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Fluidoterapia em Cães e Gatos

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Tópico: Fluidoterapia em cães 
 
 
Indicações para fluidoterapias 
- Mais comumente para correção de desidratação, hipocalemia e acidose metabólica. 
- Menos comumente para a correção específica de hipernatremia, hiponatremia, 
hipercalemia, alcalose metabólica, hipocalcemia e hipercalcemia. 
- Para nutrição parenteral. 
 
 
Manutenção 
A manutenção é definida como o volume de fluido (ml) e a quantidade de eletrólitos 
(mEq ou mg) que se consumir em uma base diária para manter o volume da água corporal 
total (ACT) e o teor eletrolítico normais. 
O volume de manutenção é escolhido em cerca de 66ml/kg/dia no caso cães 
pequenos, enquanto que 44ml/kg/dia é mais apropriado para cães maiores. 
O cloreto de sódio a 0,45% em água ou em dextrose a 2,5%, acrescentado em 20 a 
30 mEq/l de potássio, se aproxima melhor de uma solução de manutenção, tanto pelo teor 
de sódio e de cloreto como pela osmolalidade. 
 
 
Desidratação (exigências de reposição) 
Causas da desidratação 
- Redução do consumo hídrico (hipodipsia e adipsia) 
- Aumento da perda 
 . Urinária (poliúria) 
 . Gastrointestinal (vômito e diarréia) 
 . Respiratória (febre e estado ofegante) 
 . Pele (queimaduras e ferimentos grandes) 
 . Salivação excessiva 
 . Diálise peritoneal 
 
Tipos de desidratação 
Desidratação isotônica é o tipo mais comum, é caracterizada pela concentração sérica 
normal de sódio (145 a 157 mEq/l). Ocorre devido à perda de água e de eletrólitos em 
proporção aos valores do soro normal. 
Desidratação hipertônica é o segundo tipo mais comum, caracteriza-se pela elevação da 
concentração sérica de sódio (158 mEq/l ou mais). Ocorre devido à predominância da perda 
de água. 
Desidratação hipotônica é o tipo menos comum, caracteriza-se pela diminuição da 
concentração sérica de sódio (143 mEq/l ou menos). Ocorre devido à perda excessiva de 
soluto da concentração no soro normal. 
 
Detecção da desidratação 
- Anamnese e exame clínico. 
 
 
Porcentagem de desidratação detectável. 
Desidratação Sinais 
< 5% Não detectável; a anamnese pode sugerir desidratação 
5% Perda sutil da elasticidade cutânea 
6 – 8% Retardo definido no retorno da pele à posição normal, os olhos 
podem se afundar nas órbitas, ligeiro prolongamento do tempo 
de repreenchimento capilar, mucosas ressecadas. 
10 – 12% A pele levantada permanece no lugar, prolongamento do 
tempo de repreenchimento capilar, afundamento dos olhos nas 
órbitas, mucosas ressecadas, podendo ser observados sinais de 
choque (aumento da freqüência cardíaca, pulsos fracos) 
12 – 15% Choque, colapso e depressão severa; morte iminente 
Exceções O turgor cutâneo dos animais obesos pode parecer normal, 
apesar da desidratação; a pele de um animal emaciado com 
hidratação normal pode não retornar; pode-se observar 
afundamento nos olhos no caso de doenças catabólicas. 
 
- Exame laboratorial 
 . Teste laboratorial simples: a elevação das proteínas plasmáticas totais (g/dl) e do 
hematócrito (%), proporciona documentação para desidratação intravascular. Diferenciar de 
uma possível anemia ou hipoproteinemia preexistentes. 
 . Urinálise: elevação da densidade específica (DE) representa a resposta de um rim 
saudável à redução de perfusão. Urina diluída (DE < 1,030) de um animal desidratado, 
incrimina os rins como causa importante ou contribuinte da desidratação. 
 . Bioquímica sérica: ajuda a caracterizar a natureza do fluido que se perdeu. 
 . Gases sanguíneos: podem aparecer anormalidades. 
 
Correção (reposição) de desidratação 
Calcula-se o volume de fluido a ser reposto com base na avaliação da % de 
desidratação e no peso corporal atual do paciente. 
% de desidratação X peso (kg) = litros de fluido a serem repostos em 24 horas. 
 
Ex: Um cão com 10% de desidratação, pesando 30 kg, portanto: 
0,1 (ou 10%) X 30 = 3 litros de fluidos a serem repostos em 24 horas. 
O tipo de fluido baseia-se primariamente nas concentrações séricas de sódio, cloreto 
e potássio, mas a reposição inicial com um volume de fluido adequado é geralmente mais 
importante que a terapia específica para os distúrbios eletrolíticos. 
 
Perdas intercorrentes 
São perdas de fluidos acima da perda normal de mecanismos insensíveis e sensíveis. 
Geralmente se estimam os volumes de perda de fluidos a partir de vômito ou de diarréia. Se 
houver perda urinária excessiva, coleta-se com cateter uretral para melhor analisar sua 
magnitude. 
 
 
 
_______ml = reidratação = % de desidratação X peso (Kg) X 1000 
 + 
_______ml = sensível = 20 a 40 ml/Kg/dia ou medidos 
 + 
_______ml = insensível = 20ml/Kg/dia 
 + 
_______ml = perdas intercorrentes = estimadas ou medidas (ex: excesso de urina) 
_______ml = exigências de 24h totais 
 
 
Tipos e seleção de fluidos 
Caracterização dos fluidos 
- Osmolalidade: A osmolalidade sérica normal do animal é de aproximadamente 300 
mOsm/Kg. Os fluidos com osmolalidade menor que 300 são hipotônicos (ex: solução salina 
a 0,45% em água). Os fluidos com osmolalidade maior que 300 são hipertônicos (ex: 
dextrose a 5% em NaCl a 0,9%). Enquanto os fluidos com osmolalidade próxima a 300, são 
isotônicos (ex: solução de Ringer). 
A concentração sérica de sódio caracteriza-se como sendo a escolha inicial do 
tratamento co fluido. A não disponibilidade de medição laboratorial acarreta na escolha de 
soluções balanceadas isotônicas. 
 
- Função pretendida: 
 . Os fluidos de manutenção são soluções polieletrolíticas que diferem muito do 
soro devido a serem pobres em sódio, conterem potássio adicional e serem hipotônicos. 
Podem-se fazer esses fluidos através da mistura de uma parte de solução rica em sal (Riger-
lactato, NaCl a 0,9% ou solução de Ringer) com duas partes de dextrose a 5% em água e a 
adição de 15 a 20 mEq de cloreto de potássio para cada litro de solução final. 
 . Os fluidos de reposição devem ser formulados para déficits eletrolíticos ou 
básicos específicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fluidos básicos para Clínica 
Composição das soluções básicas para fluidoterapia. 
 Glicose 
(g/l) 
Na+ 
(mEq/l) 
Cl- 
(mEq/l)
K+ 
(mEq/l)
Ca+2 
(mEq/l)
Mg+2 
(mEq/l)
Lactato 
(mEq/l) 
Osmolalidade
(mOsm/l) 
Cal/l pH
D* a 
5% 
50 0 0 0 0 0 0 252 170 4,0
NaCl a 
0,9% 
0 154 154 0 0 0 0 308 0 5,0
Solução 
de 
Ringer 
 
0 
 
147,5 
 
156 
 
4 
 
4,5 
 
0 
 
0 
 
310 
 
 
0 
 
5,5
Solução 
de 
Ringer-
lactato 
 
0 
 
130 
 
109 
 
4 
 
3 
 
0 
 
23 
 
272 
 
9 
 
6,5
Plasma 1 145 105 5 5 3 0** 300 - 7,4
*Dextrose. **Como tampão contém 24 mEq/l de bicarbonato. 
 
 
Composição dos Aditivos e Soluções. 
 Glicose 
(g/l) 
Na+ 
(mEq/l) 
Cl- 
(mEq/l)
K+ 
(mEq/l)
Ca+2 
(mEq/l)
Mg+2 
(mEq/l)
B* 
(mEq/l) 
Osmolalidade
(mOsm/l) 
Cal/l pH
M** a 
20% 
200 
(M**) 
0 0 0 0 0 0 1.099 - 
BS*** 
a 
7,5% 
 
0 
 
893 
(BS***) 
 
0 
 
0 
 
0 
 
0 
 
893 
(BS***) 
 
1.786 
 
0 
 
BS*** 
a 
8,4% 
 
0 
 
1.000 
(BS***) 
 
0 
 
0 
 
0 
 
0 
 
1.000 
(BS***) 
 
2.000 
 
0 
 
CaCl2 
a 10% 
0 0 2.720 0 1.360 0 0 4.080 0 
KCl a 
14,9% 
0 0 2.000 2.000 0 0 0 4.000 0 
D**** 
a 50% 
500 0 0 0 0 0 0 2.780 1.700 4,2
*Bicarbonato. **Manitol. ***Bicarbonato de sódio (NaHCO3). ****Dextrose. 
 
Suplementação dos fluidos parenterais 
- Suplementação de potássio: indica-se sua suplementação quando a concentração sérica 
estiver abaixo de 3,5 mEq/l. Para os fluidos de manutenção acrescenta-se 20 mEq/l de 
potássio, quando a concentração sérica estiver entre 3,5 a 4,5 mEq/l. 
Deve-se ter cuidado sempre que se infundir fluidos enriquecidos com potássio. 
Quanto a velocidadede infusão, não exceder 0,5 mEq/Kg/h para reduzir qualquer 
possibilidade de desenvolvimento de hipercalemia e cardiotoxicidade. Pode-se necessitar da 
monitoração eletrocardiográfica durante a suplementação desses fluidos. 
- Suplementação de bases: indicado para as correções de acidose metabólica. A base mais 
utilizada é o bicarbonato de sódio. Não utiliza-lo em fluidos que contenham cálcio, pois 
pode ocorrer precipitação do cálcio. 
 Sem acesso a análise de gases sanguíneos ou ao CO2 total, é difícil certificar-se da 
magnitude da necessidade. Caso a suspeita clínica de uma acidose metabólica seja alta, 
pode-se administrar empiricamente o bicarbonato. Para acidose suave, administre 3 
mEq/Kg de bicarbonato em fluidos por 24h. Para acidose moderada, 6 mEq/Kg/24h. Para 
acidose severa, administre 9 mEq/Kg/24h. 
 O tratamento excessivo com base também pode resultar em alcalose, acidose 
paradoxal do fluido cerebroespinhal, desvios do cálcio ionizado e ataques convulsivos. 
 
- Suplementação de dextrose: indicada em hipoglicemia devida a septicemia, superdosagem 
de insulina, insulinoma, hepatopatia e daí por diante. A suplementação de dextrose a 
concentrações menores que 10% não é efetiva como fonte de calorias em animais 
anoréticos. 
 
- Suplementação de vitaminas: Em cães com insuficiência renal poliúrica podem se 
beneficiar de vitaminas hidrossolúveis em fluidos parenterais, para repor as perdas. As 
vitaminas hidrossolúveis conferem uma cor amarelada aos fluidos, facilitando a 
monitoração da velocidade de administração do fluido. 
 
- Suplementação de cálcio: utiliza-se gluconato de cálcio ou cloreto de cálcio em fluidos de 
reposição e manutenção para correção de hipocalcemia sintomática. O cálcio pode 
precipitar em fluidos que contenham lactato ou bicarbonato. 
 
- Suplementação de fósforo: a hipofosfatemia severa (< 1,5 mg/dl) é incomum, mas pode 
ameaçar a vida, particularmente quando for menor que 1 mg/dl. É mais encontrada em 
pacientes com diabetes melito e pode exigir tratamento com sais de fosfato. Não se 
acrescentam sais de fosfato em fluidos que contenham cálcio. Trata-se somente quando a 
hipofosfatemia for severa e persistente. A supersuplementação pode causar hiperfosfatemia, 
hipocalcemia, tetania, convulsões, mineralização de tecido mole, e por aí diante. 
Recomenda-se uma dosagem intravenosa para suplementação de fósforo a 0,01 a 0,03 
mmol de fosfato/Kg/h por 3 a 6h. O fosfato de sódio fornece 3 mmol/ml e 93mg/ml de 
fósforo e 4 mEq/ml de sódio. 
 
Parâmetros gerais para a escolha do fluido 
- Desidratação hipertônica: escolhem-se fluidos que sejam hipotônicos (dextrose a 5% em 
água, NaCl a 0,45% em dextrose a 2,5%). 
- Desidratação isotônica: escolhem-se fluidos isotônicos (solução de Ringer ou NaCl a 
0,9%). 
- Desidratação hipotônica: geralmente se escolhem fluidos isotônicos, uma vez que os rins 
devem excretar a água desnecessária e recuperar o sódio necessário. 
- Choque hipovolêmico: prefere-se solução de NaCl a 0,9% ou solução de Ringer-lactato 
para infusão rápida, até que se estabilize o volume vascular. 
 
 
Vias de administração para fluidos parenterais 
 
 A via de fluidoterapia depende da natureza do distúrbio clínico, de sua severidade e 
de seu início (agudo ou crônico); natureza e magnitude das perdas contínuas; e composição 
dos fluidos a serem administrados. 
 
Via subcutânea 
 Escolha fluidos isotônicos ou levemente hipotônicos para potencializar a absorção. 
Não administre dextrose a 5% em água como solução isotônica por esta via em casos de 
desidratação severa, pode ocorrer retardo na absorção. Esta via não é confiável em 
condições de vasoconstrição periférica (por exemplo, choque, desidratação severa e 
hipotermia). Nunca confia nesta via para uma reposição de emergência de fluidos. Pode-se 
corrigir a desidratação mínima por esta via. 
 
Via intravenosa 
 É a via preferida. Pode-se administrar fluidos hipotônicos, isotônicos e hipertônicos, 
dependendo da necessidade do paciente. 
 Escolhem-se comumente as veias cefálica e jugular, sendo esta última a preferida 
em cães pequenos e doenças mais sérias. 
 Cuidados com o cateter intravenoso, como sua assepsia, não deixar o cateter em 
uma certa veia por mais que 48 a 72h, monitorar o paciente quanto a febre, leucocitose e 
murmúrios cardíacos são fundamentais. 
 
Via intraperitoneal 
 Pode-se transfundir cãezinhos severamente anêmicos através desta via, quando não 
for possível o acesso à via intravenosa. Em animais hipotérmicos, pode-se considerar esta 
via para reaquecê-los. Utilize fluidos isotônicos a suavemente hipotônicos para a 
fluidoterapia. 
 
Via intra-óssea 
 É utilizada mais em filhotes. Pode-se infundir seguramente sangue e soluções 
cristalóides por esta via. Cateterize a medula óssea do fêmur, da tíbia ou do úmero com 
uma agulha de medula óssea e fixe-a no lugar. 
 
 
Velocidade de infusão de fluidos 
 
 A velocidade de infusão depende da extensão e da rapidez da perda de fluido, bem 
como a composição do fluido a ser infundido. Pode-se corrigir geralmente com segurança 
uma desidratação dentro de 24h na maioria dos casos. 
 No tratamento de choque ou desidratação severa, recomenda-se um fluido isotônico 
na velocidade máxima de infusão (sem monitoração da pressão venosa central – PVC) de 
90 ml/Kg/hora. Meça o débito de urina durante a infusão rápida como um guia para 
perfusão de órgão. No caso de oligúria persistente, tenha cuidado para não ocorrer 
superidratação e monitore a PVC. No caso de condições menos críticas, distribua os fluidos 
uniformemente por todo o dia. 
 Encontram-se disponíveis kits de administração intravenosa em um volume de 
macrogotejamento padrão de 10, 15 e 20 gotas/ml; e em volume de microgotejamento de 
60 gotas/ml. 
 Nos animais desidratados com oligúria ou diurese severa, medição da produção da 
produção urinária pode ser útil para preencher precisamente as necessidades do animal com 
a fluidoterapia (“dentro e fora”). Reponha anteriormente as necessidades de desidratação 
calculadas e depois proceda com os “dentro e fora”. Nesta técnica, divida o dia em seis 
intervalos de 4h (pode variar com base na severidade da situação). Determine as 
necessidades de fluido para esse intervalo, somando tanto as perdas insensíveis calculadas 
(20 ml/kg divididos por 6, caso se utilize o intervalo de 4h) e as perdas sensíveis e 
intercorrentes medidas (devolvendo o volume perdido a partir do período de 4h anterior ao 
paciente no próximo período de 4h). Repetir este mesmo procedimento para os próximos 
períodos. 
 
 
Monitoração da fluidoterapia 
 
 Um ganho ou perda aguda de 1 Kg sugere aumento ou redução de 1000 ml de água 
corporal. No entanto um animal anorético perde 0,1 a 0,3 Kg de peso corporal/dia/1000 
calorias da exigência diária, devido ao catabolismo tecidual. 
 Nas enfermidades e desidratações suaves devemos monitorar pelo menos os dados 
mínimos (peso corporal, hematócrito, proteínas plasmáticas totais, densidade específica 
urinária), antes e depois da administração de um fluido. Nas desidratações severas com 
colapso devemos monitorar além dos dados mínimos, os estendidos (sódio, potássio e 
cloreto séricos; uréia sanguínea ou creatinina sérica; bicarbonato; eletrocardiograma). Nos 
estados de choque, oligúria e insuficiência cardíaca devemos monitorar além dos dados 
mínimos e estendidos, os avançados (pressão venosa central – PVC; análise dos gases 
sanguíneos). 
 Possíveis causas de falha da correção adequada de desidratação: 
 >erro nos cálculos matemáticos; 
 >erro na avaliação do grau de desidratação inicial; 
 >perdas intercorrentes maiores que o esperado; 
 >infusão demasiadamente rápida resultando em diurese e perda de fluido do corpo; 
 >problemas mecânicos nos aparelhos de infusão; 
 >aumento de perda sensível não-apreciado (febre e estado ofegante); 
 >aumento da perda sensível não-apreciada(poliúria). 
 
 
Superidratação 
 
 A superidratação raramente ocorre como um distúrbio espontâneo, ela geralmente é 
iatrogênica após tratamentos com fluidos. A incapacidade de excretar água livre 
(nefropatias, insuficiência cardíaca congestiva - ICC) predispõe o paciente à superidratação. 
A pressão venosa central encontra-se aumentada na superidratação. 
 Ao exame físico pode-se notar redução do volume de micções ou a bexiga pode 
permanecer pequena durante a fluidoterapia. Uma sensação gelatinosa nos tecidos SC pode 
preceder edemas periféricos. Pode-se detectar edema pulmonar, vômito, diarréia, descarga 
serosa nasal ou ocular e superdistensão venosa. 
 Nos exames laboratoriais podem-se encontrar reduções progressivas no hematócrito 
e na proteína total. 
Radiografias demonstrando aumento na densidade pulmonar pode indicar edema 
pulmonar. Pode-se encontrar aumento de volume cardíaco, se estiver iminente ima ICC. 
O tratamento da superidratação se faz pela interrupção imediata da fluidoterapia, 
administração de um diurético adequado ou pode se considerar uma diálise peritoneal com 
dialisado hipertônico para um resgate de sobrecarga de volume aguda, bem como 
flebotomia terapêutica. 
 
 
 
 
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