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Ponto 7 - Constitucional - Administrativo - Penal - Processo Penal - Civil - TRF5 - XII

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Sumário
4DIREITO CONSTITUCIONAL	�
4FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA	�
4MINISTÉRIO PÚBLICO	�
19ADVOCACIA PÚBLICA	�
22ADVOCACIA	�
29DEFENSORIA PÚBLICA	�
33DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA	�
33PRINCÍPIOS	�
41Servidor Público	�
41Dos servidores civis e militares.	�
45Acumulação remunerada do civil	�
51A responsabilidade das pessoas jurídicas públicas.	�
55DIREITO ADMINISTRATIVO:	�
55ATO ADMINISTRATIVO	�
55I.1) Conceito	�
56I.2) Requisitos de validade (ou elementos) do ato administrativo	�
64I.4) ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO	�
65ATRIBUTOS	�
65ELEMENTOS	�
66I.5) ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS	�
66I.6) CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS	�
74PROCESSO ADMINISTRATIVO	�
82CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA	�
86Controle pelo TC	�
92CONTROLE JURISDICIONAL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA	�
94IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA	�
112Mandado de segurança	�
125Ação Civil Pública	�
134Ação Popular	�
138DIREITO PENAL	�
138Teoria geral da culpabilidade: fundamentos; conceito; elementos e conteúdo:	�
139Elementos:	�
140Excludentes de culpabilidade:	�
142O erro no Direito penal: espécies, requisitos e consequências.	�
143Erro de proibição	�
147DOS CRIMES CONTRA O SERVICO POSTAL E O SERVICO DE TELEGRAMA (LEI N 6.538/78)	�
150CRIMES DE TELECOMUNICAÇÕES (LEIS 4.117/62 E LEI 9.472/92)	�
153ESTATUTO DO ESTRANGEIRO. ASPECTOS PENAIS.	�
155DOS CRIMES CONTRA A SEGURIDADE SOCIAL	�
166DIREITO PROCESSUAL PENAL	�
166RELAÇÕES JURISDICIONAIS COM AUTORIDADE ESTRANGEIRA	�
166Cartas Rogatórias (arts. 783 a 786, do CPP, Resolução n. 09/STJ e RISTF arts. 225/229):	�
171Homologação de sentenças penais para efeitos civis	�
173Extradição. Expulsão. Deportação.	�
179RECURSOS - CONCEITO	�
1792 FUNDAMENTOS DOS RECURSOS – DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO	�
1803 PRINCÍPIOS	�
1854 PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL	�
1915 EFEITOS DOS RECURSOS	�
1936 ASPECTOS GERAIS DOS RECURSOS	�
1957 RECURSOS EM ESPÉCIE	�
195RECURSO EM SENTIDO ESTRITO	�
198APELAÇÃO	�
200PROTESTO POR NOVO JÚRI	�
201EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE	�
204EMBARGOS DE DECLARAÇÃO	�
204CARTA TESTEMUNHÁVEL	�
205CORREIÇÃO PARCIAL	�
205RECURSO ESPECIAL E RECURSO EXTRAORDINÁRIO	�
208AGRAVO EM EXECUÇÃO	�
208COISA JULGADA E REVISÃO CRIMINAL	�
215DIREITO CIVIL	�
215NOÇÕES GERAIS	�
215RESPONSABILIDADE CIVIL	�
216ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL	�
219DANO MATERIAL – dano patrimonial	�
222DANO MORAL	�
243RESPONSABILIDADE POR ATO DE TERCEIRO	�
246RESPONSABILIDADE PELO FATO DA COISA OU DO ANIMAL	�
�
�
DIREITO CONSTITUCIONAL
PONTO 7: Funções essenciais à justiça. Do Ministério Público. Da Advocacia e da Defensoria Pública. Da Advocacia-Geral da União. Da Administração Púbica. Princípios e Disposições Gerais. Dos servidores civis e militares. Acumulação remunerada. Garantias. Responsabilidade jurídica das pessoas públicas. 
FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
	Funções essenciais à justiça
	MINISTÉRIO PÚBLICO
	
	
	ADVOCACIA PÚBLICA
	AGU- AU, PFN (+PF e PBacen)
	
	
	Procurador da Fazenda
	
	
	Procurador Estadual
	
	
	Procurador Municipal
	
	ADVOCACIA PRIVADA
	
	
	DEFENSORIA PÚBLICA
	
São funções essenciais à justiça porque essa justiça pode ser entendida como:
Poder Judiciário: as instituições são responsáveis pela provocação do judiciário (inércia do PJ);
Valor: as instituições são fundamentais para a obtenção da justiça como valor do estado democrático de direito.
MINISTÉRIO PÚBLICO
ESCORÇO HISTÓRICO
Marco histórico, reconhecido por toda a doutrina, segundo HUGO NIGRO MAZZILI, foi a ORDENANÇA DE FELIPE IV, O BELO de 25/03/1302, quando o rei decidiu regulamentar o juramento dos PROCURADORES DO REI. O procurador do rei trabalhava em pé, sobre o assoalho (parquet). Era a magistratura de pé.
Essa origem do MP como procurador do rei são atribuições que equivalem à advocacia da coroa, no Brasil, Advocacia Pública. 
	(Aula LFG – Pedro Taques) – MP nas Constituições BR
Constituição de 1824: não fazia referência ao MP.
Em 1832, o Código de Processo Criminal do Império faz referência ao promotor de acusação (seus membros eram livremente escolhidos e demitidos).
Em 1889, foi proclamada a República e, em 1890, foi editado um decreto que institucionalizou o MP (decreto feito pelo então Ministro da Justiça Campos Salles).
CF1891: Constituição Republicana. O MP estava posicionado dentro do Poder Judiciário. O PGR deveria ser escolhido dentre um dos ministros do STF.
CF34: começa no Brasil um constitucionalismo além de um constitucionalismo jurídico-político, passando a ser um constitucionalismo econômico-social, inaugurando o Estado-social. O MP estava inserido em no Capítulo relativo às atividades de cooperação governamental - eram instituições que auxiliavam o Poder Executivo. O PGR é escolhido livremente pelo Presidente da República, com aprovação do Senado, entre cidadãos que preencham os requisitos para ser Ministros do STF, e é demissível ad nutum. Seus membros são estáveis e escolhidos por concurso público
CF37: Estado novo: momento autoritário, até 45. O MP foi abandonado pela Constituição. A CF 1937 só se refere ao MP a respeito da designação do PGR e do quinto constitucional.
Nos períodos autoritários, o MP é fraco; nos momentos de democracia, forte. Assim, há relação umbilical entre MP e democracia.
CF46: inaugura período democrático da história brasileira – MP é instituição independente, não fazendo parte de nenhum dos 3 poderes. Ao MPF compete também a
representação judicial da União. Seus membros têm estabilidade, inamovibilidade e são escolhidos por concurso público.
Em 31-3-64, ocorre o segundo hiato autoritário, que perdura até 1985. Nesse hiato, houve duas constituições:
CF67: MP dentro do PJ;
CF69: MP dentro do PE.
MP NA CF88
1. Art. 127
A CF fala que o MP é uma instituição permanente. Por isso, HUGO NIGRO defende que é uma cláusula pétrea. ATENÇÃO: a CF diz que são permanentes também as forças armadas, a polícia federal e as polícias rodoviárias e ferroviárias federais.
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. 
Defesa da ordem jurídica: não quer dizer que o MP tenha que atuar em todas as ações, quer dizer que em todas as ações em que atuar, sua atuação será especial, porque estará sempre na defesa da ordem jurídica.
O MP faz a defesa desse ordenamento jurídico atuando de duas formas:
- órgão agente: ajuíza ações penais e civis – é uma parte instrumental;
- órgão interveniente: o MP não é parte, mas possui poderes da parte, na defesa do ordenamento jurídico – Ex: no processo penal, na ação penal de iniciativa privada; no processo civil, na ação popular (intervenção obrigatória do MP).
O CPC, por ser mais recente e técnico, elenca, nos arts. 81 e 82, as formas de atuação do MP como órgão interveniente. Dada a amplitude interventiva, hoje é mais apropriado falar-se em intervenção do Ministério Público como “custos iuris”.
Mas, a defesa do ordenamento jurídico não se dá apenas judicialmente, numa relação processual: pode ser extrajudicialmente – ex: recomendações, termos de ajustamento de conduta (ainda que precise ser homologado judicialmente).
Defesa do regime democrático: a atuação deve ser pautada pela defesa da liberdade (liberdades públicas, autodeterminação), igualdade (direito fundamental à diferença, que decorre do pluralismo político) e dignidade da pessoa humana (valor acima da CF, supraconstitucional). 
Órgão constitucional independente: não pode ser entendido como um quarto poder. 
Interesses individuais indisponíveis: interesse aí está como sinônimo de direito: posição jurídica necessária à satisfação de uma necessidade. O MP deve defender essas posições jurídicas. A CF dá notícia de 2 tipos de interesse:
- interesses sociais: são interesses de todos os membros de uma sociedade: bem comum. Nesse aspecto, o MP é advogadode toda a sociedade. Ex: moralidade, meio ambiente, legalidade etc.
- interesses individuais indisponíveis: são indisponíveis pq não podem ser negociados, pois são imprescindíveis à existência do sujeito. Eles são indisponíveis sob duas ópticas: em razão da qualidade do sujeito e em razão da natureza da relação processual: (i) em função da qualidade do sujeito é que o MP participa de processos em que figurem menores de idade, índios, incapazes; (ii) em razão da natureza da relação processual: família, nacionalidade, questões de estado, existência de conflito social.
O MP não pode defender o contribuinte, porque há disponibilidade. A jurisprudência é unânime nesse sentido. ACP cujo fundamento seja a ilegalidade de reajuste de Mensalidades escolares legitima o MP (Súmula 643, STF), porque há interesse social, que não vale para as questões tributárias.
Vale destacar que o STF vem reconhecendo que “o Ministério Público é parte legítima para questionar, em sede de ação civil pública, a validade de benefício fiscal concedido pelo estado a determinada empresa” (RE 586705 AgR), haja vista tratar-se de “ações civis públicas nas quais se discute a validade de atos potencialmente lesivos ao patrimônio público” (RE 547532 AgR / DF)
Para Alexandre de Moraes, seria inconstitucional a PEC que visasse à sua extinção, pois o MP é uma instituição perene, permanente. Além disso, o MP é imprescindível para o Estado Democrático de Direito, para defesa dos direitos fundamentais. Seriam reduzidos os instrumentos de defesa dos direitos fundamentais.
§ 1º - São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
Princípio da unidade: sob a égide de um só chefe, o Procurador-Geral, o MP deve ser visto como uma instituição única, sendo a divisão existente meramente funcional, ressalvando-se, porém, que só existe unidade dentro de cada Ministério Público, inexistindo entre o MP Federal e os dos Estados, nem entre estes, nem entre os diversos ramos do MP da União.
	MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO (art. 128, I)
	Ministério Público Federal
	
	Ministério Público do Trabalho
	
	Ministério Público Militar
	
	Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (têm competência de MP estadual)
	MINISTÉRIO PÚBLICO DOS ESTADOS (art. 128, II)
	26 porque o DF já está acima
	MINISTÉRIO PÚBLICO DOS TRIBUNAIS DE CONTAS (art. 130)
	Tem fundamento no art. 130 CF e está estruturalmente ligado ao Tribunal de Contas - não se confunde com o restante do Ministério Público que tem fundamento no 128 CF
Ponto interessante a ser analisado diz com o conflito de atribuições entre Ministérios Públicos. Quando tal acontece na fase judicial, o caso se resolve em conflito de competência e terá atribuição para atuar o MP que oficie junto ao órgão competente. Quando na fase pré-processual, temos um conflito de atribuições, que se for entre MPE x MPF ou MP de um Estado com o de outro: competência para resolução deste é o do STF. Se houver conflito virtual de “jurisdição”, a competência será do STJ.
Princípio da indivisibilidade: é uma decorrência do princípio da unidade. Pelo princípio da indivisibilidade, os membros do Ministério Público não se vinculam aos processos nos quais atuam, podendo ser substituídos uns pelos outros, dentro dos parâmetros da lei, não podendo ser arbitrária ou aleatória. 
Princípio da independência funcional: relaciona-se com a atuação em si do MP. O membro do MP em sua atuação judicial ou extrajudicial não está submetido à determinação hierárquica (nem do Procurador-Geral de Justiça). 
Não confundir independência e autonomia funcional: a independência funcional é do membro; a autonomia funcional, da instituição frente ao PL, PE e PJ.
Princípio do promotor natural: a CF não traz expressamente o princípio do promotor natural, mas ele decorre do princípio da independência funcional e da inamovibilidade dos membros do MP. Esse princípio proíbe designações casuísticas efetuadas pelo chefe da Instituição.
No âmbito do STF é controversa a tese de existência do princípio do promotor natural. Discute-se ainda, entretanto, a extensão do princípio, o qual somente se considera violado quando ferida a independência funcional do órgão ou ainda quando há manipulação casuística que no procedimento de distribuição que deixe antever a figura do acusador de exceção. 
“O postulado do Promotor Natural "consagra uma garantia de ordem jurídica, destinada tanto a proteger o membro do Ministério Público, na medida em que lhe assegura o exercício pleno e independente do seu ofício, quanto a tutelar a própria coletividade, a quem se reconhece o direito de ver atuando, em quaisquer causas, apenas o Promotor cuja intervenção se justifique a partir de critérios abstratos e pré-determinados, estabelecidos em lei" (HC 102.147/GO, rel. min. Celso de Mello, DJe nº 22 de 02.02.2011). Há recente precedente da Primeira Turma do STF nesse mesmo sentido: (RE 638757 AgR, Relator(a):  Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 09/04/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-078 DIVULG 25-04-2013 PUBLIC 26-04-2013)
No TRF 5, há julgados que parecem admitir a existência do princípio: “4. Deve-se entender o princípio do promotor natural como aquele que se destina a não permitir a substituição imotivada dos membros do "Parquet", à conta da existência de eventuais ingerências políticas ou hierárquicas, próprias dos regimes de exceção. Autos nos quais se constata não haver um procurador especificamente designado para substituir, mas a atuação, correta, de vários membros do Órgão de defesa da sociedade e da cidadania em uma mesma causa.” (PROCESSO: 200381000074740, ACR3727/CE, RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL GERALDO APOLIANO, Terceira Turma, JULGAMENTO: 11/11/2004, PUBLICAÇÃO: DJ 29/11/2004 - Página 529)
Em julgado mais recente, o tema voltou à discussão na seguinte passagem do acórdão: “O fato de a ação de improbidade administrativa ter sido ajuizada pelo Ministério Público Estadual, perante a Justiça Estadual e, após a declaração de incompetência, ter sido remetida à Justiça Federal, quando passou o Ministério Público Federal a atuar no feito, não constitui violação ao princípio do Promotor Natural.” (PROCESSO: 00001243520114058402, AC546722/RN, RELATORA: DESEMBARGADORA FEDERAL JOANA CAROLINA LINS PEREIRA (CONVOCADA), Terceira Turma, JULGAMENTO: 11/04/2013, PUBLICAÇÃO: DJE 17/04/2013 - Página 358)
Há decisões do STJ no sentido de que no oferecimento de denúncia por promotor de outra comarca, ratificada posteriormente pelo promotor de origem, bem como na designação de membro do MP para o oferecimento de denúncia contra prefeitos, ou ainda na formação de grupos de trabalho para a apuração e denúncia de ilícitos, desde que obedecidas as normas de organização da instituição e afastada a hipótese de manipulação que vise a obliterar a independência funcional ou favorecer o acusador de exceção, não há falar em malferimento ao princípio.
Esse princípio é um direito subjetivo não somente do membro do MP, mas de toda a sociedade. Veda designações casuísticas.
Entretanto, em algumas hipóteses, o Chefe do MP poderá fazer designações de membros do MP para atuação específica, que estão previstas na Lei Orgânica Nacional do MP (Lei 8.625/93). São hipóteses de designação:
pedido de arquivamento de IP (artigo 28, CPP) e para o INQUÉRITO CIVIL: o PGJ ou o Conselho Superior poderá designar outro membro para oferecer a denúncia; longa manus do PGJ.
delegação de atribuição do PGJ: atos de sua competência originária que podem ser delegados para outro membro do MP;
impedimento, suspeição do membro do MP e outras hipóteses (férias e substituições);
conflito de atribuição: pode existir o conflito positivo ou negativo, que é decidido pelo PGJ;
atividade administrativa: coordenação de área específica;
a pedido do promotor natural: pedir grupo de colegas para ajudar.
Os dois últimos princípios sofrem mitigação em determinadas hipóteses previstas na lei. Fora o que estiverpermitido em lei, o membro do MP tem a prerrogativa do princípio do juiz natural.
Segundo Alexandre de Moraes, o art. 10 da LONMP afasta qualquer possibilidade de designações arbitrárias.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Princípio da autonomia financeira e administrativa: é princípio da instituição como um todo. 
	AUTONOMIA FUNCIONAL
	AUTONOMIA ADMINISTRATIVA
	É do membro
	É do órgão
Essa autonomia do MP se manifesta também por meio da possibilidade de iniciativa de lei. 
MP DA UNIÃO: iniciativa de lei é concorrente entre o Presidente da República (artigo 61, § 1o., II, d, CF/88) e o PGR (artigo 128, § 5o., CF/88). 
MP ESTADUAL: iniciativa de lei é privativa do MP.
Quem defende que o MP é um poder tem como argumentos:
Princípio da autonomia financeira e administrativa;
artigo 85, II CF/88: crime de responsabilidade do PRES atentar contra o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e o MP; está dada ao MP uma dignidade de Poder;
artigo 168, CF/88: o orçamento público é gerenciado pelo Poder Executivo, que deve até o dia 20 de cada mês repassar as parcelas do Poder Judiciário, do Poder Legislativo e ao MP;
Rigorosamente o MP não é um poder, em que pese a existência de alguns artigos da constituição acima citados.
O MP tem competência para proposta de lei.
§ 3º - O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. (NR)
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (NR)
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. (NR)
STF, ADI N. 4.356-CE, rel. Min. DIAS TOFFOLI: Ação Direta de Inconstitucionalidade. CONAMP. Artigo 6º da Lei nº 14.506, de 16 de novembro de 2009, do Estado do Ceará. Fixação de limites de despesa com a folha de pagamento dos servidores estaduais do Poder Executivo, do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e do Ministério Público estadual. Conhecimento parcial. Inconstitucionalidade.
[...] 
3. O diploma normativo versa sobre execução orçamentária, impondo limites especialmente às despesas não previstas na folha normal de pessoal. Tais limites, conquanto não estejam disciplinados na lei de diretrizes orçamentárias e na lei orçamentária anual, buscam controlar a forma de gestão dos recursos orçamentários já aprovados. 
4. Se ao Ministério Público é garantida a elaboração de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, como preceitua o § 3º do artigo 127 da Constituição Federal, conclui-se que esse é o meio normativo próprio (idôneo) para a imposição de eventual contensão de gastos. A autonomia financeira não se exaure na simples elaboração da proposta orçamentária, sendo consagrada, inclusive, na execução concreta do orçamento e na utilização das dotações postas em favor do Ministério Público. Nesse ponto, o artigo 6º da Lei estadual nº 14.506/09 faz ingerência indevida na atuação do Ministério Público, uma vez que o limitador ali presente incide invariavelmente sobre despesas com pessoal devidamente amparadas por previsões na lei de diretrizes orçamentárias e na lei orçamentária anual, que não estampam qualquer ressalva a respeito.
5. Quanto à alegação da CONAMP de ofensa à garantia do direito adquirido (artigos 5º, XXXVI, CF/88), entende-se que o exame pressupõe a realização de análise casuística, incompatível com a natureza do processo objetivo de fiscalização concentrada de constitucionalidade. Fundamento que não merece ser apreciado em sede de controle concentrado, o qual não se presta a discutir fatos e casos concretos, reservados que são ao controle incidental.
6. Ação direta de inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente para declarar, com efeitos ex tunc, a inconstitucionalidade da expressão “e do Ministério Público Estadual” contida no art. 6º da Lei nº 14.506, de 16 de novembro de 2009, do Estado do Ceará (Info 615, p. 9-5-2011) – semelhante, mas em ADI ajuizada pela AMB (relacionada ao PJ) – resultado idêntico: ADI n. 4.426/CE.
Emagis 39.12 É inconstitucional norma que, prevista na Constituição do respectivo Estado-membro, estabelece a prioridade, nos procedimentos a serem adotados pelo Ministério Público, a respeito das conclusões encaminhadas pelas comissões parlamentares de inquérito (CPI's). O estabelecimento dessa prioridade acaba por materializar indevida intromissão do Poder Legislativo sobre a atuação ministerial, marcada, como visto acima, pela independência funcional (ADI 3.041, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 10-11-2011, Plenário, DJE de 1º-2-2012.)
2. Art. 128
Art. 128. O Ministério Público abrange:
I - o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II - os Ministérios Públicos dos Estados.
§ 1º - O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.
A existência de MPF e MPE justifica-se pela forma federativa do Estado brasileiro: cada ente federado tem poder de auto-organização.
Carreira: o MPU tem 04 carreiras: MPF, MPT, MPM, MPDFT. De qual das 04 carreiras será escolhido o PGR? Na PEC Paralela da Reforma do Judiciário há proposta para que seja explicitado que o PGR seria do MPF. Atualmente, há duas correntes:
deve ser do MPF: é o único que não tem Procurador Geral e as funções são semelhantes;
deve ser de qualquer carreira.
Desde 1988, tem sido do MPF.
Mandato: apesar do nome usado pela CF, trata-se de uma INVESTIDURA POR TEMPO CERTO. Não tem natureza jurídica de mandato. Diante do seu afastamento não será eleito outro para complementar o mandato. NÃO há lista.
Recondução: não há limitação de números de recondução. Na PEC Paralela da Reforma do Judiciário há proposta para que seja limitada a UMA recondução. O dispositivo também pode ser interpretado de outra forma, pois “a recondução” está no singular, levando o interprete a imaginar se tratar de apenas uma.
§ 2º - A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.
Destituição: segue o mesmo processo de nomeação: PELO EXECUTIVO AUTORIZADO PELO LEGISLATIVO. Não há possibilidade de demissão ad nutum.
§ 3º - Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefedo Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.
Cada ramo do MPU possui o seu Procurador-Geral próprio, à exceção do MPF: não existe Procurador-Geral do MPF.
Note que para a nomeação do Procurador-Geral do MPDFT e dos MPs Estaduais, não há necessidade de autorização do Poder Legislativo correspondente. Mas, para destituição, o legislativo deve autorizar por maioria. O STF já decidiu que é inconstitucional a norma da Constituição Estadual que condicione a nomeação do PGJ à prévia aprovação da respectiva Assembléia Legislativa. 
MPDFT: terá 02 chefes: PGR e PGJ/DFT. Na verdade, o MPDFT é uma instituição separada do MPU, mas a CF colocou o MPDFT como parte do MPU. Nomeação do PGJ do MPDFT é feita pelo Presidente da República e a respectiva destituição será por maioria absoluta do Senado Federal.
Recondução: o PGJ cumpriu o prazo, para a recondução (única) deve entrar na lista novamente. A limitação é para reconduções sucessivas. Mas pode ser reconduzido em período futuro.
§ 4º - Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva.
	PGR
	PGJ
	Escolhido pelo Presidente República
	Escolhido pelo Governador
	A escolha é livre, não existe lista.
	É escolhido dentre os 3 nomes mais votados. Logo, há lista.
	Deve ter seu nome aprovado pelo SF
	Não precisa de aprovação pela AL – é inconstitucional eventual exigência da CE
	Não há limite para reconduções
	Só pode ser reconduzido uma única vez.
	Se o PGR pede arquivamento do IP, o STF não pode aplicar o art. 28, CPP, pois não há para quem mandar. Cabe ao STF, tão-só, homologar o acordo. OBS: Tal entendimento também vale para os casos de competência originária do STJ, em que há atuação de Subprocuradores-Gerais da República (STJ, AgRg na Sd 32/PB,
Corte Especial, Rel. Min. CESAR ASFOR ROCHA, DJ de 05/09/2005). No mesmo sentido: AgRg nos EDcl na Rp 450 / ES, Corte Especial, DJe 16/10/2013.
	Se o PGJ requerer o arquivamento ao TJ, este pode mandar ao Colégio Geral de Procuradores de Justiça (art. 12, XI, Lei n. 8.625/93) – o Colégio pode rever o ato do PGJ.
§ 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: 
I - as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, por voto DA MAIORIA ABSOLUTA de seus membros, assegurada ampla defesa;
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia; [EXCEÇÃO NO ADCT, QUEM JÁ ERA MEMBRO DO MP PODE ESCOLHER O REGIME ANTIGO, QUE TALVEZ PERMITISSE ADVOGAR]
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; [NÃO PODE SER SÓCIO GERENTE]
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária;
Há uma norma de transição da ADCT (artigo 29), que estabelece que os membros que ingressaram antes da CF/88 poderiam optar pelo regime anterior, no qual o MP poderia exercer atividade político-partidária. Há duas correntes:
- 1a. NÃO: proibição absoluta 
- 2a. SIM: com fundamento no artigo 29, § 3o, ADCT, (HUGRO NIGRO MAZZILI e ALEXANDRE DE MORAES).
Como decidiu o STF, “o direito à opção pelo regime anterior à CF/88 foi assegurado ao membro do Ministério Público admitido antes da promulgação da Constituição, apenas. A demora na aprovação e promulgação da lei complementar relativa ao MP não gerou direito de opção aos membros do Ministério Público admitidos já no novo regime instituído pela CF/88, com garantias e vedações próprias da magistratura”.
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V. [Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração].
Jurisprudência relacionada
Emagis 25.13 Conforme precedente do plenário do STF, sendo o MPT órgão integrante do MPU, não lhe é reconhecida legitimidade para interpor recurso contra decisão exarada pelo Supremo, já que a atuação, neste caso, é restrita ao PGR, chefe do MPU (STF, Pleno, Rcl 7318 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 25/10/2012)
Emagis 25.13 O Plenário do Supremo entendeu que o Procurador-Geral de Justiça conserva legitimidade para fazer sustentação oral em ação da qual seja parte - ou, de um modo geral, diante da orientação fixada pelo STF, é possível deduzir que o Ministério Público Estadual, nas ações de que seja parte, pode atuar perante aquela Excelsa Corte (Informativo 671 do STF).
Emagis 25.13 NÃO É PACÍFICO o entendimento do STJ no sentido de que o Ministério Público Estadual tem legitimidade para atuar perante aquele Tribunal Superior. A Primeira Seção do STJ vem sustentando que o MP Estadual pode atuar perante aquele Sodalício quando for parte no processo, mas a maioria das decisões, inclusive da Corte Especial, não vem reconhecendo a legitimidade do MP Estadual para atuar perante o STJ.
 3. Art. 129
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
O MP É UM OUVIDOR GERAL DA COLETIVIDADE, ZELANDO PELOS DIREITOS CONSTITUCIONAIS DO POVO, RECEBE DOS COFRES PÚBLICOS PARA A PROTEÇÃO DO INTERESSE PÚBLICO ATÉ MESMO CONTRA O PRÓPRIO PODER PÚBLICO) – ENCARGO DE DEFENSOR DO POVO OU “OMBUDSMAN”
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; 
A Jurisprudência do STJ admite que o MP interponha ação civil pública para a defesa de direitos individuais homogêneos quando os interesses defendidos tenham forte conotação social ou repercussão no interesse público. 
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; 
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;
O desatendimento à requisição configura crime (art. 10 da Lei da ACP). Logo, a determinação deve ser obedecida.
No caso de investigação acerca do desvio de verbas públicas o STF decidiu, em conhecido acórdão, pela inexistência de sigilo e, portanto, pela possibilidade de pedido direto por parte do Ministério Público.
Poder de Investigação do MP: Discussão sobre a doutrina constitucional norte-americana da teoria dos poderes implícitos – inherent powers –pela qual no exercício de sua missão constitucional enumerada, o órgão executivo deveria dispor de todas as funções necessárias, ainda que implícitas, desde que não expressamente limitadas. Entre essas competências implícitas, não poderia ser afastado o poder investigatório criminal dos promotores e procuradores, fazendomenção a jurisprudência do STF.
A tendência nos Tribunais Superiores é pela prevalência dos poderes investigatórios do MP, que só não pode presidir o inquérito policial:
Entendimento do STF: aceita a tese de poderes investigatório do MP, sem, no entanto, permitir que haja a presidência do inquérito policial, que cabe à autoridade policial (ficou bastante próximo do entendimento do STJ).
“Há princípio basilar da hermenêutica constitucional, a saber, o dos "poderes implícitos", segundo o qual, quando a Constituição Federal concede os fins, dá os meios. Se a atividade fim - promoção da ação penal pública - foi outorgada ao parquet em foro de privatividade, não se concebe como não lhe oportunizar a colheita de prova para tanto, já que o CPP autoriza que "peças de informação" embasem a denúncia.” (RE 468523, Relator(a):  Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 01/12/2009, DJe-030 DIVULG 18-02-2010 PUBLIC 19-02-2010 EMENT VOL-02390-03 PP-00580 RT v. 99, n. 895, 2010, p. 536-544) 
Em 2012, O Plenário retomou julgamento de recurso extraordinário em que discutida a constitucionalidade da realização de procedimento investigatório criminal pelo Ministério Público ( RE 593727/MG, rel. Min. Cezar Peluso, 27.6.2012) 
Entendimento do STJ: A Polícia Judiciária não possui o monopólio da investigação criminal. Embora seja defeso ao Ministério Público presidir o inquérito policial propriamente dito, a competência da polícia judiciária não exclui a de outras autoridades administrativas. A ordem jurídica confere explicitamente poderes de investigação ao Ministério Público - art. 129, incisos VI, VIII, da Constituição Federal, e art. 8º, incisos II e IV, e § 2º, da Lei Complementar n.º 75/1993. (HC 200801471276, FELIX FISCHER, STJ - QUINTA TURMA, 10/05/2010). No mesmo sentido: RHC 37.798/MG, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 25/06/2013, DJe 01/07/2013
No âmbito do TRF5 só consegui encontrar esse julgado que explicitamente versou sobre o tema, admitindo os poderes de investigação do MP: “O Ministério Público Federal, no exercício de suas atribuições e para instruir os seus procedimentos administrativos, tem poderes para, diretamente, realizar as investigações que forem necessárias a elucidar os fatos por ele apurados. Válido, portanto, é o Procedimento Criminal instaurado pelo Parquet Federal para apurar a possível prática de ilícito. Precedentes.” (PROCESSO: 200405000392621, HC2046/PE, RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL MARCELO NAVARRO, Quarta Turma, JULGAMENTO: 19/04/2005, PUBLICAÇÃO: DJ 08/06/2005 - Página 1850)
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior;
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas [ROL EXEMPLIFICATIVO]
§ 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.
§ 2º - As funções de Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição. (EC/45)
§ 3º - O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas e títulos, assegurada participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação. (EC/45)
§ 4º - Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93. (EC/45)
§ 5o A distribuição de processos no Ministério Público será imediata. (EC/45)
4. Art. 130
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.
Há uma lei (Lei 8443/92) criando um MP especial para o Tribunal de Contas da União. O STF julgou a lei constitucional, afirmando que o MP que atua em TC é um MP especial.
Sua atividade é meramente administrativa, não podendo instaurar ação judicial, porque se trata de um parecerista. Mas o STF, ao julgar a ADI 789/DF, manifestou-se que esse MP é DESTITUÍDO DE AUTONOMIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA. E mais: não dispõe de nenhuma autonomia institucional, já que se encontra na intimidade da corte de contas. Os membros têm prerrogativas, mas os órgãos não têm uma instituição própria. Deve existir um concurso específico para o concurso de MP do Tribunal de Contas, mas quem organiza é o próprio TRIBUNAL DE CONTAS. Esse MP ingressa na estrutura do próprio tribunal. Os membros têm independência funcional, mas não têm autonomia institucional. É um concurso próprio e são nomeados pelo Presidente da República (no âmbito do TCU). Um dos Ministros do TCU deve ser escolhido dentre os membros do MP especial junto ao TCU.
Emagis 7.13 O Supremo Tribunal Federal considera estar o Ministério Público que atua perante o Tribunal de Contas compreendido na intimidade estrutural deste, não integrando o Ministério Público da União. Assim, acaso constatada a carência de membro em Ministério Público atuante em Tribunal de Contas do Estado, NÃO PODE o Procurador-Geral de Justiça designar membro do Ministério Público Estadual para preencher temporariamente o cargo. Por força da simetria imposta pela Constituição Federal, o MP junto ao TCE não integra a estrutura do MPE, sendo inconstitucional qualquer ingerência do Procurador-Geral de Justiça, chefe deste, sobre a administração do MP/TCE, não cabendo também o exercício das funções constitucionalmente incumbidas aos membros do MP/TCE por membros de órgão distinto, qual seja, o MPE (STF, ADI 2884, Pleno, Celso de Mello, DJ 20/05/2005).
CNMP
- Foi criado pela EC n.º 45/2004, que introduziu o art. 130-A CF. 
- É composto por 14 membros, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado. 
-membros tem mandato de dois anos, admitida uma recondução. 
Composição: 
• Procurador-Geral da República - sempre será o presidente do CNMP;
• quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas carreiras; 
•três membros do Ministério Público dos Estados; 
•dois juízes, indicados um pelo STF e outro pelo STJ; 
• dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da OAB; 
• dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. 
Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei. 
Atribuições do CNMP: Controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-lhe: 
• zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; 
• zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgão Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas; 
• receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição, podendo a avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais aotempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; 
• rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de 1 ano; 
• elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI. 
STF - ADI 3.831 MC/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, 15.12.2006 - decidiu que o CNMP não pode fixar novo teto remuneratório dos membros e servidores Ministério Público diferente do estabelecido na CF/88 
Atribuições do Corregedor Nacional 
O Corregedor nacional é eleito em votação secreta dentre os membros do Ministério Público que integram o CNMP, vedada a recondução. Compete-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes: 
• receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do Ministério Público e dos seus serviços auxiliares; 
•exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral; 
•requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Ministério Público. 
O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho. 
Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público. 
Compete ao Senado Federal processar e julgar os membros do Conselho nos crimes de responsabilidade (art. 52, II, da CF)
Compete ao STF julgar as ações contra o CNMP (art. 102, I, "r").
Emagis 37.12 De acordo com precedente da 1ª Turma do STF, tem o MP de um determinado Estado legitimidade para impetrar mandado de segurança, direto no STF, contra ato do CNMP; e, exatamente ao julgar um mandado de segurança impetrado por órgão ministerial estadual para discutir decisão do CNMP, o STF entendeu que esse Conselho não tem competência para reavaliar pena de demissão aplicada pelo MP em relação a um de seus servidores. A seguinte notícia bem explica o que se acaba de afirmar: “[...] Aludiu-se que a Constituição teria resguardado o Conselho da eventualidade de se tornar mera instância revisora de processos administrativos disciplinares instaurados em órgãos correicionais competentes contra servidores auxiliares do parquet. Somente as ilegalidades perpetradas por membro do Ministério Público dariam ensejo à competência revisora do Conselho, exatamente por envolver a atuação de agentes estatais com vínculo político-institucional” (MS 28827/SP, rel. Min. Cármen Lúcia, 28.8.2012) Info 676.
ADVOCACIA PÚBLICA
Alexandre de Morais conceitua a Advocacia Pública, como sendo:
(...) a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União [Na verdade, a União, suas autarquias e fundações públicas], judicial ou extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização, prevendo o ingresso nas classes inicias das carreiras da instituição mediante concurso público – e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo [art. 131, caput, CF].
A AGU foi criada pela CF/88 e instituída pela LC 70/93
A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República, entre cidadãos maiores de 35 anos, de notável saber jurídico reputação ilibada (art. 131, § 1º), prevendo necessária relação de confiança entre representado (Presidente, como Chefe do Executivo Federal) e representante, que justifique a livre escolha.
§ 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos. [NÃO FALA DA PARTICIPAÇÃO DA OAB, ASSIM ELA NÃO TEM QUE PARTICIPAR].
Nos termos da Lei Complementar n. 73/93, compõe-se das carreiras de advogado da União, assistente jurídico da União e procurador da Fazenda Nacional. 
São órgãos vinculados à AGU as procuradorias das autarquias e fundações públicas federais. Administrativamente, tais órgãos são vinculados aos dirigentes das autarquias e fundações, mas a subordinação técnica é exercida pela AGU.
O Advogado Geral da União, diferentemente do Procurador Geral da República, não precisa integrar as carreiras da AGU, nem é submetido à aprovação do Senado Federal. Basta ser maior de 35 anos e ter “notável saber jurídico e reputação ilibada”.
Observe-se que a CF alude expressamente à Procuradoria da Fazenda Nacional, atribuindo-lhe competência para a execução da dívida ativa de natureza tributária. Em razão da colocação topológica deste dispositivo (art. 131, §3º), é pacífica sua inclusão na estrutura da AGU, não mais pertencendo ao Ministério da Fazenda. Todavia, a Lei Complementar 73/93, art. 12, determina que a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional é órgão administrativamente subordinado ao Ministério da Fazenda. Prevalece o entendimento de que haveria uma subordinação administrativa ao Ministério da Fazenda e uma subordinação técnico-jurídica à AGU.
O AGU não está obrigado a defender a constitucionalidade de norma, em sede de controle concentrado, quando esta estiver em confronto com a CF e com os interesses da União.
Preliminarmente, o Tribunal, por maioria, rejeitou questão de ordem suscitada pelo Min. Marco Aurélio que, diante do parecer da Advocacia Geral da União que se manifestava pela declaração de inconstitucionalidade da lei impugnada, reputava o processo não devidamente aparelhado e propunha a suspensão do julgamento para determinar que o Advogado-Geral da União apresentasse defesa da lei atacada, nos termos do § 3º do art. 103 da CF (“Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.”). Entendeu-se ser necessário fazer uma interpretação sistemática, no sentido de que o § 3º do art. 103 da CF concede à AGU o direito de manifestação, haja vista que exigir dela defesa em favor do ato impugnado em casos como o presente, em que o interesse da União coincide com o interesse do autor, implicaria retirar-lhe sua função primordial que é a defender os interesses da União (CF, art. 131). Além disso, a despeito de reconhecer que nos outros casos a AGU devesse exercer esse papel de contraditora no processo objetivo, constatou-se um problema de ordem prática, qual seja, a falta de competência da Corte para impor-lhe qualquer sanção quando assim não procedesse, em razão da inexistência de previsão constitucional para tanto. (Informativo 562 - STF)
STF: Representação judicial de TRF cabe à AGU “Asseverou-se que, em se tratando de órgão da União destituído de personalidade jurídica, a representação judicial do TRF da 3ª Região caberia à Advocacia Geral da União - AGU.” RCL 8025/SP – Informativo 571
Procuradoria dos Estados: 
No âmbito dos Estados/DF, a CF previu a carreira dos procuradores, com a competência para a representação judicial e a consultoria jurídica daquelas unidades da federação; serão organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, trazendo a Emenda Constitucional n. 19/98 a inovação de que a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB deve atuar em todas as fases do processo (art. 132). O STF entendeu inconstitucional a criação de cargos em comissão para assessores jurídicos do Governador e dos Secretários de Estados, entendendo que tal competência é privativa dos procuradores do Estado, concursados mediante certame de provas e títulos.
Pela simetria com o AGU, o PGE não precisa ser de carreira. A Procuradoria do Estado de SP, por exigência da CE, exige que o PGE seja de carreira.O STF analisou a constitucionalidade do dispositivo, por conflito entre a simetria e a autonomia da CE. Tudo indica que será mantida a constitucionalidade da CE/SP:
PROCURADOR-GERAL DO ESTADO - ESCOLHA ENTRE OS INTEGRANTES DA CARREIRA. Mostra-se harmônico com a Constituição Federal preceito da Carta estadual prevendo a escolha do Procurador-Geral do Estado entre os integrantes da carreira. (ADI 2581, Relator(a):  Min. MAURÍCIO CORRÊA, Relator(a) p/ Acórdão:  Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 16/08/2007, DJe-152 DIVULG 14-08-2008 PUBLIC 15-08-2008 EMENT VOL-02328-01 PP-00035)
Autonomia funcional e administrativa: o STF já entendeu que os órgãos de advocacia pública não podem ter autonomia funcional e administrativa, sob pena de o Executivo ficar sem defesa. 
Independência funcional: o Procurador do Estado tem independência funcional, assim como o membro do MP? No âmbito da atuação judicial, NÃO tem independência, porque equivaleria à ausência de defesa do Executivo; o que ele pode ter é a liberdade de escolha da tese jurídica que melhor seja aplicada para a defesa do ente público. Mas nem isso é regra, porque há casos em que o próprio Procurador Geral determina qual é a tese que deve ser defendida.
Entretanto, no âmbito administrativo, o procurador tem independência funcional, porque atua na tarefa administrativa de prestar consultoria jurídica, não pode dar parecer por encomenda. Assim, o procurador deve ter independência para poder garantir o cumprimento da lei na atuação do Executivo. 
Dispensa de licitação: somente responderá a autoridade administrativa e não o procurador do Estado, que está protegido por sua independência funcional do âmbito administrativo. O procurador somente poderá ser responsabilizado caso tenha agido com dolo (STJ, RHC 7165/RO).
Procuração: não é necessária nos autos. Decisão do STJ. Entende-se “ex lege”.
Contratação de advogado fora dos quadros: É possível, porém, a outorga de mandato “ad judicia” para causas especiais deve ser interpretada restritivamente, vez que se trata de hipótese excepcional. 
Intimação: dos Procuradores Estaduais e Municipais é feita por publicação no DJ, salvo quando estiver atuando como defensor público, que obrigatoriamente tem intimação pessoal. A intimação dos membros da AGU e Procuradores do Banco Central é pessoal.
STJ. É válida a intimação do representante judicial da Fazenda Pública Nacional por carta com aviso de recebimento quando o respectivo órgão não possuir sede na comarca em que tramita o feito. REsp 1.352.882-MS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 12/6/2013 (recurso repetitivo). 1ª SEÇÃO. INFO 522.
STJ, DIREITO PROCESSUAL CIVIL. INTIMAÇÃO PESSOAL. PROCURADOR DE ESTADO. A intimação dos procuradores dos estados deverá ser realizada por publicação em órgão oficial da imprensa, salvo as exceções previstas em leis especiais. Inexistindo previsão legal para a intimação pessoal, deve prevalecer a intimação realizada por publicação em órgão oficial da imprensa. Precedentes citados: AgRg no REsp 1.291.177-RS, DJe 28/3/2012; AgRg no Ag 1.384.493-BA, DJe 28/2/2012; AgRg no Ag 1.156.197-GO, DJe 26/8/2010, e EDcl no REsp 984.880-TO, DJe 26/4/2011. REsp 1.317.257-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 9/10/2012. 2ª Turma. INFO 507.
A CF NÃO PROÍBE QUE O PROCURADOR DO ESTADO POSSA ADVOGAR, MAS A CE PODE FAZÊ-LO.
Procuradoria da Fazenda Estadual: pode ser criada pelo Estado? SIM, mas tem que estar vinculada à PGE e não vinculada a uma Secretaria específica e independente da PGE.
Aos procuradores é assegurada a estabilidade após o término de três anos de efetivo exercício do cargo, mediante avaliação de desempenho, após relatório circunstanciado das corregedorias (art. 132, p. único).
A respeito da remuneração, aplica-se a Advocacia Pública, as normas remuneratórias previstas no art. 39, § 4° e o teto e subteto previstos pelo inciso XI, do art. 37, com sua redação dada pela EC n. 41/03.
A defesa do Estado não se confunde com a defesa do governo, que é transitório. Como função essencial á Justiça, o dever principal do advogado é a manutenção e o aperfeiçoamento da ordem jurídica (interesses primários), embora também desenvolvam atividades de natureza jurídica ou administrativa voltadas à sustentação de medidas governamentais, à assessoria jurídica e à direção de corpos jurídicos.
O regime funcional do advogado de Estado depende da função a ser desempenhada. Nas atividades de consultoria e assessoramento (atividades preventivas), não há subordinação hierárquica, vigorando o regime de liberdade funcional. No assessoramento jurídico, o advogado possui a incumbência de orientar a instância decisória. Na consultoria, o advogado exara um parecer, sobre o qual possui inequívoca responsabilidade.
Jurisprudência relacionada
Emagis 29.13 HÁ INCONSTITUCIONALIDADE em dispositivo previsto em Lei Complementar Estadual que outorgue aos Procuradores do Estado a garantia da vitaliciedade, considerando que a Constituição Federal não proíbe a concessão da mencionada prerrogativa aos advogados públicos estaduais, estando, assim, a matéria compreendida na autonomia do Estado-membro. No julgamento da ADI 2729/RN, o STF entendeu que a garantia da vitaliciedade é incompatível com a estrutura hierárquica determinada pela Constituição Federal às Procuradorias Gerais do Estado: são elas subordinadas ao Governador do Estado (ADI 2729/RN, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 19.6.2013. PLENÁRIO. INFO 711.).
Emagis 29.13 É inconstitucional a concessão de privilégio quanto à forma de depoimento do Procurador do Estado em processo judicial, não havendo vício na concessão de privilégio relativo à forma de depoimento do Procurador do Estado perante a autoridade policial. O critério chancelado pelo STF foi no sentido de que o privilégio de depoimento em processos judiciais configura matéria processual, afeta, pois, à competência legislativa privativa da União, sendo o privilégio de depoimento perante autoridade policial matéria procedimental, compreendida, assim, na competência legislativa concorrente (ADI 2729/RN, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 19.6.2013. PLENÁRIO. INFO 711.).
Emagis 29.13 É INCONSTITUCIONAL a previsão em Lei Complementar Estadual que autoriza o porte de armas ao Procurador do Estado, posta a competência da Polícia Civil para apurar os delitos de porte e posse ilegal de arma de fogo. Seja porque é privativa da União a competência para legislar sobre matéria criminal – excludente de ilicitude, no caso –, seja porque insere-se na competência administrativa exclusiva do ente federal fiscalizar e autorizar o comércio de material bélico, tem-se por inconstitucional semelhante norma estadual (ADI 2729/RN, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 19.6.2013. PLENÁRIO. INFO 711.).
ADVOCACIA
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. [INVIOLABILIDADE MATERIAL RELATIVA, OFENDER O JUIZ NÃO TEM IMUNIDADE, O ADVOGADO RESPONDERÁ POR CALÚNIA, INJÚRIA OU DIFAMAÇÃO].
Ao lado da magistratura e do Ministério Público, a Advocacia, enquanto instituição foi erigida pelo seu profissional, o advogado, em elemento indispensável à administração da justiça. O advogado é um profissional habilitado para o exercício do ius postulandi, ou seja, o direito de postular em juízo.
A Constituição de 1988 tem como princípio constitucional a indispensabilidade e a imunidade do advogado, prescrevendo em seu art. 133: “O advogado é indispensável à administração da Justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.” Esta previsão refere-se à necessidade de intervenção e participação da nobre classe de advogados na vida de um Estado democrático de direito. Este é o reconhecimento constitucional de uma realidade social.
Com base nela, o Estatuto da Advocacia (Lei n. 8.906/94),o consigna, ao declarar: “Art. 2º. O advogado é indispensável à administração da justiça. - § 1º. No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função social”.
O princípio constitucional da indispensabilidade não é absoluto. Assim, apesar de constituir fator importantíssimo a presença de advogado no processo, continua existindo a possibilidade excepcional de a lei outorgar o ius postulandi a qualquer pessoa, como no HC e na Revisão Criminal.
A inviolabilidade também não é absoluta, havendo excesso punível se a ofensa for gratuita, desvinculada do exercício profissional e não guardar pertinência com a discussão da causa. A imunidade existirá se a ofensa irrogada for vinculada à atividade funcional e pertinente à pretensão que esteja o advogado defendendo em juízo.
Cabe aqui destacar, o princípio da inviolabilidade do advogado, prevista no art. 133, da Constituição Federal, não sendo, porém de caráter absoluto. Ao contrário, ele só ampara em relação a seus atos e manifestações no exercício da profissão, e assim mesmo, nos termos da lei, não se estendendo a pessoa do profissional de forma individual. Trata-se na verdade de uma proteção do cliente, que confia a ele documentos e confissões de esfera íntima, de natureza conflitiva e, não raro, objeto de reivindicação e até de agressiva cobiça alheia, que precisam ser resguardados e protegidos de maneira qualificada. 
Ressalte-se, ainda, que a imunidade não alcança abusos cometidos em entrevistas aos meios de comunicação. Como decidiu o STF, “a inviolabilidade conferida ao advogado pelo art. 133 da Constituição encontra limite na lei e protege a liberdade de debate entre as partes, sem estender-se à ofensa irrogada ao magistrado, o mesmo sucedendo em relação à autoridade que dirija processo administrativo”.
O dispositivo da Lei n. 8.906/94 que estabelecia a imunidade do advogado em relação ao crime de desacato foi suspenso pelo STF.
Decisões do STF sobre a Advocacia e o Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei 8.906/94): 
- ** Súmula Vinculante n.º 14 do STF (2009) - “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.”
- **Súmula Vinculante n.º 05 do STF (2008) – “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”
Art. 1º EAOAB – são atividades privativas do advogado:
I - a postulação a (qualquer) órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais;
* EXCEÇÕES: 
ADIn 1.127-8– O STF, no julgamento final, declarou a inconstitucionalidade da expressão “qualquer” contida no inciso I.
Juizados
Emagis 50.12 Entende o STF que a imprescindibilidade de advogado é relativa, podendo, portanto, ser afastada pela lei em relação aos juizados especiais de natureza cível. Por isso, o art. 10 da Lei dos Juizados Especiais Federais (Lei 10.259/01) foi tido como constitucional, afastada sua aplicação apenas nos feitos de natureza criminal. Mesmo nos juizados especiais criminais, quando em jogo infrações de menor potencial ofensivo, o STF entende que a defesa técnica por advogado é imprescindível (STF, Pleno, ADI 3168, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJe de 02/08/2007).
justiça de paz
justiça trabalhista – art. 839,a, CLT
Habeas corpus – 1º, §1º
Ação de alimentos – art. 2º Lei n.º 5.478/69
§2º - atos constitutivos de pessoas jurídicas, para serem registrados, devem ser visados por advogado, sob pena de nulidade. 
* Declarada a constitucionalidade dessa regra na ADIn 1.194-4
Art. 7º - são direitos do advogado:
[...]
II - Inviolabilidade do local de trabalho e dos meios de comunicação
* NOVIDADE!! Ver alteração da redação pela Lei n.º 11.767/08
Abrangência: Escritório, instrumentos de trabalho, arquivos e correspondências escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia. 
**§ 6º e 7º - incluídos pela Lei n.º 11.767/08:
Busca e apreensão em escritório de advogado:
Necessita indícios de autoria e materialidade de crime praticado pelo advogado
Precisa de decisão judicial motivada
Mandado de busca e apreensão deve ser específico e pormenorizado
Restrita a coisas obtidas por meios criminosos
**Precisa de acompanhamento de representante da OAB. Este deve manter o sigilo sobre a diligência. 
Histórico: Antes da Lei 11.767/08, a necessidade de acompanhamento por representante da OAB constava do inc. II do art. 7º. Na ADIn 1.127-8, o STF, em decisão liminar, tinha suspendido essa regra, mas no julgamento final o STF declarou constitucional a exigência da presença de representante da OAB. 
**Busca e apreensão não pode recair sobre documentos, mídias (arquivos) e objetos pertencentes a clientes, SALVO se o cliente estiver formalmente sendo investigado como partícipe ou co-autor do mesmo crime (imputado ao advogado), que deu causa à quebra da inviolabilidade (§ 7º). 
inc. IV - Prisão do Advogado
*Auto de prisão em flagrante, por crime ligado à profissão – ADIn 1.127-8 – lavratura precisa da presença de um representante da OAB. Antes, o STF, em liminar, entendeu que precisava comunicar OAB mas não precisava de representante da OAB para acompanhar. Agora, no julgamento final, tal exigência foi declarada constitucional. 
STF - Se a OAB não enviar um representante em tempo hábil, mantém-se a validade da prisão em flagrante.
Prisão por demais crimes não ligados à profissão – basta comunicar à OAB. 
§3º - Prisão em flagrante por motivo profissional – só por crime inafiançável 
*ADIn 1.127-8 – STF, na liminar, suspendeu a aplicação dessa regra ao caso de Desacato à autoridade judicial. Todavia, no julgamento definitivo, a regra foi julgada constitucional. Portanto, aplica-se mesmo no caso de desacato à autoridade judicial. CUIDADO: não pode lavrar o flagrante por desacato, mas o advogado responde pelo crime, o STF entendeu que não há imunidade no desacato (vide abaixo comentário sobre o § 2º). 
inc. V – Prisão especial 
até trânsito em julgado
Sala de Estado Maior: Ocupação e detenção de oficiais do quartel militar
*Instalações condignas “assim reconhecidas pela OAB” – esta expressão foi considerada inconstitucional na ADIn 1.127-8. 
Se não tem: Prisão domiciliar
§ 2º Imunidade profissional
Apenas Injúria e Difamação – Calúnia não há imunidade
*Desacato (art. 331 CP) – ADIn n.º 1127-8 não há imunidade no caso de Desacato.
Ofensas no exercício profissional
 “em juízo e fora dele”
Tribunais exigem ligação, ainda que remota entre a causa e a ofensa
Ofensas pessoais e termos desnecessários - Excesso punível 
Imunidade não impede punição disciplinar
inc. IX - Sustentação oral em sessões de julgamento
*“após voto do relator” – ADIn 1.105-7 – essa expressão foi declarada inconstitucional pelo STF, ou seja, a sustentação será antes do voto do relator. 
§4º - Sala Reservada a Advogados
Uso da OAB 
* Controle pela OAB –ADIn 1.127-8 declarou a inconstitucionalidade dessa previsão. OAB tem o uso, mas não o controle das salas. 
Art. 21 – honorários de sucumbência – pelo estatuto pertenceriam ao advogado empregado
*ADIn 1.194-4 – STF - pode haver estipulação em contrário (inf. 445/STF)
Par. Único – sociedade de advogado honorários são partilhados
*ADIn 1.194-4 – fez interpretação conforme a Constituição: salvo estipulação em contrário 
art. 24 * §3º - “É nula qualquer disposição, cláusula, regulamento ou convenção individual ou coletiva que retire do advogado o direito ao recebimento dos honorários de sucumbência”.
* ADIn 1.194-4 – STF - interpretação conforme a Constituição: o advogado da parte vencedora poderá negociar a verba honorária da sucumbência com seu constituinte.
Art. 28 – incompatibilidade ao exercício da advocacia, mesmo em causa própria: 
II – Membros do Judiciário, Ministério Público, Tribunal deContas, juizados Especiais, justiça de paz e todos que tenham função de julgamento em órgão de deliberação coletiva da Administração direta e indireta. 
	*ADIn 1.127-8 –Membros da justiça eleitoral (advogados componentes do TRE, TSE) e juízes suplentes não são incompatíveis, podem continuar exercendo advocacia.
Art. 44 – OAB é serviço público, dotada de personalidade jurídica e forma federativa.
é pessoa jurídica de direito público
** Ver STF - ADIn 3026/DF : natureza jurídica da OAB : segundo o relator, a OAB seria “entidade prestadora de serviço público independente. Categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro”. 
- NÃO se confunde com autarquia em regime especial (agência):
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1º DO ARTIGO 79 DA LEI N. 8.906, 2ª PARTE. "SERVIDORES" DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. PRECEITO QUE POSSIBILITA A OPÇÃO PELO REGIME CELESTISTA. COMPENSAÇÃO PELA ESCOLHA DO REGIME JURÍDICO NO MOMENTO DA APOSENTADORIA. INDENIZAÇÃO. IMPOSIÇÃO DOS DITAMES INERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. CONCURSO PÚBLICO (ART. 37, II DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL). INEXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO PARA A ADMISSÃO DOS CONTRATADOS PELA OAB. AUTARQUIAS ESPECIAIS E AGÊNCIAS. CARÁTER JURÍDICO DA OAB. ENTIDADE PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO INDEPENDENTE. CATEGORIA ÍMPAR NO ELENCO DAS PERSONALIDADES JURÍDICAS EXISTENTES NO DIREITO BRASILEIRO. AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DA ENTIDADE. PRINCÍPIO DA MORALIDADE. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 37, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA. 1. A Lei n. 8.906, artigo 79, § 1º, possibilitou aos "servidores" da OAB, cujo regime outrora era estatutário, a opção pelo regime celetista. Compensação pela escolha: indenização a ser paga à época da aposentadoria. 2. Não procede a alegação de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos à Administração Pública Direta e Indireta. 3. A OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro. 4. A OAB não está incluída na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como "autarquias especiais" para pretender-se afirmar equivocada independência das hoje chamadas "agências". 5. Por não consubstanciar uma entidade da Administração Indireta, a OAB não está sujeita a controle da Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada. Essa não-vinculação é formal e materialmente necessária. 6. A OAB ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que exercem função constitucionalmente privilegiada, na medida em que são indispensáveis à administração da Justiça [artigo 133 da CB/88]. É entidade cuja finalidade é afeita a atribuições, interesses e seleção de advogados. Não há ordem de relação ou dependência entre a OAB e qualquer órgão público. 7. A Ordem dos Advogados do Brasil, cujas características são autonomia e independência, não pode ser tida como congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional. A OAB não está voltada exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade institucional. 8. Embora decorra de determinação legal, o regime estatutário imposto aos empregados da OAB não é compatível com a entidade, que é autônoma e independente. 9. Improcede o pedido do requerente no sentido de que se dê interpretação conforme o artigo 37, inciso II, da Constituição do Brasil ao caput do artigo 79 da Lei n. 8.906, que determina a aplicação do regime trabalhista aos servidores da OAB. 10. Incabível a exigência de concurso público para admissão dos contratados sob o regime trabalhista pela OAB. 11. Princípio da moralidade. Ética da legalidade e moralidade. Confinamento do princípio da moralidade ao âmbito da ética da legalidade, que não pode ser ultrapassada, sob pena de dissolução do próprio sistema. Desvio de poder ou de finalidade. 12. Julgo improcedente o pedido.
(STF, ADI 3026, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 08/06/2006, DJ 29-09-2006 PP-00031 EMENT VOL-02249-03 PP-00478 RTJ VOL-00201-01 PP-00093)
Jurisprudência relacionada
STF
RE 595332 RG / PR - PARANÁ
Relator(a): Min. MIN. MARCO AURÉLIO
Julgamento: 18/03/2010 
COMPETÊNCIA – ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – JUSTIÇA FEDERAL VERSUS ESTADUAL – REPERCUSSÃO GERAL. Surge com repercussão geral a discussão de tema alusivo à competência para julgar ação em que envolvida a Ordem dos Advogados do Brasil.
TRF 5: “Embora afastada a natureza autárquica da Ordem dos Advogados do Brasil no julgamento da ADI 3026, permanece hígida a competência da Justiça Federal para processar e julgar demandas em que seja parte. A OAB prestar serviço público federal de suma importância, ostentando natureza especial (sui generis), podendo, dessa forma, ser equiparada, no que pertine a determinados aspectos, a uma entidade autárquica, dentre eles, o foro federal (art. 109, I).” (PROCESSO: 00032975320114050000, AG113694/PE, RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ EDUARDO DE MELO VILAR FILHO (CONVOCADO), Segunda Turma, JULGAMENTO: 12/03/2013, PUBLICAÇÃO: DJE 14/03/2013 - Página 206)
Anuidade da OAB (diferentemente dos demais conselhos) não tem natureza tributária, prescrição segue a lei civil e não se aplica o rito da execução fiscal.
“A jurisprudência do E. STJ firmou-se no sentido de que a OAB não se equipara à autarquia propriamente dita, não possuindo, assim, as contribuições percebidas pela referida entidade, natureza tributária, razão pela qual a execução de seus créditos não segue o rito estabelecido pela Lei nº 6.830/80, mas, sim, o rito processual atinente às execuções por título extrajudicial, previsto no Código de Processo Civil” (TRF5, PROCESSO: 00007947220124058100, AC552666/CE, RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO BARROS DIAS, Segunda Turma, JULGAMENTO: 29/01/2013, PUBLICAÇÃO: DJE 31/01/2013 - Página 384)
*§1º - OAB não tem qualquer vínculo funcional ou hierárquico com a Administração
**ADIn 3026 – OAB não se sujeita a concurso público, nem a controle da Administração 
Empregados são regidos pela CLT (art. 79 do estatuto)
Art. 45, §5º - OAB tem imunidade tributária total sobre seus bens, rendas e serviços 
EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE RECÍPROCA. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. SECCIONAL. APLICAÇÕES FINANCEIRAS. INVESTIMENTOS. IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS - IOF. ABRANGÊNCIA. DEVER DE FISCALIZAÇÃO. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. PLENA VINCULAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 1. A imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advogados do Brasil é da espécie recíproca (art. 150, VI, a da Constituição), na medida em que a OAB desempenha atividade própria de Estado (defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado democrático de direito, dos direitos humanos, da justiça social, bem como a seleção e controle disciplinar dos advogados). 2. A imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da entidade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. Natureza plenamente vinculada do lançamento tributário, que não admite excesso de carga. Agravo regimental ao qual se nega provimento (STF, RE 259976 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 23/03/2010, DJe-076 DIVULG 29-04-2010 PUBLIC 30-04-2010 EMENT VOL-02399-07 PP-01409)
Art. 47 – Pagamento da contribuição à OAB isenta o pagamento obrigatório de contribuição sindical. – **ADIn 2522/DF – confirmou essa regra.
Art. 50. Para os fins desta lei, os Presidentes dos Conselhos da OAB e das Subseções podem requisitar cópias de peças de autos e documentos a qualquer tribunal, magistrado, cartório e órgão da Administração Pública direta, indireta e fundacional.
* ADIn 1.127-8 - STF– interpretação conforme: deve motivar o pedido, desde que seja compatível com as finalidades da lei, além de se responsabilizar pelos custos da requisição, ressalvados os documentos cobertos por sigilo.
- Exame de Ordem
TRABALHO -OFÍCIO OU PROFISSÃO -EXERCÍCIO. Consoante disposto no inciso XIII do artigo 5º da Constituição Federal, "é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer". BACHARÉIS EM DIREITO -QUALIFICAÇÃO. Alcança-se a qualificação de bacharel em Direito mediante conclusão do curso respectivo e colação de grau. ADVOGADO -EXERCÍCIO PROFISSIONAL -EXAME DE ORDEM. O Exame de Ordem, inicialmente previsto no artigo 48, inciso III, da Lei nº 4.215/63 e hoje no artigo 84 da Lei nº 8.906/94, no que a atuação profissional repercute no campo de interesse de terceiros, mostra-se consentâneo com a Constituição Federal, que remete às qualificações previstas em lei. Considerações.XIII5ºConstituição Federal48III4.215848.906Constituição Federal (603583 RS , Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 26/10/2011, Tribunal Pleno, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO)
DEFENSORIA PÚBLICA
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 134, prevê ainda, a criação da Defensoria Pública, como instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa gratuita, em todos os graus, dos necessitados, impossibilitados de pagar honorários advocatícios.
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV. 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO SOMENTE EXISTE COM A GARANTIA AO ACESSO À JUSTIÇA, POR ISSO A DEFENSORIA PÚBLICA PRECISA ESTAR NO MESMO STATUS QUE O MP E O JUDICIÁRIO, DESVINCULANDO-SE DO EXECUTIVO, COM INDEPENDÊNCIA E COM EQUIPAÇÃO DE SALÁRIOS.
HÁ UM CASO EM QUE A INTIMAÇÃO DO MP E DO DEFENSOR PÚBLICO É FEITA POR D.O. E NÃO PESSOALMENTE, QUE É NOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS.
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais. 
Defensores não podem advogar fora das suas atribuições institucionais.
TAMBÉM NÃO HÁ PREVISÃO DE PARTICIPAÇÃO DA OAB NO CONCURSO.
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa, e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. 
ESSE FOI UM GRANDE AVANÇO, JÁ QUE A DEFENSORIA PASSOU A TER AUTONOMIA E INICIATIVA DE LEI.
DESTAQUE-SE QUE A EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 74/2013 ESTENDEU AS PRERROGATIVAS DA AUTONOMIA FUNCIONAL, ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA À DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO:
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal.   (Incluído pela Emenda Constitucional nº 74, de 2013)
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º. (Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
O Congresso Nacional, através de Lei Complementar, possui a competência para organizar a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos territórios e de prescrever normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia de inamovibilidade, sendo vedado o exercício da Advocacia fora das atribuições institucionais.
Cf. art. 48, IX, CF (EC 69/2012): retirou da União a competência em relação à Defensoria do DF:
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: [...] IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal
De acordo com o art. 22 do ADCT, o texto constitucional assegurou, de forma excepcional e taxativa, aos defensores públicos investidos na função até a data de instalação da Assembléia Nacional Constituinte o direito de opção pela carreira, com observância das garantias e vedações previstas no art. 134, parágrafo único, da Constituição. Seus membros portanto, podem ser caracterizados como “ advogados públicos”.
A Emenda Constitucional n. 45/04 fortaleceu ainda mais o instituto das Defensorias Públicas Estaduais, assegurando-lhes autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de suas proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
No que tange à Defensoria Pública, Barbosa Moreira afirma que a grande novidade com a CF foi a ampliação do seu campo de atuação, que não se limita mais ao âmbito “judiciário”, mas a tudo que seja “jurídico”, configurando uma assistência “integral”.
Nos termos dos arts. 44, I, 89, I, e 128, I, da LC n.º 80/94, são prerrogativas dos membros da DP receber intimação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição, contando-se-lhe em dobro todos os prazos.
O STF já decidiu que aos procuradores dos Estados no exercício da assistência judiciária é reconhecida a prerrogativa do recebimento de intimação pessoal em qualquer processo ou grau de jurisdição, porque investidos em função de defensor público. Ainda, segundo o STF, estende-se aos defensores dativos a prerrogativa processual da intimação pessoal, mas não gozam de prazo em dobro, como os defensores públicos em geral, em razão da inexistência de vínculo estatal.
No entanto, em observância aos princípios da celeridade, isonomia e especialidade, a Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais entendeu que o prazo em dobro não se aplica neste rito.
É bom relembrar que a Lei nº 11.448, de 2007 atribuiu expressamente legitimidade à Defensoria Pública para propositura de Ação Civil Pública (art. 5º, II, da LACP)
Súmula 481, STJ: “Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais.”
Jurisprudência relacionada
STF, Defensoria pública estadual e exercício por advogados cadastrados pela OAB-SC. [...]Asseverou-se, ainda, que o modelo catarinense não se utilizaria de parceria da OAB como forma de suplementar a defensoria pública ou suprir eventuais carências desta, mas, naquele ente federativo, a seccional supostamente cumpriria o papel designado à defensoria — lá inexistente —, ao indicar advogados dativos. Enfatizou-se que o constituinte originário não teria se limitado a fazer mera exortação genérica quanto ao dever de prestar assistência judiciária, porém descrevera, inclusive, a forma a ser adotada na execução deste serviço, sem dar margem a qualquer liberdade por parte do legislador estadual. O Min. Celso de Mello registrou que o Estado de Santa Catarina incorreria em dupla inconstitucionalidade: por ação — ao estabelecer essa regra na sua Constituição e ao editar legislação destinada a complementá-la —; e, por inércia — uma vez que decorridos mais de 22 anos sem que criada a defensoria pública naquela localidade. ADI 4270/SC, rel. Min. Joaquim Barbosa, 14.3.2012 INFO 658.
STF, Defensoria pública paulista e convênio obrigatório com a OAB-SP: inadmissibilidade. A previsão de obrigatoriedade de celebração de convênio exclusivo e obrigatório entre a defensoria pública do Estado de São Paulo e a seccional local da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB-SP ofende a autonomia

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