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TCC FIINAL 12 08 15h

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DENISE DO VALLE BUENO
 
DIREITOS E GARANTIAS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES NO 
ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de graduação em Direito apresentado à Universidade Paulista – UNIP.
Orientadora: Profa. M.ª Adriana Barreira Panatonni
 
 
CAMPINAS (SP)
2018
DENISE DO VALLE BUENO
 
DIREITOS E GARANTIAS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES NO 
ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE
Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de graduação em Direito apresentado à Universidade Paulista – UNIP.
Aprovado em:
 
BANCA EXAMINADORA
_______________________/__/___
Prof. Nome do Professor
Universidade Paulista – UNIP
_______________________/__/___
Prof. Nome do Professor
Universidade Paulista – UNIP
_______________________/__/___
Prof. Nome do Professor
Universidade Paulista – UNIP
RESUMO
Para a proteção da criança e adolescente, foi elaborado o Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990. O estatuto é reconhecido internacionalmente, embora ainda falte estrutura na administração pública para que seja plenamente colocado em prática, cumprido em todos seus amplos sentidos. 
Palavras-chave: Criança. Adolescente. Educação. Estatuto da Criança e do Adolescente.
ABSTRACT
In order to protect the child and adolescent, the Statute of the Child and Adolescent was drawn up in 1990. The statute is internationally recognized, although there is still a lack of structure in the public administration so that the statute is fulfilled in all broad senses, guaranteeing full protection for the child from its infancy, as for the adolescent
Key-Words: Child. Adolescent. Education. Statute of the Child and Adolescent
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................	09
2 DOS CONCEITOS BÁSICOS DA EDUCAÇÃO DA CRIANÇA E
DO ADOLESCENTE ...............................................................................................	11
2.1 Do sistema de ensino ..................................................................................... 	11
2.2 Deveres do poder público .............................................................................. 	12
2.3 Dos deveres da União, Estados e Municípios .............................................. 	12
2.3.1 LDB: Garantias do Estado ................................................................... 	13
2.4 Categorias dos níveis escolares e educação básica ...................................	15
3 DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NO ÂMBITO 
DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: 
O ‘ESTATUTO’ E SUAS GARANTIAS PROTETIVAS ...........................................	17
3.1 Crianças e adolescentes: prioridades ...........................................................	17
3.2 Da saúde da criança e do adolescente .......................................................... 	20
3.3 Da adoção de crianças e adolescentes .........................................................	21 3.3.1 Adoção internacional ............................................................................	23
3.4 Das penalidades por negligência no tratamento da criança e do adolescente ..... 	23
3.4.1 Características do bullyng ....................................................................	24
3.5 Violência familiar .............................................................................................	25
3.5.1 Comitê de proteção ..............................................................................	26
3.6 Dimensões dos maus-tratos ........................................................................... 	27
	
4 DA PRÁTICA DO ATO INFRACIONAL ...............................................................	29
4.1 Da advertência .................................................................................................. 	30
4.2 Da obrigação de reparar o ano ........................................................................ 30
4.3 Da prestação de serviços à comunidade ....................................................... 	31
4.4 De liberdade assistida ......................................................................................	31
4.4.1 Diferença entre liberdade assistida e semiliberdade do menor infrator ....... 	31
4.5 Internação do menor ........................................................................................ 32
4.6 Da remissão ...................................................................................................... 34
4.7 Redução da menoridade penal: não se pode fugir do tema .......................	 35
	4.7.1 Os rituais de passagem: as portas para uma vida infratora ................ 37	4.7.2 Penalidades ao menor infrator: voltando às questões iniciais ............ 38
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 43
1 INTRODUÇÃO
O
presente estudo é referente a pesquisa individual orientada sob a forma de uma monografia jurídica, exigida como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Direito no Curso de Graduação na Universidade Paulista Unip – Campinas.
O trabalho objetiva os direitos e garantias da criança e do adolescente bem como de sua educação, vida, desenvolvimento intelectual, social, mental e espiritual.
O principal objetivo é entender como a criança e adolescente devem ser introduzidos em uma sociedade da qual se refere a um estado democrático do direito e a qual possui deveres para o completo desenvolvimento desses menores.
Assim o trabalho será pautado em como a sociedade deve desempenhar seu papel social para o desenvolvimento completo dos que mais precisam, nesse caso, a criança e adolescente.
Vamos dar ênfase a vários pontos que dizem respeito a nossos jovens e crianças. Antes de tudo é importante frisar que antes do Estatuto da Criança e do Adolescente, não existia direitos adquiridos, eles não eram vistos como sujeitos, o estatuto foi um alento, uma verdadeira revolução sobre essa ótica dos direitos. 
Nessa época, não existia consideração alguma, nem no ordenamento jurídico, como também socialmente.
A mudança aconteceu com o estatuto em 1990, trazendo deveres, direitos, garantias, para os próprios interessados diretos, os jovens e para pais, responsáveis das crianças e para o poder público. 
Existiam algumas previsões no Código Penal sobre os maus-tratos, agravando os crimes cometidos contra menores, porém não havia uma lei especifica para tratar sobre o tema. Era um tratamento muito brando, até tímido em relação à gravidade do problema. 
Desde então, com o advento do Estatuto, crianças e adolescentes passaram a ter uma forma de proteção garantida e específica, até mesmo proibindo o tratamento cruel, como a palmada, mesmo que seja justificativa dada para a educação, não sendo algo que continue sendo tolerável.
O ECA trouxe, então, diversas mudanças e novas interpretações sobre a forma de como tratar os crimes contra menores, e também trouxe a orientação adequada de como organizar todos os direitos, dessas pessoas, que são tão importantes para o futuro de uma sociedade. Pois o desenvolvimento sadio de um país será dado com a correta criação das pessoas em desenvolvimento.
Os métodos socioeducativos do desenvolvimento, desde a alfabetização até a educação básica, a primazia no socorro e na saúde pública do menor. Seguem-se a esta Introdução o desenvolvimento da ideia inicial seguida de uma conclusão que resume ospassos que nos levaram aos nossos pensamentos norteadores da pesquisa.
Logo no segundo capítulo será feita uma abordagem aos conceitos básicos de educação e do desenvolvimento infantil e do adolescente, voltada a Lei de Diretrizes de Base Educacionais. Ele trata da educação escolar, tão importante para a introdução do indivíduo na sociedade, que deve ser vinculada ao mundo do trabalho e à pratica social. Sendo que a educação não é só dever da família natural, substitutiva ou adotiva, mas também, e fundamentalmente, do Estado, tendo objetivo no desenvolvimento do educando para prepará-lo para a cidadania e sua qualificação para o trabalho.
No terceiro traz-se à luz, os direitos e garantias previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, e a presença deste no seio da convivência familiar, nos mecanismos de adoção, e na preservação dos deveres da comunidade e sociedade como um todo em todas estas relações.
O quarto capítulo serão tratadas as proibições e as penalidades daqueles que fizeram algum tipo de tratamento cruel, degradante, tortura ou negligência com os menores de idade. O tema da punição a jovens infratores é tratado também, de modo a tornar claro como isto está previsto nas leis esparsas e especificamente no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Concluindo, faz-se um apanhado geral sobre os preceitos e parâmetros que orientaram a produção deste texto tanto do ponto de vista legal, mostrando como as leis vêm evoluindo, como do ponto de vista dos costumes que também têm sofrido mudanças, com várias barreiras, antes intransponíveis, sendo quebradas.
2 DOS CONCEITOS BÁSICOS DA EDUCAÇÃO DA CRIANÇA 
E DO ADOLESCENTE
A
educação abrange os processos de formação na vida de um indivíduo, primordialmente na infância, desenvolvendo a vida em sociedade, na família, nas instituições de ensino, no trabalho, nos movimentos sociais e nas manifestações culturais. A educação escolar, tão importante para a introdução do indivíduo na sociedade deverá ser vinculada ao mundo do trabalho e à pratica social.
Sendo que a educação não é só dever da família natural, substitutiva ou adotiva, mas também do Estado, tendo objetivo no desenvolvimento do educando para prepará-lo para a cidadania e sua qualificação para o trabalho.
O ensino obrigatório será gratuito para crianças e adolescentes dos 4 aos 17 anos, e a educação será dividida entre a educação básica e a educação superior. A pessoa que não conseguir realizar a educação básica na infância e adolescência poderá cursa-la no EJA, que significa educação para jovens e adultos, esta modalidade refere-se a educação básica, assegurando a eles gratuitamente condições para o acesso à educação básica. Ofertando ensino noturno regular, ás condições do educando.
O acesso público tanto como gratuito aos ensinos fundamental e médio é para todos, mesmo que não tenham concluído na idade própria.
2.1 Do sistema de ensino
O atendimento ao educando, será realizado em todas as etapas da educação, com programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação, assistência e saúde.
Existindo padrões mínimos de qualidade de ensino, assim priorizando a qualidade no processo de aprendizagem.
A vaga na escola pública tanto do educando infantil ou ensino fundamental, será próxima a residência, facilitando seu acesso e de sua família.
Sempre será priorizado no sistema de ensino, o estudo da história do Brasil, que levará em conta as contribuições étnicas para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígenas, africanas e europeias. 
Sendo estabelecido desde o ensino fundamental até o ensino médio, tanto em escolas públicas como nas escolas privadas, tornando-se obrigatória o estudo da história indígena e afro-brasileira. O conteúdo será abordado nas áreas de educação artística, história e de literatura.
Existirá um acesso a níveis mais elevados de ensino, da pesquisa e da educação artística porém respeitando a capacidade de cada um.
O acesso à educação básica obrigatória é direito público e também direito subjetivo, podendo qualquer cidadão, ou entidade, acionar o poder público para exigi-lo. 
2.2 Deveres do poder público 
O poder público é responsável por zelar juntamente com os pais pela frequência na escola, tendo que em todas as esferas administrativas assegurará em primeiro lugar o acesso ao ensino obrigatório, contemplando os demais níveis e modalidades de ensino, conforme as prioridades constitucionais e legais.
Mas o ensino fundamental, tanto da criança e do adolescente, como também para os demais que não conseguiram formar-se na idade recomendada, é tratado com prioridade. Ele é fundamental, dele vem o alicerce para toda a cadeia educacional, por isso deve ser tratado em todas as esferas de poder como prioritário. Sendo também por isto, uma modalidade tão importante e obrigatória.
Tivemos em 2013 uma alteração na idade inicial para a educação, sendo dever dos pais ou responsáveis realizar a matrícula das crianças na educação básica a partir dos 4 anos de idade, desde que completados até março do ano de ingresso no ensino fundamental.
2.3 Dos deveres da União, Estados e Municípios
	Estes devem organizar, manter, administrar, desenvolver órgãos na oferta do ensino fundamental, distribuindo de forma proporcional as responsabilidades, devendo sempre assegurar os recursos necessários em cada esfera pública, e municípios.
Elaborando políticas educacionais, assumindo o transportes em cada competência, o Estado o transporte dos alunos estaduais, os Municípios o transporte dos alunos municipais.
Os municípios devem velar pelo trabalho de cada docente, provendo meio para os alunos de menor rendimento, administrar seu pessoal e seus recursos financeiros, articulando-se com familiares e com a comunidade em geral, criando processos para a possibilidade de integração da sociedade e da escola.
Informando também aos pais ou responsáveis, sobre o rendimento dos alunos, bem como a execução das propostas pedagógicas das escolas.
Os municípios também tem um papel muito importante, notificando ao conselho tutelar, ao juiz competente da Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público, sobre a relação dos alunos que representem faltas acima do estipulado de cinquenta por cento. Promovendo medidas de conscientização e combate ao bullyng ou outras formas lamentáveis de violência que a criança e adolescente poderá sofrer no âmbito escolar.
 	Já a União deve elaborar Plano de Educação, e forma colaborativa com os Estados, Distrito Federal, e Municípios. Organizando e mantendo órgãos e instituições oficiais do sistema federal de ensino e dos Territórios. Coletando, analisando e disseminando informações referentes a educação. Entre outras atribuições.
2.3.1 LDB: Garantias do Estado
O Estado é obrigada a ofertar a pré-escola, o ensino fundamental e o ensino médio, essa é a educação obrigatória e gratuita, a educação infantil tem duas divisões, creche e pré-escola, porém o Estado não é obrigado a fornecer vaga em creches dos zero aos 3 anos, mas sim dos 4 aos 17 anos apenas.
Porém se o Estado fornecer a educação dos 0 aos 3 em creches, ela será gratuita em rede pública, e dos 4 aos 17 além de gratuita será obrigatória. Já para aqueles que necessitam de educação especial sua característica será de educação especializada e gratuita aos educandos do desenvolvimento e altas habilidades ou superlotação, dando preferência na rede regular de ensino.
A criança que possuir transtorno global do desenvolvimento possuem a sigla para a dificuldade chamada de TGD, muito comum é o caso do autismo, que faz parte do transtorno evasivo no conhecimento, pois causam distúrbio na interação social e aparece antes dos 5 anos de idade da criança.
O TGD se caracteriza pelo grave comprometimento da criança, e muitas vezes atrapalha nas habilidades sociais e de comunicação, porém mesmo com essas dificuldades, será sempre estimulado o convívio social dessa criança com outras que não tenham as mesmas dificuldades, afinal ninguémdeve ser privado de viver em sociedade.
O isolamento da criança com dificuldade, além de atrapalhar o seu desenvolvimento atrapalha também a aceitação e a aprendizagem das outras crianças em não se tornarem adultos preconceituosos.
Algumas técnicas para a avaliação devem ser diferenciadas para crianças com TGD:
As crianças com deficiência são atendidas desde os seus zero anos, dentre toda sua vida escolar, haverá seu atendimento.
A não ser que a criança tenha grandes impeditivos, então nesse caso ela será atendida em outros espaços.
A educação especial, é uma modalidade de ensino, a todos os níveis e etapas, e também as demais modalidades.
Tendo a garantia de atendimento especializado, em uma sala de recursos multifuncional, dando a terminalidade especifica para o desenvolvimento sadio da criança com deficiência.
Na terminalidade especifica ocorrerá um certificado de conclusão de escolaridade para a criança ou adolescente, sendo realizada pelo aluno ou seu representante legal, visando a certificação para aqueles que não podem atingir o nível exigido para a conclusão do curso.
Sendo que para a criança com deficiência é garantido o acesso à educação de forma gratuita, e especializada como já abordamos, e não faria sentido não possuir um certificado de tal situação. 
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU/2006), promulgou em nosso país pelo Decreto Nº. 6.949/2009, no art. 24, para que a inclusão não seja apenas falada, mas sim haja a descrição do processo, como ele deve ser feito, realizado, assim os direitos das pessoas com deficiência de acesso a um sistema educacional inclusivo fica garantido por decreto.
Sendo que o sistema educacional inclusivo será realizado em todos os níveis da educação obrigatória. 
Na ratificação da Convenção, com status de Emenda Constitucional, nosso país acabou assumindo o dever de assegurar que as crianças com déficit não acabem sendo excluídas da escola e que sejam tomadas medidas de apoio para sua plena participação em uniformidade de condições com as demais crianças sem discriminação.
Sendo que a educação será averiguada com a faixa etária e com o grau de deficiência da criança, de forma humanizada. Pois o déficit tem vários graus, o qual cada deficiência deve ser respeitada.
O decreto visa a possibilidade da criança com deficiência ter condições de crescimento social, levando em conta suas limitações. 
Vale ressaltar que a inclusão não pode ficar no papel, o processo de inclusão deve ser efetivado, pelo governo, pela sociedade, pela família, pelos professores, amigos da escola.
Sendo um processo com ações, intenções, atitudes, comprometimento de todos, fazendo com as políticas inclusivas sejam efetivadas.
2.4 Categorias dos níveis escolares e educação básica
A educação escolar compõe-se da educação básica, sendo formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio e da educação superior.
Na educação básica tem a finalidades de desenvolver o educando, assegurando a ele a formação comum para o exercício da cidadania e fornecendo meios para progredir no trabalho e em estudos.
A carga da educação básica de ensino médio será de no mínimo anual de 800 horas distribuídas em 200 dias, excluindo nesse caso os dias em que haja exames finais. 
Sendo feita uma classificação de série ou etapa, porém não para o ensino fundamental, que será organizada por promoção para alunos que cursaram a série ou fase anterior, por transferência escolares, independente da escolarização anterior feita a avaliação pela escola, definindo o grau de desenvolvimento da criança ou adolescente, admitindo-se progressão de série. Verifica-se sempre o desenvolvimento por avaliações contínuas e cumulativas do desempenho dos alunos. Aproveitando o estudos ao máximo e acelerando-os para alunos que possuem atraso escolar. Obrigando a recuperação para alunos de baixo rendimento.
Para o Ensino fundamental a frequência será de 60% já para o ensino médio a frequência será de 75%.
A educação infantil e ensino fundamental assim como o ensino médio, devem possuir uma base nacional comum a ser complementada, para que nenhum estado fique prejudicado, em cada estabelecimento escolar mesmo que em áreas diversificadas, deverá haver um padrão escolar, não prejudicando as crianças e adolescentes daquelas localidades, 
A educação básica poderá organizar-se em séries anuais ou períodos semestrais até mesmo em ciclos, respeitando a idade, a competência e em outros critérios do aluno e a escola poderá reclassificar os alunos, até quando se tratar de transferências entre estabelecimentos situados no País e no exterior.
Como nosso país possui diversidades regionais o calendário escolar pode adequar-se as peculiaridades climáticas e locais, porém sem reduzir o número de horas letivas, e o ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, fará parte do currículo obrigatório da educação básica. 
O terceiro capítulo trará direitos e garantias do Estatuto da criança e do adolescente, da convivência familiar, da adoção, do dever da comunidade e sociedade como um todo.
3 DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NO ÂMBITO 
DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: 
O ‘ESTATUTO’ E SUAS GARANTIAS PROTETIVAS
C
riança é o indivíduo que possui até 12 anos incompletos, já o adolescente é caracterizadamente aquele que possui entre 12 e 18 anos, porém em alguns casos dependendo da situação, pode ocorrer a tolerância de até os 21 anos de idade para ser considerado adolescente. Todos os direitos declarados pela constituição federal, e pela declaração dos direitos humanos serão garantidos também à criança e ao adolescente. 
Apenas no ato de nascer, em nosso país, já faz com que a pessoa seja portadora de direitos fundamentais, diferentes de alguns países que só quando se completa 12 anos ou uma determinada idade, ou até mesmo se casando, começa a ter esses direitos básicos. 
As crianças e os adolescentes possuem todos os direitos fundamentais da pessoa humana, e da proteção integral de que trata o estatuto, assegurando a eles, todas as oportunidades e facilidades para suas existências plenas, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. 
É dever da família, comunidade, sociedade e do poder público, assegurar os direitos referente à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte e ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. 
3.1 Crianças e adolescentes: prioridades
A garantia de prioridade compreende que crianças e adolescentes possuam preferência em receber socorro. Exemplo disso, em um acidente de carro, a criança receberá socorro primeiro, entre os demais membros de sua família. Preferência nas políticas sociais públicas, como também nos recursos públicos, sendo assim garantido sua devida proteção. O exemplo nesse caso de preferência nas políticas públicas, é que na construção entre uma escola e uma praça, com certeza, será dado preferência para a escola, e na destinação privilegiada de recursos públicos, será sempre priorizado a destinação dos recursos para o desenvolvimento das crianças e adolescentes, uma destinação maior para ela, ocorrendo primeiro.
Os direitos da criança e do adolescente começam desde antes do seu nascimento, sendo assegurado a todas as mulheres acesso a programas de políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo, sendo assegurado para as gestantes, nutrição adequada e atenção humanizada, atendimento pré-natal e pós-natal pelo Sistema Único de Saúde.
Incumbindo ao poder público prestar assistência psicológica tanto para a gestante como para a mãe, para diminuir as consequências do estado puerperal. Os servidores de saúde devem também dar apoio à amamentação, pois a amamentação traz diversos benefícios para a criança, sendo considerado que o aleitamento materno é equilibrado e completo, colaborando para a formação do sistema imunológicoda criança, prevenindo alergias e obesidade, prevenindo também a anemia. Sendo assim, a gestante receberá toda a orientação que necessitar para que sua amamentação seja feita da melhor forma, favorecendo o vínculo com a criança, e estimulando o desenvolvimento da criança.
A gestante também deve ser orientada sobre a alimentação complementar saudável, e sobre o crescimento infantil, bem como sobre formas de desenvolver de forma integral a criança.
A vinculação entre a mãe e a criança é extremamente importante, pois a família é um ser sociológico que deve ser protegido pela sociedade. O estado brasileiro tenta manter a criança o máximo possível com a família natural. 
A gestante que não iniciar ou até mesmo abandonar as consultas médicas do pré-natal, bem como a puérpera que não comparecer, fará com que a assistência da saúde primária faça a busca por elas, pois o pré-natal assim como o pós-natal é extremamente importante para o desenvolvimento da criança. 
Pois a gestante que tem uma doença terá que fazer um pré-natal de risco, tendo um tratamento diferenciado para que não coloque em risco da saúde dela e da criança, ou até mesmo um aborto acidental. E o pós natal é um auxílio para que a mãe seja orientada e acompanhada com os cuidados necessários da criança. 
As crianças que nascem em local com mães que estão sobre custódia do Estado, e privação de liberdade, terão seus direitos garantidos sem discriminação. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho na primeira infância que seja realizado o aleitamento materno, e ambiente que atenda normas sanitárias para o pleno desenvolvimento da criança. Sendo dever também do poder público e dos empregadores, propiciar a oportunidade das mães amamentarem seus filhos, lembrando que a licença maternidade é de apenas 120 dias, e a criança deve ser amamentada até os 6 meses segundo indicação médica.
Os profissionais das unidades primárias de saúde devem promover ações sistemáticas, individuais e coletivas, visando o planejamento e a implementação de ações para apoiar o aleitamento materno que é tão importante para a saúde e desenvolvimento da criança.
Como também para aqueles que não tem condições ou possibilidades físicas de amamentar possam ter apoio de centros especializados, s serviços de unidade intensiva neonatal devem dispor de um banco de leite humano ou unidade de coleta de leite humano.
Após esse período ainda existem garantias e acesso integral para as crianças e adolescentes, por meio do Sistema Único de Saúde, pautados nos princípios da equidade no acesso a ações e serviços para a promoção, proteção e a recuperação destinadas a eles.
E para as crianças e adolescentes com deficiência sendo atendidos sem discriminação, em suas necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação. Cabendo ao poder público fornecer órteses, próteses e as tecnologias assistivas necessárias para a reabilitação da criança e adolescente com deficiência. 
As criança e adolescentes com deficiência não podem ser excluídos do atendimento adequado hospitalar, muito menos do atendimento educacional, ela tem direito a saúde e educação assim como as demais. 
Sendo dever do Sistema Único de Saúde o atendimento para a saúde do menor deficiente, e dever do Estado a educação deste.
Pois é direito da criança com deficiência brincar, estudar, participar, conviver em espaços infantis, sem sofrer discriminação.
Existindo profissionais que atuam no cuidado e no desenvolvimento da criança deficiente, se necessário a criança deficiente irá para uma classe especial, caso não seja necessário ela poderá ficar junto as demais crianças, ajudando assim na barreira social, fazendo com que ambas convivam no mesmo ambiente.
Os serviços de saúde, os serviços de assistência social, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social, e os demais órgãos e o Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente deverão conferir com máxima prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária da educação primária com suspeita de confirmação de violência de qualquer natureza, formando projetos terapêuticos e se necessário acompanhamento domiciliar. 
Sendo assim, todos os órgãos voltados para as crianças e adolescentes, que vão protegê-los devem manter e zelar por eles, com estratégias, para priorizar a ajuda para aqueles que estão submetidos à violência ou até mesmo suspeita de violência. Dando prioridade a crianças da primeira infância pois essas não conseguem relatar o que está acontecendo de forma verbal muitas vezes. 
3.2 Da saúde da criança e do adolescente
O Sistema Único de saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica, para a prevenir as enfermidades que afetam a população infantil, como também campanhas sanitárias e de vacinação, sendo importante destacar que a vacinação é obrigatória em alguns casos, quando recomendado pelas autoridades sanitárias.
A pratica de não vacinar o filho é na verdade ilegal, podendo gerar a perda da guarda, pois a vacinação ou a falta dela pode gerar grandes problemas, e não é só para a criança, mas como para a população no geral. Caso os pais não vacinem o filho podem ser multados ou perder a guarda. E qualquer pessoa pode fazer a denúncia, então a promotoria averigua se de fato não ocorreu a vacinação verificando a carteira de vacinação.
O Ministério da Saúde oferece de graça 19 vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde, porém mesmo assim existe a baixa procura e não são todas as crianças que estão sendo vacinas corretamente.
O Sistema Único de Saúde promoverá também o atendimento odontológico das gestantes e das crianças, de forma transversal e integral. Sendo assim, a atenção odontológica da criança terá função educativa, protetiva, sendo prestada antes do bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e, após isso, no sexto e décimo segundo anos de vida da criança, sempre buscando fazer a adequada orientação para a higiene bucal da criança.
Também ocorrerá programas de saúde bucal ao longo da vida da criança e do adolescente, em âmbito escolar, podendo ser realizada por palestras sistemáticas, adequados a cada faixa etária.
Para a criança deficiente ou com problemas de formação, ocorrerá cuidados especiais pelo Sistema único de Saúde, exemplo disso crianças com má formações da gengiva.
Será obrigatório a aplicação a todas as crianças, nos primeiros dezoito meses de vida, por meio de protocolo ou instrumento construídos com a finalidade de facilitar a detecção em consultas pediátricas, de acompanhamento da criança, de risco para seu desenvolvimento psicológico. Sendo obrigatório e determinado por lei.
3.3 Da adoção de crianças e adolescentes
A gestante e mãe que tiver interesse em entregar a criança ou adolescente para adoção, deve ser encaminhada à Justiça da Infância e Juventude, de forma que não seja constrangida.
Existem diversas razões para a colocação da criança em um sistema de adoção, como o sentimento de incapacidade de cuidar e sustentar o filho, a rejeição da mãe em relação ao filho, marcada pela carência afetiva, material ou de violência, desejo de não exercer a função materna, falta de condições socioeconômicas, gravidez indesejada, ausência de responsabilidade paterna, por estar sofrendo pressões sociais ou familiares, por sofrer violência doméstica e não querer a criança nesse meio familiar, até uma gravidez de relação extra conjugal, ou até com ocorrência de episódio incestuoso.
Porém, essa iniciativa deve ser dada diretamente pelos pais, o Poder Público não irá simplesmente destituir o poder familiar de forma voluntária. Em certos momentos pode ocorrer uma negligência dos pais, e assim o Estado deve através do Conselho Tutelar, fazer um acompanhamento, e até mesmo colocá-los em programas para aprenderem a ser realmente pais responsáveis, mas a ideia sempre é tentar restabelecer o vínculo com a família e não tirar a criança de seu núcleo.
A não ser que não haja um parente que tenha afinidade com a criança, e seja inevitável,pelo próprio motivo do risco a vida da criança, então sim o Estado deverá atuar para buscar uma outra forma para que a criança seja amparada.
Existe diversos meios, como a família substituta, que será dado a guarda, a tutela ou adoção.
No caso da adoção para o adolescente, será necessário seu consentimento, já a criança não será necessário. Deverá ocorrer uma diferença mínima, entre o adotante e o adotado, essa diferença é da idade, que será de no mínimo 16 anos de um para com o outro, a pessoa com 18 anos pode adotar, porém existe esse requisito. 
Existe também a questão dos irmãos, sempre será dado preferência que não se separe os irmãos, na hora da adoção, salvo se existe um abuso de um irmão para com o outro, nesse caso o juiz avalia o caso e verifica que não existe motivo para continuar um vínculo entre eles se causa perigo para algum deles. Pois quem determina a adoção é somente o juiz, por sentença.
Quando o juiz determina a sentença e a adoção é concedida será feita uma nova certidão de nascimento para a criança ou adolescente, dando o nome da nova família, rompendo definitivamente o vínculo com a família biológica, pois a adoção é um ato irrevogável, não pode ser desfeita, porém os pais adotivos ficam sujeitos a perda do poder familiar pelos mesmo motivos dos pais biológicos, como quando praticam maus tratos.
O único caso de continuação do vínculo, é quando ocorre o matrimônio, exemplo disso é que um irmão não poderá casar com o outro, mesmo que adotado por outra família. Existirá impedimentos biológicos para o matrimonio. 
A adoção é um processo cuidadoso, envolvendo assistentes, psicólogos, é um processo elaborado por uma equipe, mesmo que seja o juiz quem decide, a criança ou adolescente, sempre estará amparado por uma equipe muito maior, fazendo esse acompanhamento. 
A adoção é um ato excepcional, e irrevogável, não sendo possível ser feita por procuração, não existindo importância o estado civil para adotar.
O tutor ou tutora também podem adotar, mas precisam para isso prestar contas. 
Quando ocorre a guarda do ascendente, não precisa ocorrer a adoção, exemplo disso, um avô não precisa adotar o neto, mas pode ficar com sua tutela, assim possibilitando que a criança ou o adolescente continue no âmbito familiar. 
A adoção caso os pais da criança ou adolescente sejam vivos, deverá ser feita com sua autorização, a não ser nos casos de já terem sido destituídos do poder familiar, afinal se a destituição ocorreu, é devido aos maus tratos para com a criança ou adolescente. 
Também existindo destituição do poder familiar pela falta, omissão ou abuso dos genitores, como são motivos graves, não será necessário a permissão desses para a adoção.
3.3.1 Adoção internacional
Existe também a adoção internacional, porém em nosso país damos preferência para a adoção de brasileiros, pois assim fica mais fácil o amparo da criança e do adolescente, já na internacional o monitoramento pelos órgãos de apoio fica muito mais difícil.
A adoção internacional só ocorrerá quando esgotados as tentativas de recolocação da criança ou adolescente em meio a famílias brasileiras.
3.4 Das penalidades por negligência no tratamento da criança e do adolescente
É claro que nenhuma pessoa deve ser tratada de forma cruel ou degradante, porém o Estatuto da Criança e do Adolescente visa, bastante este questionamento, buscando a definição para o que é defeso.
Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de tratamento negligente, criminoso, opressor, discriminatório, violento, sendo punido na forma da lei. 
O detalhe está em quem será punido, não é só o agente que executa a violência, mas também aquele que se omite e deixa o crime contra o menor ocorrer.
É muito comum, segundo a Unicef que crianças mostrem os abusos através de brincadeiras, desenhos e jogos. E violência é um crime, não existe violência justificável, com intenção de educar, como se alegava décadas atrás, pois a criança que sofre abusos, crescem inseguras e medrosas, e também isso se refletirá na vida adulta, podendo aumentar a possibilidade de tornam-se adultos agressivos.
Não é só a família que tem o dever de proteger o menor garantindo-lhe seus direitos, mas todos os membros da sociedade. É fato, por exemplo, que até mesmo seus professores têm essa obrigação. Cabe ao professor, quando fica sabendo que a violência e o abuso ao menor ocorreu, comunicar o fato à diretoria da escola. Como poderá o Conselho Tutelar adivinhar o que aconteceu contra o menor, se nenhum vizinho, professor, membro da família, avisa o ocorrido? O Estado precisa ser acionado para poder atuar na proteção.
E não é só na violência física que existe o ato de negligência, mas também no bullyng. Segundo o portal do MEC quando existe a violência física ou psicológica existe o ato discriminatório, sendo que assim as escolas devem estar atentas ao bullyng. Pois ele se diferencia das brigas rotineiras da convivência educacional, sempre ocorrendo uma intimidação sistemática com determinado aluno. O problema mais extremo é quando vira uma rotina, hoje os casos são identificados, mas como começam de forma normalmente silenciosa, um apelido, uma piada com determinado aluno, a identificação pode demorar até que vai tomando proporções maiores, empurrões, socos, pontapés...
E muitas vezes a criança ou adolescente não conta para os membros da família ou para a escola. Mas fica a critério de ambos perguntar da rotina escolar e verificar o comportamento e desempenho educacional dos menores. 
E o bullyng evoluiu para o mundo virtual também, hoje temos situações fora da escola, chamados de cyberbullyng.
Devido a tantos casos nos últimos anos, houve a providência legislativa para tipificar estas atitudes violentas com a aprovação de uma lei específica em 2016 (13.185), determinando as formas de bullyng para que sejam mais claramente identificadas.
3.4.1 Características do bullyng
A palavra chave para o bullyng é a intimidação sistêmica, quando ocorre violência, seja ela física ou psicológica, como, ataques físicos, insultos pessoais, comentários e apelidos pejorativos, ameaças de qualquer forma, grafites e desenhos depreciativos, expressões de pré-conceito, isolamento social premeditado...
Já o cyberbullyng ocorre na rede mundial de computadores, mais conhecida popularmente como internet, classificada pelos insultos verbais, difamações, calunias, assédios, enviando esse tipo de conteúdo por mensagens intimidativas, ou até mesmo adulterar fotos, dados pessoais, que resultem o sofrimento da criança ou do adolescente.
Fazendo com que tudo isso seja integrado na escola e na sociedade, expondo crianças e adolescentes a sistemática ridicularizarão.
Sendo dever dos estabelecimentos de ensino, dos clubes, dos locais recreativos, assegurar as medidas necessárias para a prevenção e para o combate a essas situações constrangedoras.
Atualmente são produzidos e publicados relatórios bimestrais da ocorrência de qualquer tipo de bullyng, tanto no âmbito municipal como estadual.
Os entes federados devem firmar convênios e estabelecer parcerias para que seja implementado ajuda para essas crianças e adolescentes, fazendo com que seja executado de forma correta a execução do objetivo e diretrizes dos Programas de prevenção ao bullyng.
Os fins sociais do Estatuto da Criança e do Adolescente protege as futuras gerações, que irão desenvolver o país.
Os profissionais que atuam no cuidado da criança da primeira infância recebem formação específica permanente, para detectar casos e sinais de risco para a criança, para auxiliar no seu desenvolvimento psicológico delas, fazendo acompanhamento e apontamentos sobre o perigo que essa criança possa estar passando.
Nos casos de suspeita, ou até mesmo na confirmação de castigo físico, tanto como tratamento cruel, maus tratos, tratamento degradante, tanto contra a criança ou o adolescente, haverá comunicação obrigatória ao conselho tutelar, e caso essa comunicação não seja feita, responderá quem a devia fazer,pela negligência, o Conselho Tutelar competente para o ocorrido será o local do ocorrido exemplo, a escola deve denunciar no conselho tutelar da cidade.
Existem outras formas também, é muito fácil denunciar o abuso contra a criança, podendo ser feito a qualquer dia e hora, até mesmo pelo site, existe o Disk Denúncia, a Polícia Militar, a Defesa Civil, Policia Civil, Ministério Público, entre outros órgãos que podem auxiliar.
Até mesmo em casos de tráfico de menores, pode-se acionar a Polícia Federal e o Serviços de emergência no âmbito do Mercosul, o importante é não negligenciar.
Em qualquer caso é muito importante a documentação do ocorrido, não é só comunicar o fato mas também formalizar que está sendo comunicado o ato a órgão competente.
3.5 Violência familiar
As crianças e os adolescentes brasileiros, possuem o maior número de denúncias sobre violência no Disque 100, entre 142 mil violações de atos de violência denunciados, boa parte é liderado por denúncias contra crianças e adolescentes. A maior parte das vítimas são crianças entre 4 e 7 anos de idade e em 45% das vezes ocorrem na casa da vítima. Muitos casos são de negligência seguida de violência psicológica, existe casos também de violência física e sexual.
A violência sexual pode ser tanto por parte da família, ou pela prostituição infantil, entendida como conduta que constrange a criança ou adolescente a praticar ou presenciar conjunção carnal, ou até mesmo qualquer tipo de ato libidinoso, até mesmo como a exposição do corpo em fotos ou vídeos, pode ser de forma eletrônica ou não.
Visando a obtenção de abuso sexual, por ação que se utiliza a criança ou o adolescente para fins que sejam sexuais, não se trata apenas do ato sexual, mas também da exposição a ato libidinoso, realizado de modo presencial ou por meio eletrônico.
A exploração sexual pode atingir a esfera comercial, tráfico de prostituição, e até mesmo o tráfico de pessoas, sendo feito por recrutamento, transporte, transferência de um estado, cidade, país, para outro, alojamento, ou acolhimento da criança ou do adolescente.
Será dever dos órgãos de saúde, assistência social, educação, segurança pública e da justiça, adotar procedimentos para proteção das crianças e adolescentes quando ocorre a revelação de violência.
No Brasil mais de 20 órgãos atuam na proteção contra os abusos sofridos por crianças e adolescentes, foi criado um Comitê de Proteção da Criança e do Adolescente, o Comitê encaminha as denúncias para a Secretaria de Saúde.
3.5.1 Comitê de proteção
O comitê de Proteção foi criado em 2013, e tem como atribuição acompanhar e monitorar as políticas públicas de proteção de crianças e adolescentes, através e eventos realizados para a conscientização.
As denúncias feitas de violações de direitos da criança e do adolescente, como abusos e exploração sexual, trabalho infantil, entre outras formas, são feitas pela população que liga no Disque 100, ou até mesmo para Secretaria da Criança e do Adolescente, entre outros órgãos de atuação que já foram abordados.
Houve uma operação realizada pelo Ministério da Segurança Pública, na quinta-feira, dia 17 de maio de 2018, para combater a pornografia infantil, que acabou resultando na prisão de 251 pessoas, operação se chama Luz da Infância, essa operação resultando não só nas 251 prisões mas também em 579 mandados de busca e apreensão de computadores que estavam sendo usados para armazenar e divulgar fotos de crianças, mais de 2,600 policiais trabalharam na operação, 1 milhão de arquivos foram aprendidos pela polícia. 
A operação envolveu vários Estados, foram descobertos arquivos com fotos das crianças em todo o país, Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sul e Sudeste.
De acordo com os dados 128 pessoas são da região Sudeste, 47 da região Nordeste, 38 no Sul, 21 no Centro-Oeste e 17 na região Norte.
(Fonte:https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/operacao-de-combate-a-exploracao-sexual-infantil-cumpre-578-mandados-no-df-e-em-24-estados.ghtml)
3.6 Dimensões dos maus-tratos
Não é só no Estatuto da Criança e do Adolescente que temos garantias, pois o Código Penal traz a previsão sobre Maus Tratos, consistido na exposição de perigo a vida ou à saúde de pessoa sob a autoridade, ou seja, o tratamento cruel e temeroso contra a criança ou adolescente pode ser cometido por qualquer membro da sociedade, como seus responsáveis legais, não só os pais biológico da criança ou adolescente cometem esse tipo de violação, mas qualquer adulto que o fizer será punido na forma da lei.
Maltratar, neste caso, não significa que seja apenas fisicamente, com palmadas e outras formas de brutalidade, mas também na privação de uma alimentação adequada, quando seja possível o fazer, nos cuidados indispensáveis, na sujeição ao trabalho excessivo ou inadequado, no excessivo rigor em aplicar uma penalidade, um correção.
Qualquer pessoa da qual a criança ou adolescente esteja sob sua autoridade, guarda ou vigilância, a tratar com excessivo rigor, poderá responder pelos maus-tratos.
Para Fernando Capez, caso ocorra um tipo penal descrito no artigo 232 do ECA, quando a vítima for criança ou adolescente, ocorre uma lacuna, podendo ser usado até mesmo o artigo 136 do Código do Processo Penal que abrange o crime de maus-tratos.
Pois o crime de maus-tratos fala sobre lesões de natureza grave ou resultantes em morte, dando um agravante ao crime cometido contra pessoa menor de 14 anos.
Existe uma diferença entre a tortura e os maus-tratos, pois a tortura é a exposição à sofrimento intenso físico ou mental, de maneira que seja ampliado o castigo, já no delito de maus-tratos ocorre o abuso por meio da correção disciplinar, 
A tortura é algo espontâneo e nem sempre motivado, pelo simples prazer de provocar o sofrimento de alguém, sendo também uma forma de intimidação.
Já os maus-tratos, é quando ocorre um exagero significativo e indesculpável, de punir, corrigir, pontificar, de forma cruel, degradante alguém para que seja passada a correção.
4 DA PRÁTICA DO ATO INFRACIONAL
E
xiste também, o ato infracional cometido pelo menor, a criança ou adolescente não comete crime, mas sim ato infracional ou contravenção penal. Não é considerado criminoso aquele que ainda está em desenvolvimento físico e mental, sendo penalmente inimputáveis ou menores de dezoito anos, sujeitos à medidas previstas em lei.
Assim como o adulto, o adolescente tem os mesmo direitos, em saber quem é o responsável, através da identificação pela sua apreensão, devendo ser informado acerca dos seus direitos.
A apreensão do adolescente deve ser informada a autoridade judiciária competente, e à família do aprendido ou a pessoa a quem ele indicar para ser feita a comunicação.
Quando o adolescente não for civilmente identificado ele será submetido a identificação pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais.
Na Liberdade Assistida, havendo orientador para acompanhar o caso, para que o menor infrator não seja prejudicado em sua vida escolar, definindo critérios geográficos, localização quanto as tarefas que serão realizadas, horários e geografia da instituição, grau e condições para o cumprimento da escolaridade do menor infrator, bem como levar em conta sua religião e liberdade de expressá-la.
E existem garantias de sua liberdade, podendo nesse caso, o adolescente, ser privado de sua liberdade somente quando houver o devido processo legal. 
Sendo assegurado ao adolescente, as garantias de pleno formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio equivalente, igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com as vítimas, testemunhas e produzir provas a seu favor, para que tenha o direito de se defender.
Assim como defesa técnica, de um advogado, e assistência judiciária gratuita e integral, na forma da lei.
Direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente, direito de solicitar a presença de seus pais ou responsáveis em qualquer fase do procedimento.Caso haja ocorrido de fato a prática de ato infracional a autoridade competente poderá aplicar Medidas Socioeducativa, como:
Advertência;
Obrigação de reparar o dano;
Prestação de serviços à comunidade;
Prestação de serviços à comunidade;
Liberdade Assistida;
Inserção em regime de semiliberdade;
Internação em regime de semiliberdade;
Internação em estabelecimento educacional;
E qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI, da Lei-8069 de 1990.
Sempre levando em conta a capacidade do adolescente em cumprir as medidas a ele impostas, como também a circunstâncias e a gravidade da infração que ele cometeu.
Pode ocorrer o caso do infrator ser portador de doenças mentais, dessa maneira o adolescentes portadores de doença ou até de deficiência mental receberão tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições.
As medidas são de caráter eminentemente educativo, e não punitivos, trazendo ao adolescente reflexão e seus atos, sobre sua conduta e do vencimento de valores e atitudes, através de projetos para a reabilitação social do adolescente. Todo o procedimento tem participação do Ministério Público como fiscal da lei.
4.1 Da advertência 
A advertência consistirá em admoestação verbal, que será formalizada e reduzida a termo e assinada, até mesmo para que caso haja reincidência seja verificado.
4.2 Da obrigação de reparar o dano
Quando ocorrer danos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa prejudicada, promovendo o ressarcimento do dano, ou de outra forma, compense o prejuízo causada à vítima.
Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra adequada. (Fonte: Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei-8069).
Lembrando que não é só reparar o dano, mas sim, atentar-se para que infração não sejam mais cometidas pelo adolescente.
Medidas devem ser tomadas, reforçando o vínculo com a família, incentivar o retorno do adolescente para a escola, estimular a profissionalização.
4.3 Da prestação de serviços à comunidade
A prestação de serviços comunitários será a realização de tarefas gratuitas de interesse geral para a comunidade, por período máximo de seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos, bem como em programas comunitários ou governamentais.
As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados.
Sendo uma medida duplamente benéfica, tanto para o adolescente como para a sociedade que será beneficiada pelo seu serviço. Tal punição tem caráter educativo, sendo mais benéfica, para a população em geral.
4.4 De liberdade assistida
A liberdade assistida é uma forma de acompanhar o adolescente infrator, auxiliando e orientando-o.
A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, o profissional é o orientador social, que recebe o adolescente encaminhado pelo juiz, definindo a entidade de acordo com a localidade do infrator, grade de escolaridade, traçando as tarefas para serem cumpridas, que serviram para sua ressocialização, e acompanhando o trabalho exercido ao longo do período da liberdade assista.
Junto a entidades que auxiliam no projeto da liberdade assistida, será feito o cadastramento para afirmara do convênio, estabelecendo critérios para as tarefas, encaminhando o adolescente para o cumprimento da medida e definindo calendário, a sim de avaliar a situação do adolescente, e o desempenho das entidades.
4.4.1 Diferença entre liberdade assistida e semiliberdade do menor infrator
Na liberdade assistida (LA), a autoridade designará uma pessoa capacitada (recomendada por entidade ou programa de atendimento) para acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente. Essa medida socioeducativa será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
Já o regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitando a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial. Essa medida não comporta prazo determinado, aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à internação. (Fonte: http://www.fundacaocasa.sp.gov.br/)
 
4.5 Internação do menor
A internação constitui privativa de liberdade, será algo excepcional, levando em consideração a gravidade do ocorrido, sempre nos caos de violência ou grave ameaça.
Não é uma forma de punição, visando apenas a melhor oportunidade de desenvolvimento para o adolescente infrator, e a menor possibilidade dele causar danos para a sociedade, afinal se o adolescente causou infração, ele está cometendo atos lesivos para si mesmo, como para com os demais.
No caso de descumprimento reiterado e injustificado de outra medida socioeducativa aplicada anteriormente, poderá ser aplicada a internação no tempo máximo de três meses.
Outra peculiaridade, é que a sentença nunca irá pré-determinar um prazo para a internação, o magistrado aplicará a medida da internação do menor, porém sem fixar um prazo.
A internação constituirá a medida privativa de liberdade, porém temporária, sujeita aos princípios de brevidade, respeitando a condição que o adolescente é uma pessoa em desenvolvimento:
Vale destacar que a internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, sendo que não pode superar 3 anos de internação, sendo que a liberação compulsória acontecerá aos 21 anos.
Sendo permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe especializada, salvo caso ocorra determinação judicial contrária.
A medida não comporta prazo determinado, porém existe o limite dos três anos, devendo sua manutenção ser reavaliada a cada seis meses.
Após o ocorrido, sendo colocado em liberdade o adolescente, será posto em regime de semiliberdade, assim sendo assistido e acompanhado.
A desinternação será precedida de autorização judicial, e ouvido o Ministério Público.
Sempre que existe menor envolvido o Ministério Público atuará mesmo que como fiscal da lei, sob pena de nulidade dos atos praticados.
A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.
§ 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada judicialmente após o devido processo legal. (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) 
Sendo assim em nenhuma hipótese será aplicada qualquer forma de internação se puder ser aplicada outra medida, a internação é algo grave, que tira a liberdade de alguém em desenvolvimento intelectual, físico e moral, portanto sempre será dado preferência para que seja aplicada outra medida menos branda.
É muito importante levar em conta diversos fatores para a internação da criança e do adolescente, como:
A idade, o sexo, distinguindo os abrigos, obedecendo rigorosamente a separação por esses critérios.
Como também a gravidade dos atos, seria injusto colocar adolescentes com histórico agressivo e homicida, juntamente com aquele que furta para suprir-lhe a fome e necessidades as vitais.
Durante a internação, será obrigatória atividades pedagógicas, como cursos profissionalizantes que são oferecidos em entidades, pois o adolescente encontra-se em pleno desenvolvimento mental e precisa dos cursos para sua profissionalização e recolocação na sociedade, buscando melhores oportunidades para o mercado de trabalho, forma da qual assim, não voltará para a sociedade pior em vez de melhor.
O adolescente terá direitos e garantias durante sua internação:
Entrevistar-se pessoalmente comrepresentante do Ministério Público;
Peticionar diretamente a qualquer autoridade, sempre podendo obter informações junto a autoridades;
Falar reservadamente com seu defensor;
Ser tratado com respeito e de forma digna;
Ser internado próximo a sua família, ou responsável;
Receber visitas pelo menos semanalmente;
Habitar em alojamento em condições de higiene e asseio pessoal, não expondo o adolescente a risco;
Receber escolarização e profissionalização;
Ter acesso a meios de comunicação social;
Receber assistência religiosa, respeitando sua crença;
Receber, em sua desinternarão seus documentos pessoais;
Manter posse de seus objetos pessoais e possuir local seguro para guardá-los;
Em nenhum caso o adolescente ficará incomunicável. 
Mas a autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicial idade aos interesses do adolescente, exemplo disso quando o adolescente sofre abusos físicos e psicológicos dentro de sua residência.
Como é dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos, caso a própria família faça mal ao adolescente, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de contenção e segurança. (Lei-8069 de 1990).
4.6 Da remissão
Antes mesmo de iniciar-se o procedimento judicial, para apurar a infração cometida pelo adolescente, poderá pedir o Ministério Público para ser concedido remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo ás circunstâncias do fato, pois o adolescente ainda está em desenvolvimento e sempre será tomado a melhor providência para que continue o processo de desenvolvimento sadio. 
Iniciando o procedimento a concessão de remissão, pela autoridade judiciária que avaliará e importará a suspensão, importando a extinção do processo. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo.
A remissão não implicará necessariamente na comprovação de responsabilidade, ou em seu reconhecimento, nem prevalecerá para efeito de antecedentes, poderá ela incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas, ou seja qualquer medida que o adolescente sofrer, pode ser passível de remissão, exceto na colocação de regime de semiliberdade ou internação
A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade e a internação, pois nesse caso a conduta, o ato da infração foi cometido com violência ou grave ameaça, e é necessária a aplicação mais severa.
4.7 Redução da menoridade penal: não se pode fugir do tema
A redução da menoridade penal já foi objeto de votação na Câmara dos Deputados e no Senado há 3 anos, sem sucesso. A lei prevê que aquele que comete um crime com idade inferior a 18 anos de idade seja encaminhado para um centro de recuperação, sob custódia do Estado, e lá ficará um tempo determinado pelo juiz, porém com o limite de 3 anos. Em São Paulo a responsável pela recuperação dos menores infratores é a Fundação CASA - Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente. Uma questão em parte controversa pelo fato de que adolescentes acima de 16 anos não poderiam ser considerados responsáveis pelos seus atos? Como um adulto? A discussão permeia a legalidade do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Os questionamentos vão além: crimes hediondos como latrocínio, estupro, homicídio qualificado, extorsão seguida de morte, poderiam ter uma pena branda de no máximo 3 anos? Qual seria a solução? Pegar um adolescente de 16 ou 17 anos e jogá-lo em uma penitenciária junto com homens com as vezes 3 vezes mais sua idade e com várias condenações? Delinquentes comprovadamente com extensa carreira no crime, com histórico de envolvimento ou mesmo na coordenação do crime organizado, quadrilhas, facções criminosas, será que essa seria a solução?
Um adolescente que comete um crime hediondo, vai ser entregue pelas autoridades policiais, após uma condenação judicial, para conviver com homens já na vida de transgressões, na qual sua força física muitas vezes é menor, e poderá facilmente ser estuprado, espancado, ou até mesmo morto. Por isso é aplicada a denominada redução penal sobre a idade do delinquente.
Para evitar que o adolescente infrator, muito possivelmente, até por sua sobrevivência, para evitar que sofra violência, estupros e abusos, se junte-se a uma facção. O que acaba sendo, então, uma progressão para sua continuidade no cometimento de novos delitos e crimes.
As facções demonstram possuir diversas formas de benefícios a detentos, como pagamento de cestas básicas para as famílias, a mãe normalmente é transportada para as visitas através das custas pagas pelas facções. Contudo, quando o adolescente sai da cadeia, ele já está absolutamente comprometido com a facção do crime organizado, com a quadrilha que o patrocinou com benesses, para qualquer serviço que lhe for determinado, sob pena de, se não cumprir, correr risco de morte. O que muitas vezes acontece inclusive com adultos que se comprometem.
A resposta aos questionamentos feitos acima é óbvia: sem ter nenhuma chance de sair do mundo das infrações com vida, afinal ele soma dívidas e tem compromisso assumido com a facção, pois ele é protegido, serviços serão prestados para o benefício de seus membros e/ou das famílias deles.
Sendo esta a tendência dos acontecimentos na vida do adolescente infrator, a solução que até hoje é adotada é deixar o menor infrator na Fundação CASA, sob custódia do Estado, seja qual for o crime cometido por ele.
Obviamente que a Fundação CASA não é uma instituição perfeita, pois os adolescentes ficam boa parte do tempo recolhidos atrás das grades, de forma análoga ao sistema carcerário comum, no Brasil, um sistema que muitas vezes beira o que nos conta a história sobre as prisões medievais.
Porém existem atividades sócio recreativas na Fundação CASA, estas atividades são oferecidas em espaços relativamente adequados para o lazer além de oferecerem cursos profissionalizantes. Isto já é um diferencial razoável nas perspectiva de vida do menor infrator.
A Fundação CASA possui salas de aulas, lembrando que o adolescente ainda precisa continuar os estudos, afinal ele não pode ser punido de tal maneira a não ter mais chances de se reintegrar à vida social. Ela possui uma organização imensa, nesse requisito é realmente bem estruturada.
Possuem direção, centro de formação inicial, programação de formação inicial, centro de formação continuada, de extensão e aperfeiçoamento, de pesquisa e documentação, programas de desenvolvimento técnico científico, corpo docente.
O projeto não fica só no papel. O exemplo citado abaixo é demonstrativo do que pode um menor infrator realizar depois que sai de um regime de internação que abra perspectivas para sua vida após o tempo de custódia.
Um ex-interno da Fundação Casa, Jonathan, ganhou um prêmio em feira de ciências no interior de São Paulo. Esse ex-interno foi escolhido como revelação em um evento promovido pela Secretaria de Educação do Estado. O ganhador fez um projeto inovador, que possibilita corrigir a acidez do solo com resíduos de giz. (Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2016/05/ ex-interno-da-fundacao-casa-ganha-premio-em-feira-de-ciencias.html)
Até mesmo a questão da penalidade ser de no máximo 3 anos, é um fator ruim muitas vezes para o adolescente, pois muitos tem problemas financeiros em sua família, e sair da Fundação CASA, onde ele não precisa se preocupar com sua alimentação, com sua educação, com seus cursos, seu lazer, às vezes é pior para ele do que continuar dentro sob custódia. 
Afinal, não que todos sejam vítimas da falta de estrutura familiar, mas devemos nos lembrar a realidade brasileira, realidade que muda lentamente, com períodos de retrocesso ou estagnação. Muitas famílias, as classes sociais menos abastadas, desde o limiteda pobreza ou da mais tenra miserabilidade, podem sim, atrapalhar nas escolhas feitas pelos adolescentes levando-os de maneira brusca, seja por violência familiar ou escassez de recursos, a entrar no mundo do crime.
4.7.1 Os rituais de passagem: as portas para uma vida infratora
Os meninos costumam entrar por meio de pequenos furtos, até chegar aos mais gravosos e partir para o tráfico de entorpecentes. No caso das jovens, prática extremamente mais volumosa nas regiões Norte e Nordeste, mas comuns em todo país, costumam entrar crime iniciadas na prostituição infantil.
E normalmente em sua passagem pela Fundação CASA ou por outras instituições com o mesmo fim, os adolescentes têm seus problemas financeiros amenizados, mas quando voltam para sua desolada realidade pode ocorrer a volta do cometimento de tais atos.
No caso da prostituição infantil, existe em nosso país, o que acontece também em vários países emergentes, a prática do turismo sexual. Prática corrente em países muito pobres ou com uma corrupção em grande escala nos governos. Tailândia, Índia, Vietnã, Brasil são países que não se cansam de aparecer nos noticiários sobre o assunto.
Então, fica às vezes muito difícil categorizar quem é vítima e quem é agressor, pois muitas vezes a situação do adolescente é um reflexo da agressão imposta na vida dele por uma situação social externa e não só pela sua condição pessoal.
Claro que não nos cansamos também de ver infratores oriundos de classes mais abastadas, aí o motivo alegado são os desajustes causados, inclusive, pela facilidade de acesso a melhores condições financeiras, que patrocinam uma liberdade desmedida, que também é vizinha da criminalidade. Nestes casos problemas familiares aceleram o processo de cometimento de infrações.
Mas quanto a maior parte dos casos, a infração cometida costuma ser um reflexo da própria vida do delinquente, que não é nada fácil, e então ele é internado para uma reabilitação social, porém muitas vezes por pouco tempo, o qual não é suficiente para suprir-lhe as possibilidades de uma nova chance real de assumir seu papel social.
4.7.2 Penalidades ao menor infrator: voltando às questões iniciais
Em muitos casos de infração de menores, realmente, ocorre a existência de crueldade por parte do adolescente, um crime cometido por motivo torpe, uma vítima que teve sua vida levada ou danificada sem motivo algum. E nesse caso, como fica? O adolescente simplesmente vai ser solto em no máximo 3 anos para voltar a fazer novas vítimas? Ele vai voltar a assassinar, roubar, estuprar, traficar? E os envolvidos nisso? E as pessoas que foram vítimas por cruzarem seu caminho?
Não podemos cometer a injustiça de jogá-lo na cadeia para se tornar um criminoso profissional, mas também podemos dar o azar de encontrá-lo um dia e virar a próxima vítima... Não existe uma forma do Poder Público criar uma outra tipificação criminal para diferenciar órgãos com a função da Fundação CASA de outros? 
Esta solução de intermediação é defendida por muitos. Assim, poder-se-ia separar o adolescente que comete a infração porque não tem condições sociais dignas de existência do adolescente que comete a infração porque simplesmente ensejou faze-la por alguma questão extremamente pessoal e fútil.
Pois a situação como está, atrapalha a todos, à sociedade, e também ao adolescente que realmente tem chances de se reabilitar com aquele que terá um controle muito mais fatigante pelo caminho, já que não tem, ou demonstra, interesse em parar de transgredir.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
E
sse trabalho demonstrou a intenção de refletir sobre a importância da criança e do adolescente no seio da sociedade. Descreve a forma de educação, socialização, cuidados básicos com sua saúde e higiene, tanto do ponto de vista legislativo como pelo que apontam os costumes de nosso tempo com os mais jovens. O que deve ser feito, em várias áreas, para contribuir com seu desenvolver de acordo com os princípios básicos da dignidade da pessoa humana.
O resultado a ser alcançado pelas gerações contemporâneas, enfim o futuro delas, está no desenvolvimento sadio da criança e do adolescente, para que se alcance o objetivo de formar indivíduos capazes, que produzam de forma cada vez mais consciente, responsável e humanizada um papel relevante na sociedade. Garantindo que toda a criança e adolescente possa ter os mesmos direitos para concorrer no mercado de trabalho de forma sadia, criando assim progresso humanitário da Nação.
Objetivo? Fazer do país um lugar mais seguro a cada geração, pois quanto maior a chance de aprendizado e vida sadia sem pré-conceitos violência, e menores dificuldades financeiras e sociais, ocorrerá a oportunidade das gerações irem conquistando o seu papel social consciente e não apenas se contentar com uma vida de trabalhos mecanizados, ou até mesmo escravos.
A exploração sexual e de mão de obra escrava ainda é muito comum em países emergentes. Esta situação não é diferente no Brasil. Porém, com projetos sociais, com escola pública de qualidade, complementação adequada do Estado a programas sociais diversos ajudam a mudar essa situação. Assim como a conscientização feita através de programas de formação para os pais, que incentivem e insistam para que coloquem e mantenham seus filhos nas redes de ensino e cumpram, principalmente ao longo da primeira infância, o calendário correto de vacinação. Todas estas iniciativas ajudam para que essas crianças, por mais precária que sejam suas condições, tenham pelo menos o mínimo de chance de fazer escolhas, pois sendo alfabetizadas adequadamente, tendo preservada sua saúde, uma rede de proteção básica, garante mais qualidade de vida para a criança que poderá se introduzir na sociedade com dignidade e melhores perspectivas de vida.
Para os jovens e crianças que sofrem quaisquer tipo de abuso e exploração, deve existir e ser ampliada a possibilidade e garantia de amparo público. O respaldo de leis que regulam o dever de denunciar, em nome daqueles que não podem falar por si, também é fundamental neste processo. Buscou-se também as raízes dos principais problemas e a diferenciação entre os tipos de menores infratores presente em nosso contexto social.
Baseado nestes fundamentos cada vez mais sólidos, a criança ou adolescente têm o direito de buscar socorro, e ser amparado, e conseguir integrar futuramente a sociedade de forma profissional, mesmo que depois de estar sob custódia do Estado. Custódia que, alerta-se aqui, pode e, talvez deva, diferenciar os graus de infrações por eles eventualmente cometidas, sejam elas resultados de lapsos sociais ou comportamentais em suas formações desde a primeira infância. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Sites e páginas consultadas:
http://www.fundacaocasa.sp.gov.br/
https://pt-br.facebook.com/revistadostribunais/
http://g1.globo.com 
http://g1.globo.com/sao-paulo/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2016/05/ex-interno-da-fundacao-casa-ganha-premio-em-feira-de-ciencias.html

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