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Luhmann - Direito e Sociologia II - Direito positivo - resumo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - FACULDADE DE DIREITO 
DISCIPLINA: Teoria do Direito Professor: Diego Nunes 
Seminário: Sociologia Jurídica II; LUHMANN, Niklas. 
Alunos: Anna Carolina; Fernanda Souto; Lorena Silva; Natália Superti; Víctor Rodrigues. 
 
Sociologia Jurídica II - Niklas Luhmann 
Link: 
http://minhateca.com.br/mvmottadesign/HD_Virtual/Estudos/Livros+Digitais/Ebooks+para+Concurso+Publico
/Sociologia+e+Sociologia+Jur*c3*addica/Niklas+Luhmann+-+Sociologia+do+Direito+II,4305520.pdf 
Análise do capítulo VI: 
1-Conceito e função da positividade 
 
 Na filosofia do Direito, o conceito usual é o de que a positividade designa o caráter 
estatuído do Direito. Esse dogma porém, não é aceito pela sociologia que não acredita na 
positividade como fonte primária do Direito. 
 
 Ciência jurídica se diferencia de Sociologia jurídica ao passo que a idéia de uma “fonte do 
Direito” é inaceitável a segunda. Isso se dá pelo fato de que para ela é impossível 
identificar as bases da vigência do direito, ou seja, não se pode determinar as causas do 
surgimento de uma lei. Os legisladores não criam o Direito, eles apenas selecionam as 
normas que iram vincular em determinado sistema fazendo com que estas passem por um 
“filtro processual”. Assim, esses processos geram a estrutura do Direito e não o Direito 
propriamente dito. As normas surgem previamente a decisão do legislador. 
 “O direito resulta de estruturas sistêmicas que permitem o desenvolvimento de 
possibilidades a uma decisão, consistindo na atribuição de vigência jurídica a tais 
decisões.” – Permite identificar quais são os “destinatários” das normas, ou seja, a quem 
determinada norma será aplicada. 
 Levar em conta apenas o fator histórico que levou a positivação de uma determinada 
norma é inútil pois o direito não é irrevogável estando em constante transformação. Diante 
disso, tanto o surgimento de uma norma quanto a sua manutenção são passíveis de estudo 
de causalidade – não de atribuição. Portanto, a positividade torna o direito estatuído bem 
como o direito que vige por força de decisões. 
 Assim, o direito se torna complexo no âmbito temporal graças aos aspectos de 
revogabilidade e mutabilidade – com o tempo pode ser revisado podendo contar ou não 
com a adição e/ou remoção e modificação de normas. 
 Atualmente o direito não se limita as matérias tratadas em seu surgimento, que eram 
basicamente os direitos fundamentais e a organização do Estado. Hoje, interfere, por 
exemplo, na economia. Isso mostra que o direito passa a concretamente, ser um 
instrumento de mudança nas sociedades. 
 Os sistemas funcionais são cada vez mais divergentes e o direito entra como um 
conciliador. A problemática da diferenciação das expectativas cognitivas e normativas: 
Demanda social crescentemente incompatível com construções positivadas de estruturas de 
expectativas. Para isso, o direito precisa se reestruturar passando a referir-se a sociedade 
como sistema em vez de à si mesmo. Para Luhmann, é necessário um fortalecimento da 
seletividade nos processos de decisões jurídicas para reduzir as indiferenças. As 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - FACULDADE DE DIREITO 
DISCIPLINA: Teoria do Direito Professor: Diego Nunes 
Seminário: Sociologia Jurídica II; LUHMANN, Niklas. 
Alunos: Anna Carolina; Fernanda Souto; Lorena Silva; Natália Superti; Víctor Rodrigues. 
 
indiferenças referidas são quando o direito criado não se refere ao direito anterior e 
posterior (indiferença temporal), quando perde sua pretensão de consistência (material) e a 
social. 
 
2- Diferenciação e especificação funcional do Direito 
 A reflexividade só trará benefício se os processos reflexivos forem aplicados ao próprio 
sistema do qual decorrem ou a processos semelhantes. Diante disso, os mecanismos 
reflexivos devem ser isolados de quaisquer outros que possam influenciá-los. Isso significa 
que o direito deve ser completamente alheio aos demais sistemas, só sendo direito aquilo 
que passar pelo cunho do mecanismo reflexivo nele instaurado fazendo que ele só possa 
ser criado a partir de si mesmo. Só se torna direito aquilo que é essencial para que uma 
função específica seja exercida. (Quanto mais diferenciado for um sistema de direito mais 
especificas serão as suas funções. 
 A partir disso o direito se torna cada vez mais independente de quaisquer outras estruturas 
(Ex. Moral, religião). Só depende da sua aplicabilidade em determinada sociedade, isto é, 
sua capacidade de se impor independente de fatores externos (Ex. Relações sociais de 
força). Assim, nos processos decisórios de aplicação do direito a questão da coercibilidade 
não pode ser um problema podendo ser interpretada como um aparato de imposição. 
“Assim sendo, o direito deve ser imposto com indiferença às motivações individuais, a 
generalização estando acima da causalidade individual.” 
 No inicio o Direito deve sim ser coercitivo. O uso simbólico da força deve ser excluído 
contra o direito positivo. A criação do direito terá seu limite no limite da cercibilidade. O 
âmbito do direito cresce mediante a diferenciação, positivação e especificação funcional. 
Esses elementos geram na sociedade maior complexidade gerando mais possibilidades de 
ação que por sua vez cria novas possibilidades de normatização atendendo assim a função 
dada a um direito. Essa função não é educativa nem moral e sim, formulações cada vez 
mais específicas para a resolução de problemas. 
 Conclui-se que, diferenciação, especificação funcional e positivação são partes de um 
mesmo acontecimento. A diferenciação permite que o Direito se limite apenas a sua função 
específica. Os três são imprescindíveis para uma total positivação do Direito por para isso 
faz-se necessária uma estrutura independente, mutável e flexível. Passa a não ser mais a 
soma de expectativas normativas e sim, apenas conceituado a partir de sua funcionalidade. 
 
3 - Programação condicional: 
 Direito é instrumento orientador das expectativas cognitivas dos homens, em uma 
infinidade de possíveis ações ele da previsibilidade as mesmas de modo que haja uma 
congruência entre direito e sociedade. 
 Reestruturação do direito na forma de programa decisório- direito é um processo de 
formulação de decisões que vincularão como direito. Essas decisões se dão por meio de 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - FACULDADE DE DIREITO 
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Seminário: Sociologia Jurídica II; LUHMANN, Niklas. 
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uma programação condicional (se determinada condição for preenchida então certa decisão 
será tomada- condicionamento das normas) 
 Programação finalística (programa decisões estabelecendo fins a serem atingidos, não 
importando os meios) X Programação condicional (programa decisões de acordo com 
condições estabelecidas vinculando-se aos meios e não aos fins de suas decisões) 
 Vantagens programação condicional: 
 Incerteza 
 Abertura de possibilidades de variação 
 Tecnização da programação condicional 
 Volume de comunicação necessária para programação de decisões 
4 - Diferenciação do Processo Decisório: 
 Divisão clássica: Processo legislativo e decisões judiciais (ambos podem tomar decisões 
entre normas que passarão a vincular como direito). 
 Crítica à interpretação dessa divisão: colocar o legislador como quem constrói o direito e 
produz leis genéricas e o juiz como alguém que concretiza a regulamentação em casos 
particulares, como quem aplica o direito. 
 No processo de decisão jurídica, baseado na legislação, o juiz também cria regras gerais 
para tirar suas decisões,as quais tem que pretender a generalização (casos iguais sejam 
decididos da mesma forma). 
 O juiz se compromete com suas decisões e o legislador não, pois apenas o primeiro se 
confronta com situações repetidas. 
 Processo decisório da jurisprudência é limitado frente a lei- não conhece processos 
institucionalizados de mudança do direito, apenas meio de adaptação e assimilação 
segundo a legislação. 
 Essa limitação se deve ao fato que o juiz lida com situações onde já ocorreram frustrações 
(transgressões às expectativas normativas), cabendo a ele processar essas frustrações de 
acordo com rígidos referenciais, obedecendo as normas a serem seguidas sem espaço para 
arbitragem. Essa não assimilação de frustrações causa certa invariância ao direito, sendo 
que devem haver processos que assimilem o mesmo para que este se torne móvel. 
 Apenas em sociedades complexas existem processos diferenciados de assimilação e não 
assimilação, pois só nessas terá a variância do direito na justa medida sem ferir o princípio 
da resistência a assimilação apreensiva. 
 Essa diferenciação dos processos de assimilação também ocorre pelo afastamento da 
jurisprudência e da legislação, enquanto o primeiro ficará encarregado de resguardar as 
expectativas normativas, não assimilando frustrações, ao segundo caberá reconhecer o 
desfuncionalismo dessas expectativas e modifica-las, cabendo a eles a responsabilidade 
caso não o façam. 
5 – Variação Estrutural 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - FACULDADE DE DIREITO 
DISCIPLINA: Teoria do Direito Professor: Diego Nunes 
Seminário: Sociologia Jurídica II; LUHMANN, Niklas. 
Alunos: Anna Carolina; Fernanda Souto; Lorena Silva; Natália Superti; Víctor Rodrigues. 
 
 Sistemas: Para o autor, a sociedade é composta de vários sistemas sociais comunicativos, 
sendo que esses sistemas estão imersos em um mundo gigantesco (Ambiente). A sociedade 
contemporânea (sistema social mais abrangente), é caracterizada pela sua alta 
complexidade (infinidade de possíveis experiências e ações) e composta por sistemas 
parciais (direito, religião, economia, ciência, etc) que geram condições para si próprios e 
para outros ao redor. 
 Positividade: A positividade significa variabilidade estrutural do direito. Através dela 
torna-se possível resolver também as questões estruturais de forma racional, ou seja, por 
decisões equilibradas. Segundo Luhmann, as condições e os limites dessa variação 
precisam ser pesquisados, e a abordagem predominante (indagação quanto às causas e 
efeitos específicos da mudança), é inicialmente infrutífera. Deve-se, portanto indagar 
quanto às condições sistêmicas das mudanças estruturais, deixando em aberto quais são 
suas causas e consequências nos casos particulares. 
 Mudanças: Luhmann, então, indaga: “Sob quais condições um sistema social é capaz de 
produzir mudanças estruturais frequentes e importantes, sem prejudicar sua continuidade 
em um determinado nível de desenvolvimento?”. Respondendo: uma das formas do 
sistema passar por mudanças estruturais é quando reage a crises de proporções 
ameaçadoras (em último caso com a sua dissolução). Porém, a elevação da variabilidade 
estrutural permite uma antecipação e uma redução do limiar da crise, ganhando assim em 
tempo e em chances de reação. O sistema torna-se mais sensível ao ambiente. 
 Interdependência: Para evitar as crises, o sistema deve considerar a complexibilidade do 
ambiente como relevante e poder dominá-la através de técnicas seletivas melhoradas. 
Dessa forma, observa-se uma interdependência, visto que o grau da variabilidade estrutural 
depende principalmente da possibilidade de articulação da relação sistema/ambiente em 
um alto nível de complexibilidade, o que exige um fortalecimento da capacidade de 
seleção do sistema, e as respectivas providências estruturais. 
 
6 – Riscos e Problemas em consequência da positividade. 
 
 Perigo do abuso e do arbítrio: Imensa elevação dos riscos ligada à positivação do direito 
e ao aparecimento de inúmeras instituições jurídicas (a liberdade contratual, a concessão de 
personalidade jurídica a organizações econômicas, as concessões profissionais). O risco 
está no fato desses entes estarem sob a dominação política “soberana” e “absoluta” e 
disporem sobre o direito, sendo então descritos como perigo do abuso ou arbítrio. 
 Estado de Direito (protetor do direito): Se impõe no século XIX como princípio político 
e jurídico. É a concepção de que o sistema político da sociedade determina sua natureza 
enquanto “Estado”, através de uma constituição jurídica sendo, no seu cerne, um ente 
jurídico (vitória do direito sobre o poder político). Agora, os perigos surgem, em grande 
parte a partir do próprio direito (desapropriação de direitos subjetivos, permissão de ações 
cujos resultados já se supõem danosos) 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - FACULDADE DE DIREITO 
DISCIPLINA: Teoria do Direito Professor: Diego Nunes 
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Alunos: Anna Carolina; Fernanda Souto; Lorena Silva; Natália Superti; Víctor Rodrigues. 
 
 Indivíduo não reconhece o direito: O direito apresenta-se de forma tão complexa que o 
indivíduo não o reconhece mais. Entretanto, a antiga regra de que o desconhecimento do 
direito não justifica a sua transgressão, ainda é tida como inquestionável. Até mesmo o 
jurista encontra dificuldades, pois fica incapacitado de atingir o conhecimento pleno do 
direito. 
 Trivialidade do Direito: Na medida de sua expansão o direito torna-se trivial. Significa 
que há uma grande indiferença com respeito a diversidades. Para todos os indivíduos, 
quase todas as prescrições não possuem qualquer significado com o qual eles possam 
identificar-se. 
 Crescimento do Direito não estatal: Na área da Economia, do trabalho, das profissões. 
São combinações de negócios, acordos reguladores, estatutos empresariais, etc., que 
preenchem uma necessidade de regulamentação, com a qual o legislativo não se preocupa. 
 Direito não social (sociedades complexas e móveis): Fundamenta-se em organizações 
formais, que se baseiam na mobilidade. A mobilidade é sustentada pelo consenso 
presumível, que se expressa através da permanência de seus membros. Pode ser positivado 
sem passar pela política se as condições de ingresso (e permanência) incluírem também o 
reconhecimento das modificações dessas mesmas condições de ingresso (variação 
estrutural). Que fique claro que existe tanto a liberdade de ingresso, quanto a de saída. 
 Papel do Jurista: Reformular aqueles institutos do direito que legitimam estatalmente esse 
direito organizacionalmente criado, substituindo a concepção individualista da propriedade 
e do contrato por uma orientação social. 
 Papel do Estado: Responsabilidade generalizada, que seria referir-se não as normas 
específicas criadas nas organizações, mas sim à mobilidade interna na sociedade (setor de 
trabalho profissional, através do ordenamento do mercado de trabalho, da política de pleno 
emprego, da disponibilidade de formas versáteis de treinamento) que permite essa 
formação de normas, porém dentro dos limites aceitáveis pelo Estado. 
7- Legitimidade. 
 A legitimação é um problema que envolve diversos conceitos, um dos motivos para tal é 
sua ligação com Pluralismo Jurídico e com a Democracia. 
 Tal questão traz à tona o problema da expectativa, assim essas seriam geradas uma sobre 
as outras acarretando ou não é suas realizações. 
 O Conceito de legitimação esta presente desde a idade média, mas a fonte de inspiração, de 
Luhmann, é a legitimidade racional estabelecida por Max Weber; entretanto esse conceito 
é aprofundado pelo autor aqui tratado estabelecendo aligação ao procedimento. 
 A legitimação da legalidade, ou seja, a legitimação da construção legal,se dá no momento 
de aceitação da Norma/ decisão vinculativa. Sendo que para a aceitação ocorrer é 
necessário o estabelecimento do processo de aprendizagem do Direito, tanto para os 
atingidos, quanto para os formatadores. 
 A Legitimidade Institucional se dá pelo processo de Supor a Aceitação, já que a aceitação é 
um território complexo e individual, assim faz-se necessária a expectativa do ajuste dos 
atingidos a dada norma. 
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DISCIPLINA: Teoria do Direito Professor: Diego Nunes 
Seminário: Sociologia Jurídica II; LUHMANN, Niklas. 
Alunos: Anna Carolina; Fernanda Souto; Lorena Silva; Natália Superti; Víctor Rodrigues. 
 
 Dispositivos que garantem a assimilação: 
 Força Física: 
A força física é importante para impor de maneira legitima a norma, já que 
apresenta como vantagem a previsibilidade de sucesso, sendo assim gera 
expectativas sobre a expectativa que ninguém se rebele. Quando essa força física é 
usada em demasiado ela acaba por gerar o terror, o que pode por sua vez causar a 
frustração que culminaria em um aglomerado de interesses contra o Terror, gerando 
assim uma situação de conflito. 
A solução para esse dilema esta na criação de Sistemas que deem limites a 
participação dos terceiros. 
 Participação no processo: 
Quando se cria um sistema com o objetivo de se elaborar decisões para que esse 
sistema se abasteça, onde o individuo tem a possibilidade da participação sendo, 
portanto livre a decidir sobre a decisão desde que esteja dentro dos padrões 
estabelecidos pelo sistema processual. Esse processo objetiva portanto gerar a 
decisão vinculativa mais abrangente, quanto as expectativas. 
 
Esses dois dispositivos devem atuar juntos e em conformidade para que a 
legitimidade seja sustentada. 
 O real problema da LEGITIMAÇÃO está na EXPECTATIVA, já que quando existem 
expectativas frustradas que não são aceitadas cognitivamente, há também a possibilidade 
de geração de instabilidade. Mas para tanto é necessário que a frustração da expectativa 
quanto a decisão seja a mais geral possível. 
 A Legitimação encontra-se portanto no sistema Social, que é o ambiente em que ha 
comunicação(elemento social) torna o elemento psíquico (pensamentos e ideias) 
informações que podem ser transmitidas. Assim a assimilação da norma passa a ter um 
caráter psíquico, que é um elemento totalmente fluido, variável. 
 A visão clássica da legitimação é assim superada devido a dois problemas centrais: 
 A funcionalização do conceito da crença à norma faz com que ela seja tratada como 
variável, ou seja, falar que uma norma é legitima quando ela é funcional faz com 
que as normas sejam tratadas de maneira variável, tanto em relação aos casos 
quanto em relação a sua aplicação ou não, já que ela estaria condicionada a isso. 
 A legitimação deixa de ser vista como algo exterior ao sistema para ser um 
resultado do próprio sistema, o que em outras palavras significa dizer que a norma 
deixa de ser legitimada pelo meio e pelas pessoas participantes e passa a ser 
resultado da aplicação da coerção(força física) somada a participação de terceiros 
ao processo obedecendo a ordem do sistema e fazendo-o regular-se por si próprio. 
Assim a legitimidade só pode ter seu problema solucionado quando se adapta a 
realidade da positividade do direito, como variável. para isso deve-se aprender e 
reaprender assimilando as expectativas e as relações normativas. O aprendizado e 
assimilação como as chaves da legitimação. 
 
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Alunos: Anna Carolina; Fernanda Souto; Lorena Silva; Natália Superti; Víctor Rodrigues. 
 
 
8- Imposição do Direito Positivo. 
 
 Cumprimento: quando se atua conforme a norma; 
 Imposição: Quando ocorre uma ação paralela que pode ou não culminar no cumprimento 
normativo. 
 Trataremos, portanto da imposição do Direito: 
 Variedade jurídica: atualmente a variedade jurídica faz com que a imposição do direito 
se dê de acordo com cada caso. 
 A fixação do direito deixa de representar a imposição do direito, assim para que um 
direito seja considerado impositivo ele deve ser funcional e ter sido aceitado, mesmo que 
necessitando de mecanismos que levem a aceitação. 
 As bases da imposição são o consenso, a coerção e a mais importante a informação. 
 Consenso: é o momento em que os indivíduos formam a decisão e a aceitam sem 
maiores problemas. 
 Coerção: é a utilização de mecanismos diferenciados que fazem com que o indivíduo 
mesmo que não concorde com dada norma haja de acordo com ela, pois sabe que o 
descumprimento da mesma pode acarretar-lhe danos 
 .A coerção e o consenso passam pelo problema proveniente da informação, já que essa se 
tornou um dos elementos de maior importância na complexidade do direto. 
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DISCIPLINA: Teoria do Direito Professor: Diego Nunes 
Seminário: Sociologia Jurídica II; LUHMANN, Niklas. 
Alunos: Anna Carolina; Fernanda Souto; Lorena Silva; Natália Superti; Víctor Rodrigues. 
 
 O Quadro Coator como mecanismo Seletivo: esse quadro faz a intervenção direta na 
vida em sociedade e normalmente se forma como um sistema que se diferencia do seu 
ambiente, assim passa a existir normas especiais dentro desse novo mecanismo. 
 As ações individuais portanto passam a ser tratadas, por vezes, como um sistema 
particular que leva em conta os vínculos e preconceitos e portanto acaba corrompendo a 
ação de tal mecanismo. 
 os fatores de seleção do Direito tem por objetivo buscar atender as expectativas, 
entretanto para se estabelecer uma persecução( perseguir a verdade/ investigar) é 
necessária a informação. 
 Seletividade: é a aceitação de indícios para a partir de um processo selecionar aquilo que 
é ou não suspeito, quanto a transgressão normativa. 
 O planejamento: seria o estabelecimento de um processo pra relação das informações, o 
que elevaria a intensidade da imposição e de acordo com juristas limitaria o direito. Isso 
ocorreria, pois o direito seria colocado dentro de uma ordenação de como, quando e onde 
fazer. 
 Implementação do Direito: A seletividade e a neutralização de acordo com a norma 
jurídica; A aplicação Cara-a-cara, onde as cobranças são mais afloradas; a possibilidade 
da limitação da Vigência (ser aplicada aos fatos se colocando de acordo com se/então); 
 Os Casos em que a imposição do Direito fracassa e sua relação com os outros casos.O 
fracasso ligado a Organização (Polícia, tribunais) assim eles acabam perdendo sua 
validade 
 -A NÃO implementação gera a Frustração. 
 
 O problema da frustração: A disseminação da frustração quando há pouca informação 
também é bloqueada, assim como ocorre com a implementação do Direito. A frustração 
também é bloqueada pela autopoiéses. 
 O instrumental técnico-jurídico que poderia controlar a imposição do direito. Tornando as 
partes do Direito mais independentes – quase que com constituições próprias; 
 Tal instrumental técnico-jurídico não é a visão mais típica do direito, entretanto é 
relevante e tende a crescer a medida que for usada. 
 
9-Controle. 
 „‟ Por controle deve-se entender o exame critico de processos 
decisórios objetivando uma intervenção transformadora no caso do processo 
decisório em seu desenrolar, seu resultado ou suas consequências não 
corresponder as considerações do controle.‟‟ (pág. 84) 
 Controles explícitossão característicos de sistemas funcionalmente diferenciados, típico de 
sociedades complexas, enquanto em sociedades segmentares nota-se a presença de formas 
equivalentes de controle que se manifestam através de uma „‟ lei do reencontro‟‟. O 
disciplinamento social ocorre de acordo com os diversos papéis desempenhados por um 
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Alunos: Anna Carolina; Fernanda Souto; Lorena Silva; Natália Superti; Víctor Rodrigues. 
 
mesmo indivíduo. Por exemplo, um devedor pode ser encontrado na igreja, na fila do 
banco ou num treinamento do corpo de bombeiros voluntários, o que significa que não se 
pode enxerga-lo apenas como devedor. Nestas sociedades, seria impensável a análise de 
determinada ação sem considerar a pessoa em questão. Deste modo, o impacto de 
determinada ação é medido de acordo com sua influência sobre outros relacionamentos, 
gerando um efeito disciplinador baseado na moral do bom comportamento. 
 Já em sociedades marcadas pela diferenciação funcional, o controle surge através dos 
papeis recíprocos dos outros. A discrepância entre cada indivíduo promove a 
interdependência entre as partes do todo, o que acarreta na necessidade da criação de 
critérios abstratos que permitam, ao mesmo tempo, esperar-se expectativas e realizar-se 
controles. A mudança consiste numa nova interpretação do que seria igualdade perante a 
lei: ações iguais serão julgadas igualmente, independente da pessoa. Como pode-se 
comprovar pelo trecho a seguir: 
„‟ Essa mudança apresenta-se da forma mais sensível na reinterpretação da 
ideia da igualdade: não se trata mais da igualdade em termos de 
desempenho no bem e no mal (baseada na reciprocidade e na retaliação), 
mas da igualdade na aplicação de premissas específicas da decisão, apesar 
da mudança de outras circunstâncias no contexto dos papéis (agora já 
“irrelevantes”).‟‟ (pag. 86) 
Essas modificações também atuam sobre os processos das decisões jurídicas, que se 
tornam objetos e forma dos controles, em que vários processos estão interligados de forma 
hierárquica, expressos na forma de instancias jurídicas. Estas instancias devem atuar de 
forma imparcial, onde o controle acontecerá através da repetição dos procedimentos da 
decisão em todos ou em alguns de seus aspectos, em função da manutenção da unidade e 
da consistência da complexão de sentido das normas jurídicas. 
 Entretanto, estes processos e estruturas de controle não são suficientes para o controle do 
direito positivo, cedendo espaço a outros procedimentos que se localizam no contexto 
imediato da interação do processo da decisão jurídica. Estes controles embutidos são 
passageiros e se adaptam de acordo com o processo em questão e pode-se diferenciá-los, 
grosseiramente, em controles hermenêuticos, controles profissionais e em controles 
políticos. 
 
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DISCIPLINA: Teoria do Direito Professor: Diego Nunes 
Seminário: Sociologia Jurídica II; LUHMANN, Niklas. 
Alunos: Anna Carolina; Fernanda Souto; Lorena Silva; Natália Superti; Víctor Rodrigues. 
 
 Controle Hermenêutico 
- Controle da interpretação do sentido das normas jurídicas 
- Não visa a obtenção de únicos resultados corretos, mas sim o desmembramento do 
raciocínio em uma multiplicidade de possibilidades de consenso ou dissenso, 
exigindo que ele se comprove através do diálogo. 
- Os participantes do diálogo precisam conhecer o processo em todos os seus aspectos 
para evitar que um mesmo argumento seja utilizado mais de uma vez ou algum 
posicionamento seja apresentado em momento inoportuno. 
- Os juristas são os mais indicados para compor o diálogo pois possuem um 
conhecimento maior sobre argumentação e perdem com menos frequência o foco no 
que realmente deve ser discutido. 
- Se uma audiência judicial possui juristas como componentes de todos os papeis 
essenciais, pressupõe-se que há o mesmo conhecimento da matéria e a mesma signa 
em papeis diversamente diferenciados em termos funcionais, o que culmina num 
controle entre os próprios advogados. 
- Dentro desta audiência, o juiz será responsável apenas por regular a mesma, não 
podendo se comprometer com nenhuma forma de interpretação do direito. 
- A decisão será tomada com base no diálogo. 
 
 Controle Profissional 
- Profissionalização do trabalho  funções sociais globais. 
- Problemas: 1) as profissões podem tender ao erro, a vícios, morte... e etc. 
 2) a soberba do profissional, que detentor de um conhecimento especifico não 
acessível a todos se aproveita disso em benefício próprio. 
- Soluções: 1) o colegiado assume o controle da definição dos erros. 
 2) estabelecimento de uma ética profissional mais estrita e institucionalizada que de 
acordo com as necessidades especificas de cada especialidade. 
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Alunos: Anna Carolina; Fernanda Souto; Lorena Silva; Natália Superti; Víctor Rodrigues. 
 
- Neste caso, o controle se dá através do colegiado, que seria como uma reunião de 
juristas que verificam o que estaria de acordo com a profissão. Entretanto, este 
controle não pode ser encarado como tão eficiente atualmente em decorrência da 
grande diversidade de áreas e especializações que existem dentro do Direito. 
 
 Controle Político 
- O controle político é responsável pelo processo de fabricação das leis, pelo ato 
legislativo. 
- Visam apenas o cumprimento da lei, independente da correção. 
- Consiste na conferência das considerações tomadas ao decidir-se, mas não assumem 
responsabilidade pelo Direito. 
- Entretanto, esta forma de controle é marcada por apenas remendar as leis, e não por 
uma real inovação do Direito. 
 
 Ao concluir a discussão sobre controles, Luhmann afirma que a positivação do direito 
aponta para a fragilidade das instituições tradicionais, que não conseguem acompanhar a 
complexidade do sistema jurídico atual. O que sugere que o Direito careça de novas formas 
de controle para que o sistema seja de fato controlado.

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