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Aula 08 - Teorias das RI (Parte 3) - Marxismo (Imperialismo e Depend+¬ncia)

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Teorias das RI (parte 3) – Marxismo (Dependência)
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1 – MARXISMO
Marxismo clássico: Karl Marx (“O Capital” / “Manifesto Comunista”), século XIX. Contexto: Revolução industrial e capitalismo; burguesia e proletariado;
“Teoria geral” marxista das RI? Contribui com uma visão e explicação das relações sociais – assente na luta de classes determinada pelas relações de produção e que constitui um quadro teórico geral permitindo abordar o estudo das RI;
Ferramentas teóricas de lutas pela independência: anos 1950 a 1970. Independência política (descolonização da África e de partes do Oriente Médio e da Ásia); independência econômica (América Latina);
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1 – MARXISMO
Estados como superestrutura dependente da estrutura socioeconômica: os Estados são voltados aos interesses da classe dominante;
A estrutura socioeconômica do país determina sua política externa e seus conflitos internacionais: a política externa deriva dos interesses de classe no interior do Estado, e da luta de classes que nele se manifesta. Consequentemente, as relações entre os diversos Estados são marcadas pela rivalidade e o conflito;
A mesma organização do espaço interno é reproduzida no espaço internacional: Estados burgueses e Estados proletários. A exploração representa o prisma ampliado do processo de desenvolvimento capitalista interno ao Estado.
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2 – TEORIA DA DEPENDÊNCIA
Teoria latino-americana: CEPAL (Santiago do Chile). Produção de teorias sobre desenvolvimento econômico. É a maior contribuição do Terceiro Mundo para a ciência das RI;
Raúl Prebisch: economista argentino e primeiro secretário-geral da CEPAL. Influenciou várias gerações de intelectuais latino-americanos. Criou uma teoria alternativa do comércio internacional e utilizou os termos “centro” (países ricos), e “periferia” (países pobres);
Industrialização: Percebia-se um aumento da assimetria entre o centro industrializado e a periferia subdesenvolvida nas relações econômicas internacionais. Os países periféricos (agro-exportadores), deveriam promover um processo de industrialização por substituição de importações;
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2 – TEORIA DA DEPENDÊNCIA
FHC, Enzo Faletto: “Dependência e subdesenvolvimento na América Latina” (1969). O conceito de dependência demonstrava a existência da dominação de fora para dentro (divisão internacional do trabalho) e também de dentro para dentro (elites locais – rurais e urbanas – da periferia aliadas aos interesses do capitalismo internacional, em detrimento dos interesses nacionais);
Atores internacionais e seus papéis: o dependentismo não se atém aos papéis dos atores, mas preocupa-se mais em analisar as estruturas do sistema internacional;
 Estados: são atores centrais do sistema, pois são vistos como um instrumento de que dispõem os países em desenvolvimento para proteger e fomentar suas economias. (ex: estatização de empresas para o Estado competir com as empresas multinacionais).
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2 – TEORIA DA DEPENDÊNCIA
 Organizações internacionais: a periferia tinha mais possibilidades de defender seus interesses em foros internacionais multilaterais do bilateralmente;
 Empresas multinacionais: denúncia ao papel das empresas. As multinacionais atuam como braço político de seus governos em proveito de seus próprios interesses econômicos, influindo nos destinos dos países menos desenvolvidos;
 Movimentos de libertação nacional: processos de descolonização na África e na Ásia que confrontavam as metrópoles (centro) com as colônias (periferia). Sem o reconhecimento de tais movimentos pela comunidade internacional, a luta pela independência teria sido considerada ilegítima.
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2 – TEORIA DA DEPENDÊNCIA
3 características principais:
Considera-se o mundo como um único sistema (capitalismo), cuja tônica é o conflito, originado pela desigualdade econômica e comercial;
 Foco na análise do sistema capitalista mundial: pois todos os processos e relações se produzem no seu interior e vêm determinados por esse sistema global. Foco maior no sistema e foco menor nos atores que atuam no sistema;
“Jogo de soma zero”: as relações internacionais têm sempre um ganhador (centro) e um perdedor (periferia). (Jogo de xadrez em que os menos desenvolvidos sempre perderiam por não terem algumas peças importantes). Conflitos, exploração e dominação; dependência Norte/Sul e centro/periferia; povos e classes oprimidos. Negação da existência de valores, interesses e objetivos comuns e globais. 
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2 – TEORIA DA DEPENDÊNCIA
Rápida ascendência / papel teórico marginal: muito criticado no Norte, uma vez que partiu de autores radicados no Sul – América Latina. Autores teoricamente debilitados por não conseguirem explicar o crescimento acelerado de algumas economias asiáticas, vistas como dependentes até então, como Coréia do Sul, Taiwan, etc.
Contribuição á formação de um “núcleo duro” da disciplina das RI: o dependentismo tem o mérito de introduzir na pauta das RI temas de investigação obrigatória que, junto com os paradigmas realista e liberal, contribuíram para formar um núcleo duro, massa crítica fundamental à disciplina. 
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3 – REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, Odete Maria de. Relações Internacionais: estudos de introdução. 2. Ed. Curitiba: Juruá, 2005.
PECEQUILO, Cristina. Introdução às Relações Internacionais. Petrópolis: Vozes, 2004.

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