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Psicanálise 1 - Apostila Simplificada

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Curso de Formação em Psicanálise Aula-1 Módulo I 
João Alberto Ricard Cordes Jr 
 
 
 
2018 
IPSEM – Instituto de Psicanálise e Estudos da Mente 
 
IPSEM – Instituto de Psicanálise e Estudos da Mente 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esta apostila tem por objetivo ser um pequeno guia, um resumo das aulas para auxiliar os 
alunos do curso livre de formação em psicanálise do IPSEM. Todos os temas aqui abordados 
poderão ser estudados com mais profundidade nas obras indicadas como bibliografia 
recomendada ao final de cada aula. 
 
 
IPSEM – Instituto de Psicanálise e Estudos da Mente 
 
2 
 
Sumário 
 
 
 
Uma pequena introdução a Gênese da Psicanálise...................................................3 
A Histeria .................................................................................................................5 
As Hipóteses Fundamentais da Psicanálise..............................................................6 
A Existência do Inconsciente....................................................................................7 
O Determinismo Psíquico..........................................................................................9 
Bibliografia recomendada e estudos complementares..............................................10 
 
 
IPSEM – Instituto de Psicanálise e Estudos da Mente 
 
3 
 
 
UMA PEQUENA INTRODUÇÃO A GÊNESE DA PSICANÁLISE 
 
 
Sigmund Freud foi um médico neurologista Austríaco que ficou mais conhecido como sendo o 
fundador e pai da Psicanálise. Nasceu em Freiberg, Moravia em 6 de Maio de 1856. Descendente direto 
de Judeus liberais, sua família contava com poucas posses, em vista disso, mudaram-se para Leipzig, 
Alemanha (1859), para se juntarem aos parentes que lá residiam. Freud seguiu para Viena (1860), onde 
viveu quase todo o restante de sua vida, vindo a falecer em Londres, Inglaterra em 1939. 
Em 1873, aos 17 anos, entrou na faculdade de medicina em Viena. Com inclinação voltada para 
área de pesquisas. Como aluno, Freud iniciou um trabalho sobre o sistema nervoso central, orientado 
por Ernst Von Brücke (1876) bem como se dedicava ao estudo do sistema nervoso e reprodutor das 
enguias (estudo este que teve grande repercussão em sua época). 
Após graduar-se em 1881, Freud inicia sua vida profissional na Clínica Psiquiátrica de Theodor 
Meynert (1882-83) como neurologista, e pouco tempo depois começa a se interessar pelo estudo da 
histeria. Mas foi em 1885, na França, orientado pelo Dr.Jean Martin Charcot, um dos médicos mais 
proeminentes de sua época, que Freud passou a se dedicar definitivamente ao estudo da mente, usando a 
hipnose sugestiva para tratar dos pacientes histéricos. 
Com o uso da hipnose sugestiva, Freud passou a perceber que as causas dos sintomas histéricos 
não eram orgânicas, mas sim psíquicas. Então concluiu que os métodos médicos convencionais de 
tratamento não seriam efetivos, e nem adequados para o tratamento da histeria. Sendo assim passou 
então a usar a técnica da hipnose/sugestão, com intuito de aliviar os sintomas de seus pacientes. 
IPSEM – Instituto de Psicanálise e Estudos da Mente 
 
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 Na Primavera de 1886 Freud em conversa com o médico fisiologista Josef Breuer, seu amigo 
intimo e colega de faculdade tomou conhecimento do caso da paciente de Breuer Ana O, e também do 
método que ele desenvolveu para tratamento da Histeria, conhecido como método Catártico. Reunindo-
se com Breuer, e através do acompanhamento e discussão de casos clínicos, principalmente do caso 
Caso Ana O. (Berta Pappenheim) Freud passou a conhecer todos os pormenores do método catártico 
desenvolvido por Breuer. Por motivos pessoais Breuer não quis continuar a prática terapêutica que havia 
descoberto e nem publicou de imediato os resultados do tratamento de Anna O, porém ensinou seu 
método a Freud. Em 1893 ambos publicaram em conjunto um artigo sobre o método desenvolvido, e 
dois anos depois fizeram o livro que marcou o início da teoria psicanalítica, Studien über Hysterie 
(Estudos sobre a histeria). Esse livro é geralmente considerado um dos marcos iniciais da psicanálise. 
Porém algum tempo depois Freud e Breuer passariam a ter suas primeiras divergências teóricas 
quanto à etiologia (causa) dos transtornos psíquicos histéricos. Para Breuer, os fundamentos dos 
transtornos histéricos eram fisiológicos ao passo que para Freud eram de natureza psíquica e também de 
caráter sexual. Mas o que causou de fato o rompimento entre os dois foi a Teoria da Sedução, 
desenvolvida por Freud, e que algum tempo mais tarde se mostrou totalmente equivocada, levando 
Freud a reconhecer seu erro e se desculpar (de forma informal) com Breuer. 
Mais tarde Freud assumindo o caso Ana O, em uma experiência clinica com a paciente 
desenvolve por sugestão dela própria o método de livre associação de ideias, trocando a hipnose e o 
método Catártico de Breuer pela nova técnica, forjada por ele mesmo, uma nova abordagem dos 
processos mentais inconscientes. 
Em torno de 1914 desenvolve a sua teoria Topográfica da mente, chegando ao que ficou 
conhecido como Primeira Tópica, que dividia a mente em Três aspectos: Inconsciente (ICS) Pré 
Consciente (PCS) e Consciente (CS). Logo após, por volta dos anos de 1923, amplia suas ideias inicias, 
pensando no aparelho psíquico como uma estrutura (Teoria Estrutural) com a abordagem do que seria 
a Segunda Tópica, criando o conceito de três instâncias psíquicas que seria o Id, as pulsões naturais e 
instintivas regidas pelo principio do prazer, o Ego como sendo o centro da consciência regido pelo 
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5 
 
principio da realidade, e o Super Ego, sendo ele o sensor moral do Ego regendo através do principio da 
moralidade e pelo “Ideal do Eu”. 
 
A HISTERIA 
A Histeria, ou melhor, o conceito de Histeria, iniciou-se com Hipócrates no período Helenístico, 
mas foi com Sigmund Freud que o termo começou a se popularizar para fora do mundo acadêmico. 
A palavra Histeria tem suas raízes no Grego, Hystéra (ὑστέρα ,útero).Termo derivado da cultura 
Helenística cunhado por Hipócrates. O Termo, posteriormente foi traduzido para o Francês como 
Hystérie. Como sua própria etimologia sugere, a palavra Histeria relacionava-se com afecções do útero. 
Para a medicina Helenística, mais especificamente para Hipócrates, os sintomas Histéricos tinham 
origem no mau funcionamento do útero. Hipócrates acreditava que os sintomas eram decorrentes do 
excesso de sangue e Linfa expulsados pelo útero que chegavam com violência ao cérebro, por causa do 
movimento bruto dele dentro do corpo, causando assim os mais variados tipos de sintomas. 
Interessante notar que o conceito de Histeria, mesmo tendo dois importantes desvios (visão 
religiosa na idade média, e visão do Mesmerismo, como Magnetismo Animal) chegou quase intocado 
ao Séc. XVIII. Segundo Michel Foucault, até o séc. XVIII a ideia da relação do útero com a Histeria 
continuaram presentes nas origens das patologias nervosas. Foi a partir da Psiquiatria, com Philippe 
Pinel que a etiologia das doenças nervosas começaram a ser vistas como originadas no cérebro e não 
mais no útero. 
 Até o Início da Psicanálise, e dos estudos de Charcot, Breuer e Freud, a Histeria tinha um papel 
central na etiologia dos fenômenos sintomatológicos psíquicos. A Histeria era um manto conceitual o 
qual abarcava diversos tipos de fenômenos de ordem Motora/Sensorial, como por exemplo, os 
IPSEM – Instituto de Psicanálise e Estudos da Mente 
 
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distúrbios da visão, da audição, do paladar e do tato; excesso de sensibilidade ou anestesia geral; dores 
intensas, sem nenhumaorigem orgânica. As motoras abrangeriam desde a paralisia completa, os 
tremores, os tiques nervosos, até contrações e convulsões. Outros sintomas histéricos são a perda 
completa ou parcial da voz, tosse, enjoos, vômitos e soluços. Mais raramente se percebia a incidência de 
amnésia e sonambulismo. Todos os tipos de neurose de conversão estavam sobre o manto da Histeria. 
Não existia até aquela época um diagnóstico preciso sobre as doenças psíquicas, e nem mesmo uma 
separação muito clara e definida entre causas fisiológicas e psíquicas dos sintomas. O conceito de 
Histeria, como um manto, abarcava todos estes sintomas, e de forma equivocada, os “explicava”. 
 
AS HIPÓTESES FUNDAMENTAIS DA PSICANÀLISE 
A Observação dos fenômenos histéricos, e seu estudo, levaram Freud a perceber que a causa 
destes fenômenos não eram orgânicas, mas sim psíquicas. Ele percebeu que a medicina de sua época 
não era capaz de dar respostas satisfatórias e nem adequadas aos fenômenos psícofisico observados, 
visto que suas causas não eram orgânicas. Logo existiria a necessidade de uma nova ciência para dar 
respostas de forma efetiva às enfermidades que tinham origem única e exclusivamente no psiquismo 
humano. Neste ponto Freud começa a discordar de Breuer. Joseph Breuer continuava a crer que a 
Etiologia da histeria se dava na fisiologia humana. Baseado em suas experiências clínicas, na auto-
observação e nos seus estudos frequentes sobre histeria, Freud lança aquilo que seria os Pilares 
Fundamentais da Psicanálise os quais são: A Existência do Inconsciente e o Determinismo 
Psíquico. Partindo destes 2 pilares Fundamentais, Freud começa a desenvolver toda a teoria 
psicanalítica e seus principais postulados no inicio do séc XX. 
 
 
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7 
 
A Existência do Inconsciente 
 
“A diferenciação do psíquico em consciente e inconsciente, é a premissa fundamental da psicanálise. Permite-
lhe, com efeito, chegar a compreensão dos processos patológicos da vida anímica, tão frequentes como 
importantes, e subordina-los à investigação cientifica. Ou, dito de outro modo, a psicanálise não vê na 
consciência, a essência do psíquico, mas somente uma qualidade do psíquico que pode ser somada às outras, ou 
faltar em absoluto.” 
Freud em O Ego e o Id 1923. 
 
Segundo Freud, a descoberta do inconsciente não se deve única e exclusivamente a ele, mas sim 
aos filósofos, artistas e poetas. Antes de Freud, outros abordaram a problemática do inconsciente, de 
forma indireta. Assim Leibniz lançou a ideia das “pequenas percepções que escapam da consciência.” 
Hippolyte Taine descreveu a sensação consciente, como resultante de uma série de percepções 
inconscientes. Marco Aurélio “Carus” dizia que o inconsciente é um principio divino que preside a 
organização do mundo, da vida orgânica e da vida espiritual. Von Hartman descrevia o inconsciente 
como a Alma Universal (Anima Mundi) a natureza de tudo o que é vivo. Reflexões do mesmo calibre 
não escaparam da análise de filósofos como Friedrich Nietzsche, Schopenhauer, Hegel, Sócrates, que de 
forma indireta indicavam o dinamismo dos processos inconscientes. Também a literatura e a poesia 
estavam repletas de referências ao inconsciente, como por exemplo os escritos de, Yeats, William 
Blake, Shakespeare, e Poetas como Fernando Pessoa. Até religiosos como São Paulo de forma indireta 
sugeriram uma força, uma realidade, um aspecto inconsciente de si mesmo. Como, por exemplo, nestas 
passagens de Romanos: 
 
 
 
Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. 
 
Romanos 7:15 
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8 
 
De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. 
 
Romanos 7:17 
Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. 
 
Romanos 7:19 
Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. 
 
Romanos 7:20 
Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. 
 
Romanos 7:21 
Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende 
debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. 
 
Romanos 7:23 
 
Enfim, a literatura, a poesia, a filosofia, as artes, a religião e a ciência estão repletas de 
exemplos, referências e citações indiretas ou não ao inconsciente. Desta forma, fica claro a citação de 
Freud, que com sua sagacidade, percebeu na literatura, referências claras aos dinamismos inconscientes. 
Segundo ele, sua própria participação na descoberta, e no desenvolvimento do conceito de inconsciente 
limitava-se ao estudo cientifico dos processos que o compunha, visando desenvolver uma teoria 
cientifica a respeito do psiquismo Humano. Também Freud, foi o primeiro a dar “voz” ao inconsciente 
no ambiente clínico e acadêmico do séc XIX. Características pormenorizadas dos processos 
inconscientes, e todas as referências a respeito deste assunto serão estudadas com profundidade na 
próxima aula: Modelo Topográfico e Estrutural do Aparelho Psíquico. 
 
 
 
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O Determinismo Psíquico 
 
 
O Segundo Pilar Fundamental da teoria psicanalítica desenvolvida por Freud é o conceito do 
determinismo psíquico. Para a Psicanálise, o Inconsciente é determinado por eventos mentais 
sucessivos. Todas as ideias inconscientes são de certa forma associadas, ligadas umas as outras, visando 
um objetivo determinado, uma meta comum. Ou seja, isso significa que na mente nada acontece por 
acaso. Por trás de cada ideia consciente que o individuo tenha existe uma cadeia de ideias interligadas 
até o inconsciente, ou até o fator gerador externo (ambiente) da associação de ideias em questão. Não 
existe descontinuidade na vida psíquica. 
O Conceito de determinismo psíquico é o segundo pilar fundamental que torna a teoria 
psicanalítica viável. É através dele que se processa a livre associação de ideias. É através da Livre 
Associação de ideias e da Atenção Flutuante que traçamos uma investigação na cadeia de ideias do 
Analisando tendo em mente o objetivo final que é o de alcançar o conteúdo latente da questão, que o 
analisando traz para análise sem o saber. 
 
 
 
 
 
 
 
IPSEM – Instituto de Psicanálise e Estudos da Mente 
 
10 
 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA E ESTUDOS COMPLEMENTARES* 
 
 
 
 
 Noções Básicas de Psicanalise - Charles Brenner 
 Cinco lições de Psicanálise. Vol XI – Obras completas Ed Imago. 
 Estudos sobre a Histeria. – Vol II – Obras Completas Ed Imago. 
 Um Estudo Autobiográfico – Vol XX – Obras Completas Ed Imago. 
 
 
 Documentários; 
 
1. Análise de uma Mente – Sigmund Freud. 
2. A Invenção da psicanálise. 
 
 
*Todo material sugerido poderá ser encontrado na área do aluno.

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