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MOD 4 ET RAC E AFROD

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 MÓDULO 4 - A CONDIÇÃO DOS AFRODESCENDENTES NA SOCIEDADE BRASILEIRA: DADOS ESTATÍSTICOS, IMAGENS E REPRESENTAÇÕES DO NEGRO NO
BRASIL
4.1. Desigualdade racial revelada em números
O racismo no Brasil se confirma nos levantamentos estatísticos oficiais, produzidos pelo IBGE, dados esses que foram cuidadosamente analisados por nós, demonstrando que a
condição dos afrodescendentes na sociedade brasileira ainda é desvantajosa quando comparada à de outros segmentos da população, nos mais diversos âmbitos sociais:
distribuição racial por região, desenvolvimento econômico, mercado de trabalho, renda familiar, distribuição de renda, analfabetismo, desigualdade educacional em todos os níveis de
ensino (do básico ao superior), condição feminina com relação a saúde, acesso à infraestrutura pública, saneamento e moradia, estrutura familiar e dedicação aos afazeres
domésticos.
Os dados do Censo 2010, publicados no Diário Oficial da União do dia 04/11/2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a população brasileira já
atinge a soma de 185.712.713 habitantes. Entretanto, quando o assunto é a igualdade social entre brancos e negros, os números são bastante desoladores e mostram que o país ainda
precisa melhorar muito no que tange à distribuição equitativa de direitos e oportunidades.
Neste módulo, procuraremos estudar esses dados, a fim de confirmar a tese que estamos defendendo nesta disciplina: a de que o racismo é um traço perverso no tecido social
brasileiro, demonstrado e confirmado pelos levantamentos estatísticos oficiais.
 
4.2. A Pedagogia da Exclusão: Imagens e representações do negro na literatura e na mídia.
São incontáveis as pesquisas realizadas pela comunidade acadêmica sobre o tema proposto neste subtópico: as imagens e representações do negro nos diversos âmbitos da vida
social. Importa destacar, inicialmente, que os resultados do processo de construção da ideologia do branqueamento continuam a marcar as imagens e representações feitas sobre o
negro, seja na mídia, na literatura ou no ambiente escolar.
Comecemos analisando mais de perto como a literatura apresenta essa questão. Há um estudo, realizado por Lúcia Barbosa (2004), que analisa a imagem do negro presente nas
personagens de algumas obras da literatura brasileira. Apenas para tomarmos um exemplo, a autora, ao estudar os textos de Monteiro Lobato, conclui que seus livros trazem uma visão
extremamente preconceituosa sobre o negro, apesar de terem sido escritos após a abolição da escravidão.
Essa é uma crítica corrente entre os estudiosos e militantes do movimento negro, que veem nos textos de Monteiro Lobato a reprodução dos estereótipos do negro como submisso e
subserviente, visto que, “embora liberto, não poderia sobreviver sem a tutela do senhor, pois era hereditariamente predisposto ao trabalho servil e desprovido de qualquer autonomia
enquanto pessoa” (idem, p. 56); além disso, em suas descrições físicas de negros, os traços africanos se comparam muito a de animais, fato que, inclusive, foi objeto de fortes críticas a
um dos livros de Monteiro Lobato escolhido pelo MEC para ser distribuído aos alunos da rede pública. O parecer foi dado no final de 2010 pelo Conselho Nacional de Educação (CNE)
a respeito do livro Caçadas de Pedrinho, proibindo sua distribuição nas escolas públicas do país. Nesse sentido, as conclusões daquela autora nos trazem elementos interessantes
para essa análise (ibidem):
Não nos surpreende, portanto, a per​manência dos estereótipos citados em nossos dias, a literatura encarregou-se de agregá-los à figura do negro. Talvez por isso,
considera​mos naturais algumas atitudes, piadas e ditos populares de cunho preconceituosos. Derivam dessas ideias cristalizadas, no âmbito da nossa sociedade, os “pretos
de alma branca” e muitos outros que se perpetuaram e criaram raiz em nossa sociedade historicamente racista. Como vimos, a literatura, respeitadas as exceções,
implantou, difundiu e materializou peda​gogicamente fortes mecanismos de exclusão social, na tentativa de escamotear as nuanças.
Desta forma, podemos afirmar que os estereótipos a respeito do negro na escola também são alimentados por atitudes cotidianas, tanto por parte dos alunos, quanto dos professores,
funcionários, diretores e todos os envolvidos no processo escolar, independentemente de serem brancos ou negros. O que Bourdieu advoga é que a interiorização desses discursos
dominantes é um longo processo de aprendizado que, uma vez absorvido pelos grupos desfavorecidos, como, no nosso caso, todos nós brasileiros, exerce então a eficácia dessa
violência simbólica, ou seja, é capaz de manter “cada coisa em seu lugar e cada lugar com sua coisa”, segundo já estudamos com DaMatta (1987).
Imaginemos o exemplo de uma professora que sempre prioriza sua atenção às alunas mais “bonitas” da classe, subentendendo-se aqui as mais ricas, arrumadas, comportadas, bem
vestidas, perfumadas e, geralmente, mais brancas e loiras. São elogios ao novo corte de cabelo, a um novo sapato ou celular, ou a uma tarefa bem realizada.
Ainda não conseguiu entender por que isso acontece? Vamos lá: porque uma criança negra, por exemplo, que assiste a essas cenas cotidianamente, percebe e interioriza a mensagem
transmitida pelas atitudes da professora: “não estou sendo elogiada pois não sou tão bonita, não tenho um corte de cabelo tão bonito, não estou tão bem vestida, não sou tão
inteligente...”, isto é, esses estereótipos vão sendo assimilados como verdades pela criança, que é vítima dessa violência simbólica ao ponto de, quando crescer um pouco, querer
alisar seus cabelos e pintá-los de loiro, por exemplo, reproduzindo então os discursos construídos anteriormente a partir de um referencial branco. A esse respeito, comenta Menezes
(apud Miranda, 2010, p. 15):
A criança negra poderá incorporar esse discurso e sentir-se marginalizada, desvalorizada e excluída, sendo levada a falso entendimento de que não é merecedora de
respeito ou dignidade, julgando-se sem direitos e possibilidades. Esse sentimento está pautado pela mensagem transmitida às crianças de que para ser humanizado é
preciso corresponder às expectativas do padrão dominante, ou seja, ser branco.
Perceba que não é somente a criança negra quem incorpora esse discurso pautado por uma referência branca (e, portanto, não brasileira). Todos nós, em alguma medida, temos muita
dificuldade em nos definirmos por nossa cor, afinal, não podemos dizer que somos nem brancos puros, nem negros puros; nem totalmente brancos, nem totalmente negros. Mas já
vimos que a realidade e a estrutura social e econômica que ela nos impõe se encarrega de deixar muito claro o que significa nos fazermos brancos ou negros. Ou seja, construirmos ou
assumirmos nossa identidade étnico-racial significa também ocuparmos (ou não) o “lugar-social” (status social) reservado a cada um dos grupos étnicos, conforme comprovado por
tantos dados estatísticos já estudados no início deste módulo.
 
4.3. Violência policial e racial.
Estudando o livro de Hélio Santos (2001), pudemos fazer um percurso teórico que explica de maneira clara a ligação entre esses estereótipos produzidos pela mídia, pela literatura ou
pela música popular a respeito dos negros e a violência policial dirigida a esse segmento social. Isso porque o racismo que está dissimulado e espalhado por todo o tecido social
recebe nesse âmbito da violência policial e racial um caráter muito mais explicito, uma vez que apresenta-se numa versão armada, sob a proteção legal do Estado. Nas palavras do
autor:
O Brasil oficial tem nas polícias (civil e militar) o seu brado armado. Como já foi visto, a sociedade vê os não-brancos (pretos e pardos) como pessoas inclinadas para o mal.
Assim, é compreensível que as polícias reservem para eles uma maior atenção. Todavia, o “x” do problemaestá no fato de ser dramaticamente pior enfrentar um racista
armado do que, por exemplo, um selecionador de pessoal que discrimine negros. E mais: o racismo policial é pago pelo Estado com o dinheiro da população. (SANTOS,
2001, p. 133-134)
Nesse sentido, o autor irá discutir as formas de abordagem policial em relação aos negros, para questionar sobre os nossos conceitos de segurança (ou insegurança) pública. A
confiança da população na instituição policial também é abordada por Santos, a partir de dados que ligam o crime organizado à conivência policial. Esta sensação de insegurança
imposta nesse contexto traz uma onda social em direção à excessiva demanda por segurança privada, seus profissionais e suas tecnologias.
Leitura obrigatória:
SANTOS, H. A busca de um caminho para o Brasil: a trilha do círculo vicioso. São Paulo: Senac, 2001 (Texto 4A: O dilema: baixa renda x escolaridade inferior, 2º passo, p. 85-
106; Texto 4B: A visão da sociedade, 3º passo, p. 107-148).
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SILVÉRIO, Valter Roberto; ABRAMOWICZ, Anete; BARBOSA, Lúpcia Maria Assunção (Coords). Projeto São Paulo Educando pela Diferença para a Igualdade. Módulo II - Ensino
Médio. 2004. Universidade Federal de São Carlos – NEAB / UFSCar (Texto 4C: BARBOSA, Lúcia Maria de Assunção. Pedagogia da Exclusão: a representação do negro na
literatura brasileira, p. 51-58). Disponível em: <http://www.ufscar.br/~neab/pdf/enmedio_verde_compl.pdf>
 
Leitura para aprofundamento:
PINHEIRO, Luana (et. al.). Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça. 3. ed. Brasília: Ipea: SPM: UNIFEM, 2008. 36 p. Disponível
em: <http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/Livro_RetratoDesigual.pdf>
 
Filmes e músicas sugeridos para atividades complementares:
· Filme: O rap do pequeno príncipe contra as almas sebosas. Dir.: Paulo Caldas, Marcelo Luna. Brasil, 2000.
Filme: Notícias de uma Guerra Particular. Dir.: João Moreira Sales, Kátia L.Sales. Brasil, 1998.
Filme: Carandiru. Dir.: Hector Babenco. Brasil / Argentina / Itália, 2003.
· Música: Dia de Graça, Candeia.
Música: Haiti, Caetano Veloso.
 
 
Exercício comentado:
Analise o gráfico seguinte:
Todas as alternativas abaixo são válidas para a explicação dos dados apresentados, exceto:
A) A distribuição racial nas diversas regiões brasileiras se dá de maneira desigual, concentrando-se pretos e pardos nas regiões mais pobres do país.
B) Nas regiões Norte e Nordeste, os brancos estão em minoria, com 23,6% e 28,8% respectivamente.
C) A região Nordeste é a que apresenta o maior número de pretos, e a região Sul, o menor número de pardos, em relação ao restante do país.
D) As diferenças regionais apresentadas no gráfico acima não mostram relação com a condição social e econômica dos afrodescendentes no Brasil.
E) Pode-se afirmar que a região Centro-Oeste é a mais próxima à média da população brasileira, no quesito de distribuição racial.
 
Comentário: Alternativa correta (D):
Existe uma relação direta entre a distribuição racial brasileira e a pobreza ou riqueza das diversas regiões do país, numa lógica que coloca nas regiões mais pobres, Norte e Nordeste,
a maior concentração de pretos e pardos, e inversamente, estando os brancos em maioria nas regiões mais ricas, a saber, Sul e Sudeste.
 
 
Exercício 1:
Analise o gráfico abaixo e assinale a alternativa que melhor explica os dados apresentados.
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A - Em todas as regiões do Brasil, as mulheres negras continuam a desempenhar as funções domésticas nos lares brasileiros, ou seja, o número de mulheres negras ocupando cargo de empregada
doméstica é sempre superior à média em cada região. 
B - O número de empregadas domésticas é superior ao número de mulheres negras no Brasil, independente da região. 
C - O gráfico não mostra relação entre cor/raça e a ocupação dos postos de empregada doméstica no Brasil. 
D - A região Centro-Oeste apresenta o maior número de mulheres negras ocupando cargo de empregada doméstica. 
E - Na região Norte, a diferença entre o número de mulheres negras na população total e aquelas que ocupam o cargo de empregada doméstica é a maior do Brasil. 
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Exercício 2:
Analise o gráfico abaixo:
 
A partir da interpretação destes dados, é incorreto afirmar que:
 
A - Entre 1% da população mais rica no Brasil, as pessoas de cor preta são minoria absoluta, representando menos de 2% nesta faixa. 
B - A concentração de renda no Brasil possui traços claramente raciais, sendo possível afirmarmos que a pobreza em nosso país “tem cor”. 
C - Observando estes dados, podemos afirmar que as diferenças étnico-raciais são muito sutis, se comparadas às diferenças econômico-sociais na sociedade brasileira. 
D - Apesar de constituírem quase 50% da população brasileira em geral, quando observada a faixa dos 10% mais pobres, os brancos aparecem em minoria, em relação a pretos e pardos. 
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E - É praticamente inexpressiva a presença de negros entre aqueles que se encontram entre o 1% da população mais rica no Brasil. 
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Exercício 3:
Em relação aos estereótipos raciais presentes na literatura brasileira, é incorreto afirmar que:
A - Muitos livros da literatura clássica brasileira ajudaram a manter intactos os estereótipos de cunho racista. 
B - Os textos de Monteiro Lobato também reproduzem os estereótipos do negro como submisso e subserviente. 
C - Não há estudos conclusivos sobre a produção de discursos de cunho racista na literatura clássica brasileira. 
D - Devido ao seu teor considerado racista, um dos livros de Monteiro Lobato foi vetado pelo MEC-Ministério da Educação, e proibida sua distribuição nas escolas públicas do país. 
E - A literatura colaborou também para reforçar piadas e ditos populares de cunho preconceituosos. 
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Exercício 4:
Leia o trecho da música de Gabriel O Pensador, Lavagem Cerebral e assinale a alternativa incorreta:
 
Aliás branco no Brasil é difícil porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda então olhe pra trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura então porque o preconceito?
Barrigas cresceram
O tempo passou...
Nasceram os brasileiros cada um com a sua cor
Uns com a pele clara outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
 
A - Este trecho aborda a questão da miscigenação na formação da população e da cultura brasileiras. 
B - Segundo o que estudamos em nossa disciplina, existe uma dificuldade entre a população brasileira em sua auto-atribuição de cor nos levantamentos censitários. 
C - No censo de 1976, segundo pesquisa realizada por Lilia Schwarcz, os brasileiros se auto-atribuíram 136 cores diferentes, demonstrando a incômoda identidade étnico-racial no Brasil. 
D - A letra de Gabriel O Pensador comprova as teorias raciais que diferem a humanidade em várias raças, como brancos, negros, indígenas etc. 
E - A abordagem que a música acima traz a respeito da realidade multirracial brasileira refere-se às diferentes características fenotípicas entre as pessoas, que, geneticamente, pertencem a uma única
raça humana. 
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Exercício 5:
"Onde estão os negros? De cada dez brasileiros que chegam ao topo da sociedade, nove são brancos." (Revista Veja, 4 de dezembro de 2002)
Considerando a mancheteacima e o texto abaixo, indique um dos fatores justifique a situação apresentada.
“De todas as grandes questões nacionais, nenhuma outra é mais dissimulada do que a racial. O negro não está ausente apenas dos meios de comunicação em geral, ele também não comparece como
uma entidade importante da vida nacional. Nós não comparecemos adequadamente nas novelas e nos filmes nem somos personagens dos comerciais de TV na dimensão que merecemos (só bem
recentemente pequenas mudanças começaram a ocorrer). Afinal, somos quase a metade da população. Os historiadores oficiais, quando retratam os negros, atuam como se fossem contadores de
histórias. Os cientistas sociais e economistas, quando falam em miséria, desemprego, falta de moradia, concentração de renda, violência e outros tópicos relacionados ao barbarismo social brasileiro,
nunca identificam os protagonistas dessa tragédia, tendo como referencial a origem racial e étnica das pessoas envolvidas.” (SANTOS, H. A busca de um caminho para o Brasil
São Paulo: Editora Senac, 2001, p. 26)
A - Invisibilidade. 
B - Preconceito. 
C - Apartheid. 
D - Discriminação. 
E - Etnocentrismo. 
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Exercício 6:
Pedagogias de combate ao racismo e a discriminação elaboradas com o objetivo de educação das relações étnico-raciais positivas têm como objetivo fortalecer entre os negros e
despertar entre os brancos a consciência negra. Essa pedagogia oferecerá:
I. entre os negros, conhecimentos e segurança para se orgulharem de sua origem africana.
II. entre os brancos, que identifiquem as influências, a contribuição da história e da cultura dos negros no seu jeito de ser e de viver.
III. entre ambos, o reconhecimento de que o Estado atual não pode atuar contra o preconceito e a discriminação se a população não participar ativamente.
IV. entre negros, formas de organização social capaz de auxiliar as pessoas na sua identificação racial e sua valorização como povo.
V. entre brancos, um combate a mentalidade racista que desfavorece uma raça e cultura em função de outra.
 Assinale a alternativa correta:
A - I, II, III 
B - II, III, IV 
C - III, IV, V 
D - I, II, IV 
E - II, III, V 
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Exercício 7:
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Adaptação da atividade da Coleção PróInfantil - Mec 2005
Morro Velho
[...]
Filho do branco e do preto
Correndo pela estrada atrás de passarinho
Pela plantação adentro, crescendo os dois meninos
Sempre pequeninos
Peixe bom dá no riacho de água tão limpinha, dá pro fundo ver
Orgulhoso camarada, conta história prá moçada
Filho do senhor vai embora, tempo de estudos na cidade grande
Parte, tem os olhos tristes, deixando o companheiro na estação distante
Não esqueça, amigo, eu vou voltar
Some longe o trenzinho ao deus-dará
Quando volta já é outro
Trouxe até sinhá mocinha prá apresentar
Linda como a luz da lua que em lugar nenhum rebrilha como lá
Já tem nome de doutor, e agora na fazenda é quem vai mandar
 
E seu velho camarada, já não brinca mais, trabalha.
 
Na música Morro Velho, de Milton Nascimento, o que aparece como diferença e o que podemos perceber como desigualdade?
 
A - apresenta a problemática da desigualdade na sociedade brasileira em duas de suas principais faces, a sócio-econômica e a racial. 
B - apresenta a igualdade na sociedade brasileira. 
C - apresenta a igualdade entre as crianças na sociedade brasileira em duas de suas principais faces, um foi estudar e o outro não porque era preguiçoso. 
D - apresenta a sociedade brasileira em duas de suas principais faces, religiosa e educada. 
E - apresenta a sociedade brasileira em duas de suas principais faces, os inteligentes e estudiosos e os preguiçosos 
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Exercício 8:
Os valores étnicos negros constitui uma grande parcela daquilo que chamamos de:
Fonte: Hélio Santos -A busca de um Caminho para o Brasil, a trilha do círculo vicioso. pg 153.
A - cultura brasileira 
B - cultura alemã 
C - cultura ibérica 
D - cultura paulista 
E - cultura lusitana 
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Exercício 9:
(Santos E. 2001) A repressão policial cometida contra os não-brancos é visível em nossa sociedade, no caso das polícias, sobretudo a polícia militar (PM),
não só os não-brancos mais humildes correm risco. Aquilo que poderíamos chamar de classe média negra não está livre da violência policial. Dentre os
agredidos pelas polícias temos figuras conhecidas e autoridades que são detidas. Os casos apresentados são respectivamente: 
A - O cantor e compositor Neguinho da Beija Flor foi detido por PMs no centro de São Paulo “por excesso de documentos”. O ex-presidente do Suriname, Desi Bourtese. E a estudante que foi hostilizada
por estar com os cabelos lisos. 
B - O cantor e compositor João Gilberto foi detido por PMs no centro de Porto Alegre “por excesso de documentos”. O ex-presidente do México, Evo Morales. E a estudante que foi hostilizada por estar
com os percing. 
C - O cantor e compositor Milton Nascimento foi detido por PMs no centro de São Paulo “por excesso de documentos”. O presidente da África, Desi Bourtese. E a estagiária que se recusou a alisar cabelo
e foi hostilizada no trabalho. 
D - O cantor e compositor Djavan foi detido por PMs no centro do Rio de Janeiro “por excesso de documentos”. O presidente da Argentina, Desi Bourtese. E a escola que hostilizou a estagiária que se
recusa a alisar cabelo. 
E - O cantor e compositor Djavan foi detido por PMs no centro de São Paulo “por excesso de documentos”. A agressão cometida contra o ex-presidente do Suriname, Desi Bourtese. E a estagiária que se
recusou a alisar cabelo e foi hostilizada no trabalho 
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Exercício 10:
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Fonte: Sebastião Moreira/A E. Carta Capital. 10/05/2006. p.15.
 
A imagem acima retrata a desigualdade na ocupação dos espaços urbanos. Porém, de acordo com dados do IBGE a população negra e parda são em maior número os que sofrem
por baixa qualidade de moradia e de salário. Hélio Santos (2007) cita que “as elites preservaram tudo para si e, após 350 anos de superexploração da força de trabalho negra,
passaram a optar pela mão de obra importada da Europa. Assim, após a abolição, a população negra partiu da senzala para as margens”. (pg. 78-79) Nessa perspectiva na época de
abolição quanto às oportunidades no mundo do trabalho o ex-escravo tinha três caminhos possíveis:
I. Optar por permanecer junto àqueles negros que já estavam libertos e trabalhar em condições análogas às anteriores;
II. Tentar atuar onde havia produtividade, criando condições para a sua efetivação em um verdadeiro mercado de trabalho;
III. Os negros poderiam ainda enfrentar a concorrência da mão de obra vinda da Europa (sobretudo a italiana), que estava em melhores condições de atuar em um 
trabalho livre.
IV. Trabalhar como assalariado nas fazendas de plantação de soja.
V. Virar dono do seu próprio negócio já que recebeu todo o apoio das elites.
 
Indique qual alternativa está correta:
 
 
 
A - IV e V 
B - II e III 
C - III,IV e V 
D - I, II e III 
E - V 
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Exercício 11:
No capítulo “A introjeção do Racismo e do preconceito” o 4º passo e cita que no início de nossa discussão falamos da centopeia de duas cabeças. A centopeia é um bicho conhecido
também pelo nome de lacraia e costuma ser inofensivo. A inovação que a teoria traz à anatomia desse bichinho é incluir outra cabeça, ondedeveria estar seu rabo. Com duas cabeças,
imaginamos que ela possa mover-se em sentidos opostos. Usamos essa alegoria para poder explicar o que se dá no campo racial em nosso país. Em um sentido, a sociedade,
fortalecida pelos meios de comunicação, destila seu racismo e constrói os seus preconceitos contra os negros e seus valores. Os valores do negro são a sua cultura. (SANTOS, 2001.
148-149)
 
É correto AFIRMAR:
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I. Que nos EUA ter “uma gota de sangue negro” é considerado negro-africano. No Brasil basta ter “uma gota de sangue branco” para ser branco.
II. No Brasil o “mulato” não é considerado nem branco nem negro.
III. Comprovadamente “mulatos” tem passe livre para progredir na sociedade. Isto é visto pela ampla mobilidade social apresentada em pesquisas.
IV. Durante muito tempo se acreditou na falsa verdade que mulatos tem passe livre para progredir na sociedade. No entanto, isso não se confirma, pois se ocorresse deveria o
“mulato” contar com uma efetiva mobilidade social (crescimento) que acaba não ocorrendo.
Estão corretas as afirmações:
A - I, II e IV 
B - I,II e III 
C - I, III e IV 
D - t odas alternativas estão erradas 
E - I e II 
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