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Blockchain e criptomoedas A carreira em tecnologias que vai mudar o mundo

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BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO INTRO
1
BLOCKCHAIN E 
CRIPTOMOEDAS:
A CARREIRA EM 
TECNOLOGIAS 
QUE VÃO MUDAR 
O MUNDO
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
2
SUMÁRIO
SUMÁRIO
Introdução
O que é blockchain? 
Aplicações de blockchain
O que são criptomoedas
O que um investidor precisa saber
Como trabalhar com blockchain
Startups que usam blockchain no Brasil
Livros, TED Talks e webinars sobre o tema
Glossário de blockchain e criptomoedas
Prepare-se para uma carreira em blockchain
03
04
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43
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
3
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Em outubro de 2008, sem alarde, um artigo chegou na caixa de entrada 
de criptógrafos do mundo inteiro unindo uma rede descentralizada 
e uma moeda digital e anônima. Quase dez anos depois, a criação de 
Satoshi Nakamoto, o misterioso inventor (ou inventora ou inventores) 
da Bitcoin, se mostra mais forte e revolucionária do que nunca. 
Uma a cada cinco instituições financeiras pretende investir em criptomo-
edas ainda em 2018, de acordo com uma pesquisa da Thomson Reuters. 
Segundo o grupo, trata-se de um segmento de nicho que está se tornando 
mainstream e deve entrar de vez no portfólio de grandes players de 
Wall Street – e, portanto, do dia a dia do setor financeiro global.
É a tecnologia por trás das criptomoedas, o blockchain, que permite 
essa em ascensão e guarda todo tipo de potencial para revolucionar 
o comércio global em grande escala. Empreendedores e desenvolve-
dores já enxergam diversas aplicações da rede, de controle da cadeia 
produtiva a armazenamento de dados médicos, para tornar transações 
mais seguras e transparentes. 
Para quem quer participar desse universo, seja ao desenvolver, 
empreender ou investir, entender como essas tecnologias funcionam e 
que conhecimentos exigem é fundamental. Boa leitura!
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO INTRO
4
Afinal, o que 
é blockchain?
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
5
AFINAL, O QUE É BLOCKCHAIN
O blockchain é um sistema que, em sua forma atual, literalmente 
nasceu junto com a Bitcoin. Os dois foram apresentados, de maneira 
concomitante, em um white paper publicado pelo misterioso Satoshi 
Nakamoto – até hoje não se sabe a verdadeira identidade dessa pessoa 
ou grupo de pessoas. 
Embora sem utilizar o nome em questão, artigo explica o blockchain como 
uma tecnologia capaz de dar confiabilidade a um sistema descentraliza-
do de dinheiro virtual, que funciona através de uma rede peer-2-peer.
“A rede registra data e hora das transações transformando as em 
um hash em uma corrente contínua de prova de trabalho codificada, 
formando um registro que não pode ser alterado sem que a prova 
de trabalho seja refeita”, escreve Satoshi. “Enquanto a maior parte do 
poder de processamento for controlado por nós [nodes] que não estão 
cooperando para atacar a rede, eles irão gerar a corrente mais longa e 
superar os invasores.”
Em tradução livre, “blockchain” significa “cadeia de blocos”. Por conta 
própria, isso não quer dizer muita coisa. Mas os blocos que formam essa 
cadeia são, na verdade, conjuntos de transações. E a soma desses blocos 
é chamada de “cadeia” porque cada bloco contém, em si, informações 
conectadas a todos os anteriores. 
Pense primeiro em seu extrato bancário, em que aparece uma série de 
informações referentes a entrada ou saída de dinheiro de sua conta. As 
transações que compõem os blocos do blockchain – que não precisam 
necessariamente ser valores monetários – são semelhantes: elas contém 
a informação de algo que foi transferida da carteira de uma pessoa para 
a carteira de outra. 
A grande diferença aqui é que este “extrato” é público e todos têm acesso 
ao histórico de transações. Você já deve ter ouvido a comparação com 
um livro contábil (ledger, em inglês) e este é um dos jeitos mais fáceis 
de entender o princípio de blockchain. 
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
6
É como se todos os computadores que fazem parte dessa rede – e pode 
ser qualquer um que tenha o software instalado – tivessem uma cópia 
exata do mesmo livro contábil, que se atualiza sempre que há uma nova 
transação. Dessa maneira, é praticamente impossível forjar ou alterar 
uma transação.
Para entender em um nível detalhado como isso funciona, é necessário 
esclarecer primeiro dois conceitos fundamentais: as funções hash e as 
assinaturas digitais.
Funções hash
Funções hash, ou funções de espalhamento ou resumo, são um tipo 
muito específico de função matemática. Ela aceita, como entrada, 
qualquer sequência de bits: pode ser um pedaço de texto, uma foto, um 
arquivo de 200 gigabytes, não importa. Tudo que é composto por bits 
(ou seja, qualquer coisa digital) pode passar por uma função hash.
Essa função pega essa sequência de entrada e a processa de maneira 
a gerar uma sequência de saída de comprimento fixo. Ou seja: você 
pode usar como entrada da função hash desde uma linha de texto até 
um arquivo de 2 terabytes: a saída sempre terá o mesmo tamanho, que 
varia conforme a função (pode ser 128 bits, pode ser 256 bits). Essa 
saída é chamada de “hash”.
Além disso, a sequência de saída (ou hash) é completamente dependente 
da sequência de entrada. Mudar um bit na sequência de entrada muda 
completamente o hash resultante. E se dois hashes são parecidos, isso 
não permite concluir que as entradas que geraram essas saídas são 
parecidas também. 
Finalmente, as funções hash também são funções de mão única. Isso 
significa que gerar um hash a partir de uma entrada é um processo 
simples, mas descobrir a entrada que resultou em um determinado 
hash é extremamente difícil. Atualmente, esse cálculo para um único 
hash é um processo que levaria milhares de anos. 
AFINAL, O QUE É BLOCKCHAIN
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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Assinaturas digitais
Assinaturas digitais, por sua vez, são resultados de operações de 
criptografia. A criptografia funciona por meio de chaves públicas e 
privadas. Cada pessoa que participa de um sistema criptografado possui 
uma chave pública e uma chave privada. 
O aplicativo WhatsApp é um ótimo exemplo de sistema criptografa-
do. Quando você envia uma mensagem para alguém, o app cifra essa 
mensagem com sua chave pública e envia junto a sua chave privada. 
O destinatário, munido tanto da sua chave pública quanto da sua 
chave privada, consegue decifrar a mensagem. Alguém que intercepte 
a mensagem no meio do caminho mas não tenha acesso à sua chave 
privada não conseguirá lê-la.
Se você cifrasse uma mensagem com sua chave privada (em vez da chave 
pública), qualquer pessoa que tivesse acesso à chave pública de quem 
cifrou a mensagem pode lê-la. Cifrar uma mensagem com a sua chave 
privada, portanto não dá nenhuma garantia de sigilo à mensagem. 
Por outro lado, nesse caso, a cifra só vale como comprovação de que a 
sua chave privada foi usada e que, portanto, você foi o responsável pela 
transação - afinal, só você tem acesso a ela. Por esse motivo, fazer isso 
permite garantir que foi você que escreveu aquela mensagem. Dessa 
forma, cifrar uma mensagem com a sua chave privada equivale a uma 
assinatura digital. 
Voltemos à blockchain do Bitcoin
Existem diversos tipos de blockchain (mais sobre isso adiante), mas 
vamos nos ater por enquanto o blockchain de Bitcoin. Quando você tem 
uma carteira virtual com Bitcoins, você tem na verdade uma série de 
pares de chaves públicas e privadas.
As chaves privadas são as que você usa, mesmo sem saber, sempre 
que faz uma transação com acarteira. Como explicado acima, elas 
funcionam como sua assinatura digital. Por isso, elas precisam estar 
sempre protegidas. Alguém que tenha acesso às suas chaves privadas 
têm, essencialmente, acesso à sua carteira, e pode fazer o que quiser 
com os conteúdos dela.
As chaves públicas, por outro lado, são o seu endereço. Alguém que 
queira enviar dinheiro para a sua carteira virtual precisará saber a sua 
chave pública. Ela pode ser compartilhada de diversas formas: QR Code, 
código de barras, etc. Mas é sempre uma chave pública que faz par com 
a sua chave privada. 
AFINAL, O QUE É BLOCKCHAIN
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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AFINAL, O QUE É BLOCKCHAIN
Assim, se você envia algo como Bitcoins para outra pessoa via blockchain, 
o que faz é assinar, com a sua chave privada, uma transação endereçada 
à chave pública de outra pessoa. Esse sistema garante que as transações 
sejam autênticas (ou seja, não possam ser forjadas).
Quando uma transação em Bitcoin é feita, ela é enviada a um dos nós 
da rede de Bitcoins. Todos os computadores do mundo responsáveis 
pela “mineração” de Bitcoins são nós nessa rede descentralizada e cada 
carteira tem o endereço de vários nós. Assim, também se garante que a 
transação seja feita mesmo que um dos nós não responda.
Cada transação da rede do Bitcoin pode pagar uma taxa para quem 
conseguir minerar o bloco e, quanto maior a taxa, maior será a priorida-
de da transação. Ou seja: se você precisa que uma transação de Bitcoins 
seja aprovada rapidamente, precisa estar preparado para pagar uma 
taxa alta. Transações feitas sem taxa podem ser rejeitadas, ou podem 
demorar dias para serem processadas. 
Sempre que um nó recebe uma nova transação, ele transmite essa 
transação a todos os demais. A ideia é que todos os nós da rede blockchain 
da Bitcoin tenham acesso a todas as transações. Mas neste momento, a 
transação ainda não foi validada pelos outros – ela é como um cheque 
que ainda não caiu. É nesse momento que começa a construção do 
blockchain em si.
Os nós da rede da Bitcoin tentam juntar um determinado número de 
transações para formar um “bloco”. O tamanho desse bloco, e o número 
de transações que ele contém, pode variar entre diferentes blockchains. 
No blockchain da Bitcoin, cada bloco tem cerca de 1 megabyte. Nesse 
espaço, podem ser colocadas em média 400 transações. 
A mineração
Para formar esse bloco, os nós precisam juntar uma série de informações 
sobre as transações contidas nele: a identidade (a chave) de quem envia 
os valores, a identidade de quem os recebe, os valores em si, a data e 
hora das transações e – muito importante! – o hash referente ao bloco 
anterior. Esses dados todos precisam ser processados por uma função 
hash para gerar outro hash, que identificará o novo bloco e assim por 
diante.
Acontece que os nós não podem gerar qualquer hash. Para que o bloco 
resultante dessa operação seja reconhecido como parte do blockchain da 
Bitcoin, é necessário que o começo do hash dele contenha um determina-
do número de zeros. O número exato de zeros varia: quanto maior for, 
mais “difícil” será minerar aquele bloco. Esse sistema é conhecido como 
“proof of work”.
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
9
AFINAL, O QUE É BLOCKCHAIN
A ideia é que cada bloco da cadeia do Bitcoin leve cerca de 10 minutos 
para ser minerado, e o sistema ajusta sua “dificuldade” de acordo com 
essa média de tempo. Ou seja: se os nós estiverem demorando muito 
para minerar os blocos, a rede diminui a “dificuldade” para agilizar o 
processo; se eles estiverem rápidos demais, a dificuldade aumenta. 
Para gerar um hash apropriado, portanto, os nós da rede da Bitcoin 
precisam somar um número àqueles dados contidos no bloco. Esse 
número, no entanto, é desconhecido e produto de um complicado 
quebra-cabeça matemático. Os nós precisam ir testando números 
diferentes até que um deles gere o hash desejado. 
É esse o processo conhecido como “minerar Bitcoins”, algo que hoje em 
dia exige tanto poder computacional que há “fazendas” de servidores 
inteiras dedicadas a isso. Mineração, vale lembrar, é quando um 
computador ou conjunto de computadores resolvem o quebra-cabeça 
para adicionar novos blocos à rede.
O nó que conseguir encontrar esse número e gerar o hash é o nó que 
efetivamente minera o bloco. Ele ganha a propriedade de todas as 
taxas referentes às transações contidas no bloco, mais uma quantia 
de Bitcoins determinada pela rede (atualmente, os nós ganham 12,5 
Bitcoins por bloco minerado). E assim que um nó consegue minerar o 
bloco, ele “avisa” todos os demais. A rede toda então começa a tentar 
formar o próximo bloco de transações. 
Como cada bloco contém o hash do bloco anterior, todos os blocos 
estão conectados entre si. Por isso, é praticamente impossível adulterar 
uma transação do blockchain da Bitcoin. Cada bloco grava, de maneira 
praticamente indelével, as informações referentes a todos os blocos 
anteriores. 
Diferentes cadeias de blocos
O que foi descrito acima é o funcionamento do blockchain do Bitcoin. 
No entanto, quando falamos de “blockchain” de maneira mais genérica, 
não estamos falando necessariamente desse sistema. 
Outros blockchains podem ter blocos de outros tamanhos. As regras de 
qual nó minera qual bloco podem ser diferentes. Os nós podem ordenar 
as transações por outro critério que não as taxas que elas pagam. O 
tempo médio de processamento de cada bloco pode ser superior (ou 
inferior) a dez minutos. Enfim, cada blockchain pode ter suas próprias 
características. 
No entanto, hoje em dia muitas vezes usa-se a palavra “blockchain” para 
referir-se, especificamente, ao sistema por trás da Bitcoin. Isso tem uma 
série de motivos, um dos quais é o fato de que a Bitcoin e a ideia de 
blockchain, como já mencionado, nasceram praticamente juntas. Fora 
isso, a segurança, a eficácia e a confiabilidade do sistema da Bitcoin 
fizeram com que ele ganhasse amplo reconhecimento. 
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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Mas há outros blockchains semelhantes – mas não iguais – ao da Bitcoin. 
O melhor exemplo deles é o Ethereum. O blockchain do Ethereum 
se destaca principalmente por facilitar a criação de “smart contracts”, 
contratos completamente digitais que funcionam basicamente como 
um pequeno programa de computador dentro do blockchain.
A ideia aqui também é eliminar intermediários entre duas partes 
interessadas. Com um contrato inteligente, é possível programá-lo para 
que segure um número X de fundos até que um objetivo Y seja alcançado. 
Quando todas as “cláusulas” estiverem preenchidas, o contrato será 
cumprido automaticamente. Se isso não ocorrer, ele não será validado. 
De maneira resumida, isso significa que o blockchain do Ethereum é 
muito mais programável e cheia de recursos do que a da Bitcoin, o que 
a torna mais popular entre setores que querem aplicar blockchain em 
outras áreas importantes.
Essa abertura traz uma série de vantagens. Por exemplo: a rede Ethereum 
permite que qualquer pessoa capacitada crie uma nova criptomoe-
da sem precisar criar um novo blockchain. Assim, ela pode utilizar o 
blockchain da Ethereum – que também tem sua criptomoeda, a ether 
–, que se encarrega de processar as transações dessa nova criptomoe-
da. Isso facilita muito a criação de novas moedas e, ao mesmo tempo, 
fortalece a rede. 
Por outro lado, traz também uma desvantagem em relação à segurança. 
Enquanto o blockchain do Bitcoin nunca teve um caso registrado de fraude, 
a rede Ethereum já foi palco de pelo menos três. O aumento da flexibili-
dade e da programabilidade de um blockchain, via de regra, acabam 
tornando-a menos previsível e, justamente por isso, menos segura.
Agora que você tem uma ideia geral de como essa tecnologiafunciona, 
talvez já tenha começado a vislumbrar a miríade de possibilidades, seja para 
bancos, seguradoras, correios lojas ou diversos outros tipos de negócio.
Num mundo em que a privacidade é cada vez mais escassa, o blockchain 
demonstra que essa característica pode ter um lado positivo dentro de um 
dado sistema, incluindo maiores graus de confianças e transparência – e 
quem sabe pode até revolucionar a maneira que o mundo faz negócios.
AFINAL, O QUE É BLOCKCHAIN
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO INTRO
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As aplicações de 
blockchain
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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AS APLICAÇÕES DE BLOCKCHAIN
Embora o blockchain seja usado tradicionalmente para processar 
transações monetárias e seja quase sempre associado a criptomoedas, 
ele não precisa ser necessariamente usado nesse contexto. Como foi 
desse meio que ele surgiu, acaba sendo o foco de boa parte das iniciati-
vas atuais na área. Mas transações financeiras não são, de maneira 
alguma, o único jeito de aplicá-lo. 
Além da Ethereum, a plataforma de blockchain multiuso mais popular 
atualmente, há uma série de novidades constantemente, incluindo 
lançamentos de grandes players e como SAP, Oracle e IBM. Em resumo? 
Blockchain tem um potencial que só agora começa a ser explorado em 
grande escola.
Cartórios
Um exemplo de uso da tecnologia é em cartórios. Em vez de manter 
registros físicos em papel de quais imóveis pertencem a quais pessoas, 
por exemplo, será possível usar um blockchain para guardar essas 
informações. A possibilidade já vem sendo aventada ao menos desde a 
metade de 2017. 
Há inúmeras vantagens envolvidas. Primeiro, a confiabilidade do 
sistema. Se as informações cartoriais forem inseridas em um blockchain, 
estarão extremamente seguras caso um incêndio em um cartório afete 
os documentos ali contidos.
Isso porque a destruição de informações contidas em um blockchain é 
extremamente difícil. Para tanto, seria necessário destruir, ao mesmo 
tempo, todos os nós da rede. Em redes pequenas, isso pode até ser factível. 
Mas em redes maiores, como a da Bitcoin, é praticamente impossível. 
Além disso, se o blockchain do cartório permitisse a consulta pública dos 
blocos (como acontece no blockchain do Bitcoin), os dados não perderiam 
nada em termos de transparência. Qualquer pessoa interessada poderia 
“abrir” os blocos do cartório e ler as transações contidas neles.
Medicina
Nessa mesma linha, seria possível usar um sistema de blockchain para 
guardar prontuários e dados médicos, por exemplo. Nesse caso, em vez 
de armazenar os dados médicos dos pacientes, os hospitais e as institui-
ções médicas poderiam armazenar apenas os hashes dos prontuários 
nos blocos. Assim, algum bisbilhoteiro que visse os blocos não seria 
capaz de acessar esses dados. 
Essa é uma das ideias por trás da empresa Medicalchain, que pretende 
usar a tecnologia de blockchain para trazer melhorias ao setor da saúde. 
A ideia é criar um método seguro e resiliente de armazenar os dados 
médicos de seus pacientes. Trata-se de uma iniciativa interessante uma 
vez que, com o avanço de dispositivos vestíveis e da Internet das Coisas, 
a quantidade de dados gerados por pacientes só deve aumentar.
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
13
Além de garantir a segurança dos dados médicos e de tornar praticamen-
te impossível sua remoção, um blockchain do tipo que opere com chaves 
de criptografia ainda teria outra vantagem: ele poderia constituir-se num 
sistema único de armazenamento. Isso permitiria que qualquer paciente 
levasse consigo todo o seu histórico a qualquer instituição de saúde.
Identidade
E se em vez de ter um CPF, um RG, uma CNH, um título de eleitor e 
um cartão do SUS, cada brasileiro tivesse um par de chaves criptográ-
ficas e um hash referente ao local de armazenamento de seus dados 
num blockchain? Da mesma maneira que um cartório poderia garantir a 
autenticidade e a segurança de seus documentos, seria possível garantir 
a autenticidade de documentos pessoais.
Um sistema desses facilitaria a consulta e a comprovação de identidade: 
por meio de um aplicativo, a pessoa poderia garantir que é ela mesma. 
Quando houvesse necessidade de comprovar sua identidade, ela usaria 
sua chave privada para dar à pessoa ou instituição demandante o acesso 
a seus documentos. Em último caso, poderia existir até uma chave 
eletrônica física.
Além da praticidade desse sistema, o armazenamento desses dados em 
blockchain garantiria que não pudessem ser adulterados. Isso dificulta-
ria enormemente casos de fraude de identidade. 
Haveria, naturalmente, o risco de perda ou roubo da chave privada 
de uma pessoa. Esse risco, no entanto, seria menor do que o risco de 
perda ou roubo de documentos atualmente. Alguém que obtenha o seu 
RG pode tentar falsificá-lo para usar sua identidade, mas alguém que 
obtivesse a sua chave criptográfica privada não seria capaz de alterar 
seus dados no blockchain. Bastaria uma verificação fotográfica para que 
a fraude fosse detectada. 
Já há empresas pensando nessa possibilidade. A ShoCard, por exemplo, 
oferece sistemas de identidade calcados em blockchain para empresas, 
instituições financeiras e linhas aéreas, por exemplo. Embora de menor 
escala, essas aplicações podem ser o primeiro passo na construção de 
um sistema nacional – talvez até global – de registros de pessoas físicas 
por blockchain. 
Pagamentos via smart contract
Embora o blockchain da Bitcoin não seja compatível com smart contracts 
(contratos inteligentes), há outros que são, como o do Ethereum. 
“Smart contracts” essencialmente são programas que rodam dentro do 
blockchain e levam à realização de uma tarefa. 
Num nível mais imediato, isso permitiria automatizar pagamentos, por 
exemplo: quando você pagasse sua conta e a transação tivesse sido 
validade, o contrato seria cumprido e o serviço, liberado. 
AS APLICAÇÕES DE BLOCKCHAIN
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
14
Mas a ideia vai muito além dessa possibilidade: por tratar-se de um 
sistema descentralizado, os termos do smart contract se executam de 
maneira automática, sem a necessidade de aprovação de qualquer um 
dos envolvidos.
Imagine, por exemplo, alugar um imóvel usando essa tecnologia. O 
proprietário e o inquilino poderiam assinar um contrato inteligente de 
um banco que funcionasse com blockchain para garantir que o aluguel 
seria pago na mesma data todo mês. 
Uma vez assinado, o contrato se executaria automaticamente sem que 
qualquer uma das partes precisasse pensar nisso, como um débito 
automático melhorado. E o banco poderia automaticamente emprestar 
dinheiro ao locatário caso ele não tivesse o valor na data de vencimento. 
Em outro exemplo: um prestador de serviços e o tomador desses 
serviços assinam um contrato inteligente. Dependendo da natureza do 
serviço, é possível determinar por meio de um sistema digital quando 
o trabalho estiver concluído. Nesse momento, o contrato inteligente se 
aciona automaticamente e envia o pagamento ao prestador. Como se 
vê, essa tecnologia teria o potencial de praticamente acabar com casos 
de inadimplência. 
Armazenamento de dados e privacidade
Serviços de armazenamento de dados na nuvem como os oferecidos 
pelo Google, Apple, Amazon e Microsoft permitem que arquivos sejam 
armazenados remotamente em servidores da empresa. E por mais que 
esse armazenamento seja seguro, há sempre o risco de que ele seja 
acessado. Uma autoridade estatal, por exemplo, pode forçar o Google a 
mostrar os dados que um de seus usuários armazenou no serviço. 
Isso não seria possível se os dados estivessem armazenados em um 
blockchain descentralizado e criptografado. A união desses dois fatores 
tornariaimpossível encontrar a localização e o conteúdo preciso dos 
arquivos de um usuário sem que ele explicitamente o autorizasse 
mediante o fornecimento de sua chave privada de criptografia. 
As possibilidades não param por aí. Se o blockchain fosse tão descentra-
lizado quanto o do Bitcoin, qualquer pessoa poderia oferecer espaço em 
seu computador para que o sistema armazenasse arquivos. Isso abriria 
as portas para a criação de um “marketplace” de armazenamento. O 
espaço vago no HD do seu computador poderia gerar alguns trocados a 
mais no fim do mês.
Já há uma empresa chamada Storj fazendo justamente isso. O serviço 
que eles oferecem é o de armazenamento descentralizado de dados via 
blockchain – e está fazendo sucesso. No momento de redação desse texto, 
a página de criação de novas contas mostra o seguinte aviso: “Devido à 
demanda extrema, estamos limitando a ativação de novas contas”. 
AS APLICAÇÕES DE BLOCKCHAIN
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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Escassez digital
Dentre todas as mudanças que a internet trouxe, uma das mais marcantes 
foi o fato de que alguns bens físicos (como livros ou discos musicais) 
passaram a circular digitalmente. E em seu formato digital, eles podiam 
ser copiados e compartilhados de maneira muito rápida, levando a uma 
situação de abundância desses bens. 
No entanto, o blockchain traz uma nova possibilidade para bens digitais: 
que eles sejam escassos. Por conta da natureza descentralizada e 
compartilhada dos registros feitos em um blockchain, é possível que 
uma pessoa compre um bem virtual (uma criptomoeda, por exemplo) 
e não seja capaz de reproduzir indiscriminadamente o bem que ela 
comprou.
Embora moedas sejam a aplicação mais óbvia dessa possibilidade, ela 
pode ser usada de outras maneiras muito interessantes. Uma delas é 
o jogo CryptoKitties, criado pela empresa Axiom Zen em 2017 e que 
já arrecadou mais de US$ 23 milhões desde seu lançamento apenas 
comercializando “gatinhos” que vivem em um blockchain.
Inicialmente, a empresa criará 50 mil gatinhos (um novo a cada 15 
minutos) que podem ser comprados usando ether, a moeda virtual da 
rede Ethereum. Quem compra um desses gatinhos é o único dono dele 
e é dono de um gatinho diferente de todos os demais. Isso traz um 
apelo de bem colecionável que, antes do blockchain, era impensável em 
um produto digital. 
Os donos desses gatinhos também podem cruzá-los com outros, gerando 
seres novos e únicos. As características do gatinho gerado, chamadas 
de “cattributes”, dependem das características de seus pais, como se 
fossem heranças genéticas. 
Isso leva alguns colecionadores (há cerca de 1600 atualmente) a fazer 
cruzamentos selecionados em busca de um “gatinho ideal” que eles 
queiram ter ou vender. A tendência é que esses e outros tipos de bens 
colecionáveis se multipliquem.
Supply chain
Pense em um diamante: como é possível se assegurar de que não se trata 
de um “diamante de sangue”, como são conhecidos aqueles extraídos 
de zonas de guerra? Ao longo dos anos, essa se tornou uma grande 
preocupação da indústria de joias como um todo. 
Foi pensando nisso que a joalheria De Beers Group, uma das maiores 
do mundo, resolveu desenvolver uma nova plataforma de blockchain, 
a Tracr, para acompanhar as pedras preciosas desde o começo e evitar 
que isso aconteça. Recentemente, a Signet Jewelers, a maior varejista 
global de diamantes, se juntou ao programa.
AS APLICAÇÕES DE BLOCKCHAIN
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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Ainda em desenvolvimento, a plataforma acompanhará a jornada de um 
diamante ao longo de toda a cadeia de produção. Cada diamante registra-
do na plataforma terá seu próprio certificado digital, o que permitirá que 
ele seja acompanhado da mina à vitrine. Segundo a De Beers, a versão 
beta da Tracr já acompanhou com sucesso uma centena diamantes de 
alto valor – e não é difícil imaginar como um sistema do tipo pode ser 
útil para acompanhar cadeias de produção de outras indústrias.
Gestão pública
Em maio de 2018, o governo do Piauí anunciou que Teresina será a 
primeira cidade do mundo a implementar blockchain para a gestão de 
transporte público. O sistema será acessível a todos e guardará todas 
as informações sobre transporte coletivo, como relatórios de viagens e 
ordens de serviços.
A implementação será feita em parceria com a Organização dos Estados 
Americanos e a Fundação Hyperledger, que tem diversas blockchains de 
código aberto e ferramentas relacionadas. A ideia é facilitar o monitora-
mento e controle de operação de infraestrutura – e estar atento a 
qualquer modificação.
O céu é o limite
Por se tratar de um campo muito novo, cujas implicações ainda não são 
totalmente compreendidas, aplicações de blockchain para melhorar 
serviços que já usamos compõem uma área com enorme potencial de 
crescimento. Além dos exemplos já citados, essa tecnologia pode ser 
usada também para as áreas de logística, hospedagem de sites, garantia 
de autenticidade de obras de arte e uma série de outras utilidades.
Via de regra, os blockchains podem ser usados de maneira vantajosa 
em qualquer situação em que seja desejável armazenar de maneira 
distribuída informações importantes e que nunca devem ser alteradas 
ou apagadas. 
No entanto, cabem dois avisos. Primeiro, justamente por sua novidade, as 
limitações do blockchain ainda não são bem compreendidas. Ainda não 
há casos de problemas graves que apareceram em serviços inovadores, 
mas isso não significa que esses problemas não existam, apenas que 
ainda não tiveram a chance de ser identificados. 
Segundo, embora os blockchains possam ser criados de acordo com as 
necessidades de seus criadores, precisam reter suas características de 
distribuição e segurança para que retenham também seus benefícios. 
Um blockchain centralizado e totalmente sob monopólio de uma única 
organização nada mais é do que um banco de dados – no máximo, é um 
banco de dados distribuído com um nome bem famoso. 
AS APLICAÇÕES DE BLOCKCHAIN
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO INTRO
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O que são 
criptomoedas?
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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O QUE SÃO CRIPTOMOEDAS
Uma “quimera tecnológica”. É assim que os jornalistas do Quartz 
descrevem o sistema por trás da Bitcoin, a primeira moeda global 
descentralizada da história, no livro The objects that power the global 
economy.
À primeira vista, parece mesmo algo que só existe em contos. “Uma 
versão puramente peer-to-peer (P2P) de dinheiro eletrônico [que] 
permitiria o envio de pagamentos online diretamente de uma pessoa 
para outra sem ter que passar por uma instituição financeira”, resume 
o white paper do engenhoso criador da Bitcoin, Satoshi Nakamoto. 
Não foi a primeira tentativa de moeda virtual da história, mas foi a 
primeira a vingar. “A ideia era um sistema digital que simulasse dinheiro 
vivo e fizesse pagamentos pequenos com grande facilidade e de maneira 
anônima”, diz Marco Aurélio Amaral Henriques, professor livre-docente 
da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação da Unicamp.
“É como enviar uma mensagem de e-mail”, continua, explicando as 
transações em si. “É preciso saber o endereço – o que, no caso da Bitcoin, 
significa a chave pública da pessoa.”
Cada usuário tem uma carteira digital, que funciona como um banco de 
dados de endereços e chaves alfanuméricas. As chaves, por sua vezes, 
vêm em pares: públicas (todos podem ver) e privadas (que funcionam 
como senhas e devem ser secretas). 
Hoje, há cerca de 28,5 milhões de carteiras de Bitcoin com mais de 0,001 
da moeda pelo mundo. Há diversas empresas que oferecem esse serviço 
gratuitamente e é possível guardá-las no computador, celular, nuvem 
ou num hardware.E esta criptomoeda é de fato um objeto que alimenta a economia, como 
sugere o título da obra? Alguns dados indicam que sim: nos primeiros dias 
de junho de 2018, o valor de mercado global das criptomoedas – aquelas 
que podem ser usadas para compra e venda de diversos produtos e 
serviços e excluem os tokens, criptomoedas que só funcionam dentro de 
ambientes específicos e são oferecidas a investidores desses negócios – 
ultrapassava US$ 291 bilhões.
A Bitcoin sozinha era responsável por US$ 130 bilhões. Claramente, 
não é só ela que existe, embora seja responsável por quase metade 
do montante total. O restante é a soma de mais de 800 altcoins, como 
são conhecidas as outras criptomoedas. Destaque para Ether (US$ 59,3 
bilhões), Ripple (US$ 25,3 bilhões), Bitcoin Cash (US$ 18,7), EOS (US$ 13), 
Litecoin (US$ 7), Cardano (US$ 5,9), Stellar (US$ 5,5), IOTA (US$ 5,2) e 
Tron (US$ 4) – só para ficar no top 10 de junho de 2018.
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
19
Comprando uma bicicleta com Bitcoins
Saber como transações em criptomoedas funcionam é importante para 
entender porque elas valem tanto e quais são seus desafios de hoje e 
além. Trata-se, essencialmente, de um dinheiro digital capaz de comprar 
e vender coisas em transações online, que por sua vez são conduzidas 
por sistemas descentralizados que usam uma tecnologia chamada 
blockchain para acompanhar e certificar cada transação.
E como é possível usá-las na prática? Suponha que a Maria queira comprar 
uma bicicleta do João e pagar em Bitcoins, assim como pagaria em reais, 
dólares ou euros. Assim como João, ela tem uma carteira – há diversos 
jeitos de ter uma, de armazenamento em corretoras a um software no 
seu computador – em que guarda sua chave pública (seu “cofre”) e sua 
chave privada (sua “senha”). 
Através de um app ou pelo computador, Maria acessa suas Bitcoins com 
suas chaves e usa a chave pública de João como endereço para fazer a 
transação em si, que é compartilhada com todos os computadores que 
estão na rede blockchain da Bitcoin (qualquer um pode participar, basta 
instalar o programa).
Essencialmente, Maria publicou para todos sua intenção de enviar as 
Bitcoins para João. A rede então valida se ela tem as Bitcoins em primeiro 
lugar e se não as mandou para mais ninguém, o que evita algo como um 
cheque sem fundo online.
Depois dessa confirmação, essa e outras transações recentes ao redor do 
mundo formam um bloco – com número de transações, total transacio-
nado, hora e data e chaves públicas dos participantes –, que é então 
verificado por mineradores, participantes da rede que se voluntariam 
para resolver um complicado problema matemático que leva em conta 
a identidade (hash) do bloco anterior. É também uma competição: o 
computador que resolver primeiro, ganha Bitcoins de recompensa. 
A cada 10 minutos, em média, surge um novo bloco já com seu próprio 
hash, que é o resultado do problema. Esse hash permite que o resto da 
rede confira e valide as informações rapidamente ao checar se aquele é 
o resultado mesmo, um processo bem mais rápido do que descobri-lo.
O QUE SÃO CRIPTOMOEDAS
20
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
Como todos têm uma cópia exata do mesmo “livro” compartilhado, em 
que tudo que já foi transacionado na história da rede está anotado, 
se uma transação trouxer uma informação fraudada, é praticamen-
te impossível passar por tudo isso impune. Ao transformar uma única 
informação de um bloco, transforma-se seu hash – e aí seria preciso 
transformar todos os seguintes, o que exige um poder computacio-
nal veloz inexistente atualmente, pelo menos no caso da Bitcoin. (Este 
processo é explicado detalhadamente no primeiro artigo deste ebook.)
Assim, quando tudo estiver OK, o bloco validado é então adicionado à 
cadeia de blocos (o famoso blockchain) e se torna uma transação oficial, 
pública e indelével. 
João recebe suas Bitcoins e Maria, sua bicicleta. E apesar de toda essa 
sofisticação, o esforço que ambos fizeram para tanto foi apenas digitar 
algumas informações. Nada fora do comum para quem usa banco online.
Como Satoshi Nakamoto ofereceu o mapa do mina, diversas companhias 
aproveitaram para criar suas próprias criptomoedas, redes de blockchain 
e diferenciais que compõem esse ecossistema crescente. 
Há altcoins que focam em Internet das Coisas, outras em contratos 
inteligentes e outras ainda em pagamentos em parceria com instituições 
financeiras. Enfim, há criptomoedas para todos os gostos e necessidades.
Desafios e oportunidades
Repare que, no exemplo anterior, não houve uma pessoa ou instituição 
específica intermediando a transação. Ninguém questionou se Maria 
estava no Japão e João, no Chile. Não tem um imposto tipo IOF que 
chegará com essa bicicleta.
A pioneira Bitcoin nasceu para ser um tipo de dinheiro que não era 
controlado por nada nem ninguém – seja uma instituição financeira 
ou um governo – e que poderia estar na carteira de qualquer um, em 
qualquer lugar. É sua razão de ser: sustentar uma economia que opera 
além de fronteiras.
Os grandes benefícios que defensores da Bitcoin apresentam estão 
ligados a isso: oferecer serviços financeiros àqueles que não são 
atendidos por bancos; tornar transferências internacionais mais baratas; 
trazer uma alternativa a populações que vivem em países instáveis e 
que correm o risco de perder todo seu dinheiro em crises econômicas, 
O QUE SÃO CRIPTOMOEDAS
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
21
entre outros. 
No entanto, há críticos que afirmam que, para que ela realmente finque 
raízes, deve ser guiada para algo específico e uma aplicação principal 
capaz de dominar um segmento, como transferências internacionais ou 
sistemas de pagamento baratos. Desfocada, ela não vai conseguir ser 
preferencial em nenhuma modalidade.
De qualquer maneira, por limites tecnológicos e debates na comunida-
de, essas opções futuras não parecem tão próximas. Enquanto a Visa 
processa em média cerca de 3674 transações por segundo com seu 
sistema, o blockchain da Bitcoin geralmente faz apenas 3,3. Portanto, é 
preciso melhorar seu sistema para que ele funcione mais depressa. 
Há também as taxas cobradas por mineradores de Bitcoin para validar 
uma transação. Elas são opcionais, mas garantem prioridade em um 
processo que pode levar, de outra maneira, horas ou mesmo dias para 
ser concluído.
Uma transação pode levar 10 minutos e exigir uma taxa média de US$ 
20 dólares, 24 horas e US$ 3 dólares ou ninguém sabe quanto tempo e 
zero dólares. Para transações cotidianas como pagar um pão de queijo 
ou transferências de pequenos valores, não é nada atraente.
Por fim, essas taxas estão subindo por um motivo alarmante: a infraestru-
tura necessária para minerar os blocos do blockchain. Por ser uma rede 
peer-to-peer com 10 mil nós, ela é tecnicamente limitada.
Quem quer levar a mineração a sério precisa investir em conjuntos de 
computadores poderosos e consumir enormes quantidades de energia 
elétrica e hardware para mantê-los funcionando. De verdade: estima-se 
que, em janeiro de 2017, o processo de mineração tenha consumido 
mais eletricidade que nações como Estônia, Costa Rica e Guatemala no 
mesmo período.
Em resumo? O potencial das criptomoedas na era digital é imenso e 
praticamente inexplorado. Para que ela atinja este potencial, no entanto, 
há uma série de melhorias que precisam ser feitas pelo caminho.
O QUE SÃO CRIPTOMOEDAS
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO INTRO
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O futuro das criptomoedas
Atualmente, há quase 17 milhões de Bitcoins em circulação pelo mundo 
e cada bloco minerado gera outras 12,5 Bitcoins. E há um limite para o 
número de Bitcoins que vão existir no mundo, determinadohá muito 
tempo por Nakamoto: serão emitidas 21 milhões de moedas no total. 
Parece próximo, mas no ritmo atual, este número será atingido apenas 
em 2140, o que dá amplo espaço para que esse mercado cresça. E oferece 
também bastante tempo para que desenvolvedores e empreendedores 
na área criem alternativas e novas tecnologias que facilitem o processo 
de mineração ou tornem os softwares mais ágeis e potentes. 
Pode ser que, daqui cem anos, o valor de mercado da Bitcoin – ou outra 
criptomoeda que entre em seu lugar – não esteja tão alto. Ou esteja mais 
alto ainda. Ou que surja um novo meio de pagamento por completo. 
Portanto, manter-se atento às mudanças no futuro do dinheiro, que 
agora inclui as criptomoedas, é questão de bom senso.
E se isso parece improvável, basta pensar que ninguém acreditaria no 
PayPal ou num caixa eletrônico mesmo se fosse há cem anos. As ideias 
surgem, as pessoas executam, as coisas mudam – e não vai parar por 
aqui. 
 
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO INTRO
23
O que um 
investidor precisa 
saber
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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O QUE UM INVESTIDOR PRECISA SABER
Nos últimos meses de 2017, foi praticamente impossível passar uma 
semana sem ouvir falar sobre Bitcoin. É provável que algum conhecido 
tenha investido (ou queria ter investido) e perdeu (ou teria perdido) 
dinheiro. Do outro lado, estava outro conhecido: alguém que, por dias 
de diferença, lucrou com a movimentação. 
Também era possível ouvir grupos diversos conversando sobre o assunto 
pelas ruas, tentando entender como esse mercado funcionava, o que 
era essa “moeda nova”, criando conjunturas e, vez ou outra, declarando 
que claramente aquilo se tratava (ou não) de uma bolha.
Seis meses depois, o mercado de Bitcoins, que já foi avaliado em 275 
bilhões de dólares, caiu pela metade e atualmente está na casa dos 128 
bilhões, segundo o CoinMarketCap. Comprar uma única Bitcoin inteira 
(ela pode ser vendida em frações) custa mais de US$ 7,5 mil. É uma 
queda de quase 10 mil dólares em relação ao seu pico, mas ainda é um 
número impressionante.
E mesmo que as discussões no metrô, no bar ou na fila do supermer-
cado tenham se arrefecido, estima-se que ainda existam entre 700 mil 
e 1,4 milhão de brasileiros cadastrados em corretoras especializadas 
em criptomoedas – uma palavra que o Microsoft Word aponta como 
irregular, mas que faz bem em aprender.
Afinal, o que as pessoas procuram ao investir em criptomoedas como 
a Bitcoin ou, pelo menos, o que deveriam procurar? Quais são as boas 
práticas que devem ser seguidas por investidores individuais, principal-
mente aqueles que ainda não entendem as minúcias das tecnologias 
que impulsionam esse boom? 
A primeira lição é consenso entre especialistas: não perca sua chave 
privada. 
Justamente por eliminar intermediários como instituições financeiras, o 
universo das criptomoedas não oferece um SAC que vá ajudá-lo a emitir 
novas documentações, estornar transações se for roubado ou, caso 
você seja o inglês James Howells, que sem querer jogou um hard drive 
com o equivalente a US$ 9 milhões em Bitcoins no lixo, recuperá-las.
Agora que você sabe que precisa manter suas chaves privadas – utilizada 
por você para validar suas transações, como uma senha – seguras em 
algum lugar, pode seguir em frente.
A segunda lição: tenha certeza que você está preparado para a volatili-
dade intrínseca de investir em algo não convencional e que tem seu 
preço decidido pelo mercado aberto. 
A habilidade de não entrar em pânico e vender suas Bitcoins quando o 
preço se altera rapidamente tem até um nome na comunidade: “hodling”, 
um erro de digitação feito por um investidor ansioso ao garantir aos 
colegas que estaria “segurando” (ou “holding”) o que tinha.
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
25
Essa volatilidade esteve especialmente à mostra no segundo semestre de 
2017, na época do boom da Bitcoin, quando hedge funds, investidores 
institucionais e especuladores começaram a entrar no mercado de vez.
Em dezembro daquele ano, a Bolsa de Chicago também começou 
a negociar contratos futuros de Bitcoin, um produto financeiro que 
permite que investidores apostem se o preço de uma moeda vai subir 
ou não. E no começo de 2018, o Goldman Sachs, um dos maiores bancos 
de investimentos do mundo, anunciou que criaria uma unidade de 
negociação de Bitcoins.
Em poucas palavras? Este agora é um mercado cheio de grandes 
players de Wall Street e outros centros financeiros internacionais, e eles 
chegaram para ficar.
Investir em criptomoedas é para você?
Com isso em mente, ainda é um território interessante para investido-
res individuais, sejam eles brasileiros, chineses, japoneses, sul-coreanos 
ou americanos, para mencionar apenas alguns dos entusiastas? Para 
quem tem clareza sobre como este produto funciona e o que esperar 
dele, sim. 
“Investir é um meio para um fim, e este fim é nosso objetivo financeiro”, 
esclarece Carl Richards, consultor financeiro e colunista do jornal The 
New York Times. “Objetivos financeiros são coisas como ter dinheiro 
para pagar a faculdade dos seus filhos, comprar uma casa, viajar ou se 
aposentar.”
E embora o mercado em si não esteja sob seu controle, continua, há 
uma coisa que está: o processo de identificar e definir esses objetivos 
e, com estudo e atenção, construir um portfólio que combine com eles. 
“Aí é preciso mantê-lo por muito tempo, mesmo quando é difícil ou 
assustador.”
O segredo de investimentos lucrativos, dizem especialistas como ele, 
é diversificar e entender no que se está investindo: quem investe de 
maneira inteligente não coloca todos os seus ovos numa mesma cesta, 
nem monta a cesta às pressas. 
E já que criptomoedas – sejam elas Bitcoins, Ethers, Litecoins ou outros 
diversos tipos de altcoins, diversificar aqui também é uma boa ideia – 
são consideradas investimento de alto risco, a dica é usar até 5% da 
quantia geral que você tem para investir nesse segmento. 
“Antes de comprar criptomoedas, pergunte-se: ‘O que estou tentando 
conquistar?”, aconselha Jay Shah, CEO do fundo Personal Capital. “Se você 
quer colocar algum dinheiro especulativo no jogo, trate-o como gasto ao 
invés de economia.” Ou seja, você deve estar preparado tanto para lucrar 
quanto para perder – nada de imaginar que vai ficar milionário ali.
O QUE UM INVESTIDOR PRECISA SABER
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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Como investir em criptomoedas?
Para investir em criptomoedas, o caminho mais fácil é através de 
corretoras especializadas, como a Coinbase, nos EUA, e a Mercado 
Bitcoin, no Brasil, onde é possível começar com 50 reais e comprar uma 
fração de Bitcoin, Litecoin ou Bitcoin Cash. 
De maneira geral, essas corretoras conectam quem quer comprar com 
quem quer vender. Uma vez que o dinheiro convencional esteja em 
sua conta na corretora, é possível definir um valor para pagar por uma 
moeda. 
Quando um vendedor quiser vendê-la pelo mesmo preço, a condição 
é cumprida, a transação é feita e as criptomoedas vão parar em sua 
carteira digital, que pode ser armazenada pela própria corretora ou, se 
o investidor preferir, em seu próprio computador. (Para tanto, é preciso 
instalar um software open source para ter o serviço de blockchain e se 
tornar um “nó” na rede.)
No auge do boom, o Mercado Bitcoin, que tem cerca de 1 milhão de 
clientes, via 10 mil cadastros por dia e R$ 120 milhões em movimentações 
diárias. Um de seus maiores desafios, que é generalizado no mercado, 
ainda é educar os investidores para que entendam como funciona o 
sistema em que estão inseridos.
Robson Coelho, que trabalha na equipe de atendimento da corretora, 
explica que as dúvidas mais comunsentre os usuários costumam ser 
sobre os preços das negociações e o funcionamento da própria Bitcoin.
No painel do Mercado Bitcoin, por exemplo, clientes têm acesso às 
informações das últimas 24 horas, que incluem o maior e o menor preço 
daquele período, assim como a última ordem do dia. “Muitas pessoas 
acham que o menor valor é aquele que precisa estar disponível”, fala.
E a aquisição da moeda em si é motivo de vários questionamentos. “Não 
somos uma casa de câmbio, mas sim uma plataforma que aproxima 
compradores e vendedores. Não compramos as moedas para o cliente”, 
explica. “É preciso interagir com a plataforma e suas funcionalidades e 
muitas vezes as pessoas não sabem disso.”
Um exemplo extremo dessa falta de conhecimento surgiu no fim do ano 
passado, quando alguns clientes de longa data da corretora descobri-
ram que, apesar de terem depositado seus valores na plataforma, nunca 
tinham investido, ou seja, nunca tinham feito uma ordem de compra e 
adquirido as Bitcoins de fato. 
O saldo tinha ficado ali parado – às vezes por anos – e perdido a chance 
de valorizar no boom.
O QUE UM INVESTIDOR PRECISA SABER
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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As boas práticas para investir em criptomoedas
André Franco é analista de criptomoedas na Empiricus, uma publicado-
ra de conteúdo financeiro que trabalha com a venda de relatórios para 
assinantes. Ele se lembra bem de agosto de 2017, quando um relatório 
sobre criptomoedas fez tanto sucesso que se tornou uma série e, 
eventualmente, resultou numa equipe interna dedicada na empresa.
“Foi uma coisa insana”, lembra. Nessa época, os brasileiros começaram 
a inundar as corretoras, numa espécie de corrida do ouro digital, e 
corriam atrás também de informações sobre o mercado. “As corretoras 
chegavam a registrar 100 mil pedidos de novos cadastros em uma hora 
e tiveram até que interrompê-los.”
O efeito em seu dia a dia de trabalho foram longas horas de trabalho 
para atender a demanda repentina, que chegou aos 50 mil clientes. “As 
pessoas tinham muita confiança e a maioria não entendia [do que se 
tratava a Bitcoin]”, fala. “Não sabiam no que estavam investindo mas 
queriam comprar porque o amigo disse que ia dar dinheiro, porque 
outros estavam comprando.”
Ele mesmo tinha ouvido falar do assunto pela primeira vez em 2015, 
quando buscava outras formas de investimento. “E não foi amor à 
primeira vista”, diverte-se André. “Mas você vai entendendo a tecnologia 
e se apaixonando. É por isso que é tão importante buscar boas fontes 
de informação.”
E encontrar conteúdos de alta qualidade não é difícil, continua ele, 
que recomenda portais como CryptoPanic.com, CriptoBuzz.com.br, 
CoinDesk.com e o artigo original de Satoshi Nakamoto, disponível em 
português. Outro conselho é conversar com pessoas do mercado para 
tirar dúvidas, saber de suas boas práticas e refinar técnicas de análise.
A boa notícia? Esse esforço pode compensar bastante no médio a longo 
prazo. “Ao contrário do mercado de ações ou de renda fixa, em que 
é preciso ter muito tempo e bagagem para se tornar um especialista, 
o mercado de criptomoedas nasceu em 2009. Não existem grandes 
especialistas: se você estudá-lo por um ano, já poderá competir com 
quem está na ativa”, afirma.
O QUE UM INVESTIDOR PRECISA SABER
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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O que é um ICO?
Você já deve ter ouvido falar de Initial Coin Offering (ICO). Trata-se de um 
tipo de campanha em que empresas arrecadam fundos para construir 
novas plataformas tecnológicas ou criar negócios por meio de suas 
próprias criptomoedas, nesse caso também conhecidas como tokens. 
Em troca de capital, investidores recebem tokens virtuais que funcionam 
dentro daquele sistema em particular e podem assim garantir acesso a 
produtos ou serviços que serão construídos com o financiamento, ou 
mesmo vender estes tokens para outros. 
É um mercado tão aquecido que uma startup americana que anunciou 
a construção de um browser anônimo conseguiu conseguiu US$ 35 
milhões em menos de 30 segundos. E não é só isso: a consultoria E&Y 
analisou mais de 370 ICOs e descobriu que, dos US$ 3,7 bilhões captados 
até janeiro de 2018, US$ 400 milhões tinham sido roubados por hackers. 
Toda essa movimentação fez com que o governo americano prestasse 
mais atenção no setor e investigasse o tema e especialistas apostam que, 
para proteger investidores, ICOs sejam regulamentados por governos 
num futuro próximo.
 
O QUE UM INVESTIDOR PRECISA SABER
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO INTRO
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Como trabalhar 
com blockchain
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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COMO TRABALHAR COM BLCKCHAIN
Com tantas coisas acontecendo, pode ser lógico imaginar que o mercado 
de trabalho para pessoas interessadas em desenvolver smart contracts 
e plataformas de blockchain estaria prosperando. Diante das inúmeras 
aplicações potencialmente disruptivas dessa tecnologia, as empresas 
estariam correndo atrás de profissionais capacitados para entrar como 
pioneiras nessa área.
No entanto, de acordo com Marison Souza, blockchain architect da TruBR, 
startup que recentemente começou a oferecer soluções de blockchain 
para empresas, a realidade é mais desafiadora. 
Segundo ele, o blockchain como tecnologia ainda está em um período 
de mostrar ao mercado seu valor, algo semelhante ao que a área de 
data science enfrentou na última década. Por isso, quem quiser entrar 
no segmento precisa se preparar. 
Um dos desafios é justamente uma curva de entrada relativamen-
te alta. Segundo Souza, o trabalho com blockchain em pequenas 
empresas acaba exigindo um conhecimento mais holístico da área de 
tecnologia da informação (TI): é necessário entender da infraestrutura 
ao desenvolvimento. 
E para algumas questões, como a implementação de contratos inteligen-
tes em blockchains já existentes, é necessário o conhecimento de 
linguagens relativamente específicas. Por esse motivo, ele acredita que 
alguém que acaba de sair da faculdade dificilmente conseguirá se colocar 
no mercado sem antes adquirir alguma bagagem profissional.
Em empresas maiores, a amplitude de conhecimento exigido acaba 
sendo menor, já que cada profissional pode se especializar em uma 
área específica. Nesses casos, o perfil esperado de um profissional 
de TI, de acordo com Souza, não difere muito do resto do mercado: 
saberes técnicos à parte, espera-se comprometimento, boa comunica-
ção e proatividade. 
Mas o número de vagas ainda é limitado, o que torna se diferenciar da 
concorrência ainda mais importante.
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
31
As áreas de atuação de um profissional 
de Blockchain
Souza lista três áreas distintas de atuação na qual um profissional de 
TI pode se encaixar dentro de um trabalho de desenvolvimento de 
Blockchain: arquitetura, operação e desenvolvimento. 
O trabalho do profissional de cada uma assemelha ao de alguém nessas 
posições em outros setores de TI, mas com as particularidades da 
tecnologia blockchain. 
O arquiteto de blockchain é o profissional responsável por idealizar a 
maneira como o blockchain funcionará. Todas as questões referentes 
à estrutura da rede, seus nós, o tamanho dos blocos, a criptografia, 
enfim: todas as “regras” com base em que o blockchain funciona serão 
determinadas por esse profissional. Por isso, ele precisa ser alguém com 
um conhecimento profundo de infraestrutura. 
Nessa capacidade, o profissional precisa ter um sólido conhecimen-
to teórico de redes distribuídas e descentralização. De certa forma, é 
possível considerar que Satoshi Nakamoto (quem quer que ele, ela ou 
eles sejam) foi o primeiro arquiteto de blockchain:em seu artigo pioneiro, 
ele delineou a arquitetura dentro da qual uma moeda virtual descentra-
lizada funcionaria. 
Mas quando a Bitcoinfoi implementada, isso foi o trabalho de um 
operador de blockchain. Se o arquiteto é quem idealiza a maneira 
como o blockchain funcionará, o operador é o responsável por “tirar do 
papel” aquela arquitetura. Ele é o responsável pela implementação e 
pela manutenção do blockchain, e nesse sentido precisa dialogar bem 
com o arquiteto para que a visão dos dois não tenha divergências – que 
poderiam ser fatais para o sistema. 
Para realizar bem seu trabalho, segundo Souza, um operador de 
blockchain deve ter um conhecimento pleno de Linux e entender muito 
bem de Docker, já que tudo no blockchain roda em containers. Também 
por esse motivo, é desejável que ele tenha experiência com Kubernetes, 
o sistema de gerenciamento de containers. Conhecimento de infraestru-
tura de redes também é importante, e nesse sentido é bom ter experiên-
cia com Java. 
Finalmente, o desenvolvedor de blockchain é a pessoa responsável pelo 
desenvolvimento de smart contracts e de outras aplicações que rodem 
em cima do blockchain. Se a ideia é usar blockchain para algumas das 
aplicações já descritas neste especial, como armazenamento de dados 
ou a criação de programas e jogos que rodam em blockchain, o papel 
desse profissional será central aos trabalhos. 
Os requisitos para ser um desenvolvedor de blockchain variam de 
acordo com o sistema em que ele trabalhará. Alguém que pretenda 
COMO TRABALHAR COM BLCKCHAIN
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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atuar como desenvolvedor no blockchain do Ethereum, por exemplo, 
precisará entender bem de Solidity, a linguagem usada para programa-
ção na plataforma. Se a plataforma for Hyperledger, outro blockchain 
popular, será necessário conhecer Java, Go ou pelo menos JavaScript 
com Node.js.
Com relação à remuneração, Souza considera que ela fica acima da média 
do mercado. A TruBR, por exemplo, não costuma realizar contratações 
CLT, mas trabalha com profissionais que têm pessoas jurídicas ou em 
esquema de consultoria. Nesse caso, segundo Souza, a hora avulsa de 
trabalho do profissional custa de R$ 250 a R$ 300. Para um “mês fechado” 
de 160 horas de trabalho, cobra-se de R$ 25 mil a R$ 30 mil. 
COMO TRABALHAR COM BLCKCHAIN
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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Características do mercado de trabalho
Como já foi mencionado, ainda não está totalmente claro para as 
empresas o valor que o blockchain pode agregar aos seus negócios. Por 
isso, nesse momento, os profissionais que pretendem atuar nessa área 
têm também o papel de comunicadores desse valor. 
É necessário que eles sejam capazes de explicar com clareza as vantagens 
que um investimento nesse setor pode trazer, não apenas saibam 
trabalhar com a tecnologia.
A TruBR é uma empresa que realiza projetos em blockchain para outras 
empresas. E de acordo com Souza, que é CIO da empresa, é comum 
que haja uma confusão de seus clientes quanto à aplicabilidade. “Muita 
gente quer usar blockchain porque ouviu falar, pela força da buzzword 
mesmo, mas não entende direito para quê aquilo serve”, conta. 
Por exemplo: algumas empresas veem o blockchain meramente como 
uma maneira de aumentar a segurança de seu banco de dados, o que 
fica muito longe do potencial total da tecnologia. Um profissional de TI 
interessado em blockchain tem muito a ganhar se for capaz de deixar 
claro, para o gerente da área que a cadeia de blocos pode fazer muito 
mais que isso.
Situações desse tipo acabam gerando problemas para a TruBR, já que a 
companhia gasta um tempo considerável entendendo o projeto proposto 
pelo cliente até dar-se conta de que não se trata de uma boa aplicação 
de blockchain. Na percepção de Souza, portanto, ainda existe uma falta 
de informação no mercado sobre blockchain que acaba dificultando sua 
expansão.
Por outro lado, essa situação também pode ser vista como oportunida-
de. Profissionais que conseguirem deixar claro o valor que seu trabalho 
pode agregar aos serviços de empresas ou que sejam capazes de recrutar 
esse valor para seus projetos colherão os benefícios de uma tecnologia 
pioneira, muito cobiçada e que oferece salários acima da média.
E é sempre bom levar em conta que, em meio a toda essa comoção, 
o white paper de Satoshi Nakamoto não completou nem dez anos de 
publicação, o que acontecerá em outubro de 2018. Quem sabe o que 
a próxima década reserva para os profissionais que saírem na frente 
dessa transformação?
 
COMO TRABALHAR COM BLCKCHAIN
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO INTRO
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Startups que usam 
blockchain no Brasil 
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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STARTUPS QUE USAM BLOCKCHAIN NO BRASIL
Se você tem algum interesse em tecnologia, já deve ter ouvido falar em 
“blockchain” antes de abrir este especial. Provavelmente, o que você 
ouviu falar sobre o assunto não tinha nada a ver com mulheres da zona 
rural do Brasil. Mas há uma empresa que está usando o blockchain 
justamente para empoderar essas mulheres.
Trata-se da Moeda, uma fintech fundada por Taynaah Reis que levantou 
US$ 20 milhões por meio de uma oferta inicial de moeda (ou ICO, na 
sigla em inglês) em 2017. Esse capital será usado na concretização da 
missão da empresa, que é dar a pequenos produtores rurais brasileiros 
o acesso a crédito e serviços bancários dos quais muitos deles ainda 
estão excluídos.
Como funciona a Moeda?
A Moeda permite que qualquer pessoa do mundo invista nos pequenos 
produtores com os quais a empresa está conectada. Os investidores 
fazem isso comprando a criptomoeda da empresa, chamada de MDA. 
Comprando uma MDA, os investidores podem escolher precisamente 
em que projeto querem investir, com o adicional de saberem que são 
projetos alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 
da ONU.
Mais do que isso: graças ao blockchain, conseguem também ver exatamen-
te como aquele projeto que eles estão apoiando usa o investimento que 
foi feito. E a pessoa apoiada, por sua vez, sabe exatamente de onde vem 
o dinheiro que ela agora pode investir em seu projeto. 
É quase uma plataforma de crédito peer-to-peer, com a diferença de 
que há uma instituição financeira envolvida no meio, no caso o CRESOL, 
fundo de crédito solidário também voltado para pequenos produtores.
Para a empreendedora rural que recebe o investimento, trata-se de uma 
oportunidade que antes não existia. Por meio da Moeda, os projetos 
conseguem captar recursos e investir em seus negócios, seja por meio 
de tokens MDA ou moedas físicas – nesse ponto, o CRESOL também 
ajuda a dar mais liquidez ao token em questão, um ativo digital específi-
co da Moeda.
Para os investidores, trata-se de uma oportunidade bastante interessan-
te: eles investem em uma causa socialmente importante, mas retêm 
toda a liquidez de um investimento em criptomoedas. Se em algum 
momento quiserem revender seus tokens, podem fazê-lo de maneira 
praticamente imediata via blockchain.
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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OriginalMy
O objetivo da OriginalMy, como o nome sugere, é usar blockchain 
para garantir autenticidade. A startup começou com a ideia de ser um 
registro de autenticidade de obras artísticas e, com o tempo, passou a 
considerar o uso da tecnologia para a identificação de pessoas, assinatu-
ra de contratos e outros casos em que a garantia de autenticidade é 
imprescindível. 
88Insurtech
A startup 88Insurtech atua no mercado de seguros. Por um lado, ela 
funciona como um marketplace de seguros, facilitando o acesso de 
clientes a diferentes planos e tornando o processo de contratação 
de planosmais simples. Por outro, usa a transparência e a segurança 
do blockchain para validar a identidade dos clientes e registrar suas 
informações sobre scoring e rating.
A Star Labs
Blockchain é uma tecnologia com diversas aplicações, e a startup A 
Star Labs atua ajudando outras empresas e instituições a implementar 
essa tecnologia em seus projetos. Ela atua com educação de mercado, 
arquitetura de soluções e desenvolvimento de projetos sob medida para 
seus clientes. 
Paratii
A ideia da Paratii é ser uma plataforma de vídeos como o YouTube, mas 
com blockchain por trás. Os vídeos colocados nela ficam armazenados 
num sistema de blockchain que, por ser um sistema distribuído, tem o 
potencial de ser ainda mais rápido do que o site de vídeos do Google. 
Além disso, os criadores da plataforma ficam com 100% da receita gerada 
pelos seus vídeos, que é paga usando uma moeda virtual ligada ao site. 
 
STARTUPS QUE USAM BLOCKCHAIN NO BRASIL
Blockchain à brasileira: 4 startups que 
utilizam a tecnologia
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO INTRO
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Livros, TED Talks 
e webinars sobre 
o tema
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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LIVROS, TED TALKS E WEBINARS SOBRE O TEMA
É natural (e um bom sinal!) se, ao longo deste ebook, você tiver vontade 
de mergulhar mais profundamente em algum assunto. Pensando nisso, 
a Udacity reuniu referências diversas, de livros a TED Talks e webinars 
com especialistas, para que você se aprofunde no tema.
LIVROS 
Digital Gold: Bitcoin and the Inside Story of the Misfits 
and Millionaires Trying to Reinvent Money, por 
Nathaniel Popper
O autor, um repórter de finanças e tecnologia do jornal The New York 
Times, conta a história do investimento em Bitcoins desde o começo, 
de Satoshi Nakamoto aos gêmeos Winklevoss (que se tornaram os 
primeiros “cripto-bilionários”), passando por diversos altos e baixos. O 
livro é de 2015 e ganhou elogios de Larry Summers, ex-Secretário do 
Tesouro americano. Saiba mais aqui.
Blockchain Revolution, por Don Tapscott e 
Alex Tapscott
Os autores, que são pai e filho, cofundaram o Blockchain Research 
Institute, um think tank canadense que tem o apoio de grandes empresas 
como Microsoft, IBM e PepsiCo. Com este know how, ambos escreveram 
um livro que explora o potencial de impacto dessa tecnologia nos sistemas 
globais – e o que fazer para prosperar nesse ambiente de disrupção. 
Don Tapscott também apresentou uma TED Talk sobre o tema, listada 
na próxima seção. Saiba mais aqui.
Mastering Bitcoin: Programming the Open Blockchain, 
por Andreas Antonopoulos
Livro-referência escrito pelo tecnólogo Andreas Antonopoulos, este 
bestseller foi feito para curiosos, investidores e empreendedores. Há 
um pouco de tudo: introdução aos conceitos essenciais de Bitcoin e 
blockchain, seus fundamentos técnicos, as inovações da área e detalhes 
sobre a rede descentralizada, arquitetura peer-2-peer e princípios de 
segurança, entre outros assuntos. Saiba mais aqui.
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TED TALKS
O futuro do dinheiro, por Neha Narula
Em 2016, a pesquisadora de moedas digitais Neha Narula explicou 
conceitos de valor, como dinheiro digital já se faz presente no dia a dia 
e como, no caso de criptomoedas, não ter um intermediário pode fazer 
diferença. “Dinheiro programável democratiza o dinheiro”, afirmou. 
Assista aqui.
Como o blockchain está mudando o dinheiro e mundo 
dos negócios, por Don Tapscott
O estrategista digital Don Tapscott, uma figura célebre no mundo 
corporativo, apresenta o impacto que a tecnologia de blockchain pode 
ter no dinheiro, negócios, governo e sociedade ao retirar intermediários 
de transações. Uma indústria financeira baseada em blockchain, em sua 
opinião, poderia significar maior mobilidade econômica e proteção de 
dados e a chance de “reescrever a velha ordem das coisas”. Assista aqui.
Nós paramos de confiar em instituição e começamos a 
confiar em estranhos, por Rachel Botsman
Observando o lado comportamental, a pesquisadora de confiança 
Rachel Botsman argumenta que a tecnologia trouxe novas percepções 
de confiança para a sociedade. Hoje há um enorme número de pessoas 
capaz de ficar na casa de estranhos (no Airbnb), entrar em carros de 
estranhos (no Uber) e fazer transações com estranhos e à vista de 
estranhos (blockchain). Botsman apresenta as implicações de uma 
“revolução da confiança em escala global”. Assista aqui.
LIVROS, TED TALKS E WEBINARS SOBRE O TEMA
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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WEBINARS
Ao longo de maio e junho de 2017, Udacity organizou três webinars 
sobre blockchain e investimento em criptomoedas em parceria com 
a corretora Mercado Bitcoin. É possível assisti-los gratuitamente a 
qualquer momento.
Como investir em Bitcoins 
Luiz Calado, economista-chefe da Mercado Bitcoin, fala sobre quem 
pode investir em Bitcoins, quais são as vantagens deste tipo de in-
vestimento e quais são os conhecimentos essenciais para realmente 
aproveitar a oportunidade. Assista aqui.
Blockchain: o que é e como funciona 
Wendel Silva, product owner de criptomoedas do Mercado Bitcoin e 
especialista em blockchain, explica como funciona essa tecnologia, 
quais são suas principais aplicações e quem trabalha com ela no dia a 
dia. Assista aqui.
Bitcoin: como funciona essa criptomoeda e quais são 
suas vantagens 
Dos conceitos fundamentais ao boom de 2017, entenda como Bitcoin 
funciona, o que é mineração, quais são as diferenças entre Bitcoin e 
Bitcoin Cash e quais são as vantagens das criptomoedas. Quem explica 
é Lucas Pinsdorf, responsável por business development no Mercado 
Bitcoin. Assista aqui.
 
LIVROS, TED TALKS E WEBINARS SOBRE O TEMA
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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GLOSSÁRIO DE BLOCKCHAIN E 
CRIPTOMOEDAS
Bagholder: um investidor que está segurando seus investimentos há 
tempo demais.
BearWhale: um grande trader que acha que os preços vão cair.
Bitcoin: a primeira moeda global e descentralizada do mundo, que 
funciona em uma rede peer-to-peer global.
Bits: subunidade de uma Bitcoin. Há 1.000.000 bits em uma Bitcoin.
Bloco: uma coleção de transações que ocorreram ao longo de um dado 
período em um blockchain; é registrado permanentemente na rede.
Blockchain: tecnologia que funciona como um livro compartilhado, é 
capaz de registrar permanentemente todas as transações no formato 
de cadeia de blocos.
BTC: abreviação de Bitcoin.
Carteira: arquivo que contém as chaves privadas; também pode ser um 
software utilizado por usuários para administrar essas chaves e fazer 
transações na rede.
Carteira de papel: quando sua chave privada está num papel ou outro 
meio físico; podem ser QR codes.
Chave privada: série única de letras e números associada a um endereço 
específico e que funciona como senha.
Chave pública: série única de letras e números associada a um endereço 
específico e que funciona como endereço público.
Cold wallet: uma carteira que não está conectada à internet.
Consenso: acontece quando todos os participantes de uma rede 
concordam em relação à validade de transações e, assim, todos têm 
exatamente o mesmo registro.
Contratos inteligentes: programas de computador que contêm regras, 
funcionam no blockchain e são cumpridos por participantes da rede.
Criptomoeda: um tipo de moeda que usa criptografia ao invés de uma 
instituição financeira para verificar transações.
Endereço: geralmente uma série de caracteres alfanuméricos, é usado 
para receber ou mandar transações em uma rede; é possível ter mais 
de um endereço.
Ethereum: uma plataforma baseada em blockchain que tem sua própria 
moeda, a Ether, epermite contratos inteligentes e diversas aplicações.
LIVROS, TED TALKS E WEBINARS SOBRE O TEMA
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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Hardware wallet: quando a chave privada está em um dispositi-
vo externo, como um pen drive ou algo específico para criptomoedas 
(exemplos: Ledger e Trezor).
Hash: número que identifica um bloco no blockchain; uma função 
matemática que mineradores devem resolver para adicionar uma 
transação e verificar um bloco no blockchain.
Hodl: gíria que investidores usam quando vão continuar firmes apesar 
das quedas no preço. Vem de um erro de digitação num post do fórum 
Bitcointalk que lia “I am HODLING”.
Hot wallet: uma carteira conectada à internet.
Mineração: ato de um computador ou conjunto de computadores para 
adicionar novas transações aos blocos e verificar blocos criados por 
outros mineradores.
Nó (node): um computador ou conjunto de computadores que participa 
de uma rede blockchain e tem uma cópia dos registros de transações. 
Rede distribuída: rede projetada para que não haja um servidor ou 
entidade central e que depende da conexão direta entre participantes.
Satoshi: a menor unidade divisível de um Bitcoin, equivale a 0.0000001 
Bitcoins. Uma homenagem a Satoshi Nakamoto, inventor(a) da Bitcoin.
Taxa de transação (taxa de mineração): valor incluído em cada 
transação de criptomoedas; é coletado por mineradores que processam 
o bloco.
Transação: entrada num blockchain que descreve uma transferência 
entre partes.
LIVROS, TED TALKS E WEBINARS SOBRE O TEMA
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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PREPARE-SE PARA UMA CARREIRA 
EM BLOCKCHAIN
Depois de tantas páginas, você deve ter se dado conta de que o campo 
é novo, mas sem dúvida tem potencial – e bastante espaço para quem 
dominar as habilidades necessárias. 
A Udacity surgiu para capacitar profissionais que queiram trabalhar 
com tecnologia e logo enxergou essa oportunidade. Por isso, em 2018 
dedicou-se a criar o programa Nanodegree Desenvolvedor Blockchain. 
Construído em parceria com especialistas, este curso online abrange o 
que há de mais moderno nessa tecnologia. Aprenda de forma estrutura-
da desde fundamentos de blockchain até programação de contratos 
inteligentes e arquitetura do sistema, além de descobrir suas diferentes 
aplicações – como supply chain, armazenamento de dados e medicina.
Durante o curso, você terá acesso a mentoria, suporte e canais exclusivos 
para interagir e aprender com outros alunos, como fóruns e Slack. Além 
disso, desenvolverá projetos para aplicar tudo o que aprendeu e receberá 
feedback personalizado. Ao final, será um profissional capacitado para 
trabalhar com blockchain e terá construído um portfólio completo para 
mostrar suas novas habilidades ao mercado.
LIVROS, TED TALKS E WEBINARS SOBRE O TEMA
SAIBA MAIS
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO
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Fontes
The objects that power the global economy, Quartz
Explainer: What is a blockchain?, MIT Technology Review
Blockchain e os Cartórios, JUS.com.br
Bitcoin Glossary, Coinbase
Bitcoin: Um sistema ponto-a-ponto de dinheiro eletrônico, Satoshi 
Nakamoto
Ethereum fixes serious “eclipse” flaw that could be exploited by any 
kid, ARS Technica
Thomson Reuters survey finds one in five financial institutions 
considering cryptocurrency trading in 2018, Thomson Reuters
Blockchain: the new technology of trust, Goldman Sachs
How blockchains could change the world, McKinsey & Co.
Blockchain-Based Transformation, Gartner
 Should you buy Bitcoin?, The New York Times
FONTES
BLOCKCHAIN E CRIPTOMOEDAS: A CARREIRA EM TECNOLOGIAS QUE VÃO MUDAR O MUNDO INTRO
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Tudo para trilhar sua carreira em Inteligência Artificial
udacity.com.br
Blockchain e criptomoedas: a carreira em 
tecnologias que vão mudar o mundo

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