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Resumo_ponto_10_-_PREVIDENCIÁRIO_–_TRIBUTÁRIO-FINANCEI RO_–_AMBIENTAL_–_INTERNACIONAL_–_EMPRESARIAL

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PONTO 10 – BERNARDO
PREVIDENCIÁRIO – TRIBUTÁRIO/FINANCEIRO – AMBIENTAL – INTERNACIONAL – EMPRESARIAL
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Ação previdenciária. Justificação. Tempo de serviço e tempo de contribuição. Juizado Especial Federal: questões previdenciárias.
AÇÃO PREVIDENCIÁRIA
Necessário distinguir os benefícios de natureza comum dos de natureza acidentária e assistencial para fins de competência.
As ações para pleitear a concessão de benefícios previdenciários, cuja origem não esteja ligada a acidente de trabalho, além das ações revisionais dos valores dos benefícios pagos pela Previdência Social, as que objetivam a comprovação de tempo de serviço, entre outras, são da competência da Justiça Federal.
Registra-se a hipótese de competência federal constitucionalmente delegada (art. 109, §3º, C.F).
Por demais importante é a lembrança de que as doenças profissionais e do trabalho se equiparam ao acidente do trabalho, inclusive para firmar a competência da Justiça Estadual.
PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO
O entendimento atual do STJ é dividido entre a 1ª e 2ª Turmas: enquanto a 1ª dispensa o prévio requerimento administrativo como condição da ação, a 2ª entende ser necessário o pedido administrativo, salvo quando notória a resistência do INSS ou quando contestado o mérito:
PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA NO RE 631.240/MG.
SOBRESTAMENTO INCABÍVEL EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL. TRABALHADOR RURAL. DESNECESSIDADE DE PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. NOTÓRIA RESISTÊNCIA DA AUTARQUIA. AGRAVO NÃO PROVIDO.
1. É cediço que "o reconhecimento de repercussão geral pelo Excelso Pretório, com fulcro no art. 543-B do CPC, não tem o condão de sobrestar o julgamento dos recursos especiais em tramitação nesta Corte" (EDcl no AgRg no REsp 1.137.447/RS, Rel. Min. OG FERNANDES, Sexta Turma, DJe 7/2/13).
2. O entendimento predominante no Superior Tribunal de Justiça é no sentido da dispensa de prévio requerimento administrativo para o ingresso na via judicial que objetive a percepção de benefício previdenciário, afastando-se a alegação de ausência de interesse de agir.
3. Não se olvida que a Segunda Turma possui compreensão de que "o interesse processual do segurado e a utilidade da prestação jurisdicional concretizam-se nas seguintes hipóteses: recusa de recebimento do requerimento; negativa de concessão do benefício previdenciário, seja pelo concreto indeferimento do pedido, seja pela notória resistência da autarquia à tese jurídica esposada" (AgRg no AREsp 283.743/AL, Rel. Min. CASTRO MEIRA, Segunda Turma, DJe 26/4/13).
4. A compreensão adotada pela Segunda Turma em nada altera a conclusão acolhida nestes autos, porquanto é sabido que o INSS indefere benefício a trabalhador rural sem início de prova material, cujo reconhecimento ora se postula.
5. Agravo regimental não provido.
(AgRg no AREsp 304.348/SE, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 28/05/2013, DJe 04/06/2013)
O TRF da 5ª Região, em sua maioria, segue o entendimento da 2ª Turma. Nesse sentido:
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. INSALUBRIDADE. COMPROVAÇÃO.
1. A ausência de prévio requerimento administrativo não configura falta de interesse processual quando oferecida resistência à pretensão autoral. Preliminar rejeitada.
(...)
(PROCESSO: 00033330320134059999, AC562533/SE, RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL LUIZ ALBERTO GURGEL DE FARIA, Terceira Turma, JULGAMENTO: 10/10/2013, PUBLICAÇÃO: DJE 21/10/2013 - Página 66)
Concessão de tutela antecipada na ação previdenciária. Possibilidade. Súmula 729 do STF: “A decisão na ADC-4 não se aplica à antecipação de tutela em causa de natureza previdenciária”.
Competência para ações previdenciárias.
Regra geral – Justiça Federal
Exceção – Competência da justiça estadual para ações acidentárias, inclusive na pensão por morte (AgRg no CC 122.703/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/05/2013).
Há entendimento de que, no Mandado de Segurança, não pode haver delegação da competência. Súmula 216 do TFR: “Compete à Justiça Federal processar e julgar mandado de segurança impetrado contra ato de autoridade previdenciária, ainda que localizada em comarca do interior”.
	
Causas referentes ao Benefício assistencial
O benefício assistencial, no valor de um salário mínimo, pago aos idosos e deficientes carentes, previsto no art. 203 da Constituição Federal e regulado pelo art. 20 da Lei n. 8.742/93, não pode ser confundido com os benefícios de origem previdenciária da Lei n. 8.213/91, embora ambos sejam concedidos pelo INSS (e, por conseguinte, as causas envolvendo benefícios assistenciais também são julgadas pela Justiça Federal, tendo em vista que o INSS ocupa o polo passivo da relação jurídica processual).
Competência dos Juizados Especiais Federais – Observância apenas quanto ao valor da causa (na esfera federal, único elemento fixador da competência, em conjunto com as hipóteses de exclusão expressas no §1º, do art. 3º, da lei 10.259/01).
Aplicação da lei dos JEF’s em caso de delegação de competência
Por força do art. 20 da Lei 10.259/01, onde não houver Vara Federal a causa poderá ser proposta no Juizado Especial Federal mais próximo do foro definido no art. 4º da Lei n. 9.099/95 (a qual é aplicada de forma subsidiária), vedada a aplicação da Lei dos Juizados Federais no juízo estadual (neste sentido decidiu o STJ no RMS 18.433-MA e CC 46672-MG).
Honorários advocatícios
Súmula 111 do STJ: “Os honorários advocatícios, nas ações previdenciárias, não incidem sobre as prestações vencidas após a sentença”.
Coisa julgada previdenciária
A jurisprudência admite que o benefício concedido judicialmente (Ex: auxílio-doença) pode ser cancelado administrativamente em caso de recuperação da capacidade laborativa (alguns benefícios previdenciários são essencialmente transitórios, como o auxílio-doença, de modo que a coisa julgada, de certa forma, é rebus sic stantibus).
Justificação
Justificação Judicial: Nela, o juiz exerce a função de mero agente documentador. Não é cabível se postular nem a declaração, nem a constituição, nem condenação, nem execução, nem mandamento. É possível pedir unicamente a constituição de prova, a qual sequer será apreciada em seu conteúdo. Ou se julga procedente ou improcedente a justificação, considerando a sua capacidade de produzir os efeitos pretendidos pelo requerente nos termos no parágrafo único do artigo 866 do CPC. Ao interessado/demandado é lícito contraditar as testemunhas, reinquiri-las e manifestar-se sobre os documentos, sem poder apresentar defesa.
Desta forma, a justificação judicial não constitui início de prova material, podendo ser recusada pelo INSS, uma vez que inexiste manifestação judicial. Nesse sentido o TRF 5: PREVIDENCIÁRIO. REMESSA EX OFFICIO. RURÍCOLA. APOSENTADORIA POR IDADE. INEXISTÊNCIA DE INÍCIO DE PROVA MATERIAL. PROVA TESTEMUNHAL INSUFICIENTE PARA A COMPROVAÇÃO. INTELIGÊNCIA DA LEI Nº 8.213/91. SÚMULA 149/STJ.
1. Para a concessão da aposentadoria por idade ao rurícola, na condição de segurado especial, exige-se não apenas a comprovação da idade mínima, como também do efetivo exercício de atividade rural.
2. Os documentos apresentados pela parte autora, especialmente os que instruíram ação de justificação, cujos autos foram juntados a estes, não podem ser considerados início de prova material, como exigido pelo art. 55, parágrafo 3º da Lei no 8.213/91. PROCESSO: 00036264120114059999, REO526818/PE, RELATORA: DESEMBARGADORA FEDERAL NILIANE MEIRA LIMA (CONVOCADA), Primeira Turma, JULGAMENTO: 08/09/2011.
Por tais motivos, inclusive, chegou a se defender a possibilidade de o juiz recusar o seu processamento quando esta não estivesse acompanhada de indícios materiais, em face da pouca serventia do seu processamento.
Justificação Administrativa: art. 108 da Lei nº 8.213/91
A justificação administrativa constituiinstrumento utilizado para suprir a falta ou insuficiência de documento ou produzir prova de fato ou circunstância de interesse dos beneficiários, perante a Previdência Social (art. 142 do Dec. 3.048/99).
É um meio de prova de natureza administrativa, processada perante o próprio INSS. Este vai avaliar a prova produzida para verificar sua autenticidade. É procedimento subsidiário. Só será admitida na hipótese de ficar evidenciada a inexistência de outro meio capaz de comprovar a verdade do fato alegado.
O Decreto 3.048/99 vedou a tramitação da justificação administrativa como processo autônomo, exigindo que seja parte de processo antecedente (art. 142, § 2º). Dessa forma, não pode ser processada isoladamente. Sua instrução passa a ser decorrente de processo de benefício, de averbação de tempo de serviço ou de Certidão de Tempo de Contribuição.
Não será admitida a justificação administrativa quando o fato a comprovar exigir registro público de casamento, de idade ou de óbito, ou de qualquer ato jurídico para o qual a lei prescreva forma especial.
Só será admitido o processamento da justificação administrativa na hipótese de ficar evidenciada a inexistência de outro meio capaz de configurar a verdade do fato alegado.
O interessado deverá apresentar início de prova material (prova documental contemporânea ao fato alegado), devendo ser apresentado um ou mais indícios como marco inicial e outro como marco final, que possam levar à convicção do que se pretende comprovar.
Se no decorrer do processamento da justificação administrativa ficar evidenciado que a prestação do serviço se deu sem relação de emprego, será feito o reconhecimento da filiação na categoria de autônomo, com obrigatoriedade do recolhimento das contribuições.
No caso de comprovação de tempo de contribuição, é dispensado o início de prova material quando houver ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito. O motivo de força maior ou caso fortuito deverá ser comprovado através de certidão do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Boletim de Ocorrência Policial, conforme o caso. Da ocorrência policial deverão constar registros que evidenciem que a empresa foi atingida pelo sinistro (endereço, setores atingidos, documentação destruída, danos causados, etc).
O laudo de exame grafotécnico/datiloscópico, somente será aceito se apresentados os documentos originais que serviram de base para a realização do exame, para verificação sobre sua aceitação como início de prova material para fins de processamento de justificação administrativa.
A homologação da justificação administrativa quanto à forma e ao mérito é de competência da autoridade que autorizou o seu processamento. Cabe ao processante apenas fazer relatório sucinto do que colheu sobre os fatos, opinando conclusivamente sobre a prova produzida, isto é, se foram confirmados, ou não, os fatos alegados, não sendo de sua competência analisar o início de prova material apresentado.
De acordo com o art. 147 do Decreto 3048/99, não caberá recurso da decisão da autoridade competente do INSS que considerar eficaz ou ineficaz a justificação administrativa.
TEMPO DE SERVIÇO E TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
De início, é bom explicar que apesar de o tópico ser relativo à prova do “tempo de serviço”, desde a EC 20/98 o correto é falar em tempo de contribuição (os artigos 59 e 60 do Decreto 3.048/99, que regulamenta a Lei 8.213/91, já utilizam a nomenclatura “tempo de contribuição”; no entanto, a própria Lei, no artigo 55, mantém a redação original, com a expressão “tempo de serviço”).
Considera-se tempo de contribuição o tempo, contado de data a data, desde o início até a data do requerimento ou do desligamento de atividade abrangida pela previdência social, descontados os períodos legalmente estabelecidos como de suspensão de contrato de trabalho, de interrupção de exercício e de desligamento da atividade (artigo 59 do Dec. 3.048/99).
Comprovação do tempo de serviço
O tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida em Regulamento (art. 60, Decreto 3048/99) - LBPS, art. 55, compreendendo: 
(a) o tempo de serviço correspondente às atividades de qualquer das categorias de segurados obrigatórios, mesmo que anterior à perda da qualidade de segurado;
- Súmula 18 da TNU: “Provado que o aluno aprendiz de Escola Técnica Federal recebia remuneração, mesmo que indireta, à conta do orçamento da União, o respectivo tempo de serviço pode ser computado para fins de aposentadoria previdenciária”.
- Lembrar do artigo 3º da Lei 10.666/03, que permite a contagem de períodos não subsequentes como tempo de serviço/contribuição, para o caso de concessão de aposentadoria por tempo de contribuição e especial: “A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial”. 
(b) o tempo de serviço militar, inclusive voluntário, e o previsto no § 1º do art. 143 da Constituição Federal, ainda que anterior à filiação ao Regime Geral da Previdência Social, desde que não tenha sido contado para inatividade remunerada nas Forças Armadas ou aposentadoria no serviço público;
 (c) o tempo intercalado em que esteve em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez;
 (d) o tempo de contribuição efetuado como segurado facultativo;
 (e) o tempo de serviço referente ao exercício de mandato eletivo, federal, estadual ou municipal, desde que não tenha sido contado para efeito de aposentadoria por outro regime de previdência social;
 (f) o tempo de contribuição efetuado por segurado depois de ter deixado de exercer atividade remunerada que o enquadrava no art. 11 desta Lei (como segurado obrigatório);
Importante ler os parágrafos do art. 55 da Lei 8.213/91:
Com a EC 20/98 (seu art. 4º c/c § 10 do art. 40, da CF/88), passou a valer o tempo de contribuição efetivo para a Previdência Social para o cálculo dos benefícios e não mais o tempo de serviço. Entretanto, o tempo de serviço considerado pela legislação vigente para efeito de aposentadoria, cumprido até que a lei discipline a matéria será contado como tempo de contribuição, exceto o tempo de serviço ou contribuição em dobro ou qualquer outra contagem de tempo fictício.
Para o segurado empregado, trabalhador avulso e doméstico, é considerado tempo de serviço todo aquele em que houve relação de trabalho, independentemente das contribuições terem sido ou não recolhidas, cuja obrigação de recolhimento é dos empregadores (art. 30, I, a, V, Lei 8.212/91) sem prejuízo da respectiva cobrança e das sanções cabíveis (art. 34, I, Lei 8.213/91 e art. 33, § 5º, da Lei 8.212/91).
Para os demais segurados (ex: facultativo), impõe-se a necessidade de comprovar as contribuições realizadas. Vale anotar que o contribuinte individual que preste serviço a empresa não está obrigado a recolher sua contribuição, que é retida pela pessoa jurídica (art. 4º da Lei 10.666/03)
Com relação ao contribuinte individual, há cumulação de requisitos, ou seja, deve comprovar exercício de atividade laborativa determinante do vínculo obrigatório e comprovação do recolhimento das respectivas contribuições previdenciárias, salvo nos casos em que o contribuinte individual presta serviços a empresa e esta faz a retenção dos pagamentos (Lei 10.666/03, art. 4º - OBS: este artigo não se aplica ao contribuinte individual, quando contratado por outro contribuinte individual equiparado a empresa ou por produtor rural pessoa física ou por missão diplomática e repartição consular de carreira estrangeiras, e nem ao brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo - § 3º). Fica, todavia, o contribuinte individual que tem sua contribuição retida pela empresa contratante obrigado a complementar, diretamente, a contribuição até o valor mínimo mensal do salário-de-contribuição, quando as remunerações recebidas no mês, por serviços prestados a pessoas jurídicas, forem inferiores ao salário mínimo.
Quando se trata de tempo de serviçopretérito, onde houve o exercício da profissão sem o recolhimento das contribuições previdenciárias no momento oportuno, dispõe o art. 45-A da Lei 8.212/91 que “o contribuinte individual que pretenda contar como tempo de contribuição, para fins de obtenção de benefício no Regime Geral de Previdência Social ou de contagem recíproca do tempo de contribuição, período de atividade remunerada alcançada pela decadência deverá indenizar o INSS”.
Súmula 5 da TNU: “A prestação de serviço rural por menor de 12 a 14 anos, até o advento da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, devidamente comprovada, pode ser reconhecida para fins previdenciários”.
O tempo de serviço do segurado trabalhador rural, anterior ao início da vigência da Lei 8.213/91 (novembro/91), será computado independentemente de recolhimento das contribuições a ele correspondentes, exceto para efeito de carência (§ 2º, do art. 55 da Lei 8.213/91). 
Súmula 24 da TNU: “O tempo de serviço do segurado trabalhador rural anterior ao advento da Lei nº 8.213/91, sem o recolhimento de contribuições previdenciárias, pode ser considerado para a concessão de benefício previdenciário do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), exceto para efeito de carência, conforme a regra do art. 55, §2º, da Lei nº 8.213/91”
Súmula 10 da TNU: “O tempo de serviço rural anterior à vigência da Lei nº. 8.213/91 pode ser utilizado para fins de contagem recíproca, assim entendida aquela que soma tempo de atividade privada, rural ou urbana, ao de serviço público estatutário, desde que sejam recolhidas as respectivas contribuições previdenciárias”.
Não será computado, em regra, como tempo de serviço o já considerado para a concessão de qualquer aposentadoria prevista no regulamento ou por outro sistema de previdência social.
Súmula 75 TNU: A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) em relação à qual não se aponta defeito formal que lhe comprometa a fidedignidade goza de presunção relativa de veracidade, formando prova suficiente de tempo de serviço para fins previdenciários, ainda que a anotação de vínculo de emprego não conste no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS).
Súmula 69 TNU: O tempo de serviço prestado em empresa pública ou em sociedade de economia mista por servidor público federal somente pode ser contado para efeitos de aposentadoria e disponibilidade.
DESAPOSENTAÇÃO
O TRF 5 possuía entendimento contrário à desaposentação. Todavia, após a decisão do STJ, em sede de recurso repetitivo, passou a aceitar a tese.
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. DESAPOSENTAÇÃO. CÔMPUTO DE CONTRIBUIÇÕES POSTERIORES. NOVO BENEFÍCIO. POSSIBILIDADE. DEVOLUÇÃO DOS VALORES RECEBIDOS. DESCABIMENTO. RESP 1.334.488/SC. RECURSO REPETITIVO.
I. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, sob o regime do art. 543-C do CPC, pacificou entendimento no sentido de que "os benefícios previdenciários são direitos patrimoniais disponíveis e, portanto, suscetíveis de desistência pelos seus titulares, prescindindo-se da devolução dos valores recebidos da aposentadoria a que o segurado deseja preterir para a concessão de novo e posterior jubilamento" (RESP 1.334.488/SC, Rel. Min. Herman Benjamin, Primeira Seção, DJe 14/05/2013).
II. Os períodos trabalhados pelo Autor totalizam mais de 35 (trinta) anos de contribuição, a autorizar a concessão da aposentadoria requerida, observado o percentual de 100% do salário-de-benefício, obtido pela média dos 80% maiores salários de contribuição, abrangendo o período de 01/02/85 a 15/05/2012, com a inclusão do fator previdenciário, devidamente corrigidos monetariamente, condicionado, porém, à suspensão do pagamento da aposentadoria por tempo de contribuição (Espécie 42, benefício nº 073.442.104-4), a partir do trânsito em julgado do acórdão, bem como na condenação do INSS a pagar as diferenças apuradas a partir da data do requerimento administrativo.
III. Deve, contudo, o INSS diligenciar para que a substituição do benefício seja feita sem lapso de continuidade no pagamento, de modo que a suspensão do benefício anterior seja sucedida de imediato pela implantação do novo.
IV. Juros moratórios e Correção Monetária devidos nos termos do art. 1º-F, da Lei nº 9.494/97, com a nova redação dada pela Lei nº 11.960/09.
V. Inversão do ônus da suncumbência, observado o disposto na Súmula 111, do STJ.
VI. Apelação provida, para condenar o INSS a conceder a nova aposentadoria a contar da data do requerimento administrativo, compensando-se o benefício em manutenção, com a incidência de juros de mora a partir da citação, bem como a pagar as diferenças apuradas a partir da data do ajuizamento da ação e declarar a desnecessidade de devolução dos valores percebidos pela aposentadoria renunciada.
(PROCESSO: 00073973720124058400, AC555818/RN, RELATORA: DESEMBARGADORA FEDERAL MARGARIDA CANTARELLI (CONVOCADA), Quarta Turma, JULGAMENTO: 01/10/2013, PUBLICAÇÃO: DJE 25/10/2013 - Página 466)
Todavia, o TRF 5 exige que entre a concessão da aposentadoria e o pedido de desaposentação não tenha decorrido o prazo decenal de decadência:
PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. RENÚNCIA À APOSENTADORIA (DESAPOSENTAÇÃO). BENEFÍCIO CONCEDIDO ANTES DA MP 1.523-9/1997. DECADÊNCIA. RECONHECIMENTO. ADEQUAÇÃO DO ACÓRDÃO.
1. Vieram os autos conclusos para ajustamento do acórdão à decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça no REsp 1.334.488/SC, nos termos do art. 543-C, parágrafo 7º, II, do CPC.
2. Entretanto, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que o alcance do art. 103 da Lei nº 8.213/91 "... é amplo e não abrange apenas revisão de cálculo do benefício, mas atinge o próprio ato de concessão e, sob a imposição da expressão 'qualquer direito', envolve o direito à renúncia do benefício." (AGRESP 201200547012, HERMAN BENJAMIN, STJ - SEGUNDA TURMA, DJE: 19/12/2012.)
3. In casu, a aposentadoria por tempo de contribuição foi concedida em 25/02/1994 e somente em 22/06/2011 postulou-se a sua renúncia. Desse modo, caducou o direito à desaposentação, extinguindo-se o processo com resolução de mérito, nos termos do art. 269, IV, do CPC.
4. Sem condenação nos ônus da sucumbência, eis que deferida a assistência judiciária gratuita.
5. Provimento da remessa oficial e da apelação para, exercido o juízo de retratação, readequar o acórdão ao entendimento adotado no AGRESP 201200547012, pronunciando-se a decadência do direito do autoral.
(PROCESSO: 00110302020114058100, APELREEX25090/CE, RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO CAVALCANTI, Primeira Turma, JULGAMENTO: 26/09/2013, PUBLICAÇÃO: DJE 03/10/2013 - Página 175)
2. PROVA DO TEMPO DE SERVIÇO:
Sem dúvida, a questão mais delicada no que concerne ao tempo de serviço diz respeito à sua prova. Relativamente aos meios probatórios admitidos, nosso CPC acolheu o princípio da liberdade objetiva dos meios de demonstração (art. 332). Vale dizer, são admitidos todos os meios, desde que cientificamente idôneos e moralmente legítimos. No que concerne à avaliação das provas, nosso Código de Processo Civil adotou o sistema da persuasão racional (art. 131 do CPC).
Tratamento diferenciado é dispensado no § 3º do art. 55 da Lei 8.213/91, quando se cogita da comprovação do tempo laboral, pois aqui a prova, contrariando a regra geral, é tarifada: “A comprovação do tempo de serviço para os efeitos desta Lei, inclusive mediante justificação administrativa ou judicial, conforme o disposto no art. 108, só produzirá efeito quando baseada em início de prova material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento”.
INÍCIO DE PROVA MATERIAL.
“Com escusas pela obviedade, início de prova não é comprovação plena. É um começo. Didaticamente, parece o indício do direito penal, que é uma pista, vestígio, um fato (FERNANDES, Anníbal. Tempo de serviço – comprovação, in Repertório IOB de Jurisprudência – Trabalhista e Previdenciário, n. 17/95, p. 241 – grifamos).
Na prática,“início de prova material” é um documento (no caso de uma declaração escrita pelo ex-empregador, alguns a equiparam a uma prova testemunhal), preferencialmente contemporâneo à época dos fatos que se pretende comprovar, que funcione como um “indício” (a ideia é exatamente essa) de que o requerente trabalhou no período alegado. Se esse início de prova documental for corroborado pela prova testemunhal produzida em juízo, é o suficiente para que o benefício seja concedido, respeitando-se assim o art. 55, §3º, da Lei 8.213/91.
Súmula 149 do STJ: “A prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da atividade rurícola, para efeito de obtenção do benefício previdenciário” (apesar de a súmula se referir somente ao rurícola, o entendimento tem sido adotado também para o trabalhador urbano)
Súmula 34 da TNU: “Para fins de comprovação do tempo de labor rural, o início de prova material deve ser contemporâneo à época dos fatos a provar”.
Súmula 31 TNU: A anotação na CTPS decorrente de sentença trabalhista homologatória constitui início de prova material para fins previdenciários.
Súmula 14 da TNU: “Para a concessão de aposentadoria rural por idade, não se exige que o início de prova material corresponda a todo o período equivalente à carência do benefício”.
Há alguma hipótese em que se admite a prova exclusivamente testemunhal para a comprovação do tempo de serviço?
Sim, “na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito” (parte final do art. 55, §3º, da Lei 8.213/91). Ex: todos os documentos comprobatórios do vínculo empregatício estavam no almoxarifado de uma empresa, que pegou fogo. Nesse caso admite-se a prova exclusivamente testemunhal (já peguei um caso assim na prática, não é lenda, isso ocorre mesmo).
STJ: Recurso Repetitivo. Prova de tempo de atividade rural.
"RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. PREVIDENCIÁRIO. TRABALHADOR RURAL. TEMPO DE SERVIÇO. PROVA EXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL. IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO.
1. Prevalece o entendimento de que a prova exclusivamente testemunhal não basta, para o fim de obtenção de benefício previdenciário, à comprovação do trabalho rural, devendo ser acompanhada, necessariamente, de um início razoável de prova material (art. 55, § 3º, da Lei n. 8.213/91 e Súmula 149 deste Superior Tribunal de Justiça).
2. Diante disso, embora reconhecida a impossibilidade de legitimar, o tempo de serviço com fundamento, apenas, em prova testemunhal, tese firmada no julgamento deste repetitivo, tal solução não se aplica ao caso específico dos autos, onde há início de prova material (carteira de trabalho com registro do período em que o segurado era menor de idade) a justificar o tempo admitido na origem.
3. Recurso especial ao qual se nega provimento."
(REsp 1133863/RN, Rel. Ministro CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 13/12/2010, DJe 15/04/2011)
STJ. Recurso Repetitivo. Bóias-frias. Prova exclusivamente testemunhal.
RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO CPC E RESOLUÇÃO STJ 8/2008. RECURSO REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. SEGURADO ESPECIAL. TRABALHO RURAL. INFORMALIDADE. BOIAS-FRIAS. PROVA EXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL. ART. 55, § 3º, DA LEI 8.213/1991. SÚMULA 149/STJ. IMPOSSIBILIDADE. PROVA MATERIAL QUE NÃO ABRANGE TODO O PERÍODO PRETENDIDO. IDÔNEA E ROBUSTA PROVA TESTEMUNHAL. EXTENSÃO DA EFICÁCIA PROBATÓRIA. NÃO VIOLAÇÃO DA PRECITADA SÚMULA.
1. Trata-se de Recurso Especial do INSS com o escopo de combater o abrandamento da exigência de produção de prova material, adotado pelo acórdão recorrido, para os denominados trabalhadores rurais boias-frias.
2. A solução integral da controvérsia, com fundamento suficiente, não caracteriza ofensa ao art. 535 do CPC.
3. Aplica-se a Súmula 149/STJ ("A prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da atividade rurícola, para efeitos da obtenção de benefício previdenciário") aos trabalhadores rurais denominados "boias-frias", sendo imprescindível a apresentação de início de prova material.
4. Por outro lado, considerando a inerente dificuldade probatória da condição de trabalhador campesino, o STJ sedimentou o entendimento de que a apresentação de prova material somente sobre parte do lapso temporal pretendido não implica violação da Súmula 149/STJ, cuja aplicação é mitigada se a reduzida prova material for complementada por idônea e robusta prova testemunhal.
5. No caso concreto, o Tribunal a quo, não obstante tenha pressuposto o afastamento da Súmula 149/STJ para os "boias-frias", apontou diminuta prova material e assentou a produção de robusta prova testemunhal para configurar a recorrida como segurada especial, o que está em consonância com os parâmetros aqui fixados.
6. Recurso Especial do INSS não provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ.
(REsp 1321493/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/10/2012, DJe 19/12/2012)
DO INÍCIO DE PROVA EM NOME DE TERCEIROS:
A prova documental em nome de terceiros serve como início de prova material a ser estendida à pessoa que requer o benefício. 
Súmula 6 da TNU: “A certidão de casamento ou outro documento idôneo que evidencie a condição de trabalhador rural do cônjuge constitui início razoável de prova material da atividade rurícola”.
	
Tendências da jurisprudência:
a) Declarações de ex-empregadores: As declarações de ex-empregadores reduzidas a escrito, destinadas a atestar que o segurado foi empregado, configuram, apenas, depoimento testemunhal, com a deficiência de não ter sido observado o contraditório. Contudo, o STJ já aceitou este tipo de prova para comprovar o tempo de serviço de empregada doméstica, pois “as declarações constantes do documento particular, escrito e assinado, ou somente assinado, presumem-se verdadeiras em relação ao signatário” (art. 368 do CPC).
b) Anotações constantes da CTPS: valem para todos os efeitos como prova de filiação à Previdência Social, relação de emprego, tempo de serviço e salários-de-contribuição (art. 19 do RPS). Entende-se que as anotações da carteira de trabalho representam o início de prova material escrita exigida pela lei, para fins de contagem de tempo de serviço, ainda que para período anterior ao da expedição do documento.
Súmula 31 da TNU: “A anotação na CTPS decorrente de sentença trabalhista homologatória constitui início de prova material para fins previdenciários”.
Súmula 12 do TST: “As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não geram presunção ‘juris et de jure’, mas apenas ‘juris tantum’”
c) Reclamatória trabalhista: Na verdade, muitas reclamatórias trabalhistas são ajuizadas com desvirtuamento da finalidade, ou seja, não visam a dirimir controvérsia entre empregador e empregado, mas sim a obter direitos perante a Previdência Social. Em alguns casos há uma verdadeira simulação, com o reconhecimento do vínculo empregatício por parte do empregador, em acordo com o empregado.
O entendimento que prevalece hoje é de que “a sentença trabalhista pode ser considerada como início de prova material, mostrando-se hábil para a determinação do tempo de serviço previsto no artigo 55, § 3º, da Lei nº 8.213/1991, desde que fundada em elementos que evidenciem o exercício da atividade laborativa na função e períodos alegados na ação previdenciária, ainda que o INSS não tenha integrado a respectiva lide” (STJ, AgRg no REsp 1053909/BA, Rel. Ministro PAULO GALLOTTI, SEXTA TURMA, julgado em 19/08/2008).
Súmula 31 da TNU: “A anotação na CTPS decorrente de sentença trabalhista homologatória constitui início de prova material para fins previdenciários”.
d) Justificação (detalhada acima)
e) Documentos públicos nos quais conste a qualificação/profissão do requerente: o STJ tem aceito esses documentos como início de prova material do exercício de atividade rural.
Súmula 6 da TNU: “A certidão de casamento ou outro documento idôneo que evidencie a condição de trabalhador rural do cônjugeconstitui início razoável de prova material da atividade rurícola”
“A Certidão de Óbito, na qual conste a qualificação do cônjuge da segurada como lavrador, serve como início de prova material para a comprovação da atividade rural, sendo possível o reconhecimento do labor rural no período posterior ao falecimento do de cujus, desde que a continuidade da atividade rural seja atestada por idônea e robusta prova testemunhal” (STJ, AgRg no AREsp 95.333/GO, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 07/08/2012)
“Verificando-se, na certidão de casamento, a profissão de rurícola do marido, e de se considerar extensível a profissão da mulher, apesar de suas tarefas domésticas, pela situação de campesinos comum ao casal” (STJ, AgRg no REsp 1309123/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 08/05/2012)
“Na esteira da sólida jurisprudência desta Corte, a qualificação profissional de lavrador ou agricultor, constante dos assentamentos de registro civil, constitui indício aceitável de prova material do exercício da atividade rural, nos termos do art. 55, § 3º, da Lei nº 8.213/1991, podendo, inclusive, produzir efeitos para período de tempo anterior e posterior nele retratado, desde que a prova testemunhal amplie a eficácia probatória referente ao período de carência legalmente exigido à concessão do benefício postulado” (STJ, AgRg no AREsp 67.393/PI, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 17/05/2012)
f) Documentos em nome do segurado: Para as famílias que laboram na agricultura em regime de economia familiar é comum que a documentação esteja inteiramente no nome do chefe da família, o patriarca. Esse fato não impede, por si só, que o tempo seja considerado, desde que corroborado pelos demais elementos de prova.
g) Fotografias: Havendo fotografias do segurado no exercício de atividade, tirada na época em que se postula o reconhecimento do tempo laboral, já se entendeu possível valorar a prova testemunhal produzida, desde que seja possível aferir a data aproximada da fotografia, e haja vinculação do segurado à atividade cujo desempenho se pretende comprovar.
h) Recibos de pagamento: Ao contrário das meras declarações de ex-empregadores, a existência de recibos de pagamento datados da época em que os salários foram quitados encontram boa aceitação da jurisprudência.
i) Registros nos livros obrigatórios de empresa ou serventia: No que tange aos lançamentos gráficos, efetuados em livros obrigatórios das empresas ou serventias, tem se entendido como adequados para constituir início de prova material.
j) Mandado de segurança: Não é o instrumento mais adequado para a discussão de questões relativas à comprovação do tempo de serviço, visto que inadmite dilação probatória. Essa é uma alegação bastante comum do INSS, a de que o mandado de segurança seria “via inadequada” para a discussão sobre o tempo de serviço. Contudo, em muitos casos é possível comprovar o tempo de contribuição através de prova exclusivamente documental (Ex: cópia da carteira de trabalho, laudos técnicos de exposição a agentes nocivos à saúde, etc). Nesses casos, é perfeitamente possível o manejo do mandado de segurança, pois não há necessidade de qualquer outra prova.
l) Tempo de serviço já averbado: Averbação é o registro em documento hábil do reconhecimento do tempo de filiação em atividade abrangida pela Previdência Social. Desta forma, a averbação de tempo de serviço, que é um ato administrativo vinculado, produz o efeito de garantir ao segurado que esse período será computado para fins de deferimento dos benefícios previdenciários do RGPS ou de outro regime mediante a contagem recíproca.
3. CONTAGEM RECÍPROCA DE TEMPO DE SERVIÇO:
Os arts. 94-99 da LBPS vieram a estabelecer os critérios para a contagem recíproca e as respectivas compensações, e os arts. 125-135 do RPS dispõem acerca dessa matéria. 
A garantia da contagem recíproca de tempo de serviço passou, a partir da EC 20/98, a ser de tempo de contribuição, permitindo o cômputo para fins de aposentadoria, do período trabalhado no serviço público e daquele prestado na iniciativa privada, inclusive para o trabalhador urbano e rural, hipótese em que os diversos regimes de Previdência Social se compensarão financeiramente (§ 9º do art. 201 da Constituição Federal).
O benefício resultante de contagem de tempo de serviço será concedido e pago pelo sistema a que o interessado estiver vinculado ao requerê-lo, e calculado na forma da respectiva legislação (LBPS, art. 99). Poderá ser contado o tempo de serviço prestado à administração pública dos Estados e dos Municípios, desde que estes assegurem aos seus servidores a contagem de tempo de serviço em atividade vinculada ao regime geral da previdência social (LBPS, art. 95, § único).
A regulamentação legislativa definindo os critérios para a compensação financeira entre o Regime Geral de Previdência Social e os regimes de previdência dos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos casos de contagem recíproca de tempo de contribuição para efeito de aposentadoria, se deu com a Lei 9.796/99 e pelo Decreto 3.112/99.
O art. 2º da Lei nº 9.796/99 define regime de origem como aquele “regime previdenciário ao qual o segurado ou servidor público esteve vinculado sem que dele receba aposentadoria ou tenha gerado pensão para seus dependentes” e regime instituidor “o regime previdenciário responsável pela concessão e pagamento de benefício de aposentadoria ou pensão dela decorrente a segurado ou servidor público ou a seus dependentes com cômputo de tempo de contribuição no âmbito do regime de origem”.
O tempo de contribuição ou de serviço, em caso de contagem recíproca, será computado de acordo com a legislação pertinente, observadas, entre outras, as normas previstas no art. 96 da Lei 8.213/91, quais sejam: “I – não será admitida a contagem em dobro ou em outras condições especiais; II – é vedada a contagem de tempo de serviço público com o de atividade privada, quando concomitantes; III – não será contado por um sistema o tempo de serviço utilizado para concessão de aposentadoria pelo outro; IV – o tempo de serviço anterior ou posterior à obrigatoriedade de filiação à Previdência Social só será contado mediante indenização da contribuição correspondente ao período respectivo, com acréscimo de juros moratórios de 0,5% por cento ao mês, capitalizados anualmente, e multa de dez por cento”.
O art. 98 da Lei nº 8.213/91 estabelece que “Quando a soma dos tempos de serviços ultrapassar 30 (trinta) anos, se do sexo feminino, e 35 (trinta e cinco) anos, se do sexo masculino, o excesso não será considerado para qualquer efeito”.
Lembrar que a jurisprudência tem admitido a possibilidade de renúncia de aposentadoria concedida por um regime para fins de utilização do tempo de serviço para concessão de aposentadoria em outro regime mais vantajoso.
É possível requerer a emissão de certidão de tempo de serviço para período fracionado?
“PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. SEGURADO JÁ APOSENTADO NO SERVIÇO PÚBLICO COM UTILIZAÇÃO DA CONTAGEM RECÍPROCA. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA JUNTO AO RGPS. TEMPO NÃO UTILIZADO NO INSTITUTO DA CONTAGEM RECÍPROCA. FRACIONAMENTO DE PERÍODO. POSSIBILIDADE. ART. 98 DA LEI N.º 8.213/91. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA. 1. A norma previdenciária não cria óbice a percepção de duas aposentadorias em regimes distintos, quando os tempos de serviços realizados em atividades concomitantes sejam computados em cada sistema de previdência, havendo a respectiva contribuição para cada um deles. 2. O art. 98 da Lei n.º 8.213/91 deve ser interpretado restritivamente, dentro da sua objetividade jurídica. A vedação contida em referido dispositivo surge com vistas à reafirmar a revogação da norma inserida na Lei n.º 5.890/73, que permitia o acréscimo de percentual a quem ultrapassasse o tempo de serviço máximo, bem como para impedir a utilização do tempo excedente para qualquer efeito no âmbito da aposentadoria concedida. 3. É permitidoao INSS emitir certidão de tempo de serviço para período fracionado, possibilitando ao segurado da Previdência Social levar para o regime de previdência próprio dos servidores públicos apenas o montante de tempo de serviço que lhe seja necessário para obtenção do benefício almejado naquele regime. Tal período, uma vez considerado no outro regime, não será mais contado para qualquer efeito no RGPS. O tempo não utilizado, entretanto, valerá para efeitos previdenciários junto à Previdência Social” (STJ, RESP 200401363047, LAURITA VAZ, 5ª Turma, 30/05/2005)
Súmula 66 TNU: O servidor público ex-celetista que trabalhava sob condições especiais antes de migrar para o regime estatutário tem direito adquirido à conversão do tempo de atividade especial em tempo comum com o devido acréscimo legal, para efeito de contagem recíproca no regime previdenciário próprio dos servidores públicos.
CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM E VICE-VERSA
Na legislação anterior, permitia-se que o segurado que tivesse desenvolvido atividade comum e especial optasse por aposentadoria por tempo de serviço ou especial, quando os períodos deveriam ser convertidos para que ficasse viabilizada a sua soma dentro de um mesmo padrão. Todavia, desde a Lei 9.032/95, que alterou o antigo § 3º do artigo 57 da Lei 8.213/91, não é mais possível converter tempo comum em especial, sendo necessário que todo o tempo de serviço seja especial, se a intenção for requerer aposentadoria especial.
Contudo, continua sendo possível a conversão de tempo de serviço especial em comum. Em função do art. 28 da Lei 9.711/98 (“O Poder Executivo estabelecerá critérios para a conversão do tempo de trabalho exercido até 28 de maio de 1998...”), surgiu a controvérsia a respeito da possibilidade de conversão de tempo especial em comum após esse período (28 de maio de 1998). 
A TNU chegou a editar a (hoje cancelada) Súmula 16, com o seguinte teor: “A conversão em tempo de serviço comum, do período trabalhado em condições especiais, somente é possível relativamente à atividade exercida até 28 de maio de 1998 (art. 28 da Lei nº 9.711/98)”.
Prevalece, todavia, a posição do STJ, no sentido de que “permanece a possibilidade de conversão do tempo de serviço exercido em atividades especiais para comum após 1998, pois, a partir da última reedição da MP n.º 1.663, parcialmente convertida na Lei 9.711/1998, a norma tornou-se definitiva sem a parte do texto que revogava o referido § 5º do art. 57 da Lei n.º 8.213/1991.” (REsp 1.151.363/MG, Rel. Min. JORGE MUSSI, TERCEIRA SEÇÃO, DJe de 5/4/2011)
	DIREITO PREVIDENCIÁRIO. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO RETROATIVA DO DEC. N. 4.882/2003 PARA RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE ESPECIAL.
	Não é possível a atribuição de efeitos retroativos ao Dec. n. 4.882/2003 para fins de conversão de tempo de serviço comum em especial. Até a edição do Dec. n. 2.171/1997, era considerada especial a atividade exercida com exposição a ruídos superiores a 80 decibéis. Após essa data, o nível de ruído tido como prejudicial passou a ser superior a 90 decibéis. A partir do Dec. n. 4.882/2003, o limite de tolerância ao agente físico ruído foi reduzido para 85 decibéis. Nesse contexto, deve-se aplicar a lei vigente à época em que a atividade foi exercida para embasar o reconhecimento do tempo de serviço prestado sob condições especiais, em observância ao princípio do tempus regit actum, não havendo como se atribuir, para isso, retroatividade à nova norma regulamentadora sem expressa previsão legal, sob pena de ofensa ao disposto no art. 6º da LINDB. Precedentes citados: AgRg no REsp 1.263.023-SC, DJe 24/5/2012, e AgRg no REsp 1.146.243-RS, DJe 12/3/2012. REsp 1.355.702-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 6/12/2012.
Súmula 55 TNU: A conversão do tempo de atividade especial em comum deve ocorrer com aplicação do fator multiplicativo em vigor na data da concessão da aposentadoria.
COMPROVAÇÃO DA ATIVIDADE ESPECIAL.
Nos decretos que tratavam da aposentadoria especial, constata-se que as condições especiais - ensejadoras do direito à jubilação com um tempo de serviço menor do que o exigido para os demais trabalhadores - eram valoradas sob dois ângulos: as categorias profissionais, tais como engenheiros, químicos e motoristas de ônibus, nos quais presumia-se que o exercício dessas profissões sujeitava os trabalhadores a agentes nocivos (exposição presumida) e o rol de agentes insalubres cuja exposição, independente da profissão do segurado, daria o direito à aposentadoria especial. Com a edição da Lei nº 9.032/95, ainda era permitida a concessão de aposentadoria com base na relação de profissões do Decreto n.º 53.381/64. Entretanto, em face da alteração promovida no art. 57, em especial a nova redação do § 4º, também passou a ser necessária a demonstração da real exposição aos agentes nocivos, químicos, físicos, ou biológicos, passando-se a exigir de quem implementasse os requisitos após 29/04/95, além do antigo formulário denominado SB40, a apresentação de laudo técnico pericial.
Pelo § 3º do art. 57, reclama-se que a atividade não seja ocasional nem intermitente. O segurado deverá comprovar que estava submetido aos agentes agressivos de forma habitual e permanente, sob pena de não ser reconhecida a atividade como especial.
A utilização de equipamentos de proteção individual não descaracteriza a atividade como especial, salvo se do laudo constar que sua utilização neutraliza ou elimina a presença do agente nocivo. Com relação à utilização de EPI (equipamento de proteção individual) e EPC (equipamento de proteção coletivo), para o fim de descaracterizar a atividade realizada como especial, foi editada a Súmula 09 da TNU: “O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposição a ruído, não descaracteriza o tempo de serviço especial prestado”. 
Em resumo, até a edição da Lei 9.032/95, bastava o enquadramento do segurado nos decretos que estabeleciam os tempos diferenciados para aposentação. Após essa lei, é necessária a comprovação de exposição aos agentes nocivos à saúde, por qualquer meio de prova, com o preenchimento dos formulários SB-40 e DSS-8030. A partir da MP 1.523/96, convertida na Lei 9.528/97, exige-se o laudo técnico para a comprovação de exposição aos agentes nocivos à saúde, denominado perfil profissiográfico previdenciário (PPP).
***Súmula 71 TNU: O mero contato do pedreiro com o cimento não caracteriza condição especial de trabalho para fins previdenciários.
*** Súmula 70 TNU: A atividade de tratorista pode ser equiparada à de motorista de caminhão para fins de reconhecimento de atividade especial mediante enquadramento por categoria profissional.
TEMPO DE SERVIÇO DOS PROFESSORES:
- Os professores sempre tiveram direito a aposentadoria por tempo de serviço em tempo reduzido, se comparado aos demais trabalhadores.
- Desde a EC 20/98, os professores universitários não tem mais direito a aposentar-se com período reduzido: o benefício é para professores que comprovarem, exclusivamente, tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, o que não se limita ao trabalho próprio do professor em sala de aula.
- Perdeu aplicabilidade a Súmula 726 do STF: “Para efeito de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo de serviço prestado fora da sala de aula”.
- Atualmente, esse é o entendimento do STJ e do STF:
ADMINISTRATIVO. APOSENTADORIA ESPECIAL DE PROFESSOR. REGIME DE READAPTAÇÃO FUNCIONAL.
1. Cuida-se de agravo regimental em que se discute, para efeito de aposentadoria especial de professor, o cômputo do tempo de serviço prestado em regime de readaptação funcional.
2. A matéria tinha previsão no verbete 726/STF: "Para efeito de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo de serviço prestado fora da sala de aula".
3. Entretanto, a questão foi revista quando do julgamento da ADI 3.772/DF, Rel. p/ acórdão Min. Ricardo Lewandowski,DJ de 27.3.2009, sob o fundamento de que os professores que exercem funções administrativas, como direção de unidade de ensino, coordenação e assessoramento pedagógico, têm direito à aposentadoria especial.
4. Os Tribunais infraconstitucionais devem submeter-se ao STF, por força do art. 102, § 2º, da Constituição Federal, o qual impõe efeito vinculante às decisões definitivas de mérito proferidas nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade e Ação Declaratória de Constitucionalidade.
Agravo regimental improvido.
(AgRg no AREsp 72801/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 28/02/2012, DJe 05/03/2012)
JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS
Onde houver JEF, a competência é absoluta para as causas de até 60 salários mínimos, observadas as exceções do §1º do art. 3º, da Lei 10.259/01.
Súmula 17 da TNU: "Não há renúncia tácita no Juizado Especial Federal, para fins de competência."
A Justiça estadual julga as causas que decorram de acidente do trabalho contra o INSS. Isso significa que ela pode julgar auxílio-doença (decorrente de acidente do trabalho), auxílio-acidente (decorrente de acidente do trabalho), aposentadoria por invalidez (decorrente de acidente de trabalho), e até pensão por morte (se decorrer de acidente do trabalho). Vale lembrar das hipóteses de doença profissional e doença do trabalho que também são da competência da Justiça Estadual.
Enunciado nº. 9 FONAJEF
Além das exceções constantes do § 1º do artigo 3º da Lei n. 10.259, não se incluem na
competência dos Juizados Especiais Federais, os procedimentos especiais previstos no
Código de Processo Civil, salvo quando possível a adequação ao rito da Lei n. 10.259/2001.
Enunciado nº. 22 FONAJEF
A exclusão da competência dos Juizados Especiais Federais quanto às demandas sobre direitos ou interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos somente se aplica quanto a ações coletivas.	
Enunciado nº. 24 FONAJEF
Reconhecida a incompetência do Juizado Especial Federal, é cabível a extinção do processo, sem julgamento de mérito, nos termos do art. 1º da Lei n. 10.259/2001 e do
art. 51, III, da Lei n. 9.099/95, não havendo nisso afronta ao art. 12, § 2º, da Lei 11.419/06. (Nova redação – V FONAJEF)
Quanto ao valor da causa, o STJ entende que, quando há prestações vencidas e vincendas, em relação de trato sucessivo, há a necessidade do exame conjugado da Lei 10.259/01 e do art. 260, CPC (CC 46.732/MS). Ou seja, soma as parcelas vencidas com 12 vincendas.
Enunciado nº. 15 FONAJEF
Na aferição do valor da causa, deve-se levar em conta o valor do salário mínimo em
vigor na data da propositura de ação. 
Enunciado nº. 18 FONAJEF
No caso de litisconsorte ativo, o valor da causa, para fins de fixação de competência
deve ser calculado por autor.
Enunciado nº. 20 FONAJEF
Não se admite, com base nos princípios da economia processual e do juiz natural, o
desdobramento de ações para cobrança de parcelas vencidas e vincendas.
Ainda no que diz respeito ao valor da causa para determinação da competência, vislumbra-se a possibilidade de renúncia do crédito que exceder a 60 (sessenta) salários mínimos na data do ajuizamento da demanda, devendo a renúncia ser expressa.
Enunciado nº. 16 FONAJEF
Não há renúncia tácita nos Juizados Especiais Federais para fins de fixação de competência.
Enunciado nº. 17 FONAJEF
Não cabe renúncia sobre parcelas vincendas para fins de fixação de competência nos
Juizados Especiais Federais.
Pagamentos efetuados pelo INSS
Via de regra os pagamentos são feitos através de RPV (condenações até 60 salários mínimos). Quando a condenação superar este patamar, a via adequada é o precatório, podendo, também, haver renúncia do valor excedente para fins de recebimento em RPV.
Os pagamentos vencidos após a sentença até o trânsito em julgado constituem obrigação de fazer por parte do INSS, devendo ser pagas administrativamente. É o chamado complemento positivo.
Enunciado nº. 65 FONAJEF
As parcelas vencidas após a data do cálculo judicial podem ser pagas administrativamente, por meio de complemento positivo.
Enunciado nº. 70
É compatível com o rito dos Juizados Especiais Federais a aplicação do art. 112 da Lei nº 8.213/91, para fins de habilitação processual e pagamento. (Nova redação – V FONAJEF).
DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO – Processo administrativo tributário. Processo judicial tributário. Execução fiscal. Cautelar fiscal. Mandado de segurança. Ação de repetição de indébito. Anulatória de débito fiscal. Ação declaratória. Ação de consignação em pagamento. Administração Tributária. Procedimento Fiscal. Sigilo Fiscal e Prestação de Informações. Dívida ativa. Certidões e Cadastro. 
O processo administrativo-tributário
1. Breve relato sobre a origem do processo administrativo
O processo administrativo, sem dúvida, nasceu com o estado de direito, onde as garantias individuais constituem direitos fundamentais. Possivelmente, nos estados totalitários, a vontade do Estado se sobrepõe aos direitos individuais e pratica-se a arbitrariedade, porquanto a vontade do Estado é a do seu governante.
Encontramos na doutrina informações que nos leva a crer que o processo administrativo teve sua origem no due pross of law, surgido na Grã-Bretanha, sendo que, inicialmente, era de cunho eminentemente processual penal.
ALBERTO NOGUEIRA em sua obra intitulada "O devido Processo Legal Tributário", enfatiza quanto a origem, evolução e universalização do due process of law, asseverando que:
os inúmeros estudos publicados sobre a cláusula due pross of law, sob os mais variados enfoques, sem discrepância indicam que a mesma se constituiu, como princípio, inicialmente na Grã-Bretanha, como forma democratizadora da sociedade, a partir da fórmula primitiva law of land, inserida no art. 39 da Carta Magna de 1215 (Creat Charter).
A cláusula law of land, por seu turno, evoluída do campo estritamente processual, em matéria predominantemente penal, segundo a qual ninguém seria julgado por um juízo pré-constituído (juiz natural) e somente nos fatos previamente tipificado como crime (nullum crimen sine lege), para assegurar a própria regularidade da atividade jurisdicional.
As Emendas V e XIV à Constituição norte-americana de 1787, introduziram a cláusula due process of law (...) A Constituição brasileira de 1988 viria a consagrar de forma explícita e clara o princípio do devido processo legal (art. 5º, LIX), graças à contribuição de Carlos Roberto de Siqueira Castro, como assessor, na fase da elaboração do texto constitucional, por intermédio de proposta do Deputado Vivaldo Barbosa, segundo informa José Afonso da Silva.
OBS: Super-receita e receita do INSS
1 Secretaria da Receita Federal do Brasil
A Lei nº 11.457, de 16-3-2007, criou a Secretaria da Receita Federal do Brasil mediante transformação da Secretaria da Receita Federal (art. 1º) e extinção da Secretaria da Receita Previdenciária do Ministério da Previdência Social (§ 4º do art. 2º).
A nova Secretaria, subordinada ao Ministro de Estado da Fazenda, além de continuar com as atribuições da anterior Secretaria da Receita Federal, recebeu a incumbência de planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas à tributação, fiscalização, arrecadação e cobrança e recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b, e c do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 24-7-1991, (contribuições previdenciárias), e contribuições devidas a terceiros (arts. 2º e 3º). 
1.2 Preservação da autonomia financeira da autarquia securitária
Para assegurar a autonomia financeira da autarquia securitária, o produto de arrecadação dessas contribuições e acréscimos legais incidentes serão destinados, em caráter exclusivo, ao pagamento dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social e creditado diretamente ao Fundo do Regime de Previdência Social de que trata o art. 68 da LC nº 101, de 4-5-2000, vinculado ao Ministério da Previdência e AssistênciaSocial (art. 2º § 1º). Pelos serviços prestados, a SRFB cobrará do INSS 3,5% do montante arrecadado, cujo produto será creditado ao Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização – FUNDF, instituído pelo Decreto-lei nº 1.437, de 17-12-1975.
1.3 Inclusão dos créditos previdenciários na dívida ativa da União
A partir do dia 1º de maio de 2007 os débitos referentes às contribuições previdenciárias e àquelas devidas a terceiros (arts. 2º e 3º) passaram a constituir dívida ativa da União. E a partir de 1º de abril de 2008 a dívida ativa do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE decorrentes de contribuições previdenciárias e de contribuições devidas a terceiros, passarão a constituir dívida ativa da União (art. 16 e § 1º). A inscrição na dívida ativa da União dessas contribuições não altera a destinação final do produto da respectiva arrecadação (art. 16, § 7º).
1.4 Processo administrativo fiscal
Como resultado da unificação da SRF e da SRP os processos administrativos envolvendo as contribuições previdenciárias passam a ser regidos pelo Decreto nº 70.235, de 6-3-1972, nos termos do art. 25, obedecidos os seguintes lapsos temporais. A competência do Conselho de Recurso da Previdência Social para julgamento de recursos pertinentes às contribuições sociais e aquelas devidas a terceiros ficou transferida para o 2º Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda.
1.5 Compensação de créditos tributários
Como é sabido, a partir do advento da Lei nº 10.637/02 passou a ser possível a compensação direta de créditos tributários pelo sujeito passivo da obrigação tributária, desde que pertinentes àqueles administrados pela Secretaria da Receita Federal de então. É a chamada compensação branca.
Pela nova lei, os débitos tributários poderão ser compensados com créditos de quaisquer outros tributos, a exceção dos créditos de contribuições previdenciárias, apesar de todos os tributos estarem concentrados em torno da Secretaria da Receita Federal do Brasil.
A manutenção de tal sistemática não é lógico, nem razoável. Fere o princípio da simetria, à medida que permite a extinção do débito representado pela contribuição previdenciária mediante compensação com crédito de qualquer outra espécie tributária, mas veda a operação inversa.
- O procedimento administrativo tributário pode ser dividido em (15.2.1) preventivo, (15.2.2) voluntário e (15.2.3) contencioso.
15.2.1 - Procedimento administrativo tributário preventivo. 
Dois são os procedimentos administrativos tributários preventivos: 
A) - Consulta e; 
B) - Denúncia Espontânea.
A. Processo Administrativo Tributário de Consulta
A consulta, formulada por escrito é o instrumento que o contribuinte possui para dirimir dúvidas quanto a determinado dispositivo da legislação tributária relacionado com sua atividade. A consulta deve circunscrever-se a fato determinado, descrevendo suficientemente o seu objeto e indicando as informações necessárias à elucidação da matéria. Na petição devem ser indicados os dispositivos da legislação que ensejaram a apresentação da consulta e cuja interpretação se requer, bem como, a descrição minuciosa e precisa dos fatos.
Para efetivar consulta sobre situação determinada ainda não ocorrida, o consulente deverá demonstrar vinculação com o fato, bem como a efetiva possibilidade de ocorrência do fato gerador relativo a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal. A consulta deverá versar sobre apenas um tributo ou contribuição, exceto nos casos de matérias conexas. 
Quem pode formular 
1.	O sujeito passivo de obrigação tributária principal ou acessória;
2.	O órgão da administração pública;
3.	A entidade representativa de categoria econômica ou profissional.
A solução da consulta ( eficaz ou ineficaz ) 
A solução da Consulta eficaz ou ineficaz será efetuada em instância única, não cabendo recurso nem pedido de reconsideração da Solução de Consulta ou do Despacho Decisório que declarar sua ineficácia.
O CTN, em seu art. 161 e parágrafos, ressalta três dos seus efeitos, declarando que: a consulta formulada dentro do prazo legal para o recolhimento do tributo impede: 
I. cobrança dos juros moratórios; 
II. imposição de penalidade; 
III. aplicação de medidas de garantia.
O § 2º do art. 161 do CTN deve ser aplicado se a consulta for feita dentro do prazo de pagamento do crédito fiscal, de forma que uma decisão desfavorável da consulta dá ao contribuinte novo prazo para pagar o tributo, não havendo cobrança de juros nem de multa (entendimento do STF). Caso a consulta seja feita após decorrido o prazo para pagamento, incidem juros e multas decorrentes do atraso no pagamento, caso haja decisão desfavorável na consulta.
INEFICÁCIA
Não produz efeitos a consulta formulada: 
I – pessoa não competente para formular consulta, bem como, sobre tributos não administrados pela Secretaria da Receita Federal ( por ex.: ISS ); por estabelecimento filial;
II - em tese, com referência a fato genérico, ou, ainda, que não identifique o dispositivo da legislação tributária sobre cuja aplicação haja dúvida;
III - por quem estiver intimado a cumprir obrigação relativa ao fato objeto da consulta;
IV - sobre fato objeto de litígio, de que o consulente faça parte, pendente de decisão definitiva nas esferas administrativa ou judicial;
V - por quem estiver sob procedimento fiscal, iniciado antes de sua apresentação, para apurar os fatos que se relacionem com a matéria consultada;
VI - quando o fato houver sido objeto de solução anterior proferida em consulta ou litígio em que tenha sido parte o consulente, e cujo entendimento por parte da administração não tenha sido alterado por ato superveniente;
VII - quando o fato estiver disciplinado em ato normativo, publicado na imprensa oficial antes de sua apresentação;
VIII - quando versar sobre constitucionalidade ou legalidade da legislação tributária;
IX - quando o fato estiver definido ou declarado em disposição literal de lei;
X - quando o fato estiver definido como crime ou contravenção penal;
XI - quando não descrever, completa e exatamente, a hipótese a que se referir, ou não contiver os elementos necessários à sua solução, salvo se a inexatidão ou omissão for escusável, a critério da autoridade julgadora;
RESUMO DOS EFEITOS E CONSEQUÊNCIAS DA CONSULTA
a) Consulta formulada por matriz – estende-se aos demais estabelecimentos.
b) Consulta formulada por entidade representativa de categoria econômica ou profissional – alcança seus associados ou filiados depois de cientificado o consulente da decisão.
c) A consulta não suspende o prazo: de recolhimento de tributo, retido na fonte ou autolançado antes ou depois de sua apresentação; de entrega da declaração de rendimentos; de cumprimento de outras obrigações acessórias.
A consulta eficaz: Impede a aplicação de penalidade relativamente à matéria consultada, a partir da data de sua protocolização até o 30º dia seguinte ao da ciência, pelo consulente, da decisão que a soluciona, desde que o pagamento ocorra neste prazo, quando for o caso. Impede a instauração de procedimento fiscal contra o sujeito passivo, relativamente à matéria consultada, a partir da apresentação da consulta até o trigésimo dia subseqüente à data de ciência.
Situação não ocorrida	produz efeito somente se o fato concretizado for aquele sobre o qual versou a consulta previamente formulada.
Alteração de entendimento consolidado: a nova orientação atingirá apenas os fatos geradores que ocorrerem após a sua publicação na impressa oficial ou após a ciência do consulente, exceto se a nova orientação lhe for mais favorável, caso em que esta atingirá, também, o período abrangido pela solução anteriormente dada.
Alteração ou reforma, de ofício, de decisão proferida em processo de consulta sobre classificação de mercadorias	aplicam-seas conclusões da decisão alterada ou reformada em relação aos atos praticados até a data em que for dada ciência ao consulente da nova orientação.
 
B) DENÚNCIA ESPONTÂNEA. 
Denuncia espontânea é a comunicação à administração tributária de uma infração cometida, sem que tal comunicação seja motivada ou precedida por qualquer medida de fiscalização. Após a comunicação, poderá haver o pagamento do tributo, acrescido unicamente dos juros e correção.
Essa denúncia tem que ser espontânea, ou seja, feita antes de qualquer medida de fiscalização.
A ocorrência da denúncia espontânea dá-se com base no art. 138 do CTN, que tem a seguinte redação:
"A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração".
Há duas situações possíveis (dependendo da forma de lançamento):
•	Sujeito passivo paga valor do tributo + juros;
•	Sujeito passivo pede à Administração que aponte o valor e o paga (casos em que a apuração do valor devido é feita pela autoridade administrativa). 
Para a Fazenda, com a denúncia espontânea, haveria apenas a exclusão da multa punitiva (é a multa que penaliza alguma ação do contribuinte diferente da mora – ex: multa decorrente de fraude. É chamada também de multa de ofício). Assim, a multa moratória permaneceria devida.
	O STJ, todavia, tem reiteradamente rejeitado essa tese, pois o art. 138 do CTN não faz nenhuma distinção, excluindo a multa, sem definir qual. REsp 1.086.051
Assim, com a denúncia espontânea, restam afastas a multa moratória e a punitiva, mas não há a exclusão da incidência de correção monetária nem de juros moratórios, pois que apenas compensam o atraso no pagamento. Já a multa moratória, como constitui penalidade decorrente do descumprimento da obrigação tributária no vencimento, resta excluída frente à denúncia espontânea. Fica afastada qualquer possibilidade de punição, seja de natureza administrativa ou criminal.
STJ: Pacificou-se a jurisprudência da Primeira Seção no sentido de 'não admitir o benefício da denúncia espontânea no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, quando o contribuinte, declarada a dívida, efetua o pagamento a destempo, à vista ou parceladamente. (AgRg no EREsp 636.064/SC, Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJ 05.09.2005) 
É a redação da Súmula 360 do STJ.
A razão dessa súmula é que a declaração realizada pelo contribuinte já constitui o crédito tributário e o Fisco já tem conhecimento da existência do tributo.
Diferentemente, a denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acompanhado do respectivo pagamento integral, retifica-a (antes de qualquer procedimento da Administração Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja quitação se dá concomitantemente (STJ, Primeira Seção, EAg 1237347, Rel. Min. Mauro Campbell, DJe de 18/11/2010). Isso porque a declaração parcial, acompanhada do pagamento a menor do tributo, dá início ao prazo decadencial para lançamento de ofício do restante, não havendo autolançamento nesse caso.
A declaração e o pagamento concomitante da parcela faltante (não declarada) consubstancia denúncia espontânea e, consequentemente, afasta a cobrança da multa.
Ademais, deve se ter atenção com o disposto no artigo 47 da Lei 9430 que prevê uma hipótese em que os efeitos são iguais à denunciação espontânea, apesar de já ter havido a declaração:
Lei n. 9.430/96, art. 47. A pessoa física ou jurídica submetida a ação fiscal por parte da Secretaria da Receita Federal poderá pagar, até o vigésimo dia subseqüente à data de recebimento do termo de início de fiscalização, os tributos e contribuições já declarados, de que for sujeito passivo como contribuinte ou responsável, com os acréscimos legais aplicáveis nos casos de procedimento espontâneo. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)
Esse artigo da lei diz que quem declara, mas não paga, pode estar sujeito à fiscalização pela administração. Isso se inicia com a expedição de uma notificação de que haverá a fiscalização. Nessa consta que, nos 20 dias seguintes ao recebimento da notificação, o sujeito passivo pode efetuar o pagamento do tributo, com os benefícios da denúncia espontânea (principal e juros).
O dispositivo é específico da esfera federal e traz uma possibilidade de aplicação dos benefícios da denúncia espontânea após o início da fiscalização. Portanto, a súmula 360, STJ fica relativizada em relação aos tributos federais.
Para o STJ, o parcelamento não é uma modalidade de denúncia espontânea, pois essa pressupõe o pagamento em uma única vez, o que não ocorre com o parcelamento.
Em sendo assim, no caso de parcelamento, a multa tem que ser incluída no valor devido.
Essa discussão ocorria, pois o parcelamento não estava previsto no CTN. Hoje o art. 155-A não deixa dúvidas que a multa e os juros são devidos (REsp 1102577).
Súmula 208 do antigo TFR: "a simples confissão da dívida, acompanhada do seu pedido de parcelamento, não configura denúncia espontânea". 
CTN, art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas.
O art. 138, CTN é inaplicável às obrigações acessórias. STJ: “O atraso na declaração de rendas constitui infração de natureza formal e não está alcançada como conseqüência da denúncia espontânea inserta no art. 138, do Código Tributário Nacional. Precedentes”. Nesses casos, portanto, será possível a aplicação da multa.
15.2.2) Procedimento administrativo tributário voluntário.
A) - RESTITUIÇÃO, COMPENSAÇÃO E RESSARCIMENTO DE TRIBUTOS
A.1) Compensação. 
É o encontro de contas entre administração e o sujeito passivo, no qual o sujeito passivo de um tributo tem um crédito tributário.
O CTN prevê a compensação (art. 156, II) como forma de extinção do crédito tributário e a regulamenta nos 170 e 170-A, CTN, daí extraindo-se as seguintes regras. 
1ª) Pelo art. 170-A, se o sujeito passivo estiver questionando algum tributo em juízo, ele não pode usar ele para compensar antes do trânsito em julgado . Enquanto houver a controvérsia sobre a existência do crédito a ser compensado, a compensação não pode ocorrer.
O art. 170-A não se confunde com a hipótese em que se discute o próprio direito de compensar. Pode ocorrer que se tenha uma dúvida quanto ao direito de fazer a compensação tributária. Esse debate está focado no direito de compensar e não no tributo e legitimidade do crédito. Busca-se, preventivamente, afastar a negativa do Estado em realizar a compensação.
Sobre o tema, há duas súmulas do STJ:
	Súmula 213, STJ: O mandado de segurança é adequado para a declaração do direito à compensação.
	Súmula 212, STJ: o direito de compensar não pode ser reconhecido em medida liminar. Isso porque a compensação é uma forma de extinção do crédito.
2ª) Compensação tem como premissa a existência de lei autorizadora e que estabeleça as suas condições, não havendo direito subjetivo do contribuinte à compensação com base exclusivamente no CTN.
Conforme o STJ, a lei pode estabelecer qualquer forma de compensação. Há discricionariedade do legislador: não há ilegalidade na lei que estabelece condições para a compensação.
Evolução do instituto:
(a) até 30.12.91, não havia, em nosso sistema jurídico, a figura da compensação tributária;
(b) de 30.12.91 a 27.12.96, havia autorização legal apenas para a compensação entre tributosda mesma espécie, nos termos do art. 66 da Lei n. 8.383/91;
(c) de 27.12.96 a 30.12.02, era possível a compensação entre valores decorrentes de tributos distintos, desde que todos fossem administrados pela Secretaria da Receita Federal e que esse órgão, a requerimento do contribuinte, autorizasse previamente a compensação, consoante o estabelecido no art. 74 da Lei n. 9.430/96;
(d) a partir de 30.12.02, com a nova redação do art. 74 da Lei 9.430/96, dada pela Lei n. 10.637/02, foi autorizada, para os tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, a compensação de iniciativa do contribuinte, mediante entrega de declaração contendo as informações sobre os créditos e débitos utilizados, cujo efeito é o de extinguir o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.
(AgRg no Ag 1092752/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/08/2009, DJe 19/08/2009)
Segundo a 1ª Seção do STJ, em sede de compensação tributária, deve ser considerado o regime jurídico vigente à época do ajuizamento da ação, não podendo ser aplicado, em tais casos, o Direito superveniente, em razão da exigência de preenchimento do requisito do prequestionamento. Autoriza-se, contudo, o contribuinte a proceder à compensação dos créditos pela via administrativa, aplicando-se as normas posteriores e preenchidos os requisitos respectivos.
Portanto, a compensação por iniciativa do sujeito passivo foi primeiramente prevista no art. 66 da Lei 8.383/91. Este dispositivo prevê, em seu §1º, que a compensação só poder-se-ia efetivar entre tributos da mesma espécie. Obs: Prevaleceu na jurisprudência o entendimento de que o termo “espécies” foi utilizado no sentido das “espécies tributárias”, ou seja, as subdivisões da classificação geral dos tributos em impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e interventivas (ver: Resp 465730, STJ, 1ª T., Rel. Min. Denise Arruda, DJ de 21.03.2005 e STJ, 1ª T., Edcl nos Edcl no Resp 602376/RS, Rel. Min. José Delgado, DJ de 03/11/2004)
A Lei nº 9.430/96, no seu art. 74 (O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão), trouxe uma nova regulamentação para a compensação, autorizando-a para os créditos administrados pela Secretaria da Receita Federal (que após a Lei 11.457/2007 ampliou as competências atribuídas à SRFB, abrangendo tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas "a", "b" e "c", do parágrafo único, do artigo 11, da Lei 8.212/01).
ATENÇÃO: A previsão legal no sentido de que as contribuições administradas e arrecadadas pelo INSS poderiam ser compensadas com tributos de natureza distinta não existia até a edição da MP 449, remanescendo a aplicação do disposto na Lei 8.383/91 à espécie no período antecedente.
A disciplina da compensação prevista na Lei 9.430/96 tem uma semelhança muito grande com o lançamento por homologação, pois há uma declaração de compensação que constitui o CT (o contribuinte declara os fatos geradores ocorridos e o montante de tributo devido e, em outro campo, os créditos que tem em face do Fisco que pretende compensar). E a extinção do crédito só acontecerá com a homologação da declaração, que deverá acontecer no prazo de cinco anos da apresentação da declaração. Se não houver a homologação, a Administração não está concordando com o crédito. Logo, o débito segue em aberto. O sujeito será notificado para efetuar, então o pagamento. Se não o fizer, automaticamente, haverá a inscrição em certidão de dívida ativa. A declaração de compensação representa, portanto, hipótese de constituição de crédito tributário. 
Segundo o aludido dispositivo, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pelo sujeito passivo, da declaração referida no § 1o: 
 I - o saldo a restituir apurado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física; 
 II - os débitos relativos a tributos e contribuições devidos no registro da Declaração de Importação. 
 III - os débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal que já tenham sido encaminhados à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União;
 IV - o débito consolidado em qualquer modalidade de parcelamento concedido pela Secretaria da Receita Federal - SRF; 
 V - o débito que já tenha sido objeto de compensação não homologada, ainda que a compensação se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; e 
 VI - o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento já indeferido pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal - SRF, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa.
Obs: O valor a ser restituído ou compensado será acrescido de juros obtidos pela aplicação da taxa SELIC, acumulada mensalmente, a partir do mês subsequente ao do pagamento indevido ou a maior que o devido até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada.
Obs. 2: O artigo 74 da lei prevê multas punitivas caso não seja homologado pedido de compensação:
§ 15. Será aplicada multa isolada de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor do crédito objeto de pedido de ressarcimento indeferido ou indevido. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010)
 § 16. O percentual da multa de que trata o § 15 será de 100% (cem por cento) na hipótese de ressarcimento obtido com falsidade no pedido apresentado pelo sujeito passivo. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010)
 § 17. Aplica-se a multa prevista no § 15, também, sobre o valor do crédito objeto de declaração de compensação não homologada, salvo no caso de falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010
Em não sendo homologada a compensação, é cabível manifestação de inconformidade no prazo de 30 dias. Com isso, há a suspensão do crédito tributário por 30 dias.
Compensação com precatório:
DIREITO TRIBUTÁRIO. DÉBITO FISCAL. COMPENSAÇÃO COM PRECATÓRIO VENCIDO E NÃO PAGO. LEGISLAÇÃO DO ENTE FEDERADO.
A pretensão de compensar débitos fiscais com precatórios está sujeita à autorização do regime legislativo estadual regulador da matéria, conforme sistemática estabelecida pela EC n. 62/2009.Precedentes citados: RMS 28.783-PR, DJe 18/8/2011, e RMS 29.467-PR, DJe 23/9/2011. RMS 36.173-PR, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/10/2012.
A.2.2) - Compensação por iniciativa da fazenda. 
Ocorre quando a autoridade administrativa, antes de realizar a restituição ou ressarcimento de tributos, verifica que o contribuinte é também devedor da Fazenda Nacional ou devedor de créditos previdenciários, perfazendo de ofício à compensação entre o crédito e o débito.
Está prevista no DL 2.287/86, art. 7º e no parágrafo 8º no art. 89 da Lei 8.212/91 ( acrescentado pelo art. 115 da Lei nº 11.196/2005). O DL 2.287/86 também possibilita à Receita Federal compensar seu débitos com créditos do INSS relativos às contribuições por ele arrecadadas 
15.3 - Procedimento administrativo tributário contencioso.
•	Conceito: é um direito subjetivo do contribuinte, assegurado pela Constituição como “acertamento da dívida tributária”. É através dele que se procede à determinação e à exigência do crédito tributário. É o processo de lançamento do tributo.
•	O procedimento administrativo tributário também é processo, uma vez que realizado em contraditório. Lembra-se o clássico conceito de processo de Fazzalari: Processo é procedimento em contraditório. Portanto, em face de nossa Lex Mater, o procedimento

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