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16/02/2017 1 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Física Geral III – Aula 5 Nesta aula definiremos potencial elétrico. O efeito eletrostático, devido a qualquer distribuição de carga, pode ser descrito tanto em termos do campo elétrico como do potencial elétrico. A solução de problemas em eletrostática, é simplificada quando usamos o potencial elétrico em vez do campo elétrico, já que o primeiro é um campo escalar e o segundo um campo vetorial. L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Quando uma partícula carregada se desloca em um campo elétrico, o campo exerce uma força que realiza trabalho sobre a partícula. Esse trabalho realizado pode ser expresso em termos de energia potencial elétrica. Descrevemos a energia potencial elétrica usando um conceito novo chamado de potencial elétrico. É conveniente trabalhar com esta grandeza, pois, ela é escalar e está relacionada com o campo elétrico. Pág. 2 de 74 Energia Potencial Elétrica L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Potencial elétrico O conceito de energia, em mecânica, mostrou-se ser de suma importância no estudo de problemas nesta área da física, principalmente naqueles casos onde os cálculos envolvendo as leis de Newton têm solução complexa. No caso da eletrostática o conceito de energia é Pág. 3 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Potencial elétrico também especialmente valioso. Ele não somente estende a lei de conservação, mas também permite-nos ver o fenômeno eletrostático de um outro ponto de vista, fornecendo assim, uma ferramenta poderosa na solução de problemas. Em muitos problemas eletrostáticos, a Pág. 4 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Potencial elétrico solução fica mais simples quando usamos relações envolvendo a energia, do que aplicando as leis envolvendo a força e o campo elétrico. Como podemos definir o potencial para problemas eletrostáticos? Pág. 5 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Potencial elétrico Para aplicar a conservação da energia a problemas eletrostáticos, necessitamos definir o conceito de energia potencial elétrica, como tem sido feito para o caso de outras energias potenciais, por exemplo, a gravitacional. Isto pode ser feito analisando o trabalho realizado para mover uma carga de prova q na presença de um campo elétrico externo. Pág. 6 de 74 16/02/2017 2 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Potencial elétrico Ao abandonar-se, em repouso, uma carga elétrica q, puntiforme, numa região onde existe um campo elétrico isolado, ela fica sujeita a uma força elétrica resultante F e desloca-se espontaneamente na direção e sentido desta força. Nestas condições, o trabalho realizado por F é sempre positivo. Durante o movimento espontâneo da partícula q verificam-se algumas propriedades que se seguem: Pág. 7 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Potencial elétrico Em todo movimento espontâneo de carga elétrica, na presença de campo elétrico, a energia potencial elétrica da mesma diminui. Pág. 8 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Potencial elétrico Cargas elétricas positivas, abandonadas em repouso na presença de campo elétrico e sujeitas apenas à ação da força elétrica, deslocam espontaneamente para pontos de menor potencial elétrico. Se a carga for negativa o deslocamento se dará no sentido de maior potencial elétrico. Pág. 9 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Potencial elétrico Imagine dois objetos eletrizados, com cargas de mesmo sinal, inicialmente afastados. Para aproximá-los, é necessária a ação de uma força externa, capaz de vencer a repulsão elétrica entre eles. O trabalho realizado por esta força externa mede a energia transferida ao sistema, na forma de energia potencial de interação elétrica. Eliminada a força externa, os objetos Pág. 10 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Potencial elétrico afastam-se novamente, transformando a energia potencial de interação elétrica em energia cinética à medida que aumentam de velocidade. O aumento da energia cinética corresponde exatamente à diminuição da energia potencial de interação elétrica. Pág. 11 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Potencial elétrico O trabalho (ΔW) realizado, sobre uma partícula de prova q, para provocar um pequeno deslocamento Δr é definido pelo produto escalar entre o vetor força F e o vetor deslocamento, como a seguir: .zFyFxFrFW zyx Pág. 12 de 74 16/02/2017 3 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Potencial elétrico Neste caso o trabalho é igual à diferença de energia gasta para mover a carga de prova q de certo ponto a outro. Supomos agora, que a partícula q é forçada a deslocar de um ponto A a um outro ponto B, na presença de um campo elétrico, não necessariamente uniforme. Veja figura no próximo slide. Pág. 13 de 74 Podemos escrever a força sobre a partícula em termos do campo elétrico, isto é, .EqF Pág. 14 de 74 Como trata-se de uma força variável, temos que lançar mão do cálculo integral, como no exemplo abaixo: Pág. 15 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Potencial elétrico Considerando deslocamentos infinitesimais dr para que o vetor força F seja considerado constante nesse deslocamento, temos .zdEydExdEqrdEqdW zyx de forma que . B A rdEqdWW Pág. 16 de 74 B A AB B A AB ldEqUU ldFWUU Pág. 17 de 74 Pág. 18 de 74 Quando uma carga positiva se move na mesmadireção e no mesmo sentido de um campo elétrico, o campo realiza um trabalho positivo e a energia potencial diminui, observe que U = W. 16/02/2017 4 Pág. 19 de 74 Quando uma carga positiva se move na mesma direção e no sentido contrário ao de um campo elétrico, o campo realiza um trabalho negativo e a energia potencial aumenta, observe que U = W. Pág. 20 de 74 Quando uma carga negativa se move na mesma direção e no mesmo sentido de um campo elétrico, o campo realiza um trabalho negativo e a energia potencial aumenta, observe que U = W. Pág. 21 de 74 Quando uma carga negativa se move na mesma direção e no sentido contrário ao de um campo elétrico, o campo realiza um trabalho positivo e a energia potencial diminui, observe que U = W. L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Considere duas partículas de carga q1 e q2: • q1 e q2 tiverem sinais opostos, a força é atrativa. Se deslocar q2 para a direita a energia potencial do sistema aumenta: F dl 00 ab UUdWldF Energia Potencial Elétrica Pág. 22 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B • q1 e q2 tiverem mesmo sinal, a força é de repulsão. Se deslocar q2 para a esquerda a energia potencial do sistema aumenta: 00 ab UUdWldF F dl Energia Potencial Elétrica Pág. 23 de 74 Pág. 24 de 74 Um cristal de sal de cozinha possui energia potencial total positiva ou negativa? Por que o sal dissolve na água? http://cftc.cii.fc.ul.pt/PRISMA Um cristal de sal é constituído por um íon de sódio (Na+) e um íon de cloro (Cl) e possui uma energia potencial total negativo. Para dissolver o sal na água, é necessário fornecer energia para separar seus íons. Essa energia resulta da interação entre os íons e as cargas do dipolo da molécula de água. 16/02/2017 5 Como é produzida a iluminação nas luzes de neônio? Nas luzes de neônio, a energia potencial elétrica é transferida para os átomos do gás neônio. Essa energia adicionada possibilita a excitação de elétrons negativos afastando-os dos núcleos. Em uma fração de segundos os elétrons retornam para a posição inicial mais próxima dos núcleos, liberando a energia sob forma de luz. Pág. 25 de 74 Para o campo de uma carga pontual o trabalho é .cos B A B A lEdqldEqW como d l cos ϕ = dr veja próximo slide, . B A rdEqW Pág. 26 de 74 Cálculo da energia potencial do sistema de duas cargas pontuais. rd ld r q Pág. 27 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Potencial elétrico Usando , 20 r Q kE escrevemos . 11 020 B A BA rr qQk r rd qQkW Pág. 28 de 74 Ou seja, o trabalho realizado pelo campo gerado por uma carga puntual depende apenas das posições iniciais e finais independendo da trajetória seguida pela carga. Pág. 29 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B • A energia potencial elétrica de um sistema de cargas pontuais fixas é igual ao trabalho que deve ser realizado por um agente externo para reunir o sistema, trazendo cada carga de uma distância infinita. • Suponha o sistema de duas cargas fixas mostrada abaixo Energia Potencial Elétrica Pág. 30 de 74 16/02/2017 6 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Para determinarmos a energia potencial elétrica deste sistema de duas cargas precisamos construir mentalmente o sistema, partindo de duas cargas infinitamente distantes, e em repouso. Quando trazemos q1 do infinito e fixamos não realizamos nenhum trabalho, pois nenhuma força eletrostática atua sobre q1. Quando trazemos a carga q2, precisamos realizar um certo trabalho, uma vez que q1 exerce força eletrostática sobre q2. Energia Potencial Elétrica Pág. 31 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B A carga q2 sente um campo elétrico devido a carga q1: r r q rEE r ˆ 4 ˆ 2 0 1 EdrdrEldE rdrld rrr r ˆ ,ˆ (indica o deslocamento de q2) Energia Potencial Elétrica Pág. 32 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Assim, ab ab r r r r ab rr qqUU r dr qqdrEqUU b a b a 11 4 1 4 1 21 0 221 0 2 Energia Potencial Elétrica Pág. 33 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Escolha do ponto de referência para a energia potencial elétrica: ra → ∞, assim Ua = 0. Seja r a distância até o ponto final b: r qq rU 21 04 1 )( Energia Potencial Elétrica Pág. 34 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Energia Potencial Elétrica de um Sistema de Cargas Imaginemos um sistema de cargas pontuais mantidas em posições fixas. A energia potencial total desse sistema é aplicando a equação anterior a cada par de cargas do sistema. Por exemplo, se temos um sistema de três cargas: Energia Potencial Elétrica Pág. 35 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B d qq d qq d qq U 31 0 32 0 21 0 4 1 4 1 4 1 U é uma propriedade do sistema e não de alguma carga individual. Energia Potencial Elétrica Pág. 36 de 74 16/02/2017 7 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Algumas considerações: • Considere que um agente externo remove as cargas, todas de mesmo sinal, desde o infinito e as reúne, ele realiza trabalho ao exercer uma força que se opõe à força eletrostática. O agente externo está armazenando energia no sistema de cargas. Se de repente o agente deixasse de manter as cargas em suas posições, elas ganhariam energia cinética à medida que o sistema se desfizesse. Energia Potencial Elétrica Pág. 37 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . Go n ç a lv e s - D C E /U E S B • Se as cargas possuírem sinais diferentes, a energia potencial seria negativa. Neste caso, o agente externo teria de fornecer energia, na forma de trabalho para separar o sistema e mover as cargas até a separação infinita. Energia Potencial Elétrica Pág. 38 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Como podemos definir o potencial elétrico para problemas eletrostáticos? Potencial Elétrico É a energia potencial por unidade de carga. Assim, uma carga teste q0 foi colocada num ponto a de uma campo elétrico adquire uma energia potencial. O potencial elétrico associado a esse ponto a é: 0q U V aa V é uma grandeza escalar. Unidade é J/C = V (Volt) Pág. 39 de 74 A diferença de potencial elétrico (d.d.p.) entre dois pontos: 00 q U q UU VVV abab Se Vb > Va → o campo elétrico realiza trabalho negativo quando a carga de prova se move de a para b. baab WUU A expressão ΔU = q ΔV estabelece que quando qualquer carga q se move entre dois pontos cuja d.d.p. seja ΔV, o sistema sofre uma variação de energia potencial ΔU. Pág. 40 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Por conveniência, se adotarmos Ua = 0 no infinito como nossa energia potencial de referência, então o potencial no infinito também será nulo. A d.d.p. é igualmente independente do percurso. O campo elétrico é um campo conservativo, e assim a diferença de energia potencial entre os pontos a e b depende somente das localizações dos pontos. Potencial Elétrico Pág. 41 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B SUPERFÍCIES EQUIPOTENCIAIS Pontos que possuem o mesmo potencial elétrico formam uma SUPERFÍCIE EQUIPOTENCIAL. O trabalho realizado por um campo elétrico sobre uma partícula quando ela se move entre dois pontos localizados sobre a mesma equipotencial é nulo. Considere uma família de superfícies equipotenciais associada a um campo elétrico devido a uma distribuição de cargas. Pág. 42 de 74 16/02/2017 8 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B SUPERFÍCIES EQUIPOTENCIAIS Trabalho realizado pelo campo elétrico sobre uma partícula carregada quando se move de um extremo a outro. Pág. 43 de 74 VqW baab WUU ΔU = q ΔV L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B SUPERFÍCIES EQUIPOTENCIAIS As superfícies equipotenciais são sempre perpendiculares às linhas de campo elétrico. Linhas de campo elétrico (linha cheia) e cortes transversais de superfícies (linhas tracejadas) (a) Campo: Uniforme (b) carga pontual Pág. 44 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B (c) Dipolo elétrico SUPERFÍCIES EQUIPOTENCIAIS Pág. 45 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Cálculo do Potencial a Partir do Campo Elétrico Pode-se calcular a diferença de potencial elétrico entre dois pontos em um campo elétrico se conhecermos o vetor campo elétrico ao longo de qualquer trajetória que ligue esses pontos. Considere um campo elétrico arbitrário e uma carga de prova q0 , que se move em uma trajetória entre os pontos i e f. Pág. 46 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Cálculo do Potencial a Partir do Campo Elétrico Em qualquer ponto da trajetória atua uma força F. O trabalho realizado pela partícula no deslocamento ds. sdEqsdFdW 0 Pág. 47 de 74 .0 f i sdEqdWW A diferença de potencial elétrico entre dois pontos quaisquer em um campo elétrico: . 0 f i if sdE q W VV Cálculo do Potencial a Partir do Campo Elétrico Assim, se o campo elétrico for conhecido em todos os pontos de uma certa região do espaço, podemos calcular a diferença de potencial entre dois pontos quaisquer. Pág. 48 de 74 16/02/2017 9 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B POTENCIAL DEVIDO A UMA CARGA PUNTIFORME A carga positiva q produz um campo elétrico E e um potencial elétrico V no ponto P. Considere um ponto P distante R da carga fixa q. Suponha que movemos a carga de prova q0 desde um ponto inicial até um ponto final. Pág. 49 de 74 f i if f i if rEdVV rdrsd EdrsdE sdEVV . ˆ 1cos,0,cos 0 POTENCIAL DEVIDO A UMA CARGA PUNTIFORME . 4 1 2 0 r q E Pág. 50 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B R q V q dr r q V r R R 0 0 2 0 4 1 4 1 4 0 1 POTENCIAL DEVIDO A UMA CARGA PUNTIFORME Válida também para qualquer distribuição esfericamente simétrica de carga total q, se R for maior que o raio da distribuição. Pág. 51 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Potencial elétrico V(r) devido a uma carga pontual localizada na origem de um plano xy. POTENCIAL DEVIDO A UMA CARGA PUNTIFORME Pág. 52 de 74 No caso de uma distribuição de cargas discretas, figura ao lado, o potencial elétrico pode ser calculado usando o PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO. Isto significa que o potencial resultante, em um dado ponto do espaço, é igual a soma dos potenciais elétricos produzidos por cada carga individualmente no ponto P. Potencial devido a um grupo de cargas puntiformes Pág. 53 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Logo, pela definição de potencial elétrico, o potencial resultante em um ponto P, devido a uma distribuição de cargas discretas, será igual a soma algébrica dos potenciais em P devido a cada uma das cargas, isto é, N i i i r q k r q k r q k r q krV 1 0 3 3 0 2 2 0 1 1 0)( Potencial devido a um grupo de cargas puntiformes Pág. 54 de 74 16/02/2017 10 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P. G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Analisaremos a seguir o potencial elétrico devido a uma distribuição discreta de cargas, contendo quatro cargas posicionadas nos vértices de um quadrado de lado d, como mostra a figura ao lado. 2 2 d Potencial devido a um grupo de cargas puntiformes Pág. 55 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Neste caso o potencial no centro do quadrado (ponto P) é igual a soma algébrica dos potenciais devido a cada uma das quatro cargas, isto é, ).( 2 2 )( )( 4321 0 4 4 0 3 3 0 2 2 0 1 1 0 qqqq d k rV r q k r q k r q k r q krV Potencial devido a um grupo de cargas puntiformes Pág. 56 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Sendo q1 = 1,0x10 -8C , q2 = -2,0x10 -8C, q3 = 3,0x10 -8C, q4 = -2,0x10 -8C e d = 1,0 m, o valor do potencial no centro quadrado será igual a zero, V = 0 Volts. Obviamente em outro ponto o potencial pode ser diferente de zero. Verifique esta afirmação, escolhendo uma outra posição para o ponto P. Potencial devido a um grupo de cargas puntiformes Pág. 57 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Exemplo: POTENCIAL DEVIDO A UM DIPOLO ELÉTRICO Pág. 58 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B POTENCIAL DEVIDO A UMA DISTRIBUIÇÃO CONTÍNUA DE CARGA Se uma distribuição de carga q é contínua, escolhe-se um elemento diferencial de carga dq, e determina-se o potencial dV em um ponto P devido à dq, e então integra-se sobre toda a distribuição de carga. . 4 1 4 1 0 0 r dq dVV r dq dV Pág. 59 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Exemplo: Linha de Carga Uma haste fina não condutora de comprimento L possui uma carga positiva de densidade linear uniforme λ. Determine o potencial elétrico no ponto P, a uma distância perpendicular da extremidade esquerda da haste. Pág. 60 de 74 16/02/2017 11 Nas aulas anteriores, definimos o conceito de campo elétrico como sendo igual a força por unidade de carga, no sentido de torná-lo uma grandeza independente da carga de prova q, ou melhor falando, ser dependente apenas da distribuição de cargas elétricas que está criando o campo E. De forma semelhante, vamos introduzir o conceito de potencial elétrico como sendo uma grandeza independente de q, dividindo o trabalho pela carga teste. Isto é; Pág. 61 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Potencial elétrico O potencial elétrico é definido crescente no sentido da linha de força ou linha de campo. .ou B A ABAB rdEdVrdEVVV Pág. 62 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Na expressão anterior obtemos a diferença de potencial através do campo elétrico. Podemos obter o campo elétrico via o potencial? Sim, a relação entre o potencial elétrico pode ser obtida de uma forma simples, sabemos que o potencial é uma função escalar que depende, em geral, do ponto do espaço e Potencial elétrico Pág. 63 de 74 conseqüentemente pode ser escrito por V = V(x,y,z), a diferencial total de V é ,dz z V dy y V dx x V dV como ,rdEdV e ,ˆˆˆ e ˆˆˆ dzkdyjdxirdkEjEiEE zyx Pág. 64 de 74 escrevemos ,dzEdyEdxEdV zyx comparando com ,dz z V dy y V dx x V dV temos as expressões . e , z V E y V E x V E zyx Assim, se conhecermos V(x, y, z) para todos os pontos na região ao redor de uma distribuição de carga, podemos determinar as componentes de E em qualquer ponto, tomando as suas derivadas parciais. Pág. 65 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B VE ,ˆˆˆ k z j y i x onde, Este operador é conhecido como gradiente. O gradiente aplicado a uma função escalar resulta em uma função vetorial. Portanto, em cada ponto, a direção e o sentido do campo elétrico corresponde à direção e ao sentido em que o potencial decresce mais rapidamente, sendo sempre perpendicular à superfície equipotencial que passa no ponto considerado. CALCULANDO O CAMPO A PARTIR DO POTENCIAL Pág. 66 de 74 16/02/2017 12 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Potencial elétrico Exemplo 1: Potencial elétrico devido a um disco uniformemente carregado. Vimos que o campo devido a um disco carregado é dado por ,ˆ12 22 0 k Rz z kE Pág. 67 de 74 Usando Observe que o potencial é determinado a menos de uma constante aditiva. .2 12 22 0 22 0 CzRzkV dz Rz z k dzErdEV z Pág. 68 de 74 Se tivermos que determinar o campo a partir do potencial fazemos ,2 220 CzRzkV , z V Ez .12 22 0 Rz z kEz donde escrevemos Pág. 69 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Um Condutor Isolado Um condutor extenso eletrizado encontra-se em equilíbrio eletrostático quando, em sua superfície ou em seu interior, não existe movimento ordenado de cargas elétricas. Quando o condutor recebe um excesso de cargas elétricas e como elas se repelem e se movem no condutor, a tendência é ficarem o mais longe possível, ou seja, na superfície externa. Pág. 70 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Um Condutor Isolado No interior do condutor, onde não existem cargas em excesso, o campo elétrico deve ser nulo e o potencial elétrico V constante, caso contrário haveria movimento ordenado de elétrons. if f i if VV sdEVV 0 Pág. 71 de 74 Na superfície, o campo elétrico não é nulo e é normal à superfície (de afastamentopara cargas positivas e de aproximação para negativas) e o potencial elétrico V é constante, pois as cargas elétricas em excesso não se movem. Pág. 72 de 74 16/02/2017 13 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B Campo e potencial elétrico de um condutor esférico Pág. 73 de 74 L u iz d a rc y d e M . C a st ro e C ri st in a P . G o n ç a lv e s - D C E /U E S B REFERÊNCIAS • Zemansky, Sears. Física. Vol.3, Addison Wesley, 10O. Edição, São Paulo, 2003. • Resnick, R.; Hallyday, D. Fundamentos de Física. Vol.3, LTC, 1996. • Tipler, P. Física. Vol.3 e 4, LTC. 2O.Edição, 2000. • Alonso e Finn. Física: um curso universitário. Vol 1 e 2. • Nussenzveig, H. M. Curso de Física Básica, Eletromagnetismo. Vol.3. Pág. 74 de 74
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