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TURBINA A VAPOR: - São motores de combustão externa rotativos no qual a energia térmica do vapor é transformada em energia cinética, devido a sua expansão através dos bocais, e posteriormente em energia mecânica de rotação, devido à ação do vapor nas pás rotativas; - É o mais difundido por possibilitar unidades de grande potência unitária, alta confiabilidade, vida útil e eficiência; - Mediante a organização de extrações reguláveis na sua seção de fluxo, pode-se fornecer calor com os parâmetros requeridos pelo consumo externo; - O custo desse calor não é alto, pois nos sistemas de cogeração o vapor, antes de ser fornecido a um consumidor de calor, é aproveitado para produzir eletricidade. CLASSIFICAÇÃO DAS TURBINAS A VAPOR DE ACORDO COM A FINALIDADE: - Acionamento elétrico: Utilizadas para acionar um gerador elétrico de uma indústria que irá suprir as necessidades da central. Geralmente operam com velocidade síncrona (1800 ou 3600 rpm) e com potências na faixa de 16 a 1300 MW; - Acionamento mecânico: Utilizadas para acionar grandes ventiladores de tiragem, bombas, compressores e na propulsão de navios e outros equipamentos; Operam entre 900 e 10000 rpm e com potências de 500 kW a 10 MW. DE ACORDO COM O PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO: -De ação (impulso): A expansão ocorre unicamente nos bocais e o vapor atravessa as palhetas do rotor com pressão constante, atuando sobre elas unicamente em função de sua velocidade; -De reação: A expansão tem início nos bocais mas permanece acontecendo nas palhetas do rotor; Estágio de ação: Grupo de bocais distribuidores seguidos de sucessivas fileiras de palhetas móveis e fixas, tendo a primeira a função de converter a energia cinética do vapor em trabalho mecânico, enquanto que a segunda tem a função de redirecionar o fluxo; Estágio de reação: Conjunto de fileiras de palhetas móveis e fixas, tendo a primeira a função de converter a energia disponível no vapor em trabalho mecânico e a segunda, além de redirecionar o fluxo, devido ao seu formato transversal, o espaço entre elas forma um bocal convergente divergente, o que possibilita converter parte da energia térmica em energia cinética, aumentando a velocidade do fluxo para a palheta seguinte; DE ACORDO COM O ARRANJO DOS ESTÁGIOS: Turbina de ação simples ou de Laval -A expansão do vapor ocorre completamente no bocal, produzindo um fluxo de alta velocidade para o rotor; -Como as palhetas móveis não absorvem toda a energia cinética, o vapor sai com velocidade relativamente alta, o que constitui uma perda; -Possui baixo rendimento, simplicidade de projeto e construção, o que a torna recomendada para baixas potências. Turbina Curtis -A fim de evitar a perda por energia cinética na saída, montam-se 2 ou mais filas de palhetas móveis intercaladas por palhetas fixas que só redirecionam o fluxo; -Estágio Curtis ou de velocidade escalonada; Turbina Rateau -A expansão é dividida em 2 ou mais fileiras de bocais (escalonamento de pressões), semelhante a um arranjo de 2 ou mais turbinas de Laval em série; -Pode-se obter velocidades mais adequadas nas palhetas móveis em termos de resistência dos materiais; -Podem apresentar maiores dimensões conforme o número de estágios; Turbina Curtis-Rateau -É a combinação de estágios Curtis (escalonamento de velocidades) e Rateau (escalonamento de pressões); -Velocidades ideais nas pás do rotor; -Maiores rendimentos; -Permite o uso de materiais mais leves e baratos, exceto nos primeiros estágios; -Turbinas mais curtas; Turbina de reação ou Parsons -São de múltiplos estágios; -A queda de pressão ocorre nas palhetas fixas e também nas móveis; -A queda de pressão em cada fileira de palhetas é pequena, resultando em baixas velocidades de vapor em cada estágio; -As fileiras de palhetas tem suas dimensões aumentadas progressivamente à medida em que o vapor se expande (aumento do volume específico); - Como o volume específico do vapor é baixo nos estágios de alta pres são, há excessiva fuga de vapor pelas folgas, induzindo a uma queda sensível de rendimento total da turbina, assim evita-se usar turbinas de reação como turbinas de alta pressão; Turbina Curtis/Parsons -Utiliza os princípios de ação e reação; -Adição de um estágio Curtis a uma turbina Parsons, reduzindo-se a pressão e a temperatura do vapor para ser utilizado nos estágios de reação; QUANTO A DESCARGA DE VAPOR: Turbina de contrapressão de fluxo direto -O termo contrapressão indica que o vapor na saída da turbina está a uma pressão igual ou superior a atmosférica, condição necessária para atender a demandas de calor em temperaturas superiores a 100 °C; -Geralmente menores do que uma unidade de condensação equivalente e, usualmente, operam com maiores rotações; -Instaladas em indústrias em que haja necessidade de vapor nos processos de fabricação; Turbina de contrapressão com sangria ou extração controlada -Utilizadas quando o processo exigir vapor em diferentes níveis de pressão (média e baixa); - Sangrias são usadas quando o volume de vapor de extração (média pressão) é menor que o de escape (baixa pressão); -Extrações controladas são usadas quando o fluxo de extração (média pressão) é relativamente alto quando comparado com o fluxo de vapor de escape (baixa pressão) e a demanda de vapor de média pressão está sujeita a flutuações consideráveis; Turbina de condensação de fluxo direto -Descarrega o vapor para o condensador a uma pressão menor que a atmosférica (alto vácuo) afim de aumentar a eficiência total; -Tendem a ser maiores e mais potentes do que as de contrapressão; -A eficiência total é inferior ao de uma instalação de contrapressão, pois uma parte da energia contida no vapor se perde no condensador; Turbina de condensação com extração -Empregada quando se necessita mais eletricidade do que se pode gerar com o calor de processo; -Compensação das oscilações de consumo de eletricidade e vapor de processo; -Quando de extração automática ou regulável, permitem a retirada de vazões variáveis de vapor sob pressão constante, em um ou mais pontos de extração; -Quando de extração não regulável, não há controle da pressão do vapor retirado, que varia em função da carga; Turbina de condensação com reaquecimento -Após o 1° estágio de expansão (alta pressão) o vapor retorna ao gerador de vapor para o reaquecimento antes de prosseguir para o estágio de pressão intermediária; -Podem ser de reaquecimento duplo; QUANTO A DIREÇÃO DO FLUXO DE VAPOR: -Turbina axial: O escoamento é axial, paralelo ao eixo; Maioria das turbinas modernas; -Turbina radial: O escoamento é radial: centrífuga ou centrípeta; -Turbina tangencial: O escoamento é helicoidal; QUANTO AO FLUXO AS TURBINAS AXIAIS PODEM TER: -Fluxo simples: O fluxo escoa na mesma direção desde a entrada até a saída; -Fluxo duplo: O fluxo é admitido no centro do cilindro e dividido em duas direções axiais opostas; Evita o tamanho excessivo das palhetas nos últimos estágios; Reduz os esforços axiais causados pelo fluxo; -Fluxo reverso: Apresentam 2 carcaças, sendo uma interna e outra externa, onde o fluxo flui em uma direção na carcaça interna e na direção oposta na carcaça externa; Redução dos esforços axiais; Resfriamento da carcaça interna pelo próprio vapor após sua expansão na mesma; Permite partidas mais rápidas; QUANTO A POSIÇÃO DOS CILINDROS EM RELAÇÃO AO EIXO: - Tandem-compound: Cilindros montados em linha (colineares); Mesmo eixo; Acionamento de um único gerador; - Cross-compound: Cilindros montados em paralelo; Eixos diferentes; Acionamento de mais de um gerador; PRINCIPAIS ELEMENTOS: -Carcaça -Diafragma: Onde são fixadas as palhetas fixas; É composto por: anel, palhetas fixas e corpo do diafragma; -Selo: Serve para diminuir as fugasde vapor -Eixo -Discos: Fixação das palhetas móveis (rotores integrais ou aperto forçado a quente) -Palhetas Móveis: Fixadas no disco -Aro de consolidação: PRINCIPAIS COMPONENTES: -Turbina de condensação com extração: O rotor é constituído de palhetas de grande altura para a realização de uma maior queda entálpica, reduzindo a pressão e temperatura para os demais estágios, facilitando a sua operação, mas reduzindo a eficiência. FUNDAMENTOS: -Triângulo de velocidades; -Quedas entálpicas; -Coeficiente de reação: É a relação entre a queda de entalpia estática nas palhetas móveis e a queda de entalpia total no estágio; Nas turbinas modernas pode ser de zero (estágio de ação) a 0,5 ou mais; -Trabalho específico: Pela variação da quantidade de movimento angular; Como o trabalho útil se realiza no sentido circular, há conservação de massa e o raio é constante. PERDAS Há uma série de irreversibilidades que fazem com que essas máquinas não funcionem de forma ideal: -Perdas por bocal: A velocidade real na saída do bocal é menor do que a teórica por causa do atrito; -Perdas nas palhetas móveis: A velocidade real na saída da palheta é menor do que a teórica por causa do atrito; -Perdas com velocidade de saída: A velocidade do fluxo que deixa a palheta constitui perdas por energia cinética; -Perdas por atrito e ventilação no disco: Possuem naturezas diferentes mas dependem dos mesmos parâmetros; As perdas por atrito aparecem durante a rotação do disco da turbina e são particularmente grandes nos cilindros de alta pressão (altas massas específicas); As perdas por ventilação aparecem nos estágios com injeção parcial de vapor e são provocadas pelo deslocamento do vapor em zonas onde não há bocais e as palhetas móveis trabalham semelhante a um ventilador; -Perdas por fugas: Fugas do vapor através dos sistemas de vedação nas interfaces do diafragma com o eixo e no espaçamento de interface das fitas de recobrimento das palhetas móveis com a parte fixa da parede do cilindro; Fugas através dos selos dos diafragmas; Fugas entre o estator e as fitas das palhetas móveis; -Perdas por vapor úmido: Comum nos últimos estágios das turbinas de condensação das CTE e CN; As gotas de água possuem movimentos retardados em relação ao vapor nos bocais, por sua maior inércia; Parte da fase líquida não só não realiza trabalho útil como também “freia” as palhetas móveis; As gotas causam uma erosão intensa que diminui a resistência das palhetas; RENDIMENTO INTERNO RELATIVO: Caracteriza o grau de perfeição da seção de fluxo da turbina. RENDIMENTO MECÂNICO: Caracteriza o grau de perfeição das turbinas considerando as perdas mecânicas. OPERAÇÃO EM REGIME DE CARGA VARIÁVEL: -Potencia nominal: é a potência que a turbina pode produzir de forma prolongada; -Potência calculada ou econômica: é a potência na qual se obtém o rendimento máximo (90 a 95% da potencia nominal nas turbinas de média e grande potência); -Potência máxima: é a potência acima da nominal que a turbina pode produzir por um curto período de tempo; SÃO UTILIZADOS 4 MÉTODOS DE REGULAGEM DE POTÊNCIA: Sistema de regulagem por estrangulamento da vazão: -Todo o vapor fornecido a turbina passa através de uma única válvula de regulagem; -É simples e seguro; -Na potência nominal fornece um alto rendimento pois a válvula de regulagem está totalmente aberta; -A desvantagem é que em cargas parciais o estrangulamento do vapor causa perdas irreversíveis; -É usado em turbinas a vapor mais potentes e modernas em CTE e CN, pois essas turbinas operam com carga base na potência nominal. Sistema de regulagem por bocais: -É o mais difundido nas CTEs; -O fornecimento de vapor à turbina realiza-se através de várias válvulas de regulagem; -As válvulas vão se abrindo sucessivamente, variando a vazão mássica e, por consequência, a potência. -Possui alto rendimento em cargas parciais, mas é relativamente complexo construtivamente e, por isso, tem menor confiabilidade e um alto custo; Sistema de regulagem por by-pass: -Utilizado geralmente em turbinas de reação; -Em comparação com o por bocais, possui um rendimento mais alto em baixas cargas (menores de 60% da nominal), no entanto é inferior ao sistema por bocais em altas cargas (incluindo as cargas econômica e nominal) Sistema de regulagem por parâmetros deslizantes: -Diminui-se a pressão criada pela bomba de alimentação, consequentemente, diminuise a pressão na saída da caldeira e a turbina vai operar a carga parcial com todas as válvulas de regulagem completamente abertas; -Com esse sistema dispensa-se totalmente o estrangulamento, diminui-se a potência consumida pela bomba de alimentação e aumenta-se a mobilidade, mantendo-se constante a temperatura do vapor antes da turbina em diferentes regimes. RENDIMENTO TÉRMICO: Um dos principais índices de desempenho de uma instalação de turbinas; RENDIMENTO INTERNO ABSOLUTO DA TURBINA: Considera o grau de perfeição da turbina e do ciclo; RENDIMENTO EFETIVO ABSOLUTO: Considera o grau de perfeição da turbina e do ciclo, considerando o rendimento mecânico da turbina; RENDIMENTO DO GERADOR: RENDIMENTO ELÉTRICO RELATIVO: RENDIMENTO ELÉTRICO ABSOLUTO: CONSUMO ESPECÍFICO DE CALOR (HEAT RATE-HR): Usado frequentemente para a avaliação do rendimento econômico da instalação.
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