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Esopo La Fontaine - A cigarra e as formigas, O lobo e o cordeiro

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A cigarra e as formigas
 Esopo (VI a.C)
Era inverno e as formigas estavam arejando o trigo molhado, quando uma cigarra faminta pôs-se a pedir-lhes alimento. As formigas, então, lhe disseram: “Por que é que, no verão, você também não recolheu alimento? E ela: “Mas eu não fiquei à toa! Ao contrário, eu cantava doces melodias!” Então elas lhe disseram, com um sorriso: “Mas se você flauteava no verão, dance no inverno!”
A fábula mostra que as pessoas não devem descuidar de nenhum afazer, para não se afligirem nem correrem riscos. (DEZOTTI, 2003, p.43)
O lobo e o cordeiro
 Esopo
Um lobo viu um cordeiro bebendo água de um rio e desejou devorá-lo por um motivo qualquer bem pensado. Por isso, tendo-se postado mais acima, pôs-se a acusá-lo de turvar a água e impedi-lo de beber. Então o cordeiro disse que bebia na ponta dos lábios e que, além do mais, não podia ser que ele, que estava mais abaixo, estivesse turvando a água do lado de cima. Vencido nessa acusação, o lobo disse: “Mas no ano passado você injuriou meu pai!”. E como o outro dissesse que naquela época nem era nascido, o lobo lhe disse: ”Mesmo que você se saia bem na defesa, eu não vou deixar de te comer!”.
Larápios e bandidos presunçosos que se acusam mutuamente quando se encontram em alguma complicação, a fábula censura. (DEZOTTI, 2003, p.59)
A Cigarra e a Formiga
 La Fontaine (1621/1695)
A Cigarra, tendo cantado
O Verão inteiro,
Viu-se privada de tudo
Quando o inverno chegou:
Nem um único pedacinho
De mosca ou de minhoca.
Foi chorar faminta
Em casa da Formiga sua vizinha,
Pedindo-lhe que lhe emprestasse
Algum grão para sobreviver
Até a primavera.
Eu lhe pagarei, disse ela,
Antes da colheita, palavra de animal,
Juro e capital.
A Formiga não é generosa;
Este é seu menor defeito.
- Que fazia você no tempo quente?
Peguntou ela à necessitada.
- Noite e dia, para todo o mundo,
Eu cantava, não leva a mal.
- Você cantava? Fico contente com isso.
Pois bem! Dance agora.
O Lobo e o Cordeiro
 La Fontaine
A razão do mais forte é sempre melhor:
Vamos prová-lo agora mesmo.
Um Cordeiro matava a sede
Em uma corrente de água cristalina;
Chega faminto um Lobo, que procurava aventura
E que a fome atraía para aqueles lados.
O que o torna tão ousado a ponto de turvar minha água?
Diz esse animal cheio de raiva:
Será castigado por sua audácia.
- Senhor, responde o Cordeiro, que Vossa Majestade
Não se irrite
Mas que veja
Que estou bebendo
Na corrente
Mais de vinte passos abaixo de Vossa Majestade;
E que consequentemente, de nenhuma maneira,
Posso turvar sua água.
- Você a turva, retoma esse cruel animal.
E sei que você falou mal de mim no ano passado.
- Como poderia ter feito isso, se não havia nascido?
Contesta o carneiro, ainda estou mamando.
- Se não foi você, foi seu irmão.
- Não tenho irmão. – Então foi alguém de sua família;
Pois vocês não me poupam,
Nem vocês, nem seus pastores, nem seus cães.
Disseram-me: é preciso que eu me vingue.
Dito isso, para o fundo das florestas
O Lobo o leva, e depois o come,
Sem mais explicações.
Referência:
DEZOTTI, Maria Celeste Consolin (Org.). Brasília: Editora Universidade de Brasília/São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. A tradição da fábula. De Esopo a La Fontaine, 2003.

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