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Universidade Federal do Oeste da Bahia Centro das Ciências Exatas e das Tecnologias Física Geral e Experimental III Professor Edward Ferraz de Almeida Junior Alunos: Dilson de Araujo Andrade Ítalo Anderson Rodrigues Martins Experiência 4 - Constante de Tempo em Circuitos RC 1.Objetivos Verificar a carga e a descarga de um capacitor em um circuito RC para encontrar a constante de tempo e calcular experimentalmente da resistência interna do voltímetro 2.Introdução Um circuito que tem como componentes apenas resistências e capacitores é denominado circuito RC, que tem como características corrente elétrica em um único sentido, assim como todo circuito de corrente continua (cc) e tem corrente variável com o tempo. A figura abaixo representa um circuito deste tipo: Para melhor entender este tipo de circuito é necessário um bom entendimento de seus componentes, a resistência e capacitor. Resistor: um resistor (ôhmico) é um elemento de circuito, representado pelo símbolo que obedece a lei de Ohm, ou seja, tal que, quando atravessada por uma corrente I, tem uma queda de potencial (no sentido da corrente ), através de seus extremos, dada por: [1] Figura 1. Circuito RC para a descarga do capacitor. Capacitor: Num capacitor representado por , uma das placas (armaduras) tem carga Q e a outra –Q (estas cargas podem variar com o tempo, desde que de forma quase-estacionária), e a queda de potencial entre as placas é dada por onde C é a capacitância do capacitor. [1] Um capacitor armazena energia elétrica. A energia total armazenada é: [1] Neste tipo de circuito dois importantes fenômenos devem ser estudados, sendo eles a carga e a descarga de um capacitor. Tendo um capacitor carregado com carga inicial de um de seus polos para seu polo superior e em seu polo inferior, em um circuito como o mostrado na figura 1, tem-se que a diferença de potencial do capacito é indicada por . Fechando-se a chave do circuito no instante , terá sobre os terminais do resistor uma diferença de potencial que e por ele passara uma corrente elétrica dada pela expressão: Após um determinado tempo a carga no capacitor é reduzida. Escolhendo-se como positivo o sentido horário, a corrente será igual a taxa de diminuição desta carga. Se Q é a carga na placa superior do capacitor no tempo t, a corrente neste tempo será: O sinal negativo é necessário, pois enquanto a carga Q diminui, a variação dQ/dt é negativa. Aplicando a lei das malhas para o circuito da figura 1, sendo este o circuito que esta sendo usado para exemplificar o descarregamento do capacitor, e já sabendo que temos: Substituindo a corrente por . Multiplicando os dois lados da equação por . Figura 2. Resistência elétrica. Figura 3. Representação do capacitor. A integração destes termos deste desde em até no tempo , nos dá: Explicitando como . Onde , é denominado constante de tempo e representa o tempo necessário para a carga diminuir um fator igual a e é definida como: Para o entendimento carregamento de um capacitor, processo inverso ao que já foi discutido, será analisado o um circuito como o mostrado da figura 4, onde é disposto em uma malha, além de um resistor e um capacitor, é apresentada uma fonte de tensão. Considerando que no instante , o capacitor está descarregado e exatamente neste instante a chave é fechada, fazendo com que a carga comece imediatamente a fluir (considerando neste caso que o sentido da corrente seja o sentido horário). Se no tempo t a carga na placa mais a direita do capacitor é Q e a corrente I, a lei de Kirchhoff das malhas fornece: Pode-se verificar que no tempo a carga no capacitor é nula e a corrente . A carga então aumenta e a corrente diminui. A Carga atinge o valor Maximo quando a corrente se torna nula, conforme mostra a equação descrita acima para a lei das malhas. Sendo , e substituindo este valor na equação da lei de Kirchhoff das malhas, se obtém: Resolvendo esta equação da mesma forma como foi mostrada no descarregamento do resistor, é possível chegar a seguinte equação: Onde é a carga final. Partindo deste resultado, a equação da corrente elétrica pode ser dada pela equação Figura 4. Circuito RC aberto para a carga do capacitor. Onde a corrente inicial nesta equação é . 3.Procedimento Experimental 2.1- Materiais usados: Uma fonte de tensão 6V; Uma placa para ensaio de circuito elétrico; Fios de conexão; Dois resistores de 100KΩ; Dois multímetros digitais; Um cronometro digital. 2.2 – Procedimentos. Este experimento é dividido em duas partes, (A e B), sendo que na primeira parte é montado um circuito RC com o objetivo de observar e analisar os comportamentos elétricos nos processos de carga e descarga de um capacitor. Para o segundo experimento foi montado um circuito envolvendo um voltímetro, um capacitor e uma fonte de tenção, com o objetivo de carregar o capacitor e com a resistência interna do voltímetro descarregar este capacitor depois de desligado da fonte e com isso medir o valor desta resistência. 2.2.1- Experimento A 1- Foram separados 2 resistores de 100 KΩ e um capacitor de 220 μF; 2- Ligou-se uma fonte de tensão de 6 V à placa de ensaio; 3- Uma conexão foi feita do ponto negativo da fonte de tensão ao ponto 3 da chave; 4- Dois resistores foram conectados de forma estarem em serie; 5- Em série com os resistores foi colocado um resistor, de forma que o polo negativo do capacitor fez a conexão com os resistores; 6- O polo positivo da do capacitor foi conectado com o polo positivo da fonte de tenção. 7- Um multímetro foi colocado na função de medir tenção de corrente continua e ajustado na escala 20 DCV; 8- As pontas de prova do multímetro foram colocados nos extremos do capacitor; 9- Tomou-se um multímetro e este foi ajustado na função para medir intensidade de corrente e ajustado na escala 2000 μA DCA; Figura 5. Circuito montado para o experimento A. 10- Com as pontas de prova do amperímetro foi feito uma conexão entre o ponto 2 da chave à extremidade da associação sem conexão; 11- A tenção da fonte foi medida e anotada; 12- A chave foi fechada; 13- Foram medidos e anotados o valor da corrente inicial, a tensão no capacitor, e o tempo para carregar o capacitor até 5 V; 14- Fazendo um curto circuito no capacitor, este foi descarregado; 16- O curto circuito foi desfeito e o circuito reestabelecido e a chave foi colocada na posição desligada; 17- Novamente a chave foi ligada e foi anotado o tempo para o aumente de cada ½ V do capacitor até q este atingiu a DDP de 5 V. 2.2.2- Experimento B 1- Foram separados para a montagem do experimento um capacitor de 220 μF e uma fonte de 6V; 2- A fonte foi ligada à placa de ensaio; 3- Foi feito uma conexão entre o polo negativo da fonte e o ponto 3 da chave; 4- Conectou-se o polo negativo do capacitor ao ponto 2 dachave do circuito; 5- Entre o polo positivo da fonte de tensão e o polo positivo do capacitor foi feito uma conexão. 6- Foi usado um multímetro ajustado para medir tensão (DCV) 20V; 7- As pontas de teste do multímetro foram colocados em paralelo com o capacitor; 8- Foi ligada a chave do circuito para carregar o capacitor; 9- Após o capacitor ter atingido a carga máxima, foi medido e anotado a diferença de potencial entre os polos do capacitor; 10- Desligou-se a chave; 11- Foi marcado o tempo de descarga do capacitor de 6,00V até 0,50V, e a cada 0,50V de queda foi marcado o instante, considerando t=0 no quando a carda do capacitor era 6,00V. Figura 6. Modelo esquemático do circuito montado no experimento B. 4.Resultados R1 (KΩ) 100 R2 (KΩ) 100 C (μF) 220 Corrente inicial (mA) 0,000022 DDP maxima (v) 6,26 Tabela 1- Especificações dos resistores e corrente inicial medida e tensão máxima no capacitor. V(v) 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 t(s) 0,00 3,80 7,54 11,96 16,88 22,64 29,44 37,50 47,10 60,02 76,64 Tabela 2 - Relaciona a tensão e o tempo para o carregamento do capacitor. V( v) 6,0 5,5 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 t(s ) 0,0 0 182, 82 351, 80 575, 00 840, 16 1152, 50 1521, 96 1965, 20 2516, 16 3217, 30 4213, 46 5923, 52 Tabela 3 – Relaciona a tensão e o tempo para o descarregamento do capacitor. Gráfico 1 - Relaciona a tensão em volts e o tempo em segundos para o carregamento do capacitor. 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00 90,00 D If e re n ça d e p o te n ci al ( v) Tempo (s) Gráfico 2 Relaciona a tensão em volts e o tempo em segundos para o descarregamento do capacitor. Gráfico 3 - linearização do gráfico 1 usando uma escala monolog 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 D if e re n ça d e p o te n ci al ( v) Tempo (s) y = 6,1299e-0,021x R² = 0,9992 1,0 10,0 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00 90,00 D If e re n ça d e p o te n ci al ( v) Tempo (s) Gráfico 4 - linearização do gráfico 2 usando uma escala monolog 5.Discursão O gráfico 1 demonstra que a diferença de potencial entre as placas do capacitor aumenta com o tempo , isso se deve ao acumulo de carga nas placas do capacitor. Inicialmente nota-se que as cargas se acumulam rapidamente e a medida que o tempo passa esse acumulo ocorre mais lentamente demonstrando um comportamento assintótico , demonstrando que o capacitor possui um limite de cargas que se pode acumular que depende da tensão da fonte. Ao analisar os potenciais circuito nota-se que incialmente existe uma diferença entre os polos da fonte e as placas do capacitor, essa diferença gera a corrente fazendo com que as cargas se acumulem no capacitor, a medida que o capacitor carrega a diferença entre o potencial nos polos da bateria e nas placas do capacitor diminui e diminuindo também a corrente ao final a diferença de potencial entre a fonte e as placas torna-se imperceptível tornando o fluxo de cargas praticamente nulo. De modo análogo o gráfico 2 demonstra a descarga, no entanto, com a ausência da fonte, o circuito inicia-se a corrente devido a diferença de potencial entre as placas com o tempo essa corrente equilibra as cargas acumuladas no capacitor fazendo a diferença de potencial torna-se imperceptível. A resistência no circuito limita a corrente, desse modo quanto maior a resistência mais lenta se torna a carga ou a descarga, por isso a inserção do resistor permite que se faça a medida de tempo. Tomando como base as funções de carga e descarga do capacitor é fácil perceber que tendo mesma resistência e capacitância o tempo para carregar o capacitor de uma quantidade carga ate uma quantidade é o mesmo de descarga, como é visto abaixo: y = 5,767e-4E-04x R² = 0,9993 0,1 1,0 10,0 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 D if e re n ça d e p o te n ci al ( v) Tempo (s) RC (onde R é a resistência e C a capacitância) é a constante de tempo da equação e tem dimensão de tempo: No gráfico 1 tem como constante de tempo 0,021s-1 como foi usado 2 resistores de obteve-se uma capacitância de que condiz com o descrito no equipamento, que era 220 ±10%. No gráfico 2 tem como constante temporal 0,0004s- 1 e utilizando a capacitância obtida no primeiro procedimento foi obtido o valor de 10,5 para a resistência interna do voltímetro. Os gráficos possuem comportamento exponencial o que implica um comportamento assintótico, no gráfico 1, de carregamento, a medida que o tempo aumenta a inclinação diminui de modo que o . Já no gráfico 2 6.Conclusão O trabalho atingiu seus objetivos, encontrando a constante de tempo, o valor experimental da capacitância do capacitor, a resistência interna do multímetro e comportamento de carga e descarga em um circuito RC. Referencias bibliográficas [1] Só física. Biografia de Gustav Robert Kirchhoff . Disponivel em <http://www.sofisica.com.br/conteudos/Biografias/gustav_kirchhoff.php> [2] Nussenzveig, Herch Moyses. Curso de Física básica vol3 – 1º edição. [3]SOUZA, Rodrigo & TAVARES, Alvacir. Curso de eletromecânica/IFSUL. Capítulo 6 Leis de Kirchhoff. Disponivel em <http://professor.ucg.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/1949/material/LEIS%20DE%20KIRCH HOFF-2.pdf> [4] Paul A. Tipler, Gene Mosca . Física para cientistas e engenheiros – Volume 2 – Eletricidade e magnetismo, ótica - 6º edição Edward Ferraz de Almeida Junior – Roteiro: Experiência 4 Constante de Tempo em Circuitos RC– utilizado na disciplina Física Geral e Experimental III – A – IAD223 da UFOB. 2014
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