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ESTUDO PROVA DE PIDH

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�1
1ª PROVA PIDH 
Unidade 1 
Cap. 1 “Tratado de Direito Internacional dos Direitos Humanos” – Cançado Trindade 
A proteção internacional dos DH: antecedentes e primeiros passos 
 Na época dos dois grandes conflitos mundiais não existiam órgãos internacionais de 
implementação e aos indivíduos não era reconhecida a capacidade processual no plano 
internacional. A proteção dos direitos individuais se efetuava inevitavelmente com algumas 
variantes no contexto das relações interestatais. Assim, não era de se estranhar que um mecanismo 
baseado em ultima analise no livre arbítrio dos Estados viesse a dar margem a inúmeros abusos de 
que dá testemunho a prática diplomática do século XIX e inicio do século XX. 
 Os indivíduos e grupos particulares, até então desprovidos de capacidade processual no 
plano internacional, passaram a atuar nesse muito timidamente através de petições a conferências ad 
hoc. Mas ainda faltava um órgão internacional permanente para processar tais petições. A 
capacidade processual dos indivíduos passou a ser gradualmente reconhecida. Na era da SDN 
destacam-se os sistemas de minorias e de mandatos; em que os habitantes das minorias de certos 
países europeus podiam enviar petições aos comitês de minorias, e ainda, as petições dos habitantes 
dos territórios sob mandato eram enviadas a Comissão Permanente dos Mandatos. Tal sistema veio 
a ter como sucessor na ONU o atual sistema de tutela, sob o qual também se reconhece o direito de 
petição individual. 
 A capacidade processual internacional dos indivíduos contou assim com reconhecimento em 
experiências de direito internacional antes mesmo da adoção das Declarações Universal e 
Americana de Direitos Humanos (1948), ponto de partida do processo de generalização da proteção 
internacional dos DH. 
A Carta Internacional dos Direitos Humanos 
 Ao final das reuniões celebradas em Paris, em 26/06- 02/07/1947, A comissão so Princípios 
Filosóficos dos DH, da UNESCO, reuniu suas conclusões no documento intitulado: Bases de uma 
Declaração Internacional de DH. A referida Comissão observou que uma declaração universal 
confrontar-se-ia com interpretações varias derivadas das distintas filosofias prevalecentes em cada 
época. Na Declaração, adotada e proclamada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, em 
10/12/1948, foram inclusos os direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais. 
 Há que reconhecer o mérito da Comissão de Direitos Humanos por ter conclusivo o Projeto 
dos dois Pactos, apesar da diversidade de pontos de vista, tarefa difícil de realizar em uma época 
caracterizada pelos conflitos ideológicos da Guerra Fria e também marcada pelo processo incipiente 
de descolonização, cujos impactos se podiam fazer sentir em seus trabalhos. O quadro geral de 
implementação, adotado em 1966, compreendia 3 medidas principais: o sistema de relatórios, 
comum a ambos os pactos; o sistema de comunicações interestatais, constantes do Pacto de Direitos 
Civis e Políticos; e o sistema de comunicações individuais. O Pacto de Direitos Econômicos, 
Sociais e Culturais entrou em vigor em 03/01/1976 e o de Direitos Civis e Políticos em 23/03.1976. 
Com os dois Pactos em vigor, concretizava-se a Carta Internacional dos DH, acelerava-se o 
processo de generalização da proteção internacional dos DH e abria-se o campo para a gradual 
passagem da fase legislativa à de implementação dos tratados e instrumentos internacionais de 
proteção. 
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
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O Processo de Generalização da proteção internacional dos Direitos Humanos 
 No tocante à projeção normativa, constituíram ambas as Declarações (Americana e de DH) 
um ímpeto decisivo. Este processo passou a visar a proteção dis ser humano como tal, e não mais 
sob certas condições ou em setores circunscritos como no passado. As declarações sobre DH 
abriram caminho para a adoção de tratados sobre a matéria. 
 No decorrer dos anos, e a partir da DUDH de 1948, multiplicaram-se os tratados gerais de 
DH e os dois Pactos da ONU (supra) e as 3 convenções regionais (Europeia, Americana e Africana) 
de DH, quanto especializados, voltados a setores ou aspectos especiais da proteção dos DH. A 
DUDH afigura-se assim como fonte de inspiração e um ponto de irradiação e convergência dos 
instrumentos sobre DH em nível global e regional. Isso sugere que os instrumentos regionais e 
globais sobre DH, inspirados e derivados de fonte comum, se complementam, desviando o foco de 
atenção ou ênfase da questão clássica da estrita delimitação de competências para a da garantia de 
uma proteção cada vez mais eficaz dos DH. Assim, a multiplicação desses instrumentos globais e 
regionais teve o propósito e a consequência de ampliar a proteção devida às supostas vítimas. 
 Ressalta-se ainda a interação entre as declarações de DH e os dispositivos das cartas 
constitutivas de organizações internacionais voltados à observância dos DH. Desse modo, tanto os 
dois Pactos de DH da ONU quanto as convenções especializadas referem-se não só à DUDH, mas 
também à Carta das Nações Unidas. Em nível global, a interação entre a DUDH e a Carta das 
Nações Unidas explica-se pelo fato de que os próprios órgãos da ONU tem não raro utilizado a 
DUDH como fonte de interpretação dos dispositivos de DH da Carta das Nações Unidas. 
 Independentemente das posições individuais de Estados Membros da ONU em relação a tais 
convenções, instrumentos tecnicamente não mandatório têm igualmente exercido efeitos jurídicos 
sobre Estados Membros da Organização. Também, tem-se feito uso do direito internacional no 
propósito de ampliar e aprimorar a proteção dos DH. 
 No Plano Processual, três são os principais métodos de implementação internacional dos 
DH, com variantes: o sistema de petições ou reclamações ou comunicações, o sistema de relatórios 
e o sistema de determinação dos fatos ou investigações. O primeiro é acionado ou provocado pelas 
supostas vitimas, ao passo que os dois últimos constituem métodos de controle exercidos ex officio 
pelos órgãos de supervisão internacionais. Os órgão de supervisão internacionais têm operado sobre 
bases jurídicas distintas, a saber, tratados ou convenções de DH, instrumentos constitutivos das OI e 
instrumentos outros que tratados (resoluções de OI). 
 Em 1967, a Comissão ECOSOC, passou a lograr de condições necessárias ao 
estabelecimento de mecanismos para a proteção efetiva dos DH. Assim, a velha objeção da 
competência nacional exclusiva em relação aos DH passou a não valer mais. Adentramo-nos então, 
definitivamente na era dos DH, na qual Estado algum pode deixar de responder pelo tratamento 
dispensado a seus habitantes. Longe de recair em seu domínio reservado, como se invocava no 
passado, é essa hoje uma matéria de interesse reconhecidamente legítimo por parte da comunidade 
internacional. Deve-se destacar também o importante papel exercido pelo processo dinâmico de 
interpretação na evolução da proteção internacional dos DH. Construção jurisprudencial dos 
distintos órgãos de supervisão internacionais tem se mostrado consistentemente convergente, ao 
enfatizar o carretam objetivo das obrigações e a necessidade de realização do objeto e propósito dos 
tratados ou convenções em questão. 
 Alcançamos hoje, um estagio de evolução em que a busca alentadora de um núcleo comum 
de direitos fundamentais interrogáveis, como conquista definitiva da civilização, ao passo que, 
concomitantemente, no plano processual, continua a prevalecer a ausência de hierarquia entre os 
distintos mecanismos de proteção. Tais mecanismos têm, na pratica, se reforçado um ao outro 
revelando ou compartilhando uma natureza essencialmente complementar. 
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
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 O processo histórico da generalização e expansão da PIDH tem sido marcado pelo 
fenômeno da multiplicação dos instrumentos de proteção, os quais tem feito acompanhar pela 
identidade bazuca de propósito e a unidade conceitual (indivisibilidade) dos DH. Tal fenômeno tem 
acarretado a extensão ou ampliação da proteção devida às supostas vitimas. No presente contexto, o 
que mais importa é precisamente o grau de proteção devida, e não o plano ou nível em que é 
exercida; no presente domínio, tem-se feito uso, então, do direito internacional para aprimorar e 
fortalecer o grau de proteção dos direitos consagrados. 
A I Conferência Mundial de DH (Teerã, 1968) 
 Essa conferência adotou a Proclamação de Teerã, uma avaliação das duas primeiras décadas 
de experiência da PIDH na era da ONU, alem de 29 resoluções sobre questões diversas. O ato final 
reproduziu, ademais, em seus anexos, alguns dos discursos proferidos na Conferência. A grande 
contribuição dessa conferencia constituiu no tratamento e reavaliação globais da matéria, o que 
propiciou p reconhecimento e asserção, endossados por resoluções subsequentes da Assembléia 
Geral da ONU, da interrelação ou indivisibilidade de todo os DH. Algumas resoluções adotadas 
pela Conferência referem-se à promoção da observância e gozo universais dos DH, tomam os 
direitos civis e politicos e econômicos, sociais e culturais em seu conjunto, e avançam assim um 
enfoque essencialmente globaliza da matéria. 
 No entanto, foi a Proclamação de Teerã sobre DH, a que melhor expressão deu a esta nova 
visão da matéria, constituindo um marco na evolução doutrinária da PIDH. Essa proclamação 
propugnou pela garantia, pelas leis de todos os países, a cada ser humano, da liberdade de 
expressão, de informação, de consciência e de religião, assim como do direito de participar da vida 
política, econômica, cultura, e social de seu pais. Ademais, propugnou pela implementação do 
principio básico da não discriminação como uma tarefa da maior urgência da humanidade, nos 
planos internacional assim como nacional. Referiu-se também ao desarmamento geral e completo 
como uma das maiores aspirações de todos os povos. “Uma vez que os DH e as liberdades 
fundamentais são invisíveis, a realização plena dos direitos civis e politicos sem o gozo dos direitos 
econômicos, sociais e culturais é impossível”. 
A Institucionalização dos Direitos Humanos nas Relações Internacionais do Pós II Guerra 
Mundial – Renato Zerbini 
 Os preâmbulos dos tratados internacionais são as justificativas éticas, históricas, morais, 
políticas e sociais da necessidade de existência desses documentos normativos internacionais. O 
reconhecimento dos DH’s no cenário mundial caminhou junto com o desenvolvimento das Relações 
Internacionais. Entre o séc XVII e XX a comunidade internacional possuíam as seguintes 
características principais: 1) os Estados viviam em estado de natureza; 2) um cenário movido por 
um principio que consistia a consequência necessária das relações individualistas entre os membros 
daquela sociedade anárquica , o principio da reciprocidade – as normas entre associados regiam-se 
principalmente por acordos bilaterais ou, em certos casos, multilaterais; entretanto, todos baseados 
nas reciprocas vantagens dos contratantes; 3) os povos e indivíduos carecem de peso. Os indivíduos 
aparecem como sujeitos passivos do direito internacional, ou seja, titulares apenas de obrigações 
internacionais, contra os quais os soberanos poderiam e deveriam lutar com todas as forças. 
 Naquela época os direitos humanos estavam confinados dentro das fronteiras dos Estados 
pelo principio da soberania estatal. Após a Carta de São Francisco e a Declaração Universal dos 
Beatriz Sartori Bernabé
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DH’s, todas as constituições nacionais proclamadas tiveram, com maior ou menos intensidade, os 
impactos de suas influencias. Ademais, as Organizações internacionais e regionais existem em 
coordenação absoluta com a ONU e a DUDH. Portanto, os DH’s estão necessariamente na orbita de 
todos esses entes de DIP. 
A positivação dos DH’s no pós II G.M. 
 No segundo pós-guerra lança-se uma doutrina jus naturalista dos DH’s a fim de que seu 
conteúdo tenha em conta as relações entre cada Estado e seus cidadãos. O conceito tradicional dos 
DH’s formado na tradição jus naturalista assenta-se em 3 pilares: 1) são inerentes à pessoa humana 
e prescindem de qualquer reconhecimento positivo; 2) a ordem natural que os sustenta é valida em 
todas as partes e é imutável, prescindindo do contexto social do indivíduo; 3) Esses direitos são 
próprios do indivíduo enquanto tais, não dos grupos sociais. 
 A ONU foi criada no pós 2ª G.M, na qual, em seu conselho de segurança, estavam 
representados os vitoriosos da guerra, de um lado os representantes da democracia liberal e do outro 
do socialismo. Como Marx acreditava que os princípios dos DH’s eram uma expressão das 
exigências burguesas, e proclamava que a justiça social e a dignidade humana traziam elementos 
que transcendiam as fronteiras do Estado como a consciência social de se fazer parte de uma classe 
trabalhadora onde quer que se esteja. Ou seja, a doutrina dos DH’s estava em conflito com a 
ideologia e a pratica na URSS. 
 Como a Carta Internacional de Direitos Humanos foi discutida e aprovada durante a 
bipolaridade, o Preâmbulo da DUDH pugne pela afirmação do indivíduo como sujeito do DIP. 
Trata-se portanto de um construção factual e jus filosófica consubstanciadora de uma ideia fincada a 
partir de uma lógica sequencial sustentada nos sujeitos contemporâneos do DIP: Estados, OI’s e os 
Indivíduos. Pode-se afirmar então que, o preambulo da DUDH é a consagração política da 
passagem de uma sociedade internacional de viés estatocêntrica, para uma sociedade internacional 
que reposiciona o indivíduo no epicentro das discussões. Com esse reposicionamento emergem os 
grandes documentos e tratados internacionais de DH’s. 
Os direitos humanos nas grandes conferências que antecederam a criação das Nações Unidas 
 O objetivo principal das conferências patrocinadas pelas potências mundiais no período 
imediatamente anterior à criação da ONU, foi certamente, a manutenção da paz e a segurança 
internacional, entretanto a vertente dos direitos humanos jamais deixou de configurar como parte da 
essência de tais documentos. A Conferência de Dumbarton Oaks é de importância fundamental para 
o atual estagio dos DH’s na ONU, porque foi daí que emergiram as ideias que originariam a 
Comissão de DH’s tal como concebida atualmente, sob a supervisão do ECOSOC. A Comissão teve 
papel decisivo na redação e codificação dos artigos que compõe os documentos da Carta 
Internacional, pois, pela primeira vez, estabelecia explicitamente um compromisso internacional 
acerca da promoção dos DH’s/ 
 A conferencia de Yalta também teve uma grande importância para a construção dos DH’s na 
ONU. Essa conferencia determinou por meio da Declaração sobre a Europa Liberada o 
estabelecimento de instituições democráticas e o compromisso de que os países liberados, sempre 
que possível, estabeleceriam, por meio de eleições livres, governos que fossem a expressão da 
vontade dos povos, construindo uma ordem internacional inspirada nas leis da paz, segurança, 
liberdade e bem-estar da humanidade em sua totalidade. 
 
A afirmação dos DH’s na ONU 
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
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 A ONU foi criada durante a Conferência de São Francisco. Desde sua criação notou-se a 
formação de 4 aglomerações bem definidas que mantinham umaforte influencia nas discussões, 
desenvolvimento e formação da doutrina dos direitos humanos no seio da entidade. Um grupo de 
países ocidentais, que rapidamente tomaram a liderança política da instituição. Um segundo bloco 
formado pelos países da América Latina que agarraram a causa dos direitos humanos, tomando, 
muitas vezes, nesse campo, decisões mais avançadas que a dos próprios países mais desenvolvidos 
do hemisfério. O bloco de países socialistas, em conformidade com seus princípios e ideias, 
aceitaram colaborar no avança dos direitos humanos. E os países asiáticos, com excessão dos 
muçulmanos dirigidos pela Arabia Saudita e pelo Paquistão, pouca presença tiveram nas discussões 
iniciais da matéria. Apesar dessas aglomerações, o grosso do confronto politico se deu entre o 
Ocidente e a Europa Socialista, ou seja, as discussões encarnavam o contexto politico e diplomático 
da Guerra Fria. 
 Como as potências vitoriosas possuíam problemas no campo de DH’s, a Carta das Nações 
Unidas contemplava dispositivos bem distantes das expectativas suscitadas por Roosevelt. Os 
dispositivos da Carta de São Francisco não permitem uma definição clara e precisa dos direitos 
humanos, ela limita-se a mencionar a promoção e o desenvolvimento dos mesmos, considerados 
como uma das metas da ONU, juntamente ao seu outro grande objetivo: a manutenção da paz e 
segurança internacionais. 
A carta internacional dos direitos humanos 
 Essa carta é um conjunto de documentos conformado pela DUDH, pelo Pacto Internacional 
de Direitos Civis e Políticos (PIDCP), pelo Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e 
Culturais (PIDESC) e por seus protocolos e documentos adicionais. 
 A DUDH legitimava a preocupação da sociedade internacional com a promoção e a proteção 
dos direitos humanos, condenando as violações maciças e persistentes, inclusive conflitos armados, 
elegendo a eliminação da pobreza extrema e da exclusão social prioridades internacionais. Portanto, 
tendo contraído essa obrigações perante a comunidade internacional, os Estados não poderiam, 
como tampouco podem atualmente, alegar que a matéria é de exclusiva jurisdição domestica. 
O preâmbulo da DUDH de cara à atualidade das relações internacionais 
 O preâmbulo da DUDH registra as realidades éticas, históricas, morais, políticas, sociais e 
jurídicas que culminaram com sua proclamação. O preâmbulo constitui-se, então, como uma 
consideração comente de contornos histórico, politico, social e jurídico que marcam civilização 
humana da contemporaneidade. 
 A nova multipolaridade é produto de 4 tendências: 1) ascensão ou ressurgimento de uma 
serie de Estados que prosperam ou renascem e cujos recursos energéticos competem com os das 
potências tradicionais do Ocidente. 2) O crescente poder dos atores não-estatais; atores que ainda 
sem nenhuma investidura ou capacidades oficiais, são perfeitamente capazes de mudar ou 
transformar a agenda de um ou de muitos Estados, assim como de outros sujeitos do Direito 
Internacional. 3) A transformações na moeda de troca do poder; os avanços nas tecnologias que se 
podem empregar para a violência oferecem a grupos reduzidos de pessoas a capacidade de desafiar 
Estados poderosos. 4) Os desafios mesmos do Direito Internacional; sia fragmentação à luz de seu 
vertiginoso crescimento e setorialização, a proliferação de jurisdições internacionais, a geração de 
regimes internacionais específicos como meio ambiente, direitos humanos, direito do mar, comercio 
internacional, e combate ao terrorismo. Em suma, o que produzem todas essas tendências tão 
Beatriz Sartori Bernabé
Beatriz Sartori Bernabé
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distintamente combinadas é a diminuição do poder relativo dos Estados ocidentais. Na 
contemporaneidade do multilateralismo desordenado global, a ética e a moral comum esfumam-se 
meio a um individualismo exacerbado. Os pilares dessa constatação contribuem para a fortaleza da 
atual crise. Um estado forte e presente, fincado em princípios da ética, da justiça social, da moral, 
dos direitos humanos indivisíveis, é a única perspectiva possível. 
A sociedade civil na atualidade das RI – Renato Zerbini 
A sociedade civil passa a ser um ator principal das relações internacionais no século XXI. Quando 
se fala em sociedade civil, se trabalha com um conceito sociológico que fala da liberalização das 
forças sociais, incluídas as forças de mercado, de suas relações autônomas, e também de suas 
interações com a esfera estatal. 
 Cada um dos atores da sociedade civil organizada tem sua vontade própria, e dirigem suas 
ações para alcanças os objetos dessa vontade. São exatamente a ação e a vontade humana os fatores 
que conferem a sociedade civil , os estados e a comunidade internacional uma hierarquia de 
igualdade que se configura como um todo harmônico e coerente em pró da afirmação da dignidade 
humana nas relações internacionais. 
 Sob a perspectiva dos direitos humanos, a sociedade civil abrange uma pluralidade de atores 
que trabalham em favor da dignidade humana. Na area da afirmação da dignidade humana, não se 
deve mistificar o trabalho da sociedade civil organizada em prol dos direitos humanos. A afirmação 
da dignidade da pessoa humana demanda um trabalho constante, que deve ser levado a cabo tanto 
pela sociedade civil, como pelos estados e comunidade internacional. 
 O estado democrático é composto por todos os atores sociais, inclusive a sociedade civil 
organizada. O Estado deve atuar cada vez mais e decidir considerando a opinião dos outros atores, 
inclusive os da sociedade civil, como as ONG’s. É importante destacar que a atual sociedade 
mundial não é unicamente estatocêntrica e é muito difícil para os estados cuidarem de todos os 
temas atentamente. Assim, a multicentralidade dos atores nas relaciones internacionais tem sido 
diretamente responsáveis pelo incremento do debate de reconhecimento por parte das organizações 
internacionais, sobre tudo a ONU e os sistemas regionais de proteção dos direitos humanos na 
europa e america, da contribuição dos atores não estatais ao fortalecimento destas organizações. 
Entretanto, o espaço oficial oferecido a elas para a sociedade civil não é significativo, tampouco 
representativo para o trabalho que a sociedade civil vem executando em prol da humanidade e da 
convivência harmonica e pacifica entre os povos e os estados. 
 Os estados e as organizações não podem dar-se ao luxo de trazer a pauta da comunidade 
internacional sem escutar, elaborar planos comuns e desenvolver ações em conjunto com a 
sociedade civl, sobretudo em temas de domínio publico, como os direitos humanos. 
A repercussão da afirmação da sociedade civil nas relações internacionais e no direito internacional 
 Muitas criticas recaem sobre a sociedade civil, sobretudo às ONG’s. As principais são que a 
a sociedade civil carece de legitimação democrática; é irresponsável; em seu conjunto é um agente 
do imperialismo; de alguma maneira, funciona como anestesista dos movimentos sociais; e esta 
aliada às organizações internacionais. 
 A segurança coletiva, entendia no âmbito donde prevalece a concepção mais tradicional das 
relações internacionais, se fundamenta na soberania como chave do sistema. Recentemente, 
aconteceu o surgimento de forças não estatais com capacidade de intervenção em múltiplos planos 
normativos, de gestão de assuntos diversos, de vigilância dos cumprimentos das normas e regras 
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internacionais pelos atores tradicionais. Também é importante assinalar que nunca como agora as 
interações entre os atores internacionais tiveram efeitos recíprocos tão altos. 
 No contexto global, a maneira em que a sociedade civil pode contribuir para um sistema 
internacional de segurança coletiva focada em direitos humanos através de três diferentes níveis de 
ação, nos quais são reconhecidos de forma mais ampla, pela Membros, a necessidade de uma 
interacçãomais formal e coordenada com a sociedade civil, para além do já existente. São eles: 
1. Um plano interno: o desenvolvimento de um esforço conjunto com os Estados internamente no 
âmbito dos seus três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Ou seja, participar na 
formulação, implementação e monitoramento de políticas públicas de segurança, direitos 
humanos, meio ambiente e redução da pobreza (nos países onde não há taxas de pobreza são 
registrados, poderá a a sociedade civil a participar de projetos de cooperação internacional para 
combater a pobreza, a segurança pública e desenvolvimento). 
2. A nível regional: a participação em debates e na formulação de propostas de organizações 
internacionais regionais, formalmente (aumentando os atuais baixos níveis de participação 
formal) e oficial sobre as questões dos direitos humanos, meio ambiente e segurança coletiva . 
Isso não só facilitaria a realização e implementação destas propostas, mas também, gostaria de 
destacar a organização internacional e do seu trabalho, que permitiria o conhecimento da existência 
e finalidade da organização internacional, contribuindo para a consolidação da sua legitimidade no 
seio das sociedades e dos povos que fazem suas declarações. Isso pode contribuir para a 
identidade das organizações internacionais para os seus Estados membros e dos povos. 
3. A nível universal: como no ponto anterior, participando de debates e na formulação de 
propostas de organizações universais internacionais, como o sistema das Nações Unidas, ainda 
mais formal e oficialmente, na temática direitos humanos, meio ambiente e segurança 
coletiva. Isso não só facilitaria a realização e implementação destas propostas, mas também seria 
compartilhada com a organização internacional e seu trabalho, possibilitando o conhecimento da 
sua existência e finalidade, contribuindo assim para reforçar a legitimidade da organização 
internacional dentro das sociedades e dos povos que compõem seus estados Partes, que possam 
contribuir para a identidade das organizações internacionais para os seus Estados membros e dos 
povos. 
 O maior desafio das relações internacionais é a criação de um novo modelo de estado que 
deverá refletir a pluralidade dos povos e reconhecer seus direitos. Essa transformação passa 
incondicionalmente pela consolidação e universalização das normas de direitos internacionais dos 
direitos humanos. 
A importância especial da sociedade civil para a afirmação dos direitos econômicos sociais e 
culturais. 
 Ativismo se refere ao processo politico disseminado para influir na tomada de decisões 
politicas, a nivel nacional e internacional. Esse processo parte de uma iniciativa cidadã e esta 
destinado a transformar os interesses as necessidades e os desejos populares nas políticas definidas, 
em praticas e direitos. 
 No âmbito dos DESC o estado é o unico responsável pela sua vigência. O estado tem a 
tarefa principal de proteger e promover esses direitos, adquirindo a responsabilidade internacional 
ante tratados ratificados. Entretanto, a plena exigência dos DESC cabe também a outros atores 
sociais como as organizações internacionais e a sociedade civil organizada. 
 A relação do estado e sociedade civil em prol da afirmação dos DESC é desenvolver uma 
cultura política que reivindique o publico sobre os interesse particulares e que reafirme a sociedade 
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civil como contraparte do estado na realização dos DESC, não como sua rival ou substituta, mas 
aquela que busca fortalecer o estado, fazendo-o eficiente e responsável ante a sociedade em seu 
conjunto e não apenas ante grupos de interesses. 
 As ONG’s tem sido essenciais para a canalização das denuncias de violações de direitos 
humanos, em sido fundamentais também para o seguimento dos casos da vigilância e do 
comprimento das medidas cautelares emanadas pelos órgãos do sistema e para o próprio 
cumprimento das sentenças ditadas pela corte. 
 Destaca-se a formação de três importantes espaços de discussão e analise dos DESC por 
parte da sociedade civil organizada, que se transformaram em conhecidos entes de influencia nas 
decisões dos governos e das OI’s em matéria dos DESC: a plataforma interamericana de direitos 
humanos, democracia e desenvolvimento (PIDHDD), a plataforma interamericana dos DESC e a 
coalizão de ONG. 
 Diante dessa realidade, notamos que há um grande desafio no espectro do ativismo pelos 
direitos humanos por parte do sistema americano. O ativismo pelos direitos humanos responde ao 
interesse do cidadão em transformar os direitos humanos formais em direitos reais e efetivos. Nesse 
sentido, uma abordagem fundamental deve a sociedade civil Inter-americano com o objectivo de 
reforçar o sistema regional de proteção dos direitos humanos seria a colheita e propor demandas 
paradigmáticas para o fortalecimento não só do próprio sistema, mas também das noções crucial 
que beira do campo conceitual dos direitos humanos, especialmente as noções de 
complementaridade, indivisibilidade e da universalidade deles. Outro objetivo seria garantir ativista 
chave em todos os Estados signatários da Convenção Americana e do Protocolo de San Salvador, a 
aplicação das regras nele contidas de forma consistente. 
 
 A sociedade civil, por suas características anteriormente mencionadas e por seu próprio, é o 
ator que diariamente lembra os estados, aos órgãos de supervisão de diferentes sistemas regionais 
de proteção dos direitos humanos e as respectivas organizações internacionais, a existência de um 
conjunto de direitos – consubstanciados nos documentos e tratados internacionais respectivos – que 
devem ser respeitados, protegidos e vigiados por cada um deles. 
Unidade 2 
Cap. 2 – O direito internacional dos direitos humanos: consolidação e fase de implementação 
– Cançado Trindade 
 Premissas de que os direitos humanos são inerentes ao ser humano, e como tais antecedendo 
a todas as formas de organização política, e de que seu proteção não esgota na ação do Estado. 
Como respostas às necessidades de proteção, tem-se multiplicado os tratados e instrumentos de DH. 
 A primeira Conferência Mundial de DH (Teerã) representou a gradual passagem da fase 
legislativa, de elaboração dos primeiros instrumentos internacionais de DH. A segunda Conferência 
(Viena) procedeu a uma reavaliação global da aplicação de tais instrumentos e das perspectivas para 
o novo século. Nesse capitulo serão abordadas as trajetórias dos métodos de implementação 
internacional dos DH. 
De Teerã (1968) a Viena (1993): Balanço da Trajetória dos Métodos de Implementação 
Internacional dos DH em geral 
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 Enquanto as primeiras decisões do Comitê diziam respeito essencialmente ao direito à vida e 
à proibição da tortura, as decisões adotadas mais recentemente são cada vez mais sofisticadas e 
versam sobre a maioria dos direitos previstos no Pacto. 
 São órgãos de supervisão: Comitê para a eliminação de todas as formas de discriminação 
racial (CERD); Comitê de Direitos Humanos; Comitê para a eliminação da discriminação contra a 
mulher e o Comitê contra a tortura. Recentemente, o ECOSOC decidiu estabelecer o Comitê de 
Direitos Econômicos, sociais e culturais (1987), para velar pela supervisão do pacto de mesmo 
nome, e foi constituído o Comitê sobre os Direitos da Criança. 
 A II Conferência Mundial de DH, 1993, criou um clima propicio a uma ampla reavaliação 
da experiência acumulada até o presente na implementação internacional dos direitos humanos. No 
tocante à atuação dos órgãos de supervisão dos tratados de DH eles têm seguido três métodos ou 
sistemas de implementação: mecanismos de petições ou reclamações, de relatórios, e de 
determinação dos fatos ou investigações. 
 Os tratados de DH da ONU constituem a espinha dorsal do sistema universal de proteção 
dos DH, e portanto devem ser abordados de forma a relacionar uns aos outros. Os órgão de 
monitoramento criadospelos tratados e instrumentos de DH, que adquiriram ample experiência ao 
lidarem com situações de violações de direitos humanos em regimes autoritários, passam hoje a 
considerar situações de novas formas de violações, em atmosfera marcas por uma maior abertura 
aos esforços de construção de uma cultura de observância dos direitos humanos, daí um maior 
dialogo com os governos, inclusive com criticas abertas uns aos outros. Parece haver amplo espaço 
para a aplicação de modalidades distintas de soluções amistosas, para assegurar o respeito aos 
direitos protegidos. Impõe-se o pleno reconhecimento da faculdade de todos os órgãos de 
monitoramento de formular recomendações; é igualmente recomendável que se dê a mais ampla 
publicidade aos resultados de seus trabalhos. 
 Dada a multiplicidade de procedimentos internacionais de proteção dos direitos humanos, 
tem-se nos últimos anos, invocado a noção de coordenação, ou a ela recorrido em relação aos 
métodos de implementação dos direitos humanos em níveis global e regional. 
 Os mecanismos de proteção dos DH podem operar tanto ao serem provocados ou acionados, 
como no sistema de petições, quanto ex officio em base regular, como no sistema de relatórios, um 
e outro podendo requerer e conduzir a investigação in loco. Os esforços de coordenação ao se 
empenharem em evitar interpretações divergentes e duplicação de procedimentos, têm visado a 
preservação da autoridade dos órgãos de supervisão internacionais e suas decisões; no entanto tais 
órgãos foram criados por convenções e outros instrumentos internacionais para assegurar a 
salvaguarda apropriada dos direitos dos indivíduos e grupos. 
Aprimoramento do Sistema de Petições ou Denúncias e fortalecimento da Capacidade Processual 
Internacional das Supostas Vítimas 
 Uma das grandes conquistas da proteção internacional dos DH é o acesso dos indivíduos às 
instancias internacionais de proteção e o reconhecimento de sua capacidade processual 
internacional em casos de violação dos seus DH. Com a consolidação do acesso dos indivíduos às 
instâncias internacionais, tornava-se patente o reconhecimento, também no plano processual, de que 
os direitos humanos, inerente à pessoa humana, são anteriores e superiores ao Estado e a toda outra 
forma de organização política, e emancipava-se o ser humano do jugo estatal e de todo outro tipo de 
poder. 
 As soluções dadas pelos tratados e instrumentos de direitos humanos ao jus standi do 
reclamante parecem ligar-se à natureza dos procedimentos em questão (direito de petição ou 
comunicação ou representação). Diferenças na natureza jurídica desses procedimentos, no entanto, 
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significativamente não têm impedido o desenvolvimento de uma jurisprudência, dos distintos 
órgãos de supervisão internacionais, convergente quanto a uma proteção mais eficaz às supostas 
vitimas. Ademais, cada um desses procedimentos, apesar de diferenças na natureza jurídica, tem 
contribuído ao gradual fortalecimento da capacidade processual do demandante. É proibido fazer 
denúncia ou petição anônima, assim como é proibida a litispendência (criação de dois processos 
sobre o mesmo assunto). 
 Nas ultimas décadas temos testemunhado a gradual expansão da proteção internacional dos 
DH, cujos instrumentos são claramente voltados à salvaguarda das vítimas. Tem-se logrado o 
fortalecimento e o aperfeiçoamento dos mecanismos de proteção em grande parte graças ao 
tratamento adequado de questões de operação de tais mecanismos como a do esgotamento dos 
recursos de direito interno. É importante que critérios, técnicas processuais e presunções continuem 
sendo aplicadas em favor das supostas vitimas, como vistas em ultima analise à realização fiel e 
plena do objeto e propósito dos tratados e instrumentos de proteção do ser humano. 
 
[…] 
Reflexões Finais 
 Há hoje uma crescente atenção à busca de maior coordenação entre os órgãos e mecanismos 
de proteção, nos planos global e regional. Os instrumentos globais e regionais sobre DH têm se 
inspirado em uma fonte comum, a DUDH, ponto de irradiação dos esforços em prol da realização 
do ideal de universalidade dos DH. 
 Em nada surpreende que ao indivíduo seja concedida a liberdade de escolha do 
procedimento internacional a ser acionado, o que pode reduzir ou minimizar a possibilidade de 
conflito no plano normativo. Tampouco que se aplique o critério da primazia da norma mais 
favorável à suposta vítima de violação de direitos humanos. Essa complementariedade de 
instrumentos em nível global e regional reflete a especificidade e autonomia da proteção 
internacional dos DH, um domínio do direito internacional caracterizado essencialmente como um 
direito de proteção. Ficam descartadas quaisquer pretensões ou insinuações de supostos 
antagonismos entre soluções globais e regionais. 
 Do processo de generalização da PIDH resulta que a unidade conceitual dos DH, todos 
inerentes à pessoa humana, veio transcender as distintas formulações de direitos reconhecidos em 
diferentes instrumentos. Uma iniciativa transcendental na busca do aperfeiçoamento e maior 
eficácia de tais métodos de proteção foi constituída pela convocação, trabalhos preparatórios e 
realização da II Conferência Mundial de DH (Viena), verdadeira concertação mundial. 
Os Direitos Humanos como elemento essencial da sociedade internacional contemporânea – 
Zerbini 
O espírito da sociedade internacional contemporânea 
 Os preâmbulos dos tratados internacionais são as justificações éticas, históricas, morais, 
políticas e sociais da necessidade de existência desses documentos normativos internacionais. São a 
fonte de inspiração civilizatória das normas constituintes de um documentos jurídico de DIP. A 
partir da proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 10 de dezembro de 1948, 
todos os países do mundo, inclusive aqueles que não atravessaram o largo processo histórico de 
formação do Estado liberal e democrático moderno, dispõem de um código internacional para 
decidir como se comportar e como julgar os demais. É um código que não só se aplica no âmbito 
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universal mas encerra também preceitos que têm valor em áreas anteriormente não tomadas em 
conta nas Constituições dos Estados ocidentais. 
A positivação dos Direitos Humanos no Pós II Guerra Mundial 
 A origem das Nações Unidas está forte- mente vinculada e influenciada pelo final da 
Segunda Guerra Mundial e pela ideologia de seus vencedores. Em conseqüência, o Conselho de 
Segurança, máximo órgão de decisão da ONU, esteve sob influência dos ideais dos países 
vencedores daquele confronto bélico global, desde sua criação. Tal Conselho, representado pelos 
cinco países vencedores da II GM, Estados Unidos da América, Inglaterra, França, China e a, então, 
URSS, refletia o ideal político, social, econômico e militar de cada uma daquelas potências. 
Basicamente, arena para um duelo entre as grandes democracias ocidentais e os países da Europa 
socialista. 
 Os cinco grandes países, que representavam claramente duas correntes ideológicas opostas 
fincadas diametralmente no seio da ONU, marcariam a divisão precipitada e imprudente dos 
direitos humanos em civis e políticos, por um lado, e econômicos, sociais e culturais, por outro. 
Uma, ovacionando a liberdade de expressão, pensamento e religião, as liberdades individuais em 
geral, cultuando o neoliberalismo como o caminho in- questionável do cenário econômico mundial; 
a outra, ainda que contrária aos direitos humanos em um primeiro momento, defendendo os pilares 
socialistas, propondo direitos de extrema importância, como é o caso do princípio de igualdade (ou 
seja, a proibição de discriminações fundadas em raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política, 
nacionalidade, propriedade etc), direito de associação, direito à autodeterminação dos povos 
coloniais, dentre outros. 
 Marx proclamava que a justiça social e a dignidadehumana traziam elementos que 
transcendiam as fronteiras do Estados como a consciência social de se fazer parte de uma classe 
trabalhadora onde quer que se esteja. Ou seja, a doutrina dos Direitos Humanos estava em conflito 
com a ideologia e a prática na URSS. 
 Os Estados, mediante a celebração de um tratado internacional, criam as Organizações 
Internacionais, em cujo seio e à luz do patrocínio dos Estados, facilitam o surgimento dos tratados 
internacionais de direitos humanos, dos quais emergem o indivíduo como um sujeito de DIP, capaz 
de demandar seus Estados por violação a uma das normas de um tratado internacional de direitos 
humanos. Conseqüentemente, se poderia afirmar que o Preâmbulo da DUDH é a consagração 
política da passagem de uma sociedade internacional, sobretudo desde a óptica do DIP, de viés 
estatocêntrica, para uma sociedade inter- nacional que reposiciona o indivíduo no epicentro de suas 
discussões. 
 A partir da consolidação da ONU e da Carta Internacional de Direitos Humanos, todas as 
constituições nacionais promulgadas depois carregaram consigo as nor- mas, os princípios e os 
valores constantes desses instrumentos internacionais de salvaguarda da dignidade humana. 
Positivava-se, desse modo, a grande maioria dos direitos humanos. Vale dizer, grande parte dos 
direitos humanos se consubstanciava em direitos fundamentais. Pois, à luz do rigor voluntarista do 
Direito Internacional Público, os direitos fundamentais nada mais são do que os direitos humanos 
plasmados nas normas dos tratados internacionais e das constituições dos Estados. 
 
Os direitos humanos nas grandes conferências que antecederam a criação da ONU 
 O dis- curso do presidente dos EUA , F. Roosevelt, de 26 de janeiro de 1941 ante o 
Congresso norte-americano, representou um dos antecedentes construtivos e normativos mais 
imediatos do direito internacional dos direitos humanos, o qual ser- viria para dar o ritmo e inspirar 
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outros tratados e documentos internacionais da ONU, inclusive os que consubstanciam a Carta 
Internacional de Direitos Humanos. Esse discurso exorta a construção de um mundo sedimentado 
em quatro liberdades fundamentais: a liberdade da palavra e expressão; liberdade de culto e crença 
religiosa; liberdade de desejar, de estar livre da miséria e da necessidade e o direito de ser liberado 
do medo, significando a redução de armamentos no cenário mundial. 
 Outro documento, de que a história antecessora dos direitos humanos na ONU guarda 
guarida especial, é a Carta Atlântica22, firmada por Roosevelt e Churchill, em 14 de Agosto de 
1941, cujos princípios seriam interpretados como sen- do a primeira formulação oficial dos 
objetivos da guerra e os fundamentos da paz para os Aliados23. Cumpre destacar o lugar reservado 
às liberdades individuais e aos direitos humanos e, definitiva- mente, as quatro liberdades 
fundamentais de Roosevelt que aparecem contempladas ali. 
 O objetivo principal das Conferências patrocinadas pelas potências mundiais no período 
imediatamente anterior à criação da ONU foi, certamente, a manutenção da paz e a segurança 
internacional; entretanto, a vertente dos direitos humanos jamais deixou de configurar como parte 
da essência de tais documentos. 
 A importância do Plano de Dumbarton Oaks é funda- mental para o atual estágio dos 
direitos humanos na ONU, porque foi daí que emergiram as ideias que originariam a Comissão de 
Direitos Humanos tal como concebida atualmente, sob a supervisão do Conselho Econômico e 
Social (ECOSOC). A Comissão teve um papel decisivo na redação e codificação dos artigos que 
compõem os documentos da Carta Internacional. Assim, o documento aprovado em Dumbarton 
Oaks estabelecia, explicitamente e pela primeira vez, um compromisso internacional acerca da 
promoção dos direitos humanos. 
 A Conferência de Yalta, realizada entre os dias 4 e 11 de fevereiro de 1945 na Crimeia 
(URSS), também teve uma importância capital na construção e sedimentação histórica dos direitos 
humanos na ONU. Nela, Estados Unidos, Reino Unido e URSS publicaram uma Declaração na qual 
elogiavam os resultados obtidos em Dum- barton Oaks e convocaram uma Conferência das Nações 
Unidas a ser realizada em São Francisco, a partir de 25 de abril de 1945, com o objetivo principal 
de manter a paz e segurança internacionais. Especificamente no tocante aos direitos humanos, a 
Conferência de Yalta determinou através da “Declaração sobre a Europa Liberada” – documento 
adotado – o estabelecimento de instituições democráticas e o compromisso de que os países 
liberados, sempre que possível, estabeleceriam, por meio de eleições livres, governos que fossem a 
expressão da vontade dos povos, construindo uma ordem internacional inspirada nas leis da paz, da 
segurança, da liberdade e do bem-estar da humanidade em sua totalidade. 
 O futuro dos Direitos Humanos teve na Conferência Interamericana de Chapultepec um de 
seus precedentes mais destacados. Os objetivos do conclave eram tratar problemas relativos à 
guerra e à paz. A Conferência abrigou um fato histórico muito importante para a temática em 
discussão, que foi a adoção de uma ata final contendo uma série de resoluções pilotos em matéria de 
direitos humanos. A contribuição interamericana à afirmação dos direitos humanos na ONU 
também se assentou na reverberação do direito a um recurso eficaz ante os tribunais nacionais. 
 Em solo europeu, como já não havia mais guerra, realizou-se em Berlim, de 17 de julho a 2 
de agosto de 1945, a Conferência de Potsdam. Estabeleceu-se que os aliados dariam ao povo 
alemão a oportunidade de se pre- parar para a reconstrução de suas vidas sobre uma base 
democrática e de cooperação pacífica à vida internacional. 
A afirmação dos DH na ONU 
 A organização das Nações Unidas foi criada durante a Conferência de San Francisco, 
realizada entre os dias 25 de abril e 26 de junho de 1945, nos EUA. O tratado que forma o estatuto 
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chamado Carta das Nações Unidas (ou Carta de San Francisco) foi firmado em 26 de junho de 1945 
e entrou em vigor em 24 de outubro daquele mesmo ano, no momento em que foi ratificado pela 
URSS, EUA, China, Reino Unido e França – as cinco potências – e pela maioria dos estados fun- 
dadores da Organização Internacional, participantes da Conferência. 
 Notou-se, desde que se efetivou a criação da ONU, a formação de quatro aglomerações bem 
definidas que mantinham uma forte influência nas discussões, desenvolvimento e formação da 
doutrina dos direitos humanos no seio daquela entidade. Um grupo de países ocidentais, que 
rapidamente tomou a liderança política da instituição e tinha nos Estados Unidos, França e 
Inglaterra, seus mentores políticos e ideológicos, seguidos por muitos outros países do Ocidente 
político, entre os quais figurava a Austrália. Um segundo bloco formado pelos países da América 
Latina que agarraram, desde o início, a causa dos direitos humanos, tomando muitas vezes, nesse 
campo, decisões mais avançadas que a dos próprios países mais desenvolvidos do hemisfério. O 
bloco dos países socialistas, em conformidade com seus princípios e ideias, dotados de extremo 
cuidado político e desconfiança generalizada, aceitaram colaborar no avanço dos direitos humanos. 
E os países asiáticos, com exceção dos muçulmanos dirigidos pela Arábia Saudita e pelo Paquistão, 
pouca presença tiveram nas discussões iniciais da matéria. 
 As discussões então travadas nas Nações Unidas encarnavam o contexto político e 
diplomático da Guerra-Fria.39A Carta das Nações Uni- das, no que diz respeito aos direitos 
humanos, contemplava dispositivos bem distantes das expectativas e esperanças que haviam sido 
suscitadas pela declaração do Presidente Roosevelt de 1941. Os dispositivos da Carta de San 
Francis- co não permitem uma definição clara e precisa dos direitos humanos. O documento limita-
se a mencionar a promoção e/ou desenvolvimento dosmesmos, considerados como uma das metas 
da ONU, juntamente ao seu outro grande objetivo: a manutenção da paz e segurança internacionais. 
 A relevância precípua e histórica da Carta de San Francisco, desde a perspectiva do Direito 
Internacional Público, salta na positivação dos princípios gerais que regem as relações amistosas 
entre os Estados. Estes estão iluminados ao longo de seus artigos primeiro e segundo: a igualdade 
soberana dos Estados; a não-intervenção nos assuntos internos dos Estados; proibição do uso ou 
ameaça da força; solução pacífica de controvérsias; igualdade de direitos e autodeterminação; dever 
de cooperação internacional; e, boa-fé no cumprimento das obrigações internacionais. 
Carta Internacional dos DH 
 A Carta Internacional de Direitos Humanos é um conjunto de documentos conformado pela 
Declaração Universal de Direitos Humanos (DUDH), pelo Pacto Internacional de Direitos Civis e 
Políticos (PIDCP), pelo Pacto Internacional de Direitos Econômicos Sociais e Culturais (PI- DESC) 
e por seus protocolos e documentos adicionais. O informe da Comissão Preparatória das Nações 
Unidas de 1945 recomendou originaria- mente a criação de uma comissão de direitos humanos, para 
redigir uma declaração internacional de direitos. A conclusão deste documento, a quarta e última 
etapa na obra de criação da ONU, teve, como nas três etapas anteriores: 
 1. Aprovação das propostas do Plano de Dumbarton Oaks (adotadas em 1944) 
completadas por decisões tomadas na Conferência de Yalta (fevereiro de 1945). 
 2. Firma da Carta das Nações Unidas em San Francisco, que cria a ONU e institui a 
Comissão Preparatória (26 de junho de 1945). 
 3. Reuniões de Londres (a partir de 16 de agosto de 1945) patrocinadas pelo Comitê 
Executivo dessa Comissão, encarregada de elaborar o informe. 

 O documento da Comissão Preparatória relativo ao Conselho Econômico e Social (ECO- 
SOC) estabelecia a criação da Comissão de Direitos Humanos, cujas atividades deveriam estar 
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orientadas para uma declaração internacional de direitos humanos. Foi na Primeira Sessão do 
Conselho Econômico e Social que se criou a Comissão Nuclear de Direitos Humanos, a qual foi 
formada de nove membros designados com base em sua capacidade pessoal. 
 Uma longa e controversa discussão cercava a atmosfera da CDH e do Comitê de Redação. 
Jurisconsultos internacionais e cientistas sociais ampliavam o leque de discussões, baseados em 
distintos pensamentos ideológicos que se assentavam no cenário mundial, a suscitarem indagações e 
questionamentos acerca da liberdade do indivíduo perante as forças da coletividade, dos juízos de 
valor na sociedade industrial, do fundamento jusnaturalista dos direitos consagrados, da inclusão 
dos direitos econômicos e sociais na futura declaração de direitos, e até das relações entre direitos 
individuais e sociais, e de suas diferenças na implementação de cada categoria de direito. 
 Em 10 de dezembro de 1948, em sua Terceira Sessão Ordinária, a Assembléia Geral da 
ONU, reunida em Paris (Palais de Chaillot), por meio de sua Resolução 217 A (III), adotou a 
Declaração Universal de Direitos Humanos, que obteve 48 votos favoráveis, 8 abstenções e nenhum 
voto em contra.54 A Declaração Universal legitimava a preocupação da sociedade internacional 
com a promoção e a proteção dos direitos humanos, condenando as violações maciças e 
persistentes, inclusive em conflitos armados, e elegendo a eliminação da pobreza extrema e da 
exclusão social prioridades internacionais. Portanto, tendo con- traído essas obrigações perante a 
comunidade internacional, os Estados não poderiam, como tam- pouco podem atualmente, alegar 
que a matéria é de exclusiva jurisdição doméstica. 
Preâmbulo da DUDH de cara à atualidade das relações internacionais 
 O preâmbulo da DUDH registra as realidades éticas, históricas, morais, po- líticas, sociais e 
jurídicas que culminaram com a sua proclamação. Consuma, assim mesmo, o espírito dos princípios 
gerais do direito internacional público56 estipulados explicitamente nos primeiro e segundo artigos 
da Carta de San Francisco. A comunhão destes com o registro daquelas consolida esse preâmbulo 
como a fonte ilumina- dora do direito contemporâneo da sociedade inter- nacional. O preâmbulo 
constitui-se, então, como uma consideração cogente de contornos histórico, político, social e 
jurídico que marcam a civilização humana da contemporaneidade. 
 Estamos imersos em uma nova ordem, ou melhor dito, em uma desordem multipolar global, 
na qual se nota o término do momento unipolar onde a supremacia do hegemon, que se empenha 
por menoscabar as normas do direito internacional e do multilateralismo nas Relações 
Internacionais, parecera invencível. E essa nova multipolaridade é produto, ao menos, de quatro 
tendências: 
 1. Ascensão ou ressurgimento de uma série de Estados que prosperam ou renascem e 
cujos recursos energéticos competem com os das potências tradicionais do Ocidente. 

 2. O crescente poder dos atores não-estatais. Estes podem ser muito distintos. 
Compreendem desde as ONGs, das companhias energéticas e farmacêuticas, das regiões chamadas 
“autonômicas” e grupos religiosos, e aterrizam em movimentos como Hamás, Hezbolá e Al Quaeda. 
São atores que ainda sem nenhuma investidura ou capacidade oficiais são perfeitamente capazes de 
mudar ou transformar a agenda de um ou de muitos Estados, assim como de outros sujeitos do 
Direito Internacional. 

 3. As transformações na moeda de troca do poder. Os avanços nas tecnologias que se 
podem empregar para a violência ofere- cem a grupos reduzidos de pessoas a capacidade de 
desafiar Estados poderosos. É um fato que os avanços na tecnologia da informação e nos meios 
globalizados fa- zem com que o exército mais poderoso da história da humanidade possa perder 
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uma Guerra, não no campo de batalha cheio de sangue e mentira, senão no terreno da opinião 
pública mundial. Este fato se pode comprovar inclusive pelas pesquisas realizadas nos países 
tradicionalmente favoráveis às enganosas guerras recentes. 

 4. Os desafios mesmos do Direito Internacional. Esses, talvez, provêm da mente 
humana, fantasiados nos interesses dos Estados mais poderosos. Quem saberá? Mas, o certo é que 
observamos três grandes desafios do DI: a) sua fragmentação à luz de seu vertiginoso crescimento e 
setorialização; b) em conseqüência do anterior, a proliferação de jurisdições internacionais; e, c) a 
geração de regimes internacionais específicos como meio ambiente, direitos humanos, direito do 
mar, comércio internacional e atualmente, como tudo indica, o combate ao terrorismo. 
 Há que se destacar o importante rol que o indivíduo passa a desempenhar na sociedade 
internacional a partir da segunda metade do século XX. Este passa a ser não só um sujeito do 
Direito Internacional Público, como também um ator transformador inquestionável da sociedade 
internacional. A sociedade civil organizada assume um papel preponderante na agenda 
internacional.

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