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ANALOGIA_2

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UNIFASS
BACHARELADO EM DIREITO
1º SEMESTRE (2014 – 2)
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
PROFESSORA: Dra. LIANA OLIVA
Equipe:
 
Vanderléia Simas Gomes
Gabriela Aparecida Macêdo
Saara Lúcia Souza Santos
Elizabete Pereira de Carvalho
Daiana Lima
Antônio Carlos da Silva Costa
Emílio Bruno Borges	
Manoel Teodoro de Barros Neto
Josapha Pereira
Adjair Alves de Araújo
Jadiel Vicente 
A Analogia consiste em um método de aplicação do direito utilizado quando, diante da ausência de previsão específica em lei, nos casos de lacunas, ou seja, nas situações em que a lei é omissa ou obscura, se aplica uma disposição legal que regula casos semelhantes ao da controvérsia.
ANTUNES, Fábio Luiz. Equidade como instrumento de integração de lacunas no direito. Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 17 jun. 2011.
 
DINIZ, Maria Helena. As lacunas no direito. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1997.
AMARAL NETO, Francisco dos Santos. A equidade no Código Civil Brasileiro. Revista do Conselho de Justiça Federal. 
ANALOGIA é “um recurso técnico que consiste em se aplicar, a uma hipótese não prevista pelo legislador, a solução por ele apresentada para um caso fundamentalmente semelhante à não-prevista.” (Paulo Nader)
A analogia seria assim uma forma de solucionar o problema por meio de uma identidade com outro.
Um método de aplicação do direito através de um raciocínio comparativo. 
A Analogia, no âmbito do Direito Privado, tem previsão legal no artigo 126, do Código Civil Brasileiro, ao dispor da seguinte forma: 
“Art. 126 . O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito.”
Para aplicação da Analogia, requer:
Que o caso sub judice não tenha previsão legal;
Guarde semelhança com outro para quem a lei regule;
EQUIDADE 
É uma forma justa da aplicação do Direito, porque é adaptada a regra, a uma situação existente, onde são observados os critérios de igualdade e de justiça. (AMARAL NETO, Francisco) 
O uso da equidade tem de ser disposta conforme o conteúdo expresso da norma, levando em conta a moral social vigente, o regime político do Estado e os princípios gerais do Direito. 
A equidade, em síntese, completa o que a justiça não alcança, fazendo com que a aplicação das leis não se tornem muito rígidas onde poderia prejudicar alguns casos específicos onde a lei não alcança.
A EQUIDADE só ocorrerá em situações previstas em lei, na forma do Art. 127, do Código de Processo Civil.
“Art. 127 – O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.”
Impõe-se verificar os artigos 335 e 1109, do CPC, que revela ser a equidade um instituto diferente da analogia, pois, estará o Juiz voltado às suas experiências comuns, aos fatos ocorridos ordinariamente na sociedade, na valoração do caso segundo seu critério de oportunidade e conveniência.
“Art. 335. Em falta de normas jurídicas particulares, o juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e ainda as regras da experiência técnica, ressalvado, quanto a esta, o exame pericial.
Art. 1.109. O juiz decidirá o pedido no prazo de 10 (dez) dias; não é, porém, obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que reputar mais conveniente ou oportuna.”
Situação de aplicação da analogia
Os tribunais brasileiros aplicaram a analogia para estender aos transportes rodoviários coletivos o conceito de culpa presumida criado pelo Decreto nº 2.681, de 7.12.1912, que regulou a responsabilidade civil das estradas de ferro.
DECISÃO NA CONFORMIDADE DA LEI
RESPONSABILIDADE CIVIL - INDENIZAÇÃO - ACIDENTE FERROVIÁRIO – MORTE DE MENOR - CULPA PRESUMIDA - ART. 17 - DO DECRETO Nº 2.681/12. I - Não tendo a empresa ferroviária provada a culpa da vítima, nem assim elidido sua responsabilidade, comprovando caso fortuito ou força maior, não se exonera da obrigação de indenizar pela morte do menor. II - É dever da transportadora preservar a integridade física do passageiro e transportá-lo com segurança até o seu destino.
http://jus.com.br/artigos/2297/responsabilidade-civil-do-transportador-no-transporte-de-pessoas/
APLICAÇÃO POR ANALOGIA
RESPONSABILIDADE CIVIL. CONTRATO DE TRANSPORTE. ACIDENTE DE TRANSITO.
Aquele que contrata a condução de passageiros, mediante paga, tem o dever de conduzi-los, indenes, ao destino. Responsabilidade objetiva. Decreto n. 2.681/1912. A indenização deve abranger os danos materiais provados, os lucros cessantes e o dano moral, tudo na medida dos prejuízos da parte. Laudo pericial, base segura para o arbitramento da pensão vitalícia. Apelos improvidos. 
(APC Nº 599116597, DECIMA SEGUNDA CAMARA CIVEL, TJRS, RELATOR: DES. ANA MARIA NEDEL SCALZILLI, JULGADO EM 17/08/2000)
APLICAÇÃO POR ANALOGIA
TJ-PR - Apelação Cível AC 3397448 PR 0339744-8 (TJ-PR) 
Data de publicação: 24/08/2006 
Ementa: AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS, ESTÉTICOS E MORAIS. AUTOR QUE SOFREU ACIDENTE AO VIAJAR DENTRO DE ÔNIBUS DA EMPRESA REQUERIDA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA EMPRESA TRANSPORTADORA. CULPA PRESUMIDA. 
INTELIGÊNCIA DO ART. 17 , DO DECRETO Nº 2681 /1912 E DA SÚMULA Nº 187, DO STF. REDUÇÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO PELO DANO MORAL. I) RESPONSABILIDADE OBJETIVA. 
APLICAÇÃO POR ANALOGIA
STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 293292 SP 2000/0134255-0 (STJ) 
Data de publicação: 08/10/2001 
Ementa: Responsabilidade civil. Contrato de transporte. Acidente sofrido por passageiro. Vítima fatal. Código de Defesa do Consumidor . Dec. n. 2.681/12. Fato de terceiro. Fator de exclusão de responsabilidade. Inevitabilidade e Imprevisibilidade. Reexame de Prova. Conflito Aparente de Normas. Dano moral. É dever da transportadora conduzir o passageiro incólume até o local de destino. Falecendo passageiro em razão de acidente em estrada há culpa presumida da empresa de transporte interestadual, somente elidida pela demonstração de caso fortuito, força maior ou culpa exclusiva da vítima (art. 17 do Decreto 2.681/12). 
REFERÊNCIAS
AMARAL NETO, Francisco dos Santos. A equidade no Código Civil Brasileiro. Revista do Conselho de Justiça Federal. 
ANTUNES, Fábio Luiz. Equidade como instrumento de integração de lacunas no direito. Conteudo Juridico, Brasilia-DF: 17 jun. 2011.
BRASIL [Leis etc.] Código Civil; Comercial; Processo Civil; Constituição Federal/obra coletiva de autoria da editora Saraiva com colaboração de Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspede. – 3. ed. – São Paulo: Saraiva, 2003;
DIMOULIS, Dimitri. Manual de introdução ao estudo do direito. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007, 2a edição, pág. 187;
DINIZ, Maria H. Compêndio de Introdução à Ciência do Direito/ Maria Helena Diniz. – 20. ed. rev. atual. – São Paulo: Saraiva, 2009;
DINIZ, Maria Helena. As lacunas no direito. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1997.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito/ Miguel Reale. – 27. ed. ajustada ao novo código civil. – São Paulo: Saraiva, 2002;
SECCO, Orlando A. Introdução ao Estudo do Direito/ Orlando de Almeida Secco. – 8. ed. – Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2002;
VENOSA, Sílvio S. Introdução ao Estudo do Direito/ Sílvio De Salvo Venosa. – 2. ed. – São Paulo: Atlas, 2007.
WEINREB, Lloyd L. A razão jurídica: o uso da analogia no argumento jurídico. São Paulo: Martins Fontes, 2008, 1a edição, "Introdução", p. XIV;
ATENÇÃO PARA O QUESTIONÁRIO.
 1) Se a Analogia e a Equidade são fontes para a aplicação do Direito, pode o Juiz utilizar-se da Equidade em qualquer situação obscura que se lhe apresente? Por que? Justifique sua resposta, conceituando Analogia e Equidade. 
2) A Analogia é classificada como fonte mediata do Direito, pois:
I. Será aplicada pelo Juiz sempre que entender que um caso é igual a outro que ele julgou recentemente;
II. Apesar
de poder ser utilizada pelo Juiz não está prevista na lei como a Equidade;
III. Será utilizada pelo Juiz na situação de ocorrência de lacuna na lei;
IV. Não poderá, sob qualquer hipótese, ser utilizada pelo Juiz;
V. Todas as alternativas estão incorretas.
RESPOSTA PARA A QUESTÃO 1.
Resp. 1: 
Não. A Analogia será utilizada sempre que houver lacuna na lei, ao passo que o uso da Equidade só ocorrerá em situações previstas em lei, conforme preceitua o Art. 127, do Código de Processo Civil, com a seguinte redação:
“Art. 127 – O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.”
RESPOSTA PARA A QUESTÃO 2.
Resp. 2:
III. Será utilizada pelo Juiz na situação de ocorrência de lacuna na lei.

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