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Direito Empresarial Aplicado II Aula 1 Títulos de Crédito Evolução histórica: 1ª Fase- Fase Italiana: Essa fase acontece na idade média no ano de 1673. A Litera Cambi foi criada no período Feudal. Sendo utilizada para a exploração da época do mercantilismo, dois foram os fatores que levaram a criação da letra de cambio. A expansão do mercantilismo e a violência foram os fatos relevantes para a criação de um título capa de facilitar o pagamento de uma transação cambiária. Obs.: Litera Cambi\ Pagamento 2ª Fase- Fase Francesa: Em 1807 nasce o código comercial napoleônico que passou a regular os títulos de crédito prevendo o endosso, com isso surge a transferência da titularidade dos direitos e ao mesmo tempo a coobrigação. Obs.: Circulação, endosso. 3ª Fase- Fase Alemã: Os alemães ao perceberem a importância dos títulos de crédito decidiram elaborar uma lei única. Em 1930, a lei única foi apresentada a todos os países como um tratado internacional que regularia os títulos de crédito. Vários foram os países que se tornaram signatário da lei uniforme de Genebra. Obs.: Criação de uma lei única, lei universal. 4ª Fase- Uniforme: A partir de 1930, o direito cambiário passou a ser regulado através de uma lei universal denominada lei uniforme de Genebra. O Brasil assim como os demais países participou da convenção internacional em 1930, não assinando o tratado retornando mais tarde em 1942 passando a ser signatário do tratado internacional, sendo este implementado no ordenamento jurídico interno através do decreto 57663\66 até os dias atuais. Obs.: Lei uniforme de Genebra. Atentar-se para o anexo I do decreto, a Lei brasileira Decreto 2044\88 e Lei 10406\2002 no código civil. Os títulos de crédito são todos os documentos necessários para o legítimo exercício literal e autônomo nele contido. Tais como o cheque, as duplicatas, a letra de câmbio e a nota promissória. 1.Princípios: 1.1.Princípio da cartularidade- art. 887 estabelece que o título de crédito é um “documento necessário”. O crédito deve estar materializado (coisificado) em um documento escrito (título). Art. 889, § 3º CC. Para a transferência do crédito, é necessária a transferência material do título, Não se admite transferência parcial do título de crédito – CCB/02 - Art. 912, parágrafo único; Não há que se falar em exigibilidade do crédito sem a apresentação do documento. 1.2. Princípio da literalidade- Vale o que está escrito, prevalece o valor escrito por extenso. (devedor tem direito de pagar só o que está escrito no título). O que não está escrito, não tem efeito na relação jurídico-cambial. 1.3. Principio da autonomia- a autonomia do título significa que cada pessoa que se comprometer no título assume uma obrigação, independente das obrigações pelos outros assumidas, não existindo vinculação das obrigações. A autonomia é a desvinculação da causa do título em relação a todos os coobrigados. Abstração- abstratos, não dependendo do negócio que deu origem ao título. Nada mais é do que um aspecto da autonomia, pois o próprio título também é desvinculado da causa. 2. Características a) Todo título de crédito é feito para circular. Negociabilidade. b) Força executiva: os direitos decorrentes do título de crédito são abstratos, não dependendo do negócio que deu origem ao título. Nada mais é do que um aspecto da autonomia, pois o próprio título também é desvinculado da causa. (Ação monitoria, ação ordinária) C) Formalidade: Exige-se que o título de crédito seja revestido de formalismo, pois sem ele não haverá os demais princípios. Necessário cumprir as formalidades definidas por lei, ou seja, nome, endereço, CPF... D) O título pode ser sacado por empresário ou não empresário. E) Os títulos de créditos são títulos representativos de uma obrigação cambiaria. 3.Classificaçao dos Títulos 3.1. Essência Creditícia Própios- “propriamente ditos”: são aqueles em que se atesta uma operação de crédito, consubstanciam operações de crédito. São aqueles títulos que conferem ao seu titular o direito a uma prestação de coisas fungíveis, coisas que podem ser substituídas por outras da mesma espécie, qualidade e quantidade, como dinheiro. Ex: letra de câmbio, nota promissória, duplicata. Imprópios- são papéis que asseguram créditos de diversas espécies, e que não reúnem em si todos os requisitos dos títulos de crédito. Ex: Cheque, debentures, ações e etc... Abstratos- Letra de câmbio, nota promissória, cheque. Causais- Duplicata, mercantil, prestação de serviço. 4. Quanto a estrutura: Ordem de pagamento: ordem de pagamento são aqueles em que o emitente da ordem de pagamento, em regra, não assume diretamente a obrigação para o pagamento. O emitente apenas dá uma ordem para terceiro (sacado) pague a quantia ao beneficiário. EX.: Letra de câmbio, cheque, duplicata. Promessa de pagamento: promessa de pagamento é o próprio emitente quem assume a obrigação para o pagamento ao beneficiário. Ex.: Nota promissória. Via endosso- Instituto cambiário, puro e simples, não está vinculado a nada, valor total, tácito ou expresso, manifestação unilateral de vontade. Via cessão de crédito- Instituto do direito civil, condicionado, total ou parcial, clausula expressa, manifestação bilateral de vontade (cedente\cessionário). Diferença endosso X Cessão de crédito: Endosso é ato unilateral, mediante declaração na própria letra. Cessão civil – é um contrato bilateral; que confere direito de crédito derivado. Aula 2 Atos Cambiais 1.Aceite- É o ato cambial facultativo, porém irretratável, pelo qual o sacado aceita a ordem e se obriga ao pagamento. Sacado é a pessoa a quem a ordem é destinada, ele pode aceitar ou não a ordem. O aceite é um ato livre da vontade do sacado. O aceite total, portanto, é o ato pelo qual o sacado assume obrigação cambial e se torna o devedor principal do titulo (aceitante), e o sacador se torna devedor coobrigado. O aceite resulta da simples assinatura do sacado lançada no anverso do título, mas poderá ser firmado também no verso, desde que identificado o ato praticado pela expressão aceito ou outra equivalente. A recusa do aceite total produz efeitos relevantes para o sacador e para o tomador, uma vez que ocorrerá o vencimento antecipado do título contra o sacador. Desta forma, pode o tomador exigir do sacador - codevedor - o seu pronto pagamento. A Recusa parcial é quando o sacado aceita a ordem parcialmente. Nesse caso, também ocorrerá o vencimento antecipado do título, podendo o tomador cobrar a totalidade do crédito contra o sacador - O aceite parcial se divide em 2 espécies: aceite limitativo – o sacado aceita apenas parte do valor do título; aceite modificativo – o sacado altera alguma condição do pagamento do título. Ex.: altera a data do vencimento. Obs.: Ambas as modalidades equivalem a recusa do aceite. Cancelamento do aceite- Art. 29. Se o sacado, antes da restituição da letra, riscar o aceite que tiver dado, tal aceite é considerado como recusado. Salvo prova em contrário, a anulação do aceite considera-se feita antes da restituição da letra. 2.Endosso- É o ato cambiário no qual o credor (endossante) tem por objetivo transferir a titularidade do crédito e a posse da cártula a um 3º, ou seja, de um credor para outro (endossatário). É ato cambiário, pois coloca o título em circulação. Efeitos do endosso: transfere a titularidade do crédito; responsabiliza o endossante, passando este a ser coodevedor do título. Portanto, se o devedor principal não pagar, o endossatário poderá cobrar do endossante. Pode o endosso conter a chamada “clausula sem garantia”, que exonera expressamente o endossante de responsabilidade pela obrigação constante do título. Endosso próprio- É aquele que transfere todos os direitos e ao mesmo tempo coobriga o endossatário. Endosso em preto – É aquele que o endossante identifica o beneficiário no verso do título. Endosso em branco- É aquele que não e mais admitido no direito cambiário, logo a simples assinatura no verso do título o transforma em títuloao portador, sendo a sua entrega através da tradição (entrega do titulo). Endosso impróprio- (mandato\por procuração) É aquele que falta titularidade ou coobrigação. Endosso Caução- O crédito não se transfere para o endossatário, que é investido na qualidade de credor pignoratício do endossante. Endosso póstumo- Até antes do protesto. Art 20 LUG. 3.Aval- O aval consiste em uma declaração cambiaria em que um terceiro ou outro signatário garanta a obrigação de um agente cambiário. Art. 30. O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval. Esta garantia é dada por um terceiro ou mesmo por um signatário da letra. Anuência dos cônjuges- Não pode fazer aval sem anuência dos cônjuges, exceto no regime e separação absoluta. Avais simultâneos- Os avais simultâneos ou coavais, ocorrem quando duas ou mais pessoas avalizam um título conjuntamente, assumindo responsabilidade solidária. Avais sucessivos- Os avalistas sucessivos ou aval de aval, ocorre quando alguém avaliza um outro avalista. Todos os eventuais avalistas terão a mesma responsabilidade do avalizado. Súmula 189 Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos. Aval em branco vai para o sacador. 4.Vencimento e Paragmento- Quérable- situação em que o pagamento deverá ocorrer no domicílio do devedor. Portable- é a situação em que se estipula, por força do instrumento negocial ou pela natureza da obrigação, que o local do cumprimento da obrigação será o domicílio do credor. O pagamento deve ser feito no primeiro dia útil e acordo com o artigo 20 do CC.
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