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DIREITO PENAL - Teoria geral do crime: conceito; objeto; sujeitos; conduta; tipicidade; culpabilidade. Bem jurídico. Tempo e lugar do crime. Punibilidade. Erro. Concurso de crimes e crime continuado. Crimes contra a organização do trabalho. Crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos. Crimes contra os costumes (Código Penal). Crime de corrupção de menores. Crimes contra a criança e o adolescente. Crimes contra a família. Estatuto do idoso. Crimes de produção, uso e tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL - Jurisdição. Competência. Conexão e continência. Prevenção. Questões e procedimentos incidentes. Competência da Justiça Federal dos Tribunais Regionais, do STJ e do STF. Perpetuatio jurisdictionis. Conflito de competência. Procedimento da ação penal originária nos tribunais. 
DIREITO CIVIL - Prescrição e decadência. Prova. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL - Sujeitos do processo: o juiz, sua atuação e poderes, impedimento e suspeição; parte e respectivos conceitos material e processual, espécies, representação, legitimação ordinária e extraordinária; sujeitos especiais do processo; o Ministério Público, sua atuação como parte e fiscal da lei, impedimento e suspeição; a advocacia, privada e estatal, inclusive a defensoria pública. Deveres das partes, seus procuradores e demais partícipes do processo; substituição e sucessão de partes e procuradores. Representação técnica. Litisconsórcio: conceito, espécies, a problemática da unitariedade e necessariedade. Intervenção de terceiros: conceito de terceiro, classificação das modalidades interventivas, figuras típicas (assistência simples e litisconsorcial, oposição, nomeação à autoria, denunciação à lide, chamamento ao processo) e atípicas, conceito, natureza, cabimento, aspectos procedimentais. Procedimento: natureza, conceito, classificação; distinção entre processo e procedimento; procedimentos sem processo. Procedimentos do processo de conhecimento (comum, ordinário e sumário); procedimentos especiais. Ato processual: conceito, forma, tempo, nulidades (teoria processual das nulidades, princípios respectivos, identificação, decretação e convalidação); prazos (classificação e modos de contagem); fases procedimentais.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO - Seguridade Social. Saúde, Previdência e Assistência. Distinções.
DIREITO PENAL
DIREITO PENAL - Teoria geral do crime: conceito; objeto; sujeitos; conduta; tipicidade; culpabilidade. Bem jurídico. Tempo e lugar do crime. Punibilidade. Erro. Concurso de crimes e crime continuado. Crimes contra a organização do trabalho. Crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos. Crimes contra os costumes (Código Penal). Crime de corrupção de menores. Crimes contra a criança e o adolescente. Crimes contra a família. Estatuto do idoso. Crimes de produção, uso e tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins. 
TEORIA GERAL DA INFRAÇÃO PENAL
A infração penal no Brasil é dualista (ou bipartido, binário), pois prevê duas espécies: crime (delito) e contravenção penal. 
( A diferença entre crime e contravenção penal é de grau, puramente axiológica, não ontológica. Os fatos mais graves são crimes ou delitos, os menos graves considerados contravenções penais.
( O que é mais grave ou menos grave depende de opção política e ainda de percepção política. Vejamos o exemplo absurdo: 
( Segundo a LICP, no crime, a pena é de reclusão ou detenção; e na contravenção, a pena é de prisão simples. Cita a celeuma que surgiu a partir do art. 28 da Lei de Drogas ( Como ficaria o crime previsto no art. 28 da Lei de Drogas, considerando o entendimento da lei de introdução ao Código Penal? 
Segundo LFG, estar-se-ia diante de uma infração penal sui generis, eis que não há previsão de pena para a sua prática. Para o STF, entretanto, se trata de crime punido com pena não privativa de liberdade, conforme autorizado pela CF.
( Embora, a diferença entre as espécies esteja no grau de violação dos interesses do Estado (gravidade), sendo meramente axiológica (teoria valorativa). Apesar de ontologicamente (natureza comum inerente a todos) serem idênticos, são diferentes quanto à gravidade. E daí se faz necessário falar das diferenças entre elas.
 DIFERENÇAS ENTRE CRIME E CONTRAVENÇÃO PENAL
	
CRIME 
OU 
DELITO
	
CONTRAVENÇÃO OU 
CRIME ANÃO OU 
DELITO LILIPUTIANO OU 
CRIME VAGABUNDO
	
Segundo a lei de introdução ao código penal, o crime é punido com pena de reclusão ou de detenção + multa – sendo esta facultativa
	
A contravenção penal será punida com pena de prisão simples (estabelecimento adequado, longe de criminosos, com menor rigor carcerário) ou multa (art. 6º, da LCP)
	
Admite Ação Penal pública ou privada
	
Só é perseguida por ação penal pública incondicionada (art. 17, LCP), exceto as vias de fato, que será perseguida por ação penal pública condicionada a representação, eis que a lesão corporal leve, que é mais grave, depende de representação. 
O STF não concorda (?) com essa criação da jurisprudência, eis que o que determina a espécie de ação, não é sua gravidade, mas sim a conveniência de se passar a iniciativa desta para o particular. (HC 80617, julgado em 20/03/2001 neste sentido)
Em se tratando de vias de fato contra a mulher, no contexto da Lei Maria da Penha, também é dispensada a representação, mas por força da previsão de afastamento da Lei nº 9.099/95. 
	
Tentativa é punível
	
Tentativa impunível (art. 4º, da LCP)
	
Admite extraterritorialidade
A intraterritorialidade, que é a aplicação da lei penal estrangeira ao crime cometido no Brasil, é admitida tanto para crime, quanto para contravenção.
	
Não admite extraterritorialidade
A intraterritorialidade, que é a aplicação da lei penal estrangeira ao crime cometido no Brasil, é admitida tanto para crime, quanto para contravenção.
	Pode ser competência da Justiça Estadual ou Federal
Ressalta-se que, o crime federal cometido em conexão com a contravenção gera a separação dos processos. (neste sentido STJ,AgRg no CC118914, Rel. Min. Laurita Vaz, p. 07/03/2012, julgados anteriores, porém, afirmavam ser hipótese de aplicação da Súmula 122 do STJ, competindo o julgamento à JF)
	Sempre será competência da Justiça Estadual (art. 109, IV, da CF) – JESP, salvo no caso de contravenção penal praticado por detentor de foro por prerrogativa de função federal. 
Como por exemplo, o juiz federal que pratica contravenção penal. 
OBS.: Havendo concurso entre crime e contravenção, a prisão simples, imposta cumulativamente com detenção ou reclusão, será executada por último, na forma do art. 76, do CP (“No concurso de infrações, executar-se-á primeiramente a pena mais grave”).
	
O limite de cumprimento de pena será de 30 anos (art. 75, CP)
	
O limite de cumprimento de pena será de 05 anos (art. 10, da LCP)
	
Sursis – o período de prova do sursis varia de 02 a 04 ou de 04 a 06 anos
	
Sursis – o período de prova é de 01 a 03 anos 
	
Regime de cumprimento da pena: O crime punido com detenção, por meio da regressão, poderá ser cumprido no regime fechado.
	
Jamais será cumprida no regime fechado, nem mesmo por meio de regressão, sendo seu regime mais rigoroso o semi-aberto.
CONCEITO DE CRIME
. Formal: é aquilo que está estabelecido em norma penal incriminadora sob ameaça de sanção penal. 
. Material: é o comportamento humano indesejado, causador de relevante e intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado, passível de sanção penal. Assim, do ponto de vista material, uma subtração insignificante não é crime.
. Analítico: leva em consideração os elementos que compõe a infração penal; não está preocupado com o conceito em si, mas com a estrutura. Assim, prevalece ser composto de fato típico, ilicitude e culpabilidade.
( No tipo penal deve-se analisar: sujeito ativo,sujeito passivo, objeto material e objeto jurídico.
SUJEITO ATIVO 
É o personagem (autor) que pratica a infração penal. Quem pode ser sujeito ativo? Qualquer pessoa física e capaz, com idade igual ou superior a 18 anos. E a pessoa jurídica? Vejamos: pessoa jurídica como sujeito ativo de crime e da responsabilidade penal:
1ª corrente: a pessoa jurídica não pode praticar crimes ou ser responsabilizada penalmente. Para tal corrente, a responsabilidade penal da pessoa jurídica ofende os seguintes princípios: da responsabilidade subjetiva, da culpabilidade, da responsabilidade pessoal e da personalidade das penas. 
2ª corrente: a pessoa jurídica pode ser autora de crimes ambientais e, portanto, responsabilizada penalmente. Trata-se de responsabilidade objetiva autorizada pela própria CF/88. A pessoa jurídica deve responder por seus atos, adaptando-se o juízo de culpabilidade às suas características. Sua punição não viola o princípio da personalidade, transmitindo-se, eventualmente, efeitos da condenação.
3ª corrente: apesar de a pessoa jurídica ser um ente autônomo e distinta de seus membros, dotado de vontade própria não pratica crimes nem mesmo ambientais, mas pode ser responsabilidade penalmente nas infrações contra o meio ambiente (art. 3º da Lei 9.605/98).
E, para tanto, eis os requisitos para responsabilizar a pessoa jurídica: a) praticado por decisão de seu representante legal ou contratual; b) a seu mando; c) em seu benefício/interesse. 
No parágrafo único deste artigo existe o chamado SISTEMA DA DUPLA IMPUTAÇÃO (isto é: tem de denunciar a pessoa física autora e responsável pelo crime e a pessoa jurídica só responsável pelo crime). 
O STF (1ª Turma) entende pela desnecessidade de dupla imputação:
Crime ambiental: absolvição de pessoa física e responsabilidade penal de pessoa jurídica
É admissível a condenação de pessoa jurídica pela prática de crime ambiental, ainda que absolvidas as pessoas físicas ocupantes de cargo de presidência ou de direção do órgão responsável pela prática criminosa. Com base nesse entendimento, a 1ª Turma, por maioria, conheceu, em parte, de recurso extraordinário e, nessa parte, deu-lhe provimento para cassar o acórdão recorrido. Neste, a imputação aos dirigentes responsáveis pelas condutas incriminadas (Lei 9.605/98, art. 54) teria sido excluída e, por isso, trancada a ação penal relativamente à pessoa jurídica. [...]
No mérito, anotou-se que a tese do STJ, no sentido de que a persecução penal dos entes morais somente se poderia ocorrer se houvesse, concomitantemente, a descrição e imputação de uma ação humana individual, sem o que não seria admissível a responsabilização da pessoa jurídica, afrontaria o art. 225, § 3º, da CF. Sublinhou-se que, ao se condicionar a imputabilidade da pessoa jurídica à da pessoa humana, estar-se-ia quase que a subordinar a responsabilização jurídico-criminal do ente moral à efetiva condenação da pessoa física. Ressaltou-se que, ainda que se concluísse que o legislador ordinário não estabelecera por completo os critérios de imputação da pessoa jurídica por crimes ambientais, não haveria como pretender transpor o paradigma de imputação das pessoas físicas aos entes coletivos. Vencidos os Ministros Marco Aurélio e Luiz Fux, que negavam provimento ao extraordinário. Afirmavam que o art. 225, § 3º, da CF não teria criado a responsabilidade penal da pessoa jurídica. Para o Min. Luiz Fux, a mencionada regra constitucional, ao afirmar que os ilícitos ambientais sujeitariam “os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas”, teria apenas imposto sanções administrativas às pessoas jurídicas. Discorria, ainda, que o art. 5º, XLV, da CF teria trazido o princípio da pessoalidade da pena, o que vedaria qualquer exegese a implicar a responsabilidade penal da pessoa jurídica. Por fim, reputava que a pena visaria à ressocialização, o que tornaria impossível o seu alcance em relação às pessoas jurídicas.
RE 548181/PR, rel. Min. Rosa Weber, 6.8.2013.(RE-548181)
O TRF5 tem um precedente relativamente antigo que esposa esse mesmo entendimento:
PROCESSUAL PENAL. MANDADO DE SEGURANÇA. TRANCAMENTO DA AÇÃO. INÉPCIA DA DENÚNCIA. USO DO MANDADO DE SEGURANÇA EM SUBSTITUIÇÃO A HABEAS CORPUS. EXIGÊNCIA DE DUPLA IMPUTAÇÃO. RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURÍDICA E SUCESSÃO ENTRE EMPRESAS.
I. Mandado de segurança proposto pela SAELPA - Sociedade Anônima de Eletrificação da Paraíba com o objetivo de trancar ação penal contra ela promovida pelo MPF por suposto crime ambiental (depredação de manguezal no entorno de linha de transmissão de energia). Alegação de inépcia da denúncia, pela não-indicação de pessoa física co-autora da conduta.
II. O uso do mandado de segurança em substituição a habeas corpus tem fundamento na impossibilidade da pessoa jurídica sofrer restrição à sua liberdade de locomoção. Observação crítica quanto à dissimetria de instrumentos processuais entre pessoas físicas e jurídicas.
III. Nem a Constituição Federal de 1988, nem o art. 3º da Lei nº 9.605/98 exigem a imputação conjunta entre pessoa física e jurídica para os casos de crime ambiental. A Quarta Turma já admitiu a possibilidade de ação penal promovida unicamente contra pessoa jurídica, sem questionar a suposta necessidade de dupla imputação. Precedente: RSE nº 951/PE, Quarta Turma, Rel. Margarida Cantarelli, DJ 09/02/2007.
IV. Reconhecimento da jurisprudência dominante, segundo a qual "não se pode compreender a responsabilização do ente moral dissociada da atuação de uma pessoa física, que age com elemento subjetivo próprio" (Resp n.564960/SC, 5a Turma, Rel. Ministro Gilson Dipp, DJ de 13/06/2005). Precedentes do STJ: RMS nº 20601/SP, Quinta Turma, Rel. Félix Fischer, DJ 14/08/2006, p. 304; RMS nº 16696/PR, Sexta Turma, Rel. Hamilton Carvalhido, DJ 13/03/2006, p. 373; RESP nº 610114/RN, Quinta Turma, Rel. Gilson Dipp, DJ 19/12/2005, p. 463.
V. A privatização da SAELPA em 2000, posterior aos fatos narrados na denúncia, implicaria uma inexistente figura de sucessão penal, que encontra óbice no art.5o, XLV da Constituição Federal de 1988.
VI. Concessão da segurança para o trancamento da ação penal.
(PROCESSO: 200605000584014, MS95724/PB, RELATORA: DESEMBARGADORA FEDERAL MARGARIDA CANTARELLI, Quarta Turma, JULGAMENTO: 14/08/2007, PUBLICAÇÃO: DJ 24/10/2007 - Página 787)
Chama a responsabilidade de penal social (não é subjetiva nem objetiva, mas necessária), pois, como vive em sociedade, tem uma parcela de responsabilidade perante ela. Não é subjetiva, pois não tem dolo e culpa. O STJ adota como correta esta terceira corrente.
Classificação doutrinária quanto ao sujeito ativo:
Crime comum: o tipo não exige condição especial do agente. Admite coautoria e participação. 
Crime próprio: o crime exige condição especial do agente (p.ex. – peculato – art. 312, CP). Admite coautoria e participação. 
Crime de mão própria: o crime exige condição especial do agente e só pode ser cometido por ele. Só admite participação (não admite a coautoria). Daí o porquê da denominação da conduta do tipo de infungível. Ex: falso testemunho – art. 342, CP. 
OBS.: Advogado que induz testemunha pratica qual crime? Assim, tal advogado seria partícipe de tal crime. Contudo, o STF excepcionou tal crime, disse que o advogado é coautor deste crime. O STF está admitindo excepcionalmente a coautoria em crime de mão própria neste caso.
SUJEITO PASSIVO
É pessoa ou ente que sofre as consequências da infração penal. Temos duas espécies de sujeito passivo:
.Sujeito passivo formal (constante): é o Estado interessado na manutenção da paz pública e ordem social; e
.Sujeito passivo material (eventual): é o titular do interesse penalmente protegido. 
Quem pode ser sujeito passivo? Qualquer pessoa física ou jurídica, ente sem personalidade jurídica. Neste último caso é de CRIME VAGO (crimes contra a família ou a sociedade – o tráfico de drogas, p.ex.).
Sujeitopassivo próprio: É aquele que o tipo penal exige condição especial da vítima (ex: infanticídio – art. 123, CP – é o nascente ou neonato). 
Crime bipróprio: aquele exige qualidade ou condição especial dos dois sujeitos (ativo e passivo). Ex: infanticídio. OBS.: filho nascente (que está nascendo) ou neonato (que acabou de nascer). 
( O morto, não sendo titular de direitos, não é sujeito passivo de crime. Punem-se, entretanto, certos delitos contra o respeito aos mortos, sendo vítimas, no caso, a família ou a coletividade. 
( Os animais também não são vítimas de crime e podem apenas figurar como objeto material do delito, pois o sujeito passivo é o proprietário do animal ou, eventualmente, a coletividade. Ex: em princípio, um crime contra a fauna, é um crime contra a coletividade. 
( De acordo com a maioria, o homem não pode ser ao mesmo tempo, sujeito ativo e sujeito passivo do crime. Rogério Greco, entretanto, admite uma exceção, qual seja, o crime de rixa.
( Crime de dupla subjetividade passiva é aquele que obrigatoriamente tem pluralidade de sujeito passivo, de vítimas (ex: violação de correspondência, aborto não consentido, etc.).
( Pessoa jurídica pode ser vítima do delito extorsão mediante sequestro? Sim, por meio de privação da liberdade de um diretor, onde o resgate é exigido da pessoa jurídica, que será lesada em seu patrimônio. Ressalta-se que, na extorsão mediante sequestro, vítima é a pessoa que tem a sua liberdade e o seu patrimônio atingido.
( Pessoa jurídica pode ser vítima de crime contra a honra (calúnia, difamação ou injúria)? 
1ª c: pessoa jurídica pode ser vítima somente de difamação. Não pode ser vítima de calúnia, pois não pratica crime e também não pode ser vítima de injúria, pois não possui honra subjetiva (dignidade e decoro). ( STF e STJ 
2ª c: a pessoa jurídica não pode ser vítima de nenhum crime contra a honra, pois o capítulo do código penal só protege honra de pessoa física. ( Mirabete
OBJETO MATERIAL
É pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa.
Objeto material se confunde com sujeito passivo, sim ou não? Em regra, não. Excepcionalmente em alguns crimes se confunde, assim, o sujeito passivo coincide com o objeto material do crime (ex: homicídio). 
Existe crime sem objeto material, como nos delitos de ato obsceno e falso testemunho. Não recai sobre a pessoa ou a coisa.
OBJETO JURÍDICO
É o interesse tutelado pela norma.
O que é crime pluriofensivo? É o que lesa ou expõe a perigo mais de um bem jurídico. Ex: extorsão mediante sequestro (patrimônio e liberdade). Ex2: latrocínio. 
Não existe crime sem objeto jurídico, pois a lei penal tem de tutelar algum interesse. 
TEORIA GERAL DO CRIME
O direito penal é seletivo. Está preocupado com fatos humanos. Excluem-se os da natureza. Trata-se do PRINCÍPIO DA MATERIALIZAÇÃO DOS FATOS. Os fatos podem ser da natureza ou do homem. Fato da natureza da qual não participa o homem não interessa ao direito penal.
Fatos humanos são divididos em: - Fatos desejados; e - Fatos indesejados. Contudo, nem todos os fatos humanos indesejados interessam o direito penal, o qual é norteado pelo PRINCÍPIO INTERVENÇÃO MÍNIMA. 
Até agora, o direito penal seletivo: fato humano indesejado, que norteado pelo princípio da intervenção mínima, consiste na prática de conduta produtora de resultado que ajusta a determinado tipo penal. Aqui, já se tem um FATO TÍPICO (primeiro substrato do crime). 
Fato típico: 
.Conceito analítico: é primeiro substrato do crime (Bettiol); e .Conceito material: é o fato humano, indesejado (norteado pelo princípio da intervenção mínima) consistente numa conduta produtora de resultado com ajuste formal e material ao tipo penal. Elementos do fato tipo: 1. Conduta; 2. Resultado; 3. Nexo causal; e 4. Tipicidade penal.
O crime é formado por um segundo substrato do crime, a ilicitude. 
E o crime ainda tem um terceiro substrato, conforme a maioria, a culpabilidade. Daí aflora a punibilidade como conseqüência jurídica do crime, não como substrato do crime, mas sim como conseqüência jurídica do crime. 
Aula 7 – Dir. Penal - Prof.: Luiz Flavio Gomes – Curso LFG – Intensivo I
TIPICIDADE MATERIAL
O que é crime? Três respostas possíveis:
1. É um fato típico, antijurídico e culpável (conceito tripartido).
2. É um fato típico e antijurídico (conceito bipartido).
3. É um fato formal e materialmente típico e antijurídico (conceito bipartido) – LFG: para ele, culpabilidade é pressuposto da pena e juízo de reprovação do agente.
A diferença entre a 2ª e 3ª correntes é que a 3ª corrente acrescentou a tipicidade material, o aspecto material da tipicidade (Roxin e Zaffaroni). O fato típico é o requisito que está presente em qualquer conceito de crime.
Evolução histórica da tipicidade:
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1ª corrente histórica: causalismo ou naturalismo: final do século XIX – XX, primeira doutrina penal moderna que começou a dividir o crime em partes. O alemão Von Liszt foi o primeiro a fazer essa sistematização e Beling, discípulo de Liszt. Requisitos:	
1. Conduta humana; 
2. Resultado naturalístico: não é exigido em todos os crimes. São os crimes materiais. Ex: homicídio;
3. Nexo de causalidade: liga a conduta ao resultado; 
4. Adequação típica: o fato está adequado à lei. Ex: no Brasil cola eletrônica não é crime, por ausência de tipicidade (STF e STJ).
Para essa corrente, tipicidade é objetiva e neutra (não é valorado; é mera descrição abstrata do crime). Tipo penal é mera descrição abstrata do crime.
2ª corrente histórica: neokantismo. Esse movimento recupera a teoria dos valores de Kant do século XVII, por isso, neokantismo. O período histórico é de 1900 a 1930. O principal nome dessa corrente é Mezger. Para eles, a tipicidade é objetiva e valorativa. O que está no tipo é algo valoramente negativo, senão não seria crime. Trabalham com a teoria dos valores. Os requisitos são os mesmo, só que enfocado valorativamente.
Requisitos:	 1. Conduta humana; 2. Resultado naturalístico; 3. Nexo de causalidade: liga a conduta ao resultado; 
4. Adequação típica: o fato está adequado à lei. 
3ª corrente histórica: finalismo. De 1940 a 1960. O principal nome é Hans Welzel. Para esta corrente, a tipicidade é objetiva e subjetiva. Trouxe para a parte subjetiva o dolo e a culpa; importou para a tipicidade, porque antes estavam na culpabilidade. A parte objetiva não mudou, continuou com os quatro requisitos acima.
4ª corrente histórica: funcionalismo teleológico ou racional. Ano de 1970. Principal nome: Klaus Roxin. Para ele a tipicidade é objetiva (com os mesmo quatro requisitos), subjetiva (a única correção que ele fez a Welzel foi excluir a culpa, pois esta não é subjetiva e sim normativa. Como elementos subjetivos ficaram o dolo e outras intenções). Criou uma nova dimensão, chamada normativa ou valorativa, desenvolvendo, assim, a Teoria da Imputação Objetiva.
Lembrar que para o Direito Penal: 
- Subjetivo: é tudo que pertence à cabeça do réu, logo o dolo é subjetivo. 
Outras intenções do agente também é elemento subjetivo (ex.: estelionato: com o intuito de obter vantagem indevida).
- Normativo: é tudo que depende de juízo de valor. Ex.: culpa, porque quem valora é o juiz.
Imputação Objetiva, para Roxin, significa:
Teoria do Risco Permitido ou Proibido: o sujeito responde se cria ou incrementa um risco proibido relevante – Fórmula CIRPR (para memorização).
O resultado tem que ter nexo com o risco criado. 
O resultado tem que estar no âmbito de proteção da norma.
5ª corrente histórica: funcionalismo contencionista ou reducionista. Ano de 1980. Principal nome é Zaffaroni. Para ele, a tipicidade também tem três dimensões: 
objetiva (com os mesmos quatro requisitos), 
subjetiva e 
tipicidade conglobante (se existe uma norma que fomenta ou que permite ou que determina a conduta,o que está permitido, não pode estar proibido). 
É Conglobante porque na hora de verificar a tipicidade tem que se examinar todo o ordenamento conglobadamente para verificar se há uma norma permissiva para a conduta; se achá-la, o fato é atípico. Ex.: aborto de mulher estuprada não é crime, porque há exceção legal para este aborto.
6ª corrente histórica: teoria constitucionalista do delito. Ano de 2001. LFG. Fez uma síntese dos funcionalismos racional e reducionista (Welzel e Roxin). Defesa de tese de doutorado de LFG. Para ele, a tipicidade é formal (objetiva), subjetiva e material (valorativa).
O tipo formal é formado de conduta, resultado, nexo causal e adequação típica. O tipo subjetivo é formado pelo dolo ou intenção especial. Dentro da terceira dimensão deve-se valorar a conduta, necessária a um incremento ou um risco proibido. Portanto, a terceira dimensão, que é a material, é valorativa.
No tipo penal deve-se valorar a conduta (CIRPR) e o resultado jurídico.
Para LFG, a valoração da conduta dos crimes culposos (imprudência, negligencia ou imperícia) é feita pelo juiz, com base no critério dos riscos proibidos. Quem cria os riscos proibidos com imprudência, negligencia ou imperícia, responde por culpa.
 
HC 46525/MT: em Cuiabá, um médico embriagado de substâncias entorpecentes e bebida alcoólica e morre afogado em uma piscina, durante uma festa de formatura. O MP denunciou todos os organizadores da festa. O STJ trancou esta ação, visto que a Comissão de Formatura, ao servir bebida alcoólica durante a formatura, praticou conduta com risco permitido, logo, com atipicidade de conduta.
A intervenção jurídica para a doutrina constitucionalista do delito é um exemplo de risco permitido, sendo excluído o FATO ATÍPICO, excluindo a tipicidade. Consoante a doutrina antiga, excluía-se a antijuridicidade.
Teoria ou princípio da confiança: quem atua seguindo as regras de uma atividade, pode confiar que as outras pessoas irão observar as mesmas regras. O princípio da confiança gera risco permitido. Ex.: pessoa que dirige com cautela e uma outra pessoa se atravessa na frente do carro. EXCEÇÃO: Quando há motivo concreto não se pode confiar. Ex.: pessoa dirige um veículo, de repente uma bola atravessa a rua e atrás vem uma criança de seis anos. A pessoa tem que parar o carro, porque não é plausível pensar que uma criança irá parar.
Todas as regras que Zaffaroni indica na sua teoria Tipicidade Conglobante são de risco permitido.
Quem atua para diminuir risco de maior dano não realiza fato típico, pois o agente age para ajudar e não prejudicar (Roxin). Ex.: uma pessoa empurra outra, que fratura o nariz, para que esta não seja atropelada; não responde por crime, já que atuou para diminuir o risco. O mesmo aconteceria se a pessoa batesse com a cabeça na quina da calçada e morresse, como agiu em favor do bem jurídico, o sujeito não responde.
Quando o fato está fora do domínio do agente, ele não responde (Roxin). Famoso exemplo do sobrinho que quer matar o tio, visto que é o único herdeiro, para isso programa uma excursão do tio numa floresta em que caem muitos raios, na esperança de cair um raio e matar o tio. Se efetivamente cair um raio e matar o tio, o sobrinho, embora tenha o dolo de matar, não responde, porque o raio está fora de seu domínio, é um acaso.
Ação da vítima a próprio risco: ela se auto-coloca em risco e pratica a conduta perigosa. Essa teoria foi acolhida pelo STJ no caso acima mencionado da formatura dos médicos. Não se aplica, contudo, no caso do atirador de facas do circo, pois quem pratica a conduta é o atirador e não a vítima. Se ocorrer a morte, no último caso, responde por homicídio, doloso ou culposo.
A empurra B na piscina, querendo matar B, que não sabe nadar. B está se afogando e C pula para salvar B e acaba morrendo, juntamente com B. Neste caso, A responde pela morte de B, mas não responde pela morte de C, pois C se auto-colocou em risco.
A vítima aceita que outra pessoa a coloque em perigo. Ex.: um homem diz que tem AIDS e pergunta para uma mulher se topa transar sem camisinha e a parceira aceita. Se a parceira pegar AIDS, o homem. Aqui há divergência entre Jakobs e Roxin. No Brasil, o homem responde pela morte, já que a vida é bem indisponível.
O resultado jurídico é a ofensa ao bem jurídico e para que seja juridicamente relevante, deve preencher os seguintes requisitos: 
a) A ofensa deve ser concreta. Ou seja, para LFG, não se aceita perigo abstrato no direito penal. Ex.: arma de fogo desmuniciada, há duas posições: STF HC 81.057 diz que não há crime (Sepúlveda Pertence); STF HC 95.073 diz que há crime, arma presume o perigo (Ellen Gracie). A velha doutrina penal e a jurisprudência continuam admitindo o perigo abstrato (ex. drogas). Esta tese conflita com a tese da tipicidade material.
b) A ofensa precisa ser transcendental, ou seja, o resultado deve afetar terceiros e não o próprio agente. Este é o principio da alteralidade (afetar terceiras pessoas), que nada tem haver com o princípio da alternatividade (tipo penal com vários verbos)
c) A ofensa precisa ser grave ou significante. Se for o resultado insignificante, aplica-se o Princípio da Insignificância e o fato é atípico. Exclui a tipicidade material. STF HC 84.412.
d) Ofensa intolerável: se for razoável, não há que se falar em resultado (ex1: quando o feto tem cérebro mal formado e a morte for certa, este aborto é razoável; ex2: mãe que perfura orelha da filha). Por que o aborto do feto anencefálico não é crime? Pois o resultado é razoável.
e) O resultado tem que ter nexo com o risco criado: precisa ser objetivamente imputável ao risco criado (nexo de imputação). Ex1: furto do veículo não tem nexo com a morte da vítima. Ex2: alguém simula um seqüestro e liga pra tentar extorquir a família, a avó da vítima atende o telefone e sofre um infarto; não responde por ausência de nexo de imputação.
f) O resultado deve estar no âmbito de proteção da norma do tipo penal. O caso concreto que originou essa regra, na Alemanha, foi o de dois ciclistas, em que ambos não tinham farol; o primeiro ciclista atropela e mata um transeunte; o primeiro ciclista responde por homicídio; o ciclista que pedalava atrás foi absolvido, pois o farol serve para evitar acidente ocorrido com a própria bicicleta.
Aula 8 – Dir. Penal - Prof.: Rogério Sanches – Curso LFG – Intensivo I
Teoria do Crime - Arts. 13 a 25, CP
O que é crime? 
.Aspecto formal: crime é um comportamento previsto numa lei penal incriminadora com previsão de pena. 
.Aspecto Material: crime é a conduta, o comportamento humano causador de uma relevante lesão a um bem juridicamente tutelado, passível de sanção penal, consoante entendimento doutrinário.
.Aspecto Analítico: o problema está aqui em tal conceito, pois aqui se conceitua o crime a partir dos elementos do crime, ou seja, neste conceito a doutrina vem discutindo sobre o que o crime é composto. Temos várias teorias. Adotamos a T. Finalista, consoante doutrina clássica.
Fato típico: para qualquer teoria o fato típico é o primeiro elemento (substrato) do crime, o qual é composto de conduta, de resultado, da relação de causalidade entre a conduta e o resultado (também chamado de nexo de causalidade) e tipicidade. Estes são os quatro elementos do fato típico: Conduta; Resultado; Nexo de causalidade; e Tipicidade.
Conduta
Segundo o conceito analítico, a conduta é o primeiro elemento do fato típico, sendo necessariamente imprescindível, visto que não há crime sem conduta. Este é um dos argumentos necessários para se negar a responsabilidade penal objetiva da pessoa jurídica. O conceito material de conduta varia a depender da teoria do crime adotada (realista ou funcionalista), podendo ser composta por elementos subjetivos ou não.
1. Conduta para teoria causalista: para a teoria causalista, crime é composto de fato típico, ilicitude e culpabilidade (composta de imputabilidadee tem duas espécies: dolo e culpa). O fato típico, assim, é tripartite. A conduta, para esta teoria, está dentro do fato típico.
A conduta consiste no movimento corporal voluntário (somente ação), causador de modificação no mundo exterior. Para o causalismo, a conduta é um mero processo causal, desprovida de qualquer finalidade (dolo e culpa). A conduta é objetiva não admitindo qualquer valoração.
OBS.1: o dolo e a culpa não estão no fato típico; dolo e culpa estão na culpabilidade. 
OBS.2: a teoria causalista não reconhece, como normal, elementos não objetivos no tipo. Para a teoria causalista, só existem elementos objetivos, não reconhecendo os subjetivos e normativos, visto que, para ela, o dolo e a culpa não estão no fato típico. 
Exemplo de tipo penal desejado pelo causalista: art. 121, CP: matar alguém. Este tipo penal é chamado de tipo normal (constituído somente de elementos objetivos). Já um exemplo de tipo penal indesejado para os causalistas é o art. 299, CP (falsidade ideológica): “documento”, “com o fim de prejudica direito”. Este tipo penal é denominado de tipo anormal, constituído de elementos objetivos, subjetivos e/ou normativos.
O tipo penal tem três elementos: 
a) Elemento objetivo que é aquele percebido pelo sentido do homem (tato, visão).
b) Elementos normativos que têm que ser valorados. 
c) Elementos subjetivos que espelham a finalidade específica do agente.
Críticas à teoria causalista:
1ª) Não abrange os crimes omissivos, visto que considera conduta somente a ação humana.
2ª) Traz o dolo e a culpa na culpabilidade.
3ª) Não há como se negar a presença de elementos não-objetivos no tipo penal.
2. Conduta para a teoria neokantista: tem base causalista. Considera crime um fato típico, composto de ilicitude e culpabilidade. Também é tripartite. A culpabilidade é composta de imputabilidade, exigibilidade de conduta diversa, culpa e dolo. A conduta continua no fato típico. 
A teoria neokantista enriqueceu a culpabilidade. Consiste em um comportamento (ação ou omissão) humano voluntário, causador de modificação no mundo exterior.
OBS. 1: a conduta agora abrange os crimes omissivos. 
OBS. 2: dolo e culpa permanecem na culpabilidade, não mais como espécies de culpabilidade, e sim como elementos de culpabilidade.
A conduta é a ação ou omissão, não mais neutra, expressando uma valoração negativa da lei. Corrigiu o causalismo abrangendo a omissão dentro da conduta e verificando elementos normativos no tipo penal. Entretanto, a conduta continua sendo mero processo causal, desprovida de finalidade (dolo e culpa). 
Críticas à teoria neokantista:
1ª) Dolo e culpa na culpabilidade.
2ª) Partindo de conceitos naturalistas, ficou contraditória quando reconheceu elementos normativos e subjetivos do tipo.
3. Conduta para a teoria finalista: a teoria finalista nasceu triparte, considerando crime o fato típico, ilícito e culpável. A culpabilidade é composta de imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa. A conduta continua no fato típico. 
A conduta para a teoria finalista é o comportamento humano voluntário, psiquicamente dirigido a um fim (ilícito).
OBS.1: os institutos do dolo e da culpa migram da culpabilidade para o fato típico.
OBS.2: reconhece norma elementos objetivos, subjetivos e normativos do tipo.
A conduta deixa de ser concebida como mero processo causal para ser enfocada como exercício de uma atividade finalista (exercício vidente). 
O causalista é cego, o finalismo é vidente, pois enxerga o que o agente queria já na tipicidade, e não somente na culpabilidade.
Críticas à teoria finalista:
1ª) A finalidade não explica os crimes culposos.
2ª) Centralizou a teoria no desvalor da conduta, ignorando o desvalor do resultado.
4. Conduta para a teoria finalista dissidente: para a teoria finalista dissidente, o crime é formado por fato típico e ilicitude. É bipartite. A culpabilidade não integra o crime; é juízo de censura, pressuposto da aplicação da pena. A conduta para esta teoria é similar ao finalismo puro: comportamento humano voluntário, psiquicamente dirigido a um fim. 
Principal crítica a esta teoria: crime sem culpabilidade.
5. Conduta para a teoria social da ação: crime para a teoria social da ação é: 
a) fato típico (conduta), 
b) ilicitude, 
c) culpabilidade (composta de: imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa).
Adotando a estrutura do finalismo, conceitua a conduta como comportamento humano voluntário, psiquicamente dirigido a um fim, socialmente reprovável.
O dolo e a culpa integram o fato típico, porém, voltam a ser analisados na culpabilidade. O dolo e a culpa acabam trazendo também certo grau de reprovação. Esta teoria trabalha com reprovação social da conduta. Assim, jogo do bicho não seria infração penal, pois não tem reprovação social.
Crítica a teoria: não há clareza no que significa fato socialmente relevante (ou reprovável).
6. Conduta para a teoria funcionalista teleológica (Roxin) ou funcionalista moderada: o funcionalismo nasceu na década de 70, na Alemanha, buscando explorar a missão do Direito Penal. 
Para esta teoria crime é: 
a) fato típico, 
b) ilicitude, 
c) responsabilidade (reprovabilidade). 
Crime continua tripartite, porém o terceiro substrato não é mais culpabilidade e sim responsabilidade. A responsabilidade é composta de imputabilidade, potencial consciência da ilicitude, exigibilidade de conduta diversa, necessidade da pena. 
A culpabilidade, para Roxin, não é elemento do crime. A culpabilidade é limite da pena. Se o agente praticou o fato típico ilícito, e é responsável por ele, a culpabilidade aparece para limitar a pena (culpabilidade funcional).
A conduta consiste no comportamento humano voluntário, orientado pelo princípio da intervenção mínima, causador de relevante e intolerável lesão ou o perigo de lesão ao bem jurídico tutelado (resultado normativo). O dolo e a culpa permanecem no fato típico.
Para saber o que é ou não crime, Roxin admite a aplicação de princípios não positivados, de política criminal (ex: princípio da insignificância). A finalidade principal (missão) do Direito Penal para Roxin é a proteção de bens jurídicos indispensáveis à convivência do homem.
Principal crítica a Roxin: reprovabilidade como integrante do crime.
7. Conduta para a teoria funcionalista sistêmica ou radical (Jacobs): para esta teoria, crime é composto de: 
fato típico, 
ilicitude, 
culpabilidade (imputabilidade, potencial consciência da ilicitude, exigibilidade de conduta diversa). 
A conduta está no fato típico.
A conduta é um movimento humano voluntário, causador de um resultado evitável, violador do sistema, que frustra as expectativas normativas. Dolo e a culpa permanecem no fato típico.
Para Jacobs, a missão do Direito Penal não é a lesão ao bem jurídico, mas sim resguardar o sistema (lei). Se o agente não respeita o sistema será considerado seu inimigo (Direito Penal do inimigo). 
Jacobs somente se preocupa com o que está efetivamente positivado, não reconhecendo princípios não positivados.
Crítica: a sua doutrina serve aos Estados totalitários.
Quadro comparativo das principais características dos funcionalismos:
	Funcionalismo teleológico ou moderado (Roxin):
	Funcionalismo sistêmico ou radical (Jakobs):
	
a) preocupa-se com os fins do direito penal;
	
a) preocupa-se com os fins da pena;
	
b) norteada por finalidades de política criminal;
	
b) leva em consideração somente as necessidades do sistema;
	
c) busca a proteção de bens jurídicos indispensáveis ao indivíduo e à sociedade.
	
c) busca a reafirmação da autoridade do direito;
	
	
d) ao descumprir a sua função na sociedade o sujeito deve ser eficazmente punido (a autoridade da lei somente é obtidacom sua rígida e constante aplicação). Não aceita o p. da insignificância;
	
	
e) em decorrência do seu funcionalismo sistêmico, Jakobs desenvolveu a teoria do direito penal do inimigo.
Direito Penal do inimigo e características:
a) antecipação da punibilidade, tipificando-se atos preparatórios: em regra, um crime percorre um caminho (iter criminis). Primeiramente, vem a cogitação; depois a preparação; terceiro: a execução; e, por fim, a consumação. CPEC A punibilidade exige o início da execução (princípio da materialização do fato). Contudo, para Jakobs deviam ser punidos os atos preparatórios. No Brasil, a doutrina ensina que o crime de formação de quadrilha ou bando é um caso excepcional de ato preparatório punível. Então, para a doutrina, esse seria um exemplo de Direito Penal do inimigo. Professor não concorda com esse posicionamento doutrinário.
b) criação de tipos de mera conduta (no Brasil, ex.: violação de domicílio).
c) criação de crimes de perigo abstrato: posição do STF.
	STF
		Antes de 2005
	Depois de 2005
	Depois de 2009
	Admitia crime de perigo abstrato
	Passou a repudiar delitos de perigo abstrato
	Regra: não se admite crime de perigo abstrato.
OBS.: há casos excepcionais em que se verifica a necessidade de crimes de perigo abstrato. Ex.: tráfico de drogas
O STF admite a constitucionalidade dos crimes de perigo abstrato, realizando, em alguns casos, análise do fato concreto para verificar se há lesividade, ainda que potencial, na conduta. Ou seja, em alguns precedentes rejeitou-se a premissa de que o crime de perigo abstrato não admitiria qualquer juízo de valor sobre o caso concreto (por exemplo, RHC 81057 e HC 104410, ambos sobre porte de arma). Desconheço que tenha ocorrido o repúdio aos delitos de perigo abstrato.
d) flexibilização do princípio da legalidade: descrição vaga dos crimes e das penas.
e) inobservância do princípio da ofensividade e da exteriorização do fato.
f) preponderância do Direito penal do autor.
g) desproporcionalidade de penas.
h) restrição de garantias penais e processuais: faz parte do que se chama Direito Penal da Terceira Velocidade.
Cada velocidade marca um momento da nossa história. Antes da Grande Guerra preponderava a imposição de penas privativas de liberdade. Essa foi a primeira velocidade do Direito Penal.
Depois da 2ª Grande Guerra, em razão dos sofrimentos impingidos aos cidadãos do mundo, surge a preponderância de aplicação das penas alternativas. Esse é o Direito Penal de Segunda Velocidade.
No atual momento histórico, com o aumento de ataques terroristas, a sociedade abre mão das garantias penais e processuais para a efetivação de sua segurança jurídica. Houve um endurecimento do Direito Penal. Esse é o Direito Penal de Terceira Velocidade. Ex.: interceptação telefônica.
i) endurecimento da execução penal: para alguns o RDD - Regime Disciplinar Diferenciado seria o Brasil aplicando o Direito Penal do inimigo.
Hipóteses de ausência de conduta
A base comum de todas as teorias é a de que a conduta é um movimento humano voluntário. Assim, movimento humano voluntário é um denominador comum entre todas as teorias. Logo:
.caso fortuito ou força maior: exclui a voluntariedade (vontade) do movimento. Movimento não dominado pela vontade; 
.coação física irresistível: exclui a voluntariedade (vontade) do movimento. 
OBS.: não confundir com a coação moral irresistível, em que há vontade e consciência, porém, o agente não tem outra opção a não ser praticar a conduta, sendo uma excludente de culpabilidade por inexigibilidade de conduta diversa.
.movimentos (atos) reflexos: exclui a voluntariedade (vontade) do movimento, isto é, o movimento não é dominável pela vontade. O reflexo proposital (premeditado, previsível) não exclui a conduta e o agente responderá pelo crime doloso ou culposo (ex: o agente com o dedo no gatilho encosta numa tomada para tomar um choque).
.estado de inconsciência: exclui a voluntariedade (vontade) do movimento (ex: sonambulismo ou efeito de hipnose). Na embriaguez voluntária ou culposa, o estado de inconsciência não exclui a tipicidade, pois segundo a teoria actio libera in causa, não se considera a voluntariedade quando da ação ou omissão, retroagindo para considerar a voluntariedade no momento em que o agente era livre para optar em se embriagar ou não.
 Posicionamento das teorias no Brasil
A doutrina clássica ensina que o CP brasileiro é FINALISTA. A doutrina moderna vem adotando o FUNCIONALISMO TELEOLÓGICO (Roxin), corrigindo a culpabilidade.O Código Penal Militar é CAUSALISTA.
.Para concurso federal: tripartite. 
.Para concurso estadual (salvo SP): tripartite. (Temos carreiras em SP que já adotaram a teoria bipartite (delegado e MP). Defensoria: sempre tripartite.
.Para concurso municipal: tripartite.
 Espécies de conduta
Conduta dolosa ou culposa
Crime doloso:
Previsão legal: art. 18, CP.
Conceito: a doutrina diz que dolo é a vontade livre e consciente dirigida a realizar, ou aceitar realizar, a conduta prevista no tipo penal incriminador. OBS.: a crítica feita a esse conceito é que a liberdade da conduta (vontade) é analisada na culpabilidade e dolo não é mais analisado na culpabilidade.
 Elementos: 1) intelectivo (consciência), e 2) volitivo (vontade). Subdividido em: a) querer ou b) aceitar.
Dolo não se confunde com desejo. 
No dolo o agente quer o resultado como conseqüência de sua própria conduta; já no desejo, o agente espera o resultado como conseqüência de conduta ou acontecimento alheio. 
Punir alguém por desejo é Direito Penal do Autor.
RESULTADO
O resultado poderá ser de duas espécies:
a) Resultado naturalístico: da conduta resulta alteração física no mundo exterior (ex: morte); e
b) Resultado normativo: da conduta resulta relevante lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado (ex: lesão ou perigo de lesão à vida).
Perguntas cobradas em concursos:
1ª QUESTÃO
Todo crime tem resultado naturalístico? Não.
Todo crime tem resultado normativo? Sim.
Para entendermos tais questões devemos estudar a CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES QUANTO AO RESULTADO. Vejamos:
a) material ou de resultado: o tipo penal descreve uma conduta + um resultado naturalístico, que é imprescindível/indispensável para a consumação, ou seja, exige tanto a conduta como o resultado descrito no tipo para sua consumação. Admite tentativa. Ex.: homicídio
b) formal ou de consumação antecipada: o tipo penal descreve uma conduta + um resultado naturalístico, que é prescindível/dispensável para a consumação, se contenta com a conduta dirigida ao resultado para fins de consumação. A ocorrência do resultado naturalístico é mero exaurimento, que será considerado na fixação da pena. Admite tentativa, eis que poderá ter a execução fracionada. Neste crime, pode-se dizer que o agente quer mais do que o legislador exige, ao que se denomina “tipos incongruentes”. Ex.: extorsão, consoante súmula 96, STJ: “O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida”.
c) mera conduta: o tipo penal descreve mera conduta, não descrevendo resultado naturalístico. Em regra, não admite tentativa. Ex.: violação de domicílio.
.Todos os crimes têm resultado normativo. Entretanto, nem todos os crimes têm resultado naturalístico: o crime material tem resultada indispensável; o crime formal dispensa resultado naturalístico; e o de mera conduta sequer tem. 
2ª QUESTÃO
O resultado que integra o fato típico é o naturalístico ou normativo? Temos duas correntes:
1ª C: é o resultado naturalístico. Então, temos de separar o crime material do crime não material, pois o crime material tem resultado naturalístico. Assim, fato típico: é conduta, resultado, nexo, tipicidade. Contudo, para o crime não materialo fato típico é composto de conduta e de tipicidade. 
2ª C: diz que o resultado que integra o fato típico é o resultado normativo. Assim, todos os crimes (materiais ou não) o fato típico é composto de conduta, resultado, nexo e tipicidade. Hoje, prevalece essa posição para a doutrina, bem como para a jurisprudência. 
NEXO DE CAUSALIDADE
Conceito: vínculo entre conduta e resultado. O estudo da causalidade busca concluir se o resultado, como um fato, ocorreu da ação e se pode ser atribuído, objetivamente, ao sujeito ativo, inserindo-se na sua esfera de autoria por ter sido ele o agente do comportamento.
O art. 13, caput, adotou a causalidade simples, generalizando as condições, é dizer, todas as causas concorrentes se põem no mesmo nível de importância, equivalendo-se em seu valor (é a TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES CAUSAIS ou da CONDITIO SINE QUO NON). 
Causa? Toda ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido c/ ocorreu MORTE
(Teoria da equivalência dos antecedentes causais) ( para saber se influiu no resultado 
– tem de somar a outro teoria, qual seja: TEORIA DA ELIMINAÇÃO 
HIPOTÉTICA DOS ANTECEDENTES CAUSAIS.
Essa teoria deve ser analisada juntamente com a TEORIA DA ELIMINAÇÃO HIPOTÉTICA DOS ANTECEDENTES, segundo a qual, no campo mental da suposição e da cogitação, o aplicador deve proceder à eliminação da conduta do sujeito ativo para concluir pela persistência ou desaparecimento do resultado. Persistindo, não é causa; desaparecendo, é causa.
Tal teoria poderia retroagir de forma infinita. Daí surgiu um instituto a fim de impedir barbáries (ex: punir pais do bandido – sem os quais o malandro não teria surgido neste mundo), qual seja:
Contra o regresso infinito da causa surge a TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA; surgiu para frear a causa; não deixa a causa regressar ao infinito. 
	Causalidade tradicional
	Teoria da Imputação Objetiva
	Imputação objetiva do evento
.Nexo físico (relação de causa e efeito)
Teoria da imputação subjetiva do evento 
.dolo; e 
.culpa
	Imputação objetiva do evento 
.Nexo físico 
 +
.Nexo normativo***
*** que consiste em (Criação ou incremento de risco não permitido e (Realização do risco no resultado. 
Teoria da imputação subjetiva do evento 
.dolo; e 
.culpa
	
OBS.: a teoria da imputação objetiva não substitui o nexo causal clássico, apenas o complementa. Ela não nega a causalidade tradicional, mas apenas complementa a fim de obstar o regresso infinito. 
TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA: insurgindo-se contra o regresso ao infinito da causalidade simples, a teoria da imputação objetiva enriquece a relação de causalidade acrescentando o nexo normativo, este composto de:
a) Criação ou incremento de um risco não permitido (não tolerável pela sociedade); e
b) Realização do risco no resultado (resultado na linha de desdobramento causal normal da conduta).
Ex: isso impede a acusação de uma boleira que fez um bolo ( o qual posteriormente foi alterado (com veneno) ( por outra pessoa (o agente criminoso) que não a boleira ( e, por fim, causou a morte de uma pessoa. 
Dessa forma, mais adequado seria que a teoria fosse denominada de “Teoria da não imputação objetiva”.
.Conclusões (Rogério Greco):
1. A imputação objetiva é uma analise que antecede a imputação subjetiva. Quer evitar que sejam analisados dolo e culpa;
2. Aplica-se a imputação objetiva no comportamento e no resultado;
3. Foi criada para se contrapor aos dogmas da teoria da equivalência, criando um nexo normativo;
4. Uma vez concluída pela não imputação objetiva, afasta-se o fato típico.
Concausas: pluralidade de causas concorrendo para o mesmo evento.
Exemplo: 
“A” e “B”, não agindo em concurso de pessoas, querem matar “C”. 
“A” envenena “C”, e “B” lhe dá um tiro. 
É certo que “C” morre em razão do envenenamento. 
Assim, nessa situação, “A” responde por homicídio (autor da causa efetiva), e “B”, responde pelo que (a causa paralela)? 
É o que pretende responder a concausa. Analisemos as espécies de concausas:
a) CONCAUSAS ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES: a causa efetiva do resultado não se origina da causa paralela.
(a.1) pré-existente: a causa efetiva antecede a causa paralela.
Ex.: “A” envenena “C” às 19h ( Às 20h, “B” joga uma pedra na cabeça de “C” ( “C” morre às 21h em razão do veneno ( Como responsabilizar cada um? Envenenador - “A” – responde por homicídio – causa efetiva; e O da pedrada - “B” – responde por tentativa de homicídio - concausa absolutamente independente pré-existente 
(a.2) concomitante: a causa efetiva é simultânea a causa paralela.
Ex.: Suponha que no exemplo anterior a pedrada e o envenenamento foram simultâneos. E “C” morre em razão da pedrada. Consequência: O que deu a pedrada - responde por homicídio – causa efetiva; e o que deu o veneno – responde por tentativa de homicídio - concausa absolutamente independente pré-existente.
(a.3) superveniente: a causa efetiva é posterior a causa paralela.
Ex.: “A” às 19h deu veneno para C (causa paralela) ( “C” morreu Às 20h em razão da queda de um lustre (causa efetiva) ( são concausas absolutamente independentes, porém a queda do lustre foi superveniente. ( O envenenador ( responde também por tentativa.
. Conclusão: Sendo as causas absolutamente independentes, o agente que concorreu com o resultado praticando a conduta que não foi sua causa efetiva, responderá sempre por tentativa.
b) CONCAUSAS RELATIVAMENTE INDEPENDENTES: a causa efetiva se origina da causa paralela. 
(b.1) pré-existente: a causa efetiva antecede a causa paralela.
Ex.: “A” dá uma facada em “B”, que morre em razão de ser hemofílico. Conseqüência: . Se “A” sabia que “B” era hemofílico responde por homicídio consumado. .Se “A” não sabia que “B” era hemofílico responde por tentativa. OBS.: a jurisprudência moderna não aceita a imputação do resultado ao agente na concausa relativamente independente pré-existente sem pesquisas, antes, se o agente tinha ciência da sua existência com isso se evita a responsabilidade penal objetiva. 
Ver exemplo no Informativo 492 do STJ:
LESÃO COPORAL. MORTE. NEXO. CAUSALIDADE.
Segundo consta dos autos, o recorrente foi denunciado pela prática do crime de lesão corporal qualificada pelo resultado morte (art. 129, § 3º, do CP), porque, durante um baile de carnaval, sob efeito de álcool e por motivo de ciúmes de sua namorada, agrediu a vítima com chutes e joelhadas na região abdominal, ocasionando sua queda contra o meio-fio da calçada, onde bateu a cabeça, vindo à óbito. Ocorre que, segundo o laudo pericial, a causa da morte foi hemorragia encefálica decorrente da ruptura de um aneurisma cerebral congênito, situação clínica desconhecida pela vítima e seus familiares. O juízo singular reconheceu que houve crime de lesão corporal simples, visto que restou dúvida sobre a existência do nexo de causalidade entre a lesão corporal e o falecimento da vítima. O tribunal a quo, por sua vez, entendeu ter ocorrido lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º, c/c o art. 61, II, a e c, do CP), sob o argumento de que a agressão perpetrada pelo recorrente contra a vítima deu causa ao óbito. Assim, a questão diz respeito a aferir a existência de nexo de causalidade entre a conduta do recorrente e o resultado morte (art. 13 do CP). Nesse contexto, a Turma, prosseguindo o julgamento, por maioria, deu provimento ao agravo regimental e ao recurso especial, determinando o restabelecimento da sentença. Conforme observou a Min. Maria Thereza de Assis Moura em seu voto-vista, está-se a tratar dos crimes preterdolosos, nos quais, como cediço, há dolo no comportamento do agente, que vem a ser notabilizado por resultado punível a título de culpa. Ademais, salientou que, nesse tipo penal, a conduta precedente que constitui o delito-base eo resultado mais grave devem estar em uma relação de causalidade, de modo que o resultado mais grave decorra sempre da ação precedente, e não de outras circunstâncias. Entretanto, asseverou que o tratamento da causalidade, estabelecido no art. 13 do CP, deve ser emoldurado pelas disposições do art. 18 do mesmo codex, a determinar que a responsabilidade somente se cristalize quando o resultado puder ser atribuível ao menos culposamente. Ressaltou que, embora alguém que desfira golpes contra uma vítima bêbada que venha a cair e bater a cabeça no meio-fio pudesse ter a previsibilidade objetiva do advento da morte, na hipótese, o próprio laudo afasta a vinculação da causa mortis do choque craniano, porquanto não aponta haver liame entre o choque da cabeça contra o meio-fio e o evento letal. In casu, a causa da morte foi hemorragia encefálica decorrente da ruptura de um aneurisma cerebral congênito, situação clínica de que sequer a vítima tinha conhecimento. Ademais, não houve golpes perpetrados pelo recorrente na região do crânio da vítima. Portanto, não se mostra razoável reconhecer como típico o resultado morte, imantando-o de caráter culposo. Dessa forma, restabeleceu-se a sentença de primeiro grau que desvinculou o resultado do comportamento do agente, que não tinha ciência da particular, e determinante, condição fisiológica da vítima. AgRg no REsp 1.094.758-RS, Rel. originário Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. para acórdão Min. Vasco Della Giustina (Desembargador convocado do TJ-RS), julgado em 1º/3/2012.
(b.2) concomitante: a causa efetiva é simultânea a causa paralela.
Ex.: “A” atira em “B” que morre antes do projétil atingi-lo – o qual morre por ataque cardíaco. Conseqüência: “A” responde pelo crime consumado.
Dir. Penal – aula 12 - Prof.: Rogério Sanches – Curso LFG – Intensivo I
 
	CRIME =
	FATO TÍPICO +
	ILÍCITO (antijurídico) +
	CULPABILIDADE
	
Conduta (
Resultado (
Nexo Causal (
Tipicidade
	
	
b) CONCAUSA RELATIVAMENTE INDEPENDENTE
(b.3) superveniente: art. 13, par. 1º, CP. Tem um tratamento especial. Vejamos:
CP, Art. 13 (...) Superveniência de causa independente - § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. 
Temos duas espécies de concausas relativamente independentes supervenientes:
(b.3.1) Que por si só produziu o resultado: o resultado sai da linha de desdobramento causal normal da conduta (evento imprevisível ao agente). A causa efetiva é um evento imprevisível e o resultado não pode ser imputado à causa paralela. Assim, o agente responde por tentativa. 
Ex.: “A” atira em “B”, que ao chegar ao hospital é salvo. Contudo, no hospital ocorreu um acidente (caiu o teto em cima de “B” e este morre). Consequência: responde por homicídio tentado.
(b.3.2) Que não por si só produziu o resultado: o resultado encontra-se na linha de desdobramento causal normal da conduta (é um evento previsível ao agente). 
Ex.: “A” atira em “B”, que ao ser operado pelos médicos, morre por erro destes. Conseqüência: responde por homicídio consumado. 
Questão de prova: 
Infecção hospital deve ter o mesmo tratamento do erro médico, embora haja jurisprudência em sentido contrário. Enfim, prevalece que o tratamento é o mesmo do exemplo acima (responde por homicídio consumado).
Na concausa absolutamente independente o CP trabalha com causalidade simples (pouco importa se é preexistente, concomitante ou superveniente). 
Na concausa relativamente independente preexistente e concomitante também se trabalha com causalidade simples. Já na CONCAUSA RELATIVAMENTE INDEPENDENTE SUPERVENIENTE o art. 13, par. 1º, do CP, trabalha com causalidade adequada (e não mais com a causalidade simples vista até então).
OBS.: na CAUSALIDADE ADEQUADA somente haverá imputação do resultado ao agente se, no conjunto das causas, fosse sua conduta, consoante as regras de experiência comum, a mais adequada à provocação do resultado ocorrente (não é mera relação de causa e efeito). 
Existe nexo causal em crime omissivo? 
(CAUSALIDADE NA OMISSÃO)
. Causalidade na omissão própria 
No crime omissivo próprio há somente a omissão de um dever de agir, imposto normativamente, dispensando relação de causalidade naturalística (são delitos de mera atividade). Ex: omissão de socorro pune-se a mera omissão. 
. Causalidade na omissão imprópria 
No crime omissivo impróprio o dever de agir é para evitar um resultado concreto. Estamos diante de um crime de resultado material, exigindo, consequentemente, um nexo causal entre a ação omitida (esperada) e o resultado. 
Esse nexo, no entanto, não é naturalístico (do nada, nada surge). Na verdade, o vínculo é jurídico, é dizer, o sujeito não causou, mas como não impediu o resultado, é equiparado ao verdadeiro causador (“nexo de não impedimento” *).
* também chamado por Zaffaroni de “nexo de evitação”. 
Ex: a mãe deixou de amamentar a filha. A morte não foi omissão da mãe, mas sim resultado da inanição. A omissão da mãe não causa nada (da omissão nada surgi), mas juridicamente é causadora (pois ele teria o dever de impedir isso). 
TIPICIDADE: é a descrição precisa do comportamento humano, feita pela lei penal.
EVOLUÇÃO DA TIPICIDADE
	TEORIA DA TIPICIDADE TRADICIONAL
	TEORIA DA TIPICIDADE MODERNA
	TEORIA DA TIPICIDADE CONGLOBANTE
	
Fato típico:
 
Conduta
Resultado
Nexo causal
Tipicidade penal *
*Entende que a tipicidade é formal (mero ajuste fato/tipo incriminador).
	
Fato típico:
 
Conduta
Resultado
Nexo causal
Tipicidade penal *
*Entende que a tipicidade é a soma da tipicidade formal (mero ajuste fato/tipo incriminador) com a tipicidade material (relevância da lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico). 
	
Fato típico:
 
Conduta
Resultado
Nexo causal
Tipicidade penal *
*Porém, a tipicidade penal não é mais uma mera tipicidade formal. Mas sim uma tipicidade formal com uma tipicidade conglobante. 
Vamos aprofundar tipicidade conglobante (a mais exigida nos concursos): tipicidade conglobante nada mais é do que uma tipicidade material (relevância da lesão) mais a presença de ato antinormativo (não determinado ou não incentivado por lei).
Tipicidade conglobante (Zaffaroni): trata-se de um corretivo da tipicidade penal, que tem como requisitos a tipicidade material (relevância da lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico) e a antinormatividade do ato (ato não determinado ou não incentivado por lei).
Consequências: adotando-se a tipicidade conglobante, o estrito cumprimento de um dever legal, bem como o exercício regular de um direito incentivado, deixam de excluir a ilicitude para servirem como causas de exclusão da tipicidade. 
Frisa-se, ainda, que o estado de necessidade e a legítima continuam como causas excludentes da ilicitude, pois nenhum deles é determinado ou fomentado. São atos permitidos por lei. Logo, continuando sendo antinormativos. 
Consoante o mestre, espera-se de um ordenamento jurídico ordem, isto é, os vários ramos do direito determinando e incentivando os mesmos comportamentos (é uma incoerência o direito penal julgar típico comportamento que outros ramos determinam ou incentivam). 
. Tipicidade formal (espécies)
a) Adequação típica direta ou imediata: existe perfeita e imediata operação de ajuste do fato à lei incriminadora. É uma hipótese de adequação típica imediata. O fato se ajusta ao fato penal sem necessidade de dispositivo complementar. 
Ex: 
Lei incriminadora: art. 121 – “matar alguém”. 
Fato ocorrido: “A” matou “B”
Esse fato se ajusta de forma direta ao artigo. 
b) Adequação típica indireta ou mediata: não existe perfeito ajuste do fato à lei incriminadora, pressupondo normas de extensão(adequação típica mediata). Aqui o fato se ajusta ao tipo penal com auxílio de dispositivo complementar. 
Ex: 
Lei incriminadora: art. 121 – “matar alguém”.
Fato (1): “A” tentou matar “B” 
Esse fato se não ajusta de forma direta ao artigo. Preciso me socorrer em outra norma. Preciso do chamado ajuste indireto. Logo, antes da punição, deve-se passar pelo art. 14, II (norma de extensão temporal*, já que estende a incriminação no tempo). Tal norma serve para a adequação típica indireta.
 
*Trata-se de um exemplo o art. 14, II, ainda há outros dispositivos que cuidam da adequação típica indireta, quais sejam:
Art. 29, CP (norma de extensão pessoal – serve para punir o participe); e
Art. 13, par. 2º, CP (norma de extensão causal – serve para punir o garantidor).
Exemplos:
“A” matou “B” e “C” ficou de vigia. Logo, em relação à “A”, há uma hipótese de adequação típica imediata, entretanto, quanto à “C”, aplica-se a norma de extensão do art. 29 referente ao concurso de pessoas (norma de extensão pessoal, tendo em vista que se estende à pessoa).
Art. 13, §2º (norma de extensão causal) - São elementos do tipo: . núcleo – descreve a conduta proibida pela lei penal (ex.: matar); . sujeito ativo; . sujeito passivo; . objeto material – é a coisa ou pessoa contra a qual recai a conduta criminosa do agente (ex.: objeto furtado). Algumas vezes coincide com o sujeito passivo, como no caso do homicídio.
Culpabilidade – Retirado do resumo do TRF1 atualizado pelo Tiago
PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE
Diz respeito ao juízo de CENSURA, ao juízo de REPROVABILIDADE que se faz sobre a conduta típica e ilícita praticada pelo agente. Segundo Francisco de Assis Toledo, consiste na exigência de um juízo de reprovação jurídica que se apoia sobre a crença – fundada na experiência da vida cotidiana – de que ao homem é dada a possibilidade de, em certas circunstâncias, “agir de outro modo”.
Não está expresso na CF, mas pode ser extraído dela, principalmente do princípio da dignidade da pessoa humana. Possui TRÊS SENTIDOS fundamentais:
I – Culpabilidade como elemento integrante do conceito analítico de crime
É o terceiro elemento do conceito analítico de crime (Welzel), após a análise do fato típico e da ilicitude. Após concluir que alguém praticou um injusto penal, inicia-se o estudo para saber se há ou não censura sobre o fato praticado.
II – Culpabilidade como princípio medidor de pena
Uma vez existente a infração penal (fato típico, ilícito e culpável), deverá haver condenação. O juiz deverá, então, encontrar a pena correspondente à infração penal praticada, tendo sua atenção voltada para a culpabilidade do agente como critério regulador.
A função da culpabilidade, nesta fase, será a de medidora da sanção penal, devendo ser realizado outro juízo de censura sobre a conduta, não podendo a pena exceder ao limite necessário à reprovação pelo fato típico, ilícito e culpável praticado.
III – Culpabilidade como princípio impedidor da responsabilidade penal objetiva, ou seja, da responsabilidade penal sem culpa
Significa que a culpabilidade impõe a subjetividade da responsabilidade penal. Não cabe, em Direito Penal, a responsabilidade objetiva.
Ou seja, para determinado resultado ser atribuído ao agente é preciso que a sua conduta tenha sido dolosa ou culposa. Se não houver dolo ou culpa, não há conduta. Se não há conduta, não há fato típico. Se não há fato típico, não há consequência lógica. Logo, não há crime.
No entanto, deve ser observado que, nessa vertente, que tem por finalidade afastar a responsabilidade penal objetiva, a culpabilidade deve ser entendida somente como um princípio em si, pois que, uma vez adotada a teoria finalista da ação, dolo e culpa foram deslocados para o tipo penal, não pertencendo mais ao âmbito da culpabilidade, que é composta, segundo a maioria da doutrina nacional, pela imputabilidade, pelo potencial conhecimento da ilicitude do fato e pela exigibilidade de conduta diversa.
CULPABILIDADE
É o juízo de reprovação pessoal que se realiza sobre a conduta típica e ilícita praticada pelo agente. Ao longo do tempo, várias TEORIAS tentaram explicá-la, o que permitiu o aperfeiçoamento do conceito.
LIVRE-ARBÍTRIO E DETERMINISMO
Teoria ligada ao livre arbítrio: o homem é moralmente livre para fazer suas escolhas. O fundamento da responsabilidade penal está na RESPONSABILIDADE MORAL do indivíduo, sendo que esta, ou seja, a responsabilidade moral, tem por base o LIVRE ARBÍTRIO.
Teoria ligada ao DETERMINISMO: aduz que o homem não é dotado desse poder soberano de liberdade de escolha, mas sim que fatores internos ou externos podem influenciá-lo na prática da infração penal.
Para Rogério Greco, livre-arbítrio e determinismo são conceitos que, ao invés de se repelirem, se completam. Afinal, a influência do meio social realmente existe. Contudo, nem todas as pessoas que convivem nesse mesmo meio social se deixam influenciar e, com isso, resistem à prática de crimes.
Em suma, a culpabilidade, ou seja, o juízo de censura que recai sobre a conduta típica e ilícita, é individual, pois o homem é um ser que possui sua própria identidade, razão pela qual não existe um ser igual ao outro. Temos nossas peculiaridades, que nos distinguem dos demais. Por isso, em tema de culpabilidade, todos os fatos, internos e externos, devem ser considerados a fim de se apurar se o agente, nas condições em que se encontrava, podia agir de outro modo.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CULPABILIDADE NA TEORIA DO DELITO
Na evolução histórica da teoria do delito, TRÊS TEORIAS se destacaram: CAUSAL, FINAL E SOCIAL. Mais tarde, surgiu a teoria FUNCIONAL.
SISTEMA CAUSAL-NATURALISTA DE LISZT-BELING
Divide o delito em dois aspectos bem definidos: um externo e outro interno. O aspecto externo compreendia a ação típica e antijurídica; o interno, a culpabilidade.
No sistema proposto por Liszt e Beling, a parte externa do delito, ou seja, o injusto penal, era objetivo, sendo que na sua parte interna – a culpabilidade – é que deviam ser aferidos os elementos subjetivos do agente.
A culpabilidade, para esta teoria, era o lugar adequado para o estudo dos elementos subjetivos – dolo e culpa. Estes eram espécies de culpabilidade, que tinham como pressuposto a imputabilidade. Assim, antes de aferir dolo ou culpa, era preciso certificar se o agente era imputável.
Em resumo, a culpabilidade significava o VÍNCULO PSICOLÓGICO que ligava o agente ao fato ilícito por ele cometido, razão pela qual essa teoria passou a ser reconhecida como TEORIA PSICOLÓGICA DA CULPABILIDADE. Posteriormente passou a ser chamada de sistema clássico.
As CRÍTICAS que sofreu essa teoria, apesar de seu mérito inicial, dizem respeito à incapacidade de ela explicar a essência da omissão, a culpa inconsciente, bem como a impunibilidade da coação irresistível e o estado de necessidade exculpante.
Para melhor compreensão, segue gráfico do meu caderno de direito penal do LFG:
 Tipicidade – mera descrição abstrata do crime (é neutra).
 Parte objetiva 
 Antijuridicidade – puramente formal: contrariedade do fato com a
 norma
CRIME 
 Imputabilidade
 Parte subjetiva – culpabilidade Dolo/culpa
Era aplicada a teoria psicológica da culpabilidade, sendo a culpabilidade do vínculo do agente com o fato pelo dolo ou pela culpa.
TEORIA NORMATIVA – SISTEMA NEOCLÁSSICO – METODOLOGIA NEOKANTISTA (Mezger)
Previu modificações no sistema anterior, introduzindo elementos subjetivos e normativos no tipo. Agora, para que o agente pudesse ser punido pelo fato ilícito por ele cometido não bastava a presença dos elementos subjetivos (dolo e culpa), mas, sim, que, nas condições em que se encontrava, podia-se-lhe exigir umaconduta conforme o direito.
Com a introdução desse elemento de natureza normativa, os problemas anteriores (coação irresistível, estado de necessidade exculpante) já poderiam ser tratados no campo da culpabilidade. Para a teoria normativa, a estrutura da culpabilidade ficaria com o seguinte conteúdo: imputabilidade, dolo e culpa e EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA. A imputabilidade deixa de ser pressuposto de culpabilidade para ser mero requisito a mais.
Dolo seria a vontade e a consciência de realizar o fato proibido pela lei e a culpa, uma vontade defeituosa. O DOLO passou a ser entendido como um dolus malus, exigindo-se para sua caracterização, além da VONTADE de realizar o fato típico, o CONHECIMENTO sobre a ILICITUDE do fato (por isso é normativo).
FATO TÍPICO – não é neutro, porque retrata um fato valorado negativamente. Recupera a doutrina os valores de Kant.
ANTIJURIDICIDADE – é formal e material – contrariedade do fato com a norma, desde que cause danos sociais.
 Imputabilidade (requisito psicológico)
CRIME CULPABILIDADE 
 Dolo/culpa (requisitos psicológicos)
 
 Exigibilidade de conduta diversa (requisito normativo)
O requisito psicológico da culpabilidade diz respeito ao que faz parte da cabeça do réu. O requisito normativo diz respeito ao que depende de juízo de valor.
TEORIA DA AÇÃO FINAL	
WELZEL redefiniu o conceito de ação de um ponto de vista ontológico, quer dizer, buscando as estruturas reais do ser. A AÇÃO, agora, não é concebida como mero ato voluntário que venha a causar uma modificação no mundo exterior, mas sim exercício de ATIVIDADE FINAL – agir orientado conscientemente ao fim. Isso difere do acontecer causal, que não está dirigido ao fim e é resultante dos componentes causais existentes em cada caso. A finalidade é vidente; a causalidade, cega.
Pela teoria finalista, toda ação humana vem impregnada de finalidade, seja esta lícita ou ilícita. Partindo dessa premissa, o DOLO não mais podia ser analisado em sede de culpabilidade, sendo TRANSPORTADO para o TIPO. O dolo finalista é um dolo natural, livre da necessidade de se aferir a consciência sobre a ilicitude do fato para a sua configuração.
Os tipos penais, na concepção finalista, passaram a ser complexos. A própria ilicitude passou a ter elementos subjetivos, o que também atingiu as causas de exclusão de antijuridicidade.	
Na culpabilidade, passaram a estar presentes os seguintes elementos: imputabilidade, potencial consciência sobre a ilicitude do fato e exigibilidade de conduta diversa.
 conduta
 objetiva resultado naturalístico
 FATO TÍPICO nexo de causalidade
Adequação típica
Subjetiva – dolo/culpa. O dolo é natural, sem consciência da ilicitude. Apenas consciência do fato.
Imputabilidade
Culpabilidade Potencial consciência da ilicitude
CRIME Exigibilidade de conduta diversa
A culpabilidade é puramente normativa. Não há requisitos psicológicos. É puro juízo de valor, de reprovação do crime.
 
Antijuridicidade
TEORIA SOCIAL DA AÇÃO
Define a ação como FENÔMENO SOCIAL, procurando englobar aspectos do causalismo e do finalismo. Sustenta a DUPLA POSIÇÃO DO DOLO: enquanto determinante da direção do comportamento, constitui o elemento central do injusto típico da ação, enquanto resultado do processo de motivação do autor pertence à culpabilidade. É muito criticada. Zaffaroni, por exemplo, diz que “o conceito social de ação no direito penal nos parece impreciso no plano teórico e perigoso e inútil a nível prático”.
FUNCIONALISMO
Tem como ponto de partida os pressupostos político-criminais ligados diretamente às FUNÇÕES DO DIREITO PENAL, principalmente no que diz respeito à chamada TEORIA DOS FINS DA PENA.
Trabalha com duas vigas mestras: teoria da IMPUTAÇÃO OBJETIVA e a AMPLIAÇÃO DA CULPABILIDADE para a categoria de RESPONSABILIDADE. A primeira delas, nos crimes de resultado, passa a exigir, além da relação material de causalidade, um NEXO NORMATIVO DE CAUSALIDADE, a fim de aferir se o resultado produzido pelo agente pode, juridicamente, ser a ele imputado. A segunda coluna do funcionalismo, ampliando o conceito de culpabilidade para o de responsabilidade, exige, sempre, a aferição da necessidade preventiva (especial ou geral) da pena, sem a qual se torna impossível a imposição desta.
CULPABILIDADE DE FATO E CULPABILIDADE DE AUTOR	
No direito penal de fato analisa-se o fato praticado pelo agente, e não o agente do fato; no direito penal do autor, o enfoque já não será precipuamente o fato praticado pelo agente, mas sim o agente que cometeu o fato.
Um direito penal exclusivamente do autor é um direito intolerável, porque não se julga, não se avalia aquilo que o homem fez, mas o que ele é. 
É possível distinguir-se, ainda, entre culpabilidade de ato e culpabilidade de autor. A culpabilidade do ato seria a reprovação do homem por aquilo que ele fez, considerando-se a sua capacidade de autodeterminação; já na culpabilidade de autor, o que se reprova é o homem como ele é, e não aquilo que fez.
O correto parece ser a união de ambas as concepções. O núcleo do conceito de culpabilidade somente pode ser a culpabilidade pelo fato individual, mas o Direito Penal deve ter em conta também muitas vezes a culpabilidade do autor.
ELEMENTOS DA CULPABILIDADE NA CONCEPÇÃO FINALISTA	
Na concepção finalista, a culpabilidade é composta pelos seguintes elementos normativos:
a) Imputabilidade;
b) Potencial consciência da ilicitude do fato;
c) Exigibilidade de conduta diversa
	
IMPUTABILIDADE
É a possibilidade de se atribuir, imputar o fato típico e ilícito ao agente. A imputabilidade é a regra; a inimputabilidade, a exceção.
É composta por DOIS ELEMENTOS: um INTELECTUAL (capacidade de ENTENDER o caráter ilícito do fato) e outro VOLITIVO (capacidade de DETERMINAR-SE de acordo com esse entendimento).
O CP previu as hipóteses que, segundo critério político-legislativo, conduziriam à inimputabilidade do agente, quais sejam:
I – INIMPUTABILIDADE POR DOENÇA MENTAL;
Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Adotou-se, quanto à imputabilidade por doença mental, o CRITÉRIO BIOPSICOLÓGICO, consistente na conjugação de dois critérios: existência de uma doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado + absoluta incapacidade de, ao tempo da ação ou omissão, entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
O critério biológico reside na aferição da doença mental ou desenvolvimento incompleto ou retardado. Contudo, mesmo que comprovado, ainda não será suficiente a fim de conduzir à situação de inimputabilidade. Deverá ser verificado o critério psicológico, ou seja, se o agente era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Comprovada a total inimputabilidade do agente, deverá ele ser absolvido, nos termos do art. 386, VI, do CPP. Trata-se de sentença impropriamente absolutória (absolvição imprópria), uma vez que, embora absolvendo o inimputável, se lhe aplica medida de segurança.
Semi-imputável: o parágrafo único do art. 26 do CP prevê uma redução de pena de um a dois terços para aquele que, em razão de perturbação da saúde mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não era INTEIRAMENTE capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Art. 26, Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era

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