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APOSTILA - Direito das Sucessões

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Brasília-DF. 
Direito Das sucessões
Elaboração
Carlos Augusto de Machado Faria Júnior
Renata Malta Vilas Boas
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APrESEntAção ................................................................................................................................. 5
orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA .................................................................... 6
introdução.................................................................................................................................... 8
unidAdE i
Teoria Geral do direiTo das sucessões ........................................................................................ 11
CAPítulo 1
direiTo das sucessões ........................................................................................................ 11
CAPítulo 2
da capacidade para suceder, exclusão, deserdação, aceiTação e renúncia à 
herança .............................................................................................................................. 26
CAPítulo 3
herança JacenTe e VacanTe.............................................................................................. 35
CAPítulo 4
inVenTário e inVenTarianTe ................................................................................................. 41
CAPítulo 5
do paGamenTo das díVidas, parTilha, arrolamenTo do paGamenTo das díVidas ........ 60
CAPítulo 6
dos reGimes de Bens e modelos de parTilhas ................................................................. 75
unidAdE ii
presTação de conTas...................................................................................................................... 90
CAPítulo 1
Formalidade e documenTação ...................................................................................... 94
unidAdE iii
esBoço ........................................................................................................................................... 100
CAPítulo 1
elaBoração do esBoço ................................................................................................. 100
CAPítulo 2
a maTemáTica uTilizada para apuração dos quinhões ................................................. 108
unidAdE iv
parTe práTica .................................................................................................................................. 116
CAPítulo 1
conceiTos Básicos .......................................................................................................... 116
rEfErênCiAS ................................................................................................................................ 127
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
introdução
A área de Sucessões foi uma das mais atingidas pelas mudanças introduzidas pelo 
Novo Código Civil. Mas, antes mesmo destas mudanças, ainda sob a vigência do Código 
Civil de 1916, já se fazia sentir a carência de material de estudo atualizado na área de 
Sucessões.
Neste material, o aluno encontrará material teórico contendo a abordagem dos 
principais tópicos de Direito das Sucessões: sucessão testamentária, sucessão 
legítima, capacidade sucessória, exclusão do direito à herança, aceitação e renúncia 
à herança, inventário e partilha com todos os passos para elaboração do esboço de 
partilha e noções de matemática visando à apuração dos quinhões, dentre outros 
tópicos de interesse.
Para facilitar a consulta, à medida que esses temas são enfrentados, os dispositivos 
legais pertinentes são transcritos, ao mesmo tempo em que também são apresentados 
quadros-resumo, para auxiliar a fixação do conteúdo.
Outrossim, em atenção ao fato de que o inventariante está obrigado a prestar contas 
no período da inventariança, foi destinado um capítulo à prestação de contas, onde, 
além de esclarecimentos quanto à forma e documentação, são apresentados quadros 
demonstrativos da prestação de contas sob forma mercantil, de acordo com a legislação 
específica.
Por fim, na parte prática são apresentados, detalhadamente, os cálculos das quotas 
a serem atribuídas à meeira e aos herdeiros por ocasião da partilha dos bens. Tais 
cálculos são apresentados em frações e em percentuais e vêm acompanhados de textos 
elucidativos e gráficos que facilitam o entendimento do leitor.
Em resumo, apresenta-se o Direito de Sucessões de forma inovadora, valorizando-se 
necessidades cotidianas dos que labutam na área jurídica, com o enfrentamento das 
questões práticas que lhe são ínsitas, inclusive as controversas. 
9
objetivos
 » Promover o estudo lógico-sistemático do Código Civil, de modo a 
proporcionar um entendimento geral da correlação da parte geral com 
as diferentes matérias do código e delas entre si, particularmente entre o 
Direito de Família, Obrigaçõese Sucessões.
 » Explicar o estado atual do Direito de Sucessões no Brasil, em especial, 
levando em conta as inovações trazidas a efeito com o advento do vigente 
Código Civil e também da legislação posterior aplicável ao tema.
 » Proporcionar ao aluno conhecimentos fundamentais e avançados dos 
conteúdos e dos institutos concernentes ao Direito das Sucessões.
 » Preparar o aluno para a advocacia judicial e extrajudicial na área de Direito 
das Sucessões, com destaque para a correta apreensão dos principais atos 
processuais e incidentes.
 » Estudar, analisar e compreender a doutrina e a jurisprudência pátria, 
acerca da matéria pelos Tribunais estaduais e pelo Superior Tribunal de 
Justiça.
10
11
unidAdE i
tEoriA gErAl 
do dirEito dAS 
SuCESSõES
CAPítulo 1
direito das Sucessões
Segundo CLOVIS BEVILÁQUA “o direito das sucessões vem a ser o conjunto de normas 
que disciplinam a transferência do patrimônio de alguém, depois de sua morte, ao 
herdeiro, em virtude de lei ou testamento”.
O direito de herdar consta de cláusula pétrea da Constituição Federal em seu art. 5o, 
XXX (é garantido o direito de herança1).
O direito das sucessões divide-se em quatro grandes partes:
1. Da Sucessão em geral;
2. Da Sucessão legítima;
3. Da Sucessão testamentária;
4. Do Inventário e da Partilha.
As sucessões, em sentido amplo, classificam-se em dois grandes grupos: Sucessão inter 
vivos2 e Sucessão mortis causa3.
O Direito das Sucessões abrange apenas a sucessão em virtude da morte de alguém 
– mortis causa -, diferenciando-se da outra forma, que se denomina inter vivos, por 
abranger a sucessão ocorrida entre pessoas vivas, como acontece com as doações, 
compra e venda, cessões de direito e etc4.
1 Termo referente à universalidade de bens, patrimônio do falecido.
2 Entre vivos.
3 Por causa da morte.
4 AMORIM, Sebastião, OLIVEIRA, Euclides de. Inventários e Partilhas, 16ª ed., São Paulo, Livraria e Editora Universitária de 
Direito, 2003, p. 34.
12
UNIDADE I │ TEorIA GErAl Do DIrEITo DAs sUcEssõEs
Classificações
da Sucessão testamentária
É aquela oriunda de testamento válido ou declaração de última vontade. Se o testador 
tiver herdeiros necessários (CC, art. 1845 e 1846) só poderá dispor de metade (CC, 
art. 1789) dos seus bens, uma vez que a outra metade constitui-se a legítima daqueles 
herdeiros, a menos que sejam deserdados (CC, art. 1961). A outra parte é chamada de 
porção disponível, da qual pode livremente dispor o testador com a exceção dos art. 
1850 do CC, que estabelece a incapacidade testamentária passiva.
CC
Art 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.
Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor 
da metade da herança.
Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes 
e o cônjuge.
Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a 
metade dos bens da herança, constituindo a legítima.
Art. 1.850. Para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que o 
testador disponha de seu patrimônio sem os contemplar.
Art. 1.961. Os herdeiros necessários podem ser privados de sua legítima, 
ou deserdados, em todos os casos em que podem ser excluídos da 
sucessão.
da Sucessão legítima ou ab intestato
É a que se cumpre por força de lei, baseia-se na ordem de vocação hereditária, sendo 
os herdeiros determinados segundo normas jurídicas. É definida como a ordem de 
chamamento dos herdeiros que sucederão o de cujus, quando ocorre o falecimento sem 
testamento, ou falecimento ab intestato.
Resultante de lei nos casos de ausência, nulidade, anulabilidade ou caducidade de 
testamento (CC, arts. 1.786 a 1.788), passando o patrimônio do falecido às pessoas 
indicadas pela lei, obedecendo a ordem de vocação hereditária (CC, art. 1.829).
13
Teoria Geral do direiTo das sucessões │ uNidade i
CC
Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.
Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente 
ao tempo da abertura daquela.
Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança 
aos herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não 
forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se 
o testamento caducar, ou for julgado nulo.
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, 
salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, 
ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); 
ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver 
deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
A ordem de vocação hereditária é o elenco de herdeiros estabelecidos pelo ordenamento, 
de tal forma que os primeiros, progressivamente, excluem os subsequentes.
A sucessão legítima representa a vontade presumida do de cujus de transmitir o seu 
patrimônio para as pessoas indicadas na lei, se outra fosse sua intenção teria deixado 
testamento.
Os herdeiros legítimos concorrem à herança na seguinte ordem:
I. aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se 
casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da 
separação obrigatória de bens (CC, art. 1.640, parágrafo único); ou se, 
no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado 
bens particulares;
II. aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III. ao cônjuge sobrevivente;
IV. aos colaterais.
14
UNIDADE I │ TEorIA GErAl Do DIrEITo DAs sUcEssõEs
Obs.: O consorte supérstite concorre com ascendentes e descendentes e passou a ser 
herdeiro necessário com o advento do Novo Código Civil5. Antes só ascendentes e 
descendentes eram chamados herdeiros necessários.
O cônjuge supérstite tem o mesmo tratamento que recebem os herdeiros sem prejuízo 
da parte que lhe caiba na herança (meação) e independente do regime de bens.
Herdeiros necessários são os contemplados no artigo 1.845 CC, os quais são: 
descendentes, ascendentes e cônjuge.
A sucessão legítima defere-se na ordem do artigo 1.829 do CC, mas, não é absoluta. (ver 
o artigo 5o, inciso XXXI da Constituição Federal).
Os filhos, legítimos ou adotivos, herdam em igualdade de condições (art. 227, § 6o da 
CF; ECA, art. 41 Lei 8069/1990).
CC
Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes 
e o cônjuge.
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, 
salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, 
ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); 
ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver 
deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
CF
Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos ternos seguintes:
XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será 
regulamentada pela lei brasileira em beneficio do cônjuge ou dos seus 
5 AMORIM, Sebastião, OLIVEIRA, Euclides de. Inventários e Partilhas, 16. ed., São Paulo, Livraria e Editora Universitária de 
Direito, 2003, p. 79. 
15
Teoria Geral do direiTo das sucessões │ uNidade i
filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal 
do de cujus;
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à 
criança e ao adolescente,com absoluta prioridade, o direito à vida, 
à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à 
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e 
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
§6o Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por 
adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer 
designações discriminatórias relativas à filiação.
Lei 8069/1990 – ECA
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos 
direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer 
vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais. 
§ 1o Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-
se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do 
adotante e os respectivos parentes. 
§ 2o É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, 
o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 4o grau, 
observada a ordem de vocação hereditária.
Sucessão dos descendentes
Os descendentes são os herdeiros chamados em primeiro lugar, estes adquirindo os 
bens por direito próprio ou por cabeça, conhecidos como herdeiros necessários. É 
importante frisar que o cônjuge, dependendo do regime de casamento, concorre com 
os descendentes. 
CC
Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1829, I) caberá ao 
cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a 
sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos 
herdeiros com que concorrer.
16
UNIDADE I │ TEorIA GErAl Do DIrEITo DAs sUcEssõEs
Sucessão do Companheiro
No caso do de cujus ter deixado convivente, ele participará da sucessão apenas quanto 
aos bens adquiridos onerosamente durante o período da união estável. O companheiro 
concorre com os filhos comuns, e tem o direito a uma fração igual a que a lei atribui a 
estes. Caso ocorra a partilha só com descendentes do autor da herança ele terá direito à 
metade do que couber a cada um dos herdeiros (CC, art. 1.790, I e II). 
CC
Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do 
outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união 
estável, nas condições seguintes:
I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente 
à que por lei for atribuída ao filho;
II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á 
a metade do que couber a cada um daqueles;
III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um 
terço da herança;
IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da 
herança.
Sucessão dos Ascendentes
Só ocorre quando o de cujus não tiver deixado descendentes, neste caso os ascendentes 
herdarão partes iguais do quinhão. Caso haja só um dos genitores vivos, este herdará 
a totalidade do patrimônio partilhado. Ocorrendo a falta de genitores vivos, os bens 
serão partilhados entre as linhas materna e paterna em partes iguais, segundo o art. 
1836, § 2o.
No caso do cônjuge concorrer com os ascendentes em primeiro grau tocará a este um 
terço da herança, e caso só tenha um dos ascendentes vivo ou ascendentes de grau 
maior que o primeiro, caberá a ele a metade da herança (CC, art. 1.837).
CC
Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os 
ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente.
§1o Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais 
remoto, sem distinção de linhas.
17
Teoria Geral do direiTo das sucessões │ uNidade i
§2o Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes 
da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha 
materna.
Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge 
tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um 
só ascendente, ou se maior for aquele grau.
Sucessão do Cônjuge
Ocorre quando não tendo o de cujus deixado descendentes ou ascendente. O cônjuge 
poderá ser herdeiro, observado o regime de casamento, e havendo ascendente ou 
descendente, concorrerá com estes, segundo o Novo Código Civil. 
Conforme o art. 1.829, I, o cônjuge sobrevivente não concorrerá com os descendentes 
se for casado com o falecido no regime de comunhão universal de bens ou no regime 
de separação obrigatória (art. 1.640, § único); ou se, no regime da comunhão parcial, o 
autor da herança não houver deixado bens particulares.
O cônjuge somente terá direito sucessório se ao tempo da morte do outro não estavam 
separados judicialmente (conditio sine qua nom6) ou de fato há mais de dois anos, salvo 
prova em contrário neste caso, segundo reza o art. 1.830 do CC.
No caso do casamento putativo o cônjuge de boa fé sucede ao pré-morto se a sentença 
anulatória for posterior ao falecimento do cônjuge. O de má fé nunca sucederá (CC. art. 
1.561, §§ 1o e 2o).
Em relação à concubina pecaminosa não se configura qualquer direito sucessório.
CC
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por 
ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, 
produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória.
§ 1o Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os 
seus efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão.
§ 2o Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os 
seus efeitos civis só aos filhos aproveitarão.
Art. 1.830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge 
sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados 
6 Condição sem a qual não. Indica circunstâncias indispensáveis à validade ou existência de um ato.
18
UNIDADE I │ TEorIA GErAl Do DIrEITo DAs sUcEssõEs
judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, 
neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do 
sobrevivente.
Sucessão dos Colaterais
Ocorre na falta do de cujus ter deixado descendentes, ascendentes, cônjuge ou 
convivente. Será deferida a sucessão aos colaterais até quarto grau. 
Colaterais são aqueles que não descendem diretamente uns dos outros, mas que 
provêm do mesmo tronco, como irmão, tio, sobrinho, primo e etc. (Por Gabriel José P. 
Junqueira).
CC
Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número 
de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um 
dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o 
outro parente.
Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os 
mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de 
irmãos.
Art. 1.841. Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com 
irmãos unilaterais, cada um destes herdará metade do que cada um 
daqueles herdar.
Art. 1.842. Não concorrendo à herança irmão bilateral, herdarão, em 
partes iguais, os unilaterais. 
Art. 1.843. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os 
havendo, os tios.
§ 1o Se concorrerem à herança somente filhos de irmãos falecidos, 
herdarão por cabeça.
§ 2o Se concorrem filhos de irmãos bilaterais com filhos de irmãos 
unilaterais, cada um destes herdará a metade do que herdar cada um 
daqueles.
§ 3o Se todos forem filhos de irmãos bilaterais, ou todos de irmãos 
unilaterais, herdarão por igual.
19
Teoria Geral do direiTo das sucessões │ uNidade i
Sucessão do Município, distrito federal e união
É necessária uma sentença de vacância, e que se aguarde a prazo de cinco anos da 
abertura da sucessão. Não é reconhecido o direito de saisine, pois na realidade, o Poder 
Público não é herdeiro, apenas recolhe a herança na falta de herdeiros. 
CC
Art. 1.844. Não sobrevivendo cônjuge,ou companheiro, nem parente 
algum sucessível, ou tendo eles renunciado a herança, esta se devolve 
ao Município ou ao Distrito Federal, se localizada nas respectivas 
circunscrições, ou à União, quando situada em território federal.
Sucessão a título universal
É aquela em que ocorre a transferência da totalidade da herança para o herdeiro do 
de cujus que passa a representá-lo sub-rogando-se7 no ativo e passivo da herança 
(sub-rogação abstrata).
Sucessão a título Singular
É aquela em que o testador transfere ao beneficiário apenas objetos certos e 
determinados. Aqui o beneficiário não representa o sucedido, pois não responde pelas 
dívidas do de cujus, só relativo à parte que lhe coube (sub-rogação concreta).
linhas e graus de parentesco
Segundo ARNOLDO WALD8 há parentesco em linha reta quando as pessoas 
descendem umas das outras, como, por exemplo, dos filhos dos pais, os netos dos 
avós (CC, art. 1.591).
Parentesco em linha colateral é o existente entre indivíduos que, sem descender uns dos 
outros, têm, todavia, um ascendente comum. Desta forma, dois irmãos, sendo filhos 
dos mesmos pais, são parentes em linha colateral. O grau de parentesco é o número de 
gerações que separam os parentes.
Na linha reta ascendente, toda pessoa tem duas linhas parentais: a linha paterna e a 
linha materna.
7 Substituir, tomar lugar de outrem.
8 WALD, Arnoldo. O Novo Direito de Família. São Paulo: Saraiva, 2004. p. 39.
20
UNIDADE I │ TEorIA GErAl Do DIrEITo DAs sUcEssõEs
Na linha reta descendente, surgem subgrupos denominados estirpes9, abrangendo 
todas as pessoas oriundas de um mesmo descendente. Assim, quando nossos filhos têm 
descendentes, os descendentes de cada um dos nossos filhos constituem uma estirpe. 
Tal conceituação das estirpes é importante no campo do direito sucessório, de forma 
que, pode a sucessão ser por cabeça (há três filhos e cada um recebe 1/3 da herança), ou 
por estirpe (dos três filhos, um faleceu, mas deixou dois filhos, netos dos de cujus. 
A herança então, será dividida por estirpe, concorrendo filhos e netos).
A contagem do grau de parentesco na linha reta é feita antendendo-se ao número de 
gerações. Assim, pai e filho são parentes em primeiro grau na linha reta, avô e neto são 
parentes em segundo grau na mesma linha.
Na linha colateral a conta-se o número de gerações entre um dos parentes e o antepassado 
comum e depois entre este e o outro parente. Assim, dois irmãos são parentes em 
segundo grau na linha colateral, dois primos (filhos de dois irmãos) são parentes em 
quarto grau. 
DESCENDENTES LINHA RETA ASCENDENTES LINHA RETA
PAI FILHO
1o grau FILHO PAI
2 o grau NETO AVÔ
3o grau BISNETO BISAVÔ
COLATERAIS
1o grau NÃO EXISTE
2 o grau ENTRE IRMÃOS
3o grau TIO e SOBRINHO
4o grau ENTRE PRIMOS
Fonte: elaborado pelo autor.
OBSERVAÇÃO: O Código Civil de 2002 apenas reconhece o parentesco em linha 
colateral até o 4o grau (art. 1.592).
O parentesco entre irmãos pode ser bilateral ou unilateral. É bilateral quando existente 
tanto pela linha materna quanto pela paterna e unilateral quando existe somente 
por uma das linhas. Assim, dois irmãos filhos do mesmo pai e mãe são bilaterais ou 
germanos e irmãos filhos de mães diversas e mesmo pai são irmãos unilaterais. 
CC
Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para 
com as outras na relação de ascendentes e descendentes.
Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto 
grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma 
da outra.
9 Do latim stirpes (tronco, raiz, cepa), é indica a linhagem provinda de um tronco, ou as pessoas, por direito de representação, 
sucedem uma outra.
21
Teoria Geral do direiTo das sucessões │ uNidade i
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de 
consanguinidade ou outra origem.
Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número 
de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um 
dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o 
outro parente.
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro 
pelo vínculo da afinidade.
§ 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos 
descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro.
§ 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do 
casamento ou da união estável.
do direito de representação
Ocorre quando os descendentes de uma pessoa falecida são chamados a substituí-
la na qualidade de herdeiros, considerando-se do mesmo grau que a representada e 
exercendo, em sua plenitude, o direito hereditário, o qual competia à falecida.
O direito de representação dá-se na sucessão legítima, em linha reta descendente (CC, 
art. 1.852), na linha colateral apenas em favor dos filhos dos irmãos do falecido.
Sendo assim, para haver o direito de representação é necessário:
 » O representado ter falecido antes do de cujus, salvo na hipótese do artigo 
1.816 CC.
 » Ter o representante legitimidade de herdar do representado no instante 
da abertura da sucessão.
 » Descender o representante do representado (art. 1.852 e 1.829, II CC.).
CC
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do 
herdeiro excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura 
da sucessão.
22
UNIDADE I │ TEorIA GErAl Do DIrEITo DAs sUcEssõEs
Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou 
à administração dos bens que a seus sucessores couberem na herança, 
nem à sucessão eventual desses bens.
Art. 1.851. Dá-se o direito de representação, quando a lei chama 
certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele 
sucederia, se vivo fosse.
Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, 
mas nunca na ascendente.
Art. 1.853. Na linha transversal, somente se dá o direito de representação 
em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste 
concorrerem.
Art. 1.854. Os representantes só podem herdar, como tais, o que 
herdaria o representado, se vivo fosse.
Art. 1.855. O quinhão do representado partir-se-á por igual entre os 
representantes.
Art. 1.856. O renunciante à herança de uma pessoa poderá representá-
la na sucessão de outra.
da transmissão da herança
O ponto de partida do direito hereditário é a abertura da sucessão, onde se defere 
a herança a quem de direito. Aberta a sucessão há o deferimento da herança aos 
sucessíveis imediatamente. Ao oferecimento da herança aos sucessíveis dá-se o nome 
de delação, havendo a renúncia ao direito sucessório, ocorre a delação sucessível, 
defere-se novamente a sucessão aos outros herdeiros. 
A herança se transmite aos herdeiros na data da morte do autor da herança, transmitindo-
se ipso iure10, sem solução de continuidade, a propriedade e a posse de bens do falecido 
aos herdeiros sucessíveis, legítimos ou testamentários, que estejam vivos naquele 
momento, independente de qualquer ato.
CC
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos 
herdeiros legítimos e testamentários.
Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não 
se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, 
presumir-se-ão simultaneamente mortos.
10 Pelo próprio direito, sem intervenção da parte.
23
Teoria Geral do direiTo das sucessões │ uNidade i
Por isso, é importante a fixação exata do dia e da hora do óbito, uma vez que uma 
precedência qualquer, mesmo que de segundos, influi na transmissão do espólio 
hereditário. Caso faleçam mais de uma pessoa na mesma ocasião (desastre, incêndio, 
desabamento, etc.) é preciso verificar,se possível, quem morreu primeiro para se deferir 
a sucessão, quando entre elas existiam relações de direito. 
Comoriência
Morte simultânea de duas ou mais pessoas, presumível sempre que não se possa 
averiguar quem faleceu primeiro, para o efeito de sucessão (CC, art. 8o).
Exemplo extraído da pág. 30 do Livro “Inventários e Partilhas” de Sebastião Amorim e 
Euclides de Oliveira, com adaptações.
 » José e Mônica (marido e mulher) faleceram simultaneamente num 
desastre de carro, sem deixar descendentes ou ascendentes. Tendo havido 
comoriência, nem o marido herda da mulher, nem esta herda daquele. 
Assim sendo, os bens que eram de João e Maria irão, respectivamente, 
para os seus parentes colaterais. Provando-se que não houve comoriência, 
que José faleceu antes de Mônica, os bens deixados por ele seriam 
transmitidos à sua esposa (Mônica) e esta, em seguida, com sua morte, 
os transmitiria exclusivamente aos parentes colaterais dela.
Aplica-se o princípio de saisine , de origem germânica, onde no momento da morte há 
a transmissão aos sucessores do domínio e posse da herança. Ressaltando-se que essa 
posse é indireta já que a posse direta permanece com o administrador provisório e após 
com o inventariante. (arts. 1.207 CC, 1.797 CC e arts. 617 e 618 nCPC).
São consectários do Princípio da saisine: - regula a sucessão e a legitimação para suceder 
a lei vigente ao tempo da abertura daquela (art. 1787 CC) e – o herdeiro que sobreviver 
ao de cujus, ainda que por um instante, herda os bens deixados por este e os transmite 
aos seus sucessores, se falecer em seguida.
Os sucessores podem ser classificados em:
 » Herdeiro legítimo: é o herdeiro natural, isto é, aquele que é reconhecido 
pela lei e como tal é convocado para partilhar da herança.
 » Herdeiro testamentário: é o que é instituído por testamento, para tal 
não se exigindo qualquer vínculo de parentesco entre o descendente e o 
sucessor.
24
UNIDADE I │ TEorIA GErAl Do DIrEITo DAs sUcEssõEs
 » Herdeiro necessário: descendente, ascendente e cônjuge recebem a 
legítima.
 » Herdeiro universal: recebe a totalidade da herança.
 » Legatário: pessoa contemplada pelo testador com coisa certa e 
individualizada, chamada também de sucessão a título singular11. 
Petitio hereditatis – Ação de petição de herança é a que pode ser intentada pelo 
herdeiro com a finalidade de ser reconhecido o direito sucessório e obter então a 
restituição – no todo ou em parte – de quem a possua, na qualidade de herdeiro, 
ou mesmo sem título. Esta ação é direito real, tendo em vista que o autor visa 
obter o seu direito de propriedade. O réu, nessa ação, é a pessoa que está na 
posse da herança, como se fosse herdeiro (possuidor pro herede), aparentando 
a qualidade e assumindo a posição de herdeiro, sem ser na verdade, ou tem a 
posse de bens hereditários sem título algum que justifique.
Quando o possuidor da herança ou de qualquer bem do espólio tem posse 
fundada em algum título, o herdeiro não pode fazer valer o seu direito com ação 
de petição de herança, devendo utilizar-se de outra ação adequada.
o objeto da sucessão hereditária
Herança é o patrimônio do falecido, o conjunto de direitos e deveres que se transmite 
aos herdeiros legítimos ou testamentários, exceto se forem personalíssimos ou inerentes 
à pessoa do de cujus, tais como: o uso, o usufruto, as obrigações alimentares, a tutela, a 
curatela, cargo público, responsabilidade penal, os quais extinguem-se juntamente com 
a morte da pessoa detentora desses direitos. 
Em sentido restrito, a herança é composta pelos bens alodiais, ou seja, bens partíveis. 
Mesmo que não haja objetos materiais que a componham, existe o direito à herança. 
A herança é também chamada de espólio, ou monte, constitui uma universalidade de 
direitos (universitas juris), um patrimônio único, representado pelo inventariante até a 
homologação da partilha. Se houver mais de um herdeiro, o direito de cada um, relativo 
ao domínio e à posse do monte hereditário, permanecerá indivisível até a conclusão da 
partilha, havendo um regime de condomínio forçado (CC 1.794 a 1.795).
Somente após a homologação da partilha cada herdeiro receberá seu quinhão, o qual 
poderá ser em partes definidas ou em partes ideais. Caso algum herdeiro queira alienar 
11 A expressão “sucessor” é gênero do qual herdeiros e legatário são espécies.
25
Teoria Geral do direiTo das sucessões │ uNidade i
a sua parte na herança, só poderá fazê-lo por meio de Cessão de Direitos Hereditários 
e por instrumento público.
CC
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações 
jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico. (CC 1916 – art. 57).
Art. 1.794. O co-herdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a 
pessoa estranha à sucessão, se outro co-herdeiro a quiser, tanto por 
tanto.
Art. 1.795. O co-herdeiro, a quem não se der conhecimento da cessão, 
poderá, depositado o preço, haver para si a quota cedida a estranho, se 
o requerer até cento e oitenta dias após a transmissão.
Parágrafo único. Sendo vários os co-herdeiros a exercer a preferência, 
entre eles se distribuirá o quinhão cedido, na proporção das respectivas 
quotas hereditárias.
26
CAPítulo 2
da capacidade para suceder, 
exclusão, deserdação, aceitação e 
renúncia à herança
A capacidade de suceder é a aptidão para receber os bens deixados pelo de cujus no 
tempo da abertura da sucessão. 
É necessário haver os seguintes pressupostos para a abertura da sucessão:
 » morte do de cujus;
 » sobrevivência do sucessor (ainda que por segundos);
 » herdeiros pertencentes à espécie humana;
 » fundamento ou título jurídico do direito do herdeiro.
A lei vigente ao tempo da abertura da sucessão é a que fixa a capacidade sucessória do 
herdeiro. A lei do dia do óbito é que rege a sucessão e os direitos dos sucessores (CC 
art. 1.787).
CC
Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente 
ao tempo da abertura daquela.
Exclusão do direito à herança e incapacidade 
sucessória
O Código civil estabelece em seu art. 1814 casos em que os herdeiros ou legatários 
podem ser excluídos do direito à herança.
Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:
I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio 
doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, 
seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança 
ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou 
companheiro;
27
Teoria Geral do direiTo das sucessões │ uNidade i
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o 
autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última 
vontade.
Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses 
casos de indignidade, será declarada por sentença.
Parágrafo único. O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou 
legatário extingue-se em quatro anos, contados da abertura da sucessão.
Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do 
herdeiro excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura 
da sucessão.
Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou 
à administração dos bens que a seus sucessores couberem na herança, 
nem à sucessão eventual desses bens.
A exclusão do herdeiro ou legatário por indignidade não se opera de pleno direito, há de 
ser requerida por quem tenha interesse na sucessão, por meio de ação ordinária.
Indignidade é uma sanção civil, que priva do direito à herança não só o herdeiro, bem 
como o legatário que cometeu os atos reprováveis, taxativamente enumerados em lei. 
As causas de indignidade são as enumeradas no artigo1.814 do CC. 
distinção entre incapacidade sucessória e indignidade.
INCAPACIDADE SUCESSÓRIA INDIGNIDADE
É um fato oriundo do enfraquecimento da personalidade do herdeiro. É uma sanção civil.
A incapacidade sucessória impede que nasça o direito à sucessão. A indignidade obsta a conservação da herança.
O incapaz como nunca foi herdeiro, nada transmite a seus sucessores. O indigno antes do caráter personalíssimo da pena, transmite sua parte 
na herança, como morto fosse antes da abertura da sucessão.
O incapaz não adquire a herança em momento algum. O indigno a adquire quando da abertura da sucessão, vindo a perdê-la 
com o trânsito em julgado de sentença declaratória de sua indignidade.
Fonte: elaborado pelo autor.
deserdação
A deserdação é a única forma que tem o autor da herança para afastar dos herdeiros 
necessários o direito à sucessão hereditária. Os motivos da deserdação são os mesmos 
da indignidade, acrescidos com o artigo 1.963 CC, por isso, deserdação confunde-se 
com indignidade, mas ambas possuem distinções evidentes.
28
UNIDADE I │ TEorIA GErAl Do DIrEITo DAs sUcEssõEs
A deserdação será considerada nula se não for provada (CC, art. 1.965) e esse direito 
caduca em quatro anos a contar da data da abertura do testamento, conforme § único 
do art. 1965.
CC
Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a 
deserdação dos ascendentes pelos descendentes:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do 
neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta;
IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave 
enfermidade.
Art. 1.965. Ao herdeiro instituído, ou àquele a quem aproveite a 
deserdação, incumbe provar a veracidade da causa alegada pelo 
testador.
Parágrafo único. O direito de provar a causa da deserdação extingue-se 
no prazo de quatro anos, a contar da data da abertura do testamento.
distinção entre indignidade e deserdação.
INDIGNIDADE DESERDAÇÃO
Funda-se exclusivamente no art. 1.814 do CC. Independe da vontade do 
de cujus.
Depende exclusivamente da vontade do autor da herança, 
fundamentando os motivos nos artigos 1.814, 1962 e 1963 do CC.
É própria da sucessão legítima, embora alcance o legatário. Só opera na seara da sucessão testamentária. 
Priva da sucessão herdeiros legítimos, necessários ou não, e 
testamentários.
È o instrumento utilizado pelo autor da herança para excluir da sucessão 
os seus herdeiros necessários.
Motivos da indignidade são válidos para a deserdação. Nem todos os motivos da deserdação configuram a indignidade.
Fonte: elaborado pelo autor.
CC
Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a 
deserdação dos descendentes por seus ascendentes:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto;
29
Teoria Geral do direiTo das sucessões │ uNidade i
IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave 
enfermidade.
Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a 
deserdação dos ascendentes pelos descendentes:
I - ofensa física;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do 
neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta;
IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave 
enfermidade.
Aceitação da herança
Segundo Washington de Barros Monteiro12 é o ato jurídico pelo qual a pessoa chamada 
a suceder declara que deseja ser herdeiro e recolher a herança13.
É o ato jurídico pelo qual o herdeiro legítimo ou testamentário manifesta sua 
vontade de acolher a herança que lhe é transmitida (art. 1804). Ato que não necessita 
ser comunicado a quem quer que seja, diz-se ato não receptício, produz efeito 
independentemente do conhecimento de terceiros. A aceitação pode ser expressa ou 
tácita, conforme art. 1.805 CC. 
CC
Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao 
herdeiro, desde a abertura da sucessão.
Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o 
herdeiro renuncia à herança.
12 MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito Civil, Direito das Sucessões, Vol. 6, 35ª edição, São Paulo, Editora 
Saraiva, 2003, p. 50.
13 Semel heres semper heres:uma vez herdeiro sempre herdeiro, art. 1812 “são irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia 
de herança”.
30
UNIDADE I │ TEorIA GErAl Do DIrEITo DAs sUcEssõEs
modos de aceitação da herança.
QUANTO À FORMA QUANTO À PESSOA QUE A MANIFESTA
Expressa: dá-se por escrito, por instrumento particular ou público. Direta: oriunda do próprio herdeiro.
Tácita: quando o herdeiro demonstra de forma inequívoca que tem 
intenção de aceitar, pratica atos como a contratação de um advogado, 
aceita o cargo de inventariante. O simples ato de omissão implica 
aceitação.
OBS: Não se constitui aceitação tácita os atos meramente oficiosos 
(funeral do finado p.ex.). 
Indireta: quando feita por pessoa diversa da pessoa do herdeiro, 
podendo ser feita pelos seus sucessores no caso do herdeiro falecer 
antes de aceitar a herança (CC. Art. 1.809, parágrafo único); pelo 
curador ou tutor (CC. Art. 1.748, II); pelos credores (CC. Art. 1.813) ou 
por mandatário ou gestor de negócios.
Presumida: quando o herdeiro após a notificação judicial não se 
manifesta sobre a aceitação ou não da herança.
Decorrendo o prazo de 30 dias e o mesmo não se manifestar dá-se por 
aceita a herança.
Fonte: elaborado pelo autor.
CC
Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por 
declaração escrita; quando tácita, há de resultar tão-somente de atos 
próprios da qualidade de herdeiro.
§ 1o Não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o 
funeral do finado, os meramente conservatórios, ou os de administração 
e guarda provisória.
§ 2o Não importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, 
da herança, aos demais co-herdeiros.
Art. 1.807. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou não, 
a herança, poderá, vinte dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz 
prazo razoável, não maior de trinta dias, para, nele, se pronunciar o 
herdeiro, sob pena de se haver a herança por aceita.
Art. 1.809. Falecendo o herdeiro antes de declarar se aceita a herança, 
o poder de aceitar passa-lhe aos herdeiros, a menos que se trate de 
vocação adstrita a uma condição suspensiva, ainda não verificada.
Parágrafo único. Os chamados à sucessão do herdeiro falecido antes 
da aceitação, desde que concordem em receber a segunda herança, 
poderão aceitar ou renunciar a primeira.
Art. 1.813. Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando 
à herança, poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do 
renunciante.
31
Teoria Geral do direiTo das sucessões │ uNidade i
§ 1o A habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias seguintes 
ao conhecimento do fato.
§ 2o Pagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia quanto ao 
remanescente, que será devolvido aos demais herdeiros.
Art. 1.947. O testador pode substituir outra pessoa ao herdeiro ou ao 
legatário nomeado, para o caso de um ou outro não querer ou não poder 
aceitar a herança ou o legado, presumindo-se que a substituição foi 
determinada para as duas alternativas, ainda que o testador só a uma 
se refira.
renúncia da herança
É um ato solene, e difere da aceitação que dispensa formalidade especial. A renúncia, 
por tratar-se de negócio jurídico de despojamento de direitos, é cercada de cautelas 
pela lei. Deverá ser expressa e por ser um ato solene depende de forma prescrita em lei 
(CC, art. 1.806):
 » por escritura pública;
 » por termo nos autos, onde se torna desnecessária a sua homologação.A renúncia deve ser ato puro e simples, não podendo constar condição ou termo, 
pois, caso conste cláusula criando ônus, se a renúncia é modal, ou se há declaração 
favorecendo mais a um herdeiro que outro, não há que se falar em renúncia. Em favor 
de pessoa determinada é ato de cessão de herança ou doação; não é renúncia.
O herdeiro que aceita herança e depois a renuncia, este segundo ato não é mais renúncia 
da herança, mas transmissão inter vivos.
requisitos da renúncia
 » capacidade jurídica;
 » forma prescrita em lei (CC. Art. 1.806);
 » inadmissibilidade de condição ou termo (CC. Art. 1.808);
 » não ter praticado ato compatível com aceitação;
 » impossibilidade de repúdio parcial ( CC. Art 1.808);
 » objeto lícito ( CC. Art. 1.813, §§ 1o e 2o );
 » abertura da sucessão.
32
UNIDADE I │ TEorIA GErAl Do DIrEITo DAs sUcEssõEs
CC
Art. 1.806. A renúncia da herança deve constar expressamente de 
instrumento público ou termo judicial.
Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob 
condição ou a termo.
§ 1o O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los, renunciando 
a herança; ou, aceitando-a, repudiá-los.
§ 2o O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão 
hereditário, sob títulos sucessórios diversos, pode livremente deliberar 
quanto aos quinhões que aceita e aos que renuncia.
Art. 1.813. Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando 
à herança, poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do 
renunciante.
§ 1o A habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias seguintes 
ao conhecimento do fato.
§ 2o Pagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia quanto ao 
remanescente, que será devolvido aos demais herdeiros.
Efeitos da renúncia
Depois de formalizada a renúncia, ela retroage ao tempo da abertura da sucessão e 
produz os seguintes efeitos:
 » afasta o renunciante da sucessão;
 » o renunciante tem o tratamento dado como se não tivesse sido chamado à 
sucessão, como se jamais houvesse sido herdeiro. (CC. Art. 1.804);
 » o quinhão do renunciado vai para os herdeiros de mesma classe e não para 
os seus ascendentes ou descendentes, e caso não haja herdeiros de mesma 
classe o quinhão renunciado irá aos herdeiros da classe subsequente (CC. 
Art. 1.810);
 » o renunciante não perde o direito de administração e ao usufruto dos 
bens que, pelo seu repúdio, foram transmitidos aos seus filhos menores;
 » o que repudia a herança não esta impedido de aceitar legado (CC. Art. 
1.808, § 1o).
33
Teoria Geral do direiTo das sucessões │ uNidade i
 » os descendentes não podem representar o renunciante na sucessão do 
ascendente (CC, art. 1811);
OBS.: A renúncia e anulável se houver erro, dolo ou coação, mas dependerá 
sempre de ação judicial. ( CC art. 1.812).
CC
Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob 
condição ou a termo.
§ 1o O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los, renunciando 
a herança; ou, aceitando-a, repudiá-los.
§ 2o O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão 
hereditário, sob títulos sucessórios diversos, pode livremente deliberar 
quanto aos quinhões que aceita e aos que renuncia.
Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. 
Se, porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da 
mesma classe renunciarem a herança, poderão os filhos vir à sucessão, 
por direito próprio, e por cabeça.
Art. 1.812. São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da 
herança.
Cessão da Herança
O herdeiro legítimo ou testamentário pode ceder, gratuita ou onerosamente, seus 
direitos hereditários, transferindo-os a outro herdeiro, legatário ou pessoa estranha 
à herança, é a chamada Cessão de direitos hereditários. Essa transferência é de cunho 
exclusivamente patrimonial, não há transferência da qualidade de herdeiro.
Herança é o conjunto de bens ou patrimônio deixados por quem faleceu, mesmo que 
ainda não esteja individualizado na quota dos herdeiros. Como a herança é considerada 
imóvel (CC, art. 80, II), o negócio jurídico requer escritura pública, podendo ser a título 
gratuito (espécie de doação) ou oneroso (assemelha-se ao contrato de compra e venda).
Compreende todos os bens, direitos e obrigações, do de cujus, como todas a suas dívidas 
e encargos. O objeto da cessão da herança é a universalidade que foi transferida ao 
herdeiro (CC, 1793).
34
UNIDADE I │ TEorIA GErAl Do DIrEITo DAs sUcEssõEs
CC
Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que 
disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública.
§ 1o Os direitos, conferidos ao herdeiro em consequência de substituição 
ou de direito de acrescer, presumem-se não abrangidos pela cessão feita 
anteriormente.
§ 2o É ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário 
sobre qualquer bem da herança considerado singularmente.
§ 3o Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, 
por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, 
pendente a indivisibilidade.
Art. 1.794. O co-herdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a 
pessoa estranha à sucessão, se outro co-herdeiro a quiser, tanto por 
tanto.
Art. 1.795. O co-herdeiro, a quem não se der conhecimento da cessão, 
poderá, depositado o preço, haver para si a quota cedida a estranho, se 
o requerer até cento e oitenta dias após a transmissão.
Parágrafo único. Sendo vários os co-herdeiros a exercer a preferência, 
entre eles se distribuirá o quinhão cedido, na proporção das respectivas 
quotas hereditárias.
35
CAPítulo 3
Herança Jacente e vacante
BEVILÁQUA14 – define herança jacente15 como aquela cujos herdeiros ainda não são 
conhecidos. A ideia de jacente não se confunde com vacância. O estado de jacência é 
uma passagem fática, transitória. A herança jaz quando não se apresentam herdeiros 
do de cujus para reclamá-la, não sabendo se existem ou não herdeiros. É o caso também 
em que os herdeiros conhecidos repudiaram a herança, renunciaram-na, não existindo 
substitutos.
Da herança jacente, não logrando entregar a herança a um herdeiro, passa-se à 
herança vacante. O Estado a fim de proteger os bens de eventuais herdeiros, ordena a 
sua arrecadação e somente após as diligências legais, não aparecendo herdeiros é que 
a herança é declarada vacante, para o fim de incorporar-se ao patrimônio do Poder 
Público.
Os artigos 1.819 a 1.823 do CC dispõem sobre a herança jacente.
CC
Art. 1.819. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro 
legítimo notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de 
arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de um curador, até a 
sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua 
vacância.
Art. 1.820. Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o 
inventário, serão expedidos editais na forma da lei processual, e, 
decorrido um ano de sua primeira publicação, sem que haja herdeiro 
habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante.
Art. 1.821. É assegurado aos credores o direito de pedir o pagamento 
das dívidas reconhecidas, nos limites das forças da herança.
Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os 
herdeiros que legalmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos 
da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio 
do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas 
14 BEVILÁQUA apud RODRIGUES, Sílvio Rodrigues. Direito civil. Direito das Sucessões, 25. ed., São Paulo, ed. Saraiva, 2002, 
Volume 7, p. 81.
15 Herança jacente – a arrecadação de bens da herança jacente deve abranger todos os bens corpóreos e incorpóreos nela 
integrantes,inclusive direitos possessórios e obrigacionais. (Recurso provido – TJSP – AgI 281.986-1,27-2-96, Relator: 
Donaldo Armelin).
36
UNIDADE I │ TEorIA GErAl Do DIrEITo DAs sUcEssõEs
circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados 
em território federal.
Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os 
colaterais ficarão excluídos da sucessão.
Art. 1.823. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, 
será esta desde logo declarada vacante.
É declarada pela sentença a herança vacante, quando após as formalidades legais do 
art. 1.820 CC não se apresentam herdeiros do de cujus. A condição de herança vacante 
é atribuída por decisão judicial, no reconhecimento de que não há pessoas com direitos 
aos bens que a formam. Em razão da confissão da vacância, passam os bens da herança 
jacente, ao domínio do Estado.
A herança vacante, segundo Sílvio Rodrigues16, é aquela que não foi disputada, com 
êxito, por qualquer herdeiro e que, judicialmente, foi proclamada de ninguém.
Os bens e o patrimônio serão administrados por um curador, a quem incumbe atos 
conservatórios até que apareça um sucessor ou até a declaração de vacância. A 
propriedade transferida ao Poder Público é resolúvel, já que no quinquênio poderá 
ainda surgir algum herdeiro.(CPC. Art. 12, IV).
CPC 
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
VI – a herança jacente ou vacante, por seu curador;
O CPC em seus artigos 738 e seguintes regulamenta uma série de procedimentos a 
serem adotados pelo administrador do espólio, bem como medidas a serem adotadas 
com o objetivo de localizar possíveis herdeiros. 
Art. 738. Nos casos em que a lei considere jacente a herança, o juiz em 
cuja comarca tiver domicílio o falecido procederá imediatamente à 
arrecadação dos respectivos bens.
Art. 739. A herança jacente ficará sob a guarda, a conservação e a 
administração de um curador até a respectiva entrega ao sucessor 
legalmente habilitado ou até a declaração de vacância.
§ 1o Incumbe ao curador:
I - representar a herança em juízo ou fora dele, com intervenção do 
Ministério Público;
16 RODRIGUES, Sílvio Rodrigues. Direito Civil. Direito das Sucessões, 25. ed., São Paulo, Editora Saraiva, 2002, Volume 7, p. 84.
37
Teoria Geral do direiTo das sucessões │ uNidade i
II - ter em boa guarda e conservação os bens arrecadados e promover a 
arrecadação de outros porventura existentes;
III - executar as medidas conservatórias dos direitos da herança;
IV - apresentar mensalmente ao juiz balancete da receita e da despesa;
V - prestar contas ao final de sua gestão.
§ 2o Aplica-se ao curador o disposto nos arts. 159 a 161.
Art. 740. O juiz ordenará que o oficial de justiça, acompanhado do 
escrivão ou do chefe de secretaria e do curador, arrole os bens e 
descreva-os em auto circunstanciado.
§ 1o Não podendo comparecer ao local, o juiz requisitará à autoridade 
policial que proceda à arrecadação e ao arrolamento dos bens, com 2 
(duas) testemunhas, que assistirão às diligências.
§ 2o Não estando ainda nomeado o curador, o juiz designará depositário 
e lhe entregará os bens, mediante simples termo nos autos, depois de 
compromissado.
§ 3o Durante a arrecadação, o juiz ou a autoridade policial inquirirá os 
moradores da casa e da vizinhança sobre a qualificação do falecido, o 
paradeiro de seus sucessores e a existência de outros bens, lavrando-se 
de tudo auto de inquirição e informação.
§ 4o O juiz examinará reservadamente os papéis, as cartas missivas e os 
livros domésticos e, verificando que não apresentam interesse, mandará 
empacotá-los e lacrá-los para serem assim entregues aos sucessores do 
falecido ou queimados quando os bens forem declarados vacantes.
§ 5o Se constar ao juiz a existência de bens em outra comarca, mandará 
expedir carta precatória a fim de serem arrecadados.
§ 6o Não se fará a arrecadação, ou essa será suspensa, quando, iniciada, 
apresentarem-se para reclamar os bens o cônjuge ou companheiro, o 
herdeiro ou o testamenteiro notoriamente reconhecido e não houver 
oposição motivada do curador, de qualquer interessado, do Ministério 
Público ou do representante da Fazenda Pública.
Art. 741. Ultimada a arrecadação, o juiz mandará expedir edital, que 
será publicado na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal 
a que estiver vinculado o juízo e na plataforma de editais do Conselho 
38
UNIDADE I │ TEorIA GErAl Do DIrEITo DAs sUcEssõEs
Nacional de Justiça, onde permanecerá por 3 (três) meses, ou, não 
havendo sítio, no órgão oficial e na imprensa da comarca, por 3 (três) 
vezes com intervalos de 1 (um) mês, para que os sucessores do falecido 
venham a habilitar-se no prazo de 6 (seis) meses contado da primeira 
publicação.
§ 1o Verificada a existência de sucessor ou de testamenteiro em lugar 
certo, far-se-á a sua citação, sem prejuízo do edital.
§ 2o Quando o falecido for estrangeiro, será também comunicado o fato 
à autoridade consular.
§ 3o Julgada a habilitação do herdeiro, reconhecida a qualidade do 
testamenteiro ou provada a identidade do cônjuge ou companheiro, a 
arrecadação converter-se-á em inventário.
§ 4o Os credores da herança poderão habilitar-se como nos inventários 
ou propor a ação de cobrança.
Art. 742. O juiz poderá autorizar a alienação:
I - de bens móveis, se forem de conservação difícil ou dispendiosa;
II - de semoventes, quando não empregados na exploração de alguma 
indústria;
III - de títulos e papéis de crédito, havendo fundado receio de 
depreciação;
IV - de ações de sociedade quando, reclamada a integralização, não 
dispuser a herança de dinheiro para o pagamento;
V - de bens imóveis:
a) se ameaçarem ruína, não convindo a reparação;
b) se estiverem hipotecados e vencer-se a dívida, não havendo dinheiro 
para o pagamento.
§ 1o Não se procederá, entretanto, à venda se a Fazenda Pública ou o 
habilitando adiantar a importância para as despesas.
§ 2o Os bens com valor de afeição, como retratos, objetos de uso pessoal, 
livros e obras de arte, só serão alienados depois de declarada a vacância 
da herança.
39
Teoria Geral do direiTo das sucessões │ uNidade i
Art. 743. Passado 1 (um) ano da primeira publicação do edital e não 
havendo herdeiro habilitado nem habilitação pendente, será a herança 
declarada vacante.
§ 1o Pendendo habilitação, a vacância será declarada pela mesma 
sentença que a julgar improcedente, aguardando-se, no caso de serem 
diversas as habilitações, o julgamento da última.
§ 2o Transitada em julgado a sentença que declarou a vacância, o 
cônjuge, o companheiro, os herdeiros e os credores só poderão reclamar 
o seu direito por ação direta.
Localizados herdeiros e testamenteiro, converterá a arrecadação em inventário regular 
(nCPC, art. 741 e parágrafos ).
CPC
Art. 741. Ultimada a arrecadação, o juiz mandará expedir edital, que 
será publicado na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal 
a que estiver vinculado o juízo e na plataforma de editais do Conselho 
Nacional de Justiça, onde permanecerá por 3 (três) meses, ou, não 
havendo sítio, no órgão oficial e na imprensa da comarca, por 3 (três) 
vezes com intervalos de 1 (um) mês, para que os sucessores do falecido 
venham a habilitar-se no prazo de 6 (seis) meses contado da primeira 
publicação.
§ 1o Verificada a existência de sucessor ou de testamenteiro em lugar 
certo, far-se-á a sua citação, sem prejuízo do edital.
§ 2o Quando o falecido for estrangeiro, será também comunicado o fato 
à autoridade consular.
§ 3o Julgada a habilitação do herdeiro, reconhecida a qualidade do 
testamenteiro ou provada a identidade do cônjuge ou companheiro, a 
arrecadação converter-se-á em inventário.Ocorrendo o repúdio dos herdeiros sucessíveis, decorrido o prazo de um ano após a 
publicação do primeiro edital, será a herança declarada vacante, passando a mesma 
ao domínio público. Contado o prazo após cinco anos da abertura da sucessão os bens 
arrecadados passarão ao domínio do Poder Público. (CC. Arts. 1.822, 1.823;art. 743, 
§ 1o do nCPC.). 
40
UNIDADE I │ TEorIA GErAl Do DIrEITo DAs sUcEssõEs
CC
Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os 
herdeiros que legalmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos 
da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio 
do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas 
circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados 
em território federal.
Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os 
colaterais ficarão excluídos da sucessão.
Art. 1.823. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, 
será esta desde logo declarada vacante.
CPC
Art. 743. Passado 1 (um) ano da primeira publicação do edital e não 
havendo herdeiro habilitado nem habilitação pendente, será a herança 
declarada vacante.
§ 1o Pendendo habilitação, a vacância será declarada pela mesma 
sentença que a julgar improcedente, aguardando-se, no caso de serem 
diversas as habilitações, o julgamento da última.
Declarada a Herança Vacante:
 » Cessam o dever do curador (CPC. Art. 1.143);
CPC
Art. 739. A herança jacente ficará sob a guarda, a conservação e a 
administração de um curador até a respectiva entrega ao sucessor 
legalmente habilitado ou até a declaração de vacância
 » A herança torna-se domínio público após o prazo de 05 anos da abertura 
da sucessão;
 » Os herdeiros podem reclamar os bens antes que se expire o prazo de cinco 
anos da abertura da sucessão;
 » O Estado é obrigado a destinar a verba auferida com a herança a fundações 
destinadas ao desenvolvimento do ensino universitário17.
17 Decreto –lei 8.049/45, art. 3o.
41
CAPítulo 4
inventário e inventariante
Derivado do verbo invenire, do latim, que significa “achar, encontrar, descobrir” é o 
meio técnico de anotar e registrar o que for encontrado, pertencente ao morto, a fim 
de ser atribuído aos seus sucessores. A finalidade do inventário é descrever os bens da 
herança, ativo, passivo, herdeiros, cônjuge, credores, etc.
O Inventário é obrigatoriamente judicial (CPC, art. 982). Mesmo a partilha amigável 
subscrita por herdeiros capazes haverá de ser homologada pelo juiz (CC, art. 2.015).
CPC
Art. 610. Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao 
inventário judicial.
§ 1o Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a partilha 
poderão ser feitos por escritura pública, a qual constituirá documento 
hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de 
importância depositada em instituições financeiras.
§ 2o O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes 
interessadas estiverem assistidas por advogado ou por defensor público, 
cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial.
CC
Art. 2.015. Se os herdeiros forem capazes, poderão fazer partilha 
amigável, por escritura pública, termo nos autos do inventário, ou 
escrito particular, homologado pelo juiz.
O Inventário e a Partilha são matérias dispostas nos artigos 1.991 a 2.027 do Código 
Civil e artigos 610 e seguintes do Código de Processo Civil.
Inventário é o processo judicial que se destina a apurar os bens deixados pelo de cujus 
com a finalidade de proceder-se à partilha18 do montante apurado. É a real demonstração 
da situação econômica do de cujus, onde é levantado o seu ativo e o seu passivo, a fim 
de ser apurado o resultado, o qual será objeto da partilha.
18 Pinto Ferreira: Partilha é a repartição da herança em quinhões entre todos os herdeiros ou legatários do finado.
42
UNIDADE I │ TEorIA GErAl Do DIrEITo DAs sUcEssõEs
Ainda que os sucessores sejam todos maiores e capazes o Novo Código Civil em seu 
artigo 2.015 e nCPC art. 610 rezam que mesmo a partilha amigável haverá de ser 
homologada pelo juiz. 
CC
Art. 2.015. Se os herdeiros forem capazes, poderão fazer partilha 
amigável, por escritura pública, termo nos autos do inventário, ou 
escrito particular, homologado pelo juiz.
Art. 2.027. A partilha é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam, 
em geral, os negócios jurídicos.
Parágrafo único. Extingue-se em um ano o direito de anular a partilha.
CPC
Art. 610. Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao 
inventário judicial.
§ 1o Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a partilha 
poderão ser feitos por escritura pública, a qual constituirá documento 
hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de 
importância depositada em instituições financeiras.
§ 2o O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes 
interessadas estiverem assistidas por advogado ou por defensor público, 
cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial.
inventário negativo
Ocorre quando inexistem bens a serem inventariados e partilhados. A finalidade única, 
ou a mais utilizada é a de eliminar impedimento matrimonial (art. 1.641, I combinado 
com art. 1523, I do Código civil).
CC
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas 
suspensivas da celebração do casamento;
Art. 1.523. Não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não 
fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
43
Teoria Geral do direiTo das sucessões │ uNidade i
tipos de inventário
Há regras específicas que variam conforme a capacidade ou incapacidade civil 
dos herdeiros, a concordância ou não de todos eles na partilha e o valor dos bens 
inventariados.
Solene e tradicional (comum)
Quando há menores ou incapazes, ou maiores que não concordarem com a partilha 
amigável, e desde que os bens atinjam, em qualquer dos casos, valor superior a duas mil 
OTNs (Obrigações do Tesouro Nacional) corrigidos. É de aplicação residual. 
Arrolamento comum
Quando o patrimônio a ser partilhado for igual ou inferior a 1.00 (mil) salários mínimos 
(nCPC, art. 664). Arrolamento sumário: Quando todos os herdeiros forem maiores e 
capazes e estiverem de acordo quanto ao modo e a forma em que a partilha foi proposta 
para homologação do juízo, abrange bens de qualquer valor (nCPC, arts. 659 a 663).
CPC
Art. 659. A partilha amigável, celebrada entre partes capazes, nos 
termos da lei, será homologada de plano pelo juiz, com observância dos 
arts. 660 a 663.
§ 1o O disposto neste artigo aplica-se, também, ao pedido de 
adjudicação, quando houver herdeiro único.
§ 2o Transitada em julgado a sentença de homologação de partilha 
ou de adjudicação, será lavrado o formal de partilha ou elaborada 
a carta de adjudicação e, em seguida, serão expedidos os alvarás 
referentes aos bens e às rendas por ele abrangidos, intimando-se o 
fisco para lançamento administrativo do imposto de transmissão e de 
outros tributos porventura incidentes, conforme dispuser a legislação 
tributária, nos termos do § 2o do art. 662.
Art. 660. Na petição de inventário, que se processará na forma de 
arrolamento sumário, independentemente da lavratura de termos de 
qualquer espécie, os herdeiros:
I - requererão ao juiz a nomeação do inventariante que designarem;
44
UNIDADE I │ TEorIA GErAl Do DIrEITo DAs sUcEssõEs
II - declararão os títulos dos herdeiros e os bens do espólio, observado 
o disposto no art. 630;
III - atribuirão valor aos bens do espólio, para fins de partilha.
Art. 661. Ressalvada a hipótese prevista no parágrafoúnico do art. 
663, não se procederá à avaliação dos bens do espólio para nenhuma 
finalidade.
Art. 662. No arrolamento, não serão conhecidas ou apreciadas questões 
relativas ao lançamento, ao pagamento ou à quitação de taxas judiciárias 
e de tributos incidentes sobre a transmissão da propriedade dos bens 
do espólio.
§ 1o A taxa judiciária, se devida, será calculada com base no valor 
atribuído pelos herdeiros, cabendo ao fisco, se apurar em processo 
administrativo valor diverso do estimado, exigir a eventual diferença 
pelos meios adequados ao lançamento de créditos tributários em geral.
§ 2o O imposto de transmissão será objeto de lançamento administrativo, 
conforme dispuser a legislação tributária, não ficando as autoridades 
fazendárias adstritas aos valores dos bens do espólio atribuídos pelos 
herdeiros.
Art. 663. A existência de credores do espólio não impedirá a homologação 
da partilha ou da adjudicação, se forem reservados bens suficientes 
para o pagamento da dívida.
Parágrafo único. A reserva de bens será realizada pelo valor estimado 
pelas partes, salvo se o credor, regularmente notificado, impugnar a 
estimativa, caso em que se promoverá a avaliação dos bens a serem 
reservados.
local da Abertura do inventário
O processo de inventário tem o objetivo de descrever e apurar os bens deixados pelo de 
cujus, a fim de que se proceda a partilha entre os sucessores.
O artigo 1.785 do CC determina que o lugar de abertura do inventário é o último 
domicílio do de cujus, mas, o novo Código de Processo Civil assinala a existência de 
foros subsidiários .
45
Teoria Geral do direiTo das sucessões │ uNidade i
Se o de cujus teve vários domicílios, todos seriam, em princípio, competentes para 
o processamento do inventário. Nesse caso, prevalece o princípio da prevenção, 
considerando-se competente o foro onde foi primeiro requerido.
CC
Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido.
Art. 1.796. No prazo de trinta dias, a contar da abertura da sucessão, 
instaurar-se-á inventário do patrimônio hereditário, perante o juízo 
competente no lugar da sucessão, para fins de liquidação e, quando for 
o caso, de partilha da herança.
CPC
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o 
competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento 
de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha 
extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o 
óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é 
competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do 
espólio.
Art. 672. É lícita a cumulação de inventários para a partilha de heranças 
de pessoas diversas quando houver:
I - identidade de pessoas entre as quais devam ser repartidos os bens;
II - heranças deixadas pelos dois cônjuges ou companheiros;
III - dependência de uma das partilhas em relação à outra.
Parágrafo único. No caso previsto no inciso III, se a dependência 
for parcial, por haver outros bens, o juiz pode ordenar a tramitação 
separada, se melhor convier ao interesse das partes ou à celeridade 
processual.
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UNIDADE I │ TEorIA GErAl Do DIrEITo DAs sUcEssõEs
Prazo para Abertura
A abertura do inventário deve ser requerida no prazo de 02 (dois) meses a contar do 
óbito, e deve ser ultimado nos doze meses subsequentes (nCPC, art. 611). 
O descumprimento não resultará no indeferimento da abertura do inventário, mas 
os Estados poderão impor multa como pena pela desobediência do prazo. O juiz, a 
requerimento poderá dilatar este prazo.
CPC
Art. 611. O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro 
de 2 (dois) meses, a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 
(doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de 
ofício ou a requerimento de parte.
requerimento de Abertura
O inventário pode ser requerido por quem estiver na posse e administração do espólio 
(nCPC, art.615 ), contudo, com este concorrem todos os relacionados no art. 616 do 
nCPC.
O interessado na herança, devidamente representado, dará início ao processo de 
inventário, o qual solicitará ao juiz a nomeação do inventariante.
CPC
Art. 615. O requerimento de inventário e de partilha incumbe a quem 
estiver na posse e na administração do espólio, no prazo estabelecido 
no art. 611.
Parágrafo único. O requerimento será instruído com a certidão de óbito 
do autor da herança.
Art. 616. Têm, contudo, legitimidade concorrente:
I - o cônjuge ou companheiro supérstite;
II - o herdeiro;
III - o legatário;
IV - o testamenteiro;
V - o cessionário do herdeiro ou do legatário;
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Teoria Geral do direiTo das sucessões │ uNidade i
VI - o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança;
VII - o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes;
VIII - a Fazenda Pública, quando tiver interesse;
IX - o administrador judicial da falência do herdeiro, do legatário, do 
autor da herança ou do cônjuge ou companheiro supérstite
do inventariante
A inventariança é múnus19 público, submetido à fiscalização judicial; o inventariante, 
tendo uma função auxiliar da justiça, adquire a posse direta dos bens do espólio para 
administrá-los, inventariá-los, e partilhá-los entre os herdeiros. (CC, art. 1991).
Qualquer pessoa, que tenha legítimo interesse é apta a requerer a abertura do 
inventário, a saber, aqueles relacionados no art. 616 do nCPC. Tem legitimação 
concorrente aquele que, não sendo nenhuma das pessoas antes indicadas, estiver, 
porém na posse e administração do espólio (nCPC, art. 615). Não se estabelece, 
todavia, uma gradação em sucessividade. Havendo conflito de interesses, a escolha 
do inventariante dever-se-á obedecer à ordem indicada pelo art. 616 do nCPC, salvos 
nos casos excepcionais. 
O inventariante é a pessoa nomeada pelo juiz para administrar e representar o espólio 
até o julgamento final da partilha (nCPC art.617). 
Somente pessoas capazes podem exercer esse múnus, e que não tenham, de 
qualquer forma, interesses contrários aos do espólio, tais como: réu preso, devedor 
do espólio etc.
CC
Art. 1.991. Desde a assinatura do compromisso até a homologação da 
partilha, a administração da herança será exercida pelo inventariante.
CPC
Art. 617. O juiz nomeará inventariante na seguinte ordem:
I - o cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estivesse 
convivendo com o outro ao tempo da morte deste;
19 Encargo, emprego ou função.
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UNIDADE I │ TEorIA GErAl Do DIrEITo DAs sUcEssõEs
II - o herdeiro que se achar na posse e na administração do espólio, 
se não houver cônjuge ou companheiro sobrevivente ou se estes não 
puderem ser nomeados;
III - qualquer herdeiro, quando nenhum deles estiver na posse e na 
administração do espólio;
IV - o herdeiro menor, por seu representante legal;
V - o testamenteiro, se lhe tiver sido confiada a administração do espólio 
ou se toda a herança estiver distribuída em legados;
VI - o cessionário do herdeiro ou do legatário;
VII - o inventariante judicial, se houver;
VIII - pessoa estranha idônea, quando não houver inventariante judicial.
Parágrafo único. O inventariante, intimado da nomeação, prestará, 
dentro de 5 (cinco) dias, o compromisso de bem e fielmente desempenhar 
a função.
Sua atribuição está regulamentada no artigo 617, e enumerada no artigo 618 do CPC.
Cabe à Inventariante:
 » Prestar primeiras e últimas declarações;
 » Exibir documentos relacionados ao espólio;
 » Trazer à colação os bens recebidos pelo herdeiro ausente,

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