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Empreendedorismo 1ª edição 2017 Empreendedorismo 3 8Unidade 8 Incubadoras e aceleradoras de empresas Para iniciar seus estudos Nesta unidade, falaremos sobre empreendedorismo e trataremos sobre o funcionamento e os processos existentes nas incubadoras e nas acelera- doras. Ambas possuem ambientes importantes para o desenvolvimento de uma ideia, mas existem diferenças significativas entre elas e é isso que será apresentado a você. Vamos lá? Objetivos de Aprendizagem • Apresentar os processos que envolvem o funcionamento das incuba- doras e aceleradoras. 4 Empreendedorismo | Unidade 8 - Incubadoras e aceleradoras de empresas 8.1 Incubadoras: em que momento o empreendedor pode procurá-las Figura 8.1 – Representação de ideia Legenda: Ideia. Fonte: http://br.123rf.com/search.php?word=incubar+uma+ideia&imgtype=0&t_word=incubating+an+idea&t_ lang=br&oriSearch=u&srch_lang=br&sti=mlqtmfswinuwg7rhqf|&mediapopup=26741961. Há muito tempo, existem incubadoras de empresas no Brasil. Algumas delas fazem parte de políticas e progra- mas governamentais e outras estão mais vinculadas aos centros de pesquisas nas universidades. As incubadoras, por meio dos recursos públicos de fomento, selecionam e apoiam pequenas empresas que pre- tendem desenvolver determinado produto ou serviço e que fazem parte de um setor econômico que o governo tem prioridade de investimento. Em geral, há um direcionamento para o tipo de empresa e de iniciativa a ser apoiada e, por tratar-se de política pública, há vantagens e desvantagens. Das vantagens, as principais são conseguir aportes de capital e ter o apoio necessário para alavancar a empresa. Das desvantagens, a principal é o risco de descontinuidade de determinada política e, portanto, em alguns casos, o risco de encerramento da verba para a empresa. Geralmente, as estratégias estão vinculadas a programas estaduais, municipais e federais que, em conjunto, têm como estratégia desenvolver determinada região do país, do estado ou do município. 5 Empreendedorismo | Unidade 8 - Incubadoras e aceleradoras de empresas Para entender o conceito das incubadoras, vamos adotar uma definição do Sebrae (2016). As incubadoras de empresas são instituições que auxiliam micro e pequenas empresas nascentes ou que estejam em operação, que tenham como principal característica a oferta de produtos e serviços no mercado com significativo grau de inovação. Figura 8.2 – Reunião de suporte Legenda: Representação de incubadoras no suporte empresarial. Fonte: http://br.123rf.com/photo_51078469_alto,-%EF%BF%BDngulo-de-equipe-criativa-sentados-em-torno- -da-mesa-que-discute-id%EF%BF%BDias-de-neg%EF%BF%BDcios.-time-de-ra%EF%BF%BDa-mista-.html?term=idea &vti=lwq8wjwk6ywt26wwrw. Ainda de acordo com o Sebrae (2016), as incubadoras oferecem: [...] suporte técnico, gerencial e formação complementar ao empreendedor e facilitam o processo de inovação e acesso a novas tecnologias nos pequenos negócios. Outro ponto de apoio muito importante para as empresas incubadas é que: [...] além de receberem suporte gerencial, administrativo e mercadológico, recebem apoio técnico para o desenvolvimento do seu produto. Com isso, o empreendimento pode ser acompanhado desde a fase de planejamento até a consolidação de suas atividades com a consultoria de espe- cialistas (SEBRAE, 2016). E as empresas incubadas têm também a possibilidade de receber apoio em infraestrutura, pois as incubadoras: Geralmente ofertam ainda espaço físico especialmente construído ou adaptado para alojar temporariamente os empreendedores – chamados neste momento de empresas incubadas – e promovem acesso a serviços que as empresas dificilmente encontrariam agindo sozinhas e sem orientação adequada no mercado (SEBRAE, 2016). Então, em geral, costuma ser bem aceito o apoio vindo das incubadoras. Mas, é claro, aceitar entrar no processo dependerá da vontade e da disposição do empreendedor. 6 Empreendedorismo | Unidade 8 - Incubadoras e aceleradoras de empresas Logo mais à frente, veremos algumas características das incubadoras e, por isso, é importante compreender que sim, o empreendedor tem que ter perfil e principalmente muita disponibilidade para desenvolver projetos em incubadoras, pois, de modo geral, são processos conservadores e burocráticos. Isso é bom, é claro, mas, se o empreendedor não tem esse perfil, não será uma experiência boa para ele. Por isso, não é indicado buscar uma incubadora apenas pela possibilidade de conseguir o recurso financeiro. É mais do que isso. É aceitar trilhar um caminho empresarial, sendo que, no período da incubação, não há muita autonomia para buscar novos projetos para a empresa. É um período de cumprir contrato e desenvolver a paci- ência para, principalmente, aprender muitas dinâmicas importantes para o futuro da empresa. O autor Gitahy (2015) preparou um material para o Sebrae no qual cita algumas características das incubadoras: • Normalmente, incubadoras buscam apoiar pequenas empresas de acordo com alguma diretiva gover- namental ou regional. Por exemplo, incentivar projetos de biotecnologia devido à proximidade de algum centro de pesquisa nessa área, ou fomentar a indústria de telecomunicações em uma região que precisa de expansão nesse setor. [...] • Incubadoras pedirão seu plano de negócio [...] – a verba pública que normalmente apóia as incubadoras pede maior formalidade e transparência na avaliação de projetos, além de terem mais critérios ao avalia- rem um plano completo. • Incubadoras têm gestores com experiência em mediar o poder público, as universidades e empresas. [...] Incubadoras [aproveitam] a disponibilidade de verbas públicas em editais, tanto para si próprias como também para os incubados. • [...] as incubadoras são fortemente baseadas no modelo tradicional de consultores, que são contratados para apoiar incubados com um preço descontado (pois irão atender um volume maior de empresas). O autor ainda aconselha: “[...] se o seu modelo de negócios é baseado na economia tradi- cional, procure uma incubadora” (GITAHY, 2015). Mesmo assim, as próprias incubadoras estão atualizando o perfil de empresas que irão atender e cada vez mais existe a busca por empresas que tenham a inovação em seus processos ou produtos. Finalizamos esse item sobre as incubadoras e vamos seguir para o próximo item, no qual você entenderá sobre as aceleradoras. Saiba mais sobre a quantidade e perfil das incubadoras no Brasil no site: <http://anprotec. org.br/site/menu/incubadoras-e-parques/> 7 Empreendedorismo | Unidade 8 - Incubadoras e aceleradoras de empresas 8.2 Aceleradoras: de que maneira utilizar seus processos Figura 8.3 – Aceleração de processos Legenda: Representação de aceleradoras. Fonte: http://br.123rf.com/photo_19590189_empres%EF%BF%BDrio-um-empres%EF%BF%BDrio-de-sucesso- lan%EF%BF%BDando-para-cima,-a-papelada-voando-por-toda-parte.html?term=accelerator&vti=n8ble77sx5dgu7 5us6. A disseminação das atividades das aceleradoras vem ganhando destaque de maneira mais intensa nos últimos cinco anos. Quando buscamos entender sobre um assunto, é importante nos atermos ao conceito. Um dos autores importan- tes nesse assunto define as aceleradoras como sendo organizações de fomento e investimento que estão mais: [...] focadas não em uma necessidade prévia, mas sim em empresas que tenham o potencial para crescerem muito rápido. Justamente por isso, aceleradoras buscam startups escaláveis e não somente uma pequena empresa promissora (GITAHY, 2015). Compreender essa dinâmica é fundamental para que você, futuro empreendedor, ou você, futuro gestor, tenha condições de adotar a melhor estratégia para seu projeto e seu negócio. Na prática, a diferença pode parecer sutil, já que, como vimos anteriormente, as incubadoras apoiam projetos com grau cada vez maiorde inovação. As aceleradoras apoiam exclusivamente os projetos vinculados à inovação e ao alto impacto. 8 Empreendedorismo | Unidade 8 - Incubadoras e aceleradoras de empresas Glossário Alto impacto – “Ser um empreendedor de alto impacto significa revolucionar indústrias e o meio em que atua, gerar renda e oportunidades de trabalho, proporcionar mobilidade social e inspirar as próximas gerações de empreendedores” (ENDEAVOR). Link: http://info.endeavor.org.br/ebook-conselhos-empreendedor-alto-impacto O autor Gitahy (2015) preparou um material para o Sebrae onde cita algumas características das aceleradoras: • [são focadas] em empresas que tenham o potencial para crescerem muito rápido. • Aceleradoras estudarão seu modelo de negócio. [Em alguns casos,] aceleradoras podem apostar somente em uma boa ideia. • [...] são lideradas por empreendedores ou investidores experientes [...]. Isso é devido às aceleradoras usa- rem capital privado para seu próprio financiamento [...]. • [...] são fortemente apoiadas em sessões de mentoring – seja em palestras ou conversas pessoais entre empreendedor e mentor. Por isso, é recomendado que, se a empresa tiver o perfil de startup com um projeto inovador, ela apresente seu projeto para uma aceleradora. Se sua startup está em busca de uma inovação radical ou de um modelo de negócios escalável e repetível, procure uma aceleradora. [...] as aceleradoras que entraram recentemente em operação no Brasil ainda têm um bom caminho a percorrer para provarem sua eficiência (GITAHY, 2015). Por último, é importante ressaltar que da mesma forma que ocorre com as incubadoras, ao selecionar uma ace- leradora, o empreendedor tem que tomar cuidado na escolha do tipo de recurso que receberá, bem como qual o tipo de contrato que será firmado. Para o caso do contrato, o investidor será mentor ou entrará com recurso financeiro? Enfim, é preciso saber qual será o tipo de apoio a ser recebido para que não haja nenhum arrependimento pela negociação feita, pois, em muitos casos, o modelo de contrato leva investidor e empreendedor a tornarem-se sócios. Por isso, é importante analisar bem o perfil de investimento que o empreendedor necessita e até que ponto ele está disposto a seguir quando o assunto é tanto incubação quanto aceleração. Finalizamos esse item com o assunto das aceleradoras. No próximo tópico, você verá outras possibilidades de financiamento e diversas fontes. 9 Empreendedorismo | Unidade 8 - Incubadoras e aceleradoras de empresas Saiba mais sobre a quantidade e o perfil das aceleradoras no Brasil no site: <https://startupi.com.br/ecossistema/>. 8.3 Fontes de financiamento As diversas opções de financiamentos disponíveis no mercado são desenvolvidas para atender a diferentes necessidades e a diferentes perfis de empreendimentos e empreendedores. A escolha do tipo de capital vai depender do momento da empresa, pois cada uma das fontes apresenta possibi- lidades de financiamento que podem garantir o sucesso nas várias etapas do empreendimento. Por isso, é imprescindível que o empreendedor responda a pelo menos três perguntas antes de buscar um finan- ciamento, de acordo com o Guia para busca de financiamentos elaborado pelo Sebrae (2015, p.10): Figura 8.4 – Destaque das perguntas para um empreendedor Quanto – É necessário captar R$ ... Como – As parcelas serão pagas com ... Para que – Os recursos serão utilizados para ... Legenda: Perguntas sobre financiamento. Fonte: http://www.123rf.com/search.php?word=infographic+&imgtype=&Submit=+&t_word=&t_lang=en&orderby=0&sti =mae87lyk2rrxyg66ct|&mediapopup=56488322. Ter clareza dessas respostas é fundamental para ter certeza da necessidade do capital a ser captado, em que ele será utilizado e de que maneira será pago, e, desse modo, evitar endividamentos desnecessários. As fontes e os tipos de financiamentos são bem diversificados, então, para facilitar nossa abordagem nessa aula, foram separadas seis fontes de financiamentos que costumam ser as mais utilizadas: 10 Empreendedorismo | Unidade 8 - Incubadoras e aceleradoras de empresas 1. Capital próprio – empreendedores que iniciam um negócio com pouco investimento e capital próprio, sem ajuda financeira externa. A entrada de capital nessa etapa só ocorre com a chegada dos clientes. 2. Capital de amigos e familiares – tem baixo custo e reforça-se na relação de confiança entre amigos e familiares, sendo uma fonte de empréstimo rápida e fácil de adquirir, não existindo a burocracia de ins- tituições. 3. Crédito bancário – tem como vantagem a segurança na transação, mas a desvantagem de o empreen- dedor iniciante ter dificuldade em adquirir o crédito bancário, que, normalmente, possui exigências de garantias patrimoniais, elevadas taxas de juros e aumento do risco da empresa. 4. Linhas de fomento e subvenção governamental – são instituições públicas que têm como missão o fomento à inovação, à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico nas áreas de saúde, ciência e tecnolo- gia. Apresentam projetos específicos para empresas iniciantes, startups, programas de aceleração, ações essas realizadas por meio de editais públicos. 5. Crowfunding – novo no Brasil, mas em ascensão, tendo como público-alvo empresas nascentes, trata- -se de um investimento coletivo para arrecadar fundos que viabilizem a ideia de pequenos negócios ou startups. As doações não caracterizam a formação de sociedade na empresa. 6. Capital de risco – nessa modalidade, os investidores investem nas empresas inovadoras esperando ganhar taxas de retorno elevadas e participação nos lucros, apostando no crescimento da empresa. A dinâmica, nesse caso, é de risco e retorno, e, naturalmente, os investidores esperam um retorno maior do que aquele obtido nas aplicações do sistema financeiro. De todos esses tipos de financiamento, o capital de risco é um dos mais utilizados por empresas mais inovadoras. Vejamos, na figura a seguir, cada tipo de capital de risco, com sua faixa de investimento, tempo médio de investi- mento, participação média da fonte financiadora na empresa e o tempo de vida da empresa. Figura 8.5 – Tipos de capitais de risco Descrição Investidores Anjos Venture Capital Early Stage Venture Capital Lter Stage Private Equity Faixa de investimento (R$) 10 mil a 1,5 mi 1 mi a 9 mi 7 mi a 30 mi > 30 mi Tempo médio de investimento 3 a 6 anos 5 a 7 anos 5 a 7 anos 2 a 7 anos Participação média 1% a 10% 20% a 30% 30% a 40% > 50% Tempo de vida da empresa 1 a 12 meses 3 a 5 anos 3 a 5 anos mais de 5 anos Legenda: Caracterização dos financiamentos de capital de risco. Fonte: Endeavor Brasil (2014). 11 Empreendedorismo | Unidade 8 - Incubadoras e aceleradoras de empresas Para aprofundar-se no assunto de financiamento, o Sebrae disponibiliza a cartilha Como obter financiamento. Acesse em: <http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUI- VOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/c30a4bc89ae4a6ce6c8a9df7a2f0a6e5/$File/5868.pdf>. Ainda, para detalhar as modalidades desse tipo de financiamento, denominado capital de risco, apresenta-se as três mais difundidas: • Investidor anjo – são indivíduos ou grupos que investem como pessoa física em startups em fase ini- cial de operação. Geralmente, o investidor anjo possui know-how sobre determinado mercado, por isso, busca apoiar empresas em setores que conhece. • Venture capital ou VCs – apoiam empresas de pequeno e médio porte já estabelecidas e com potencial de crescimento, com duração média de cinco a sete anos. Os recursos investidos financiam as primeiras expansões, levando o negócio a novos patamares no mercado. • Private equity – disponibilizado para empresas já estabelecidas no mercado e que conseguem alcançar faturamentos anuais na casa das dezenas ou centenas de milhões de reais. Caracteriza-se porinves- timentos altos, por essa razão, o fundo financiador também costuma tornar-se sócio majoritário do empreendimento e pode até indicar alguns diretores. Vamos alguns exemplos de instituições que trabalham com capital de risco na tabela a seguir. Tabela 8.1 – Instituições financiadoras Nome e/ou sigla da instituição Descrição da instituição Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital - ABVCAP Instituição sem fins lucrativos, fundada em 2000, desenvolvimento da atividade de investimento de longo prazo no país nas modalidades abrangidas pelos con- ceitos de private equity, venture e seed capital. Como entidade representativa da indústria de capital empreendedor, a ABVCAP defende os interesses dos inte- grantes da indústria junto a instituições públicas e privadas, nacionais e estran- geiras, em busca de políticas públicas cada vez mais favoráveis ao fomento des- ses investimentos no país. Missão: Desenvolvimento, crescimento sustentável e integração de mercados - Além de ampliar e aprimorar as várias frentes de investimento de longo prazo no Brasil, em sintonia com as práticas internacionais, quando aplicáveis, destaca-se, na missão da ABVCAP, sua integração estratégica ao mercado de capitais, como propulsor e reciclador de ativos/empresas das bolsas de valores. 12 Empreendedorismo | Unidade 8 - Incubadoras e aceleradoras de empresas SP Angels Grupo de investidores Anjo, formado por profissionais seniores, com larga expe- riência em gestão empresarial. Acumulam anos de conhecimento em várias indústrias e processos de negócios, e com interesse em apoiar empreendedores a realizar sonhos, aportando capital financeiro e capital intelectual por meio da busca por empresas em estágio inicial, inovadoras e com alto potencial de cres- cimento. Endeavor A Endeavor é a organização de apoio a empreendedores de alto impacto ao redor do mundo. São empreendedores que sonham alto e que são capazes de criar empresas que fazem a diferença e crescem continuamente, prosperam e empre- gam milhares de pessoas. Atualmente, a Endeavor é a organização líder no apoio aos empreendedores de alto impacto ao redor do mundo. Presente em mais de 20 países, e com 8 escritórios em diversas regiões do Brasil. Anprotec A associação Nacional de entidades promotoras de empreendimentos inova- dores – ANPROTEC foi instituída em 1987, e seu art. 4º do estatuto apresenta como finalidade congregar e apoiar entidades que atuem na criação, no desen- volvimento ou na operação de empreendimentos de incentivo à inovação e ao empreendedorismo, incluindo incubadoras de empresa, aceleradoras de negó- cios, parques e polos científicos, tecnológicos e de inovação, tecnópoles e simi- lares, estes em conjunto doravante denominados de mecanismos para a inova- ção, almejando o desenvolvimento social, econômico, científico e tecnológico do Brasil. Legenda: Tabela explicativa com as instituições financiadoras. Fonte: Organizada pela autora (2017). É importante citar também os programas governamentais de apoio aos empreendedores que com certeza têm potencializado e motivado a criação e o fortalecimento das empresas brasileiras. Nesses últimos anos, o governo brasileiro deu passos fundamentais para o avanço no desenvolvimento tecno- lógico de empresas privadas por meio de linhas de crédito específicas para financiar projetos com atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I). Entre as principais instituições da administração direta que desenvolvem esse projeto, estão a FINEP, o CNPQ, o Sebrae e o BNDES. Na tabela a seguir, consta uma breve descrição dessas instituições. 13 Empreendedorismo | Unidade 8 - Incubadoras e aceleradoras de empresas Tabela 8.2 – Instituições de apoio a Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Nome e/ou sigla da instituição Descrição da instituição Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP É uma instituição vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI). Tem como missão promover e financiar a inovação e a pesquisa científica e tecnológica em empresas, universidades, institutos tecnológicos, centros de pesquisa e outras instituições públicas ou privadas, mobilizando recursos finan- ceiros e integrando instrumentos para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. É, atualmente, a principal agência de suporte à inovação de produtos, processos e serviços no país. Ela trabalha em parceria com empresas, institutos e centros de pesquisa, organismos governamentais, agências multilaterais internacionais, investidores e entidades do terceiro setor. A atribuição de financiar todo o sis- tema de Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I), combinando recursos reembol- sáveis com recursos não reembolsáveis, proporciona à FINEP um grande poder de indução de atividades essenciais para o aumento da competitividade do setor empresarial brasileiro. A cobertura da FINEP abrange: • pesquisa básica nas universidades; • pesquisa aplicada nos institutos de pesquisa; • atividades de inovação nas empresas. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico -CNPq É uma agência vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovação MCTI) destinada ao fomento da pesquisa científica e tecnológica e à formação de recursos humanos para a pesquisa no país. Banco Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES Contempla financiamentos de longo prazo e juros competitivos, para o desen- volvimento de projetos de investimentos e para a comercialização de máquinas e equipamentos novos, fabricados no país, bem como para o incremento das exportações brasileiras. Contribui, também, para o fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e desenvolvimento do mercado de capitais. Missão: servir de instrumento para o desenvolvimento econômico e social do país. Para tanto, atua como agente de mudanças, com visão de longo prazo, tendo como objetivo a construção de uma economia competitiva em benefício da população brasileira. O BNDES realiza financiamento de longo prazo, subscrição de valores mobiliários e prestação de garantia, atuando por meio de Produtos e Fundos, conforme a modalidade e a característica da operação. Os três mecanismos de apoio (finan- ciamento, valores mobiliários e garantias) podem ser combinados numa mesma operação financeira, a critério do BNDES. Também são oferecidos Programas de Financiamento que podem se vincular a mais de um produto e visam a atender a demandas específicas, apresentando prazo de vigência e dotação previamente estabelecidos. Legenda: Quadro explicativo com os dados das instituições de apoio a PD&I. Fonte: Organizada pela autora (2017). 14 Empreendedorismo | Unidade 8 - Incubadoras e aceleradoras de empresas Das linhas de crédito ofertadas por essas instituições, encontram-se duas modalidades importantes: as reem- bolsáveis e as não reembolsáveis. • Das reembolsáveis - são recursos financeiros obtidos em condições mais vantajosas (taxa, carência e amortização), porém, devem ser devolvidos. São direcionados a projetos de inovação. Os órgãos que dis- ponibilizam esses recursos são a FINEP e o BNDES e suas linhas de crédito estão abertas o ano todo, inde- pendentemente da abertura de editais. • Das não reembolsáveis - é a concessão de recursos que não precisarão ser devolvidos. Esses recursos podem ser disponibilizados pela FINEP, pelo BNDES e pelo CNPQ e o acesso se dá por meio de editais específicos. Das vantagens e desvantagens de cada linha de crédito pode-se citar, principalmente, qual é a urgência do recurso para o empreendedor. Sim, esse é o fator crítico mais importante, pois, para o caso dos recursos não reembolsáveis, só será possível o acesso a esse tipo de verba eventualmente, por meio de editais que, na maioria das vezes, são bem concorridos.Já o acesso aos recursos reembolsáveis tem fluxo contínuo, ou seja, as instituições recebem as solicitações ao longo de todo o ano, mas, por terem taxas de juros mais baixas, certamente a análise não á tão rápida. Por isso, a urgência com a qual o empreendedor necessita de determinado recurso é que acaba sendo a principal diretriz. Se houver demora, ele irá recorrer a empréstimos bancários, nos quais as análises costumam ser mais rápidas, porém, com taxas de juros mais elevadas. A título de exemplo, para você entender como verificar qual tipo de linha de crédito a empresa pode solicitar, a consultoria Sogedev (2016) cita as seguintes linhas disponibilizadas nos editais. Tabela 8.3 – Linhas de crédito para fomento à inovação Orgão Linha Destino FINEP / BNDES PAISS Novas tecnologias industriais destinadas ao processamento da biomassa oriunda da cana-de-açúcar Inova Petro Cadeia produtiva das indústrias de petróleo e gás natural CNPq RHAE Contratação de mestres e doutores por empresas brasileiras Fonte: Adaptada de Sogedev (2016). Se a empresa tiver algum desses perfis de projetos, pode, sim, preparar uma proposta para ser analisada junto a uma dessas instituições. 15 Empreendedorismo | Unidade 8 - Incubadoras e aceleradoras de empresas Para saber mais sobre essas instituições, consulte os portais oficiais: FINEP: http://www.finep.gov.br/. BNDES: http://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home CNPq: http://cnpq.br/ Anprotec: http://anprotec.org.br/site/ Por fim, vale lembrar a importância de inserir a inovação nos processos empresariais, pois o tema está ganhando cada vez mais espaço e relevância no âmbito dos negócios. Para tanto, há busca por possibilidades de desenvol- vimento nas mais diversas áreas incluído a área tecnológica das empresas. Além disso, a inovação tem sido prioridade em programas e políticas do governo brasileiro, que tem estabelecido diversos mecanismos de incentivo, com ações e programas voltados ao investimento em Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I). Nota-se também ações conjuntas, que acontecem por meio de iniciativas públicas e privadas, em um esforço para identificar, apoiar e até mesmo financiar empreendimentos ou iniciativas inovadoras. Atualmente, estão disponíveis no mercado diferentes formas de financiamento que buscam alavancar as orga- nizações para o sucesso. As opções encaixam-se em empresas de diferentes perfis, havendo alternativas de financiamento para empresas nascentes e também para empresas já consolidadas no mercado, ou empresas tradicionais. A escolha da melhor fonte de financiamento para a empresa entre as tantas opções existentes no mercado requer análise dos empreendedores. Por exemplo: optar por um financiamento não levando em consideração apenas a taxa de juros, mas também a capacidade e a necessidade reais da empresa para assumir tal compromisso é um fator primordial para o sucesso da transação. O sonho de todo empreendedor é colocar a ideia no mercado e consolidá-la de forma rápida e lucrativa, para tanto, às vezes é necessário recorrer a fontes de recursos externas para tornar o seu sonho realidade. Investir dinheiro de fonte externa deve ser uma opção para potencializar o crescimento da empresa. Deve-se fazer uma análise de forma estratégica na empresa, definir quanto se precisa, onde conseguir a melhor fonte de financiamento, qual o capital de giro necessário para a saúde da empresa; essas são questões fundamentais para que a organização aproveite ao máximo esse investimento. Por fim, fica claro que muitos esforços têm sido feitos no sentido de investir e desenvolver mecanismos mais diversificados e que possam apoiar e financiar o empreen- dedor que esteja iniciando e aquele já consolidado no mercado. Finalizamos aqui nossa disciplina sobre empreendedorismo e também nossa unidade sobre “Incubadoras e aceleradoras de empresas”, na qual também discutimos sobre as fontes de financiamento disponíveis para as empresas. 16 Considerações finais Nesta aula, tivemos a oportunidade de apresentar conceito, diferenças e vantagens e desvantagens das incubadoras e aceleradoras de empresas. Você viu também as diversas fontes de financiamento para as empre- sas brasileiras e de que maneira você pode tanto escolher a instituição quanto o melhor tipo de recurso que melhor atenda à necessidade do seu projeto ou da sua empresa. Referências bibliográficas 17 ASSOCIAÇÃO Brasileira de Private Equity e Venture Capital. Quem Somos. Disponível em: <http://www.abvcap.com.br/associacao/quem-somos. aspx>. Acesso em: 20 fev. 2017. BANCO Nacional de Desenvolvimento - BNDES. BNDES Inovação. Dis- ponível em: <http://nit.uesc.br/portal/2016/06/15/bndes-inovacao/>. Acesso em: 20 fev. 2017. ENDEAVOR Brasil. Empreendedores Endeavor. Disponível em: <https:// endeavor.org.br/empreendedores-endeavor/>. Acesso em: 20 fev. 2017. ______. ICE 2016: como anda o empreendedorismo nas cidades do Brasil. Disponível em: <https://endeavor.org.br/indice-cidades-empreendedo- ras-2016/>. Acesso em: 20 fev. 2017. ______. Qual a melhor fonte de financiamento para minha empresa. 2014. Disponível em: <https://endeavor.org.br/qual-o-melhor-tipo-de- -investimento-para-minha-empresa/>. Acesso em: 2 fev. 2017. FINANCIADORA de Estudos e Projetos - FINEP. Institucional - Sobre a Finep. Disponível em: <https://sistemas3.finep.gov.br/cliqueFinep-web/ view/desktop/institucional/institucional_ocliquefinep.finep>. Acesso em: 20 fev. 2017. GITAHY, Yuri. Entenda a diferença entre incubadora e aceleradora. 2015. Disponível em: <https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ artigos/entenda-a-diferenca-entre-incubadora-e-aceleradora,761913 074c0a3410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 2 fev. 2017. MERCADO Financeiro / Autoridades Monetárias de Apoio. Disponível em: <https://pt.wikibooks.org/wiki/Mercado_financeiro/Autoridades_ monet%C3%A1rias_e_de_apoio>. Acesso em: 20 fev. 2017. Referências bibliográficas 18 SEBRAE. Como obter financiamento? 2015. Disponível em: <http:// www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds. nsf/c30a4bc89ae4a6ce6c8a9df7a2f0a6e5/$File/5868.pdf>. Acesso em: 3 fev. 2017. ______. Saiba como as incubadoras de empresas podem ajudar sua ideia a virar um projeto real. 2016. Disponível em: <https://www.sebrae. com.br/sites/PortalSebrae/artigos/as-incubadoras-de-empresas- -podem-ajudar-no-seu-negocio,f240ebb38b5f2410VgnVCM100000b 272010aRCRD>. Acesso em: 2 fev. 2017. SOGEDEV. Incentivos fiscais: a lei do bem. Disponível em: <http://www. sogedev.com.br/servicos-financiamentos.php>. Acesso em: 2 fev. 2017.
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