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A água na planta • Um dos objetivos da Fisiologia vegetal; • Compreender a dinâmica da água nas células; Translocação Fluxo em massa Difusão A água nas células vegetais • Reações bioquímicas; • Solvente orgânico; • Mantém turgor das células; Fonte: Taiz e Zeiger, 2004; Costa, 2001. Estrutura e Propriedades da Água Estrutura polar da água Solvente Transporte facilitado Carga líquida positiva Carga líquida negativa Propriedades da Água 1. Elevado calor específico (4,18 J g-1): “energia necessária para aumentar a temperatura de uma substância em uma quantidade específica (1 °C em uma massa de 1 g)” Tamponar as flutuações de temperatura Aumento da temperatura Aumento da vibração das moléculas para quebrar as ligações de hidrogênio Proporcionais A água requer uma adição de energia grande para aumentar sua temperatura 2. Calor latente de vaporização (alto – 2452 J): “energia necessária para separar as moléculas da fase líquida e levá-las para a fase gasosa à temperatura constante (processo que ocorre durante a transpiração)” A alta quantidade de energia requerida para a evaporação da água torna a transpiração um mecanismo eficiente para a dissipação de calor. 3. Viscosidade “resistência do elemento para fluir”. A viscosidade da água decresce com o aumento da temperatura. Referência: a viscosidade do óleo industrial é 120 vezes maior do que a da água a 20°C. 4. Tensão superficial: As moléculas de água na interface ar-água são mais fortemente atraídas às moléculas vizinhas que a face gasosa em contato com a superfície da água. Redução da área de superfície 5. Coesão e tensão: Atração mútua entre moléculas Atração da água à fase sólida Tensão superficial Coesão + adesão + tensão superficial = capilaridade Movimento ascendente da água deve-se: (1) união entre as moléculas (coesão) (2) à atração da água à superfície do vidro (adesão) (3) à tensão superficial (minimiza a área da interface ar-água) Movimento da água ao longo de um tubo Processos de transporte de água 1. Difusão simples: movimento espontâneo, ao acaso. Ocorre quando há diferença de gradiente de potencial químico. Fonte: Taiz e Zeiger, 2004. Eficaz em dimensões celulares... Membranas celulares: Difusão e Aquaporinas • Fluxo de massa Grupos de moléculas gradiente de pressão Processos de transporte de água Solo Xilema • Osmose Movimento de um solvente através de uma membrana. • A osmose envolve a combinação de, por um lado, a difusão de moléculas simples de água através da bicamada lipídica da membrana; • E de fluxo em massa através de pequeníssimos poros de dimensões moleculares cheios de água; • Força motriz gradiente de potencial hídrico entre ambos os lados da membrana. Processos de transporte de água A ÁGUA NO SOLO Funções da água: 1. Constituinte do protoplasma: 80-90% da biomassa em plantas herbáceas e mais de 50% em lenhosas. 2. Solvente 3. Reagente e produto sacarose + água = glicose + frutose Glicose + oxigênio = gás carbônico + água 4. Manutenção de estruturas moleculares (proteínas, enzimas, ácidos nucléicos, polissacarídeos) 5. Manutenção da turgidez, essencial para o alongamento e crescimento celular, abertura estomática. Funções da água (cont.): 6. Termorregulação: tecidos com grande conteúdo de água não sofrem mudanças bruscas de temperatura 7. Ação tamponante:evita mudanças acentuadas no pH celular, em virtude do seu alto poder de diluição. 8. Fonte de prótons (fotossíntese) 9. “Reservatório de calor”, devido ao alto calor específico e calor latente de vaporização 10. Condução do pólen Potencial químico da água Também chamado de energia livre de Gibbs, é a expressão quantitativa da energia livre a ela associada. O que nós entendemos a respeito de energia livre? Em termodinâmica, energia livre representa o potencial para realizar trabalho Potencial de água no solo Representa o estado energético da água no solo Fatores de influência • Textura (tamanho e distribuição das partículas minerais) • Estrutura (arranjo das partículas) • Teores de argila • Teor de Matéria Orgânica • Natureza e quantidade de íons adsorvidos Potencial hídrico na planta • Potencial hídrico é uma medida de energia necessária para remover moléculas de água de um sistema; • Uma diferença de potencial entre dois sistemas (duas células) ocasiona um movimento de água na direção do sistema com o potencial mais negativo. w = s + p + m + g • Solutos – O termo s , conhecido como potencial de soluto ou potencial osmótico, representa o efeito dos solutos dissolvidos sobre o potencial hídrico. • Pressão – O termo p corresponde ao potencial de pressão. Quando a pressão for positiva há aumento do w, quando negativa (tensão) há diminuição do w. • Mátrico – O potencial mátrico ( m) é o componente do potencial hídrico que define as influências que as forças superficiais e espaços intermicelares exercem sobre o potencial químico da água. • Gravidade – O g representa o potencial gravitacional e expressa a ação do campo gravitacional sobre a energia livre da água. RELAÇÃO HÍDRICA NO SISTEMA SOLO-PLANTA- ATMOSFERA • Água no Solo – w do solo úmido pode ser expresso em dois componentes, s e p; – w = s + p ( m) – potencial osmótico ( s) de solos é geralmente desprezível, isso por que a concentração sais na solução do solo é baixa; – Na prática, o w dos solos normais é geralmente medido como sendo aproximadamente igual ao m , desprezando-se o s . – w = m (com sinal negativo) Potencial de água no solo Representa o estado energético da água no solo Ψsolo = Ψg + Ψm + Ψp + Ψs Ψg – trabalho necessário para manter a água do solo suspensa em determinado ponto para contrabalançar a ação da gravidade. É significativo quando os macroporos do solo estão cheios. Ψs – Quanto mais salina for a solução do solo, menor será a atividade da água. Equação de van’t Hoff: Constante dos gases (8,32 J mol-1 K-1) Temperatura (K) [ ] solutos na solução (mol L-1) Potencial osmótico Sinal negativo: indica que os solutos dissolvidos reduzem o potencial hídrico da solução em relação ao estado de referência da água pura. Ψp – pressão exercida pela água nos macroporos. É significativo somente em solos saturados Em solos insaturados há maior influência do Ψm, determinado pela adsorção de água na matriz do solo. Ex.: partículas do solo retêm água ao seu redor, formando películas delgadas de hidratação • Figura 11: (a) Representação muito simplificada duma planta; (b) Rede de resistências correspondentes aos vários segmentos do SPAC; (c) Modelo simplificado em que o modelo ramificado de (b) aparece como uma série linear de resistências hidraúlicas: do solo (Rs ); das raízes (Rr); do caule (Rst) e das folhas (Rl), cada uma das quais está representada por uma simples resistência; (d) O memso que em (c) mas incluindo as capacitâncias (C) dos tecidos correspondentes. E representa a direcção e a intensidade da transpiração. Retirado de Kozlowski & Pallardy (1997), fig. 11.5, pag. 243 • Exemplo da variação do potencial hídrico () e dos seus componentes [osmótico () e de pressão (p)] ao longo dos vários segmentos do SPAC. • Retirado de Kozlowski & Pallardy (1997), fig.11.3 pag. 241 Potencial hídrico celular (Ψw) Ψw = Ψs + Ψp Ψs + Ψp expressam os efeitos de solutos e da pressão sobre a energia livre da água. O estado referencial utilizado para definir potencial hídrico é água pura sob pressão e temperatura ambientes (Ψw = 0). Comportamento osmótico das células vegetais (20°C) Solução contendosacarose 0,1 M Célula flácida* (sem pressão de turgor) mergulhada em solução de sacarose * Com concentração interna de 0,3 M de solutos, o que gera um potencial osmótico de -0,732 MPa 0,3 M de soluto A água também pode sair da célula em resposta a um gradiente de potencial hídrico Rota Apoplástica Pela parede celular sem atravessar nenhuma membrana. Rota Simplástica De uma célula à outra, através dos plasmodesmas. A via para passagem de água: Pêlos radiculares Os pêlos radiculares e a absorção da água. Hopkins (1995), Fig. 3.17, pag. 61. endoderme transpiração Mecanismos de abertura e fechamento estômatos estômatos Absorção de Água pelas Raízes • O contato entre a superfície das raízes e o solo fornece a área superficial para a absorção de água, a qual é maximizada pelo crescimento as raízes e dos pêlos radiculares dentro do solo; • A água penetra nas raízes principalmente na parte apical que inclui a zona dos pêlos radiculares. • Via apoplasto – a água move-se continuamente na região das paredes celulares e nos espaços intercelulares até a endoderme. • Via simplasto – simplasto consiste de uma rede contínua de citoplasmas de células interconectados pelos plasmodesmas. Neste caso, a água move-se de célula em célula, através dos plasmodesmas; • Via transmembranar – neste caso, a água move-se de célula em célula cruzando a membrana plasmática e podendo cruzar, também, a membrana do vacúolo (tonoplasto); • O transporte de água através das membranas pode ocorrer pela bicamada fosfolipídica ou através de canais - AQUAPORINAS. • Na endoderme, o movimento de água através do apoplasto pode ser obstruído pelas estrias de Caspary. • Estas consistem de deposição de uma substância hidrofóbica, conhecida como suberina, nas paredes radiais das células da endoderme Maturação da endoderme numa plântula de milho (Zea mays L.). Retirado de Schreiber et al. (1999), fig. 1, pag. 1269 Transporte de Água para a Parte Aérea • xilema constitui o principal local de transporte de água; • As células condutoras do xilema têm uma anatomia especializada que possibilita o transporte de grande quantidade de água com alta eficiência; • tecido - constituído de fibras, células do parênquima e os elementos traqueais: traqueídes e elementos de vaso; • fibras são células muito longas, com parede secundária lignificada e que funcionam como suporte estrutural para a planta; • células do parênquima, por sua vez, são importantes no • armazenamento de reservas nutritivas e estão relacionadas com a transferência lateral de água • e de solutos - células são vivas • Traqueídios (A e B) e traqueias (C a G) de diversas plantas, vistos lateralmente. Apenas se apresenta um terço do traqueídio B. Retirado de Noggle e Fritz (1976), fig. 9, pag. 437 A estrutura da folha mostrando a presença da cutícula e de estômatos na superfície abaxial (Taiz & Zeiger, 1998). Diagrama esquemático do abaixamento gradual do potencial hídrico das folhas, raízes e solo durante uma semana de seca. Retirado de Larcher (1995), fig.4.27, pag. 24 tensiometro Efeito estresse hídrico As folhas de plantas jovens de algodoeiro (Gossypium hirsutum) caiem em resposta ao stresse hídrico. Retirado de Taiz e Zeiger (1998). • Diagrama das mudanças na transpiração ao longo do dia à medida que a humidade do solo diminui (curvas 1 a 5). As setas indicam o movimento dos estomas induzidos pelas mudanças no balanço hídrico. A área a escuro mostra a zona em que a transpiração é exclusivamente cuticular. 1. transpiração sem restrições; 2. limitação da transpiração durante o meio dia à medida que os estomas fecham; 3. fecho estomático do meio dia; 4. interrupção total da transpiração estomática devida ao fecho persistente dos estomas (só ocorre transpiração cuticular); 5. transpiração cuticular consideravelmente reduzida devido à contracção da membrana. Retirado de Larcher (1995), fig. 4.29, pag. 248 Efeitos do stresse hídrico na fotossíntese e expansão foliar no girassol (Helianthus annuus). Esta espécie é típica na sua resposta, uma vez que a expansão foliar é muito mais sensível à desidratação que a taxa de fotossíntese. Retirado de Taiz & Zeiger (1998). Alguns exemplos de formas que permitem às plantas sobreviverem à seca. Retirado de Larcher (1995) • Respostas das plantas a situações de seca. a) A sensibilidade das várias funções e processos celulares durante o desenvolver de uma carência hídrica. As linhas horizontais mostram a gama de potencial hídrico para a qual, na maioria das plantas ocorre uma resposta clara; a linha vertical a tracejado mostra o início do fechar dos estomas. b) Desenvolvimento temporal das respostas moleculares a uma perturbação da turgidez. • Retirado de Larcher (1995)
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