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Personalidade I_Um estudo autobiográfico 3

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CURSO DE PSICOLOGIA 
	Psicologia da Personalidade I 
A Neurótica: a teoria da sedução
A teoria da sedução, foi exposta em várias cartas e manuscritos enviados a Fliess.
	Sua forma final é exposta nos artigos de 1896, Novas Observações sobre as Neuropsicoses e na conferência sobre A Etiologia da Histeria. 
	Freud começa o artigo recordando três pontos já estabelecidos em publicações anteriores: 
o aspecto comum à histeria, às obsessões e a certos casos de confusão alucinatória aguda consiste no mecanismo de defesa, no qual o ego procura reprimir uma idéia intolerável que lhe causa desprazer
os sintomas da histeria só se tornam compreensíveis se forem reduzidos a experiências traumáticas
Estes traumas psíquicos se referem à vida sexual
 A seção intitulada “A Etiologia Específica da Histeria” contém no primeiro parágrafo a afirmação:
	
Para causar uma histeria, é preciso que a experiência que vai se tornar traumática, através da liberação e da repressão do afeto doloroso, pertença aos traumas sexuais da infância; e seu conteúdo deve consistir numa irritação real dos órgãos genitais. A determinação específica da histeria é a passividade sexual nos períodos pré-sexuais.
Segundo Freud, esta conclusão é fruto da observação de treze casos de histeria dois dos quais se referem a pacientes masculinos.
Duas objeções são afastadas de imediato: 
a de que não se deve acreditar nas novelas que os pacientes inventam
e a de que a sexualidade ainda não desenvolvida da criança tornaria impossível que tais experiências assumissem valor de traumas
À primeira, Freud responde que ninguém deve se pronunciar a respeito destes problemas sem ter feito uso do único método que permite o acesso a eles: o método psicanalítico
A segunda é rejeitada com base na teoria das reminiscências: "na verdade, não são as próprias experiências que agem traumaticamente, mas sua revivência como recordações, depois que o indivíduo penetra na maturidade sexual“
	A data do trauma é localizada ao redor dos três ou quatro anos de idade. 
	O trauma não é patógeno no momento em que ocorre; a ocasião para o início da histeria é a reativação, por meio das experiências da puberdade, das recordações deste trauma, as quais não se tornaram conscientes, mas conduzem à liberação do afeto penoso e à repressão. 
	A "predisposição à histeria", genérica nos escritos anteriores, é agora explicitamente substituída pelo efeito póstumo do trauma sexual infantil. 
	A etiologia da histeria envolve, pois, uma experiência passiva de sedução durante a primeira infância, cuja recordação se torna patogênica através da repressão na época da puberdade.
	O problema que se coloca neste momento é o seguinte: como explicar que uma experiência, em si mesma não-patogênica, tenha o poder de desencadear o processo neurótico mediante sua recordação?
Freud parte da observação de que o histérico é afetado por idéias excessivamente intensas, mas que se caracterizam por serem absolutamente banais, aparentemente desprovidas de capacidade para provocar as conseqüências dolorosas da moléstia.
Caso Clínico: Emma
Sintoma: dominada pela compulsão de não poder entrar em lojas sozinha.
Motivo apresentado: 
uma lembrança da época em que tinha doze anos (pouco depois da puberdade).
Ela entrou numa loja para comprar algo, viu dois vendedores rindo juntos, e saiu correndo, tomada de um afeto de susto.
terminou recordando que os dois estavam rindo das roupas dela e que um deles a havia agradado sexualmente.
Conclusões de Freud: a relação dessa lembrança com o sintoma são incompreensíveis.
Se ela se sentiu mal porque suas roupas eram alvo de riso, isso terá sido remediado há muito tempo, desde que passou a se vestir como uma moça [crescida].
Até a companhia de uma criança pequena é suficiente para dar-lhe segurança.
Existe ainda o fato de um dos vendedores tê-la agradado.
As lembranças despertadas não explicam nem a compulsão nem a determinação do sintoma.
Novas investigações revelaram uma segunda lembrança, que ela nega ter tido em mente na ocasião da primeira cena (a lembrança que permaneceu inconsciente).
Aos oito anos de idade, ela esteve numa confeitaria para comprar doces, e o proprietário agarrou-lhe as partes genitais por cima da roupa.
Apesar da primeira experiência, ela voltou lá uma segunda vez; depois, parou de ir. Agora, recrimina-se por ter ido a segunda vez, como se com isso tivesse querido provocar a investida.
Agora compreendemos a Cena I (vendedores), combinando-a com a Cena II (proprietário da confeitaria). O vínculo associativo entre as cenas é fornecido pelo riso: o riso dos vendedores a fez lembrar-se do sorriso com que o proprietário da confeitaria acompanhou sua investida.
	
Reconstrução: Na loja, os dois vendedores estavam rindo; esse riso evocou a lembrança do proprietário. De fato, a segunda situação tinha ainda outra semelhança [com a primeira]: ela mais uma vez estava sozinha na loja.
		A lembrança despertou o que ela certamente não era capaz na ocasião, uma liberação sexual, que se transformou em angústia. 
	Devido a essa angústia, ela temeu que os vendedores da loja pudessem repetir o atentado e saiu correndo.
	De fato, seu estado de “consciência pesada e opressiva” remonta a essa experiência.
as idéias em escuro correspondem às percepções que foram lembradas
O fato de que liberação sexual também penetrou na consciência fica comprovado pela atração que ela sentiu pelo vendedor que ria
O resultado — não permanecer sozinha na loja, devido ao risco de atentado — é construído de maneira perfeitamente racional, levando em conta todos os elementos do processo associativo
Todo o complexo (círculos não escurecidos) estava representado na consciência de “roupas”, evidentemente a mais inocente.
o elemento que penetra na consciência não é o que desperta interesse (o atentado), mas outro, na qualidade de símbolo (as roupas)
Temos aqui um caso em que uma lembrança desperta um afeto que não pôde suscitar quando ocorreu como experiência, porque, nesse entretempo, as mudanças [trazidas] pela puberdade tornaram possível uma compreensão diferente do que era lembrado.
As cenas, descobertas através do trabalho terapêutico, ocorreram invariavelmente na primeira infância. 
Os pacientes nada sabem de tais cenas , e opõem uma viva resistência à sua rememoração. Este fato parece a Freud fornecer uma prova conclusiva da sua veracidade:
Se os pacientes as tivessem inventado, por que procurariam negá-las com tanta veemência?
o fato relevante de que todos os pacientes relatavam cenas de sedução. 
Em 1897, Freud se viu forçado a abandonar sua teoria da sedução. Anunciou esse acontecimento em sua carta a Fliess de 21 de setembro (Carta 69). Os motivos da descrença:
Os contínuos desapontamentos em minhas tentativas de fazer minha análise chegar a uma conclusão real;
em todos os casos, o pai, não excluindo o de Freud, tinha de ser apontado como pervertido;
A descoberta quase simultânea do complexo de Édipo, feita em sua auto-análise (Cartas 70 e 71, de 3 e 15 de outubro), levou inevitavelmente ao reconhecimento de que:
 as moções sexuais atuavam normalmente nas crianças de mais tenra idade, sem nenhuma necessidade de estimulação externa.
a descoberta de que, no inconsciente, não há indicações da realidade.
“Não acredito mais na minha Neurótica”
A conclusão geral que tirou do abandono da teoria da sedução se encontra formulada com nitidez na História do Movimento Psicanalítico:
	Se os histéricos referem seus sintomas e traumas inventados por eles é preciso tomar em consideração este fato novo (...) e conceder à realidade psíquica um lugar ao lado da realidade prática. Não tardamos, pois, em descobrir que tais fantasias se destinavam a encobrir a atividade auto-erótica dos primeiros anos infantis (...). Por trás delas apareceu, então, a vida sexual infantil em toda a sua amplidão.O golpe final na laboriosa construção da teoria da sedução, em que Freud se empenhara durante mais de dois anos, é dado pela descoberta das fantasias histéricas e os impulsos da vida sexual infantil nelas expressos.
 A partir da carta 69, vira-se uma página na história dos conceitos de Freud, todo o esquema teórico da Teoria da Sedução vai sendo progressivamente substituído pelo que conhecemos como “sexualidade infantil” e “inconsciente”.
O conceito de repressão envolve uma transação de forças: algo reprime e algo é reprimido. Era necessário, nesta altura, traçar uma geografia dinâmica da mente, para explicar o fenômeno da repressão e seus efeitos, a produção de um inconsciente e em particular das neuroses.
Por outro lado, a verificação de que a sexualidade era privilegiada nos fenômenos repressivos, somada à descoberta do conteúdo sexual das fantasias histéricas, tornava imprescindível a elaboração de uma teoria sexual que desse conta dos fatos observados na clínica.
Estes fatos (repressão e sexualidade) exigem de Freud toda uma série de investigações, que podem ser incluídas sobre dois temas: A investigação do aparelho psíquico e a investigação da sexualidade infantil.
A Interpretação dos Sonhos, a que Freud passará a se dedicar foi a via escolhida para abordar o primeiro tema. 
	Podemos agora, talvez, começar a suspeitar que a interpretação dos sonhos é capaz de nos proporcionar informações a respeito da estrutura do nosso aparelho psíquico o que até agora esperávamos, em vão, da Filosofia.
 	
	... é minha intenção utilizar minha atual elucidação dos sonhos como um passo preliminar no sentido de resolver os problemas mais difíceis da psicologia das neuroses. (Freud, 1900)
Análise de um Sonho Modelo
Preâmbulo
verão de 1895
Tratamento uma jovem senhora
laços de amizade
relação mista, fonte de muitos sentimentos conturbados no psicoterapeuta.
Fracasso, uma ameaça à amizade.
tratamento terminara com êxito parcial
paciente livre de angústia histérica, mas não de todos os sintomas somáticos.
Proposta à paciente de uma solução que ela recusava.
Em discordância interromperam tratamento durante férias de verão.
Freud recebe a visita de um colega que estivera com Irma, e sua família, em sua casa de campo.
Pergunta sobre estado de Irma: “Está melhor, mas não inteiramente boa.”
Essas palavras de Otto aborreceram Freud. 
Identificou nelas uma recriminação.
Entretanto, Freud não externou nenhum sinal de seu desagrado.
Na mesma noite, Freud redigiu o caso clínico de Irma, para entregá-lo ao Dr. M. a fim de se justificar.
Naquela noite (ou na manhã), teve o sonho que anotou logo ao acordar (23-24 julho de 1895).
Sonho de 23-24 de julho de 1895
	Um grande salão — numerosos convidados a quem estávamos recebendo. — Entre eles estava Irma. No mesmo instante, puxei-a de lado, como que para responder a sua carta e repreendê-la por não ter ainda aceitado minha “solução”. Disse-lhe: “Se você ainda sente dores, é realmente apenas por culpa sua.” Respondeu ela: “Ah! se o senhor pudesse imaginar as dores que sinto agora na garganta, no estômago e no abdômen… — isto está me sufocando.” — Fiquei alarmado e olhei para ela. Parecia pálida e inchada. Pensei comigo mesmo que, afinal de contas, devia estar deixando de perceber algum distúrbio orgânico. Levei-a até a janela e examinei-lhe a garganta, e ela deu mostras de resistências, como fazem as mulheres com dentaduras postiças. 
	Pensei comigo mesmo que realmente não havia necessidade de ela fazer aquilo. — Em seguida, ela abriu a boca como devia e, no lado direito, descobri uma grande placa branca; em outro lugar, vi extensascrostas cinza-esbranquiçadas sobre algumas notáveis estruturas recurvadas, que tinham evidentemente por modelo os ossos turbinados do nariz. — Chamei imediatamente o Dr. M., e ele repetiu o exame e o confirmou… O Dr. M. tinha uma aparência muito diferente da habitual; estava muito pálido, claudicava e tinha o queixo escanhoado… Meu amigo Otto estava também agora de pé ao lado dela, e meu amigo Leopold a auscultava através do corpete e dizia: “Ela tem uma área surda bem embaixo, à esquerda.” Indicou também que parte da pele do ombro esquerdo estava infiltrada. (Notei isso, tal como ele fizera, apesar do vestido.)…
	
	M. disse: “Não há dúvida de que é uma infecção, mas não tem importância; sobrevirá uma disenteria, e a toxina será eliminada.”… Tivemos também pronta consciência da origem da infecção. Não muito antes, quando ela não estava se sentindo bem, meu amigo Otto lhe aplicara uma injeção de um preparado de propil, propilos… ácido propiônico… trimetilamina (e eu via diante de mim a fórmula desse preparado, impressa em grossos caracteres)… Injeções como essas não deveriam ser aplicadas de forma tão impensada… E, provavelmente, a seringa não estava limpa.
Sobre o método de interpretação:	
	Quando digo ao paciente ainda novato: “Que é que lhe ocorre em relação a esse sonho?”, seu horizonte mental costuma transformar-se num vazio. No entanto, se colocar diante dele o sonho fracionado, ele me dará uma série de associações para cada fração, que poderiam ser descritas como os “pensamentos de fundo” dessa parte específica do sonho... ele emprega a interpretação en détail e não en masse .
E, provavelmente, a seringa não estava limpa. 
Essa era mais uma acusação contra Otto, porém derivada de uma fonte diferente. Ocorre que, na véspera, eu encontrara por acaso o filho de uma velhinha de oitenta e dois anos em que eu tinha de aplicar uma injeção de morfina duas vezes ao dia. No momento, ela se encontrava no campo e, disse-me o filho, estava sofrendo de flebite. Eu logo pensara que deveria ser uma infiltração provocada por uma seringa suja. Orgulhava-me do fato de, em dois anos, não haver causado uma única infiltração; empenhava-me constantemente em me certificar de que a seringa estava limpa. Em suma, eu era consciencioso. A flebite remeteu-me mais uma vez a minha mulher, que sofrera de trombose durante uma das vezes em que estava grávida, e então me vieram à lembrança três situações semelhantes, envolvendo minha esposa, Irma e a falecida Mathilde. A identidade dessas situações evidentemente me permitira, no sonho, substituir as três figuras entre si.
Conclusão: O sonho é uma realização de desejo
	Acabo de concluir a interpretação do sonho. Enquanto a efetuava, tive certa dificuldade em manter à distância todas as idéias que estavam fadadas a ser provocadas pela comparação entre o conteúdo do sonho e os pensamentos ocultos por trás dele. Entrementes, compreendi o “sentido” do sonho. Tomei consciência de uma intenção posta em prática pelo sonho e que deveria ter sido meu motivo para sonhá-lo. O sonho realizou certos desejos provocados em mim pelos fatos da noite anterior (a notícia que me foi dada por Otto e minha redação do caso clínico.) Em outras palavras, a conclusão do sonho foi que eu não era responsável pela persistência das dores de Irma, mas sim Otto. De fato, Otto me aborrecera com suas observações sobre a cura incompleta de Irma, e o sonho me proporcionou minha vingança, devolvendo a reprimenda a ele. O sonho me eximiu da responsabilidade pelo estado de Irma, mostrando que este se devia a outros fatores — e produziu toda uma série de razões. O sonho representou um estado de coisas específico, tal como eu desejaria que fosse. Assim, seu conteúdo foi a realização de um desejo, e seu motivo foi um desejo.
Rendimento Teórico de A Interpretação dos Sonhos (1900)
Tese: "o sonho é a realização (deformada) disfarçada de um desejo reprimido" (Freud, 1900)
Conteúdo manifesto X Conteúdo latente, o Papel da Censura, Restos diurnos, Simbologia
Trabalho do sonho: deslocamento, condensação, consideração pela representabilidade,
 elaboração secundária.
o “trabalho de análise”
Descrição topológica da mente: Ics, Pcs, Cs
Processo primário X Processo secundário e Curso da regressão nos sonhos 
Conclusões para a teoria dapsicanálise: 
a ocorrência de processos de pensamento inconscientes em indivíduos normais, 
o papel preponderante do desejo na vida psíquica, 
e o imenso alcance do fenômeno da repressão. 
"trabalho do sonho“
 a repressão por trás da deformação onírica.
 teoria abrangente do aparelho psíquico
 remodelação da teoria das neuroses, num registro psicológico
 uma nítida separação entre o conteúdo manifesto do sonho e os pensamentos latentes (conteúdo latente).
Conteúdo Manifesto do sonho
 o sonho tal como é relatado
 sentido geralmente obscuro.
Conteúdo Latente do sonho
Associações livre do paciente
significado depois que o sonho é decifrado 
	
	“Interpretar um sonho é especificar seu sentido, substituí-lo por algo que assume seu lugar, na concatenação de nossas atividades psíquicas, como um elo de valor e importância definidos” (Freud, 1900). 
Por que, em geral, é necessária uma interpretação dos sonhos? Por que eles não dizem diretamente o que querem dizer? Qual é a origem desta deformação? (Freud, 1900)
Do estudo inicial da censura, Freud retira sua fórmula definitiva quanto à natureza do sonho: 
"o sonho é a realização disfarçada de um desejo reprimido" (Freud, 1900).
Daí se conclui a existência de uma relação íntima entre o desejo do sonho e o fenômeno da deformação: é precisamente porque o desejo provoca uma reação de defesa por parte do ego que o conteúdo manifesto do sonho se apresenta deformado. 
Eis aí o ponto de contato com a teoria das neuroses: a defesa opera da mesma forma, quer produza um sonho, quer o resultado seja um sintoma.
A metáfora da censura à imprensa
Instância Censuradora (IC) e a Consciência (Cs)
 A Cs se limita à percepção de conteúdos emanados de "outras fontes".
o desejo do sonho deve passar pela IC antes de chegar à consciência. 
Primeira formulação da "primeira tópica“ de Freud
 Primeira descrição do aparelho psíquico e de seu funcionamento.
O capítulo VII – A psicologia dos processos oníricos, é onde Freud estrutura uma concepção geral do aparelho psíquico e de seu funcionamento. 
Freud visa explicar o funcionamento mental, tanto normal como patológico, a partir de suas observações clínicas sobre os sonhos e as neuroses. 
Freud sugeri a existência de localidades psíquicas, embora sem qualquer relação com a anatomia cerebral. 
O aparelho psíquico é imaginado como uma sucessão orientada de regiões que a excitação atravessa numa direção definida. 
O estudo dos sonhos fornece a indicação da existência de duas outras regiões no aparelho psíquico: a instância crítica e a instância criticada.
Freud chama à primeira "pré-consciente" e à segunda "inconsciente", e localiza o pré-consciente ao lado do pólo motor, já que ele representa a agência que controla nossa vida desperta e nossas ações voluntárias. 
Os impulsos para a formação do sonho provém do inconsciente e tentam atingir a ele consciência através do pré-consciente. 
A deformação do conteúdo latente é resultado do trabalho do sonho.
O “trabalho do sonho” - o conjunto de operações psíquicas que transformam o conteúdo latente em conteúdo manifesto com o objetivo de torná-lo irreconhecível.
 o sonho utiliza quatro mecanismos principais para atingir seus objetivos:
 condensação,
 deslocamento,
 consideração à representabilidade e
 elaboração secundária 
A condensação - age no sentido de comprimir vários elementos latentes num único elemento manifesto. A encontramos igualmente na formação de sintomas, de lapsos ou de chistes.
O deslocamento - consiste no desvio do acento psíquico de uma idéia para outra.
A consideração pela representabilidade - operação pela qual o trabalho do sonho transforma os pensamentos do sonho em imagens, sobretudo visuais. Eis como Freud descreve esses processos: 
A elaboração secundária - consiste em apresentar o conteúdo onírico sob a forma de um cenário coerente e inteligível, aproximando-os das formações psíquicas “normais”.
Os restos diurnos - A formação de um sonho responde a um princípio fundamental segundo o qual o cenário do sonho se articula sempre em torno de acontecimentos ocorridos na véspera, que Freud chama de "restos diurnos“. relação mais ou menos próxima com o desejo inconsciente que se realiza no sonho.
O Papel da Censura
Para Freud, o principal motivo da deformação do sonho provém da censura. 
A censura nos sonhos incide sobre os desejos sexuais infantis reprimidos 
"A tarefa da interpretação dos sonhos é desfazer o que o trabalho do sonho teceu".
Processo primário, processo secundário e regressão
processo primário - os sonhos pertencem àquele modo de funcionamento mental em que nenhuma distinção é observada entre um desejo e a sua satisfação. Um sonho representa o desejo realizado como experiência alucinatória.
Se o desejo "Eu gostaria de ir passear no lago" instigar um sonho, o sonho terá por seu conteúdo "Eu estou passeando no lago".
Regressão - os pensamentos inconscientes atravessam o aparelho psíquico em sentido inverso ao da cogitação consciente.
Ao modo de funcionamento do aparelho psíquico, quando participa apenas o Ics, Freud chama processo primário.
Processo secundário - resulta de uma modificação do processo primário. O funçaõ do Pcs/Cs é dirigir, através dos caminhos mais convenientes, os impulsos impregnados de desejo que surgem do inconsciente.
 
O trajeto do desejo no sonho
Um desejo inconsciente se ancora em material recente e inofensivo (restos diurnos), e procura atingir a consciência, através do pré-consciente; 
mas encontra a censura, que lhe impõe as deformações características do trabalho do sonho. 
Encontrando o caminho para a motilidade bloqueado devido ao sono, o material onírico toma o caminho regressivo, torna-se representável em imagens, não havendo nada que detenha o processo regressivo, ele termina na ativação do sistema perceptivo, produzindo, de modo alucinatório, a realização do desejo.
Sonho X Sintoma
A censura onírica é a segunda figura da repressão a ser descoberta por Freud; a primeira fora a resistência à terapia. 
De acordo com Freud, a relação entre as duas manifestações do conflito psíquico - o sonho e o sintoma - está fundada pelo fato de ser o mesmo mecanismo que os constitui, e os constitui como síntese provisória de opostos determinados (desejo e censura).
Os mecanismos compreendidos como "trabalho do sonho" haviam sido atribuídos ao modo de funcionamento do sistema inconsciente, e sua semelhança com o modo de formação dos sintomas neuróticos permitia uma melhor compreensão dos processos psicopatológicos.
Mais especificamente, é a força do impulso e a urgência com que ele pressiona no sentido da descarga, sem levar em conta a realidade, que torna a vida mental tão vulnerável.
De acordo com Freud, as fontes de distúrbio residem na inadequação inerente do processo primário ou, no fracasso do indivíduo em envolver-se no processo secundário. 
Ao concluir A Interpretação dos Sonhos, Freud demonstrara três pontos essenciais para a teoria da psicanálise: 
o papel preponderante do desejo na vida psíquica, 
e o imenso alcance do fenômeno da repressão, 
a ocorrência de processos de pensamento inconscientes em indivíduos normais.
Estas descobertas, e especialmente a da eficácia do inconsciente, conduziram Freud a uma nova ordem de trabalhos, voltada para a detecção de mecanismos similares na esfera da chamada "normalidade". 
A Psicopatologia da Vida Cotidiana (1901)
	Não há lugar para o acaso na teoria da psicanálise. Pelas vias mais estranhas, o desejo se manifesta sob as malhas da repressão: o enigmático, o pitoresco ou o aberrante encontram, a cada passo, sua explicação lógica e vêem estabelecida a sua função no conjunto da economia psíquica.
Freud sempre achou que a teoria dos atos falhos exibia, de uma forma clara e acessível, sem o uso de material patológico, certos princípios elementares da psicanálise.Quem nunca riu de um lapso ou de um ato falho, mostrando que percebe na mesma hora que um tal "acidente" trai uma intenção secreta de seu autor, expressão direta de seu inconsciente?
Com este trabalho, Freud pretende apresentar ao público leigo a existência do inconsciente, na forma em que esse se deixa apreender nos atos falhos ("deslizes" da repressão). 
Em Sobre a psicopatologia da vida cotidiana, Freud descreve as diferentes formas de atos falhos e ilustra-os com vários exemplos. 
Na língua alemã, o conceito de ato falho tem um sentido amplo, ele inclui um vasto leque de fenômenos aparentemente sem importância, como os gestos desencontrados, os lapsos, os esquecimentos, os enganos: das Versprechen (lapsus de linguagem), das Vergessen (esquecimento), das Verlesen (erro de leitura), das Vergreifen (engano da ação), das Verlieren (perder um objeto).
Apesar de sua diversidade, todos esses fenômenos obedecem a um mecanismo psíquico comum, semelhante àquele que determina o sonho: eles constituem a expressão manifesta de um desejo que até então estava reprimido no inconsciente
O esquecimento do nome de Signorelli
	Durante minhas férias de verão, fiz certa vez uma viagem de trem da encantadora cidade de Ragusa até uma cidadezinha próxima, na Herzegovina. A conversa com meu companheiro de viagem girou, como era natural, em torno da situação dos dois países (Bósnia e Herzegovina) e das características de seus habitantes. Eu falava sobre as várias peculiaridades dos turcos que lá viviam, tais como descrevera, anos antes, um amigo e colega que vivera entre eles por muitos anos como médico. Pouco depois, nossa conversa voltou-se para o tema da Itália e das pinturas, e tive oportunidade de recomendar enfaticamente a meu companheiro que algum dia visitasse Orvieto, para lá contemplar os afrescos do fim do mundo e do Juízo Final com que fora decorada uma das capelas da catedral por um grande artista. Mas o nome do artista escapou-me e não consegui lembrá-lo....Que influências me teriam levado a esquecer o nome Signorelli, que me era tão familiar e que se grava tão facilmente na memória? E que caminhos teriam levado a sua substituição por Botticelli e Boltraffio?
Os antecedentes imediatos tinham sido que, antes da conversa derivar para Orvieto, Freud tinha narrado ao seu companheiro de viagem uma observação (contada por um colega médico), que se supunha ser típica da atitude geral da população turca da Bósnia e da Herzegovina em relação à vida.
Quando o chefe da família está prestes a morrer, um dos membros dirá ao médico: "Senhor (Herr em alemão), que posso eu dizer? Eu sei que, se ele pudesse ser salvo, o senhor o salvaria." 
Contíguo a esse episódio, na memória de Freud, estava um outro que lhe fora contado pelo mesmo colega mas que ele suprimiu no momento exato em que se preparava para também o contar ao seu companheiro de viagem. Este segundo episódio referia-se ao prazer sexual,
	 "Sabe, Senhor (Herr), se isso acabar, a vida deixa de ter qualquer valor." 
A relutância de Freud em narrar este segundo episódio ao seu companheiro de viagem originou, em parte, de uma reticência em conversar sobre o tópico de morte e sexualidade ("um tema tão delicado“) com um estranho. 
Algumas semanas antes, quando estava em Trafoi, uma localidade do Tirol, Freud recebera a notícia do suicídio de um seu paciente que sofria de um distúrbio sexual incurável.
Este incidente ofuscou toda a viagem de Freud à Herzegovina. Por isso desejou banir de seu espírito todos os pensamentos sobre morte e sexualidade. 
O efeito imediato disso foi controlar-se, evitando repetir a outros quaisquer observações sobre esse assunto; 
O efeito retardado foi esquecer o nome do pintor dos afrescos de Orvieto. Pois uma associação interligava agora esses pensamentos, através da palavra "Herr" nos dois episódios e da primeira sílaba de Herzegovina, com Signorelli, sendo "signor" a palavra italiana para "Herr". 
Refazendo o curso de seus pensamentos e de suas associações a propósito desses dois últimos nomes, segundo o procedimento adotado na análise de um sonho, conseguiu descobrir o motivo da repressão (de seu esquecimento). 
De dedução em dedução, o nome de Botticelli acabou por lhe recordar a Bósnia, e o nome de Boltraffio o fez rememorar a cidade de Trafoï, duas localizações geográficas associadas a lembranças dolorosas acerca da sexualidade e da morte.
Freud percebeu que sexualidade e morte eram os temas da tela Juízo final de Signorelli. 
O esquecimento do nome de Signorelli era, portanto, o resultado de um compromisso que permitira que a lembrança desagradável ficasse parcialmente esquecida, mas não verdadeiramente, pois ela reapareceu dissimulada sob os nomes de Botticelli e Boltraffio. 
	"Os nomes de substituição já não me pareciam tão injustificados quanto antes da explicação: eles me advertem (a partir de uma espécie de compromisso) tanto para o que eu tinha esquecido quanto para o que eu gostaria de lembrar, e me mostram que minha intenção de esquecer qualquer coisa nem se cumpriu totalmente, nem fracassou totalmente". 
Freud ressalta nesta passagem o conceito de formação de compromisso, a oposição de duas forças agindo sobre o mesmo material, a exemplo do que ocorre no sonho.
Exemplo de um lapso publicado no jornal vienense Neue Freie Presse: o presidente da Câmara dos Deputados da Áustria tinha 'aberto" solenemente a sessão declarando-a "fechada": "A gargalhada geral provocada por essa declaração fez com que ele percebesse de imediato seu erro e o corrigisse. 
Segundo Freud:
	A explicação mais plausível para esse caso seria a seguinte: em seu foro íntimo, o presidente desejava poder enfim fechar essa sessão da qual não esperava nada de bom.
Freud apresenta a tese de que os atos falhos não são fruto do acaso ou da desatenção, mas que são produzidos pela intervenção de uma idéia reprimida que vem perturbar o discurso ou a conduta que a pessoa em questão costuma levar a bom termo.
Como se forma um ato falho?
Segundo Freud, a despeito de sua variedade inesgotável, os atos falhos se baseiam em um mecanismo comum: 
 todos são a expressão de um desejo reprimido no inconsciente. 
 um ato falho resulta de um compromisso entre uma intenção consciente do sujeito – por exemplo, "abrir uma sessão" do Parlamento era a intenção consciente do presidente da Câmara dos Deputados – e um desejo inconsciente ligado a ele - "fechar a sessão", que se impôs à sua revelia em seu discurso manifesto. 
 o ato falho é um ato exitoso (de sucesso): o desejo inconsciente (reprimido) se realiza ali de uma maneira quase sempre muito evidente. 
Os mecanismos envolvidos na formação de um ato falho são os mesmos que determinam a formação dos sonhos e dos sintomas (condensação, deslocamento, substituição ou troca pelo seu contrário)
	... o segundo sonho aludia à teoria sexual infantil segundo a qual meninas são meninos castrados. Quando lhe sugeri que ela tivera essa crença infantil, confirmou imediatamente o fato, dizendo-me ter ouvido a anedota do garotinho que diz à garotinha: “Cortado?”, ao que a menininha responde: “Não, foi sempre assim.”
Os Três Ensaios Sobre a Sexualidade (1905)
A sexualidade está presente nos escritos de Freud desde os Estudos sobre a histeria (1893-1895)
 sedução sexual real, trauma, repressão
Essa teoria trazia implícita um problema:
Não havendo sexualidade infantil, não poderia haver "sedução sexual“
Duas novas descobertas implicam na superação da teoria da sedução: a papel da fantasia e da sexualidade infantil
Essas duas descobertas podem ser concentradas numa só: a descoberta do Édipo (1ª. referência, carta a Fliess, 15 de outubro de 1897)
	Verifiquei, também no meu caso, o apaixonamento pela mãe e ciúmes pelo pai, e agora considero isso como um evento universal do início da infância, mesmo que não tão precoce como nas crianças que se tornaram histéricas. (Freud, ESB, v. I, pp. 358-59).Se a importância da sexualidade era algo que Freud, desde seus primeiros escritos, já havia assinalado, o que vai ser colocado nos Três ensaios é a consideração de uma sexualidade infantil
	A relação de uma criança com quem quer que seja responsável por seu cuidado proporciona-lhe uma fonte infindável de excitação sexual e de satisfação de suas zonas erógenas. Isso é especialmente verdadeiro, já que a pessoa que cuida dela, que, afinal de contas, em geral é sua mãe, olha-a com sentimentos que se originam de sua própria vida sexual: ela a acaricia, beija-a, embala-a e muito claramente a trata como um substitutivo de um objeto sexual completo. (ESB, VII)
O tema desses ensaios é o pequeno "perverso polimorfo" com sua sexualidade fragmentada em pulsões parciais vagando entre objetos e objejivos perversos.
Os Três ensaios sobre a sexualidade nos falam não do instinto sexual mas da pulsão sexual
O conceito de Pulsão
 
Para Freud, a pulsão é:
 uma construção teórica,
"um conceito situado na fronteira entre o mental e o somático“
 "é o representante psíquico dos estímulos que se originam dentro do organismo e alcançam a mente" (ESB, XIV)
		
		
No artigo O inconsciente, Freud afirma que uma pulsão nunca pode tornar-se objeto da consciência e que mesmo no inconsciente ela é sempre representada por uma idéia (Vorstellung) ou por um afeto (Affekl).
A noção de Apoio - A pulsão sexual se satisfaz por "apoio" na pulsão de autoconservação.
O termo apoio designa precisamente essa relação primitiva da sexualidade com uma função ligada à conservação da vida
Em termos instintivos, a função de sucção tem por finalidade a obtenção do alimento satisfazendo o estado de necessidade orgânica caracterizado pela fome. 
Em termos pulsionais, a excitação dos lábios/língua pelo peito, produzindo uma satisfação que não se reduz à saciedade alimentar
Quando o seio é abandonado, e tanto o objetivo quanto o objeto ganham autonomia em relação à alimentação, se constitui o protótipo da sexualidade oral para Freud: o chupar o dedo. 
Tem início, então, o auto-erotismo.Os lábios da criança comportam-se como uma zona erógena
A necessidade de repetir a satisfação sexual desliga-se da necessidade de nutrir-se
Componentes da pulsão
A fonte
é corporal, endógena
Uma excitação somático que ocorre num órgão ou parte do corpo
esta excitação é representada na vida mental por uma idéia e por um afeto
A pressão
Caráter ativo da pulsão, exigência de trabalho, fator dinâmico.
elemento motor que impele o organismo para a ação específica responsável pela eliminação da tensão
o objetivo
é sempre a satisfação, definida como a redução da tensão provocada pela pressão. A satisfação é obtida pela descarga de energia acumulada
o objeto
a coisa (real/fantasmática) por meio da qual a pulsão é capaz de atingir seu objetivo. o que há de mais variável numa pulsão
o modo de relação da pulsão: a pulsão implica um modo particular de relação objetal (p. ex. a incorporação)
As organizações pré-genitais
 Freud considera que a sexualidade anárquica do período de auto-erotismo comece a se organizar em torno de zonas privilegiadas antes de adquirir uma organização global em torno da zona genital.
As fases de organização da libido A noção de fase libidinal designa uma etapa do desenvolvimento sexual da criança caracterizada por uma certa organização da libido determinada ou pela predominância de uma zona erógena ou por um modo de relação de objeto
As fases da Organização Genital
fase oral– É a primeira fase da evolução sexual pré-genital. O prazer está ligado à ingestão de alimentos e à excitação da mucosa dos lábios e da cavidade bucal
a fonte é a zona oral
o objeto é o seio
O objetivo é a incorporação do objeto 
modo de relação de objeto: a incorporação
fase oral precoce/fase oral-sádica (função de sucção/função de morder)
Modo de relação de objeto na fase oral-sádica – a incorporação – implica a destruição do objeto, o que deflagra um sentimento de ambivalência em relação ao objeto, acompanhado pela fantasia da criança de ser comida ou destruída pela mãe
fase anal-sádica – a segunda fase pré-genital da sexualidade infantil
a organização da libido sob o primado, da zona anal
modo de relação de objeto: a polaridade atividade-passividade que Freud faz corresponder à polaridade sadismo-masoquismo
impregnada de valor simbólico, sobretudo ligado às fezes: a atividade de dar e receber ligada à expulsão e retenção das fezes
fase fálica – Corresponde à organização da libido que vem depois das fases oral e anal, na qual já há um predomínio dos órgãos genitais
O que a distingue fundamentalmente da fase genital madura é que nela a criança reconhece apenas um órgão genital: o masculino
a oposição entre os sexos é caracterizada pela castração, isto é, pela distinção fálico-castrado
assinala o ponto culminante e o declínio do complexo de Édipo pela ameaça da castração
As transformações da puberdade – com o início da puberdade o desenvolvimento da sexualidade começa a tomar sua forma adulta
As pulsões sexuais, até então marcadas por uma forma auto-erótica de obtenção de satisfação, encontram um objeto sexual em função da combinação das pulsões parciais sob o primado da zona genital
A Sexualidade Infantil na formação dos Sintomas
Por que a sexualidade pode se tornar intolerável e produzir efeitos patogênicos?
A sexualidade infantil sempre nasce mal, por ser exorbitante, extremada, inevitavelmente prematura, e encontrar o sujeito despreparado para administrar a tensão que aflora em seu corpo. 
Essa tensão libidinal é intensa demais para uma criança nascida sem defesas próprias e, portanto, totalmente dependente.
A primeira relação do ser humano, fundamental para se constituir como sujeito, é com a mãe. 
O que é o Edipo? O Édipo é um momento na evolução da criança no qual ela vive um desejo sexual muito intenso em um corpinho pequeno - desejo sexual, não genital -, desejo de tocar, desejo de olhar, desejo de morder etc.
O Edipo é a experiência que constitui todo ser humano e que faz que esse desejo tão forte se estabilize, se limite à verdadeira possibilidade do corpo. O Édipo é a passagem de um desejo selvagem a um desejo socializado. (Nasio, 2000)
Toda criança estrutura uma neurose infantil para se defender daquilo que não entende, daquilo que não tem explicação e de exigências libidinais que não são aceitas pela cultura. 
Vive todo este processo na relação com as figuras parentais, com as quais estabelece relações de amor e ódio. A barreira do incesto faz parte das aquisições históricas da humanidade. 
Os sintomas da infância correspondem a um momento vital e, dependendo das potencialidades singulares e do meio ambiente em que está crescendo, a criança organizará "soluções" mais ou menos adequadas para seus conflitos.
Os destinos da pulsão no conflito psíquico
A psicanálise considera o conflito como constitutivo do ser humano
Fala-se em psicanálise de conflito quando, no indivíduo, se opõem exigências internas contrárias, e isto em diversas perspectivas: 
conflito entre o desejo e a defesa,
conflito entre os diferentes sistemas ou instâncias, 
conflitos entre as pulsões, 
conflito edipiano, onde não apenas se defrontam desejos contrários, mas onde estes enfrentam a interdição
O conflito psíquico desempenha um papel absolutamente fundamental no interior da psicanálise
A pulsão sempre busca satisfação, mas esta não se dá de forma direta e imediata
A atuação da defesa (censura) implica sempre uma modificação da pulsão
A pulsão tem dois representantes psíquicos: o representante ideativo e o afeto, a defesa incide sobre os representantes ideativo da pulsão
Os destinos do representante ideativo da pulsão são:
Reversão ao seu oposto
uma reversão do objetivo da pulsão, isto é, uma mudança da atividade para a passividade
uma reversãodo conteúdo, a qual, segundo Freud, encontra-se no exemplo isolado da transformação do amor em ódio
Retorno em direção ao próprio eu
uma mudança do objeto, permanecendo inalterado o objetivo (neurose obsessiva, sadismo-maso-quismo e voyeurismo-exibicionismo)
3.	Recalcamento
4.	Sublimação
O Recalcamento 
É efeito do conflito entre o sistema Ics e o Pcs/Cs.
A função do recalcamento é a de impedir que certas representações pertencentes ao sistema inconsciente tenham acesso ao sistema pré-consciente/consciente. 
O recalcamento incide apenas sobre o representante ideativo da pulsão e não sobre o afeto. 
Este último sofre uma série de vicissitudes em função do recalcamento, mas não é, ele próprio, recalcado.
Uma vez recalcado, o representante ideativo continua a ter existência independente, produzindo derivados e estabelecendo novas conexões
A importância desses derivados para a prática psicanalítica é extrema, pois é através deles que o analista pode ter acesso ao material recalcado.
Fazer associação livre é, dentro do possível, afrouxar a censura Pcs e permitir que derivados, ainda que remotos, possam aflorar à Cs e serem comunicados ao analista.
O retorno do recalcado 
O recalcamento exige um dispêndio permanente de força, qualquer relaxamento poderá ter como resultado o afloramento do recalcado na Cs. 
A imagem que se pode usar é a de uma pessoa preocupada em esconder um objeto de cortiça no fundo de um poço cheio d'água. 
O recalcado, tal como o pedaço de cortiça, exerce uma pressão contínua em direção ao consciente — pressão essa que será tanto maior quanto maior for a catexia do inconsciente — e que necessita, para permanecer recalcado, de uma contrapressão constante do consciente. 
Num de seus últimos trabalhos, Freud explicita as condições segundo as quais se dá o retorno do recalcado: 
	l) por urn enfraquecimento do contra-investimento por parte do ego; 
	2) por um esforço de pressão pulsional (como ocorre, por exemplo, durante a puberdade); 
	3) se uma experiência recente, por sua estreita semelhança com o material recalcado, desperta este último (nesse caso, a experiência atual é reforçada pela energia do recalcado). 
O material recalcado é Invariavelmente submetido à deformação por exigência da censura Pcs.
O sintoma com formação do Inconsciente
O sonho é uma realização de um desejo. É a realização (disfarçada) alucinatória de um desejo (recalcado).
Na primeira teoria freudiana sobre o sintoma, sonho e sintoma têm a mesma estrutura. As representações são recalcadas, tornam-se inconscientes, mas continuam produzindo efeitos.
Assim como o sonho, o sintoma é uma formação do inconsciente, um produto do recalque, um retorno do recalcado. 
Da mesma forma que o sonho, o sintoma realiza o desejo de maneira deformada, por meio do mecanismo de substituição de uma representação por outra (condensação e deslocamento).
Por isso, Freud diz que o sintoma é uma satisfação de desejo; é uma forma substitutiva de satisfação do desejo sexual infantil recalcado.
O sintoma como retorno do recalcado
O sintoma é o que resulta de um conflito entre uma idéia ou desejo (sexual), vivido como perigoso, e uma instância censora.
A pessoa pode gozar de saúde psíquica, até o momento em que se lhe apresenta uma vivência, uma representação, uma sensação que lhe provoca um sentimento penoso.
Não confiando em poder solucionar, mediante um trabalho de elaboração, o conflito que essa representação inconciliável lhe apresenta, a pessoa tenta rejeitar o impulso: tenta desfazer-se dessas idéias, não pensar nelas, sufocá-las.
Um desenlace normal do conflito pode ocorrer quando:
A energia é subtraída da representação.
Juízo condenatório: uma renúncia frente a uma pulsão, um desejo que quer se transformar em ação, por razões morais, éticas ou de oportunidade.
O aparelho psíquico subtrai a energia desse impulso, que fica impotente, mas pode subsistir como lembrança, recordação ou passar ao esquecimento. 
Todo esse processo acontece com conhecimento do eu.
Mas nem sempre esse processo voluntário dá resultados. 
	"Totalmente diferente é quando esse impulso é submetido à repressão. O impulso conserva sua energia, não resta recordação sobre ele e a repressão acontece sem o eu percebê-lo conscientemente" (Freud, 1916-1917d).
Na gênese do sintoma neurótico, encontra-se o recalque, que consiste em provocar um divórcio entre a representação e o impulso, força da pulsão. A repressão produz uma cisão. 
O sujeito não tem lembrança da representação reprimida, mas o impulso ligar-se a outra representação, o que está na base da formação de sintomas. 
O sujeito não tem consciência do processo do recalque, os mecanismos de defesa fazem parte da fração inconsciente do eu.
Um desejo é recalcado; esse desejo não pode realizar-se porque vai contra a consciência moral da pessoa.
Todos os fenômenos de formação de sintoma podem ser entendidos como "retorno do recalcado“:
A partir de uma determinada situação da vida, eleva-se uma demanda pulsional que pede satisfação.
O Eu não aceita essa satisfação, ora porque fica paralisado frente à magnitude da exigência pulsional, ora porque vislumbra nela um perigo. 
Isso leva a uma evitação da situação:
O Eu se defende median­te o processo de recalque.
O movimento da pulsão é inibido e a situação é esquecida, junto com suas percepções e representações. 
Mas o processo não se concluiu: 
ou a pulsão perde sua intensidade ou fica “adormecida”.
se é “acordada” em alguma ocasião renova então sua demanda de satisfação.
o recalque, mantém fechado o caminho para a satisfação direta, a pulsão encontra outro caminho para conseguir uma satisfação substitutiva, que aparece como um sintoma, sem a aprovação do eu, e sem que o eu entenda de que se trata.
Referência Bibliográfica:
FREUD, S. Obras completas. Edição Standard Brasileira. Rio de Janeiro: Imago, 1980.
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO TRIÂNGULO
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_1156914309.doc
_1463844186.doc
		A diferença fundamental entre a pulsão (Trieb) e o instinto (Insitink!)
		Institinto
		Pulsão
		designar um comportamento hereditariamente fixado
possui um objeto específico
		a pulsão não implica comportamento pré-formado
não tem um objeto específico
variedade nos objetos

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