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ADM Os processos de escolha de uma conduta sobre uma patologia envolvem a análise de todas as alternativas, incluindo riscos, benefícios e custos. A decisão é feita com base em aprendizado, empirismo, pressões e protocolos. Além disso, é necessário avaliar o indivíduo e a sociedade (interesse coletivo). Os gastos com saúde veem aumentando devido ao aumento da população, à maiores exigências, aos incrementos tecnológicos É preciso ter em mente também a racionalização x liberação. Racionar despesas: vantagens – elasticidade orçamentária, possibilidade de investimento em outras prioridades, lucro; desvantagens – dificuldades operacionais, riscos à ética, prejuízo da imagem. Liberar escolhas, independente do custo: vantagens – melhores resultados, menores riscos; desvantagens – esgotamento de recursos, tratamentos incompletos, pacientes marginais. Escolhas erradas de condutas levam a tratamentos inadequados ou inacabados, esgotamento precoce dos recursos financeiros e matérias, prejuízo de todo o trabalho já consumido no primeiro atendimento, manutenção ou agravamento da morbidade, novas consultas e eventuais internações hospitalares, maiores custos de tratamento, perda com dias de trabalho e qualidade de vida, sequelas, óbito. O papel da economia na saúde: obter o máximo rendimento dos recursos disponíveis, aumentar a oferta de recursos em situações de escassez, assegurar equidade, garantir a perenidade da oferta. FARMACOECONOMIA: campo de estudo que avalia o comportamento de indivíduos, empresas e mercados com relação ao uso de produtos, serviços e programas farmacêuticos, e que frequentemente enfoca os custos e consequências desta utilização. CUSTOS: quantificação monetária de todos os recursos consumidos durante o curso da doença. Custos diretos: medicamentos, materiais, salários, honorários, exames, diárias de internação. Custos indiretos: perda de ganhos motivada pelos eventos relacionados à patologia e/ou seu tratamento. CONSEQUÊNCIAS: resultados quantificados das opções de conduta escolhidas (número de curas, anos de vida ganhos, melhorias em parâmetros clínicos, resultados de exames, qualidade de vida). MÉTODOS: análise de custo-benefício, análises de minimização de custos, análises de custo- efetividade, análises de custo-utilidade. ANÁLISE CUSTO-BENEFÍCIO: comparação entre resultados financeiros proporcionados por cada alternativa de ação; investimentos com rentabilidade financeira; tem que ser viável na existência de opções éticas de conduta ANÁLISE DE MINIMIZAÇÃO DE CUSTOS: comparação de custos entre alternativas com perfis equiparáveis de efetividade; requer compreensão de custos de tratamento; não considera opções clínicas e preferências individuais. ANÁLISE DE CUSTO-EFETIVIDADE: avaliação comparativa entre os custos de tratamento e os resultados clínicos, humanísticos e quantitativos das consequências de utilização de diferentes opções de tratamento. ANÁLISE DE CUSTO-UTILIDADE: avaliação comparativa entre custos de tratamento e anos de vida ajustados pela qualidade (AVAQ). utilidade percepção individual e subjetiva que um indivíduo faz de sua qualidade de vida. Transformação de noções subjetivas em valores quantitativos índice QOL (Quality of Life). CONTABILIDADE: é uma metodologia concebida para captar, registrar, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de pessoa física, empresa, entidade com finalidade não lucrativa e pessoa de direto público. Auxilia a administração e a tomada de decisões. Sócios, acionistas e proprietários de quotas societárias (interesse na rentabilidade e segurança de seus investimentos); administradores, diretores e executivos (interesse mais profundo, pois são os responsáveis pelas tomadas de decisões); bancos, capitalistas e emprestadores de dinheiro (rentabilidade e segurança de investimento); governo e economistas governamentais (interesse centrado na arrecadação de impostos, taxas e contribuições); fornecedores (conhecer a capacidade pagadora de seus clientes); sindicatos (conhecer a produtividade do setor para influenciar nos ajustes salariais) e pessoas físicas (interesse em controlar seus patrimônios individuais e orçamentos domésticos) necessitam da informação contábil. CONTABILIDADE GERENCIAL: analítica e inclui a contabilidade de custos, que visa, primordialmente, a administração da empresa. CONTABILIDADE FINANCEIRA: relatórios finais básicos: balanço patrimonial, demonstrativo de resultado do exercício, retorno sobre o investimento, demonstração de origens e aplicações de recursos. Esses relatórios visam mais diretamente os agentes econômicos externos à empresa, assim como os sócios desligados da direção. BALANÇO PATRIMONIAL: é uma das mais importantes informações contábeis, é através dela que podemos apurar a situação patrimonial e financeira de uma empresa em um dado momento. É uma fotografia financeira da empresa. Nesta demonstração estão claramente evidenciados os direitos e deveres de uma empresa. ATIVO: Bens e direitos da empresa mensuráveis monetariamente, que representam benefícios presentes ou futuros. BENS e DIREITOS expressos em moedas: o Caixas, bancos: disponibilidades financeiras imediatas; o Estoque, terrenos, veículos, materiais: bens da empresa; o Títulos a receber: quantias que os clientes devem à empresa, operações de crédito (vendas a prazo) ou empréstimo de dinheiro. o Relação do ATIVO: dos líquidos para os menos líquidos. PASSIVO: Obrigações que a empresa tem com terceiros. TÍTULOS e DEVERES da empresa do tipo: o Títulos a pagar, contas a pagar, fornecedores, salários, impostos, hipotecas etc. o As obrigações a pagar são basicamente os empréstimos bancários a curto e longo prazo o Relação do PASSIVO: prazo de vencimentos crescentes. PATRIMÔNIO LÍQUIDO: Dinheiro da empresa; recursos dos proprietários aplicados na empresa. Diferença entre o valor do ATIVO e do PASSIVO de uma empresa, em um determinado momento. Suas fontes são: investimentos pelos proprietários em troca de ações, lucros acumulados na entidade como fonte adicional de financiamento. As variações do PL são decorrentes do investimento inicial, aumentos posteriores ou desinvestimentos de capital, resultado obtido no composto entre contas de receitas e despesas dentro do período contábil. Na maioria das empresas, o ativo suplanta o passivo e a representação mais comum do balanço patrimonial é: Ativo = passivo + PL. Caso o passivo supere o ativo, temos: ativo + PL = passivo RECEITA: Entrada de elementos para o ATIVO sob a forma de dinheiro ou direitos a receber. Exemplo: vendas de mercadorias, juros sobre depósitos bancários, títulos, ganhos eventuais. A obtenção de uma receita resulta no aumento do patrimônio líquido. Receitas > Despesas = Lucro aumenta PL Receitas < Despesas = Prejuízo diminui PL. ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS: Depende do objetivo: se é credor, investidor ou administrador. Seja qual for o enfoque, os números apresentados não serão conclusivos, serão necessários mais dados como: traçar o cenário econômico da empresa e buscar dados de outros concorrentes. A análise das demonstrações financeiras é sempre passado. Para olhar o futuro, projetar os dados atuais frente a expectativa do crescimento do PIB, cenário econômico, cenário político. Essa análise corresponde à análise vertical, índices financeiros e à análise horizontal. ANÁLISE VERTICAL DO DEMONSTRATIVO Considerar a venda líquida = 100% e calcular cada item em % frente à receita líquida. ÍNDICE DE LIQUIDEZ Avalia a capacidade que a empresa tem de honrarseus compromissos. Índice de liquidez = ativo circulante/ passivo circulante avaliação a curto prazo. Se o resultado for ≥ 1, a situação está confortável. Se for < 1, problema. Índice de liquidez seca e imediata medem a liquidez da empresa quando a mesma tem seus estoques obsoletos e tem que honrar seus compromissos. E medem a liquidez quando a mesma para de operar. ÍNDICES PATRIMONIAIS COEFICIENTE DE IMOBILIZAÇÃO = ativo permanente/ patrimônio líquido Mede o quanto dos recursos próprios da empresa (patrimônio líquido) estão aplicados em ativos permanentes. O quanto que eu imobilizei dos recursos próprios da empresa. PONTO DE EQUILÍBRIO É quando existe equilíbrio entre a receita total e custo total com lucro zero. Quanto mais cedo for atingido este ponto, mais rapidamente o lucro aparece. RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO (RSI) Nas empresas varejistas (farmácia e drogaria), o caixa, banco e duplicatas a receber não são relevantes quando comparados com o estoque: RSI = Lucro Líquido Anual / estoques. Giro = vendas anuais / estoques. Lucratividade = lucro líquido anual / vendas anuais. Logo, para aumentarmos o RSI, temos que aumentar o giro dos estoques, diminuindo o tamanho dos mesmos (melhor controle), aumentar a lucratividade, trabalhando com o lucro líquido anual através da diminuição do custo da mercadoria vendida e diminuição das despesas, principalmente as operacionais, financeiras. QUESTÕES 1. Fazer uma análise farmacoeconômica e decidir qual é o melhor tratamento. Tratamento X R$ 100000,00 8 anos R$ 12500,00 Tratamento Y R$ 60000,00 6 anos R$ 10000,00 R: Com base na análise de custo-benefício da farmacoeconomia, temos que o melhor tratamento é o Y, visto que este apresenta menor custo e menor tempo de tratamento. Logo, sua eficácia é maior. RSI = Giro x Lucratividade 2. Você é de uma seguradora de saúde e precisa decidir qual é o melhor tratamento pra substituir o atual. O tratamento A foi considerado por fornecer uma melhor qualidade de vida ao paciente, o tratamento B, pelo menor custo. O tratamento é feito em idosos, com idade média de 66 anos e dura até o óbito. Custo Mensal Expectativa de vida Índice utilidade Tratamento atual R$ 110,00 80 0,8 Tratamento A R$ 120,00 85 0,9 Tratamento B R$ 105,00 80 0,6 R: AVAQA= 19 x 0,9 = 17,1 AVAQB = 14 x 0,6 = 8,4 Duração do tratamento = 19 ANOS = 228 meses Custo do tratamento: Tratamento A = R$ 27360,00 = R$ 1600/ AVAQ Duração do tratamento = 14 ANOS = 168 meses Custo do tratamento: Tratamento B = R$ 17640,00 = R$ 2100/ AVAQ Pensando no individual, o melhor tratamento é o A, pois proporciona uma melhor expectativa de vida, com boa qualidade de vida, tendo uma diferença de apenas R$ 500,00 na avaliação comparativa entre custos de tratamento e anos de avida ajustados pela qualidade. Contudo, por ser uma seguradora, que visa o lucro e pensa no coletivo, o tratamento B é o melhor, pois apresenta menor custo de tratamento. 3. Elaborar um balanço patrimonial de uma farmácia que não consegue pagar suas contas de curto prazo. Sugerir um meio de corrigir essa situação sem mexer no patrimônio líquido. Fazer uma análise vertical e explicar pra que serve. R: Balanço patrimonial em 16/11/2015 em R$ mil ATIVO PASSIVO Caixa ............................. 800 Títulos a pagar .................... 3500 Bancos ........................... 100 Obrigações a pagar ............. 1800 Títulos a receber............ 2400 TOTAL .................................. 5300 Estoque ......................... 1800 Terceiros ........................ 900 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Materiais ...................... 3000 Capital ................................ 4000 Veículos ........................ 1000 Lucros ................................. 700 TOTAL ................................ 4700 TOTAL ......................................... 10000 TOTAL .................................. 10000 Observamos que a esta empresa possui um alto nível de estoques e baixa disponibilidade em caixa. A quantidade disponível em caixa não é suficiente para que o dono pague seus títulos e obrigações. Para corrigir essa situação sem alterar o patrimônio líquido, a melhor opção para o dono é reduzir os preços, afim de evitar que os produtos fiquem parados na prateleira ou descontar os títulos a receber. Uma outra opção é vender um dos veículos, que faz parte do ativo imobilizado. ANÁLISE VERTICAL ATIVO PASSIVO Caixa ............................. 8% Títulos a pagar .................... 35% Bancos .......................... 1% Obrigações a pagar ............ 18% Títulos a receber........... 24% TOTAL .................................. 53% Estoque ........................ 18% Terceiros ...................... 9% PATRIMÔNIO LÍQUIDO Materiais ...................... 30% Capital ................................. 40% Veículos ........................ 10% Lucros ................................... 7% TOTAL .................................. 47% TOTAL ......................................... 10000 TOTAL .................................. 10000 A análise vertical serve para acompanharmos onde os recursos estão mais concentrados. Além disso, seus conceitos, tais como ativo circulante, passivo circulante, entre outros, nos permite calcular grau de fluidez, que avalia a capacidade da empresa em honrar seus compromissos. Nesse caso, vemos que a empresa não conseguirá pagar as suas dívidas a curto prazo, pois o índice de liquidez é 0,96 [(Caixa + banco + títulos a receber + estoque)/(títulos a pagar + obrigações a pagar)]. Ou seja, vai entrar R$ 0,96 para cada R$ 1,00 que a empresa tem que pagar. Além disso, os índices de liquidez seca e imediata medem a liquidez da empresa quando a mesma tem seus estoques obsoletos e tem que honrar seus compromissos. DRE – 5% prejuízo 120000 prejuízo 5% = 6000. Receita Bruta ............................................... 140000 (-)Deduções de Venda .................................. 20000 Receita Líquida ............................................. 120000 (-) CMV Estoque inicial .............................................. 16000 (+) Compras .................................................. 84000 Mercadorias disponíveis ............................ 100000 (-) Estoque final ............................................ 200 Lucro Brut .................................................... 20200 99800 (-) Despesas Operacionais (+) Despesas comerciais .............................. 10000 (+) Despesas administrativas....................... 8000 (+) Despesas de depreciação ....................... 2200 Lucro Operacional ....................................... 0 (-) Despesas não operacionais ..................... 5200 Lucro antes do imposto de renda ............... - 5200 (-) Despesas com o imposto de renda ...... 800 Prejuízo ..................................................... 6000 4. Citar e descrever as razões econômicas e jurídicas para a intervenção do governo no mercado farmacêutico. R: Os mercados que são candidatos a sofrerem intervenção do poder público são os concentrados, com barreira a entrada com demanda inelástica às variações de preço e à simetria das informações. Portanto, somente os mercados de bens ou serviços essenciais para a população, que apresentam relevantes imperfeições, devem ser passíveis de regulação pública. Apesar da reforma comercial de 1990 e o fim da intervenção direta na economia, o setor farmacêutico cooperou na contramão, praticando aumentos significativos e não transitórios nos preços dos medicamentos. Tudo isso levou à manipulação o mercado em prejuízo do consumidor. Desse modo, o governo age para garantir o acesso ao produto pela parcela da população excluída desse mercado e impedir o abuso do poder econômico sobre a outra parcela da população que tem condições de pagar. 20200
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