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Aula 1 - Introdução

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1 
1	
Aquisição da Linguagem 
Alessandra Del Ré 
•  “Falar em linguagem da criança é falar, na 
verdade, da linguagem do ser humano e, 
consequentemente, do adulto, que já foi 
criança; o outro observado e analisado, 
por assim dizer, é o mesmo; o que é 
diferente, singular, é a forma como cada 
um vai se relacionar com a linguagem em 
diferentes momentos da vida”. 
 (Del Ré et al, 2014) 
2 
O	
  lugar	
  da	
  Aquisição	
  da	
  Linguagem	
  
	
  	
  
•  	
   Desafio:	
   situar	
   a	
   Aquisição	
   da	
   Linguagem	
  
dentro	
  dos	
  estudos	
  (psico)lingüís=cos	
  e	
  defini-­‐la	
  
enquanto	
   campo	
   de	
   pesquisa,	
   com	
   teoria	
   e	
  
metodologia	
  próprias.	
  
	
  	
  
ü 	
  Chomsky	
  (1957,	
  1965)X	
  Psicolinguís=ca	
  	
  
	
  	
  
	
  
	
  
	
  
• Psicolingüís=ca:	
   contexto	
   polí=co-­‐econômico	
   e	
  
cienOfico	
  ideológico	
  par=culares.	
  
	
  
	
  
• 	
  Psicologia	
  e	
  Lingüís=ca:	
  linguagem	
  (demanda	
  de	
  rigor	
  
cienOfico):	
   movimento	
   par=ndo	
   da	
   Psicologia,	
  
importando	
  a	
  Lingüís=ca	
  e	
  não	
  o	
  contrário.	
  
	
  	
  
	
  
3 
PSICOLINGUISTICA 
•  Estuda os processos psicológicos 
implicados na aquisição e no uso da 
linguagem. 
•  Um dos primeiros problemas que a 
Psicolingüística enfrenta diz respeito à sua 
relação com a Lingüística: alguns 
consideram suas pesquisas como tendo 
alguma ligação com ela, outros dizem que 
ela se enquadra totalmente nela. De 
qualquer modo, não parece haver solução 
para esse problema. 
•  Nos anos 60, ela foi influenciada pela 
teoria gerativa de Chomsky, cujo objetivo 
era construir um modelo de competência 
dos locutores. A partir de seus estudos, 
abriu-se o debate sobre o caráter inato 
das estruturas gramaticais. 
•  A partir dos anos 80, ela passou a ser 
dominada pelas ciências cognitivas 
(pretendem descrever, explicar e até 
simular o processo realizado/executado 
pelo espírito humano) 
4 
	
  
• 	
  Como	
  uma	
  ciência	
  do	
  indivíduo	
  pode	
  
assimilar	
  os	
  construtos	
  de	
  uma	
  outra	
  
que	
  trata	
  da	
  língua?	
  (Maia,	
  1985:13):	
  	
  
ü 	
  Problema	
  metodológico:	
  
diário,	
  coleta	
  transversal	
  e	
  
longitudinal.	
  	
  
	
  
• 	
   	
  Teoria/	
  Chomsky:	
   	
  explicar	
  o	
  fato	
  de	
  as	
  crianças	
  (3	
  
anos)	
   serem	
   capazes	
   de	
   fazer	
   uso	
   de	
   suas	
   línguas;	
  
debate	
   sobre	
   o	
   caráter	
   inato	
   das	
   estruturas	
  
grama=cais	
  	
  
	
  
•  	
   Todas	
   abordagens	
   na	
   aquisição	
  
elegem	
  a	
   fala	
  da	
  criança	
  como	
  objeto	
  
de	
   estudo;	
   por	
   isso	
   há	
   trabalhos	
  
diferentes,	
   mas	
   complementares:	
  	
  
querem	
   desvendar	
   o	
   misterioso	
  
mundo	
   da	
   fala	
   infan=l	
   (François,	
  
2006).	
  
5 
•  Trata-se de uma área de pesquisas variadas. 
Ela estuda: 
A) A produção dos enunciados 
•  E procura responder: 
•  Como o locutor passa da intenção de sentido à 
emissão de uma seqüência de sons ou de 
signos escritos? 
•  Ele começa pela sintaxe? 
•  Por determinadas palavras? 
•  Como ele controla sua produção enquanto a 
realiza? 
•  Existe pensamento fora da linguagem? 
b) A interpretação dos 
enunciados 
•  E procura responder: 
•  Para que um sinal (ondas sonoras ou 
signos escritos) seja compreendido, ele 
deve ser tratado pelo cérebro. Mas como 
se opera mentalmente o recorte da cadeia 
verbal em unidades (palavras, frases...) ? 
•  Como se identifica uma palavra apesar 
das variações de pronúncia ocasionadas 
pelo momento ou pelos locutores? 
6 
c) A memorização 
 
•  De que forma estão presentes as 
palavras, frases e textos na memória? 
•  Trata-se de representações lingüísticas ou 
estas informações são transformadas em 
representações de outro tipo? 
d) A aquisição da linguagem 
 
•  O que deve ser levado em consideração 
nos estudos atuais de aquisição de 
linguagem pela criança é o conjunto de 
seu desenvolvimento, o que acontece 
desde o momento em que ela nasce até o 
domínio da língua propriamente dita, tanto 
no que se refere à linguagem verbal 
quanto à não-verbal. 
7 
e) O plurilingüismo 
 
•  Postula-se, aqui, a existência de uma 
linguagem que ultrapassa a variedade das 
línguas particulares e procura responder: 
•  São freqüentes as situações em que os 
locutores manipulam simultaneamente 
várias línguas, com a mesma 
competência. Mas como essas línguas 
são estocadas na memória? 
•  Elas são dissociadas ou se 
interpenetram? 
f) A patologia da linguagem 
 
•  dislexia: perturbação na aprendizagem da 
leitura pela dificuldade de reconhecer 
correspondência entre símbolos gráficos e 
fonemas e reproduzir a linguagem escrita, 
•  disortografia: dificuldade na aquisição e no 
domínio das regras de ortografia; 
•  problemas decorrentes de uma patologia 
mental (autismo, esquizofrenia...); 
8 
•  afasias: enfraquecimento ou pesa quase 
total de capacidades cognitivas, que 
decorrem de lesões cerebrais 
•  afasia de expressão – uma dificuldade um 
uma incapacidade de expressão; 
•  afasia sensorial – dificuldade de 
compreender; 
•  alexia – dificuldade de ler; 
•  agrafia – dificuldade de escrever. 
• 	
  Nos	
  úl7mos	
  anos,	
  muitas	
  questões	
  a	
  respeito	
  dessa	
  fala	
  
infan7l	
  levaram	
  a	
  própria	
  Aquisição	
  da	
  Linguagem	
  a	
  uma	
  
certa	
  “autonomia”	
  e	
  subdivisão:	
  	
  
	
  
o 	
  aquisição	
  de	
  língua	
  materna	
  	
  
o 	
  aquisição	
  de	
  segunda	
  língua	
  	
  
o 	
  aquisição	
  da	
  escrita	
  
	
  
	
  
• 	
  Pesquisas	
  PPGLLP	
  (GEALin):	
  contemplam	
  três	
  subáreas,	
  
com	
  ênfase	
  na	
  aquisição	
  da	
  língua	
  materna.	
  	
  
	
  
9 
• GEALin:	
   alunos	
   de	
   IC,	
   mestrado	
   e	
  
doutorado	
  FCLAR.	
  
	
  
	
  
ü  	
   	
   Projetos	
   ligados	
   à	
   linha	
   de	
  
pesquisa	
  “Iden=dade	
  e	
  alteridade	
  na	
  
linguagem	
  da	
  criança”.	
  	
  
ü  	
   Obje=vo:	
   discu=r	
   a	
   questão	
   da	
  
subje=vidade,	
   o	
   posicionamento	
   da	
  
criança	
   em	
   relação	
   ao	
   outro	
   no	
  
discurso,	
  a	
  par=r	
  de	
  dados	
  coletados	
  
longitudinal	
  e	
  transversalmente.	
  	
  
	
  
Grupo NALingua (CNPq-desde 2008) 
Equipe: (12 Docentes/Pesquisadores) 
Alessandra Del Ré (coord.) – UNESP/Linguística 
Carmem Luci da Costa Silva – UFRGS/ Linguística 
Cristina Felipeto – UFAL/Linguística 
Claudemir Belintane – USP/ F. Educação 
Eduardo Calil – UFAL/F. Educação 
Gladis Massini-Cagliari – UNESP/Linguística 
Irani Maldonade – UNICAMP/IEL 
Luci Banks-Leite – UNICAMP/ F. Educação 
Márcia Romero – UNIFESP/ F. Educação 
Marly Matos – USP/ Letras Clássicas 
Selma Leitão – UFPE/ Psicologia Cognitiva 
Zelita F. Guedes – UNIFESP/ Fonoaudiologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
Grupo	
  NALingua	
  (CNPq-­‐desde	
  2008):	
  
	
  
ü 	
  Relação	
  de	
  iden=dade/alteridade	
  que	
  funda	
  a	
  entrada	
  da	
  criança	
  
na	
  língua	
  e	
  os	
  processos	
  que	
  cons=tuem	
  a	
  mudança	
  para	
  a	
  posição	
  
de	
  falante,	
  no	
  discurso	
  (oral/escrito)	
  da	
  criança.	
  	
  
ü 	
  Encontro	
  entre	
  pesquisadores	
  de	
  diferentes	
  áreas:	
  Lingüís=ca,	
  
Psicologia,	
  Fonoaudiologia,	
  Educação.ü 	
  Com	
  abordagens	
  teóricas	
  diversas	
  e	
  complementares:	
  
cogni=vista,	
  lacaniana,	
  enuncia=va.	
  
ü 	
  Que	
  se	
  interessam	
  pela	
  Aquisição	
  da	
  Linguagem	
  e	
  que,	
  portanto,	
  
se	
  propõem	
  a	
  se	
  debruçar	
  sobre	
  um	
  mesmo	
  corpus	
  a	
  fim	
  de	
  trazer	
  
contribuições	
  para	
  a	
  área.	
  	
  
	
  	
  
	
  
Questões??? 
•  Usar a linguagem é tão natural quanto respirar 
ou andar 
•  ... Mas crianças não nascem falando. Elas 
começam a adquirir a linguagem assim que 
nascem. 
–  Como esse processo acontece? 
–  Quando as crianças adquirem as habilidades 
necessárias para usar a linguagem com eficiência? 
–  Por quais estágios as crianças passam? 
–  A linguagem que elas aprendem afeta a maneira que 
elas pensam? 
11 
Objetivo da aquisição 
•  Adquirir todos os elementos de uma linguagem, 
tanto a estrutura como o uso, para tornar-se 
membro de uma comunidade de falantes. 
 → Sistema sonoro: Fonologia 
 → Estrutura das palavras: Morfologia 
 → Combinação de palavras em frases: Sintaxe 
 → Significado: Semântica 
 → Uso: Pragmatica 
Aquisição vs aprendizagem (Krashen, 
1981) 
•  Adquirir: 
–  Processo inconsciente 
–  Conhecimento 
implícito 
–  involuntário 
apropriação, implícito 
e inconsciente em 
uma situação de 
comunicação 
•  Aprender: 
–  Processo consciente 
–  Conhecimento 
Explícito 
–  voluntário e 
consciente 
–  Apropriação de uma 
habilidade ou 
conhecimento em 
um contexto 
institucional 
12 
Por que estudar aquisição de 
linguagem? 
•  Existem padrões básicos para balbuciar? 
•  A ordem para a aquisição da linguagem é 
universal? 
•  Dar às crianças um conjunto universal de 
categorias funcionais? 
•  A explosão vocabular é universal? 
 
Precisamos de uma grande quantidade de dados !! 
13 
Variabilidade entre linguas 
•  Repertório e combinação de sons 
•  Número de classes gramaticais 
•  Ordem de palavras (SVO, SOV) 
•  Significado das palavras 
•  Expressão de causa 
•  Combinação de frases... 
14 
Variabilidade entre linguas 
•  As linguas diferem no que é mais fácil e mais difícil de 
adquirir 
•  Duas fontes de complexidade para a aquisição (Slobin, 
1973, 1985): 
•  Complexidade conceitual: 
–  Complexidade das ideias que são expressas na linguagem 
(distinções conceituais mais simples devem ser dominadas em primeiro 
lugar) 
•  Complexidade formal: 
–  A mesma distinção conceitual pode ser expressa em várias 
formas nas diferentes linguas 
 (diferenças na complexidade formal devem afetar a velocidade de 
aquisição) 
Variabilidade no « input » 
•  Fala, continuidade acústica com uma variação 
contínua de sinais acústicos múltiplos 
•  A construção do conhecimento sintático requer 
uma segmentação prévia das palavras 
« A l’arrêt numéro deux, un petit chat noir attend tranquillement » 
15 
Variabilidade no « input » 
Variabilidade no « input » 
100 200 300 400 500 600
100
200
300
400
500
600
700
800
50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550
100
200
300
400
500
600
700
800
•  Variabilidade inter-individual: 
16 
[i] [i] 
[i] 
[i] 
[i] 
[i] 
[i] 
[i] 
[i] 
[i] 
[i] 
[i] 
[i] [i] 
Área de dispersão 
1 unidade 
abstrata 
Fonema /i/ 
Fones ou realizações 
particulares de [i] pelo 
mesmo falante 
Variabilidade no « input » 
•  Variabilidade intra-individual: 
Invariabilidade de 
representações 
Som / mapeamento de 
significado 
Variabilidade de 
“input” 
? 
Da variabilidade à invariabilidade de representações ??? 
Como quebrar o código? 
 /le/ /paRa~/ 
 les parents 
 Art. Subst. 
17 
Em geral, como uma criança pode resolver o 
dilema do ovo e da galinha? 
? 
Como quebrar o código? 
MAS 
Não podemos extrair as 
palavras sem saber a linguagem 
(essas categorias são válidas 
apenas a partir das regras 
linguísticas) 
Não podemos aprender uma 
linguagem sem aprender suas 
palavras 
(regras linguísticas dispostas em 
termos de categorias linguísticas) 
O mistério da aquisição 
•  Apesar dessa circularidade, todas crianças em todas as 
línguas: 
–  Aprendem sua primeira língua bem rápido 
–  Sem instrução direta 
–  No mesmo período de tempo 
–  Com progressão similar através das linguagens 
 
 
 → 7-10 meses: ‘balbucio’ (babbling) 
 → 12 meses: primeiras palavras 
 → 18 meses: primeiras combinações 
 → 3 anos: frases principais e ferramentas gramaticais 
18 
Como solucionar esse mistério? 
–  Construir a partir de noções preexistentes de 
representação de linguagem 
–  OU começar do zero e descobrir o que está 
representado na linguagem 
•  Já que as crianças não nascem falando, 
elas devem aprender uma língua 
•  Então, há duas possibilidades para recém-
nascidos:

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