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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO “PROF. MARIANO DA SILVA NETO” DEPARTAMENTO DE FUDAMENTOS DA EDUCAÇÃO AREA: FUNDAMENTOS HISTORICOS E CULTURAIS DA EDUCAÇÃO CAMPUS UNIVERSITÁRIO “MINISTRO PETRÔNIO PORTELA” TERESINA-PIAUÍ 05 de Setembro de 2018 PROFESSOR: DANIEL DE OLIVEIRA FRANCO COMPONENTES: GABRIEL DE OLIVEIRA LIMA, MARIA GABRIELLI DE SOUSA SILVA, JACIANE ARAÚJO SILVA E GERMANA SOUSA CARDOSO Atividade Avaliativa Um breve resumo sobre a história da educação na sociedade Egípcia: Introdução A civilização egípcia antiga desenvolveu-se no nordeste africano (margens do rio Nilo) entre 3200 a.C (unificação do Norte e sul) a 32 a.C (domínio romano). Como a religião é formada por um deserto (Saara), o rio Nilo ganhou uma extrema importância para os egípcios. O rio era utilizado como via de transporte (através de barcos) de mercadorias e pessoas. As águas do rio Nilo também eram utilizadas para beber, pescar e fertilizar as margens, nas épocas de cheias, favorecendo a agricultura. Cultura Egípcia Educacional A cultura educacional egípcia no que tange a escrita eram os hieróglifos, que foram decifrados em 1822 pelo francês Jean-François Champollion. Os egípcios também tinham outros dois tipos de escrita, a hierática que era hieroglífica simplificada e a demótica que era mais simples e rápida. Cultura Egípcia Artística Já a parte artística e cultural dos povos egípcios estava relacionada a tradições religiosas e funerárias. Pouca parte das obras egípcias foi criada como a arte pela arte, praticamente quase todas estavam interligadas num contexto religioso e político, como a representação do faraó. Nas pinturas era utilizada a pintura afresco, e as pinturas eram representadas com o rosto, pés e pernas de perfil, enquanto que os olhos e o tórax eram vistos de frente. Eram representadas cenas do cotidiano nas pinturas, e tinham também a função decorativa. A pintura era realizada principalmente na folha de papiro. Cultura Arquitetônica Egípcia O que mais marcou a arquitetura foram as grandes pirâmides construídas no Antigo Egito, com suas proporções gigantescas e com larga utilização da pedra como matéria-prima. Até hoje nos dias atuais, ainda não se sabe direito como foram construídas essas pirâmides, os historiadores dizem que os egípcios utilizavam rampas de terra para colocar os milhares de blocos de pedra uns sobre os outros, e quanto ao transporte, teria sido usado, provavelmente, trenós. As pirâmides representavam à força política e perpétua do governante divinizado e tinham relação com a imortalidade da alma. Foram construídos também outros túmulos, além das pirâmides, os hipogeus, que eram subterrâneos, e as mastabas, que eram trapezoidais. Nas esculturas era observada a lei do frontalidade, ou seja, o corpo humano era representado de frente e dividido em duas partes iguais, e o hieratismo, ou seja, a rigidez. Os egípcios sabiam lidar bem com cálculos e faziam previsões das cheias do Nilo. Cultura Religiosa e literária Egípcia A literatura era basicamente em cima da ideologia religiosa e moral. Um dos livros mais importantes da literatura egípcia é o Livro dos Mortos ou Livro Sagrado, que seria para eles como uma bíblia. Para eles haviam 360 dias divido em 12 meses, mais 5 dias de festas religiosas. O calendário baseava-se no movimento do Sol. As estações eram ditas conforme a agropecuária: verão, estação das cheias e inverno. A cultura religiosa egípcia passava-se na crença da imortalidade da alma, no juízo final e no retorno da alma ao mesmo corpo, por esse motivo, quando mortos, os faraós eram embalsamados para que o seu corpo se conservasse até a sua volta. A religião era de caráter politeísta. A religião desempenhou um papel de predomínio no cotidiano e no padrão cultural. A representação divina podia ser de três formas: zoomórfica, antropomórfica e antropozoomórfica. Economia Egípcia A principal atividade econômica dos egípcios era a agricultura. Os egípcios cultivavam trigo, cevada, linho, algodão, legumes, frutas e papiro, planta com a qual faziam um papel de boa qualidade. Eles não trabalhavam apenas com a agricultura, também com a criação de bois, cabras, carneiros, patos e também com a mineração de ouro, pedras preciosas, que chegou a ser usada para facilitar o comércio externo. Eles produziam armas, barcos, cerâmica, tijolos, vidro, cobre, bronze, etc. Tudo isso era feito na indústria artesanal que eles construíram. Os egípcios não conheciam o dinheiro, por isso, eles compravam e vendiam através de trocas. Essa atividade atingiu seu apogeu no Novo Império, quando se intensificaram os contatos comerciais com a ilha de Creta, Palestina, Fenícia e Síria. Uma das características da economia egípcia era o poder centralizador do Estado na figura do Faraó. A pedido do Imperador, os artesãos eram requisitados para a construção de templos e para a fabricação de armas para o exército. Com isso o comércio externo tornou-se possessão do Estado, pois só ele dispunha de material em demasia para a exportação. Os povos egípcios comercializavam através do Mediterrâneo, ao que tudo indica, foram os precursores. A matéria-prima para a construção dos barcos vinha da Fenícia e o pagamento era baseado na troca de objetos de arte e metais preciosos. O Egito também mantinha relações comerciais com a Arábia e a Índia. História Política do Egito Antigo O faraó mantinha a posição de rei, e governava como senhor absoluto, e era chamado de deus vivo. Todo o Egito era considerado sua propriedade. O faraó governava apoiado em um grande número de funcionários. Subordinavam-se ao soberano os monarcas, os escribas e os militares. A ideologia era predominante, influenciando a vida econômica, política e cultural, daí dizer-se que era um estado teocrático. O estado egípcio era considerado uma monarquia despótica de origem divina, baseado na servidão coletiva dos camponeses. A história política da civilização egípcia começou com a reunificação do Alto e Baixo Egito, por volta do ano 3.200 a.C. e terminou com a derrota de Cleópatra VII na Batalha de Ácio, no ano 30 a.C., quando o Egito foi transformado em uma província dominada pelo Império Romano. No Antigo Império (3200-2000 a.C.) ocorreu a unificação do Egito, iniciada pelo faraó Menés e consolidada por seus sucessores. Nesta época, houve um grande avanço comercial e desenvolvimento das artes, arquitetura e tecnologia. O topo da pirâmide social egípcia era ocupado pelo faraó, considerado filho de Amon-Rá, o deus-sol, e encarnação de Hórus, o deus-falcão. As atividades econômicas, a organização social, a justiça e o exército eram controlados pelo faraó. O cetro e a dupla coroa simbolizavam o Alto e Baixo Egito. Ele podia ter várias mulheres, mas somente a primeira era coroada rainha. O restante da população dividia-se em: nobres, sacerdotes, escribas, soldados, camponeses, artesãos e escravos. Os sacerdotes tinham muito prestígio e influência no Império, principalmente aqueles que serviam às principais divindades. O profeta de Amon era o mais importante. No Novo Império, alguns sacerdotes tentaram, sem sucesso, assumir o poder. Parentes do faraó, altos funcionários e oficiais do exército compunham a nobreza. Os escribas com formação mais elevada podiam ocupar cargos com funções mais importantes, tais como a magistratura, fiscalização do trabalho e rendas, inspetoria e administração. Eles eram considerados os informantes do faraó. Os soldados, entre os quais muitos eram estrangeiros, viviam dos pagamentos que recebiam pelos serviços prestados e de saques durante as batalhas. Camponeses, artesãos e escravos formavam as camadas inferiores do reino do Egito. História da Educação EgípciaAs escolas funcionavam como templos e em algumas casas foram frequentadas por pouco mais de vinte alunos. A aprendizagem se fazia por transcrições de hinos, livros sagrados, acompanhada de exortações morais e de coerções físicas. Ao lado da escrita, ensinava-se também aritmética, com sistemas de cálculo, complicados problemas de geometria associados à agrimensura, conhecimentos de botânica, zoologia, mineralogia e geografia. O primeiro instrumento do sacerdote-intelectual é a escrita, que no Egito era hieroglífica (relacionada com o caráter pictográfico das origens e depois estilizada em ideogramas ligados por homofonia e por polifonia, em seguida por contrações e junções, até atingir um cursivo chamado hierático e de uso cotidiano, mais simples, e finalmente o demótico, que era uma forma ainda mais abreviada e se escrevia sobre folha de papiro com um cálamo embebido em carbono). Ao lado da educação escolar, havia a familiar (atribuída primeira à mãe, depois ao pai) e a “dos ofícios”, que se fazia nas oficinas artesanais e que atingia a maior parte da população. Este aprendizado não tinha nenhuma necessidade de “processo institucionalizado de instrução” e “são os pais ou os parentes artesãos que ensinavam a arte aos filhos”, através do observar para depois reproduzir o processo observado. Os populares eram também excluídos da ginástica e da música, reservadas apenas a casta guerreira e colocadas como adestramento para guerra. A educação no Egito antigo tinha um propósito prático: Literatura: Facilitar as transações mercantis e expressar facilmente as cerimônias; Matemática: Possuía sem dúvida avançados conhecimentos de geometria empírica (que se baseava na experiência, não no estudo) e astronomia; Em seus papiros constam alguns problemas geométricos resolvidos tais como área do triângulo isósceles, área do trapézio isósceles e área do círculo. Astronomia: Calendário solar com doze meses e trinta dias cada. Escrita: Hieroglífica: Período pré-dinástico com mais de seiscentos sinais. Era usada nos templos, túmulos e palácios. Hierática: É uma adaptação da escrita hieroglífica, os sinais sendo simplificado para fazer sua escrita mais rápida. Hierática foi o roteiro administrativa e de negócios durante a maior parte de sua história, e gravou documentos de natureza literária, científica e religiosa. Demótica: Por volta de seiscentos a.C era empregada em todo o Egito. No período helenístico dos Ptolomeu, demótico foi o único script nativo em uso diário geral. É um script muito cursiva, tendo sido derivado diretamente do hierático, tornando-o difícil de ler e quase impossível de transcrever em qualquer contrapartida hieroglífica. Demóticos textos foram, em geral administrativo, jurídico e comercial, apesar de existirem algumas composições literárias, bem como textos científicos e religiosos. A Pedra de Roseta contém uma seção inscrito em demótico, juntamente com hieróglifos e grego. Quanto aos processos educativos, tem-se registros sobre a Literatura Sapiencial, (estudos morais e comportamentais), também comum as outras culturas do Oriente próximo, e que era restrita às classes dominantes. Esses ensinamentos eram transmitidos sob a forma de “conselhos de pai para filho ou de escriba para discípulo”. A educação estava voltada para o desenvolvimento da fala, da obediência e da moral. A fala não deve ser entendida apenas no sentido estético, o falar bem em especial, mas também os outros ensinamentos, eram as “bases” para a conquista e garantia do poder político. A obediência liga-se intimamente ao comando e, necessariamente um governante deve saber comandar. Num reino autocrático a subordinação é constante e para isso faz-se necessária o uso do castigo. A história da educação da mulher na sociedade egípcia Na sociedade egípcia as mulheres tinham a função de gerar, cuidar e curar, podendo ter posse de terras e possuir bens próprios. No antigo Egito a esposa era quem cuidava de todos ao seu redor, incluindo filhos e servos. Segundo documentos da III e V Dinastia, as mulheres podiam administrar a herança dos filhos caso fossem menores, sendo que em alguns documentos são mostrados que tanto o filho, quanto às filhas, recebia de forma igual à divisão da herança. Há vários registros de mulheres fazendo serviços domésticos, como a tecelagem e a preparação de cerveja e pães para a distribuição em todo o Estado. Na ausência dos maridos elas tomavam conta das tarefas deles durante o Reino Médio, as mulheres podiam atuar na justiça como testemunhas e defensoras e em pé de igualdade no trabalho de corveia (Sistema de trabalho compulsório no Egito Antigo). As mulheres também tinham praticamente os mesmos direitos dos homens, o que não ocorria em outras civilizações da mesma época. Chegando a postos que só foram alcançados por mulheres somente na sociedade atual. Havia muitos postos de trabalho e de destaque para as mulheres egípcias. Segundo MORLEY, SALARIYA (1999, p. 34): As mulheres eram bem tratadas no Antigo Egito. Elas podiam receber uma remuneração e ter propriedades. A lei egípcia reconhecia seus direitos e elas podiam ir aos tribunais reclamá-los, se sentissem que estavam sendo tratadas de forma injusta. Era esperado que os maridos permitissem as suas esposas irem aonde quisessem e fazer o que desejassem. As mulheres nas famílias mais pobres tinham de trabalhar em casa, nos campos, ou ajudando no ofício de seus maridos. A função de uma sacerdotisa era considerada uma honra e não um trabalho. Uma mulher poderia se tornar faraó mais isso era extremamente raro. Devemos ressaltar que a posição sociocultural e profissional alcançada pela mulher não se restringia apenas àquelas pertencentes à nobreza. Mas também mulheres do povo desfrutavam de dignidade e de respeito na sociedade faraônica. Entretanto auge do prestígio da mulher no Antigo Egito pode ser facilmente avaliado pelas importantes realizações no âmbito religioso e na realeza. As princesas e as esposas dos faraós exerciam atividades de grande relevo nas práticas religiosas. Eram as “Divinas Adoradoras de Amon”, ou “Divinas Esposas Reais”, ou “Mães do Faraó- Deus”, ou ainda “Cantoras de Amon”. Participavam ativamente dos rituais, tinham instrução e desempenhavam o papel importante no culto religiosa de vários Deuses egípcios, além das oferendas às divindades, cerimônias de consagração e de jubileus, orações e procissões de barcas sagradas. Em toda essa representatividade a mulher, como sacerdotisa da divindade (de ISIS, de HATHOR, de SEKHEMET) tinha um papel preponderante, nos rituais em que se celebrava o nascimento do “Filho Divino”, do Faraó-Deus, representados profusamente nos santuários dos “MAMISIS”, em vários templos. As mulheres podiam dispor de bens próprios e também de ser proprietárias de terras por elas mesmas administradas, participavam de transações comerciais, assim como também herdavam bens e faziam testamentos. Quando se casavam, continuavam a dispor de seus bens e, em caso de separação do cônjuge, teriam seus direitos garantidos perante aos códigos de leis, podiam apresentar-se diante dos tribunais como acusadoras, defensoras ou testemunhas. Eram responsáveis pelos seus atos e, igualmente, estavam sujeitas às mesmas penalidades ou castigos com a mesma severidade que as atribuídas aos homens. Geralmente a condição normal da mulher era a de casada, constituindo parte de uma família monogâmica, do núcleo da sociedade egípcia na época faraônica. As representações de casais e seus filhos nos mostram a importância da estrutura familiar e o papel fundamental representado pela mulher, no antigo Egito. Esse prestígio de que a mulher egípcia gozava se fazia sentir, não só no setor político e religioso, mas ainda na esfera social e nas diversas profissões de nível superior.
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