Anotações de aulas ministradas pela professora Elizabeth de Gennari - Processo Civil II (2º Bimestre)

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Aula de Processo Civil II - Professora Elizabeth Di Genaro
Quando falamos em juízo estatal cível, não estamos falando de juízo estadual, mas sim daquele composto tanto por juízes cíveis da justiça estadual, como os juízes da justiça federal. 
Um título executivo só pode ser ato executório desde que tenha os requisitos de exigibilidade, liquidez e certeza.
 A exibilidade decorre da impossibilidade do cumprimento da obrigação pelo réu, verificada a condição e termo que deveria importar no cumprimento da obrigação, em que o devedor passa a exigir aquele cumprimento; 
Certeza é quando sabe exatamente o que deve ser cumprido, como e quem deve cumprir; e 
Enquanto liquidez é a determinação do bem ou bens que devem ser entregues pelo devedor para dar cumprimento a obrigação. Ou seja, consegue se quantificar o valor da obrigação com uso de operações aritméticas. 
Vale tanto para títulos extrajudiciais, como os judiciais. 
Observações relativas aos títulos extrajudiciais: um título extrajudicial em moeda estrangeira é liquido, bem aquele de múltiplos pedidos. Além daquelas sentenças estrangeiras homologadas no Brasil, torna-se liquida após a conversão do valor em real. 
Observações relativas aos títulos judiciais: As sentenças podem ser prolatadas de forma ilíquidas, ou seja, naquelas sentenças quando existir a condenação sem estabelecer o valor correspondente a ela. Em que, de forma excessiva, na hipótese de formulação de pedido genérico (as hipóteses são: em caso de ação universal - o demandante não sabe o que vai compor a parte dele, quando não for possível ao autor determinar as consequências dos atos ou fatos e quando a individualização do bem depende de ato a ser praticada pelo réu, em que o autor não tem esse conhecimento). Um outro ponto que podemos encontrar no CPC é aquela que determina ao Juiz Criminal que quando condenar o réu pela prática de um ilícito, deve fixar um valor relativa aos danos praticados pelo autor e quando não for suficiente esse, ....
Liquidação de sentença: 
Fase intermediária da fase de julgamento/decisória e aquela de cumprimento de sentença, nessas hipóteses precisaremos dessa fase de liquidação de sentença, que está regulada nos arts. 509 a 512, CPC. 
Observa-se que não há liquidez de sentença cível por não apuração por cálculo de contador, mas sim apenas por: arbitramento (Inciso I do Art. 509 e 510, CPC) e pelo procedimento comum (Inciso II do Art. 509 e 511, CPC) - 
Essa fase é regida pelo princípio dispositivo, isto é, é preciso que haja um requerimento para que se dê início a essa fase, ou seja, não é impulsionada pelo impulso oficial. São legitimados para dar inicio ou requerer a sentença o credor ou o devedor. É uma fase complementar da fase de julgamento/decisória e não é permitido nessa fase se rediscutir a causa, que modifique o julgamento anterior, mas apenas para apurar quanto vale a causa. E se encerra por uma decisão interlocutória que determinará o valor que faltava na sentença anterior e é passível de um recurso chamado AGRAVO DE INSTRUMENTO, conforme previsão do Art. 1015, parágrafo único, CPC.
Competência mencionada no Art. 516, CPC: a regra é que o cumprimento e a liquidez de sentença se deem perante o juízo originário de tribunal, juízo o qual a ação tramitou. Obs: nas causas que são de competência do juiz de 1º grau, se dará perante o juízo estatal de primeiro grau em que o processo tramitou (são: a sentença penal condenatória, a sentença arbitral e a sentença estrangeira homologada e a decisão estrangeira na questão da carta rogatória objeto x).
Em que momento se dá a liquidez de sentença: 
Execução provisória: é aquela em que há o cumprimento de sentença em que ainda está pendente de julgamento um recurso, em que a decisão ainda não é definitiva. Se as decisões forem ilíquidas, primeiro se liquida para depois se executar. 
Liquidação preventiva: que corre em conta e risco do credor, Art. 512, mesmo quando pendente de julgamento de recurso de efeitos suspensivos (suspende todos os efeitos da sentença recorrida), em autos apartados (aqui o legislador fala em processo fisico), podendo providenciar a liquidação de sentença. E só vai ser usada se a decisão vai ser cumprida. 
Formas da liquidação de sentença: 
·	Liquidação por arbitramento: é uma liquidação que precisa de uma providencia técnica para se identificar o valor da condenação, como a avaliação técnica contábil naquela ação que versar sobre a saída de um sócio de uma sociedade empresarial para receber sua quota parte. O que determina é o tipo de atividade probatória para se apurar o valor da condenação. Uma das partes requer que a sentença seja liquidada desta forma, podendo até trazer parecer técnico ou outros elementos para que o Juiz chegue ao valor técnico, designando/nomeando um perito (as partes podem escolher a perícia, mas se não o fazem de comum acordo, o Juiz determinará) para desenvolver o valor adequado dessa condenação. Aqui só há uma prova e a sentença dar-se-á por essa prova; e
·	Liquidação pelo procedimento comum ou complexa: é necessária quando a apuração do valor da condenação não se restringe a uma prova técnica, mas sim de vários itens/títulos a condenação. Quando a condenação se dá sobre vários bens que devem compor aquela condenação e devem ser individualizados pelas partes (ex: balão cai em biblioteca e se perde tudo que havia ali. Sendo prolatada sentença em que o réu deverá resarcir o valor dos bens que guardeciam o prédio, bem como o prédio. Essa condenação tem caráter universal, pois deve individualizar cada um dos bens que deverão ser ressarcidos). Art. 509, inc. II: alegar e provar fato novo, aqui fala-se tão somente ao universo que a sentença determinou/aquele conjunto que deverá ser pago, ou seja, os fatos novos são aqueles que compõem o conjunto para atribuição da condenação do valor (Ex: quantos livros tinham ali, os valores, etc). Contraditório intenso e um procedimento que vai se desenvolver muito semelhante a fase de conhecimento/cognitiva, mas conhecimento restrito a fixação e condenação do valor da ação.