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Cadeia Produtiva Melancia

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CENTRO PAULA SOUZA
FACULDADE DE TECNOLOGIA DE ITAPETININGA
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM AGRONEGÓCIO
LÉO MARCOS
LEONARDO TOBIAS
LINIKER BIANCHI VIERIA
CADEIA PRODUTIVA DA MELANCIA
ITAPETININGA-SP
2° SEMESTRE/2014�
LÉO MARCOS
LEONARDO TOBIAS
LINIKER BIANCHI VIERIA
	
	
CADEIA PRODUTIVA DA MELANCIA
Trabalho apresentado a Faculdade de Tecnologia de Itapetininga no curso de Tecnologia em Agronegócio como parte avaliativa da disciplina, Fundamentos do Agronegócio sob a orientação da Profª Maria Clara Ferrari.
ITAPETININGA-SP
2° SEMESTRE/2014
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Fluxograma da Cadeia Produtiva................................................................ 23
FIGURA 2 – Participação (%) das diferentes etapas da produção de um hectare de melancia............................................................................................................................28
FIGURA 3 – Participação (%) das diferentes etapas da produção de um hectare de melancia............................................................................................................................29
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – A cultura da melancia no Mundo em 2000.................................................11
TABELA 2 – Evolução da Produção de Melancia do Estado de São Paulo...................12
TABELA 3 – Produção dos Municípios paulistas maiores produtores e suas regiões agrícolas em 2012........................................................................................................... 13
TABELA 4 – Preços da melancia com sementes em atacado........................................22
TABELA 5 – Coeficientes técnicos para o plantio de 1 ha de melancia irrigada.............26
Sumário
1. INTRODUÇÃO	7
2. OBJETIVO	8
3. METODOLOGIA	9
4. REFERENCIAL TEÓRICO	10
 4.1 HISTÓRIA DA MELANCIA	10
4.2 A MELANCIA	10
4.3 CENÁRIO MUNDIAL E NACIONAL	11
4.4 CENÁRIO REGIONAL	12
 4.4.1 Estado de São Paulo	12
4.5 VARIEDADES CULTIVADAS	14
5. DISTURBIOS FISIOLÓGICOS	16
 5.1 PODRIDÃO APICAL	16
5.2 RACHADURAS DO FRUTO	16
5.3 FRUTOS DEFORMADOS E QUEDA DOS FRUTOS	16
6. TRATO FITOSSANITARIO	17
 6.1 PRINCIPAIS DOENÇAS 	17
 6.1 PRINCIPAIS PRAGAS 	17
7. CADEIA PRODUTIVA	18
 7.1 MONTANTE DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA 	18
 7.2 TEMPERATURA 	18
 7.3 UMIDADE RELATIVA DO AR	19
 7.4 LUZ	19
 7.5 VENTOS	19
 7.6 ÉPOCA DE PLANTIO	19
 7.7 SOLO	20
 7.8 PREPARO DE SOLO	20
 7.9 JUSANTE DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA	21
 7.10 FLUXOGRAMA DA CADEIA PRODUTIVA	20
8. CUSTO DE PRODUÇÃO	24
9. VANTAGENS	30
10. DESVANTAGENS	31
11. GARGALOS	32
12. CONSIDERAÇÕES FINAIS	33
13. REFERÊNCIAS	34
 
1. INTRODUÇÃO
 A melancia (Citrullus lanatus (Thunb.) Matsum & nakai), pertence à família das cucurbitáceas, sendo originária do continente africano. É uma planta anual, de crescimento rasteiro, com várias ramificações que alcançam até 5 m de comprimento. É cultivada em vários países do mundo, com uma produção total de, aproximadamente, 23 milhões de toneladas de frutos (ALMEIDA, 2003). 
 No Brasil segundo dados Agrianual (2013), a área plantada em 2010 superou 80.000 ha, com produção total de 2.267.880 toneladas de frutos e rendimento da ordem de 28 t/ha, sendo o Nordeste responsável por 35,17% dessa produção destacando-se os Estados da Bahia (427.720 t). Pernambuco (122.360 t) e Maranhão (94.020 t). A cultura da melancia tem grande importância socioeconômica no Nordeste brasileiro, por ser cultivada principalmente por pequenos agricultores, sob condições irrigadas e de chuva, devido ao seu fácil manejo e menor custo de produção, quando comparada a outras hortaliças. (MIRANDA et al.,1997).
2. OBJETIVO
Os objetivos dessa pesquisa são:
Identificar e conhecer a cadeia produtiva da Melancia (cenário atual da produção de melancia, seus valores, agregações e mercado consumidor);
Identificar setores que compõem “a montante”; “agropecuário” e “a jusante”;
Identificar as vantagens, desvantagens e os gargalos da cadeia produtiva.
Mostrar tecnologias e novos mercados. 
3. METODOLOGIA
Para o estudo e desenvolvimento do trabalho sobre cadeia produtiva da melancia, foram utilizadas fontes bibliográficas, sendo essas consultadas na Internet, em revistas e em órgãos da região com informações mais precisas de dados de produção. Essas fontes foram de fundamental importância para a conclusão dessa pesquisa referente à cadeia produtiva.
4. REFERENCIAL TEÓRICO
4.1. HISTÓRIA DA MELANCIA
A melancia é originária das regiões secas da África tropical, tendo um centro de diversificação secundário no Sul da Ásia. A melancia cultivada (Citrullus lanatus var. lanatus) deriva provavelmente da variedade Citrullus lanatus var. citroides existente na África Central. A domesticação ocorreu na África Central onde a melancia e cultivada ha mais de 5000 anos. No Egito e no Médio Oriente é cultivada há mais de 4000 anos. A cultura foi introduzida na China no sec. X. Por volta do sec. X o seu cultivo era documentado na Córdoba árabe e no sec. XIII já era cultivada em diversas regiões da Europa. A cultura foi introduzida na América no sec. XVI. (ALMEIDA, 2003)
Somente no século XVII a cultivar Citrulluslanatusé introduzida no Brasil pelos escravos, pois grande parte deles eram agricultores e trouxeram suas sementes. As sementes foram plantadas em pequenas áreas junto às senzala, dispersando-se pelos Estados do Nordeste brasileiro, concentrando-se, principalmente, nos estados do Piauí e da Bahia, com a produção destinada aos mercados locais.
4.2. A MELANCIA
 A melancia (Citrullus lanatus (Thunb.) Matsum & nakai), pertence a família das cucurbitáceas. E uma planta anual, de crescimento rasteiro, com varias ramificações que alcançam ate 5 m de comprimento e as raízes desenvolvem-se no sentido horizontal, concentrando-se nos 25-30 cm superficiais do solo, embora algumas raízes alcancem maiores profundidades. É cultivada em vários países do mundo, com uma produção total de, aproximadamente, 23 milhões de toneladas de frutos (ALVARENGA, 2002). 
 A melancia tem sua importância devido ao consumo pelo mundo todo, é consumida tanto para a alimentação humana quanto para a alimentação animal. A fruta de melancia é refrescante, desinfetante, depurativo e ligeiramente laxante. As sementes quando tostadas são utilizadas como suprimento proteico na alimentação (ALVARENGA,2002). 
 Além de doce e muito refrescante, a melancia é muito nutritiva. Possui hidratos de carbono (açúcar), betacaroteno (provitamina A) e vitaminas do complexo B e C. Também apresenta cálcio, fósforo, ferro e muita água. Hoje já se conhece o licopeno e glutationa, compostos que a melancia possui em abundância, que são responsáveis por proteger o organismo contra o câncer e a oxidação celular. (ALMEIDA, 2003).
 
A planta da melancia é monoica (flores masculinas e femininas separadas), mas também ocorrem plantas andromonoicas (flores masculinas e hermafroditas) ou ginandromonoicas(flores masculinas, femininas e hermafroditas). No ápice da floração, normalmente, na segunda semana após o início da abertura das flores, há cerca de três a cinco flores masculinas para cada flor feminina. Estas e as hermafroditas possuem ovário súpero em formato similar à forma final do fruto.
Foto: Rita de C. S. Dias.
Figura 2. Flores de melancia masculinas (A), feminina (B) e hermafrodita (C). Aspectos gerais de folhas e flores de melancia: disposição alternada e limbo com contorno triangular,recortado em três ou quatro pares de lóbulos, com margens arredondadas: a) flores masculinas; b) femininas; c) hermafroditas.
4.3. CENÁRIO MUNDIAL E NACIONAL
A melancia é a cultura Cucurbitácea com maior produção a nível mundial. A Ásia produz cerca de 85% do total mundial; a China apenas contribui com 69% do total mundial. A Europa representa 5% da produção mundial. A Espanha é o principal produtor europeu, seguida da Grécia e da Itália. África produz cerca de 4,5% do total mundial. O Egito produz mais de 50% da produção do continente africano. 
	TABELA 1. A cultura da melancia no Mundo em 2000 (FAO, 2003).
	PAÍSES
	ÁREA 
x 1000 ha
	Produção 
x 1000 t 
	Produtividade t.ha-1
	Mundo
	3050.4
	75271.0
	24.7
	Europa
	363.2
	3854.8
	10.6
	Ásia
	2250.2
	63574.8
	28.3
	América do Norte e Central
	126.4
	3059.0
	24.2
	América do Sul
	138.5
	1323.5
	9.6
	África
	166.5
	3364.4
	20.2
	Oceania
	5.5
	94.6
	17.2
	Principais países produtores
	China
	1634.5
	51821.2
	31.7
	Turquia
	140.0
	3900.0
	27.9
	Egito
	67.9
	1785.3
	26.3
	Estados Unidos
	66.5
	1686.7
	25.4
	Irão
	83.1
	1650.0
	19.9
	México
	46.1
	1048.5
	22.7
	Coréia do Sul
	30.5
	922.7
	30.3
	Espanha
	18.3
	722.9
	39.5
	Brasil
	80.5
	680.4
	8.5
	Grécia
	18.6
	662.8
	35.6
	Outros
	864.4
	10390.5
	12.0
 Em 2006, estimou-se que a produção no Brasil foi de aproximadamente R$ 533 milhões, considerando uma safra de 1.946.912 toneladas, em aproximadamente 93.000 hectares cultivados, desses, R$ 15,67 milhões foram obtidos com exportações.
 A atividade produtiva de melancia no Brasil apresenta um perfil predominante pela produção familiar por sua rusticidade, pelo menor investimento de capital e retorno em torno de 85 dias em relação às outras oleráceas.
Segundo (Rita de Cássia Souza Dias, 2010), no Brasil, o mercado consumidor leva em consideração o tamanho e formato do fruto, coloração da polpa, teor de sólidos solúveis, presença ou ausência de sementes e o preço.
O peso médio da melancia é de 6 kg, porém em regiões próximas de centrais de comercialização, frutos abaixo de 8 kg são considerados “refugos”, na Cia. de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), o preço que se pagou por frutos acima de 9 kg, como a cultivar Crimson Sweet e híbridos com o mesmo padrão externo desta cultivar, foi acima de 44% em 2009, como mostra a tabela a seguir. Um fator que interfere no preço pago é a alta frequência de frutos imaturos, o que faz com que tenha menor qualidade, mas, recentemente, foi desenvolvido um novo tipo de melancia, as chamadas mini melancias, que pesam entre 1 e 2 kg.
Figura 3. Produção (t) de melancia nas cinco regiões do Brasil de acordo com dados do IBGE, no período de 1996 a 2006
4.4. CENÁRIO REGIONAL
4.4.1 Estado de São Paulo
 O IEA - Instituto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo registra a produção agrícola paulista no seu Banco de Dados. Os seus dados mostram um grande crescimento da produção de melancia entre 1985 e 2005 – de 80 mil toneladas para 301 mil toneladas e uma expressiva queda em 2012 – 182 mil toneladas (HOTIBRASIL, 2013).
 O Estado de São Paulo é dividido em 42 regiões agrícolas. Cada região agrícola agrupa municípios de clima, solo e relevo semelhantes. A produção de melancia foi registrada em 33 regiões agrícolas em 2012. A produção está concentrada em 5 regiões (51%), sendo 11 regiões responsáveis por 80% da melancia paulista. As seis maiores regiões produtoras foram, em 2012, Presidente Prudente – 17%, seguida por Itapetininga – 10%, Tupã – 9%, Marília – 8%, Dracena e Jaboticabal com 6% cada uma. A participação das regiões mais tradicionais no plantio de melancia vem caindo como Presidente Prudente, Tupã e Marília. A participação de regiões menos tradicionais como Itapetininga, Jaboticabal, Piracicaba e Itapeva está crescendo (HOTIBRASIL, 2013)
 O IEA registrou a produção de melancia em 113 municípios, em 2012, sendo 14 deles responsáveis por 51% da produção, 34 por 80%. O município de maior produção (11% do total) foi Rancharia da Região Agrícola de Presidente Prudente (HOTIBRASIL, 2013).
 Os quadros abaixo mostram a evolução da produção paulista e os municípios paulistas maiores produtores de melancia e suas regiões
	TABELA 2. EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE MELANCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO(IBGE E IEA)
	ANO
	 TONELADAS
	1990
	123.902,00
	
	1995
	200.064,00
	
	2000
	206.865,00
	
	2005
	300.562,50
	
	2012
	181.647,24
	
	TABELA 3. PRODUÇÃO DOS MUNICÍPIOS PAULISTAS MAIORES PRODUTORES E SUAS REGIÕES AGRÍCOLAS EM 2012.
	MUNICÍPIO
	REGIÃO AGRÍCOLA
	TONELADAS
	Rancharia
	Presidente Prudente
	19.500
	Itápolis
	Jaboticabal
	9.800
	Sarapuí
	Itapetininga
	8.160
	Oscar Bressane
	Marilia
	7.680
	Paranapanema
	Avaré
	6.214
	Piracicaba
	Piracicaba
	6.000
	Echaporã
	Assis
	5.000
	Ocauçu
	Marília
	4.840
	Parapuã
	Tupã
	4.840
	Guareí
	Guareí
	4.500
	Adamantina
	Dracena
	4.000
	Capela do Alto
	Sorocaba 
	4.000
	Mariápolis
	Dracena
	4.000
	Piratininga
	Bauru
	4.000
	Total
	Estado de São Paulo
	181.647
FONTE: IBGE e IEA
4.5. VARIEDADES CULTIVADAS
As cultivares de melancia tradicionalmente mais plantadas no Brasil são de origem americana ou japonesa, que se adaptaram bem às nossas condições. O produtor tem a sua disposição um grande número de cultivares que diferem entre si quanto à forma do fruto, coloração externa e da polpa, tolerância a doenças, etc. Na escolha da cultivar para o plantio, deve-se considerar o tipo de fruto preferido pelo mercado e sua resistência ao transporte, a adaptação da cultivar à região e a tolerância a doenças e aos distúrbios fisiológicos. 
Os híbridos, cujas sementes são mais caras, podem apresentar maior precocidade, produção e frutos maiores e mais uniformes. Atualmente a melancia sem sementes é um produto muito aceito nos principais mercados do mundo e tem surgido com uma ótima alternativa de cultivo para os produtores de hortaliças.
Devido o comportamento de cada cultivar variar com as condições locais de cultivo, os órgãos de pesquisa recomendam a realização de testes regionais de competição de cultivares.
Variedade: Melancia Híbrida Manchester
Fruto: Tipo Crimison Sweer, com formato redondo; Polpa firme de coloração vermelho intenso e crocante;
Planta: Vigorosa, com grande cobertura foliar e folhas com bordos ligeiramente recortados;
Peso: 11-12 kg;
Colheita: 88-90 dias.
Figura 5 – Cultivar de melancia híbrida Manchester
Variedade: Melancia Híbrida Karistan
Fruto: Tipo Crimson Sweet, com formato oblongo; Polpa firme de coloração vermelho intenso e crocante;
Planta: Vigorosa, com grande cobertura foliar protegendo os frutos da incidência direta de raios solares;
Peso: 12 kg;
Colheita: 90-94 dias.
Figura 6 – Melancia Híbrida Karistan.
Variedade: Melancia Híbrida Top Gun
Fruto: Redondo - ovalado; Casca verde escura, com estrias verdes claro; Polpa vermelha brilhante com excelente textura;
Semente: Pequena de coloração café escuro;
Peso: 10-12 kg;
Colheita : 90-95 dias (dependendo do local de cultivo).
Figura 7 – Melancia Híbrida Top Gun.
5. DISTURBIOS FISIOLÓGICOS.
5.1 PODRIDÃO APICAL
 Conhecido como fundo preto, este distúrbio, tem sido relacionado com a deficiência de cálcio. Os sintomas da podridão aparecem em frutos de diversos tamanhos. A extremidade do fruto torna-se escura e, às vezes, achatada, com uma podridão seca, acompanhada ou não por sinais de murcha. A presença deste tecido morto inutiliza os frutos para o comércio, pois na necrose ocorre infecção por microrganismos. Além da deficiência de cálcio, estão relacionados como determinantes do distúrbio: a frequência de irrigação, temperaturas elevadas e ventossecos na fase de crescimento do fruto. Além desses fatores, há o componente genético que predispõe à podridão estilar. O formato alongado é mais suscetível à ocorrência do distúrbio que o arredondado.
5.2 RACHADURA DOS FRUTOS
 Tem sido relacionada com o excesso de umidade disponível à planta, principalmente na fase de maturação e temperatura elevada (acima de 35°C).
5.3 FRUTOS DEFORMADOS E QUEDA DOS FRUTOS
 Estão relacionados com deficiência de polinização. Recomenda-se a instalação de colmeias e evitar as aplicações de defensivos, principalmente de inseticidas, no período da manhã onde ocorre maior intensidade de trabalho das abelhas, evitando-se a fuga ou morte dos agentes polinizadores da melancia.
6. TRATO FITOSSANITÁRIOS
6.1 PRINCIPAIS DOENÇAS
 A cultura da melancia pode ser afetada por várias doenças provocadas por fungos, vírus e bactérias:
Cancro das hastes – (Didymella bryoniae)
Podridão-do-colo – (Macrophomina sp.)
Oídio – (Podosphaera xanthii.: fase perfeita; Oidium sp.: fase imperfeita)
Míldio – (Pseudoperonospora cubensis)
Antracnose (Glomerella cingulata var. arbiculare
Murcha-de-fusarium (Fsarium oxysporum)
Galhas (Meloidogyne spp.)
Virose (Watermelon mosaic vírus (WMV) 1 e 2,
6.2 PRINCIPAIS PRAGAS
 Mosca Branca, Pulgão, Mosca Minadora, Tripes, Ácaros, Vaquinha, Broca das Cucurbitáceas e Lagarta Rosca. Essas espécies de insetos atacam a cultura da melancia, sendo que a maior ou menor importância de cada uma delas varia de acordo com a região e a época de plantio. 
 No controle das pragas da melancia, quando da utilização de inseticidas, deve-se pulverizar a cultura de preferência no final da tarde, quando é menor a atividade de abelhas e a planta está menos sujeita a prováveis efeitos fitotóxicos. Sempre que possível, a escolha do inseticida deve recair sobre um produto menos tóxico às abelhas.
7. CADEIA PRODUTIVA
	
A cadeia produtiva pode-se resumir em um estudo dos processos do meio para a obtenção de um bom plano de negocio, sendo indispensável na hora da tomada de decisões; um sistema de integração de um processo onde há oferta de insumos para o mercado consumidor assim nos dando varias vertentes desde a matéria prima até o produto final.
Em virtude da globalização, evolução dos mercados consumidores, e implementações tecnológicas dos processos produtivos; o conceito de cadeia produtiva tem aprimorado. Especificamente, no caso de produtos de origem vegetal, cadeia produtiva pode ser visualizada como a ligação e inter-relação de vários elementos segundo uma lógica para ofertar ao mercado commodities agrícolas in natura ou processadas.
7.1. MONTANTE DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA
Conhecido como o conjunto de atividades desenvolvidas no segmento “antes da porteira” tem como objetivo o fornecimento de insumos à produção. Sendo esse setor composto pelos fornecedores que se referem às empresas que têm por finalidade ofertar produtos tais como fertilizantes, agroquímicos, embalagens, máquinas e implementos agrícolas, tecnologia, melancia-semente, entre outros insumos necessários para a produção da melancia, e também as linhas de crédito que são disponibilizadas aos produtores.
As condições de clima ameno a quente, de dias longos e de baixa umidade relativa do ar favorecem o desenvolvimento da cultura e a qualidade dos frutos de melancia.
7.2. TEMPERATURA
A faixa ótima para o desenvolvimento da cultura é de 23 a 28º C. A planta é muito sensível a geadas, sendo seu crescimento vegetativo paralisado com temperaturas abaixo de 12ºC. Para a germinação, a temperatura mínima do solo deve ser de 16ºC, com um ótimo de 20 a 35ºC. Na floração, a temperatura ideal é entre 20 e 21ºC, sendo que, para a abertura das anteras, a temperatura mínima deve ser de 18ºC. Temperaturas elevadas, acima de 35ºC, estimula a formação de flores masculinas. O pegamento e a boa formação dos frutos dependem da polinização eficiente dasflores. As abelhas têm maior ativi
dade na faixa de temperatura de 21 a 39ºC, o que favorece a polinização, sendo o ótimo em torno de 28 a 30ºC.
7.3. UMIDADE RELATIVA DO AR
Os frutos, em geral, apresentam melhor sabor, aroma e consistência em locais quentes e com baixa umidade relativa do ar. A alta umidade do ar favorece a incidência de doenças foliares.
7.4. LUZ
Fotoperíodos maiores favorecem o crescimento vegetativo e o florecimento da
melancia. Dias longos e quentes e noites quentes, que caracterizam verão quente e
seco, são tidos como ideais para a cultura da melancia. Em condições de umidade alta
e baixa insolação, os frutos apresentam-se sem sabor.
7.5. VENTOS
Ventos fortes e predominantes dificultam a prática do pente amento quando o método de irrigação é por sulco em razão da movimentação das ramas para dentro deste, o que causa uma maior incidência de danos mecânicos às plantas. Em consequência, favorecem o estabelecimento de doenças por fungos e bactérias através de micro lesões ocasionadas pelo atrito das ramas com o solo ou mesmo pelo atrito de partículas de solo arrastadas pelo vento. Por outro lado, ventos secos e temperatura ambiente elevada favorecem maior incidência de podridão apical, principalmente em frutos cilíndricos.
7.6. ÉPOCA DE PLANTIO
A época de plantio mais adequada é aquela em que durante todo o ciclo da cultura ocorrem as condições climáticas favoráveis. Para cada região, as condições favoráveis podem acontecer em épocas distintas do ano, de acordo com sua localização e altitude. Em geral, nas regiões de clima frio, o plantio da melancia é feito de outubro a fevereiro; nas 
de clima ameno, de agosto a março, e nas regiões de clima quente, o ano todo, com uso da irrigação. No Nordeste o cultivo da melancia ocorre sob condições de chuva e sob irri
gação. Deve-se evitar, porém, as épocas de chuvas intensas. Além dos fatores climáticos, é importante levar em conta a variação estacional de oferta e de preços do produto no mercado de destino.
7.7. SOLO
Embora possa ser produzida em vários tipos de solos, a melancia desenvolve-se melhor em solos de textura média, profundos, com boa drenagem interna e boa disponibilidade de nutrientes. Devem-se evitar solos pesados e sujeitos a encharcamentos, o que a cultura não tolera. Escolhida a área, deve-se fazer a análise do solo, a fim de se quantificarem as necessidades de calcários e fertilizantes a serem aplicados. A cultura da melancia suporta solos de acidez média, podendo produzir bem na faixa de pH de 5,5 a 7,0. Quando o pH for inferior a 5,5, deve-se proceder à calagem, com no mínimo três meses de antecedência do plantio. Recomenda-se aplicar de preferência o calcário dolomítico, pois a melancia responde bem tanto à aplicação de cálcio, quanto à de magnésio, em termos de produção e qualidade de frutos. Outro aspecto importante da calagem é a diminuição da incidência do distúrbio fisiológico conhecido por podridão-apical, associado à deficiência de cálcio, que inutiliza os frutos para o comércio, e assim, causa grandes prejuízos para a cultura.
7.8 PREPARO DO SOLO
Para uma boa produtividade é necessário que o solo seja bem preparado. Inicialmente, torna-se necessário verificar se o solo está compactado, sendo constatado, deve-se realizar com antecedência a subsolagem, depois procede-se uma aração a uma profundidade de 30 cm, seguido de uma gradagem, no sentido contrário a aração. O sulcamento deve ser feito a uma profundidade de 20 cm, no espaçamento 3,0m. Quando o sistema for por gotejamento ou aspersão, essa prática será utilizada como balizamento para o plantio e para realização da adubação química e orgânica em fundação (no fundo do sulco). Como também, serve para elevar o nível do plantio, drenar o excesso de água e evitar o acúmulo de água no colo da planta.
7.9. JUSANTE DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA
 O cultivo da melancia se bem manejado sob irrigação e adoção de bom nível tecnológico, atingealtas produtividades, pois esta cultura tem grande potencial no Nordeste brasileiro, visto que esta região dispõe de elevada luminosidade e altas temperaturas durante o ano inteiro. Os estados de Pernambuco e Bahia destacam-se como o maior polo de produção de melancia no Nordeste brasileiro. O controle de fatores pré e pós-colheita, que diminuem a qualidade e o valor comercial da melancia, podem aumentar a eficiência na comercialização, mantendo a qualidade, diminuindo perdas e ampliando os lucros.
 No estabelecimento de uma estratégia para o pequeno produtor rural, deve-se privilegiar, inicialmente, a definição do que produzir, com base em três fatores: recursos disponíveis, que dizem respeito aos fatores de produção: solo, água, clima, equipamentos e condições econômicas; a vocação dos produtores para trabalhar com determinados produtos na propriedade, o mercado e suas tendências de crescimento. Nestes últimos itens residem os grandes entraves para o pequeno produtor rural.
 No Brasil, o mercado consumidor leva em consideração o tamanho e formato do fruto, coloração da polpa, teor de sólidos solúveis, presença ou ausência de sementes e o preço. Observa-se que na maior parte das áreas plantadas, a predominância é de frutos grandes, com peso médio acima de 6 kg. No entanto, em algumas regiões produtoras, que não estão próximas de centrais de comercialização, os atacadistas chegam a classificar frutos abaixo de 8 kg como 'refugos', diminuindo a remuneração pelos os mesmos. Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), a remuneração por frutos grandes (≥9 kg) da cv. Crimson Sweet e de híbridos com o mesmo padrão externo de a referida cultivar, foi superior em aproximadamente 44% em relação aos frutos pequenos da citada cultivar em 2009 (Tabela 1). Provavelmente, a menor remuneração desses frutos pequenos decorre da alta frequência de frutos imaturos, e, portanto, de menor qualidade. Entretanto, recentemente, destaca-se o surgimento de novos tipos de melancias, as chamadas mini melancias, entre 1 kg e 2 kg. Isto se deve, principalmente, à exigência do mercado por produtos alternativos, onde o consumidor opta por frutos menores, sem sementes e de qualidade.
Tabela 4. Preços da melancia com sementes em atacado.
	PRODUTO
	CLASSIFICAÇÃO
	PREÇO/ KG (R$)
	
	
	MÍNIMO
	MÁXIMO
	MÉDIO
	MELANCIA REDONDA
	-
	0,35
	0,50
	0,42
	MELANCIA REDONDA/ COMPRIDA 
	GRAÚDA
	0,93
	1,13
	1,03
	MELANCIA REDONDA/ COMPRIDA
	MÉDIA
	0,66
	0,86
	0,76
	MELANCIA REDONDA/ COMPRIDA
	MIÚDA
	0,50
	0,66
	0,58
Fonte: CEASA, CEAGESP (2009). 
7.11. FLUXOGRAMA DA CADEIA PRODUTIVA
Figura 9 – Fluxograma Cadeia Produtiva da Melancia - Fonte – Instituto de Economia Agrícola - (IEA).
8. CUSTO DE PRODUÇÃO
 Os custos de produção para os produtores de melancia no Submédio do Vale do São Francisco, que utilizam a irrigação localizada e se especializaram nesta olerácea, é de R$ 6.375,79/ha. Deste total, 94% correspondem às despesas de produção e cerca de 6% são com outros custos inerentes ao empreendimento agrícola irrigado — impostos, custo da terra, depreciação do sistema de irrigação e administração. No entanto, é muito comum que o próprio produtor seja também o administrador, não gaste com assistência técnica. Nesta região, é muito comum a melancia ser vendida a granel e acondicionada nos caminhões pelo comprador na propriedade.
 Por exemplo, no sistema de produção especificado na Tabela 5, em 2009, o preço médio da comercialização no atacado praticado nas Ceasas da Bahia e Pernambuco foi de R$ 0,43/kg e no Mercado do Produtor de Juazeiro, BA, R$ 0,23/kg. Considerando uma produtividade média de 35 t/ha, a receita bruta média obtida com a comercialização da produção no Mercado do Produtor de Juazeiro, BA correspondeu a R$ 8.050,00. Nesse mesmo ano, o custo de produção no referido perímetro foi de R$ 6.375,79/há, a receita líquida de R$ 1.674,21/ha e uma rentabilidade de 20,79%. Considerando que a receita líquida é baixa, R$ 0,05/kg, faz-se necessário aperfeiçoar o Sistema de Produção de Melancia para se obter incremento na produtividade e conseguir a sustentabilidade do agronegócio. Produtividades inferiores a 27,7 t/ha, em condições irrigadas do Submédio do Vale do São Francisco, não cobrem os custos totais do cultivo de melancia. Assim, o aumento do rendimento deverá ser o alvo dos produtores, especialmente, os da produção familiar, pois o seu cultivo é relativamente mais simples que outras oleráceas, com custo de produção mais acessível quando comparado, por exemplo, à cebola, tomate e melão.
A rentabilidade no Baixo Jaguaribe e no Submédio do Vale do São Francisco foram, respectivamente, 11,5% e 20,79%. Provavelmente, a utilização da mão-de-obra familiar e os menores custos com equipamentos de irrigação determinam uma redução no custo total da produção. A maior utilização da fertirrigação e o incremento da densidade de plantio, 5.555 plantas/há, têm proporcionado um aumento no rendimento médio e rentabilidade da melancia no Submédio Vale do São Francisco.
 Na Tabela 5, são apresentadas as quantidades e valores de horas de trabalho de máquina e da mão-de-obra necessários ao cultivo de 1 hectare de melancia. Os parâmetros apresentados são baseados naqueles praticados por produtores no Submédio Vale do São Francisco, que adotam um bom grau de tecnologia e visam à comercialização da produção no mercado interno. O sistema abrange adubação, de acordo com análise de solo, cultivo de melancia de frutos grandes, cv. Crimson Sweet, espaçamento de 3 m x 0,60 m - densidade: 5.555 plantas/há -; uso de fertirrigação e comercialização da produção no mercado local, por meio de um atacadista. Entretanto, existem fatores que podem variar de uma região para outra, conforme o sistema de produção adotado pelo produtor e até conforme as condições climáticas e fitossanitárias de cada ano agrícola.
 Nas Figuras 2 e 3, observa-se o percentual das diferentes etapas da produção de 1 hectare de melancia em dois sistemas de produção em área irrigada no Nordeste brasileiro. Os custos de produção das empresas situadas no Baixo Jaguaribe, CE, que operam com a utilização de alto nível tecnológico e alto custo administrativo - fertirrigação, híbridos, assistência técnica, etc. - determinam um aumento no custo de produção, mas que é parcialmente compensado com o incremento da produtividade. Apesar de os custos de produção serem obtidos em épocas diferentes, observando-se as Figuras 1 e 2, constata-se que os custos com aquisição de sementes, equipamentos de irrigação, fertilizantes e custos administrativos são superiores na produção de melancia no Baixo Jaguaribe, CE, comparativamente aos do Submédio Vale do São Francisco. Observa-se que as principais diferenças estão nos itens fertilizantes - 11% maior no CE -, defensivos - 17% maior na BA -, sementes - 7% maior no CE -, equipamentos de irrigação - 2% maior no CE - e nos custos administrativos - 4% maior no CE -, enquanto nas pequenas empresas da Bahia, os custos de gerenciamento muitas vezes não são computados, pois o mesmo é feito pelo próprio produtor e em outros custos, como juros de crédito e impostos - 4% maior no CE.
	
Tabela. 5. Coeficientes técnicos para o plantio de 1 ha de melancia irrigada.
	Descrição
Especificação
Valor Unit.
Quantidade
Total
%
1- Insumos (*)
3.947,20
61,91
1.1. Fertilizantes
1.490,50
23,39
Calcário dolomítico
R$/tonelada
200,00
1,00
200,00
3,14
MAP
R$/kg
1,12
300,00
336,00
5,27
Uréia
R$/kg
1,80
200,00
360,00
5,65
Cloreto de potássio
R$/kg
1,93
250,00
482,50
7,57
Micronutrientes de solo
R$/Kg
2,80
40,00
112,00
1,761.2. Fitossanitários
1.990,70
31,22
Espalhante adesivo
R$/litro
6,30
1,00
6,30
0,10
1Fungicidas
R$/kg ou R$/litro
113,13
383,40
6,01
1inseticidas
R$/kg ou R$/litro
132,33
1.601,00
25,11
1.3. Outros
466,00
7,33
Análise de solo
36,00
1,00
36,00
0,56
Sementes de variedade
R$/Kg
150,00
1,00
150,00
2,35
Água (**)
R$/1000 m3
4,00
70,00
280,00
4,39
2 - Operações
2.039,00
31,98
2.1. Preparo do solo
549,00
8,61
Aração, gradagem, calagem, sulcamento
HM
68,00
8,00
544,00
8,53
Calagem
Homem-dia
20,00
0,25
5,00
0,08
2.2. Plantio
240,00
3,77
Abertura das covas
Homem-dia
20,00
5,00
100,00
1,57
Plantio e replantio
Homem-dia
20,00
2,00
40,00
0,63
Adubação
Homem-dia
20,00
5,00
100,00
1,57
2.3. Tratos culturais
890,00
13,96
Desbaste de plantas
Homem-dia
20,00
2,00
40,00
0,63
Capinas
Homem-dia
20,00
15,00
300,00
4,70
Adubação em cobertura
Homem-dia
20,00
5,00
100,00
1,57
Desbaste dos frutos
Homem-dia
20,00
10,00
200,00
3,14
Pulverização
Homem-dia
25,00
10,00
250,00
3,92
2.4. Irrigação
120,00
1,88
Irrigação
Homem-dia
20,00
6,00
120,00
1,88
2.5. Colheita/Classificação
240,00
3,76
Colheita/Classificação
Homem-dia
20,00
12,00
240,00
3,76
Subtotal Conta de Cultivo
5.986,20
93,89
3 - 2Custos de Administração
179,59
2,82
Gerenciamento/Adm
3,0%
179,59
2,82
4 - Outros Custos
210,00
3,29
4.1. Impostos/Taxas
30,00
0,47
4.2. Custo da Terra
R$/ha/mês
40,00
3,00
120,00
1,88
4.3. Depreciação do Sistema de Irrigação
R$/ha/mês
20,00
3,00
60,00
0,94
Custo Total (R$/ha)
6.375,79
100,00
Produtividade média/safra
35.000 kg/ha
5. Rentabilidade/SAFRA
5.1. Preços médios de dezembro/2009
CEASA/PE
0,42
R$/kg
CEASA/BA/EBAL S.A
0,45
R$/kg
Média do atacado
0,43
R$/kg
3Preço de mercado pago ao produtor
52,87% do atacado
0,23
R$/kg
Valor Bruto da Produção (R$/ha)
8.050,00
0,23
R$/kg
Despesa
6.375,79
0,18
R$/kg
Receita líquida
1.674,21
0,05
Rentabilidade
20,79%
Ponto de equilíbrio
0,18 R$/kg
27.723,5
Kg/ha
Fonte: Dados Embrapa Semiárido
	 
	
	
	Figura 2. Participação (%) das diferentes etapas da produção de um hectare de melancia.
	Fonte: Dados Embrapa Semiárido.
	
	Figura 3. Participação (%) das diferentes etapas da produção de um hectare de melancia.
 Fonte: Dados Embrapa Semiárido.
9. VANTAGENS 
Entre as vantagens da cadeia produtiva da melancia, podemos destacar: 
O cultivo de produção curto; 
Fruta de largo consumo no país, oportunidades de inovar colocando novas variedades e tipos de melancia no mercado nacional, ampliando e expandindo vendas por diferenciação;
Fruta muito consumida no Brasil todo e reconhecida como refrescante leve, o que auxilia nas estratégias para aumentar o consumo;
Possibilidades de ser consorciadas com outros plantios perenes e ou mesmo de ciclo curto; 
Fácil manuseio e conservação; 
Oferece bom rendimento por hectare, tornando-se alternativa viável para pequenos produtores.
 
10. DESVANTAGENS
	As principais fraquezas da cadeia produtiva da melancia são:
Sistema de comercialização e transporte;
Apesar do volume importante de produção, não existe associativismo e nem organização dos produtores para comercialização;
Desconhecimento do pequeno produtor das exigências do mercado internacional;
Desconhecimento das variedades mais aceitas nos principais mercados agrícolas regulamentados insuficientes para defender a cultura;
Devido à má comunicação o consumidor brasileiro não tem conhecimento dos vários tipos de melancia e suas características;
Falta de novos tipos de melancia com tamanhos menores no mercado brasileiro, para atender o novo estilo de vida e tamanho das famílias;
Alto nível de endividamento dos pequenos produtores dificultando o acesso ao crédito e financiamento. 
11. GARGALOS
Para o bom desenvolvimento da lavoura de melancia, são necessários cuidados especiais que iniciam antes mesmo do plantio, prolongando-se até a colheita. Detalhes como o preparo do solo, semeadura, tratos culturais, manejo da adubação, irrigação, controle de pragas e doenças, colheita, transporte e armazenamento, são essenciais para o bom desenvolvimento do cultivo desta espécie (FIGUEIRA, 2003).
Gargalo é qualquer obstáculo no sistema produtivo que restringe e determina o seu desempenho e a sua capacidade de obter uma maior rentabilidade (PAULA PESSOA, 2003). Os principais gargalos da produção de melancia são a falta de planejamento da produção e a desorganização dos produtores. Seria ideal, quanto a isso, um estudo de mercado para evitar excesso de oferta e queda dos preços na comercialização, para não haver sobras no mercado. Para tanto, o produtor não deve pensar somente em quantidade e, sim, estar atento quanto à qualidade do produto. Porém um dos grandes gargalos da cultura é a oferta em número e qualidade de melancia. (DANIELS, 2003).
Embora possa ser produzida em vários tipos de solos, a melancia desenvolve-se melhor em solos de textura média, profundos, com boa drenagem interna e boa disponibilidade de nutrientes. Devem-se evitar solos pesados e sujeitos a encharcamentos, o que a cultura não tolera (FIGUEIRA, 2003)
12. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com este trabalho foi possível observarmos que o estudo da cadeia produtiva da melancia é de fundamental importância ao produtor, pois, com o auxilio dessas informações, ele pode desenvolver com maior segurança todo o trabalho de planejamento e do preparo do solo, plantio, escolha adequada da melancia semente, colheita, uso de mão-de-obra e de tecnologia, do beneficiamento, etc. e por meio desse processo ter uma boa rentabilidade. 
São inúmeras as vantagens que o plantio de melancia traz para o pequeno e para o grande produtor. Hoje a produção de melancia, em termos de economia, está mais lucrativa do que qualquer outra lavoura, seu consumo aumentou nas diversas regiões e estados. A demanda do mercado está em alta, porém, o preço da mesma acompanha estando acima dos valores normais. 
O produtor precisa visar não só a produção, mas também a qualidade, sendo que mesmo, em épocas diversas, tendo que vender a fruta por um preço muito abaixo do normal ele ainda terá seu lucro se tiver uma produção de boa qualidade. 
Apesar de não ser nativa de nosso país, a melancieira acabou se adaptando e atualmente é facilmente cultivada, ocupando um lugar de destaque no campo e na mesa dos brasileiros. De diversos tamanhos, formas e cores é uma cultura muito estudada em âmbito internacional.
13. REFERÊNCIAS
AMARAL, A.O. do; GUTH, S.C.; MOTTA, M.E.V. da; CAMARGO, M.E; MEGEGOTTO, M.L.A.; PACHECO, M.T.M. A viabilidade econômica da cultura da melancia. Custos e @gronegócio, Recife, v. 8, n. 2, p. 1-177, 2012. 
ALMEIDA, D. P. F. Melancia. Faculdade de Ciências, Universidade do Porto, 
2003. TEXTOS ACADEMICOS. Disponível em : 
<http://dalmeida.com/hortnet/Melancia.pdf> Acesso em: 09 nov. 2014. 
ALVARENGA, M. A. R.; RESENDE, G. M. Cultura da melancia. Lavras: 
Editora UFLA, 2002. 132 p. (UFLA, Textos Acadêmicos, 19). 
DANIELS, J. Melancia para uso próprio. In: PEREIRA, A. da S.; DANIELS, J. O cultivo da Melancia na Região Sul do Brasil. Pelotas: Embrapa Clima Temperado / Brasília: Embrapa InformaçãoTecnológica, 2003. p. 495-508. 
FILGUEIRA, F. A. R. Novo Manual de Olericultura: Agrotecnologia moderna na produção e comercalização de hortaliças. 2ª revista e ampliada Viçosa: UFV, 2003. 161-192 p. 
IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/pam/2009/default.shtm> Acesso em: 09 novembro 2014.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?indicador=1&id_pesquisa=15>. Acesso em: 09 nov. 2014.
IEA�� HYPERLINK "http://www.iea.sp.gov.br/" \n _top� - �� HYPERLINK "http://www.iea.sp.gov.br/" \n _top�INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA. Disponível em: <www.iea.sp.gov.br> Acesso em: 09. novembro.2014. 
MIRANDA, R.F; RODRIGUES, G.A; SILVA, R.H; SILVA, C.L.W; SATURNINO, M.H; FARIA, S.H.F; Instruções Técnicas sobre a cultura da melancia, Belo Horizonte: EPAMIG, 1997. 28P. – ( EPAMIG. Boletim Técnico, 51 ). ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA AGRICULTURA E ALIMENTAÇÃO (FAO). Disponível em: <http:// www.fao.org>. Acesso em: 09 novembro. 2014
PAULA PESSOA, P. F. A. de. Gestão Agroindustrial. Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical. 2003. 
REVISTA HORTIFRUTI BRASIL. Versão on-line. Disponível em: 
<www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil> Acesso em: 09 nov. 2014.
EMPRESAS
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ATACADISTAS CEASAs
ATACADISTAS REDE SUPERMERCADISTA
SERVIÇOS
PRODUÇÃO DE MUDAS�COLHEITA�LAVAGEM�CLASSIFICAÇÃO�PROCESSAMENTO MÍNMO�EMBALAGEM�INDUSTRIALIZAÇÃO�TRANSPORTE
DISTRIBUIÇÃO VAREJISTA
SUPERMERCADOS
FEIRAS LIVRES
SACOLÕES, QUITANDAS
31%
59%
10%
CONSUMIDORES
INDÚSTRIAS RESTAURANTES
ATIVIDADES A MONTANTE SERVIÇOS
SETOR PRODUTIVO
AGENTES
ATIVIDADES A JUSANTE SERVIÇOS

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