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Direito Administrativo II - Aula 04

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Aula 04
Direito Administrativo II
Prof: André Henrique
SERVIÇO PÚBLICO
Introdução e conceito
Não há uma lista que defina os serviços públicos, tendo em vista que o serviço público é definido conforme o momento histórico, isto é, de acordo com o interesse público (ex: serviço de Bonde dos anos 20 não é mais essencial – ex: o serviço público de telefonia móvel não existia há 30 anos).
Serviço público é aquela utilidade ou comodidade material que tem por fim satisfazer uma necessidade da coletividade em geral; serviço público é uma atividade material que a lei atribui ao Estado para que exerça diretamente ou por meio de seus agentes delegados, para satisfazer concretamente as necessidades coletivas, por meio de um regime jurídico total ou parcialmente de direito público. É uma comodidade colocada à disposição da coletividade.
É utilizável ou de fruição singular (cada um utiliza a seu modo); em que o Estado assume como dever seu, podendo prestá-lo de forma direta ou indireta. OBS.: não confundir serviço público (direcionado a coletividade) com o serviço da administração (prestado à administração).
O Estado assume como dever/seu o serviço público, contudo pode exercê-lo de forma direta (ex.: saúde pública, educação) ou indireta (ex.: energia elétrica, telefonia). Pode ser prestado por regime parcialmente público, tendo em vista que também são prestadas pelas pessoas jurídicas de direito privado. 
O serviço público tem regime de direito público. Porém, esse regime público poderá ser total ou parcialmente público, tendo em vista a aplicabilidade de regras de direito privado (ex.: concessionárias e permissionárias).
Princípios que regem a prestação dos serviços públicos
(= Lista de princípios do início do curso + princípios do art. 6º)
Serviço adequado é aquele previsto no art. 6°, §1º, da Lei 8.987/95, o qual define algumas regras, devendo o serviço obedecer alguns princípios.
Art. 6º, § 1º. Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.
2.1. Continuidade do serviço público: os serviços públicos não podem ser interrompidos, pois tem finalidade de servir aos interesses públicos. O serviço público é de prestação obrigatória e de forma contínua.
Até 1995, não havia a possibilidade de interrupção do serviço público em razão do inadimplemento do usuário. O fundamento para tanto era o art. 22 do CDC (continuidade do serviço) e art. 42 do CDC (extrapola os limites legais de cobrança de dívida). Também tinha como fundamento o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana (ex: deixar de pagar a energia para comprar alimentos). Esta corrente entende que deve o concessionário utilizar-se de instrumentos processuais hábeis para a cobrança da dívida. 
Após este ano, entendeu-se que não mais descaracteriza a continuidade do serviço público a interrupção por inadimplemento, desde que haja prévio aviso (art. 6º, § 3º, inc. II, da Lei 8.987/95). O fundamento desta corrente é o interesse da coletividade, tendo em vista que poderá prejudicar o serviço prestado. Prevalece este fundamento na jurisprudência do STJ.
Parte da doutrina entende que os serviços compulsórios cobrados por meio de taxa não são passíveis de interrupção; mas somente os serviços facultativos cobrados por meio de tarifa. Isso porque, os serviços compulsórios podem ser cobrados por meio de execução fiscal. Segundo o STF, apesar do serviço de fornecimento de água ser compulsório, tem caráter de contraprestação de tarifa e não de tributo (taxa).
Entidades públicas (ex: municípios) inadimplentes podem ter seus serviços interrompidos, desde que não atinjam unidades públicas essenciais (ex: não pode interromper energia dos hospitais ou escolas públicas, de um logradouro público, etc.).
2.2. Generalidade ou universalidade: os serviços públicos devem ser prestados da forma mais ampla possível (atingir o maior número possível de pessoas, “erga omnes”), evitando discriminação entre os usuários, e desde que tenham as mesmas condições técnicas e jurídicas para usufruir dos serviços públicos. Estão relacionados com a isonomia e a impessoalidade.
2.3. Modicidade das tarifas: deve haver tarifas compatíveis com o poder aquisitivo dos usuários (tarifas módicas). Tem que ser o mais barato possível. 
Obs: Os serviços gratuitos prestados pelos Estados devem indicar a fonte de custeio (ADI 3225). Jurisprudência correlata: ( Gratuidade do transporte coletivo aos idosos. Norma constitucional de eficácia plena (art. 39 do estatuto do Idoso e art. 230, § 2º, CF). ADI movida por empresa de transporte foi julgada improcedente (ADI 3768); e ( Serviço público notarial (cartorário). Gratuidade da certidão de nascimento para os comprovadamente pobres. Norma de eficácia limitada (art. 5º, LXXVI, “a”, CF). ADI julgada improcedente.
2.4. Atualidade ou modernidade: serviços públicos (Estado da técnica) devem atender a atualidade na sua conservação, técnica, equipamentos, melhoria e expansão dos serviços (art. 6º, § 2º, da lei 8.987/95). O serviço tem que ser prestado de acordo com as técnicas mais modernas e atuais.
2.5. Segurança: não se pode colocar em risco a vida, saúde ou integridade do administrado.
2.6. Regularidade: é manter um controle de qualidade, devendo obter um padrão de eficiência atual e futura. 
2.7. Cortesia: o serviço deve ser prestado de maneira cortês, educada, e com boa vontade.
2.8. Eficiência: é o maior padrão de qualidade com o menor custo possível.
Além desses princípios, aplicam-se também os princípios gerais da Administração Pública (art. 37, caput, CF).
Determinação constitucional do serviço público
Primeira regra: arts. 21 a 25 e art. 30 da CF – principais artigos (não são todos os serviços, mas os principais). Rol exemplificativo.
Muitos serviços tem a competência definida na CF, como referido acima. O que não está na lista vai depender do interesse na prestação do serviço público. Se o serviço for de interesse nacional, competência da União. Se for de interesse regional, competência do estado. Se for interesse local, competência do município. Para o DF, a competência é somatória (somatória do estado e do município).
Hipóteses de prestação de serviço público
1. Estado tem dever de prestar com exclusividade: Ex. Correio (serviço postal), prestado pela ECT – exclusividade reconhecida da ADPF 46 (lembrar que a ECT, apesar de ser empresa pública, em razão da exclusividade no serviço postal, possui tratamento de fazenda pública – imunidade tributária, regime de precatório, impenhorabilidade dos bens). Cuidado! A ECT tem exclusividade (pelo STF, relativa a serviço público), mas não monopólio (pelo STF, relativo a atividade econômica).
2. Estado tem o dever de promover, mas pode transferir a prestação a terceiros: Prestação pode ser direta ou indireta. Isso ocorre na delegação, concessão e permissão de serviço público. Obs: se for prestação indireta, esta delegação vai ocorrer por intermédio de contrato. Ex. telefonia pública.
3. Estado tem o dever de prestar, mas a constituição não lhe deu exclusividade. Nestes serviços, o estado tem titularidade mas não exclusividade, pois a CF deu também ao particular a titularidade do serviço. Ex: Ensino e saúde. A escola privada, universidade privada e hospital privado prestam serviço público. Ocorre que, nestes casos, não há contrato (delegação de serviço), mas eles prestam com titularidade (titularidade constitucional). O fato do particular o prestar como titular não significa que o serviço não seja público (educação e saúde, mesmo prestado por particular, são espécies de serviços públicos).
4. Estado tem o dever de promover, mas não pode executar pessoalmente ou sozinho. Tem o dever, mas tem o dever de transferir esse serviço. Não transfere se quiser, pois é obrigado a transferir. Ex: Radio e TV. Estado tem que prestar esse serviço, mas não pode prestar sozinho, pois é incompatível com a democracia. Háideia é de imparcialidade, noticiar de forma imparcial (é dessa ideia que vem a proibição do político possuir rádio ou televisão).
Classificação dos serviços públicos
1. Quanto à essencialidade (Hely Lopes Meireles)
a) Serviços públicos propriamente ditos ou próprios (essencial e indelegável): é aquele prestado diretamente pelo Estado em decorrência de sua importância e essencialidade, não podendo ser delegados (ex: serviço de polícia, segurança nacional, etc.). Primários.
b) Serviços de utilidade pública ou impróprios� (não essencial e delegável): são relevantes para a coletividade, mas não tanto quanto os próprios (ex: telefonia, energia elétrica, transporte coletivo, etc.). Secundários.
Crítica: como energia elétrica, transporte coletivo não seriam essenciais? A doutrina fala mal, primeiro, porque Hely Lopes faleceu antes da política de privatização, de tal sorte que muitos serviços essenciais foram transferidos. A classificação não está compatível com a realidade, mas cai em concurso. Por isso, não se preocupar com os exemplos, mas saiba que ela existe.
Cuidado: Maria Sylvia usa essa classificação de outra forma. Ela diz que serviço público próprio é o serviço público propriamente dito, e serviço público impróprio é a atividade econômica (industrial, comercial, empresarial) prestada pelo estado.
2. Quanto aos destinatários
a) Serviços uti singuli (individuais, específicos ou divisíveis): é aquele que se pode determinar o usuário, sendo divisível, podendo se medir o quanto cada um utiliza (ex: energia elétrica residencial). A manutenção é feita via taxa (ao serviço compulsório) ou tarifa (ao serviço facultativo). Taxa é tributo vinculado a contraprestação estatal.
b) Serviços uti universi (gerais): é aquele que não se pode determinar o usuário; prestado de forma que beneficia a coletividade como um todo, de forma indivisível (ex: saneamento básico, segurança pública). Não se pode medir e calcular o quanto cada um utiliza. A manutenção é feita via receita geral do Estado, ou seja, custeado por meio de tributos não vinculados (basicamente impostos).
Já houve a cobrança, no passado, de taxa de iluminação pública (TPI). Ocorre que a taxa se refere a tributo de contraprestação estatal em tributo vinculado, e a iluminação pública é serviço indivisível. Por isso, essa taxa foi considerada inconstitucional. Diante dessa inconstitucionalidade, foi criada a COSIP (contribuição social de iluminação pública). Só que contribuição também é tributo vinculado, o que não permitiria a cobrança. Com base nisso, os doutrinadores diziam que esta contribuição é inconstitucional, mas a matéria ainda não foi atacada.
3. Quanto ao objeto
a) Serviço administrativo: é aquele que visa satisfazer necessidades internas da administração, ou preparar outros serviços da AP (ex: serviço de imprensa oficial).
b) Serviço público comercial ou industrial: é aquele que visa satisfazer necessidades econômicas da coletividade (ex: serviço de telefonia, energia elétrica, etc.).
c) Serviço social: é aquele que visa atender uma necessidade essencial da coletividade, em que há a atuação do Estado ao lado do particular (ex: saúde com hospitais públicos e privados; e educação com escolas públicas e privadas).
Formas da prestação dos serviços públicos
Forma centralizada: é a AP direta prestando diretamente o serviço, por meio de seus órgãos ou agentes.
Forma descentralizada: é a AP direta necessitando de outra pessoa jurídica para prestar o serviço. Essas pessoas podem integrar a AP indireta ou não. Nesta segunda hipótese, são prestadas por pessoas jurídicas de direito privado, como as concessionárias ou permissionárias de serviço público. Não confundir descentralização com desconcentração. Nesta, existe uma distribuição interna de competências (ex: União distribui competência a seus Ministérios). A descentralização administrativa tem duas espécies: ( outorga; e ( delegação.
(Outorga de serviço público: na outorga, o Estado cria uma entidade (pessoa jurídica da AP indireta), transferindo a titularidade e a execução do serviço público por meio de lei. Parte da doutrina (minoritária) entende que a transferência da titularidade ocorre apenas para as autarquias e fundações públicas de direito público (pessoas jurídicas de direito público), e não para as empresas estatais (pessoas jurídicas de direito privado); e
(Delegação do serviço público: na delegação, que decorre de lei (estudamos em autarquias, SEM, EP, fundações), contrato ou ato unilateral, a AP transfere unicamente a execução do serviço público, e não a titularidade. Ela está prevista no art. 175 da CF. O delegado prestará o serviço em seu nome, por sua conta e risco, sob o controle e fiscalização estatal. É por meio da delegação que se transfere a execução do serviço público aos particulares que não integram a AP. A delegação poderá ocorrer via: 
Concessão; 
Permissão; e 
Autorização.
Antes de aprofundarmos cada via, vejamos o artigo abaixo:
CF, Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
 II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária; 
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
Concessão de serviço público: temos a comum e a especial. 
Essas categorias surgiram a partir de 2004, com o surgimento da parceria público-privado (PPP).
Concessão comum: É delegação de serviço público, sendo transferida somente sua execução. Está prevista na Lei 8.987/95 (leitura obrigatória). 
Concessão especial: Decorre da parceria público-privada, prevista na Lei 11.079/04 (leitura obrigatória). A fofoca é que quando o legislador fez essa PPP, isso seria a melhor coisa do mundo. Com o tempo, descobriu-se que a iniciativa privada exige muitas garantias para investir no estado, e, na prática, funciona pouco. Por isso, tem caído pouco em concurso.
Concessão comum - características
O art. 2º da Lei 8.987/95 conceitua a concessão comum – É forma de delegação de serviço público (transfere só a execução do serviço). É feita pelo poder concedente (Estado – Administração Direta de acordo com a competência na prestação do serviço) à pessoa jurídica ou consórcio de empresa, não se admitindo concessão de serviço a pessoa física.
A concessão é formalizada através de contrato. A natureza jurídica da concessão é de contrato administrativo. Dessa forma, segue as peculiaridades do contrato administrativo.
Depende de licitação na modalidade de concorrência. A concorrência na concessão comum tem procedimento da Lei 8.666/93, utilizando, contudo, características próprias, como, por exemplo:
pode-se criar modalidade específica;
pode-se criar tipo próprio, como o valor da tarifa de usuário para escolha da empresa, p. ex; 
poderá, ainda (discricionário, faz se quiser), utilizar um procedimento invertido e lances verbais, como no pregão;
Excepcionalmente, se o serviço estiver previsto no programa nacional de desestatização, a modalidade pode ser leilão.
O contrato deve ter prazo determinado (todo contrato administrativo tem prazo determinado) a depender da lei do serviço. Quanto maior o investimento, maior será o prazo da concessão. Agora, se a lei possibilitar um prazo maior do que o contratado (lei prevê 10 anos e contrato é feito por 5 anos, p. ex.), é possível a prorrogação, dentro do limite da lei. Todavia, tal prorrogação só ocorrerá se estiver prevista no contrato.
A concessão depende de autorização legislativa específica. Normalmente é uma lei só que se refere a tudo (define o serviço, estabelece prazo e autoriza a concessão).
A lei diz que a concessionária assume o serviço por sua conta e risco. A concessionária responderáobjetivamente (Teoria Objetiva) perante o usuário ou não do serviço público, ficando o Estado responsável subsidiariamente. O Estado responde subsidiária e objetivamente perante o usuário. A Concessionária está sujeita ao art. 37, parágrafo 6º, CF (Pessoa Jurídica de Direito Privado, prestadora de Serviço Público).
A concessionária, basicamente, tem sua remuneração oriunda de tarifa do usuário. A política tarifária (prazo e índice de reajuste) é resolvida no momento da licitação.
É possível também a presença de recursos públicos, com o fim de buscar a modicidade das tarifas. Esse recurso é facultativo, podendo arcar com parcela do serviço ou não. A concessão de serviço público, precedida de obra pública é uma concessão de serviço que tem como prévia, uma obra ou reforma pública (art. 2º, inc. III, da Lei 8.987/95).
Na mesma linha do princípio da modicidade das tarifas, a concessionária poderá fazer uso de receitas alternativas (ex: propaganda através de estampa nos ônibus de transporte urbano).
Cuidado! A Lei 8987 traz dois tipos de concessão comum:
Concessão de serviço : 
Concessão de serviço precedida de obra pública:
Formas de extinção da concessão (arts. 36 e ss da Lei 8987)
Fim ou advento do prazo: o contrato de concessão deve ter prazo. É a forma natural de extinção, pois não ocorreu nenhum evento anômalo.
Encampação (Administração de forma unilateral pode extinguir o contrato): é a retomada do serviço público durante a vigência do prazo, por motivo de interesse público, mediante autorização por lei específica, após prévio pagamento de indenização. A indenização corresponde às parcelas não amortizadas pelas tarifas (recuperar o capital investido). Ainda, para calcular a indenização, leva-se em consideração a depreciação dos bens reversíveis (bens incorporados pela AP).
Caducidade (decadência): decorre do inadimplemento total ou parcial de cláusula contratual pela concessionária. Primeiramente, haverá notificação a concessionária para regularizar a situação em determinado prazo. Se não regularizar, instaura-se um processo administrativo, observado o contraditório e a ampla defesa. Comprovado o inadimplemento no processo administrativo, declara-se por decreto a caducidade. Na caducidade, o concessionário terá direito à indenização, em decorrência dos bens investidos, mas poderá haver desconto pelas multas e danos sofridos pela AP.
Obs.: Encampação e caducidade – decorar! Sempre cai!
Rescisão judicial: poderá ser requerida por iniciativa do concessionário, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial intentada para este fim. Somente após o trânsito em julgado o concessionário poderá paralisar a execução da concessão (art. 39, parágrafo único, da lei 8.987/95). Através de cautelar, poderá o concessionário buscar esta paralisação, em decorrência do inadimplemento do poder concedente. Ou ainda, por meio da rescisão consensual: acordo amigável de extinção.
Anulação: decorrente da constatação de alguma ilegalidade na concessão.
Falência ou extinção da concessionária; e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual. A lei não utiliza a expressão “extinção de pleno direito”.
Consensual
Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os serviços prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado.
SERVIÇO PÚBLICO - continuação
Concessão Especial de Serviço Público – Lei 11.074/04 (PPP – parceria público-privado).
O estado nunca tem dinheiro suficiente para concluir suas obras. Nesse contexto, nasceu a ideia da parceira com o parceiro privado, pois que na iniciativa privada está o dinheiro (buscar financiamento a longo prazo). O problema é que a iniciativa privada não iria injetar dinheiro no estado de forma gratuita, sem garantias. O parceiro privado exige garantias, certeza do recebimento, o que nem sempre é possível.
Por conta disso, a PPP não deu o resultado que se imaginava. Mas esse problema não aconteceu só no Brasil, foi repetido em outros países como Inglaterra, Holanda, Portugal, etc. Essa matéria, quando a lei saiu, caiu muito em concurso mas, como a PPP não vem dando certo como se esperava, é um assunto que vem caindo pouco.
Objetivo da PPP: 
Buscar na iniciativa privada financiamento (investimento privado);
Eficiência: existe uma teoria que o serviço prestado pelo particular é melhor. Nessa ideia, tentou-se buscar na iniciativa privada tanto o financiamento quanto a eficiência.
O que é parceria? Quando se pensa em parceria, pensa-se em reunião de esforços para um objetivo comum. Acontece que estado e iniciativa privada tem objetivos diferentes (estado quer uma obra, p. ex., e o particular quer lucro). Os interesses entre o estado e o financiador são diferentes. Desta forma, tecnicamente, a PPP não é uma parceria. Por isso, a doutrina fala muito mal desse tema.
Esse instituto, em verdade, nada mais é do que um contrato. Os interesses são divergentes (apesar do nome parceria).
A parceira é uma concessão especial. Por ser concessão, tudo que se aplica à concessão comum se aplica a PPP, mas com algumas regras especiais.
Como é concessão, é mera delegação de serviço (transfere a execução somente) à pessoa jurídica ou consórcio de empresas. É formalizada por contrato administrativo, com prévia licitação via concorrência. Essa concorrência tem procedimento especial (procedimento invertido e lances verbais). Como é contrato, tem prazo determinado (que vai ser um pouco mais longo em razão do alto investimento) e depende de autorização legislativa.
Para a formalização da PPP é necessária a realização de uma consulta pública para saber a opinião popular sobre a parceria. Essa é a chance que a população tem de interferir na PPP.
Características especiais da PPP:
Presença do financiamento privado: Investidor privado coloca seu dinheiro para receber por muitos anos em suaves prestações. Obs: O estado banca uma parcela do investimento, mas o usuário também paga uma parcela desse investimento (usuário que usa o serviço);
Pluralidade compensatória: O particular investe o dinheiro, mas recebe valores do estado e do usuário. O estado pode pagar de diversas maneiras. Forma mais comum de pagamento é a ordem bancária, mas não é a única maneira. Também é possível o pagamento com a transferência de crédito não tributário (estado que tem direito a recebeu uma indenização, p. ex., e transfere esse direito ao financiador). Ainda, é possível que a utilização especial de bem público (estado concede a utilização especial de um bem para que o financiador possa adquirir lucro do local e abater do ser investimento). Outra forma é a concessão (outorga) de direitos com o objetivo de abater no investimento (Ex. O estatuto da cidade estabelece regras para a construção vertical – limita a quantidade de andares. De acordo com a base do imóvel, limita-se a quantidade de andares. Todavia, é possível ultrapassar esse limite – construir acima do coeficiente para construção de andares – a partir da outorga onerosa, que é um pagamento pelo número de andares construídos acima do permitido. Dito isso, é possível que o estado libere o investidor da PPP para construir acima do limite, sem o pagamento da outorga onerosa, como forma de abatimento do valor financiado. Isso é chamado de outorga de direito. Frisa-se, contudo, que esse é apenas um exemplo, e podem existir outras formas de outorga de direitos). A ideia da pluralidade compensatória é boa, mas o perigo é a fiscalização.
Compartilhamento dos riscos: Se o negócio não der certo, o estado e o particular vão dividir o prejuízo. Imagine que um projeto é realizado em sede de PPP e, ao final da obra, o motivo de sua construção já nãoexista mais: o povo vai bancar essa conta. Dessa forma, o projeto deve ser bem desenvolvido.
Vedações da PPP
A PPP possui 3 vedações, proibições:
Em relação ao valor: Não pode ter valor inferior a 20 milhões de reais. Com esse limite mínimo, empresas pequenas foram cortadas. Mas se for observadas as obras públicas, este valor não é alto.
Em relação ao prazo: Não pode ter prazo inferior a 5 anos nem superior a 35 anos.
Em relação ao objeto: A PPP não pode ter objeto único, singular. Ou seja, não pode ser só serviço, só obra, só fornecimento. É necessária a mescla de, pelo menos, dois elementos (serviço + obra; serviço + fornecimento; obra + fornecimento).
Modalidades da PPP
Podem existir duas modalidades:
Concessão especial patrocinada: É uma concessão comum com recurso público obrigatório. Na concessão comum a presença do recurso público é facultativa, mas aqui ela é obrigatória;
Concessão especial administrativa: A doutrina fala muito mal dessa hipótese. Nessa concessão, a administração é a própria usuária do serviço. Ela pode ser usuária de forma direta ou indireta. Ex.: Há projetos de PPP para construção de presídio. O presidio é usado diretamente pelo preso, mas a adm. vai utilizar o presídio de forma indireta. Mas, quem vai pagar a tarifa de usuário do presídio? Ninguém! Ocorre que, se não tem tarifa de usuário, não tem concessão, mas mero contrato. Por isso, a doutrina fala que essa concessão administrativa não é concessão, mas contrato administrativo.
Celebrado o contrato de PPP, o estado e a pessoa jurídica vão constituir uma nova pessoa jurídica para gerir e administrar esse contrato. Essa pessoa jurídica é chamada de sociedade de propósitos específicos. Ela nasce a partir da PPP constituída pelo estado e o parceiro privado com o objetivo de cuidar do contrato.
PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO
A permissão de serviço público está prevista na Lei 8987/95. Ela disciplina a permissão somente nos arts. 2º e 40. É a delegação de serviço público (transferência somente da execução do serviço).
Essa delegação é feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica.
A permissão de serviço público se formaliza através de contrato administrativo. Mas essa posição é divergente. Vamos ficar com a maioria e com a posição do STF.
Existe a permissão de serviço e de uso de bem público. A permissão de serviço é o que estamos vendo agora (a permissão de uso é matéria do Administrativo III). Quando o instituto da permissão surgiu no Brasil, tinha natureza de ato unilateral (adm. dava sozinha), discricionário (de acordo com a conveniência e oportunidade) e precário (retomar a qualquer tempo sem obrigação de indenizar). Com a Lei 8.987/95, foi estabelecida expressamente que a permissão de serviço público se faz por contrato. Mas, se permissão de serviço é contrato, e a permissão de uso de bem público? Para ela, a lei não disse nada, então para ela nada mudou (é ato unilateral, discricionário e precário).
Se na prova cair permissão, tem que prestar atenção se é permissão de serviço ou de uso, pois a primeira é contrato e a segunda é ato unilateral. O STF já disse que a permissão de serviço público é contrato administrativo.
A natureza jurídica da permissão de serviço público é idêntica à concessão de serviço público? Sim, pois concessão de serviço público é contrato (mesma natureza jurídica).
Se a permissão é contrato administrativo, tem que licitar. Mas a lei não estabelece modalidade de licitação, então vai depender do valor do nosso contrato. Se é contrato administrativo, deve ter prazo determinado.
A lei diz que a permissão de serviço público é instituto precário. Acontece que contrato administrativo pode ser extinto antes do tempo, mas com o pagamento de indenização. O legislador então fez uma bagunça, pois disse que é contrato, mas pode ser extinto a qualquer tempo sem pagamento de indenização! Hoje a posição majoritária tenta arrumar essa bagunça. Para a maioria da doutrina a permissão de serviço é contrato, vai ter prazo determinado, mas como é precário pode ser desfeito a qualquer tempo, mas vai ser com indenização.
AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO
Muitos autores dizem ser inconstitucional, mas para maioria é possível, utilizando por fundamento o fato dela estar prevista no art. 175 da CF. Ela se constitui, formaliza, por ato unilateral (adm. faz só), discricionário (conveniência e oportunidade) e ato precário (pode ser desfeito a qualquer tempo sem indenização). Para a doutrina, este instituto só é possível no Brasil para pequenos serviços ou situações urgentes. Ex: serviço de taxi; despachante; etc.
� Maria Sylvia Z. di Pietro classifica como impróprio para falar de atividade empresarial e industrial do Estado.

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