anos sem exercer atividade remunerada, só precisará laborar, quando retornar, o tempo restante necessário para a obtenção do aposento, sem necessidade de completar, como na regra geral, um terço da carência.
Também na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão de tal benefício, desde que o referido segurado conte com o tempo de contribuição correspondente ao exigido, para efeito de carência, na data do requerimento do benefício (art. 3º, §1º da Lei nº 10.666/03).
A propósito, o TRF da 1ª Região tem entendido que a carência reduzida prevista no art. 142 da LBPS se aplica àqueles que perderam a qualidade de segurado. Veja-se:
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO. APLICABILIDADE DO ART. 142 DA LEI 8.213/91. IMPLEMENTAÇÃO DOS REQUISITOS. NÃO-SIMULTANEIDADE. TERMO INICIAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. EFEITOS PATRIMONIAIS. PAGAMENTO.
1. A carência reduzida constante do art. 142 da Lei 8.213/91 deve ser aplicada a todos os segurados inscritos na Previdência Social Urbana até 24/07/91, pois a lei não faz nenhuma distinção quanto àqueles que perderam a qualidade de segurado.
2. Este Tribunal e o Superior Tribunal de Justiça - STJ firmaram entendimento no sentido da não-exigência de simultaneidade do implemento dos requisitos para obtenção da aposentadoria por idade.
3. Preenchidos o requisito etário e a carência exigida pela Lei 8.213/91, é de ser concedida à impetrante a sua aposentadoria por idade. 
4. Termo inicial do benefício fixado a partir do requerimento administrativo (art. 49 da Lei 8.213/91).
5. Correção monetária aplicada nos termos da Lei n° 6.899/81, observando-se os índices previstos no Manual de Orientação de Procedimentos para Cálculos na Justiça Federal, incidindo desde o momento em que cada prestação se tornou devida.
6. Juros de mora de 1% ao mês, a contar da notificação, em relação às parcelas a ela anteriores, e de cada vencimento, quanto às subseqüentes, até a entrada em vigor da Lei nº 11.960/2009, a partir de quando os juros de mora incidirão à razão de 0,5% ao mês, ou com outro índice de juros remuneratórios das cadernetas de poupança que eventualmente venha a ser estabelecido.
7. O STJ já decidiu que, na hipótese de relações de trato sucessivo, os efeitos patrimoniais devem retroagir aos cento e vinte dias anteriores à impetração do writ. Precedentes.
8. As parcelas vencidas entre a data da impetração e a concessão de ordem submetem-se ao regime de precatório, nos termos do art. 100 da CF/88.
9. Apelação provida.
10. Sentença reformada. (Grifou-se.)
Durante o período de graça, o segurado conserva todos os seus direitos perante a previdência social, podendo solicitar benefícios normalmente, exceto o salário-maternidade e o auxílio-acidente, que foram indevidamente excluídos pela legislação previdenciária. (há entendimentos em sentido contrário!!!)
A jurisprudência do TRF5 e do STJ firmou-se no sentido de que não há perda da qualidade de segurado se a suspensão do recolhimento das contribuições é involuntária, por exemplo, em caso de doença, ainda que não tenha o segurado requerido o benefício respectivo (auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez). Nesse sentido: 
RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. NÃO RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES EM RAZÃO DE INCAPACIDADE PARA O TRABALHO. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO. INOCORRÊNCIA. MATÉRIA PACIFICADA.
1. A Egrégia 3ª Seção desta Corte Superior de Justiça firmou já entendimento no sentido de que o trabalhador que deixa de contribuir para a Previdência Social por período superior a doze meses, em razão de estar incapacitado para o trabalho, não perde a qualidade de segurado.
2. "A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial." (Súmula do STJ, Enunciado nº 7).
3. Recurso especial improvido.
STJ RESP 543629/SP - Órgão Julgador: SEXTA TURMA. Rel. Min. HAMILTON CARVALHIDO Data da decisão: 23/03/2004 DJ DATA: 24/05/2004 PÁGINA: 353.
PREVIDENCIÁRIO - PENSÃO POR MORTE - PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO - IRRELEVÂNCIA - CARÊNCIA CUMPRIDA - DIREITO ADQUIRIDO – CESSAÇÃO INVOLUNTÁRIA DAS CONTRIBUIÇÕES - POSSIBILIDADE DE CONCESSÃO DO BENEFÍCIO - PRECEDENTES.
1. Não obstante posições em contrário a respeito da perda da qualidade de segurado perante a Previdência Social, o colendo Superior Tribunal de Justiça tem sinalizado no sentido de que: perde a qualidade de segurado aquele que deixa de contribuir voluntariamente para a Previdência, por período superior ao previsto em lei, e não aquele que, após contribuir por mais de 60 (sessenta) meses, cessa as contribuições previdenciárias, por força de desemprego involuntário ou por motivo de doença grave. Precedentes: (STJ - RESP 543177 - SP - 5ª T. - Rel. Min. LAURITA VAZ - DJU 24/11/2003 PG:00376) - (STJ - RESP 175265 - SP - 5ª T. - Rel. Min. JOSÉ ARNALDO DA FONSECA – DJU DATA: 07/12/1998).
2. O benefício pensão por morte independe de carência, bastando a comprovação de que o falecido era segurado da Previdência Social na data do óbito, bem como a dependência da parte autora em relação ao de cujus para ensejar a concessão do benefício.
3. Apelação improvida.
TRF5 – 1ª Turma. AC - Apelação Civel – 362707. Processo: 200180000087954/AL. Data da decisão: 17/08/2006. DJ 13/10/2006 – Página 1052. Relator(a): Hélio Sílvio Ourem Campos.
Porém, o entendimento não se aplica se o impedimento para o trabalho é posterior à perda da qualidade de segurado:
PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO. INDEFERIMENTO DO BENEFÍCIO. (...) 2. Sendo o impedimento para o trabalho posterior à perda da qualidade de segurado, não preenche a autora requisito necessário para concessão do benefício. (TRF4, REOAC 0015635-96.2010.404.9999, Quinta Turma, Relator Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E. 16/12/2010)
Perda da qualidade de segurado e aproveitamento das contribuições:
Assim tem decidido o TRF4: 
AC - APELAÇÃO CIVEL Processo: 0004227-11.2010.404.9999	Data da Decisão: 05/04/2011	
Relator p/ Acórdão 	RICARDO TEIXEIRA DO VALLE PEREIRA Revisor 	RICARDO TEIXEIRA DO VALLE PEREIRA
Decisão 	[...] decide a Colenda 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por maioria, vencido o Relator, dar provimento à apelação da parte autora e determinar a imediata efetivação do benefício [...].
PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. QUALIDADE DE SEGURADO. CONTRIBUIÇÕES ANTERIORES. APROVEITAMENTO. ART. 24, PARÁGRAFO ÚNICO, E 25, INCISO I, DA LEI 8.213/91. INCAPACIDADE. COMPROVAÇÃO. CONCESSÃO.
1. Quatro são os requisitos para a concessão dos benefícios em tela: (a) a qualidade de segurado do requerente; (b) o cumprimento da carência de 12 contribuições mensais, (c) a superveniência de moléstia incapacitante para o desenvolvimento de qualquer atividade que garanta a subsistência, (d) o caráter temporário ou definitivo da incapacidade, respectivamente.
2. Hipótese em que havendo a perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a esse evento poderão ser computadas para efeito de carência se o segurado contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com, no mínimo, 1/3 (um terço) das 12 contribuições exigidas para a concessão do respectivo benefício, conforme dispõe o artigo 24, parágrafo único, e 25, inciso I, da Lei de Benefícios.
3. Comprovada a existência

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