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Direito da Seguridade Social

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Direito da Seguridade Social
Professor Rubens José Kirk de Santis Junior
Provas
Primeira Prova – dissertativa, formada de 4 a 5 questões.
Segunda Prova – teste
Bibliografia Recomendada
Para concursos: 
Direito Previdenciário Esquematizado – Pedro Lenza;
Manual de Direito Previdenciário – André Leitão e Augusto Griecco
Direito Previdenciário para Concursos Públicos – Hermes Arrais Alencar – Ed. Atlas - para quem já sabe a matéria, como se fosse um resumo
Direito da Seguridade Social
Ramo do direito que estuda as relações que envolvem a previdência social, a assistência social e a saúde pública. É, portanto, um ramo do Direito Público que envolve direitos sociais indisponíveis.
Conceito de Seguridade Social: “a seguridade social abrange um conjunto de normas jurídicas e de políticas públicas que visam viabilizar o direito à saúde, à previdência social e à assistência social.”
Em nosso curso, estudaremos o direito da Seguridade Social, que não estuda apenas a previdência social, mas também a assistência social e a saúde pública.
Geração do Direito Fundamental: direitos de primeira geração (liberdades públicas – direito à vida, à liberdade de ir e vir, de expressão, etc. Existe uma obrigação de não fazer ao Estado); direitos de segunda geração (igualdade, isonomia. Visam materializar a igualdade entre os indivíduos. Exemplos clássicos são os Direitos Sociais – direito à Educação, à Saúde, à Previdência Social, à Assistência Social etc. Aqui, ao contrário dos direitos de primeira geração, o Estado é obrigado a adotar políticas públicas que efetivem os direitos sociais); direitos de terceira geração (fraternidade).
Portanto, nos direitos de segunda geração, o Estado possui uma obrigação de fazer, ou seja, é obrigado a adotar políticas públicas que viabilizem o exercício daquele direito, sob pena de ser demandado no Poder Judiciário.
História: quando o Estado foi criado, utilizou-se um modelo basicamente absolutista – o Estado não existia para garantir bem comum ou social, mas exclusivamente para manter uma estrutura de poder que girava em torno de uma figura política (normalmente o Rei). O Estado Absolutista exigia tanto do povo, e a ele nada dava, de modo que o povo começou a se rebelar. O Estado, depois da Revolução Francesa, passou a garantir ao indivíduo, ao menos, o Direito à Vida e à Liberdade. Wellfare State – o Estado deve garantir ao indivíduo o direito a uma vida social digna, ou seja uma vida de qualidade. O Estado, então, passou a ter uma função instrumental (deixou de ser um fim em si mesmo e passou a ser um instrumento para a materialização do direito em favor do cidadão).
Após a Segunda Guerra Mundial, a função instrumental do Estado foi aprofundada. O Estado passou a ser um Estado de Direito, ou seja, um Estado onde o império da lei é absoluto, ou seja, um governante não pode fazer nada que não esteja disposto em Lei.
No Século XIX, o Estado de Direito passou a ser um Estado Democrático de Direito. Além de ser um Estado de Direito, os governantes da máquina passaram a ser eleitos pelo povo.
A Evolução da Seguridade Social: o primeiro ato normativo que tratou da questão foi a Lei dos Pobres (Poor Relief Act - Inglaterra, 1601). Tal lei passou a prever que o Estado deve amparar aqueles que estão em situação de miséria. 
Posteriormente, houve no Brasil uma legislação que previa os Socorros Públicos (Constituição Federal de 1824). Na prática, era muito pouco implementada.
Em 1883, na Alemanha de Otto Von Bismarck, houve a criação do Seguro-Doença, ou seja, o trabalhador pagava ao Estado e, se ficasse doente, seria pelo próprio Estado amparado.
No Brasil, a Lei Eloy Chaves foi a primeira lei previdenciária do Brasil. Datada de 1923, previa a caixa de aposentadoria e pensões para os ferroviários (limitada, portanto).
Depois disso, houve uma série de atos normativos, que por fim culminaram na CF/88.
CF/88: trata do tema nos arts. 194-204, além de mencionar os direitos de seguridade social em seu art. 6º.
No art. 194, estabelece que a seguridade social é formada por um conjunto integrado de políticas públicas, ações estas prestadas pelo Estado e pela sociedade, na viabilização dos direitos à previdência social, à saúde e à assistência social. Estabelece neste artigo, portanto, o Princípio da Solidariedade (em determinadas políticas públicas, não é apenas o Estado que tem obrigação de atuar, mas a própria sociedade como um todo). 
A CF/88 E A SEGURIDADE SOCIAL – arts. 194 a 204
Art. 194: conceito de seguridade social. A CF preconiza que a seguridade social é um conjunto integrado de ações que visam promover a assistência social, a saúde pública e a previdência social. Este conjunto integrado de ações deve ser prestado tanto pelo Estado quanto pela Sociedade. Daí decorre o primeiro princípio, qual seja o Princípio da Solidariedade. 
A CF estabelece alguns princípios (objetivos – norma constitucional programática, ou seja, aquela norma que impõe à Administração Pública um programa de governo a ser atingido) que devem ser observados pelo legislador infraconstitucional (§ único, incisos):
Universalidade da Cobertura e do Atendimento (inciso I): Universalidade de Cobertura: a Seguridade Social terá de proteger (cobrir) o maior número de situações possível. Ex.: hoje, a Seguridade Social protege a saúde (modo preventivo e curativo), situações de miserabilidade, de doença, de velhice (aposentadorias), morte (pensão por morte), desemprego (seguro-desemprego). A legislação cobre uma série de situações, de modo tendente a se tornar universal. Universalidade de Atendimento: a Seguridade Social deve ser a mais espalhada, capilarizada possível. Amplitude do Princípio da Universalidade: a discussão acerca da amplitude de tal princípio tem efeitos práticos importantes, pois, se chegarmos à conclusão de que a Seguridade Social deve atingir toda e qualquer situação que o indivíduo esteja sujeito durante sua vida, chegamos à conclusão de que o SUS é obrigado a oferecer tratamentos médicos no exterior, e.g. Se a interpretação é restrita, a ideia é diferente.
Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais: até a CF de 88, a população rural do Brasil sempre sofreu de uma discriminação jurídica desarrazoada, a exemplo da diferença de benefícios trabalhistas para um e outro, o que acabou com o advento da “Constituição Cidadã”. O trabalhador rural, hoje, é a única exceção à exigência de contribuição prévia para se ter algum benefício da seguridade social. A CF estabeleceu a regra de isonomia material (e não formal) para tentar trazer o trabalhador rural para mais perto do urbano.
Seletividade e Distributividade dos Benefícios e Serviços: Princípio da Distributividade: está relacionado à distribuição, ou seja, a Administração Pública deve adotar medidas para distribuir a política de seguridade social da forma mais efetiva possível. Sua implementação pode se dar reduzindo a burocracia para que a política pública seja mais ágil, criando órgãos mais eficientes para uma maior celeridade no atendimento à população. Princípio da Seletividade: determina que a Administração selecione as situações mais relevantes para serem protegidas. Tais situações geralmente são morte, doença, miséria, desemprego, etc. 
Irredutibilidade do valor dos benefícios: a CF garante a irredutibilidade do valor dos benefícios. Contudo, assim como o Princípio da Isonomia, a irredutibilidade de alguma coisa, sob o ponto de vista econômico, pode ocorrer de duas formas: irredutibilidade formal ou irredutibilidade material. Irredutibilidade formal é aquela que diz: “o Senhor ‘A’ ganha R$ 1.000,00, de modo que a previdência nunca poderá lhe pagar menos que R$ 1.000,00”. Contudo, mil reais hoje não é a mesma coisa que mil reais daqui a cinco anos. A irredutibilidade formal é puramente numérica, portanto. Irredutibilidade material: o critério não é meramente numérico. A irredutibilidade deve ser em relação ao poder de compra. Portanto, haveria de se verificar uma sériede fatores econômicos, como juros, inflação, índices do IBGE, etc. O STF posicionou-se contrariamente ao beneficiário, identificando que o Princípio da Irredutibilidade é o formal. A questão é técnica: o PJ não legisla, mas interpreta a legislação, aplicando a uma situação em tese ou concreta. O STF, portanto, não teria como dizer que o princípio da irredutibilidade refere-se ao poder de compra se não há lei que o diga. Até porque, no § único, a CF nos diz que “compete ao Poder Público, nos termos da lei (...)”. Posteriormente, mudaram a tese perante o Supremo para tentar mudar o posicionamento do STF: em que pese ser competência do CN editar a lei cabível, a lei que o CN editou não regula suficientemente o objetivo que a CF estabeleceu, que é a irredutibilidade do valor dos benefícios. O STF, então, posicionou-se no sentido de que não existe dúvida de que o art. 194, § único é uma norma constitucional de eficácia limitada. Quando o CN não edita a lei para regulamentar, está-se diante de uma omissão total, de modo que o PJ pode intervir, inclusive por meio de mandado de injunção. O problema encontra-se quando se alega que o CN editou a lei, mas ela não presta. É isso que a doutrina constitucional alemã chama de omissão parcial do legislador. Se a lei editada não presta, portanto, o que se deve é buscar notificar a lei perante o CN. O Judiciário não pode modificá-la, sob pena de violar o Princípio da Divisão dos Poderes. O STF assim se posicionou porque nenhuma lei infraconstitucional atende aos anseios da CF, a exemplo do salário mínimo, seguro desemprego, benefício previdenciário, política pública do SUS, etc., etc., etc. Ademais, tecnicamente o PJ não é o órgão adequado para este tipo de debate, mas sim o CN. O que acontece é que o Brasil inverteu a ordem das coisas, de modo que o PJ está inflado e cheio de trabalho. A população não vai nem à Câmara dos Vereadores, mas ajuíza ações a torto e direito. Isto, tecnicamente, não é bom para a democracia, pois o PJ passa a legislar.
Equidade na forma de participação e custeio: a equidade é aplicada no caso em concreto quando o sistema legal é falho. Por vezes ocorre o que chamamos de lacuna jurídica. A lacuna é solucionada mediante a aplicação de alguns institutos, como o da equidade. O administrador público, o legislador e o juiz devem aplicá-la para solucionar tais problemas. A equidade, aqui, está no sentido de que o custeio (contribuição) da seguridade social deve ser feito da forma mais isonômica e justa possível, levando em conta, inclusive, o Princípio da Capacidade Contributiva. Seria justo que Sílvio Santos contribuísse igualmente a mim? O legislador, para fazer justiça no custeio, deve levar tais peculiaridades em consideração. O mesmo se aplica à seguridade social. A equidade no custeio é perseguida na prática atual aplicando-se alíquotas à contribuição.
Diversidade da Base de Financiamento: vovó dizia – não coloque os ovos em um cesto só. A pecúnia que financia a seguridade social não deve sair de uma única fonte, a fim de evitar a quebra do sistema de seguridade. Fontes: i) Orçamento do Poder Público: impostos, contribuições, fontes diversas, a exemplo de um aluguel de bem público, de uma concessão de serviço público, venda de imóvel, etc. Parte da arrecadação da União, dos Estados e dos Municípios é destinada ao financiamento da Seguridade Social; ii) Contribuições Sociais: são pagas basicamente pelo empregador, pelo tomador de serviço, pelo importador e pelos segurados da previdência; iii) Concursos de Prognóstico: loteria e jogos regulados pela União. Parte da verba arrecadada vai para o custeio da seguridade social.
Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados: organização descentralizada: CF utilizando termos técnicos de forma imprópria. A ideia aqui foi a de impor a necessidade de a administração ser capilarizada a fim de atender o maior número de pessoas da melhor maneira possível. Gestão Quadripartite: órgãos colegiados, nos quais deve haver representação da administração pública, dos trabalhadores, dos empregadores e dos aposentados ou pensionistas. 
SAÚDE (arts. 196 a 200, CF)
Conceito jurídico: segundo a CF, em seu art. 196, saúde é direito de todos e dever do Estado. O Direito à saúde protege o indivíduo de doenças ou agravos de forma preventiva e curativa, garantindo acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. É dever do Poder Público tornar a saúde o mais universal possível. Para se ter acesso à saúde, não é necessário pagar nada. Portanto, o direito à saúde é um Direito Não Contributivo (Política Pública não Contributiva), ou seja, independe de contribuição. O art. 197 reza que lei infraconstitucional regulará a saúde (Lei 8080-1990 – Lei do SUS). A própria CF, sabendo que muitos municípios não conseguiriam atender à demanda da saúde pública, estabelece que esta será prestada na forma de um sistema único (SUS), composto pela União, Estados, DF e Municípios.
Conteúdo Histórico: antigamente, o Estado não era o responsável direto pela saúde. Outras instituições o faziam, por caridade, como a Igreja Católica, e.g. (até hoje subsiste o nome ‘Santa Casa’).
A Constituição de 1988 trouxe para o Estado a obrigação de garantir o direito à saúde para todos os cidadãos. Além disso, traz a norma constitucional atual que a iniciativa privada só pode prestar serviços de saúde mediante autorização estatal.
Cria a CF, também, o Sistema Único de Saúde: União, Estados, DF e Municípios devem participar ativamente e de forma contínua na prestação de serviços de saúde. Portanto, a CF trouxe uma obrigação solidária a todos os entes federativos.
SUS: 
Está regulamentado na Lei 8080. É o conjunto de ações integradas da União, Estados, DF e Municípios que visa materializar políticas públicas de saúde. Estabelece a referida lei, também, que compete à iniciativa privada prestar serviços de saúde de forma suplementar, ou seja, complementando a atuação do poder público, sob fiscalização da Administração Pública. Esta exerce tal poder/dever fiscalizatório por meio do Ministério da Saúde, das Secretarias de Saúde Estaduais e Municipais e por meio de autarquias criadas para este fim (ex.: ANS, Anvisa, Funasa, etc.).
Repartição de Competências: a Lei 8080 distribui a competência entre os entes políticos. É a este estudo que nos deteremos a partir das seguintes linhas.
Princípio da Preponderância do Interesse: na lei do SUS, em geral, as competências são distribuídas levando-se em conta o interesse envolvido na questão. Portanto, se há um interesse de relevância nacional, a competência será da esfera Federal (ex.: Campanha de Vacinação); se o interesse for regional, quem regulamenta é o Estado, sendo que este também possui, dentro do SUS, uma competência residual, ou seja, tudo o que não compete à União nem aos Municípios, compete ao Estado.
Competências Específicas: competirá à União estabelecer normas gerais no âmbito do SUS, bem como fiscalizar Estados e Municípios na execução das políticas públicas. Portanto, a União não executa política pública de saúde, fazendo-o somente de forma excepcional. Sua característica é de fiscalização, regulamentação e provento. Compete à União aporte financeiro necessário para que as políticas de saúde sejam efetuadas.
Os Estados também regulamentam em âmbito regional, auxiliando no provento e na execução de políticas públicas de saúde, bem como exercem a fiscalização.
Os Municípios entram com o aporte (dinheiro) e executam o Serviço de Saúde. Portanto, dentro do SUS, os Municípios têm uma função executiva.
Resumo:
Competência Legislativa:
União: normas gerais: 24, § 1º, CF;
Estados: suplementar: art. 24, § 2º, CF;
Municípios: interesse local: art 30, I e II da CF.
Competência Material: é comum entre os entes federados, ou seja, todos têm a obrigação. A consequência prática da comunhãoda competência material é imensa: imagine que se necessita de um medicamento que está em falta no SUS; a Secretaria Estadual de Saúde alega que não é atribuição deles, mas do Município; o Ministério da Saúde também alega o feito, e ninguém resolve a situação. Ingressa-se na Justiça, e a legitimidade passiva é de todos os entes: Município, Estado e União. A União alega ilegitimidade passiva, sempre, em suas defesas. O Estado também o faz. O STF já decidiu acerca do tema (veremos adiante).
Principais Pontos da Lei 8080:
Saúde é direito fundamental (art. 2ª): se o Estado não garante ao indivíduo o direito à saúde, surge a possibilidade de provocação do Poder Judiciário.
Princípio da Solidariedade: o dever do Estado de prestar serviços relacionados à saúde não exclui o dever da família, das pessoas, das empresas e da sociedade. Ex.: filhos não podem abandonar pais na velhice.
SUS: conjunto de ações e serviços de saúde;
Iniciativa privada: toda a regulamentação é dada pelo SUS. Atua de forma complementar.
Execução de Ações: de vigilância sanitária; de vigilância epidemiológica; de saúde do trabalhador e de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica. Todas estas atividades são prestadas no âmbito do SUS;
Atenção à Saúde Indígena (art. 19-A): Funasa (Fundação Nacional da Saúde – órgão específico de atenção à saúde do índio). A saúde do índio é diferente do restante da população. Ademais, não se realiza uma política pública de saúde com o índio, devido às peculiaridades culturais que devem ser observadas.
O STF já decidiu acerca da entrada de determinados agentes públicos em terras indígenas. Em que pese a posse sobre a área ser dos índios, não podem eles impedir a entrada de agentes públicos federais que lá estão para desempenhar funções elencadas na Constituição Federal. Portanto, Funasa, Funai e equipes do Exército não podem ser barrados pelos índios.
Regulamentação Administrativa da Lei 8080/90:
Regulamentação Administrativa: portarias do Ministério da Saúde. Exemplo: 2203/96 (criou as NOBs – Normas Operacionais Básicas). O tratamento para determinada doença não está na lei, mas em atos administrativos;
Limites na expedição de atos administrativos normativos ou regulamentares: muitos atos administrativos contrariam a Lei 8080/90, a CF. Alguns atos administrativos querem exonerar deveres que são elencados por lei. Portanto, há de se discorrer, em petição, quando necessário, a inconstitucionalidade ou a ilegalidade de normas administrativas.
Esfera estadual e municipal na regulamentação administrativa:
Problema da distribuição de medicamentos:
CF e a Lei 8080/90: silêncio sobre o tema. É o primeiro ‘jogo de empurra’. A quem compete distribuir medicamentos? O problema é que a lei 8080 é silente acerca das competências para a distribuição de medicamentos. A regulamentação envolvendo a distribuição de medicamentos está em regulamentação administrativa.
Portaria 3916/98 do Ministério da Saúde: trata da Política Nacional de Medicamentos. É uma portaria do Ministério da Saúde que estabelece que compete à União Federal, por meio do Ministério da Saúde, elaborar a relação nacional de medicamentos (RENAME). Trata-se de uma lista de medicamentos que é estabelecida pelo Ministério da Saúde e fixa quais remédios podem ser fornecidos no âmbito do SUS. 
Município: é o município quem executa o fornecimento da lista de medicamentos. Se o medicamento não está na lista, não será fornecido pela via administrativa.
União e Estados: compram medicamentos excepcionais (portarias 2577 de 27/10/2006 e 1321 de 05/06/2007). As próprias portarias do Ministério da Saúde estabelecem que a União e os Estados podem vir a fornecer medicamentos em situações excepcionais, como é o caso da necessidade de medicamentos de alto custo (portarias supramencionadas). 
Ações Judiciais contra o SUS:
STF: STA (Suspensão de Tutela Antecipada) 175, 211 e 278; SS (Suspensão de Segurança) 3724, 2944, 2361, 3345 e 3355, SL (Suspensão de Liminar) 47
Acesso Universal X Acesso Irrestrito a Tratamentos: não existe direito fundamental que seja absoluto, ou seja, que não possua nenhum tipo de temperamento, limitação. O direito à vida, que é o mais importante de qualquer ser humano, possui diversas limitações, como a legítima defesa, a possibilidade de aborto no caso de gravidez decorrente de estupro, ou no caso de fetos anencéfalos, etc.
Técnica da Preponderância do Interesse: Conrad Hesse aprimorou tal técnica. Quando se está diante de direitos fundamentais que se colidem, há de se verificar no caso concreto qual é aquele que prepondera por gerar menos consequências jurídicas à coletividade. Em matéria de direito à saúde, não há escolhas fáceis. O Min. Gilmar Mendes disse que, nesta matéria, toda escolha do julgador é trágica, seja no sentido de indeferir o tratamento médico, seja no sentido de autorizá-lo, pois no Capitalismo não existe jantar de graça. 
Na Alemanha, o Tribunal Constitucional Alemão desenvolveu a Teoria da Reserva do Possível. O caso originário foi o de indivíduos que não conseguiram ingressar em universidades públicas da Alemanha, dizendo que a CF alemã lhes garantia vaga na Universidade Pública, alegando terem direito de cursar faculdade mesmo sem passar em vestibular, vez que tal prova seria incompatível com a CF alemã. O Tribunal pensou da seguinte forma: é fato que o regramento constitucional garante o direito de acesso amplo e irrestrito à educação para todos. Contudo, se todo alemão quiser cursar uma faculdade, o Estado vai à bancarrota. Portanto, nada impede que o Estado estabeleça requisitos para a prestação do serviço público quando, por questões orçamentárias, não for possível prestá-lo a toda a população. Eis a Teoria da Reserva do Possível.
Contudo, na questão de vaga em creche, o Supremo afastou peremptoriamente a aplicação da Teoria da Reserva do Possível.
O Poder Judiciário pode interferir em ações de saúde pública? 
O STF fez um julgamento conjunto, em março de 2010, de diversas ações. O relator da maioria delas foi o Min. Gilmar Mendes (veja acima o número das ações). Todas as ações foram movidas pelo Poder Público (União, Estados e Municípios) visando suspender tutelas antecipadas conferidas em primeira instância.
A Administração Pública defendia que a repartição de poderes confere si que o Poder Judiciário não tem conhecimento técnico sobre o orçamento para determinar que o SUS preste este ou aquele serviço público de saúde. Quando o PJ intervém nesta questão, viola o cânone da separação dos poderes, usurpando uma competência do Poder Executivo. O STF sustentou que o princípio da inafastabilidade da jurisdição faz o PJ capaz de conhecer quaisquer tipos de atos administrativos. 
A Administração já sabia que iria perder acerca desta alegação. Contudo, utilizou-a para ter acesso ao Guardião da Constituição, a fim de que outras teses, não diretamente constitucionais, fossem também pelo Supremo observadas.
Quais os limites do art. 196 da CF: ver
Mínimo Existencial X Reserva do Possível: análise de proporcionalidade do tratamento efetuado pelo Poder Judiciário.
Direitos sociais são normas programáticas? E a força normativa da CF?
A Administração Pública pode regulamentar o direito à saúde, mas o Judiciário pode intervir se ficar demonstrada a ineficácia dessa regulamentação, em razão do Princípio da Força Normativa da Constituição (A Constituição é obrigatória por si só, não dependendo de uma lei infraconstitucional para tornar suas normas obrigatórias). O STF entendeu que a saúde é uma norma de eficácia limitada, ou seja, depende de regulamentação infraconstitucional. Assim, a Administração Pública possuiria discricionariedade de regulamentar a saúde, respeitado o princípio da Força Normativa da Constituição.
Poder Judiciário faz macrojustiça ou microjustiça?
Uma das alegações da Administração Pública foi que nenhum órgão do Poder Judiciário poderia determinar que a Administração fornecesse determinado medicamento ou tratamento médico,pois, ao fazer isso, estaria o PJ violando o Princípio da Tripartição dos Poderes. Entendia a Administração que o PJ poderia fazer microjustiça, ou seja, caso a caso. Não poderia ele interferir na Administração Pública, vez não saber acerca do orçamento, das prioridades, etc. Neste ponto, o STF afastou essa alegação – em tese, quem faz macrojustiça é a Administração Pública, mas isto não impede que o PJ intervenha se a política como um todo estiver ineficiente. Portanto, o Judiciário pode intervir quando restar demonstrada a ineficácia da Política Pública.
Premissas ditadas pelo STF:
O direito à saúde não é absoluto, e a Administração Pública pode estabelecer limites;
O PJ pode julgar ações envolvendo direito à saúde, sem que isso signifique violação da separação de poderes.
Limitações impostas ao Poder Judiciário em julgamentos de ações do SUS: 
As decisões do supremo só possuem caráter vinculante para juízes de primeira instância em duas situações: controle concentrado de constitucionalidade (quando ele julga uma ADIn, e.g.) ou quando dita súmula vinculante, razão pela qual nas ações do SUS não há efeito vinculante.
DECISÕES DO SUPREMO:
Tratamentos Experimentais: o PJ não pode condenar o SUS a conceder tratamentos experimentais. Se um tratamento é experimental, ele ainda não tem comprovação de sua eficácia científica. Assim, se o Poder Judiciário obrigasse a Administração a prestar um tratamento experimental e desse errado, a parte poderia ajuizar uma ação indenizatória contra a Administração, até porque a responsabilidade desta é objetiva. 
Impugnação judicial de procedimentos do SUS: é possível impugnar procedimentos do SUS perante o Judiciário. O SUS estabelece que, para tratar determinada doença, é necessário determinado tratamento. Contudo, se o paciente discorda daquele tratamento, acreditando merecer um outro, é possível a impugnação do procedimento adotado pelo SUS. 
Conceder tratamentos não cobertos pelo SUS:
- se o tratamento médico não for registrado na ANVISA: o SUS não pode ser condenado (art. 12 da Lei 6360/76 veda);
- conceder tratamento que o SUS oferece mas, por algum motivo, não está prestando: pode ser condenado, por óbvio;
- se há tratamento diverso oferecido pelo SUS: aplica-se o do SUS se não provada sua ineficácia;
- tratamentos experimentais (sem comprovação científica): não pode ser o SUS condenado, como já visto;
- novos tratamentos não incorporados ao SUS: pode o SUS ser condenado, desde que comprovada a necessidade. Aqui não cabe cautelar. 
STA 175, 211 e 278 – ler (site do STF).
Medicamento de alto custo: RE 566.471 – repercussão geral. O SUS alega que não fornece remédio de alto custo. Em verdade, o STF ainda não resolveu tal questão. O Recurso Especial (RE) citado é o que será julgado pelo STF no futuro. Complexidades: a PF frequentemente tem prendido quadrilhas de contrabando de medicamentos. O cidadão ajuíza ação porque precisa do medicamento. O juiz concede a liminar para a obtenção dos medicamentos. Posteriormente verifica-se que os laudos eram falsos, que a pessoa não existia, etc. É a máfia dos medicamentos. Este é um dos motivos pelos quais o STF concedeu o status de repercussão geral ao tema. Não há direito absoluto à saúde: teoria de Robert Alexy, Teoria da Ponderação – sempre que se tem colisão entre dois direitos constitucionais, deve-se utilizar a técnica de ponderação. Foi o utilizado pelo STF quando do posicionamento acerca de o direito à saúde não ser absoluto.
Contra quem a ação é ajuizada: segundo o STF, pode-se ingressar contra qualquer um, contra dois deles ou contra os três, haja vista a obrigação ser solidária. Atente-se que, de acordo com art. 109, III da CF, a competência é da Justiça Federal, que tem uma visão um pouco mais restritiva acerca do tema. Além disso, a defesa da União é feita pela AGU, que tem escritórios no Brasil inteiro, de modo que a probabilidade de se chegar a Brasília é maior. Valor da causa: até 60 salários mínimos – JEF; acima disso – Varas Federais.
Outros temas de saúde já julgados pelo STF:
- Sequestro de verbas para pagamento de precatório por motivo de saúde: precatório é a forma como a Administração Pública paga a sua condenação em um processo judicial. Existem duas listas cronológicas de precatórios – de natureza alimentar e de natureza não alimentar. Como a demora é muito grande, os advogados começaram a entrar com uma ação por eles criada, qual seja a Ação de Sequestro de Verbas para Pagamento de Precatório por Motivo de Saúde. Obviamente que a celeuma foi parar no STF por meio da ADIn 1662. Decidiu o Pretório Excelso que não pode haver seqüestro de verba pública para pagar precatório atrasado, SALVO se houver desrespeito à ordem cronológica de pagamento. Contudo, tomemos como exemplo o caso de um senhor de 80 anos de idade, que está há 10 anos na fila dos precatórios. Oras, o indivíduo está prestes a falecer e não recebeu, ainda, o valor relativo ao seu tratamento médico. O Plenário ainda não se aprofundou no tema, mas há diversos julgamentos do Supremo no sentido de que é possível seqüestrar valores para pagar precatórios atrasados, desde que demonstrado um problema de saúde do beneficiário, que depende daquele dinheiro para tratamento.
Intervenção da União em município por problemas na saúde: intervenção é estabelecida pela CF. É um instrumento que visa manter, proteger, restabelecer um pacto federativo, ou seja, um pacto de bom relacionamento entre os Quatro Cavaleiros do Apocalipse. Em 2005, a União interveio no município do Rio de Janeiro, devido ao caos da Saúde. O Município do Rio de Janeiro entrou com ação para sustar a intervenção, com o embasamento de que o art. 34 da CF dá à União poder de intervenção somente em Estados e no DF, e nunca em municípios – é o que a doutrina chama de intervenção federal per saltum. O STF, em 2005, decidiu que a União não pode intervir diretamente em municípios, nem mesmo por questões de caos na saúde pública. A União só pode intervir em Estados e no DF, pois este é o texto expresso da Constituição. Estranhamente, a União pode o mais, mas não pode o menos. Não há dúvidas que a CF está mal escrita. A União só pode intervir em municípios quando estes estão localizados dentro de um Território Federal (como já visto no Direito Tributário). MS 25295, julgado em 20/04/2005.
Lei estadual – farmácias devem dar descontos a idosos – constitucional – ADI-MC 2435 (ADIn – Medida Cautelar): havia leis estaduais que obrigavam as farmácias a dar descontos a idosos. As Associações das Farmácias ajuizaram ADIn, alegando que referida lei era inconstitucional, pois a competência seria federal para legislar acerca do tema. O STF julgou contrariamente ao pedido das farmácias, vez que a lei estadual está só ampliando proteção que já existe no Estatuto do Idoso, lei federal.
Fiscalização:
Ministério da Saúde
ANS, ANVISA, FUNASA.
Forma com que a iniciativa privada presta serviço de saúde: convênios médicos. Devem observar uma série de normas. Existem normas que impedem o reajuste abusivo, que impedem que o convênio exclua tratamentos médicos, que o convênio limite o tempo de internação do paciente, que impedem que o convênio rescinda unilateralmente o contrato de convênio médico, salvo quando houver atraso de pagamento superior a 60 dias.
O DIREITO À SAÚDE PARA O ESTRANGEIRO:
- Estrangeiro residente no país: questões:
a) Estrangeiro em trânsito com situação regular no País: grande discussão devido a estrangeiros que visitam o país somente para gozarem de tratamento médico;
b) Estrangeiro residente e em situação irregular: a jurisprudência entende que mesmo o residente irregular pode usar o SUS, desde que comprove sua residência no Brasil. Essa jurisprudência faz uma interpretação literal do caput do art. 5º, CF, rezando que assegura os direitos fundamentais ao brasileiro e ao residente no país, não impondo nenhuma obrigação de regularidade ao estrangeiro para que goze do direito à saúde.
c) Estrangeiro não residente: o estrangeiroem passagem pelo país de forma legal também pode usar o SUS. Antigamente, o estrangeiro vinha ao Brasil de forma legal, turisticamente, e acabava preso pelo cometimento de algum crime. Então, impetrava ele habeas corpus. A questão era se o residente poderia ou não impetrar habeas corpus, já que o art. 5º, CF diz que referido writ é direito de brasileiros e estrangeiros residentes no país. O STF, em julgado, posicionou-se no sentido de que o writ é também direito do estrangeiro. Assim, a saúde também o é.
Situação em que o estrangeiro não pode usar o SUS: estrangeiro que não tem residência no país e nele ingressou ilegalmente.
ASSISTÊNCIA SOCIAL
Política que visa reduzir a miséria, a pobreza, as desigualdades sociais.
Conceito Geral: a assistência social é uma política de seguridade social, não contributiva, que visa solucionar situações de miserabilidade, protegendo a família, a maternidade, a infância, a velhice e o portador de necessidades especiais, promovendo o princípio da dignidade da pessoa humana.
Vedação: a assistência social nunca pode ser utilizada como política pública permanente. Deve, outrossim, juntamente ao pagamento do benefício, promover políticas públicas outras que tornem a pessoa independente.
Contribuição: assim como a Saúde, a Assistência social é não contributiva, ou seja, não necessita de contribuição ou taxa.
Previsão legal: arts. 203 e 204, CF; no campo infraconstitucional há a LOAS (Lei Orgânica de Assistência Social). 
Benefício de Amparo Assistencial: vulgarmente conhecido como Benefício de LOAS (CONCURSO PARA A ÁREA FEDERAL = TEM QUE SABER DE CABO A RABO, TANTO PARA A PRIMEIRA QUANTO PARA AS DEMAIS FASES). 
Evolução histórica da Assistência Social: a Inglaterra foi o país que inaugurou a Política de Assistência Social (1601 – Lei dos Pobres – o Governo tinha obrigação de pagar pequenas quantias a idosos, doentes, desempregados, até que a situação fosse sanada). A Lei dos Pobres surgiu porque as cidades estavam infestadas de pobres na rua. A nobreza achou melhor que o Governo pagasse para que as pessoas ao menos não ficassem infestando as ruas da cidade. Como se percebe, não houve qualquer argumento altruísta no surgimento da lei, mas mera preocupação com a qualidade de vida da nobreza.
Em 1908, a Inglaterra criou a lei Old Age Pensions que beneficiava idosos acima dos 70 anos.
Em 1948, a DUDH estabeleceu assistência social como uma política obrigatória para os Estados, devendo por eles ser perseguida.
Evolução no Brasil: Constituição de 1824: previu os chamados socorros públicos, que era o pagamento de uma quantia a idosos e doentes em situação de pobreza. 
Lei 6.179/74: estabeleceu o amparo previdenciário – lei revogada.
Lei 8.213/91: previu a renda mensal vitalícia – lei revogada.
Lei 8742/93: amparo assistência ao idoso e ao portador de deficiência (art. 20).
Assistência Social
É um direito de segunda geração;
Está ligada à dignidade da pessoa humana;
Arts. 203 e 204 da CF;
Prestada independentemente de contribuição;
Está regulada na Lei 8742/93.
A LEI 8.742 – ESTRUTURAÇÃO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 4º: elenca os princípios da Assistência Social:
a) Princípio da Supremacia do Interesse Social sobre o Interesse Econômico: este princípio é dirigido ao próprio administrador público, lembrando-o que ele tem que priorizar a dignidade da pessoa humana, e não a contenção de gasto público.
b) Princípio da Universalização: a política de assistência social tem que ser a mais universal (ampla) possível, abrangendo o maior número de pessoas possível.
c) Princípio da Defesa da Dignidade do Cidadão: vedada a comprovação vexatória de necessidade. Em geral, a prova se faz mediante pesquisas no sistema, de modo online, pesquisas eventuais de bens, se está cadastrada no CAGED, a assistente social faz uma visita na casa da pessoa, elaborando um relatório social detalhado, para, então, depois ser constatada a presença de situação de miserabilidade.
d) Princípio da Igualdade de Direitos entre População Urbana e Rural;
e) Princípio da Ampla Divulgação dos Benefícios: a população tem que ter conhecimento dessas políticas públicas.
Competências dos Entes Políticos: a lei em estudo cria o SUAS (Sistema Único de Assistência Social). O SUAS é comandado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O art. 6º da Lei estabelece os tipos de proteção que o SUAS oferece ao miserável. São 3 os tipos:
a) Proteção Social Básica: é preventiva, ou seja, trata de serviços e benefícios preventivos, que visam prevenir a ocorrência da situação de miséria.
b) Proteção Social Especial: é posterior à situação de miséria, ou seja, visa enfrentar uma situação de miséria já consolidada.
Vigilância sócio-assistencial: já caiu em primeiras fases de concurso, pois é relativamente nova (2011). É um tipo de programa de assistência social que visa monitorar (vigiar), de forma frequente, todas as áreas onde há uma miserabilidade já identificada.
FALTA UMA PACOTEIRA DE MATÉRIA AQUI – ESTUDAR A LEI 8.213/91
RELAÇÃO JURÍDICO-PREVIDENCIÁRIA:
Sujeito Passivo: INSS (Autarquia Federal);
Sujeitos Ativos: são os beneficiários do RGPS (segurados e dependentes)
Aquisição da qualidade de segurado: ocorre com a filiação ao RGPS;
Segurados com registro em CTPS: a filiação ao INSS é automática (são os segurados empregados);
Segurados sem registro em CTPS: contribuinte individual, facultativo e especial: tem que formalizar a filiação por meio da inscrição junto ao INSS (Lei 8.213/1991, art. 11).
Como ocorre a filiação com o INSS: com o registro em CTPS ou a partir do momento da posse do cargo público em comissão. A obrigação de recolher as contribuições no caso do segurado empregado é do empregador. Existe a obrigação tributária principal (pagar) e acessória (envolve providências de recolhimento – fazer, não fazer, etc.). Quem tem a obrigação de fazer a obrigação tributária acessória é o empregador.
Alíquota: 8%, 9% ou 11%, dependendo da faixa salarial.
Segurado Empregado: regulamentado no inciso I, art. 11, Lei 8.213/91. O inciso descreve diversas atividades que vão enquadrar a pessoa como segurado empregado (ler). Sua filiação está desde logo comprovada. A partir do momento que ocorre seu registro em carteira, já está o trabalhador filiado ao INSS.
Se não há registro em CTPS e a pessoa é empregada da empresa, necessita ingresso de ação junto à Justiça do Trabalho para pleitear o vínculo empregatício. Reconhecido o vínculo, averba-se perante a Previdência Social.
Servidor Público Ocupante de Cargo em Comissão que não possua vínculo efetivo: a CF determina que um percentual deve ser ocupado por servidor efetivo, e o outro percentual pode ser ocupado por qualquer pessoa. A Lei 8.213/91 reza que, se o indivíduo é ocupante de cargo em comissão e não possui vínculo efetivo (não é funcionário público efetivo), ele obrigatoriamente deve contribuir para o INSS, ou seja, é um segurado obrigatório. 
Empregado Doméstico: doméstica é a pessoa que exerce suas funções em âmbito residencial, sem fins lucrativos ao empregador. É o inciso II do art. 11 da Lei 8.213/91. É obrigatório o registro em carteira. Recolhimento do doméstico para a Previdência Social: o empregador doméstico tem que recolher 12%; o empregado recolhe, via de regra, 8%.
Trabalhador Avulso: a lei específica dos avulsos estabelece quais atividades que se pode usar mão de obra avulsa. São só algumas atividades, tanto que, se o Ministério do Trabalho ou o MPT verificar que estão usando mão de obra avulsa em atividade incompatível, há a autuação. O rol é taxativo. Igualdade de direitos: a CF estabelece a necessidade de igualdade de direitos entre o empregado e o avulso. Portanto, dentro do âmbito previdenciário, o empregado e o avulso são tratados da mesma forma.
Contribuinte Individual: art. 11, V, Lei 8.213/91. Há três tipos de atividades basicamente: Autônomo, Empresário e Ministro de Confissão Religiosa. Alíquota: em regra é de 20%. Filiação: a filiação apenasacontece após o primeiro recolhimento sem atraso. Em regra, o recolhimento do contribuinte individual tem que ocorrer até o dia 15 de cada mês. Muitas vezes, o indivíduo procura o advogado porque o INSS diz que ele não tem condição de segurado. Quando se verifica, não há recolhimento sem atraso. ATENÇÃO: para filiação = só o primeiro recolhimento sem atraso; para carência: há divergência jurisprudencial e doutrinária.
Vejamos cada um deles:
Autônomo: é o contrário do empregado. É a pessoa que presta serviços de natureza eventual, sem habitualidade. Ex.: advogado, médico, dentista, diarista, engenheiro, etc. 
Ministro de Confissão Religiosa: não existe vínculo de emprego entre Padre/Pastor e a entidade religiosa. Portanto, é um contribuinte individual.
Segurado Especial: é o produtor, o parceiro, o meeiro, possuidor que desenvolva atividade rural, mesmo que com a ajuda eventual de terceiros, em regime de economia familiar e em propriedade rural de até 4 módulos fiscais. Diferença entre contribuinte individual e segurado especial: o segurado especial, por ser de regime de economia familiar, tem a alíquota contributiva muito menor.
Art. 11, inciso IV, § 1º e 7º da Lei 8.213/91 irão definir o que é regime de economia familiar e o que é auxílio eventual de terceiros. O trabalho dos membros da família deve ser indispensável, não deve haver empregados permanentes, mas somente empregados por prazo determinado (máximo de 120 dias por ano). Módulo fiscal: unidade de medida utilizada pelo INCRA, a fim de medir o tamanho de propriedades rurais. Cada região tem um determinado tamanho de módulo fiscal, necessária verificação da regulação do INCRA do ano para determinada região. Em geral, 4 módulos fiscais equivalem a uma pequena ou média propriedade rural. Regime de Economia Familiar: todos os familiares que efetivamente trabalharem, desempenhando a função rural na sociedade, são considerados segurados especiais (art. 11, VII, c, Lei 8.213/91).
Seringueiro ou extrativista: considerados segurados especiais.
Como se recolhe: de acordo com a produção anual (Lei 8.212/91 – Custeio -, art. 28).
Problemática do Segurado Especial: para se ter direitos previdenciários, deve-se contribuir. Essa é a regra, pois o segurado especial pode vir a receber benefício mesmo sem ter contribuído, conforme art. 39 da Lei 8.213/91. Pode o segurado especial, mesmo sem contribuir, receber até 1 salário mínimo, desde que comprove o exercício da atividade pelo período equivalente à carência. Como se provar: aí está a problemática. O INSS exige prova documental (âmbito administrativo) para todo o período. O Poder Judiciário, por seu turno, exige apenas indício de prova documental (certidão de casamento, certidão de nascimento, título de eleitor, notas fiscais de produtos rurais, etc.). Na ação judicial, o juiz pede somente o início de prova documental, complementando com a prova testemunhal. 
Salário-maternidade da segurada especial que não contribui: valor de 1 s.m., art. 39, § único, Lei 8.213/91.
O “cabra” morreu, tinha esposa, pais que dependiam dele e irmão inválido que dependia dele. A única que pessoa que vai receber pensão por morte é a esposa. A pessoa da primeira classe exclui as das classes subsequentes.
PENSÃO E DEPENDENTES
Dependentes: existem em três classes (primeira, segunda e terceira). Cônjuge e filhos até 21 anos = primeira classe; 
Mais de um dependente na primeira classe: a exemplo a esposa e um filho de 5 anos de idade. O pagamento da pensão se dá na razão de 50% para cada parte. Quando o filho completar 22 anos de idade, a esposa passa a receber a cota do filho, totalizando 100%. Portanto, há o rateio da pensão.
Morte do dependente: a morte do último dependente extingue a pensão.
Dependente designado: possibilidade de o segurado indicar seu dependente. Não existe mais essa possibilidade.
Situação econômica do dependente: a dependência econômica dos dependentes de primeira classe é presumida, ou seja, farão jus ao benefício mesmo que trabalhem. Já a dependência econômica nas demais classes deverá ser provada.
Enteado e menor tutelado: o enteado e o menor tutelado equiparam-se ao filho para fins de dependência, mas deverão comprovar a dependência econômica. O menor sob guarda não é considerado dependente pela Lei 8.213. Porém, o artigo 33 do ECA considera o menor sob guarda dependente para todos os fins, inclusive previdenciários.
Tutela X Guarda: guarda é instituto precário, provisório, quase ligado a questões de cautelaridade, pois visa tirar a criança de uma situação de risco, de perigo evidente. Já a tutela é um instituto que possui uma definitividade maior. Quando se tem um menor tutelado, há, inclusive, transferência de pátrio poder. A Lei 8.213 objetivou a dependência daquele menor que estiver, no mínimo, tutelado, pois o menor sob guarda está em uma situação provisória, de modo que não há como estabelecer uma relação previdenciária. O ECA, por seu turno, trouxe a dependência de tal menor, inclusive na seara previdenciária. Como há conflito entre duas leis federais, o STJ vem decidindo que o menor NÃO é dependente para fins previdenciários.
CARÊNCIA
Conceito: é o número mínimo de contribuições mensais que o indivíduo deve possuir para fazer jus aos benefícios previdenciários. 
Previsão legal: está prevista no art. 24 ao 27 da Lei 8.213/91.
Períodos de Carência: art. 24 da Lei 8.213/91.
a) 12 contribuições mensais: para o auxílio-doença e para a aposentadoria por invalidez;
b) 180 contribuições mensais: para a aposentadoria por idade, aposentadoria especial e aposentadoria por tempo de serviço, atualmente chamada de aposentadoria por tempo de contribuição;
c) 10 contribuições mensais: Salário maternidade para segurada facultativa, contribuinte individual e segurada especial que contribua. Atenção: Rurícola que não contribua deve comprovar o labor rural de ao menos 12 meses anteriores ao parto.
Situações em que a carência não é exigível: não dependem de carência os seguintes benefícios:
a) pensão por morte;
b) auxílio-reclusão;
c) auxílio-acidente;
d) salário-família.
Basta ser contribuinte.
Auxílio doença e Aposentadoria por Invalidez que decorram de acidente de trabalho, doença profissional ou doença grave que conste em lista dos Ministérios da Saúde, do Trabalho e da Previdência Social: não exigem carência;
Salário maternidade para as seguradas, empregada doméstica e avulsa: salário-maternidade não depende de carência.
Reabilitação Profissional e Serviço Social: não exigem carência. Visita dos assistentes sociais na casa, LOAS, questões de vulnerabilidade social, etc.
No caso de benefícios para o segurado especial que não contribui, o Segurado terá de provar o exercício da atividade rural por período equivalente à carência exigida para o benefício, quando fará jus aos benefícios de aposentadoria por idade, aposentadoria por invalidez, auxílio-doença, auxílio-reclusão, pensão por morte, salário-maternidade, todos no valor de 1 salário mínimo. Segurado especial que não contribui tem direito a tais benefícios no valor de 1 salário mínimo, desde que prove o exercício do trabalho rural pelo período de carência. Ex.: se a lei exige 180 contribuições mensais para a aposentadoria por idade, o indivíduo que não contribui há de provar o serviço de trabalho rural por 180 meses (15 anos). A aposentadoria por tempo de contribuição não se encaixa porque, obviamente, necessita de contribuição.
Observação: Porém, existe uma tabela transitória de carência que é aplicada para os segurados que já estavam filiados ao RGPS à data de publicação da Lei 8.213/91. A tabela do art. 142 somente se aplica aos que já eram filiados ao RGPS. Esta tabela se aplica aos benefícios da aposentadoria por idade, por tempo de contribuição e especial, e leva em conta o ano em que o segurado preencheu todos os requisitos necessários para o benefício.
FATOR PREVIDENCIÁRIO:
Obrigatório na aposentadoria por tempo e facultativo na aposentadoria por idade.
IDADE +EXPECTATIVA + TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
Usa-se o coeficiente fixo de 0,31%. Em 1º de dezembro usa-se nova tabela de sobrevida.
Multiplica o Fator Previdenciário pelo SB.
Lei 9876/99.
Professores e mulheres têm adaptação (29, § 9º).
STF julgou constitucional (ao apreciar a MC na ADIN 2111) – CF remete valor de benefício à lei.
Direito adquirido a regime jurídico anterior: TRF-3 afasta. Não existe direito adquirido a regime jurídico. Se o regime jurídico mudou, tem que se respeitar as novas normas. Portanto, o fator previdenciário aplica-se a todos não aposentados. Mesmo que o indivíduo tivesse cumprido todos os requisitos na data da mudança da lei, o Princípio do tempus regit actum é imperioso no Direito Previdenciário. Portanto, é o momento da concessão de aposentadoria que é levado em conta.
Fórmula do Fator Previdenciário:
[(tempo de contribuição X alíquota)/expectativa de sobrevida] x [1 + (tempo de contribuição + idade x alíquota)/100].
Este valor é multiplicado pelo salário de benefício.
O que cai na prova:
- Princípios Gerais de Seguridade Social;
- O que é Seguridade Social;
- Assistência Social, direito à saúde e parte da Previdência social.
- Previdência Social: o que é, quem são os segurados, os dependentes, período de carência, como se mantém a qualidade de segurado e como se perde; como são calculados os benefícios previdenciários.
Como estudar: ler o livro; ler a CF (arts. 194 ao 204); LOAS – 8742 (somente o art. 20); Lei 8.213/91 (art. 1º ao 41).
Prova: são apenas questões dissertativas, em número de 4 ou 5.

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