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CENTRO PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE ITAPETININGA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM AGRONEGÓCIO LÉO MARCOS LEONARDO TOBIAS LINIKER BIANCHI VIERIA CADEIA PRODUTIVA DA MELANCIA ITAPETININGA-SP 2° SEMESTRE/2014� LÉO MARCOS LEONARDO TOBIAS LINIKER BIANCHI VIERIA CADEIA PRODUTIVA DA MELANCIA Trabalho apresentado a Faculdade de Tecnologia de Itapetininga no curso de Tecnologia em Agronegócio como parte avaliativa da disciplina, Fundamentos do Agronegócio sob a orientação da Profª Maria Clara Ferrari. ITAPETININGA-SP 2° SEMESTRE/2014 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Fluxograma da Cadeia Produtiva................................................................ 23 FIGURA 2 – Participação (%) das diferentes etapas da produção de um hectare de melancia............................................................................................................................28 FIGURA 3 – Participação (%) das diferentes etapas da produção de um hectare de melancia............................................................................................................................29 LISTA DE TABELAS TABELA 1 – A cultura da melancia no Mundo em 2000.................................................11 TABELA 2 – Evolução da Produção de Melancia do Estado de São Paulo...................12 TABELA 3 – Produção dos Municípios paulistas maiores produtores e suas regiões agrícolas em 2012........................................................................................................... 13 TABELA 4 – Preços da melancia com sementes em atacado........................................22 TABELA 5 – Coeficientes técnicos para o plantio de 1 ha de melancia irrigada.............26 Sumário 1. INTRODUÇÃO 7 2. OBJETIVO 8 3. METODOLOGIA 9 4. REFERENCIAL TEÓRICO 10 4.1 HISTÓRIA DA MELANCIA 10 4.2 A MELANCIA 10 4.3 CENÁRIO MUNDIAL E NACIONAL 11 4.4 CENÁRIO REGIONAL 12 4.4.1 Estado de São Paulo 12 4.5 VARIEDADES CULTIVADAS 14 5. DISTURBIOS FISIOLÓGICOS 16 5.1 PODRIDÃO APICAL 16 5.2 RACHADURAS DO FRUTO 16 5.3 FRUTOS DEFORMADOS E QUEDA DOS FRUTOS 16 6. TRATO FITOSSANITARIO 17 6.1 PRINCIPAIS DOENÇAS 17 6.1 PRINCIPAIS PRAGAS 17 7. CADEIA PRODUTIVA 18 7.1 MONTANTE DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA 18 7.2 TEMPERATURA 18 7.3 UMIDADE RELATIVA DO AR 19 7.4 LUZ 19 7.5 VENTOS 19 7.6 ÉPOCA DE PLANTIO 19 7.7 SOLO 20 7.8 PREPARO DE SOLO 20 7.9 JUSANTE DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA 21 7.10 FLUXOGRAMA DA CADEIA PRODUTIVA 20 8. CUSTO DE PRODUÇÃO 24 9. VANTAGENS 30 10. DESVANTAGENS 31 11. GARGALOS 32 12. CONSIDERAÇÕES FINAIS 33 13. REFERÊNCIAS 34 1. INTRODUÇÃO A melancia (Citrullus lanatus (Thunb.) Matsum & nakai), pertence à família das cucurbitáceas, sendo originária do continente africano. É uma planta anual, de crescimento rasteiro, com várias ramificações que alcançam até 5 m de comprimento. É cultivada em vários países do mundo, com uma produção total de, aproximadamente, 23 milhões de toneladas de frutos (ALMEIDA, 2003). No Brasil segundo dados Agrianual (2013), a área plantada em 2010 superou 80.000 ha, com produção total de 2.267.880 toneladas de frutos e rendimento da ordem de 28 t/ha, sendo o Nordeste responsável por 35,17% dessa produção destacando-se os Estados da Bahia (427.720 t). Pernambuco (122.360 t) e Maranhão (94.020 t). A cultura da melancia tem grande importância socioeconômica no Nordeste brasileiro, por ser cultivada principalmente por pequenos agricultores, sob condições irrigadas e de chuva, devido ao seu fácil manejo e menor custo de produção, quando comparada a outras hortaliças. (MIRANDA et al.,1997). 2. OBJETIVO Os objetivos dessa pesquisa são: Identificar e conhecer a cadeia produtiva da Melancia (cenário atual da produção de melancia, seus valores, agregações e mercado consumidor); Identificar setores que compõem “a montante”; “agropecuário” e “a jusante”; Identificar as vantagens, desvantagens e os gargalos da cadeia produtiva. Mostrar tecnologias e novos mercados. 3. METODOLOGIA Para o estudo e desenvolvimento do trabalho sobre cadeia produtiva da melancia, foram utilizadas fontes bibliográficas, sendo essas consultadas na Internet, em revistas e em órgãos da região com informações mais precisas de dados de produção. Essas fontes foram de fundamental importância para a conclusão dessa pesquisa referente à cadeia produtiva. 4. REFERENCIAL TEÓRICO 4.1. HISTÓRIA DA MELANCIA A melancia é originária das regiões secas da África tropical, tendo um centro de diversificação secundário no Sul da Ásia. A melancia cultivada (Citrullus lanatus var. lanatus) deriva provavelmente da variedade Citrullus lanatus var. citroides existente na África Central. A domesticação ocorreu na África Central onde a melancia e cultivada ha mais de 5000 anos. No Egito e no Médio Oriente é cultivada há mais de 4000 anos. A cultura foi introduzida na China no sec. X. Por volta do sec. X o seu cultivo era documentado na Córdoba árabe e no sec. XIII já era cultivada em diversas regiões da Europa. A cultura foi introduzida na América no sec. XVI. (ALMEIDA, 2003) Somente no século XVII a cultivar Citrulluslanatusé introduzida no Brasil pelos escravos, pois grande parte deles eram agricultores e trouxeram suas sementes. As sementes foram plantadas em pequenas áreas junto às senzala, dispersando-se pelos Estados do Nordeste brasileiro, concentrando-se, principalmente, nos estados do Piauí e da Bahia, com a produção destinada aos mercados locais. 4.2. A MELANCIA A melancia (Citrullus lanatus (Thunb.) Matsum & nakai), pertence a família das cucurbitáceas. E uma planta anual, de crescimento rasteiro, com varias ramificações que alcançam ate 5 m de comprimento e as raízes desenvolvem-se no sentido horizontal, concentrando-se nos 25-30 cm superficiais do solo, embora algumas raízes alcancem maiores profundidades. É cultivada em vários países do mundo, com uma produção total de, aproximadamente, 23 milhões de toneladas de frutos (ALVARENGA, 2002). A melancia tem sua importância devido ao consumo pelo mundo todo, é consumida tanto para a alimentação humana quanto para a alimentação animal. A fruta de melancia é refrescante, desinfetante, depurativo e ligeiramente laxante. As sementes quando tostadas são utilizadas como suprimento proteico na alimentação (ALVARENGA,2002). Além de doce e muito refrescante, a melancia é muito nutritiva. Possui hidratos de carbono (açúcar), betacaroteno (provitamina A) e vitaminas do complexo B e C. Também apresenta cálcio, fósforo, ferro e muita água. Hoje já se conhece o licopeno e glutationa, compostos que a melancia possui em abundância, que são responsáveis por proteger o organismo contra o câncer e a oxidação celular. (ALMEIDA, 2003). A planta da melancia é monoica (flores masculinas e femininas separadas), mas também ocorrem plantas andromonoicas (flores masculinas e hermafroditas) ou ginandromonoicas(flores masculinas, femininas e hermafroditas). No ápice da floração, normalmente, na segunda semana após o início da abertura das flores, há cerca de três a cinco flores masculinas para cada flor feminina. Estas e as hermafroditas possuem ovário súpero em formato similar à forma final do fruto. Foto: Rita de C. S. Dias. Figura 2. Flores de melancia masculinas (A), feminina (B) e hermafrodita (C). Aspectos gerais de folhas e flores de melancia: disposição alternada e limbo com contorno triangular,recortado em três ou quatro pares de lóbulos, com margens arredondadas: a) flores masculinas; b) femininas; c) hermafroditas. 4.3. CENÁRIO MUNDIAL E NACIONAL A melancia é a cultura Cucurbitácea com maior produção a nível mundial. A Ásia produz cerca de 85% do total mundial; a China apenas contribui com 69% do total mundial. A Europa representa 5% da produção mundial. A Espanha é o principal produtor europeu, seguida da Grécia e da Itália. África produz cerca de 4,5% do total mundial. O Egito produz mais de 50% da produção do continente africano. TABELA 1. A cultura da melancia no Mundo em 2000 (FAO, 2003). PAÍSES ÁREA x 1000 ha Produção x 1000 t Produtividade t.ha-1 Mundo 3050.4 75271.0 24.7 Europa 363.2 3854.8 10.6 Ásia 2250.2 63574.8 28.3 América do Norte e Central 126.4 3059.0 24.2 América do Sul 138.5 1323.5 9.6 África 166.5 3364.4 20.2 Oceania 5.5 94.6 17.2 Principais países produtores China 1634.5 51821.2 31.7 Turquia 140.0 3900.0 27.9 Egito 67.9 1785.3 26.3 Estados Unidos 66.5 1686.7 25.4 Irão 83.1 1650.0 19.9 México 46.1 1048.5 22.7 Coréia do Sul 30.5 922.7 30.3 Espanha 18.3 722.9 39.5 Brasil 80.5 680.4 8.5 Grécia 18.6 662.8 35.6 Outros 864.4 10390.5 12.0 Em 2006, estimou-se que a produção no Brasil foi de aproximadamente R$ 533 milhões, considerando uma safra de 1.946.912 toneladas, em aproximadamente 93.000 hectares cultivados, desses, R$ 15,67 milhões foram obtidos com exportações. A atividade produtiva de melancia no Brasil apresenta um perfil predominante pela produção familiar por sua rusticidade, pelo menor investimento de capital e retorno em torno de 85 dias em relação às outras oleráceas. Segundo (Rita de Cássia Souza Dias, 2010), no Brasil, o mercado consumidor leva em consideração o tamanho e formato do fruto, coloração da polpa, teor de sólidos solúveis, presença ou ausência de sementes e o preço. O peso médio da melancia é de 6 kg, porém em regiões próximas de centrais de comercialização, frutos abaixo de 8 kg são considerados “refugos”, na Cia. de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), o preço que se pagou por frutos acima de 9 kg, como a cultivar Crimson Sweet e híbridos com o mesmo padrão externo desta cultivar, foi acima de 44% em 2009, como mostra a tabela a seguir. Um fator que interfere no preço pago é a alta frequência de frutos imaturos, o que faz com que tenha menor qualidade, mas, recentemente, foi desenvolvido um novo tipo de melancia, as chamadas mini melancias, que pesam entre 1 e 2 kg. Figura 3. Produção (t) de melancia nas cinco regiões do Brasil de acordo com dados do IBGE, no período de 1996 a 2006 4.4. CENÁRIO REGIONAL 4.4.1 Estado de São Paulo O IEA - Instituto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo registra a produção agrícola paulista no seu Banco de Dados. Os seus dados mostram um grande crescimento da produção de melancia entre 1985 e 2005 – de 80 mil toneladas para 301 mil toneladas e uma expressiva queda em 2012 – 182 mil toneladas (HOTIBRASIL, 2013). O Estado de São Paulo é dividido em 42 regiões agrícolas. Cada região agrícola agrupa municípios de clima, solo e relevo semelhantes. A produção de melancia foi registrada em 33 regiões agrícolas em 2012. A produção está concentrada em 5 regiões (51%), sendo 11 regiões responsáveis por 80% da melancia paulista. As seis maiores regiões produtoras foram, em 2012, Presidente Prudente – 17%, seguida por Itapetininga – 10%, Tupã – 9%, Marília – 8%, Dracena e Jaboticabal com 6% cada uma. A participação das regiões mais tradicionais no plantio de melancia vem caindo como Presidente Prudente, Tupã e Marília. A participação de regiões menos tradicionais como Itapetininga, Jaboticabal, Piracicaba e Itapeva está crescendo (HOTIBRASIL, 2013) O IEA registrou a produção de melancia em 113 municípios, em 2012, sendo 14 deles responsáveis por 51% da produção, 34 por 80%. O município de maior produção (11% do total) foi Rancharia da Região Agrícola de Presidente Prudente (HOTIBRASIL, 2013). Os quadros abaixo mostram a evolução da produção paulista e os municípios paulistas maiores produtores de melancia e suas regiões TABELA 2. EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE MELANCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO(IBGE E IEA) ANO TONELADAS 1990 123.902,00 1995 200.064,00 2000 206.865,00 2005 300.562,50 2012 181.647,24 TABELA 3. PRODUÇÃO DOS MUNICÍPIOS PAULISTAS MAIORES PRODUTORES E SUAS REGIÕES AGRÍCOLAS EM 2012. MUNICÍPIO REGIÃO AGRÍCOLA TONELADAS Rancharia Presidente Prudente 19.500 Itápolis Jaboticabal 9.800 Sarapuí Itapetininga 8.160 Oscar Bressane Marilia 7.680 Paranapanema Avaré 6.214 Piracicaba Piracicaba 6.000 Echaporã Assis 5.000 Ocauçu Marília 4.840 Parapuã Tupã 4.840 Guareí Guareí 4.500 Adamantina Dracena 4.000 Capela do Alto Sorocaba 4.000 Mariápolis Dracena 4.000 Piratininga Bauru 4.000 Total Estado de São Paulo 181.647 FONTE: IBGE e IEA 4.5. VARIEDADES CULTIVADAS As cultivares de melancia tradicionalmente mais plantadas no Brasil são de origem americana ou japonesa, que se adaptaram bem às nossas condições. O produtor tem a sua disposição um grande número de cultivares que diferem entre si quanto à forma do fruto, coloração externa e da polpa, tolerância a doenças, etc. Na escolha da cultivar para o plantio, deve-se considerar o tipo de fruto preferido pelo mercado e sua resistência ao transporte, a adaptação da cultivar à região e a tolerância a doenças e aos distúrbios fisiológicos. Os híbridos, cujas sementes são mais caras, podem apresentar maior precocidade, produção e frutos maiores e mais uniformes. Atualmente a melancia sem sementes é um produto muito aceito nos principais mercados do mundo e tem surgido com uma ótima alternativa de cultivo para os produtores de hortaliças. Devido o comportamento de cada cultivar variar com as condições locais de cultivo, os órgãos de pesquisa recomendam a realização de testes regionais de competição de cultivares. Variedade: Melancia Híbrida Manchester Fruto: Tipo Crimison Sweer, com formato redondo; Polpa firme de coloração vermelho intenso e crocante; Planta: Vigorosa, com grande cobertura foliar e folhas com bordos ligeiramente recortados; Peso: 11-12 kg; Colheita: 88-90 dias. Figura 5 – Cultivar de melancia híbrida Manchester Variedade: Melancia Híbrida Karistan Fruto: Tipo Crimson Sweet, com formato oblongo; Polpa firme de coloração vermelho intenso e crocante; Planta: Vigorosa, com grande cobertura foliar protegendo os frutos da incidência direta de raios solares; Peso: 12 kg; Colheita: 90-94 dias. Figura 6 – Melancia Híbrida Karistan. Variedade: Melancia Híbrida Top Gun Fruto: Redondo - ovalado; Casca verde escura, com estrias verdes claro; Polpa vermelha brilhante com excelente textura; Semente: Pequena de coloração café escuro; Peso: 10-12 kg; Colheita : 90-95 dias (dependendo do local de cultivo). Figura 7 – Melancia Híbrida Top Gun. 5. DISTURBIOS FISIOLÓGICOS. 5.1 PODRIDÃO APICAL Conhecido como fundo preto, este distúrbio, tem sido relacionado com a deficiência de cálcio. Os sintomas da podridão aparecem em frutos de diversos tamanhos. A extremidade do fruto torna-se escura e, às vezes, achatada, com uma podridão seca, acompanhada ou não por sinais de murcha. A presença deste tecido morto inutiliza os frutos para o comércio, pois na necrose ocorre infecção por microrganismos. Além da deficiência de cálcio, estão relacionados como determinantes do distúrbio: a frequência de irrigação, temperaturas elevadas e ventossecos na fase de crescimento do fruto. Além desses fatores, há o componente genético que predispõe à podridão estilar. O formato alongado é mais suscetível à ocorrência do distúrbio que o arredondado. 5.2 RACHADURA DOS FRUTOS Tem sido relacionada com o excesso de umidade disponível à planta, principalmente na fase de maturação e temperatura elevada (acima de 35°C). 5.3 FRUTOS DEFORMADOS E QUEDA DOS FRUTOS Estão relacionados com deficiência de polinização. Recomenda-se a instalação de colmeias e evitar as aplicações de defensivos, principalmente de inseticidas, no período da manhã onde ocorre maior intensidade de trabalho das abelhas, evitando-se a fuga ou morte dos agentes polinizadores da melancia. 6. TRATO FITOSSANITÁRIOS 6.1 PRINCIPAIS DOENÇAS A cultura da melancia pode ser afetada por várias doenças provocadas por fungos, vírus e bactérias: Cancro das hastes – (Didymella bryoniae) Podridão-do-colo – (Macrophomina sp.) Oídio – (Podosphaera xanthii.: fase perfeita; Oidium sp.: fase imperfeita) Míldio – (Pseudoperonospora cubensis) Antracnose (Glomerella cingulata var. arbiculare Murcha-de-fusarium (Fsarium oxysporum) Galhas (Meloidogyne spp.) Virose (Watermelon mosaic vírus (WMV) 1 e 2, 6.2 PRINCIPAIS PRAGAS Mosca Branca, Pulgão, Mosca Minadora, Tripes, Ácaros, Vaquinha, Broca das Cucurbitáceas e Lagarta Rosca. Essas espécies de insetos atacam a cultura da melancia, sendo que a maior ou menor importância de cada uma delas varia de acordo com a região e a época de plantio. No controle das pragas da melancia, quando da utilização de inseticidas, deve-se pulverizar a cultura de preferência no final da tarde, quando é menor a atividade de abelhas e a planta está menos sujeita a prováveis efeitos fitotóxicos. Sempre que possível, a escolha do inseticida deve recair sobre um produto menos tóxico às abelhas. 7. CADEIA PRODUTIVA A cadeia produtiva pode-se resumir em um estudo dos processos do meio para a obtenção de um bom plano de negocio, sendo indispensável na hora da tomada de decisões; um sistema de integração de um processo onde há oferta de insumos para o mercado consumidor assim nos dando varias vertentes desde a matéria prima até o produto final. Em virtude da globalização, evolução dos mercados consumidores, e implementações tecnológicas dos processos produtivos; o conceito de cadeia produtiva tem aprimorado. Especificamente, no caso de produtos de origem vegetal, cadeia produtiva pode ser visualizada como a ligação e inter-relação de vários elementos segundo uma lógica para ofertar ao mercado commodities agrícolas in natura ou processadas. 7.1. MONTANTE DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA Conhecido como o conjunto de atividades desenvolvidas no segmento “antes da porteira” tem como objetivo o fornecimento de insumos à produção. Sendo esse setor composto pelos fornecedores que se referem às empresas que têm por finalidade ofertar produtos tais como fertilizantes, agroquímicos, embalagens, máquinas e implementos agrícolas, tecnologia, melancia-semente, entre outros insumos necessários para a produção da melancia, e também as linhas de crédito que são disponibilizadas aos produtores. As condições de clima ameno a quente, de dias longos e de baixa umidade relativa do ar favorecem o desenvolvimento da cultura e a qualidade dos frutos de melancia. 7.2. TEMPERATURA A faixa ótima para o desenvolvimento da cultura é de 23 a 28º C. A planta é muito sensível a geadas, sendo seu crescimento vegetativo paralisado com temperaturas abaixo de 12ºC. Para a germinação, a temperatura mínima do solo deve ser de 16ºC, com um ótimo de 20 a 35ºC. Na floração, a temperatura ideal é entre 20 e 21ºC, sendo que, para a abertura das anteras, a temperatura mínima deve ser de 18ºC. Temperaturas elevadas, acima de 35ºC, estimula a formação de flores masculinas. O pegamento e a boa formação dos frutos dependem da polinização eficiente dasflores. As abelhas têm maior ativi dade na faixa de temperatura de 21 a 39ºC, o que favorece a polinização, sendo o ótimo em torno de 28 a 30ºC. 7.3. UMIDADE RELATIVA DO AR Os frutos, em geral, apresentam melhor sabor, aroma e consistência em locais quentes e com baixa umidade relativa do ar. A alta umidade do ar favorece a incidência de doenças foliares. 7.4. LUZ Fotoperíodos maiores favorecem o crescimento vegetativo e o florecimento da melancia. Dias longos e quentes e noites quentes, que caracterizam verão quente e seco, são tidos como ideais para a cultura da melancia. Em condições de umidade alta e baixa insolação, os frutos apresentam-se sem sabor. 7.5. VENTOS Ventos fortes e predominantes dificultam a prática do pente amento quando o método de irrigação é por sulco em razão da movimentação das ramas para dentro deste, o que causa uma maior incidência de danos mecânicos às plantas. Em consequência, favorecem o estabelecimento de doenças por fungos e bactérias através de micro lesões ocasionadas pelo atrito das ramas com o solo ou mesmo pelo atrito de partículas de solo arrastadas pelo vento. Por outro lado, ventos secos e temperatura ambiente elevada favorecem maior incidência de podridão apical, principalmente em frutos cilíndricos. 7.6. ÉPOCA DE PLANTIO A época de plantio mais adequada é aquela em que durante todo o ciclo da cultura ocorrem as condições climáticas favoráveis. Para cada região, as condições favoráveis podem acontecer em épocas distintas do ano, de acordo com sua localização e altitude. Em geral, nas regiões de clima frio, o plantio da melancia é feito de outubro a fevereiro; nas de clima ameno, de agosto a março, e nas regiões de clima quente, o ano todo, com uso da irrigação. No Nordeste o cultivo da melancia ocorre sob condições de chuva e sob irri gação. Deve-se evitar, porém, as épocas de chuvas intensas. Além dos fatores climáticos, é importante levar em conta a variação estacional de oferta e de preços do produto no mercado de destino. 7.7. SOLO Embora possa ser produzida em vários tipos de solos, a melancia desenvolve-se melhor em solos de textura média, profundos, com boa drenagem interna e boa disponibilidade de nutrientes. Devem-se evitar solos pesados e sujeitos a encharcamentos, o que a cultura não tolera. Escolhida a área, deve-se fazer a análise do solo, a fim de se quantificarem as necessidades de calcários e fertilizantes a serem aplicados. A cultura da melancia suporta solos de acidez média, podendo produzir bem na faixa de pH de 5,5 a 7,0. Quando o pH for inferior a 5,5, deve-se proceder à calagem, com no mínimo três meses de antecedência do plantio. Recomenda-se aplicar de preferência o calcário dolomítico, pois a melancia responde bem tanto à aplicação de cálcio, quanto à de magnésio, em termos de produção e qualidade de frutos. Outro aspecto importante da calagem é a diminuição da incidência do distúrbio fisiológico conhecido por podridão-apical, associado à deficiência de cálcio, que inutiliza os frutos para o comércio, e assim, causa grandes prejuízos para a cultura. 7.8 PREPARO DO SOLO Para uma boa produtividade é necessário que o solo seja bem preparado. Inicialmente, torna-se necessário verificar se o solo está compactado, sendo constatado, deve-se realizar com antecedência a subsolagem, depois procede-se uma aração a uma profundidade de 30 cm, seguido de uma gradagem, no sentido contrário a aração. O sulcamento deve ser feito a uma profundidade de 20 cm, no espaçamento 3,0m. Quando o sistema for por gotejamento ou aspersão, essa prática será utilizada como balizamento para o plantio e para realização da adubação química e orgânica em fundação (no fundo do sulco). Como também, serve para elevar o nível do plantio, drenar o excesso de água e evitar o acúmulo de água no colo da planta. 7.9. JUSANTE DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA O cultivo da melancia se bem manejado sob irrigação e adoção de bom nível tecnológico, atingealtas produtividades, pois esta cultura tem grande potencial no Nordeste brasileiro, visto que esta região dispõe de elevada luminosidade e altas temperaturas durante o ano inteiro. Os estados de Pernambuco e Bahia destacam-se como o maior polo de produção de melancia no Nordeste brasileiro. O controle de fatores pré e pós-colheita, que diminuem a qualidade e o valor comercial da melancia, podem aumentar a eficiência na comercialização, mantendo a qualidade, diminuindo perdas e ampliando os lucros. No estabelecimento de uma estratégia para o pequeno produtor rural, deve-se privilegiar, inicialmente, a definição do que produzir, com base em três fatores: recursos disponíveis, que dizem respeito aos fatores de produção: solo, água, clima, equipamentos e condições econômicas; a vocação dos produtores para trabalhar com determinados produtos na propriedade, o mercado e suas tendências de crescimento. Nestes últimos itens residem os grandes entraves para o pequeno produtor rural. No Brasil, o mercado consumidor leva em consideração o tamanho e formato do fruto, coloração da polpa, teor de sólidos solúveis, presença ou ausência de sementes e o preço. Observa-se que na maior parte das áreas plantadas, a predominância é de frutos grandes, com peso médio acima de 6 kg. No entanto, em algumas regiões produtoras, que não estão próximas de centrais de comercialização, os atacadistas chegam a classificar frutos abaixo de 8 kg como 'refugos', diminuindo a remuneração pelos os mesmos. Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), a remuneração por frutos grandes (≥9 kg) da cv. Crimson Sweet e de híbridos com o mesmo padrão externo de a referida cultivar, foi superior em aproximadamente 44% em relação aos frutos pequenos da citada cultivar em 2009 (Tabela 1). Provavelmente, a menor remuneração desses frutos pequenos decorre da alta frequência de frutos imaturos, e, portanto, de menor qualidade. Entretanto, recentemente, destaca-se o surgimento de novos tipos de melancias, as chamadas mini melancias, entre 1 kg e 2 kg. Isto se deve, principalmente, à exigência do mercado por produtos alternativos, onde o consumidor opta por frutos menores, sem sementes e de qualidade. Tabela 4. Preços da melancia com sementes em atacado. PRODUTO CLASSIFICAÇÃO PREÇO/ KG (R$) MÍNIMO MÁXIMO MÉDIO MELANCIA REDONDA - 0,35 0,50 0,42 MELANCIA REDONDA/ COMPRIDA GRAÚDA 0,93 1,13 1,03 MELANCIA REDONDA/ COMPRIDA MÉDIA 0,66 0,86 0,76 MELANCIA REDONDA/ COMPRIDA MIÚDA 0,50 0,66 0,58 Fonte: CEASA, CEAGESP (2009). 7.11. FLUXOGRAMA DA CADEIA PRODUTIVA Figura 9 – Fluxograma Cadeia Produtiva da Melancia - Fonte – Instituto de Economia Agrícola - (IEA). 8. CUSTO DE PRODUÇÃO Os custos de produção para os produtores de melancia no Submédio do Vale do São Francisco, que utilizam a irrigação localizada e se especializaram nesta olerácea, é de R$ 6.375,79/ha. Deste total, 94% correspondem às despesas de produção e cerca de 6% são com outros custos inerentes ao empreendimento agrícola irrigado — impostos, custo da terra, depreciação do sistema de irrigação e administração. No entanto, é muito comum que o próprio produtor seja também o administrador, não gaste com assistência técnica. Nesta região, é muito comum a melancia ser vendida a granel e acondicionada nos caminhões pelo comprador na propriedade. Por exemplo, no sistema de produção especificado na Tabela 5, em 2009, o preço médio da comercialização no atacado praticado nas Ceasas da Bahia e Pernambuco foi de R$ 0,43/kg e no Mercado do Produtor de Juazeiro, BA, R$ 0,23/kg. Considerando uma produtividade média de 35 t/ha, a receita bruta média obtida com a comercialização da produção no Mercado do Produtor de Juazeiro, BA correspondeu a R$ 8.050,00. Nesse mesmo ano, o custo de produção no referido perímetro foi de R$ 6.375,79/há, a receita líquida de R$ 1.674,21/ha e uma rentabilidade de 20,79%. Considerando que a receita líquida é baixa, R$ 0,05/kg, faz-se necessário aperfeiçoar o Sistema de Produção de Melancia para se obter incremento na produtividade e conseguir a sustentabilidade do agronegócio. Produtividades inferiores a 27,7 t/ha, em condições irrigadas do Submédio do Vale do São Francisco, não cobrem os custos totais do cultivo de melancia. Assim, o aumento do rendimento deverá ser o alvo dos produtores, especialmente, os da produção familiar, pois o seu cultivo é relativamente mais simples que outras oleráceas, com custo de produção mais acessível quando comparado, por exemplo, à cebola, tomate e melão. A rentabilidade no Baixo Jaguaribe e no Submédio do Vale do São Francisco foram, respectivamente, 11,5% e 20,79%. Provavelmente, a utilização da mão-de-obra familiar e os menores custos com equipamentos de irrigação determinam uma redução no custo total da produção. A maior utilização da fertirrigação e o incremento da densidade de plantio, 5.555 plantas/há, têm proporcionado um aumento no rendimento médio e rentabilidade da melancia no Submédio Vale do São Francisco. Na Tabela 5, são apresentadas as quantidades e valores de horas de trabalho de máquina e da mão-de-obra necessários ao cultivo de 1 hectare de melancia. Os parâmetros apresentados são baseados naqueles praticados por produtores no Submédio Vale do São Francisco, que adotam um bom grau de tecnologia e visam à comercialização da produção no mercado interno. O sistema abrange adubação, de acordo com análise de solo, cultivo de melancia de frutos grandes, cv. Crimson Sweet, espaçamento de 3 m x 0,60 m - densidade: 5.555 plantas/há -; uso de fertirrigação e comercialização da produção no mercado local, por meio de um atacadista. Entretanto, existem fatores que podem variar de uma região para outra, conforme o sistema de produção adotado pelo produtor e até conforme as condições climáticas e fitossanitárias de cada ano agrícola. Nas Figuras 2 e 3, observa-se o percentual das diferentes etapas da produção de 1 hectare de melancia em dois sistemas de produção em área irrigada no Nordeste brasileiro. Os custos de produção das empresas situadas no Baixo Jaguaribe, CE, que operam com a utilização de alto nível tecnológico e alto custo administrativo - fertirrigação, híbridos, assistência técnica, etc. - determinam um aumento no custo de produção, mas que é parcialmente compensado com o incremento da produtividade. Apesar de os custos de produção serem obtidos em épocas diferentes, observando-se as Figuras 1 e 2, constata-se que os custos com aquisição de sementes, equipamentos de irrigação, fertilizantes e custos administrativos são superiores na produção de melancia no Baixo Jaguaribe, CE, comparativamente aos do Submédio Vale do São Francisco. Observa-se que as principais diferenças estão nos itens fertilizantes - 11% maior no CE -, defensivos - 17% maior na BA -, sementes - 7% maior no CE -, equipamentos de irrigação - 2% maior no CE - e nos custos administrativos - 4% maior no CE -, enquanto nas pequenas empresas da Bahia, os custos de gerenciamento muitas vezes não são computados, pois o mesmo é feito pelo próprio produtor e em outros custos, como juros de crédito e impostos - 4% maior no CE. Tabela. 5. Coeficientes técnicos para o plantio de 1 ha de melancia irrigada. Descrição Especificação Valor Unit. Quantidade Total % 1- Insumos (*) 3.947,20 61,91 1.1. Fertilizantes 1.490,50 23,39 Calcário dolomítico R$/tonelada 200,00 1,00 200,00 3,14 MAP R$/kg 1,12 300,00 336,00 5,27 Uréia R$/kg 1,80 200,00 360,00 5,65 Cloreto de potássio R$/kg 1,93 250,00 482,50 7,57 Micronutrientes de solo R$/Kg 2,80 40,00 112,00 1,761.2. Fitossanitários 1.990,70 31,22 Espalhante adesivo R$/litro 6,30 1,00 6,30 0,10 1Fungicidas R$/kg ou R$/litro 113,13 383,40 6,01 1inseticidas R$/kg ou R$/litro 132,33 1.601,00 25,11 1.3. Outros 466,00 7,33 Análise de solo 36,00 1,00 36,00 0,56 Sementes de variedade R$/Kg 150,00 1,00 150,00 2,35 Água (**) R$/1000 m3 4,00 70,00 280,00 4,39 2 - Operações 2.039,00 31,98 2.1. Preparo do solo 549,00 8,61 Aração, gradagem, calagem, sulcamento HM 68,00 8,00 544,00 8,53 Calagem Homem-dia 20,00 0,25 5,00 0,08 2.2. Plantio 240,00 3,77 Abertura das covas Homem-dia 20,00 5,00 100,00 1,57 Plantio e replantio Homem-dia 20,00 2,00 40,00 0,63 Adubação Homem-dia 20,00 5,00 100,00 1,57 2.3. Tratos culturais 890,00 13,96 Desbaste de plantas Homem-dia 20,00 2,00 40,00 0,63 Capinas Homem-dia 20,00 15,00 300,00 4,70 Adubação em cobertura Homem-dia 20,00 5,00 100,00 1,57 Desbaste dos frutos Homem-dia 20,00 10,00 200,00 3,14 Pulverização Homem-dia 25,00 10,00 250,00 3,92 2.4. Irrigação 120,00 1,88 Irrigação Homem-dia 20,00 6,00 120,00 1,88 2.5. Colheita/Classificação 240,00 3,76 Colheita/Classificação Homem-dia 20,00 12,00 240,00 3,76 Subtotal Conta de Cultivo 5.986,20 93,89 3 - 2Custos de Administração 179,59 2,82 Gerenciamento/Adm 3,0% 179,59 2,82 4 - Outros Custos 210,00 3,29 4.1. Impostos/Taxas 30,00 0,47 4.2. Custo da Terra R$/ha/mês 40,00 3,00 120,00 1,88 4.3. Depreciação do Sistema de Irrigação R$/ha/mês 20,00 3,00 60,00 0,94 Custo Total (R$/ha) 6.375,79 100,00 Produtividade média/safra 35.000 kg/ha 5. Rentabilidade/SAFRA 5.1. Preços médios de dezembro/2009 CEASA/PE 0,42 R$/kg CEASA/BA/EBAL S.A 0,45 R$/kg Média do atacado 0,43 R$/kg 3Preço de mercado pago ao produtor 52,87% do atacado 0,23 R$/kg Valor Bruto da Produção (R$/ha) 8.050,00 0,23 R$/kg Despesa 6.375,79 0,18 R$/kg Receita líquida 1.674,21 0,05 Rentabilidade 20,79% Ponto de equilíbrio 0,18 R$/kg 27.723,5 Kg/ha Fonte: Dados Embrapa Semiárido Figura 2. Participação (%) das diferentes etapas da produção de um hectare de melancia. Fonte: Dados Embrapa Semiárido. Figura 3. Participação (%) das diferentes etapas da produção de um hectare de melancia. Fonte: Dados Embrapa Semiárido. 9. VANTAGENS Entre as vantagens da cadeia produtiva da melancia, podemos destacar: O cultivo de produção curto; Fruta de largo consumo no país, oportunidades de inovar colocando novas variedades e tipos de melancia no mercado nacional, ampliando e expandindo vendas por diferenciação; Fruta muito consumida no Brasil todo e reconhecida como refrescante leve, o que auxilia nas estratégias para aumentar o consumo; Possibilidades de ser consorciadas com outros plantios perenes e ou mesmo de ciclo curto; Fácil manuseio e conservação; Oferece bom rendimento por hectare, tornando-se alternativa viável para pequenos produtores. 10. DESVANTAGENS As principais fraquezas da cadeia produtiva da melancia são: Sistema de comercialização e transporte; Apesar do volume importante de produção, não existe associativismo e nem organização dos produtores para comercialização; Desconhecimento do pequeno produtor das exigências do mercado internacional; Desconhecimento das variedades mais aceitas nos principais mercados agrícolas regulamentados insuficientes para defender a cultura; Devido à má comunicação o consumidor brasileiro não tem conhecimento dos vários tipos de melancia e suas características; Falta de novos tipos de melancia com tamanhos menores no mercado brasileiro, para atender o novo estilo de vida e tamanho das famílias; Alto nível de endividamento dos pequenos produtores dificultando o acesso ao crédito e financiamento. 11. GARGALOS Para o bom desenvolvimento da lavoura de melancia, são necessários cuidados especiais que iniciam antes mesmo do plantio, prolongando-se até a colheita. Detalhes como o preparo do solo, semeadura, tratos culturais, manejo da adubação, irrigação, controle de pragas e doenças, colheita, transporte e armazenamento, são essenciais para o bom desenvolvimento do cultivo desta espécie (FIGUEIRA, 2003). Gargalo é qualquer obstáculo no sistema produtivo que restringe e determina o seu desempenho e a sua capacidade de obter uma maior rentabilidade (PAULA PESSOA, 2003). Os principais gargalos da produção de melancia são a falta de planejamento da produção e a desorganização dos produtores. Seria ideal, quanto a isso, um estudo de mercado para evitar excesso de oferta e queda dos preços na comercialização, para não haver sobras no mercado. Para tanto, o produtor não deve pensar somente em quantidade e, sim, estar atento quanto à qualidade do produto. Porém um dos grandes gargalos da cultura é a oferta em número e qualidade de melancia. (DANIELS, 2003). Embora possa ser produzida em vários tipos de solos, a melancia desenvolve-se melhor em solos de textura média, profundos, com boa drenagem interna e boa disponibilidade de nutrientes. Devem-se evitar solos pesados e sujeitos a encharcamentos, o que a cultura não tolera (FIGUEIRA, 2003) 12. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com este trabalho foi possível observarmos que o estudo da cadeia produtiva da melancia é de fundamental importância ao produtor, pois, com o auxilio dessas informações, ele pode desenvolver com maior segurança todo o trabalho de planejamento e do preparo do solo, plantio, escolha adequada da melancia semente, colheita, uso de mão-de-obra e de tecnologia, do beneficiamento, etc. e por meio desse processo ter uma boa rentabilidade. São inúmeras as vantagens que o plantio de melancia traz para o pequeno e para o grande produtor. Hoje a produção de melancia, em termos de economia, está mais lucrativa do que qualquer outra lavoura, seu consumo aumentou nas diversas regiões e estados. A demanda do mercado está em alta, porém, o preço da mesma acompanha estando acima dos valores normais. O produtor precisa visar não só a produção, mas também a qualidade, sendo que mesmo, em épocas diversas, tendo que vender a fruta por um preço muito abaixo do normal ele ainda terá seu lucro se tiver uma produção de boa qualidade. Apesar de não ser nativa de nosso país, a melancieira acabou se adaptando e atualmente é facilmente cultivada, ocupando um lugar de destaque no campo e na mesa dos brasileiros. De diversos tamanhos, formas e cores é uma cultura muito estudada em âmbito internacional. 13. REFERÊNCIAS AMARAL, A.O. do; GUTH, S.C.; MOTTA, M.E.V. da; CAMARGO, M.E; MEGEGOTTO, M.L.A.; PACHECO, M.T.M. A viabilidade econômica da cultura da melancia. Custos e @gronegócio, Recife, v. 8, n. 2, p. 1-177, 2012. ALMEIDA, D. P. F. Melancia. Faculdade de Ciências, Universidade do Porto, 2003. TEXTOS ACADEMICOS. Disponível em : <http://dalmeida.com/hortnet/Melancia.pdf> Acesso em: 09 nov. 2014. ALVARENGA, M. A. R.; RESENDE, G. M. Cultura da melancia. Lavras: Editora UFLA, 2002. 132 p. (UFLA, Textos Acadêmicos, 19). DANIELS, J. Melancia para uso próprio. In: PEREIRA, A. da S.; DANIELS, J. O cultivo da Melancia na Região Sul do Brasil. Pelotas: Embrapa Clima Temperado / Brasília: Embrapa InformaçãoTecnológica, 2003. p. 495-508. FILGUEIRA, F. A. R. Novo Manual de Olericultura: Agrotecnologia moderna na produção e comercalização de hortaliças. 2ª revista e ampliada Viçosa: UFV, 2003. 161-192 p. IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/pam/2009/default.shtm> Acesso em: 09 novembro 2014. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?indicador=1&id_pesquisa=15>. Acesso em: 09 nov. 2014. IEA�� HYPERLINK "http://www.iea.sp.gov.br/" \n _top� - �� HYPERLINK "http://www.iea.sp.gov.br/" \n _top�INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA. Disponível em: <www.iea.sp.gov.br> Acesso em: 09. novembro.2014. MIRANDA, R.F; RODRIGUES, G.A; SILVA, R.H; SILVA, C.L.W; SATURNINO, M.H; FARIA, S.H.F; Instruções Técnicas sobre a cultura da melancia, Belo Horizonte: EPAMIG, 1997. 28P. – ( EPAMIG. Boletim Técnico, 51 ). ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA AGRICULTURA E ALIMENTAÇÃO (FAO). Disponível em: <http:// www.fao.org>. Acesso em: 09 novembro. 2014 PAULA PESSOA, P. F. A. de. Gestão Agroindustrial. Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical. 2003. REVISTA HORTIFRUTI BRASIL. Versão on-line. Disponível em: <www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil> Acesso em: 09 nov. 2014. EMPRESAS PESQUISA INDÚSTRIAS MAQUINARIA EQUIPAMENTOS IMPLEMENTOS MÃO-DE-OBRA�SERVIÇOS SEMENTES �INSUMOS PRODUTOS BRASILEIROS GALPÃO DE BENEFICIAMENTO ASSOCIAÇÕES COOPERATIVAS ATACADISTAS LOCAIS TRANSPORTADORES ATACADISTAS CEASAs ATACADISTAS REDE SUPERMERCADISTA SERVIÇOS PRODUÇÃO DE MUDAS�COLHEITA�LAVAGEM�CLASSIFICAÇÃO�PROCESSAMENTO MÍNMO�EMBALAGEM�INDUSTRIALIZAÇÃO�TRANSPORTE DISTRIBUIÇÃO VAREJISTA SUPERMERCADOS FEIRAS LIVRES SACOLÕES, QUITANDAS 31% 59% 10% CONSUMIDORES INDÚSTRIAS RESTAURANTES ATIVIDADES A MONTANTE SERVIÇOS SETOR PRODUTIVO AGENTES ATIVIDADES A JUSANTE SERVIÇOS
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