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4. ESTRUTURA DA CF-88

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ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 
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1. Classificação e estrutura da Constituição da CF/88
A CF/88 é classificada como escrita (analítica), democrática, dogmática, rígida, formal, dirigente e normativa;
De conteúdo extenso, prolixo e demasiadamente detalhado, compõem-se de mais de 300 artigos, sendo 250 (duzentos e cinqüenta do texto principal), e os demais, de cunho transitório, integrantes do ADCT- Atos das Disposições Constitucionais Transitórias;
São 250 artigos na parte geral, 97 artigos nas Disposições Transitórias e 83 Emendas Constitucionais;
Composição: Preâmbulo - nove títulos e um rol de dispositivos de cunho transitório reunidos no ADCT (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias);
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 São eles:
PREÂMBULO;
CORPO ou TEXTO (PARTE DOGMÁTICA) – composta de disposições complementares, disposições gerais e finais e disposições transitórias – (250 artigos, 94 das disposições transitórias e 83 emendas constitucionais + 06 emendas de revisão) ; 
FECHO – Brasília 05 de outubro de 1988;
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2. O Preâmbulo
Conceito- Documento de intenções de um Estado. Onde se encontram os princípios e os valores fundamentais do Estado esculpidos de modo prioritário no Texto Constitucional.
Do latim “pré ambulare” - parte inicial, introdutória;
Não é documento necessário e essencial de uma Constituição, mas é um elemento natural de Constituições feitas em momentos de ruptura histórica ou de grandes transformações político-sociais; 
Na EC 01/69 não trouxe o preâmbulo;
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 Preâmbulo – documento de intenções sem caráter normativo;certidão de origem do Estado que demonstra a ruptura com o autoritarismo e o antigo regime, contendo: justificativas, objetivos e finalidades; trouxe o disciplinamento do Estado Democrático; Direitos Sociais e da Sociedade Pluralista.
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Muito se discute sobre a relevância constitucional das normas que formam o preâmbulo das Constituições: Matéria não é pacífica na doutrina. Existem três posicionamentos na doutrina a esse respeito:
a tese da irrelevância jurídica, segundo a qual o preâmbulo não se situa no âmbito do Direito, situa-se no domínio da política;
a tese da plena eficácia, nesta as normas do preâmbulo teriam a mesma eficácia jurídica das normas constitucionais, e assim sendo plenamente passíveis ao controle de constitucionalidade das leis;
a tese da relevância jurídica indireta, segundo a qual o preâmbulo participa das características jurídicas da Constituição, mas resta saber que papel lhe cabe no sistema global;
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A tese aceita pela doutrina pátria é de que é o preâmbulo não possui normas constitucionais, propriamente força obrigatória, são apenas normas que contendo simplesmente afirmações de princípios (tese da irrelevância jurídica). Elas contem um ideal, mas não fixam normas.
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Na seara do STF já houve uma Adin(nº2076-5), relator foi o Ministro Carlos Veloso, em que se discutia a constitucionalidade do preâmbulo do Estado do Acre, pelo fato de ter omitido a expressão “sob a proteção de Deus”, contida no preâmbulo da CF.
Alguns entendiam que o Estado-Membro na elaboração da sua Constituição não poderia omitir o nome de Deus, pois era um a expressão contida a nível Federal. O STF deixou assente que o preâmbulo não contém normas constitucionais, e que o nome de Deus não se trata de reprodução obrigatória nas Constituições estaduais como força normativa.
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Em um outra ação Mandado de Segurança MS 24.645/97), os parlamentares requeriam a suspensão de uma PEC (Projeto de Emenda Constitucional) de nº41 de 2003, por ofensa ao texto do preâmbulo da Constituição, o ministro Celso de Melo deixou claro que o preâmbulo não contém normas constitucionais que imponham limitação de ordem material ao poder reformador outorgado ao Congresso Nacional.
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O Preâmbulo pode ser alvo reformas?
Tese da refromabilidade – acredita que o Preâmbulo faz parte da Constituição, e, por isso, pode ser alvo do Poder Constituinte Derivado;
Tese da irreformabilidade – não integra formalmente a Constituição, encontra-se fora da competência de reforma constitucional, sob pena de atingir o art. 60§4º da CF/88 (Tese aceita majoritariamente).
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As Disposições Complementares – orientações necessárias à interpretação do texto constitucional;
As Disposições Gerais e Finais – traçam questões materiais da lei;
As Disposições Transitórias:
Não precisam estar presentes;
Regulam situações passageiras;
Uma disposição transitória poderá estabelecer exceções a normas constantes no corpo permanente das constituições, sem que isso possa ser considerado conflito ou antagonismo insuperável.
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2. ORGANIZAÇÃO METODOLÓGICA DO TEXTO CONSTITUCIONAL
O critério metodológico utilizado foi o agrupamento em:
Títulos (conjunto de artigos – assuntos mais genéricos);
Artigos (unidade básica para a apresentação do agrupamento de assuntos – parte, trecho, juntura); devem ser redigidos de forma inteligível, conservar as mesmas expressões para as mesmas ideias, devem ser evitadas abreviações, além de se evitar o uso de expressões esclarecedoras: isto é, ou seja, por exemplo.
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Os nove primeiros são lidos na seqüência ordinal (primeiro, segundo [...] nono, os demais, na seqüência cardinal (dez, onze [...] duzentos e cinquenta);
Limitam-se a tratar de apenas uma regra jurídica e geral, as especificidades são tratadas pelos incisos (escritos na numeração romana- I, II, III, IV etc. - lidos na seqüência cardinal -indicam igualmente, da mesma forma, etc e isoladamente não tem sentido), alíneas (letras do alfabético arábico redigidas na forma minúscula);
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Parágrafos (representado pelo símbolo § - escreve-se ao lado do número como exemplo: §2º, todavia, quando se tratar de apenas um único parágrafo se escreve por extenso parágrafo único – está vinculado ao caput do artigo e é lido da mesma forma do inciso – ordem cardinal);
“O símbolo para parágrafo, representado por §, equivale a dois esses (S) unidos. Estas letras são as iniciais das palavras latinas na expressão "signum sectionis", abreviatura que significa "sinal de separação" ou "seção". Este símbolo é o precursor da mudança de linha e do espaço hoje convencionalmente usados para se introduzir um novo parágrafo”. (Fonte http://pt.wikipedia.org/wiki/Par%C3%A1grafo_%28s%C3%ADmbolo%29).
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Exemplos: 
Art. 5°, LXXXVI, b. 
Art. 5°, §2º;
Paragráfo único
c) Seções;
d) Subseções;
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Instrumento de modificação da Constituição - Emendas Constitucionais:
Supressivas – determinam o corte de qualquer parte da proposição principal;
Aditivas – acrescentam algo à proposição principal;
Aglutinativas – resultam da fusão de outras emendas ou a destas com o texto original;
Modificativas – alteram a proposição sem modificação substancial;
De redação – apresentada para sanar vício de linguagem, incorreção de técnica legislativa;
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Legislação que regulamenta a técnica legislativa no Brasil:
Lei Complementar 95/98;
Decreto 1.799/96;
Lei complementar
107/01;
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Composição metodológica da Constituição:
Os artigos formam a secção;
As secções formam os capítulos;
Os capítulos formam os títulos;
Os títulos constituem o livro;
Os livros formam a parte;
As partes formam o Código;
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3. Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT)
Conjunto de normas que reúnem disposições necessárias para a transição do regime de 69 para o regime constitucional de 1988. São normas de cunho transitório, depois de regularem as situações determinadas, a sua eficácia se exaure.
Percebe assim, dois grupos distintos de normas:
normas que estabeleceram regras de transição do regime antigo (1969) para o regime de 1988;
normas que estabeleceram regras temporárias, de cunho meramente transitório, que perderão sua eficácia tão logo ocorra a situação nela prevista; 
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Exemplos de norma de transição no ADCT - art. 16 determinou que o Presidente da República indicasse o governador e o vice-governador do DF até que fossem realizadas as eleições; Art. 3º - possibilidade de revisão constitucional, prevista para ocorrer cinco anos após a promulgação da Constituição;
Apesar de terem natureza transitória os dispositivos constitucionais previstos no ADCT, têm patamar de normas constitucionais sendo, portanto, passíveis de controle de constitucionalidade, e a sua modificação só poderá ocorrer por meio das Emendas Constitucionais obedecendo-se os dispositivos do art. 60 da CF/88;
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Modificações realizadas com a introdução de normas de cunho transitório- criação da CPMF - Contribuição provisória sobre movimentação ou transmissão de valores e de créditos e direitos de outra natureza;
Algumas garantias constitucionais que continuam omissas no texto constitucional estão presentes no ADCT – garantia de emprego da gestante e do empregado eleito para cargo de direção da CIPA, disciplinado pelo art. 10 dos ADCT, pela omissão da lei infraconstitucional do art. 7º, I da CF/88;
Consagrou o princípio da recepção;
Uma disposição transitória poderá estabelecer exceções a normas constantes no corpo permanente das constituições, sem que isso possa ser considerado conflito ou antagonismo insuperável. Ex: 35 do ADCT da CF/88, que excepciona o disposto no art. 165, §7º da parte permanente de normas.
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FIM.

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