Buscar

Sombra e Luz na Arte

Prévia do material em texto

5/22/2012
1
AULA 9
Sombra e Luz
Sombra e luz
Embora em um desenho as referências à nossa experiência 
com o fenômeno natural da luz estejam presentes, elas 
não devem ser confundidas com a luz natural 
propriamente dita, pois o desenhista faz na sua 
representação diversas adaptações na luminosidade. 
Utilizando-se de meios gráficos, ele faz com que a luz 
assuma, segundo a sua vontade, várias formas de 
expressão. A luz num desenho é resultante do contraste 
formal entre o claro e o escuro e constitui-se num 
elemento de linguagem visual e, por tanto, denominamos 
luz tanto o raio do foco luminoso, corpo que produz ou 
fornece luz, como a luminosidade total de um desenho.
5/22/2012
2
O significado da luz na composição
Numa composição artística, a luz assume diversos 
significados que estão associados às nossas experiências. 
Falamos da luz sempre em função da sombra ou da 
obscuridade. Relacionamos essa oposição a forças 
contraditórias que atuam em nosso ser da seguinte 
maneira: o claro associado ao bem e o escuro, ao mal. 
Visualmente elas estão vinculadas também ao calor e ao 
frio. E através delas podemos interpretar as horas do dia 
e as estações do ano. Na cultura ocidental, a luz está 
associada a Deus, ao bem, à verdade, às virtudes e à 
salvação. O escuro, ao mal, ao diabo, ao pecado.
A Transfiguração - 1518/20 - Rafael (1483-1520) - Pinacoteca, Vaticana Vaticano
5/22/2012
3
O significado da luz na composição
Numa composição artística, a luz assume diversos 
significados que estão associados às nossas 
experiências. Falamos da luz sempre em função da 
sombra ou da obscuridade. Relacionamos essa 
oposição a forças contraditórias que atuam em nosso 
ser da seguinte maneira: o claro associado ao bem e o 
escuro, ao mal.
Visualmente elas estão vinculadas também ao calor e ao 
frio. E através delas podemos interpretar as horas do 
dia e as estações do ano.
5/22/2012
4
Jan Van Eyck – Homem com Turbante Vermelho1433. Galeria Nacional, Londres.
Segundo a sua expressividade, a luz pode ser 
qualificada como contrastante ou integrada.
Contrastante – é a que pode traduzir para a nossa 
interpretação uma oposição de valores; podemos 
entendê-la como expressão de conflitos.
Integrada – essa integração pode acontecer quando as 
qualidades opostas estão reunidas; expressam uma 
síntese, uma possível união de oposições e conflitos.
5/22/2012
5
5/22/2012
6
Leonardo da Vinci, que foi um grande estudioso da luz 
no desenho, criou a técnica do sfumato que consiste 
em fazer, com os dedos e com a palma das mãos, 
um fundo vaporoso que modela as figuras 
delicadamente. Da Vinci o realizava com parcimônia 
para deixar clareza na visualização das formas. Seus 
trabalhos representam uma fase refinada do 
trabalho com o claro/escuro.
5/22/2012
7
Enquanto as transições permitem passagens rápidas,
todo contraste representa como que uma parada
obrigatória, uma pausa.
Cabe aqui lembrar que denominamos luz tanto o raio do
foco luminoso, corpo que produz ou fornece luz, como
a luminosidade total de um desenho.
5/22/2012
8
Na pintura impressionista, cada pincelada de cor é 
considerada uma fonte luminosa, que resulta em uma 
atmosfera vaporosa, em que perdemos o sentido da 
estrutura e o contorno das formas.
No Cubismo temos os objetos fragmentados e trabalhados 
num único plano. Suas luzes não se misturam. Temos o 
preto ao lado do branco, independentes um do outro.
5/22/2012
9
5/22/2012
10
Guernica de Pablo Ruiz Picasso, quadro que simboliza o horror da guerra 
civil espanhola e o bombardeio de 26 de Abril de 1937
A luz sobre a superfície dos volumes nos sugere leveza 
ou peso nas formas. Numa composição é a 
intencionalidade do artista que determinará a 
característica da iluminação, fazendo em sua 
representação uma referência direta a manchas, 
planos iluminados e sombras projetadas, relacionados 
às formas presentes na composição. Pode-se usar um 
ou mais focos de luz, criando-se situações fantásticas. 
A base é sempre o contraste claro/escuro.
5/22/2012
11
Embora o termo italiano chiaroscuro tenha sido 
empregado em 1681 pelo florentino Filippo Baldinucci
para descrever as pinturas monocrômicas, ou seja, de 
uma (mono) só cor (croma), nas quais todos os efeitos 
pictóricos eram obtidos com a distribuição das 
graduações tonais, o conceito claro/escuro é muito 
mais amplo, pois não se restringe ao uso de uma só cor, 
mas alude também à distribuição das luzes e sombras 
no desenho e na pintura e aos efeitos obtidos através 
do contraste de cores.
5/22/2012
12
A expressividade da luz se dá por meio do movimento 
visual que ela sugere através de valores claros e 
escuros.
Para entender o que são valores, precisamos perceber o 
que é cor e tom. Por exemplo, a diminuição do tom 
vermelho por acréscimo de branco produz a cor rosa, 
que é um tom de cor absolutamente independente. Se 
acrescentássemos mais branco, poderíamos criar 
inúmeros tipos de rosa independentes e precisos. 
Tom e cor são uma só coisa.
As sombras são designadas valores. Quando falamos em 
valores, não podemos pensar em tonalidades 
isoladas, porque estamos falando de graus diferentes 
de valores, e para determiná-los precisamos compará-
los. A própria expressão valor pressupõe que estamos 
julgando se uma tonalidade é mais ou menos clara ou 
escura que outra. Valor implica confronto e é sempre 
comparativo. Tom é fixo, permanente e autônomo.
5/22/2012
13
Numa escala (diversas gradações) que considere nos 
extremos o branco e o preto, ou uma cor saturada, 
os tons podem ser divididos e subdivididos 
indefinidamente, mas, em todas as zonas da escala, 
extremos ou intermediários da graduação dos 
novos tons são nitidamente demarcados e 
definidos.
As formas das sombras
A luz que incide sobre um objeto nos revela a forma do 
objeto: através de valores tonais de luzes e sombras, 
percebemos formas tridimensionais. É curioso que 
embora usemos o conjunto de luzes e sombras, 
aparentemente, essas formas são ignoradas ou 
contornadas. 
5/22/2012
14
A sombra (e áreas iluminadas) constitui uma forma, ao 
desenharmos estas formas no papel desenhamos a 
forma exata da face tridimensional. No desenho de 
tonalidades (sombreado), são as formas das sombras 
que se deve ser capaz de ver e desenhar. E dentro das 
formas sombreadas pode-se detectar as relações de 
valores: quais as formas-sombras mais escuras, quais 
os tons intermediários, quais as formas-sombras mais 
claras.
Leonardo da Vinci afirmava que os princípios da pintura primeiramente 
estabelecem o que é um corpo sombreado (forma e volume) e o que é luz.
5/22/2012
15
Os tons
Após conseguirmos perceber as formas das sombras, 
individualizadas, em relação ao claro/escuro, a observação 
do conjunto deve preceder a observação das partes.
Entre a mancha mais escura e a situação mais iluminada, 
percebemos toda a gama de sutilezas tonais, ou seja, a 
escala de valores existente. É incalculável a variedade de 
gradações e tons de intensidade que se pode observar 
num desenho em claro/escuro. Numa escala tonal, os tons 
de cinza se modificam nas relações entre si.
5/22/2012
16
Quando se começa um desenho, as luzes já se encontram 
na brancura do papel; basta encontrar as sombras.
Observe a primeira figura que se segue. Ela apresenta uma 
escala em que podemos perceber associações diversas 
entre tons de cinza determinando contrastes maiores (1 
e 5), menores (2 e 4) ou quase nenhum (3), segundo as 
tonalidades envolvidas.
5/22/2012
17
Veja agora, na outra figura, uma outra escala de valores 
tonais. Nela, os tons estão classificados na seguinte 
ordem:
1- Sombra;
2- Penumbra;
3- Reflexo;
4- Meio tom;
5- Luz fraca;6- Luz forte.
5/22/2012
18
É nas variações de luz ou de tonalidades que distinguimos 
opticamente a riqueza de informações visuais de um 
ambiente. Pela nossa sensibilidade tonal, vemos o 
movimento das formas no espaço real, a profundidade, a 
distância e outras referências do ambiente. Na passagem 
(ou deslizamento) entre a luz que ilumina o modelo e as 
sombras, as qualidades da superfície tornam-se 
evidentes. A essas qualidades damos o nome de 
texturas.
5/22/2012
19
AULA 10
Volume
5/22/2012
20
Os valores e a tridimensão
Na perspectiva as sombras reforçam a ilusão de 
realidade que se pretende conseguir através das linhas. Por 
exemplo, quando desenhamos uma forma esférica sem as 
gradações de tons, ela fica reduzida à sua forma básica – o 
círculo – parecendo não ter dimensão esférica.
Repare nessas figuras que a linha, nas partes mais 
iluminadas, torna-se suave, quase inexistente; e, nas partes 
escuras, é larga como uma mancha.
5/22/2012
21
Através do contraste claro/escuro, a luz articula uma 
vibração no espaço. Na conjugação de áreas onde se 
vêem simultaneamente valores distintos, o claro dá a 
ilusão de aproximação e o escuro de afastamento. 
Quanto mais intenso o contraste, ou seja, quanto mais 
afastados os componentes do contraste (chegando aos 
extremos brancos e pretos), tanto mais visível é o efeito 
da vibração. O claro referido ao escuro vai se aproximar 
do observador, e o escuro referido ao claro vai se afastar 
do observador. 
Projeção da sombra
Em qualquer trabalho, o desenhista deve se 
preocupar não só com o tom das sombras em relação aos 
outros tons do desenho, mas também com a sua posição e 
seus efeitos. 
Na figura seguinte estão representados dois cilindros 
que se encontram próximos, iluminados por um mesmo 
foco. Nesta figura, podemos perceber um conjunto de 
valores ou situações tonais.
5/22/2012
22
5/22/2012
23
Numa composição o foco luminoso pode ser 
artificial ou natural. A iluminação também pode ser feita 
através de vários focos. 
É interessante criar situações em sala de aula com os 
sólidos geométricos agrupados em diferentes ângulos, 
iluminados por um ou mais focos artificiais de luz.
Observe agora, nesta figura, a variedade de situações de 
sombra que podemos obter com esferas, cones e 
paralelepípedos.
5/22/2012
24
5/22/2012
25
AULA 11
Sombra
5/22/2012
26
A sombra pela luz natural
No caso da luz natural, trabalhamos de forma mais 
simples. O Sol como fonte luminosa está 
imensamente distante e fornece uma grande 
intensidade de luz, o que torna impossível uma 
construção perspectiva com linhas convergindo para 
o foco. A luz natural propaga-se, então, em sentido 
paralelo, num ângulo de 45 graus. Por esse motivo, 
utilizamos o recurso da colocação do ponto de fuga 
de sombra P.F.S. no horizonte, e o ponto de fuga de 
luz P.F.L. no solo, abaixo do outro ponto P.F. S.
Observe os vários exemplos apresentados na figura 112, 
onde são mostradas diversas soluções para o 
desenho das projeções das sombras. Repare também 
que as linhas que representam os raios de luz estão 
desenhadas de forma paralela.
5/22/2012
27
É necessário lembrar que no estudo dos valores também 
devemos levar em consideração as massas: parte de 
uma composição que apresenta grandes luzes (massa 
clara), ou grandes sombras (massa escura). As massas 
têm o seu peso visual no desenho e devem ser 
consideradas no conjunto em função do equilíbrio da 
composição. Isso pode ser percebido observando e 
comparando nas figuras que se seguem as massas 
claras e escuras nas composições.
5/22/2012
28
5/22/2012
29
AULA 12
Luz, Sombra e Volume no 
Ambiente
5/22/2012
30
AULA 13
A Cor no Ambiente
5/22/2012
31
AULA 14

Continue navegando