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17.Fármacos Antianémicos

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Farmacologia Fármacos Antianémicos 
 1 
Fármacos Antianémicos 
 
 
 A anemia define uma redução do número de eritrócitos, dos valores da 
hemoglobina ou de ambos. 
 Se o ferro, necessário à síntese de hemoglobina, estiver diminuído por 
falta de ingestão, absorção ou transporte inadequados ou perda exagerada de 
sangue, os glóbulos vermelhos vão ser pequenos e conter muito pouca 
hemoglobina 
 
 
 
Anemia microcítica e hipocrómica 
 
 
 Quando a vit B12 e o ácido fólico, necessários para a síntese normal do 
DNA, estão deficitários 
 
 
 
Anemia megaloblástica ou macrocítica hipercrómica 
 
com diminuição da produção e maturação anormal das células precursoras dos 
glóbulos vermelhos. 
 
 Outras anemias: 
 
 sideroblástica, que resulta de um defeito da incorporação de ferro no 
anel da porfirina 
 
 talassémia, doença genética em que há síntese anormal de globina 
 
 aumento da destruição (hemólise) por anomalia dos glóbulos vermelhos 
(esferócitos, células em alvo) que os tornam frágeis 
 
Compostos que podem influenciar ou corrigir as anemias: 
 
 sais de ferro (precursores da hemoglobina) 
 
 factores de maturação dos eritrócitos (vit B12 e o ácido fólico) 
 
 factores de crescimento hematopoiético 
 
o eritropoietina, 
 
o factor estimulante de colonização de granulócitos (G-CSF), 
 
o factor estimulante da colonização de granulócitos-macrófagos 
(GM-CSF), 
Farmacologia Fármacos Antianémicos 
 2 
 
o outros factores em vias de desenvolvimento (interleucina -3, 
factor estimulante da colonização de monócitos, macrófagos – M-
CSF e outros) 
 
Os primeiros destinam-se às anemias microciticas hipocrómicas; a 
eritropoietina destina-se à anemia que acompanha a fase terminal da 
insuficiência renal; os restantes são factores de crescimento mielóide que 
aceleram a recuperação dos granulócitos após quimioterapia seguida de 
depressão medular 
 
 
Figura 1 – Causas de anemia 
 
 
Ferro 
 
 participa em grande número de enzimas necessárias para a 
transferência de energia (citocromo-oxidase, xantina-oxidase e succino-
desidrogenase) e de compostos necessários ao transporte do oxigénio 
(hemoglobina e mioglobina) 
 
 existe em pequena quantidade no organismo 
 
o 4 g num adulto normal, 
 
 2,5 g contidas na hemoglobina 
 
Farmacologia Fármacos Antianémicos 
 3 
 reserva de 1-1,5 g sob a forma de ferritina e hemossiderina 
no fígado, medula óssea e baço 
 
 fracção de 4 % na mioglobulina, compostos de heme, 
peroxidases, citocromo-oxidase 
 
 0,1 % ligado à transferrina no plasma 
 
 a mulher tem menos ferro de reserva que o homem devido às perdas 
menstruais e de eventual gravidez 
 
 as trocas com o exterior são muito reduzidas 
 
o homem adulto e a mulher após a menopausa perdem cerca de 1 
mg de ferro por dia na: 
 
 pele descamada 
 
 suor 
 
 fezes 
 
 urina 
o mulher durante o período menstrual pode perder 1,4-2 mg/dia em 
cada período, avaliando-se em 5-6 mg/dia o ferro necessário nos 
dois últimos trimestres de uma gravidez e durante o aleitamento 
 
 a formação e a destruição dos eritrócitos é responsável pelo 
renovamento de ferro no organismo 
 
 absorção digestiva de ferro, de 1-2 mg por dia (corresponde a 10-15 % 
do ferro da dieta), compensa as perdas 
 
 os indivíduos com défice absorvem 10-30 % do ferro contido nos 
alimentos, que deverão fornecer 10 a 20 mg de ferro elementar 
 
 absorção de ferro 
 
o ocorre principalmente no duodeno e na parte proximal do jejuno, 
uma vez que a acidez gástrica favorece a passagem de ferro 
férrico contido na dieta a ferro ferroso, mais facilmente absorvido 
 
o é facilitada pelo ácido ascórbico e pelos grupos sulfidrilo dos 
aminoácidos que contêm enxofre 
 
o processa-se por transporte activo através das células mucosas, 
convertendo-se o ferro ferroso em ferro férrico entro das células 
 
o um transporte passivo, de primeira ordem, assegura a absorção 
de doses elevadas de ferro, que excedem as da dieta normal 
Farmacologia Fármacos Antianémicos 
 4 
 
o o ferro combina-se com uma proteína, a apoferritina, para 
transporte imediato para o plasma ou para ser convertida em 
ferritina e armazenada na célula mucosa 
 
o quando as reservas de ferro estão diminuídas, a velocidade de 
absorção aumenta e o ferro recentemente absorvido é 
imediatamente transportado das células mucosas até à medula 
óssea para ser incorporada na hemoglobina 
 
o se ocorrer excesso de ferro nas reservas, o fígado diminui a 
síntese de apoferritina, reduzindo a concentração da molécula 
transportadora, logo, menos ferro é absorvido 
 
o pequenas quantidades de ferro são armazenadas sob a forma de 
hemossiderina 
 
o nos adultos normais, a concentração de ferritina no plasma está 
em equilíbrio com a armazenada no reticuloendotelial servindo 
então a ferritina no plasma para avaliar as reservas de ferro 
 
 quando a quantidade de ferro do plasma é baixa, ele é deslocado 
facilmente da ferritina e transportado pela transferrina até aos receptores 
situados mas membranas celulares dos eritroblastos na medula óssea, a 
que se liga fortemente, atingindo depois o interior da célula por 
endocitose; a transferrina liberta então o ferro para a mitocôndria que 
sintetiza o heme 
 
 quando os eritrócitos alcançam o seu termo de vida e são destruídos, a 
hemoglobina das células é fagocitada pelos macrófagos do fígado, baço 
e medula óssea, e o ferro libertado armazena-se sob a forma de ferritina 
ou é novamente transportado pela transferrina e utilizado para a síntese 
de hemoglobina 
 
 
 
Farmacologia Fármacos Antianémicos 
 5 
Figura 2 – Absorção de ferro pelas células do epitélio gastrointestinal. O ferro é 
absorvido através de um transportador situado na célula epitelial. Algum ferro 
atravessa a célula e é transportado no sangue pela transferrina. O excesso de 
ferro é armazenado sob a forma de ferritina. 
 
 
Deficiência em ferro 
 
 A anemia ferropénica resulta: 
 
 de um défice nutricional por ingestão dietética insuficiente de ferro para 
compensar as perdas de sangue (incluindo a menstruação) 
 
 do aumento das necessidades de causas diversas 
 
 por interferência com a absorção 
 
Os défices graves de ferro devem-se essencialmente a perda de sangue 
pelo tubo digestivo ou pelo útero. 
Se ocorrer uma deficiência em ferro, as reservas diminuem, o que se 
reflecte por uma redução e, depois, ausência de hemossiderina na medula 
óssea. Quando a ferritina plasmática é inferior a 12 g/l, há uma depleção das 
reservas e o ferro sérico diminui, os níveis de transferrina aumentam (a 
saturação de transferrina cai até 15% ou menos), os sideroblastos 
desaparecem da medula óssea e surge então uma anemia normocrómica 
microcitica (eritropoiese deficiente em ferro). Só passadas algumas semanas a 
anemia se torna microcitica e hipocrómica. 
 
 
 
Preparados de ferro para administração oral 
 
A anemia ferropénica corrige-se e previne-se pela administração de sais de 
ferro até concentração normal dos valores da hemoglobina e restabelecimento 
das reservas de ferro, de preferência com preparados de administração oral. 
 A dose suplementar óptima deverá fornecer a quantidade suficiente para 
possibilitar um aumento máximo da hemoglobina. Uma vez que a hemoglobina 
contém 0,34% de ferro, haverá necessidade de se absorverem 50 mg/dia para 
se obter uma resposta medular máxima. 
 
 Os sais ferrosos são eficazes e melhor absorvidos queos férricos: 
 
 inorgânicos – sulfato ferroso 
 orgânicos – gluconato, fumarato, heptonato,aspartato e succinato 
ferrosos e sulfato de ferroglicina 
 
A dose diária para um adulto é de 150-300 mg de um sal ferroso que 
fornece ferro elementar suficiente para obter a resposta medular óptima. Os 
preparados de ferro devem ser ingeridos 1 hora antes das refeições a ao deitar, 
Farmacologia Fármacos Antianémicos 
 6 
para aumentar a absorção. No entanto, os efeitos adversos que surgem com 
frequência por efeito directo do ferro no estômago e intestino obrigam muitas 
vezes à ingestão dos sais de ferro com os alimentos, embora reduza a sua 
absorção. Com as doses terapêuticas, os sintomas de défice melhoram ao fim 
de alguns dias, surgindo inicialmente uma crise reticulocitária mais ou menos 
acentuada seguida de uma subida da concentração de hemoglobina. Após ter 
sido corrigido o valor da hemoglobina, deve-se continuar o tratamento por mais 
4 a 6 meses, com o risco de a anemia voltar se a terapêutica for interrompida. 
A avaliação dos depósitos de ferro é feita pela determinação da ferritina. 
 
 
 Efeitos adversos 
 
 naúseas, vómitos e diarreia ou obstipação 
 
 alguns alimentos, particularmente os ovos, os cereais e os antiácidos 
reduzem os efeitos gastrointestinais, mas interferem com a absorção de 
ferro 
 
 as fezes ficaram negras durante o tratamento 
 
 os preparados para uso oral interferem com a pesquisa de sangue 
oculto nas fezes, em particular com a ortotoluídina 
 
 
 
Preparado de ferro para administração parenteral 
 
 reservado aos doentes incapazes de tolerar ou de absorver quantidades 
adequadas por via oral ou quando esta é insuficiente 
 
 pode-se usar o Ferro dextrano 
 
o complexo estável de hidróxido férrico e dextrano que se pode 
administrar por via i.m. profunda ou i.v. 
 
o não se liga à transferrina, sendo armazenado no sistema 
reticuloendotelial 
 
o Efeitos adversos: 
 
 Reacções de hipersensibilidade 
 
 Doses elevadas por via i.v são causa de artralgias, 
mialgias, cefaleias, dores torácicas, dores abdominais, 
cansaço 
 
 Por via i.m pode originar a formação de um abcesso estéril, 
dor e coloração dos tecidos no local da injecção 
Farmacologia Fármacos Antianémicos 
 7 
 
 Por via intravenosa podem surgir inflamação, fibrose e 
flebite 
 
 
Toxicidade 
 
 a ingestão de grandes doses de sais de ferro por via oral ou a 
administração muito frequente de um preparado de ferro por via 
parentérica pode levar à intoxicação acidental 
 
 os sintomas progridem rapidamente desde os sintomas gastrointestinais 
até ao colapso cardiovascular, consecutivo a hemorragia digestiva ou a 
acidose metabólica, coma por lesão hepática e mesmo morte que pode 
surgir em 2-24 horas 
 
 é necessário terapêutica urgente que inclui aspiração gástrica e lavagem 
com soluções de carbonato para formar sais insolúveis com o ferro, 
seguidas de instilação gástrica de deferoxamina para impedir a absorção 
do ferro ingerido, e da administração i.v do mesmo produto para quelar o 
ferro absorvido e facilitar a sua excreção urinária 
 
 administração frequente de um preparado de ferro em administração 
parenteral ou oral pode causar uma síndroma semelhante à 
hemossiderose nos doentes cuja causa de anemia não se deve a um 
défice em ferro 
 
 o quadro de toxicidade é designado hemocromatose com pigmentação 
bronzeada da pele, cirrose hepática, pancreatite e diabetes, alterações 
devidas à acumulação de ferro nos órgãos respectivos 
 
 o tratamento consiste na realização de sangrias repetidas, que têm 
como finalidade remover o ferro dos depósitos 
 
 
 
Interacções 
 
 os antiácidos e a metildopa reduzem a absorção oral de ferro 
 
 absorção de ferro pelo tubo digestivo é aumentada pela administração 
conjunta de ácido ascórbico 
 
 
 
Vitamina B12 e Ácido Fólico 
 
Farmacologia Fármacos Antianémicos 
 8 
 carências em vitamina B12 e ácido fólico são responsáveis pela maioria 
das anemias megaloblásticas ou macrocíticas 
 são necessários para a síntese de nucleoproteinas e mielina, a 
reprodução celular, o crescimento normal e a manutenção de uma 
eritropoiese normal 
 
 necessários para a maturação e função das células do tecido 
hematopoiético e do epitélio gastrointestinal 
 
 deficiência em vitamina B12 origina uma anemia megaloblástica, 
aparecendo no sangue circulante eritrócitos macrociticos, ricos em 
hemoglobina, com a relação RNA/DNA aumentada, e eventualmente 
pancitopénia e sintomas gastrointestinais 
 
 alterações neurológicas por impossibilidade de síntese de mielina, que é 
seguida da degenerescência gradual do axónio e do nervo 
 
 administração parenteral de vitamina B12 reverte completamente a 
anemia megaloblástica 
 
 
 
Figura 3 – Papel da vitamina B12 e do ácido fólico na síntese de DNA 
 
 
A) Vitamina B12 
 
 Vitamina do complexo B que contém cobalto; a usada pelo homem é 
quase exclusivamente de origem exógena 
 
 átomo de cobalto pode ligar-se com a adenosina, adenosilcobalamina, 
com um radical ciânico na cianocobalamina, com um grupo metilo, na 
metilcobalamina, ou com um hidroxilo na hidroxicobalamina 
 
Farmacologia Fármacos Antianémicos 
 9 
 necessidades fisiológicas diárias são de 1 a 5 g 
 
 após a libertação dos alimentos por acção do ácido clorídrico e por 
proteólise, a vitamina B12 ou factor extrínseco de Castle na forma de 
hidroxicobalamina, adenosilcobalamina oucianocobalamina, deverá 
fixar-se ao factor intrínseco (proteína segregada pelas células parietais 
do estômago e necessária para a absorção activa da vitamina) 
 
 o complexo formado passa para o intestino e reconhece os receptores 
específicos situados na mucosa do íleo distal, onde é absorvida; é 
transportada de forma activa para o plasma, podendo também ser 
absorvida por difusão, não necessitando de factor intrínseco 
 
 no plasma é veiculada por uma globulina  (transcobalamina II), 
acumulando-se no fígado, rins, medula óssea e músculos 
 
 excretada pela bílis (com circulação entero-hepática) e pelo rim 
 
 
 
Figura 4 – Absorção da vitamina B12. A absorção intestinal da vitamina B12 requer a 
presença de factor intrínseco, que é secretado pelas células parietais do estômago e 
ocorre no ileo distal através dos receptores celulares de superfície 
 
 
A1) Acções da vitamina B12 
 
 necessária para a isomerização do metilmalonil-coA a succinil-coA pela 
metilmalonil-coA mutase 
 
o não acontece em estados deficitários, acumulando-se o 
metilmalonil-coA, com consequente síntese anómala de ácidos 
Farmacologia Fármacos Antianémicos 
 10 
gordos, que são incorporados nas membranas do sistema 
nervoso central, surgindo manifestações neurológicas 
 
 necessária para a conversão da forma inactiva do 5-metiltetrahidrofolato 
e homocísteina, respectivamente em tetrahidrofolato e metionina pela 
enzima folato-homocísteina metiltransferase 
 
o nos défices de vitamina B12 não ocorre a conversão do 5-
metiltetrahidrofolato em tetrahidrofolato, necessário para a 
síntese de DNA, acumulando-se a forma inactiva no 
organismo 
 
 participa no crescimento e divisão celular do sistema hematopoiético, na 
mielinização das fibras nervosas, nos metabolitos glucídico, lipidico e 
protidico e na síntese das nucleoproteinas 
 
 défice de vitamina B12 origina anemia hipocrómica e megaloblástica, 
nas formas graves pode causar uma neuropatia progressiva,afectando 
os nervos sensitivos periféricos e os cordões posteriores e laterais da 
medula espinhal 
 
 a nível periférico o aumento de ácidonmetilmalónico urinário é a prova 
mais evidente do défice em vitamina B12, uma vez que os níveis séricos 
da vitamina podem ainda estar normais em 10-20% dos doentes 
deficitários 
 
 
A2) Preparações e dosagem 
 
 nos défices de vitamina B12 utiliza-se a cianocobalamina ou a 
hidroxicobalamina 
 
o cianocobalamina – administrada por via i.m ou s.c profunda, 
administrada a intervalos de 2 a 4 semanas 
 
o hidroxicobalamina – administrada apenas por via i.m, tem efeitos 
mais prolongados, por se absorver mais lentamente a partir do 
local de injecção e se ligar em maior proporção às proteínas 
plasmáticas e ao fígado, ficando menor quantidade na forma livre 
e excretando-se mais lentamente 
 
 cianocobalamina e o concentrado de cobalamina são administrados por 
via oral para tratamento das insuficiências dietéticas em doentes com 
absorção gastrointestinal normal e desde que não haja deficiência na 
produção de factor intrínseco nem de ácido clorídrico; nos defeitos de 
absorção por falta de secreção de factor intrínseco, a via parentérica 
(i.m) é obrigatória 
 
Farmacologia Fármacos Antianémicos 
 11 
 a estimulação da síntese da hemoglobina originada por qualquer das 
formas de vitamina B12 pode levar à depleção das reservas de ferro e 
de folatos 
 
 
Resposta à terapêutica 
 
 após oito horas do início do tratamento, a medula óssea começa a 
transformação que estará completa em 48 horas 
 
 pode surgir hipocaliémia que, se não for tratada pode conduzir a 
arritmias fatais 
 
 a crise reticulócitária começa no 2º ou 3º dia e é máxima por volta do 7º 
dia, ocorrendo melhoria dentro de 1-3 dias 
 
 o número de glóbulos vermelhos alcança o normal em 4-8 semanas 
 
 os neutrófilos polimorfomucleares hipersegmentados desaparecem da 
circulação na primeira semana do tratamento 
 
 
Usos terapêuticos e diagnóstico 
 
 cianocobalamina e hidroxicobalamina, estão indicadas 
 
o tratamento da anemia perniciosa 
 
o doentes com anemias macrociticas por dietas carenciadas 
 
o anemias megaloblásticas induzidas por 
 
 anticonvulsivantes 
 contraceptivos orais 
 inibidores da deidrofolato-redutase 
 antimetabólicos inibidores da síntese de desoxinucleótidos 
 
o sindromas de má – absorção de vitamina B12 
 
o redução da secreção de factor intrínseco 
 
o cirrose hepática 
 
o fins diagnósticos 
 
 teste de Schilling diagnóstico da 
 teste de absorção da vitamina B12 anemia perniciosa 
 
 
Farmacologia Fármacos Antianémicos 
 12 
 
Efeitos adversos 
 
 vitamina B12 não é habitualmente tóxica 
 
 pode surgir em alguns doentes diarreia, prurido, urticária e sensação de 
edema generalizado 
 
 níveis séricos de potássio devem ser vigiados no início da terapêutica e, 
se necessário administrar potássio, em caso de hipocaliémia grave 
durante a conversão da anemia megaloblástica a eritropoiese normal 
 
 aumento da degradação do ácido nucleico pode conduzir a crises de 
gota 
 
 
 
B) Ácido fólico 
 
 Vitamina do complexo B, hidrossolúvel 
 
 Largamente distribuído nos vegetais verdes, leveduras e fígado 
 
 A principal função dos folatos é a formação de cofactores essenciais 
para as reacções de transferência de um carbono necessário para a 
biossíntese das purinas e timidilatos e dos ácidos nucleicos 
 
 A ausência de síntese de timidilatos em doentes com défice em ácido 
fólico a responsável pela insuficiência de DNA, que leva à formação de 
megaloblastos e consequentes anemias megaloblásticas e macrociticas 
 
 Os folatos participam na interconversão de aminoácidos 
 
 Ácido fólico intervém no primeiro estádio da síntese dos ácidos nucleicos 
como transportador do radical metilo e na maturação dos eritrócitos 
 
 A sua acção está associada à da vitamina C, que estimula a formação 
de ácido fólico e da vitamina B12 
 
 Necessidades diárias num adulto – 50-100 g 
 
 Absorvido ao nível do duodeno e da primeira porção do jejuno; as 
mucosas são ricas em deidrofolato-redutase capazes de metilar a 
metiltetrahidrofolato quase todo o folato reduzido para absorção 
 
 Uma vez absorvido o folato é transportado para os tecidos, na forma 
metilada; dentro das células actua como dador de metilo para a 
formação de metilcobalamina, como fonte de tetrahidrofolato e outros 
folatos, e armazena-se na forma de poliglutamatos 
Farmacologia Fármacos Antianémicos 
 13 
 
 Sofre recirculação pelo ciclo entero-hepático 
 
 A sua carência, devido a sindromas de má-absorção, a desnutrição ou 
outras situações, conduz ao aparecimento de anemia macrocitica ou 
megaloblástica, ocasionalmente associada a leucopenia e/ou 
trombocitopénia com glossite, mas sem sintomas neurológicos 
 
 A deficiência em folatos diagnostica-se pela quantidade de folato no 
plasma e eritrócitos 
 
 Concentrações plasmáticas normais entre 4 e 20 ng/ml 
 
 
Indicações 
 
 Tratamento das anemias megaloblásticas e macrocíticas nutricionais por 
défice de ingestão de folatos 
 
 Anemias megaloblásticas da gravidez 
 
 Anemias associadas ao alcoolismo e afecções hepáticas 
 
 Os antagonistas do ácido fólico inibem as redutases do ácido fólico e 
impedem a formação de ácido tetrahidrofolato 
 
 Administração de ácido fólico isolado não é eficaz na anemia perniciosa 
 
 Dose de 5 mg de folato /dia, por via oral durante 4-5 semanas 
 
 Ácido fólico por via oral não produz efeitos adversos 
 
 
Preparações e dosagem 
 
 Administra-se, de modo geral, por via oral 
 
 Quando não é possível pode utilizar-se as vias i.m profunda, s.c ou i.v 
 
 Dosagem – no adulto e nas crianças é de 0,25-1 mg/dia 
 
 Melhoria nas primeiras 24 horas, com reticulose do 2º ao 5º dia do inicio 
do tratamento 
 
 
 
Factores de crescimento hematopoiéticos 
 
Farmacologia Fármacos Antianémicos 
 14 
 Eritropoietina. Epoietina  e  
 
 
 Eritropoietina 
 
o hormona glicoproteica glicosilada 
 
o endógena é produzida no rim (90%) pelas células intersticiais na 
proximidade dos túbulos proximais, e no fígado (10%) 
 
o regulada pelos mecanismos sensores de oxigénio no rim, em 
resposta à hipoxia 
 
o liga-se a dois tipos de receptores polipeptidicos nas células 
progenitoras eritróides, após o que estimula a síntese de ácidos 
nucleicos e posterior divisão celular nas células eritróides com 
diferenciação terminal; após ligação ao receptor, a Eritropoietina é 
internalizada e metabolizada pela célula-alvo 
 
o usada na: 
 
 anemia da insuficiência renal crónica 
 doentes em hemodiálise e diálise peritoneal 
 doentes submetidos a transplante renal 
 anemias dos doentes infectados com o HIV 
 anemia em doentes cancerosos 
 uso pré-operatório em doentes do foro cirúrgico 
 
o as reservas de ferro são mobilizadas durante a terapêutica com 
eritropoietina, porque aumenta a massa de glóbulos vermelhos, 
recomendando-se a administração de suplementos de ferro 
 
o administra-se: 
 
 via i.v – o pico plasmático é imediato e a semivida de 8-10 
horas, nos doentes em hemodiálise crónica e em diálise 
peritoneal ambulatória, reduz-se progressivamente para 6 
horas em administração repetida 
 
 via s.c – o pico plasmático é atingido apenas 5-18 h depois 
da injecção e mantém-se durante várias horas 
 
o metabolizada nos tecidos-alvo como o rim,o fígado, baço e 
medula óssea e elimina-se principalmente por outras vias que não 
o rim 
 
o a reticulose máxima ocorre 3-4 dias depois da administração do 
fármaco e a resposta dos reticulócitos permanece elevada 
durante 7 dias 
 
Farmacologia Fármacos Antianémicos 
 15 
o o hematócrito começa a subir ao fim de 1-3 semana e 
acompanha-se de subida dos níveis de hemoglobina 
 
o a subida do hematócrito traduz-se por uma melhoria da qualidade 
de vida do doente, com aumento da tolerância ao exercício, 
melhoria do humor e regulação do sono e da função sexual 
 
o doentes com níveis baixos de eritropoietina endógena são os que 
respondem melhor à terapêutica com eritropoietina 
 
o 150-500 U/kg, 3 vezes por semana 
 
Os doentes com insuficiência renal crónica e terminal desenvolvem uma 
anemia normocitica e normocrómica que se deve principalmente a um défice 
de eritropoietina, que os doentes renais não conseguem produzir em 
quantidades adequadas. 
 
 Epoietina 
 
o Estimula a proliferação e diferenciação dos progenitores das 
células eritróides, no sentido dos pró-eritroblastos funcionais 
 
o Eficácia clínica semelhante à eritropoietina 
 
o Usada nas doenças primárias da medula óssea, no tratamento da 
anemia associada com a artrite reumatóide, quimioterapia, 
prematuridade. Doença de Gaucher 
 
o Em geral, bem tolerada 
 
 
 
 
Factores de crescimento mielóides 
 
 
 O factor estimulante da granulocitopoiese (G-CSF) e o factor estimulante 
de crescimento de macrófagos (GM-CSF) são obtidos por tecnologia de 
DNA recombinante 
 
 O GM-CSF (rHu GM-CSF, molgramostim), tem semi-vidas variáveis, de 
2-4 horas, após administração i.v 
 
 Estes agentes hematopoieticos estimulam a proliferação e diferenciação 
das respectivas linhas celulares após ligação a receptores específicos 
nas células mielóides progenitoras dos neutrófilos e dos granulócitos e 
macrófagos 
 
 O GM-CSF 
Farmacologia Fármacos Antianémicos 
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o Factor hematopoiético multipotencial que acelera a proliferação 
das células progenitoras de granulócitos, eritrócitos e 
megacariócitos 
 
o Efeito directo nas células alvo maduras no sangue e nos tecidos, 
potenciando a função dos neutrófilos e dos monócitos-
macrófagos 
 
 G-CSF na dose de 5 g/kg/d e o GM-CSF i.v aceleram a recuperação 
dos granulócitos após terapêutica mielossupressora ou após transplante 
de medula óssea, com menor frequência de infecções e menos dias de 
hospitalização 
 
 Úteis no tratamento da granulocitopenia associada com terapêuticas 
citotóxicas em oncologia 
 
 O G-CSF pode provocar dor óssea que alivia quando a administração é 
descontínua 
 
 O GM-CSF em doses elevadas provoca febre, mal-estar, astralgias, 
mialgias, e uma sindroma caracterizado por edema periférico e derrame 
pleural e pericárdico 
 
 Fármacos usados apenas em ambiente hospitalar e por médicos com 
treino no seu uso 
 
 
 
Outros Antianémicos 
 
 Nos défices de vitamina C surgem anemias que se devem quer à má 
absorção de ferro, quer à incapacidade de utilização do ácido fólico; 
para o seu tratamento requere-se, respectivamente, a vitamina C e ferro, 
ou vitamina C e ácido fólico 
 
 O défice de vitamina B6 consecutivo à terapêutica prolongada com 
isoniazida entre outros fármacos, e ao consumo crónico de bebidas 
alcoólicas, acarreta o aparecimento de uma anemia por interferência 
com estádios precoces da síntese do heme, estes doentes só 
respondem à vitamina B6 ou ao fosfato de piridoxal 
 
 Carências de riboflavina produzem anemia, uma vez que do conteúdo 
em riboflavina da dieta depende a actividade da glutatião-redutase do 
eritrócito; correcção com riboflavina 
 
 Deficiência em vitamina E condiciona, principalmente no prematuros, a 
redução de vida dos eritrócitos e aumento da hemólise, com 
aparecimento de anemia hemolítica que só regride com a administração 
de vitamina E 
Farmacologia Fármacos Antianémicos 
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 Androgénios são utilizados com vantagens nas anemias caracterizadas 
por hipoplasia moderada da medula óssea 
 
 Corticosteróides importantes nas anemias hipoplásticas e hemolíticas e 
noutras alterações de causa imunológica: 
 
 
o A prednisona 
 
 Corrige as eritroblastopenias crónicas do adulto 
 as anemias hemolíticas de causa auto-imune 
 em dose mais elevada corrige a hipoplasia congénita da 
série vermelha

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