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02/05/2018 1 CURSO: ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA ESTRADAS E AEROPORTOS DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS FLEXÍVEIS PROFª: ANDRÉIA POSSER CARGNIN E-mail: andreiacargnin25@gmail.com 1 DIMENSIONAMENTO: INTRODUÇÃO Pavimentação = inúmeras incertezas Heterogeneidade das características referentes à capacidade de suporte dos materiais das diferentes camadas Tráfego – dificuldade de conhecimento exato acerca dos veículos circulantes, históricos de evolução de tráfego Dependência das variáveis climáticas (temperatura e umidade) Caracterização exata do comportamento mecânico dos materiais / camadas. Projeto de um pavimento Determinar as espessuras de camadas e os materiais a serem empregados, considerando: Carga dos veículos e sua frequência Características geotécnicas do subleito Disponibilidade dos materiais a serem empregados nas camadas intermediárias Condições climáticas empenamento: CCP; comportamento visco- elástico CBUQ 2 02/05/2018 2 DIMENSIONAMENTO: INTRODUÇÃO Projeto de um pavimento Dimensionamento Concepção de uma estrutura capaz de suportar o volume de tráfego pré-estabelecido, oferecendo desempenho desejado para suas funções Conhecimento detalhado da teoria por trás de cada metodologia de dimensionamento contribuirá para o sucesso da aplicação da metodologia para o adequado desempenho de campo do pavimento A existência de condições ambientais, geológicas, de tráfego e de ruptura distintas justificam a existência de inúmeros métodos de dimensionamento. 3 DIMENSIONAMENTO: INTRODUÇÃO Principal diferença entre diferentes métodos de dimensionamento adoção do critério de ruptura Ruptura estrutural O pavimento não suporta adequadamente as cargas aplicadas deformações excessivas cisalhamento do subleito deformações plásticas Ruptura funcional Quando o pavimento deixa de atender ao usuário em termos de segurança e conforto ao rolamento, independente da existência de problemas estruturais Avaliação de irregularidade Avaliação da aderência pneu-pavimento Levantamento de defeitos de superfície 4 02/05/2018 3 DIMENSIONAMENTO: INTRODUÇÃO Principais mecanismos de ruptura em pavimentos flexíveis Ruptura por acúmulo de deformações plásticas (permanentes) Ação de deformações cisalhantes que ocorrem em camadas de misturas asfálticas, em materiais granulares e no subleito 5 Fonte: notas de aula Prof. Deividi Pereira (UFSM) DIMENSIONAMENTO: INTRODUÇÃO 6 Principais mecanismos de ruptura em pavimentos flexíveis Ruptura por fadiga Fissuras interligadas no revestimento do pavimento Fonte: notas de aula Prof. Deividi Pereira (UFSM) 02/05/2018 4 TIPOS DE DIMENSIONAMENTO Metodologias de projeto Modelagem empírica Baseada apenas nas observações de campo sobre o desempenho dos pavimentos ao longo dos anos modelagem estatística da evolução dos parâmetros físicos Validade: restrita para pavimentos submetidos a condições idênticas Modelagem mecanicista Fundamentada na teoria da elasticidade A evolução da tecnologia (processamento computacional) permitiu a ampliação de sua aplicabilidade Modelagem empírico-mecanicista Associação das duas metodologias modelos teóricos calibrados a partir de dados experimentais obtidos em campo e laboratório. Cada critério apresenta vantagens e desvantagens inerentes à consideração de parâmetros físicos e numéricos, campo de aplicação e simplicidade de utilização 7 MÉTODO DO CBR Método atribuído ao engenheiro O. J. Porter do California Division of Highway (CDH) Considerado o primeiro método de dimensionamento de pavimentos flexíveis com uma considerável base experimental Método empírico – pavimentos com desempenho satisfatório ou insatisfatório Critério de ruptura Cisalhamento do subleito e camadas granulares afundamentos em trilhas de roda (deformações permanentes) Deu origem à metodologia adotada pelo DNER/DNIT Proposto em 1929 mesma pesquisa que originou o ensaio do CBR quantificou a espessura de materiais (granulares) necessária para a proteção do subleito contra deformações plásticas excessivas 8 02/05/2018 5 MÉTODO DO CBR Curva “B” (1929) Curva representativa para o tráfego composto por pequenos caminhões com eixo de 7.000 lbs carga média para a época de aproximadamente 31,14 kN. Considerada a primeira curva de dimensionamento de pavimentos flexíveis Fornecia espessura de camada granular (base + sub-base) para proteção contra aquele mecanismo de ruptura Pontos abaixo da curva ruptura por deformação permanente excessiva Pontos acima da curva pavimentos observados com desempenho satisfatório 9 MÉTODO DO CBR Curva “B” (1929) 10 02/05/2018 6 MÉTODO DO CBR Curva “A” (1942) Adaptação da curva “B” para dimensionamento de pistas de aeroportos militares Ilhas do Pacífico durante a 2ª Guerra Mundial operação de aviões militares de grande porte B-29 Desenvolvido pelo Corpo dos Engenheiros do Exército dos EUA (United States Army Corp of Engineers – USACE) Curva representativa para cargas de 12.000 lbs de trens de pouso individuais de aeronaves pesadas Motivações para adaptações do método do CBR Ensaios de simples interpretação Rápida execução Dimensionamento proporciona proteção contra ruptura imediata do pavimento por cargas de aeronaves pesadas 11 MÉTODO DO CBR Curva “A” (1942) 12 02/05/2018 7 MÉTODO DO CBR Condicionantes: Rodoviário (Curva “B”) Pavimento rodoviário Eixos rodoviários Fluxo canalizado Elevado número de repetições de carga até a ruína Aeroportuário (Curva “A”) Maiores cargas e pressões de inflação dos pneus Distribuição lateral do tráfego Adaptação: Mesmos procedimentos adotados para carga de 12.000 lbs (52,58 kN) após 5.000 coberturas, se o pavimento não apresenta-se sinais de ruptura plástica, a espessura era considerada suficiente. 13 MÉTODO DO CBR Aeroportuário (Curva “A”) Adaptação: Observou-se quais espessuras de bases granulares protegiam diferentes subleitos (diferentes CBR) contra a ruptura por cisalhamento Após as observações de campo, eram calculadas as tesões cisalhantes provocadas pelo carregamento em função da profundidade (ou espessura) da base granular (estudos em sistema elástico de camadas proposto por Boussinesq equacionamento pela teoria da elasticidade) 14 02/05/2018 8 MÉTODO DO CBR Curva “A” (1942) Após as determinações para cargas de 12.000 lbs, as extrapolações foram estendidas para demais valores de carga, chegando-se às Curvas de dimensionamento do Método do CBR para Aeroportos 15 MÉTODO DO CBR Caso aeroportuário O estudo do USACE foi estabelecido para 5.000 coberturas uma cobertura ocorre quando todos os pontos de uma faixa lateral útil de contato dos pneus foram solicitados pelo menos uma vez para um dado número de operações (N) ocorre uma cobertura do pavimento Caso rodoviário Para o eixo padrão, uma cobertura ocorre a cada 2,64 operações do ESRD canalização do tráfego 5.000 coberturas seria aplicável a 13.200 operações de eixos em uma rodovia 16 02/05/2018 9 MÉTODO DO DNER Primeira versão: 1966 – 3ª Revisão em 1981 Concebido pelo Eng. Murilo Lopes de Souza, é uma variante do critério do CBR, baseado nas curvas do USACE. Foi corrigido para o caso rodoviário para repetições de carga de 18.000 lbs (80 kN) Parâmetros de dimensionamento CBR estatístico Indica a compactação dos solos dos materiais das demais camadas granulares(GC ≥ 100% da energia indica nas Especificações Gerais) FEC USACE = DNER eixo-padrãoESRD 80 kN (8,2 t) 17 MÉTODO DO DNER Condições para o revestimento betuminoso 18 N Espessura mínima de Revestimento betuminoso N ≤ 106 Tratamentos Superficiais Betuminosos 1,5 a 3,0 cm 106 < N ≤ 5x106 Revestimentos Betuminosos com 5,0 cm de espessura 5x106 < N ≤ 107 Concreto Betuminoso com 7,5 cm de espessura 107 < N ≤ 5x107 Concreto Betuminoso com 10,0 cm de espessura N > 5x107 Concreto Betuminoso com 12,5 cm de espessura Se empregados tratamentos superficiais, as bases granulares deverão possuir coesão, pelo menos aparente (capilaridade ou entrosamento de partículas) Espessuras mínimas recomendadas com base na experiência nacional (anos 1960) para evitar ruptura do revestimento (critério empírico) 02/05/2018 10 MÉTODO DO DNER Dimensionamento Estrutura genérica 19 Espessura total sobre o subleito (Hm) Espessura de material granular (padrão) proteção do subleito contra ruptura por cisalhamento Parâmetros: N e CBRsubleito ≤ 20% Reforço do subleito Sub-base Base Revestimento asfáltico Subleito 𝐡𝐧 𝐡𝟐𝟎 𝐁 𝐑 𝐇𝟐𝟎 𝐇𝐧 𝐇𝐦 MÉTODO DO DNER Dimensionamento Espessura total sobre o subleito (Hm) Ábaco de dimensionamento Espessuras equivalentes em termos de brita graduada 20 𝐇𝐭 = 𝟕𝟕, 𝟔𝟕 × 𝐍𝟎,𝟎𝟒𝟖𝟐 × 𝐂𝐁𝐑ି𝟎,𝟓𝟗𝟖 OBS: Para as camadas de base e sub-base, são exigidos no método valores mínimos de CBR de 80% e 20%, respectivamente. Para tráfego leve (N ≤ 5x106), a versão de 2006 do Manual de Pavimentação do DNIT permite a utilização de materiais com CBR ≥ 60% para a base. 02/05/2018 11 MÉTODO DO DNER Dimensionamento Espessura total sobre o reforço subleito (Hn) Em termos de material granular (padrão) proteção do reforço do subleito contra ruptura por cisalhamento Parâmetros necessários N CBR do reforço (CBRn) CBRn > CBRm (subleito) Espessura total sobre a sub-base (H20) Em termos de material granular (padrão) proteção da sub-base contra ruptura por cisalhamento Parâmetros necessários N CBR da sub-base (compulsoriamente, se CBR > 20%, adotar como CBR da sub-base 20% a favor da segurança) 21 MÉTODO DO DNER Dimensionamento Cálculo das espessuras reduzidas Função do material empregado Coeficientes de equivalência estrutural Número empírico que relaciona a capacidade de redução relativa de pressão (tensões) sobre o subleito causada por um material qualquer e a redução relativa de pressão (tensões) causada pelo material padrão (brita graduada) 22 𝐑 ȉ 𝐊𝐫 + 𝐁 ȉ 𝐊𝐛 ≥ 𝐇𝟐𝟎 𝐑 ȉ 𝐊𝐫 + 𝐁 ȉ 𝐊𝐛 + 𝐡𝟐𝟎 ȉ 𝐊𝐬 ≥ 𝐇𝐧 𝐑 ȉ 𝐊𝐫 + 𝐁 ȉ 𝐊𝐛 + 𝐡𝟐𝟎 ȉ 𝐊𝐬 + 𝐡𝐧 ȉ 𝐊𝐧 ≥ 𝐇𝐦 Reforço do subleito Sub-base Base Revestimento asfáltico Subleito 𝐡𝐧 𝐡𝟐𝟎 𝐁 𝐑 𝐇𝟐𝟎 𝐇𝐧 𝐇𝐦 Kr, Kb, Ks e Kn são os coeficientes de equivalência estrutural dos materiais de revestimento, base, sub-base e reforço do subleito. 02/05/2018 12 MÉTODO DO DNER 23 Material da camada Materiais típicos Valor de K Revestimento ou base de concreto betuminoso usinado a quente CBUQ 2,0 Revestimento ou base de pré-misturado denso à quente PMQ 1,7 Revestimento ou base de pré-misturado denso à frio PMF 1,4 Revestimento ou base betuminosa por penetração PMAF, MB, TSS, TSD, TST 1,2 Camadas de materiais granulares BGS, MH, MS, BC, SB 1,0 Sub-base granular 0,77 (1,0) Reforço do subleito 0,71 (1,0) Mat. Estabilizado com cimento Rc7 > 4,5 MPa BGTC, SC 1,7 Mat. Estabilizado com cimento 2,8 < Rc7 < 4,5 MPa SC 1,4 Mat. Estabilizado com cimento 2,1 < Rc7 < 2,8 SMC 1,2 Mat. Estabilizado com cal Solo-cal 1,2 Coeficientes de equivalência estrutural (K) MÉTODO DO DNER Dimensionamento Execução das camadas granulares mínimo de 15 cm para compactação, de 10 a 20 cm Considerações finais Método empírico, cuja adaptação não considerou as particularidades brasileiras Critério de ruptura cisalhamento do subleito e camadas granulares Não considera o processo de ruptura por fadiga situação corriqueira atualmente Necessidade de verificação à fadiga por meio de processos mecanicistas 24 02/05/2018 13 EXERCÍCIO 1) Dimensionar um pavimento para uma estrada em que N = 1,5x106, sabendo que o subleito apresenta CBR = 8% e que se dispõe de material para sub-base e base Resposta: 25 Sub-base Base Revestimento asfáltico Subleito 𝟐𝟓, 𝟎 𝐜𝐦 𝟏𝟔, 𝟎 𝐜𝐦 𝟓, 𝟎 𝐜𝐦 𝐇𝟐𝟎 𝐇𝐦 Hm = 44,45 cm H20 = 23,96 cm EXERCÍCIO 2) Com base na pesagem abaixo, calcular o número N de solicitações para um projeto de uma rodovia de pista simples de 15 anos, com taxa de crescimento linear (t = 1,3%), cujo VDM estimado seja de 1500 veículos. Adote Fd = 1,0; Ff = 0,60; Fr = 1,8. Considere a contribuição dos ESRS. 26 Pesagem Número de veículos = 200 Eixo Carga (kN) Quantidade ESRS 40 117 ESRD 90 214 ETD 160 144 ETT 240 44 Dimensione um pavimento flexível para o N calculado utilizando o método da resistência (CBR), sabendo que o CBR do subleito é de 4% e do reforço do subleito é de 10%. Materiais disponíveis: Revestimento = CBUQ; Base = BGS. N = 3,01x107 Hm = 77,75 cm Hn = 44,95 cm H20 = 29,70 cmReforço do subleito Sub-base Base Revestimento asfáltico Subleito 𝟑𝟎 𝟏𝟓 𝟏𝟓 𝟏𝟎 𝐇𝟐𝟎 𝐇𝐧 𝐇𝐦
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