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Aula 06 Engº., MSc. Jean Carlo Trevizolo de Souza jeantrs@hotmail.com Disciplina: Optativa em Transportes FERROVIAS 2014/01 Assentamento de Via Permanente AULA PASSADA Geometria de Via Permanente Superlargura Superelevação Concordância Vertical e Horizontal Raio de Curva AULA DE HOJE Assentamento de Via Permanente Juntas Preparação e Transporte de Materiais Construção da Ferrovia Assentamento da via O primeiro passo é a locação para trilhos, que consiste na locação topográfica com a instalação de marcos que servirão como referência tanto horizontal como vertical. Atualmente o uso da estação total praticamente aboliu a utilização dos teodolitos mecânicos, devido a sua praticidade e precisão nas medidas realizadas. Utilização de pequenos pedaços de trilhos com um entalhe lateral com objetivo de indicar a posição da cabeça dos trilhos, destacando a altura do lastro, do dormente e do trilho. Para que se iniciem as obras de terraplenagem, são importantes que sejam marcados os offsets. Essa marcação indica onde começa a crista do corte ou o pé do aterro. ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Assentamento da via Implantação de marcos na margem da faixa espaçados de 20 em 20 m, para as atividades de nivelamento dos trilhos. O estudo do greide final dos trilhos vai suprimir qualquer irregularidade da plataforma, através da pequena variação nas alturas do lastro. Nas proximidades das entradas e saídas das curvas deverão ser colocados postes com indicação do raio e grau de curva e a superelevação do trilho exterior. O assentamento da superestrutura poderá ser feito por dois processos: Clássico ou Moderno. ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Assentamento da via Processo Clássico Neste processo, adota-se apenas uma frente de serviço, no início do lote ou prolongamento de estrada de ferro existente. Os dormentes são espalhados com a distância especificada no projeto e, em seguida, são colocadas as placas de apoio sobre os entalhes previamente preparados no dormente. Os trilhos são colocados em sua posição de forma manual ou por meio de guindaste. No caso de trilhos longos soldados, os trilhos são normalmente descarregados nos centros da plataforma por meio de roletes de ferro e colocados sobre os dormentes. A posição das duas filas de trilhos é controlada pelo gabarito de bitola, conforme especificação de projeto. ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Assentamento da via Processo Clássico Gabarito de bitola ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Em seguida, à medida que os trilhos vão sendo colocados sobre os dormentes, ocorre a ligação dos mesmos através de talas de junção, colocando dois ou três parafusos, mal apertados, de modo a permitir a fácil movimentação da linha nas operações seguintes. A ligação dos trilhos é feita em pequenos trechos de 100 a 200 m. Assentamento da via Processo Clássico A fixação de uma das filas de trilhos, por meio da colocação dos acessórios de fixação, é realizada de forma manual com os operários utilizando alavancas. Dessa forma, busca-se chegar a outra fila de trilhos na posição certa, coincidente com o gabarito de bitola, para que a distância entre as duas filas seja mantida aproximadamente igual à bitola especificada. ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Assentamento da via Processo Clássico A fixação dos dormentes não é executada de forma completa nessa fase, sendo realizada apenas a fixação alternada (linha pontilhada ou ponteada), buscando uma conformação de via que permita a circulação de um trem de serviço (trem de lastro) que permite o transporte dos materiais para a frente de serviço. Com o avanço da colocação dos trilhos e formação da grade, são executadas as operações de puxamento, nivelamento e acabamento da via ferroviária, que darão a conformação final e operacional da ferrovia. ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Assentamento da via Processo Clássico Puxamento da Linha Consiste no deslocamento da grade formada pelos trilhos e dormentes buscando o alinhamento de projeto. Por meio de alavancas os trilhos são colocados na posição indicada pelos marcos. Nas tangentes, em virtude do espaçamento favorável da marcação (de 20 em 20 metros), as operações de puxamento são facilitadas, obtendo-se um bom alinhamento da linha sem grande esforço. Nas curvas, torna-se necessário proceder o puxamento da linha entre os marcos por meio do método das flechas para alinhamento das curvas. ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Assentamento da via Processo Clássico Puxamento da Linha O puxamento é realizado nos pontos correspondentes à metade do comprimento de uma corda com comprimento de 10 ou 20 metros, utilizando o valor da flecha correspondente ao raio da curva. Assim, passando as extremidades da corda sobre o trilho pode-se pode verificar as flechas, procedendo-se as correções necessárias para o ajuste da curva. ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Assentamento da via Processo Clássico Lastramento e Nivelamento Consiste no lançamento da pedra britada ou outro material utilizado no lastro em pequenos montes entre os dormentes e trilhos. Pode ser executada posterior ou simultaneamente ao alinhamento da via, desde que, todos os parafusos das juntas estejam devidamente apertados e a fixação dos trilhos nos dormentes concluída. Em etapa posterior, o lastro é encaixado sob os dormentes, levantando-se a grade da linha por meio de pequenos macacos ou pelas próprias máquinas niveladoras e vibradoras. Após, executa-se a compactação do lastro por meio de socadoras mecânicas. ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Assentamento da via Processo Clássico Lastramento e Nivelamento O nivelamento da via é realizado por meio de uma régua e nível de bolha, objetivando atingir a altura dos marcos de referência colocados à margem da linha. Atualmente, o serviço de lastramento e nivelamento é feito exclusivamente por socadoras pesadas que levantam a grade e compactam o lastro por vibração. O principal fator para se garantir um adequado nivelamento da linha consiste no respeito à distribuição granulométrica do material de lastro, especificado em projeto. ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Assentamento da via Processo Clássico Puxamento e Acabamento Etapa final, onde o alinhamento é corrigido ao se conferir a distância entre os marcos e o trilho mais próximo. É possível que, durante a operação de nivelamento, a linha tenha saído da sua posição correta. Feito isso, enche-se de lastro o intervalo entre os dormentes, até a altura destes e compõe-se os taludes do lastro, conforme o projeto. As operações de alinhamento e nivelamento podem ser feitas simultaneamente. ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Assentamento da via Processo Clássico ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Assentamento da via Processo Moderno No processo moderno de implantação de ferrovias, são adotadas várias frentes de serviços e o material é todo transportado por carretas ao longo da plataforma da ferrovia, inclusive o material a ser utilizado como lastro. Diferencia-se do processo clássico também pelo fato da etapa de distribuição do lastro ser executada primeiramente, espalhando-o em uma primeira camada e permitindo o nivelamento preliminar da linha. Posteriormente, executa-se apenas uma compactação primária do lastro. A próxima etapa consiste no assentamento da grade sobre a camada de lastro, executando-se as operações de colocação dos dormentes e trilhos, conforme já descrita no processo anterior. ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Assentamento da via Processo Moderno Após o início do tráfego da ferrovia, pode-se compactar o lastro, atingindo a altura especificada em projeto e realizando as operações de puxamento, nivelamento e acabamento. Outro processo moderno adotado na Europa,particularmente na Alemanha, que reduz significativamente o prazo de assentamento das vias ferroviárias consiste na montagem de estaleiros para produção de grades. Após fabricadas em estaleiro, em dimensões convenientes, as grades são transportadas por guindastes próprios até o local de assentamento. Este método, apesar de ter um custo de investimento superior, possibilita a conclusão das obras mais rapidamente. ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Assentamento da via Processo Moderno ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Assentamento da via Características BITOLA Distância interna entre os trilhos, medida a 16 mm abaixo do plano de rodagem e nas tangentes deve ser exatamente como o determinado em projeto. Nas curvas aplica-se um aumento da bitola denominado superlargura. É comum implantar uma inclinação de 5% ou 2,5% do trilho para dentro da bitola, o que evita desgastes oblíquos no trilho e na roda. As tolerâncias na bitola variam entre –3 (estreitamento) e +6 mm (alargamento), nos alinhamentos retos e podem atingir até +10 mm, nas curvas. O assentamento vertical proporciona maior risco de tombamento dos trilhos externos, nas curvas. ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Assentamento da via Características JOGO DA VIA É a diferença entre a bitola da via, em tangente e a distância entre as faces externas dos frisos das rodas, sendo esta, medida a 10 mm, abaixo do plano de rodagem. Depende do material rodante e foi fixado entre 9 mm e 15 mm, pela Conferência de Berna, para o caso de frisos novos. Reduzindo-se o Jogo da Via, obtém-se maior suavidade no deslocamento sendo, entretanto, maior o desgaste dos trilhos e dos frisos das rodas. Nas curvas, a folga total aceitável, é a soma da “superlargura” com o “jogo da via”. ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Assentamento da via Características JOGO DA VIA ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE No Brasil, a tendência de composições mais pesadas implica em uma densidade de dormentação variando entre 1600 a 1850 dormentes por quilômetro. São colocados perpendicularmente aos trilhos, tanto nas tangentes como nas curvas. A distância entre eles depende de diversos fatores como: carga dos veículos, velocidade dos trens, densidade de tráfego, natureza da plataforma da via e raio das curvas. Taxa de Dormentação (Bitolas métrica e larga) Dormentes de madeira - 1.650 a 1.850 und./km; Dormentes de concreto - 1.600 a 1.750 und./km; Dormentes de aço - 1.500 a 1.650 und./km. Assentamento da via Características DISTRIBUIÇÃO DOS DORMENTES ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Assentamento da via Características DISTRIBUIÇÃO DOS DORMENTES Nas juntas dos trilhos é comum aproximar-se mais os dormentes, para dar melhor apoio à junta. Esta taxa de distribuição dos dormentes é função do peso médio das composições que trafegam na via. Se for maior que 2 000 pç/km, a “socaria” do lastro deverá ser feita, obrigatoriamente, por meios mecânicos já que os métodos manuais ficam inviáveis. ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE No caso de dormentes de madeira tratada quimicamente, entalhação e furação devem ser efetuadas antes do tratamento, por máquinas fixas, de alta produtividade, instaladas junto às usinas de tratamento. Assentamento da via Características DISTRIBUIÇÃO DOS DORMENTES O material de via permanente é transportado para o local de assentamento da via em vagões apropriados, no caso de prolongamento de uma linha ou ramal ferroviário ou então em carretas, no caso de linha férrea inteiramente nova, onde são distribuídos na faixa da ferrovia. ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Assentamento da via Características JUNTAS Juntas entre os trilhos são necessárias para compensar a variação do comprimento dos trilhos em função da variação da temperatura. Juntas Concorrentes ou Paralelas Juntas Alternadas As juntas paralelas são mais utilizadas na Europa e causam o movimento de “galope da composição”. As juntas alternadas são utilizadas no Brasil e EUA e causam o movimento de “balanço da composição”. São dispostas de modo a coincidirem com o ponto médio do trilho oposto ao da junta. Situam-se na mesma normal aos trilhos. ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Assentamento da via Características JUNTAS A prática mostra que o movimento de “galope da composição”, é mais prejudicial, por estar associado à maior quantidade de acidentes. ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Assentamento da via EQUIPES O dimensionamento da turma e distribuição de pessoal depende da velocidade de assentamento de via desejada e dos índices de produção por serviço. Um grupo faz a distribuição dos dormentes e a colocação dos trilhos de forma alternada. Um segundo grupo faz as ligações dos trilhos, deixando as folgas necessárias e lubrificando talas e parafusos com graxa grafitada. Outro grupo faz a pregação (manual ou mecânica). Mais um grupo, encarregado pelo alinhamento grosseiro, para a passagem do trem de lastro. ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE Assentamento da via EQUIPES Este último grupo também poderia ficar responsável pela primeira descarga de brita (lastro) e dar o aperto final nos parafusos (quer por meio de máquinas ou manualmente). Para um ataque de obra mais lento pode-se reduzir o pessoal e concentrá-lo para executar todas as fases do assentamento, no mesmo dia ou em vários dias. Atualmente, o mercado disponibiliza máquinas capazes de executar todas as fases de assentamento em uma única passada. Nesse caso o dimensionamento da equipe se reduz à quantidade mínima de técnicos necessários para operação e manutenção dos equipamentos. ASSENTAMENTO DA VIA PERMANENTE OBRIGADO! Prof. Eng.º MSc. Jean Carlo Trevizolo de Souza jeantrs@hotmail.com https://drive.google.com/folderview?id=0ByWQz0OiDc_TdWU3UC1BelRwdDg&usp =sharing Acesse o link abaixo e baixe a aula de hoje:
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