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Direito Administrativo II - Aula 05

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Aula 05
Direito Administrativo II
Prof: André Henrique
LICITAÇÃO
Observações iniciais
A lei 8.666 é complicada pela desordem. Ela não tem um raciocínio lógico. Isso dificulta para quem nunca viu uma licitação.
CONCEITO: licitação é um procedimento administrativo. Serve para celebrar contrato. 
Qual o objetivo de licitar? O primeiro objetivo é selecionar a melhor proposta para o poder público (proposta mais vantajosa para o interesse público). Existe uma segunda finalidade. Tem como segunda finalidade a aplicação do princípio da impessoalidade e da isonomia. Dar a oportunidade para que qualquer um que preencha os requisitos possa licitar com a Administração. Na prática não funciona assim tão bonitinho. Percebe-se que muitas vezes são as mesmas pessoas que ganham a licitação.
Licitação serve para selecionar a proposta mais barata. V ou F? FALSA. Nem sempre vai ser a mais barata. Pode ser técnica, técnica e preço ou preço.
Hoje, a licitação tem também como finalidade a promoção do desenvolvimento nacional. Essa hipótese foi inserida no art. 3º da Lei 8.666/93, mas vem da alteração da Lei 12.349/10. Doutrina critica muito esta finalidade (essa promoção social é lenda!). 
CONCEITOS DOUTRINÁRIOS
Celso Antônio Bandeira de Mello: “Licitação é um certame que as entidades governamentais devem promover e no qual abrem disputa entre os interessados em com elas travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, para escolher a proposta mais vantajosa às conveniências públicas”.
Hely Lopes Meirelles: “É o procedimento administrativo mediante o qual a administração pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse”.
José dos Santos Carvalho Filho: “É o procedimento administrativo vinculado por meio do qual os entes da Administração Pública e aqueles por ela controlados selecionam a melhor proposta entre as oferecidas pelos vários interessados, com dois objetivos – a celebração de contrato, ou a obtenção do melhor trabalho técnico, artístico ou científico”.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro: “... o procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração de contrato”.
Marçal Justen Filho: “É um procedimento administrativo disciplinado por lei e por um ato administrativo prévio, que determina critérios objetivos de seleção da proposta de contratação mais vantajosa, com observância do princípio da isonomia, conduzido por um órgão dotado de competência específica”.
Alexandre Mazza: “o procedimento administrativo pelo qual entidades governamentais convocam interessados em fornecer bens ou serviços, assim como locar ou adquirir bens públicos, estabelecendo uma competição a fim de celebrar contrato com quem oferecer a melhor proposta”.
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
De quem é a competência para legislar sobre licitações e contratos? Está prevista no art. 22, XXVII da CF. Esse artigo diz que compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de licitação e contratos. Trata de competência privativa, ou seja, pode delegar (exclusiva exclui todo mundo, não podendo delegar).
No nosso sistema jurídico a União já usou desse dispositivo. São normas gerais: lei 8666/93 (licitação e contratos), lei 10.520/02 (pregão), lei 8.987/95 (concessão e permissão de serviço), Lei 11.079/04 (lei de concessão especial ou PPP), Lei 12.232/10 (lei de licitação em publicidade).
Se a União tem competência para legislar sobre normas gerais, essa lei é de âmbito nacional ou de âmbito federal? Nacional – em todo território nacional; e Federal – só serve para a União. São normas de âmbito nacional. Quando a União legisla sobre normas gerais, essas normas servem para todo o território nacional.
Se a União pode legislar sobre normas gerais, quem pode legislar sobre norma específica? U/E/DF/M. A União pode legislar sobre normas específicas. Esta lei será de âmbito federal, serve só para ela. Se o Estado legisla sobre norma específica a lei é de âmbito estadual; e assim por diante. Norma específica só serve para quem legislou.
A lei 8.666 traz em todos os seus dispositivos (mais de 100) normas gerais? Ela foi além de normas gerais. A ADI 927 discutiu algumas alíneas do art. 17 da Lei 8.666/93. O STF decidiu que a lei 8.666 tem normas gerais e nestas o âmbito será nacional, mas algumas alíneas do art. 17 representam normas especificas e estas são de âmbito federal. O STF reconheceu que a sua maioria são normas gerais e algumas alíneas são normas especificas. 
Essas normas específicas são constitucionais ou não? Se o art. 17 foi interpretado como norma específica, lei de âmbito federal, então é constitucional, ou seja, o STF disse que as alíneas do art. 17 são constitucionais, desde que interpretados conforme a CF (interpretação conforme), ou seja, desde que interpretado como norma específica.
O STF faz interpretação conforme para dizer que algumas alíneas do art. 17 são interpretadas como leis de âmbito federal e a União pode fazer normas só para ela. Hoje o legislador já tomou outra providência. Ele mesmo separa nas leis mais novas o que é norma específica para a União e o que é norma geral de âmbito nacional.
Mas a lei 8.666 tem outras normas especificas, mas só esse art. 17 (fala de alienação de bem público) foi objeto de controle de constitucionalidade.
Se o Estado vai legislar ele só pode legislar sobre norma específica, ou seja, não pode contrariar norma geral. A lei de licitação da BA traz tudo invertido, tudo como no pregão. Começou a discutir se ela é ou não constitucional (pois a ordem da licitação é norma geral). Os procuradores baianos foram convidados a participar da comissão para alterar a lei 8.666, porque a lei baiana é uma lei muito mais rápida, muito econômica. Se esse projeto passar, vamos ter que reaprender licitação.
A ideia de inversão já foi copiada em duas leis: Lei 11.079 (Lei da PPP) e a Lei 8.987 (concessão e permissão de serviço público). Já temos essa disciplina em âmbito nacional. A concorrência já está invertida em âmbito nacional.
SUJEITOS DA LICITAÇÃO
Quem está obrigado a licitar no Brasil? Esta regra está no art. 1º, L. 8.666.
Administração direta – entes políticos (U, E, Mun., DF).
Administração indireta – autarquia, fundação, empresa pública e sociedade de economia mista.
Obs.1: As empresas públicas e sociedade de economia mista podem ser prestadoras de serviço público ou exploradoras de atividade econômica. Quando prestadoras de serviços públicos (são + públicas), devem licitar. Quando exploradoras de atividade econômica (são + privadas) seguem o art. 173, parágrafo 1ª, inc. II, CF (autoriza a criação de estatuto próprio). Ocorre que como este ainda não foi aprovado se sujeita a Lei 8.666/93 (licitação). Assim, ela pode ter estatuto próprio mas, como este ainda não existe, deverá utilizar a regra geral (Lei 8.666/93).
Obs.2: Petrobrás, sociedade de economia mista, ganhou procedimento simplificado para licitação pela Lei nº. 9.478/97, o qual seria definido pelo Presidente da República por decreto. O TCU começou a implicar com esta história, afirmando que as E.P. e as S.E.M. poderão ter procedimento diferenciado, mas em um estatuto para todas e, desta forma, a Petrobras não poderia ter um procedimento simplificado. Com base nesse entendimento, o TCU começou a suspender os atos da Petrobras. Por conta dessas suspensões, a Petrobras propôs Mandado de Segurança contra estes atos de suspensão. Em sede de liminar de mandado de segurança 25.888, o STF decidiu que a Petrobrás vai continuar com procedimento simplificado até o julgamento de mérito. 
Fundos especiais – o legislador falhou quando colocou o fundo especial. Fundo especial pode ter duas naturezas, que já estão previstas na lista. Veja-se:
Fundo especial com natureza de órgão da AD. Sendo um órgão daAD não precisava vir em separado porque a AD já estava na lista.
Fundo especial com a qualidade de fundação pública. Também não precisava vir separado porque fundação pública também já estava na lista.
OBS.: o fundo especial normalmente tem finalidade assistencial (ex: fundo especial de assistência ao pequeno produtor rural), um núcleo para apoiar. Quando falamos do fundo especial muitas vezes ele cai no concurso como cilada. Ele está presente no art. 1º. Não deveria estar, mas está expresso.
Demais entes controlados direta ou indiretamente pelo Poder Público – entes de cooperação. Tem controle ou fiscalização? Tem licitação. Aqui encontramos os serviços sociais autônomos. O serviço social segue o procedimento simplificado de licitação segundo do TC denominado procedimento simplificado do sistema S. Normalmente, quando recebe dinheiro público, o TC controla. Se o ente é controlado, segue a regra da licitação.
OBS.: Cabe ressaltar que a constituição prevê em seu art. 173, §3º, a elaboração de estatuto da empresa pública, sociedade de economia mista e suas subsidiárias, que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços que disporá, dentre outras coisas, sobre licitação e contratação realizada por essas entidades. Entretanto, tendo em vista que até o momento o referido estatuto não foi editado, continuam-se aplicando as regras previstas na Lei 8666/93 às mesmas. Vale recordar que a Petrobrás possui procedimento simplificado previsto no art. 67 da Lei 9478/97, dispositivo que como dito anteriormente, é objeto do MS 25.888 junto ao STF, tendo em vista que referida Lei regulamenta as MP’s, não sendo específica, como previsto na CR.
OBS.: A EBCT, como já trabalhado, apesar de ser Empresa Pública, possui tratamento de Fazenda Pública em razão da previsão de monopólio de serviço do art. 21, X, da CR. Esta matéria está sendo discutida na ADPF de n.° 46, que questiona o tratamento especial das EBCT com fundamento na inexistência da exclusividade do serviço que o justificou. Tendo em vista que a EBCT, pelo menos até o momento, recebe tratamento de Fazenda Pública, deveria se sujeitar à licitação para concessão/permissão dos serviços, entretanto, não é isso que ocorre, já que suas concessões são feitas por meio de franchising, regime que foi legalizado pela Lei 11.668/08. Em face da inconstitucionalidade desta Lei, foi ajuizada a ADI 4155, que busca sujeitar a EBCT ao regime de licitação a que se sujeitam todas as Empresas Públicas.
Objeto da licitação
- obras; serviços; compras (em regra por registro de preço); alienações; locações; concessões; permissões.
PRINCÍPIOS NORTEADORES DA LICITAÇÃO:
Vinculação ao Instrumento Convocatório (edital) – tudo o que for importante, relevante tem que estar no edital, o edital é a lei da licitação. O administrador não pode exigir nem mais, nem menos, do que está previsto no edital (não pode, p. ex., exigir documento novo não presente no edital, da mesma forma que não pode deixar de exigir um documento previsto no edital).
Julgamento Objetivo – o edital deve definir regras claras, prévias e objetivas de julgamento. Só pode ser utilizado como critério de seleção o que esteja previsto no edital. Tipos de licitação: art. 45, da Lei 8.666 (preço, técnica, técnica e preço). P. ex., se estabelecer melhor preço, não pode mudar para preço e técnica no meio da licitação.
Sigilo na Apresentação das Propostas - visa assegura a competitividade. As propostas são sigilosas até o momento de sua abertura em sessão pública. Os licitantes devem apresentar suas propostas lacradas, só a pessoa que apresentou a proposta é quem deve conhecê-la. A fraude ao sigilo nas propostas é crime na licitação e ainda representa improbidade administrativa. Entretanto, a única modalidade que não se sujeita ao sigilo de proposta é o leilão, eis que nele todas as propostas são feitas oralmente. Não confundir com o pregão que tem propostas sigilosas.
Procedimento Formal – vale lembrar que na licitação o administrador tem que adotar o procedimento na forma como esta na lei, não pode criar modalidade nova (juntar duas em uma, pular fase, criar fase nova, etc). Além de observar o procedimento, deve também observar as respectivas fases. O administrador não tem discricionariedade sobre o procedimento. Agora, formalidade sim, mas sem exageros. Deve-se pensar nas formalidades necessárias, que são aquelas que, se ausentes, vão causar prejuízos para as partes, comprometendo a licitação. Só se reconhece a nulidade da licitação se a formalidade puder causar prejuízo, i. e., formalidades necessárias (pas de nullité sans grief).
publicidade (não há licitação sigilosa, salvo em relação ao conteúdo das propostas);
igualdade (não há estabelecimento de privilégios, sendo que mesmo empresas estrangeiras deverão receber o mesmo tratamento das brasileiras, a não ser em hipótese de empate);
adjudicação compulsória ao vencedor (obriga a Administração a, em contratando, vir a fazê-lo com o vencedor do certame. A não convocação para a contratação pela Administração, decorridos 60 dias da data da entrega das propostas, libera os licitantes dos compromissos assumidos);
probidade e moralidade administrativa;
competitividade.
Possibilidade de contratação direta no Brasil
A regra é a licitação (que prepara a celebração do contrato administrativo). Excepcionalmente no Brasil pode ser contratar diretamente, em duas situações:
1) Dispensa: Acontece naqueles casos em que a competição é viável, possível. Mas, por vontade do legislador, nos não vamos licitar. Há duas modalidades de dispensa de licitação (dispensada e dispensável). 
Na licitação dispensada à competição é viável, mas por determinação da lei há liberalidade, pois esta diz que não precisa licitar (a competição é possível, mas o legislador dispensa). Assim, mesmo se o administrador quiser, não poderá licitar, uma vez que a licitação já foi dispensada por lei. Logo, o administrador não tem liberdade para licitar. Hipótese do art. 17, Lei 8.666/93 (o art. trata sobre alienação de bens públicos e sobre alienação dispensada- este rol é taxativo). Foi o artigo que mais teve alteração da lei. Obs.: não cai muito, v. contrato emergencial, cai bastante em 2º fase.
Art. 17.  A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
d) investidura;
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007)
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis deuso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; (Incluído pela Lei nº 11.952, de 2009)
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação;
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica;
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.
§ 1o  Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário.
§ 2o A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se:  (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)
I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a localização do imóvel; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área rural situada na Amazônia Legal, superior a 1 (um) módulo fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, desde que não exceda 1.500ha (mil e quinhentos hectares); (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)
§ 2º-A.  As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas de autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes condicionamentos: (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)
I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular seja comprovadamente anterior a 1o de dezembro de 2004; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras públicas; (Incluído pela Lei n] 11.196, de 2005)
III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento ecológico-econômico; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação, impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela Lei nº 11.763, de 2008)
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008)
§ 3o  Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 4o  A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente justificado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 5o  Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do doador. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 6o  Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Licitação dispensável: aqui ao contrário da dispensada, quem decide se vai haver licitação é o administrador (decisão discricionária). Art. 24, Lei 8.666/93. (este rol é taxativo). Obs.: tem que gravar (pelo menos as mais relevantes, que serão faladas ao longo da aula). 
Art. 24.  É dispensável a licitação:  Vide Lei nº 12.188, de 2.010  Vigência
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiaiscompetentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços;     (Vide § 3º do art. 48)
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; (Regulamento)
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;   (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do incico II do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida.(Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004)
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007).
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008).
XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal.   (Incluído pela Lei nº 12.188, de 2.010)  Vigência
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.(Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
Obs: essas regras de licitação dispensável se dividem em 03 grupos essenciais:
1º Custo econômico da licitação: quando o custo econômico da licitação por superior ao benefício dele extraível (incisos I e II);
2º Custo temporal da licitação: quando a demora na realização da licitação puder acarretar a ineficácia da contratação (ex: incisos, III, IV, XII e XVIII);
3º Ausência de potencialidade de benefício: quando inexistir potencialidade de benefício em decorrência da licitação (ex: incisos V, VII, VIII, XI XIV, XVII e XIII);
4º Destinação da contratação: quando a contratação não for norteada pelo critério da vantagem econômica, porque o Estado busca outros fins (ex: incisos VI, IX, X, XIII, XV, XVI, XIX, XX, XXI, XXIV, XXV, XXVI, XXVII e XXVIII)
Obs: os incisos VIII e XXII são sui generis. 
2) Inexigibilidade- A licitação vai ser inexigível quando a competição for inviável, em especial nos seguintes casos: art. 25, da Lei 8.666. (este rol é exemplificativo). 
Para que a competição seja viável, são necessários três pressupostos:
pressuposto lógico – significa pluralidade. Para ter competição, é necessário a existência de mais de um, se só tenho um fornecedor, um objeto, não há pluralidade e não há competição;
pressuposto jurídico; 
 pressuposto fático. 
Se faltar algum deles, a licitação será inexigível.
Obs.: Objeto singular – em seu caráter absoluto acontece naquele caso em que a fábrica só faz um, ex. carro modelo na feira do automóvel onde a fábrica só fez um. 
Objeto singular em razão de evento externo - existem vários bens fabricados, mas um só deles ganhou relevância: ex. fábrica de chuteiras que fazem várias, mais uma só ganhou importância por ter sido usada na copa do mundo.
Objeto singular em razão de caráter pessoal. Ex: a emoção do artista, em uma pintura, em uma escultura. Este objeto traz toda a emoção do artista.
Serviço singular – art. 13, da Lei 8.666, notória especialização e a administração tem que precisar dessa notória especialização. Se qualquer advogado serve, eu vou licitar, e contratar qualquer um deles. 
Pressuposto jurídico: A licitação tem que proteger o interesse público. Se por acaso a licitação prejudicar o interesse público, a competição é inviável e o procedimento é inexigível.
A EP e a SEM podem ser prestadoras de serviço público ou exploradoras de atividade econômica. Se presta serviço público, é de regime mais público que privado e, neste caso, está sujeita à Lei 8.666/93. Se explora atividade econômica, é de regime mais privado do que público e, neste caso, poderá ter regime próprio para licitação, conforme o art. 173. § 1º, III, CF. Todavia, como este estatuto ainda não veio, elas estão sujeitas à lei 8.666/93. Como estão sujeitas à lei geral, estão sujeitas às dispensas e inexigibilidades da lei geral. Desta forma, se a licitação prejudicar a atividade fim da empresa, e esta atividade for o serviço público, ela estará prejudicando o interesse público, então será inexigível a licitação. No caso da exploração de atividade econômica, a EP e a SEM só pode exercer tal atividade se for a favor da segurança nacional ou do interesse coletivo. Neste caso, se a licitação prejudica a segurança nacional ou o interesse coletivo, ela estará prejudicando o interesse público e, por conseguinte, falta pressuposto jurídico e, assim, a licitação é inexigível. Lembra que a licitação não tem um fim em si mesmo, ela existe pra proteger o interesse público. Se ela prejudica o interesse que deveria proteger, há a ausência de pressuposto jurídico.
Pressuposto fático: a licitação deve verificar que o objeto licitado tem interesse de mercado. Se não há interesse de mercado, não há que se falar em licitação. Ex: contratação de médico cirurgião-cardíaco altamente qualificado pelo valor de R$ 500,00. Ninguém no mercado vai se interessar. Assim, a licitação é inexigível. O art. 25 traz um rol meramente exemplificativo sobre a inexigibilidade de licitação.
Art. 25.  É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
§ 1o  Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
§ 2o  Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
Obs: A licitação para o contrato equivale ao processo administrativo prévio dos atos administrativos. Mas se a licitação for inexigível, como este contrato será legitimado? Nestes casos, a justificativa vem no chamado “processo de justificação”. A regra é a licitação mas, se há dispensa ou inexigibilidade, haverá o processo de justificação (art. 26, Lei 8.666/93).

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