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ANÁLISE SENSORIAL DE ALIMENTOS Curso: Tecnologia de Alimentos Módulo: IV Professora Ma. Thaís Vieira Paiva Introdução A avaliação sensorial dos alimentos é uma função primária do homem desde sua infância, aceita ou rejeita alimentos de acordo com a sensação que experimenta ao observá-los ou ingerí-los. Mesmo recém nascidos, já possuem preferências com relação aos gostos básicos. Preferências de recém nascidos por determinado gosto básico ou alimento, são medidas pela observação de: Expressões faciais Força e freqüência de sucção Volume de ingestão Batimento cardíaco, etc. Introdução Introdução As indústrias de alimentos têm buscado identificar e atender aos anseios dos consumidores em relação a seus produtos. Só assim sobreviverão num mercado cada vez mais competitivo! Introdução A análise sensorial tem se mostrado importante ferramenta neste processo uso de técnicas com o intuito de avaliar produtos quanto à sua qualidade sensorial, em várias etapas de fabricação. Introdução É uma ciência que objetiva, principalmente, estudar as percepções, sensações e reações do consumidor sobre as características dos produtos, incluindo a aceitação e a rejeição. Introdução Segundo o IFT (Institute of Food Science and Technology) é uma disciplina usada para : provocar, medir,analisar e interpretar as reações produzidas pelas características dos alimentos e materiais, como elas são percebidas pelos órgãos da visão, olfato, gosto, tato e audição. Características da Análise Sensorial Identificar as características de interesse da qualidade sensorial do alimento, ou seja, identificar o que medir. Ex: sabor, cor etc; Selecionar o método sensorial mais adequado para quantificar ou qualificar a sensação experimentada pelo homem em resposta ao estímulo provocado pelo alimento; Selecionar o método estatístico mais adequado para avaliar os resultados. Aplicações da Análise Sensorial Nas etapas de desenvolvimento de um novo produto Análise descritiva das amostras experimentais; Classificação de cada amostra de acordo com os padrões estabelecidos; Estabelecimento de que um dos vários produtos experimentais tenha aceitabilidade igual ou melhor que o padrão. b) Controle de Qualidade Do processo de fabricação: controle de matéria-prima, de variações no processamento, de variações de ingredientes. Do produto acabado: verificação de possíveis perdas na qualidade do produto devido ao armazenamento. De mercado: estudos comparativos entre o produto da empresa e do concorrente. Aplicações da Análise Sensorial c) Na seleção de métodos instrumentais que tenham correlação com atributos sensoriais de alimentos. Aplicações da Análise Sensorial Elementos da Avaliação Sensorial VISÃO A visão é o primeiro estímulo que o homem recebe → sensação de “água na boca” A visão informa o aspecto do alimento e antecipa-se na recepção a todos os outros sentidos. Produz uma reposta forte. Elementos da Avaliação Sensorial É muito importante no controle de qualidade de matéria prima. As características visuais induzem a esperar certo sabor. Elementos da Avaliação Sensorial VISÃO Luzes: são usadas quando se quer mascarar diferenças visuais entre os produtos. São utilizadas luzes vermelha, verde ou azul, de acordo com o atributo que se quer mascarar. Elementos da Avaliação Sensorial VISÃO: Cor Contribui para maior aceitabilidade do produto; Alguns alimentos podem ser rejeitados caso não apresentem a aparência desejada. Ex: Pessoas acostumadas a comerem ervilhas enlatadas normalmente rejeitam a congelada, cuja coloração verde parece ser artificial. Elementos da Avaliação Sensorial Elementos da Avaliação Sensorial Lábios e bochechas: Sensíveis ao tato, temperatura, volume e odor Língua: Contém receptores especializados no SABOR, comprime o alimento contra o palato duro, posiciona o alimento entre a superfície dos dentes e é muito sensível ao tato, pressão, temperatura e odor. Elementos da Avaliação Sensorial Elementos da Avaliação Sensorial SABOR É o atributo de um material, alimento ou não, que estimula órgãos sensoriais e que une à sensação do aroma à área orofaríngea. É uma sensação mista que inclui gosto ( ≠ de sabor), odor, temperatura e outras sensações. Elementos da Avaliação Sensorial SABOR SABOR x GOSTO Para identificar um gosto faz-se uso de apenas um dos cinco sentidos, o paladar. Assim que um alimento entra em contato com a língua, os receptores presentes nas papilas gustativas identificam o gosto que ele possui e enviam a informação para o cérebro Elementos da Avaliação Sensorial SABOR SABOR x GOSTO No caso do sabor a complexidade é maior Em uma publicação da Revista Britânica Nature, Berry Smith descreve o sabor como resultado da integração multissensorial do olfato, tato e paladar. O autor vai além e diz que situações extremas, como humor,sons ou até mesmo a iluminação do ambiente podem ser determinantes para percepção dos sabores. Elementos da Avaliação Sensorial SABOR SABOR x GOSTO Na mesma linha de raciocínio, Stuart Firestein, da Universidade de Columbia (EUA) explica porque a temperatura e consistência são fundamentais na hora de sentir o sabor: - Você não aprecia uma comida lisa ou escorregadia quando a sua expectativa em relação a ela não é essa. Elementos da Avaliação Sensorial SABOR SABOR x GOSTO Teste: Pegue uma bala de hortelã e coloque na boca com o nariz tapado. Após alguns segundos destape o nariz. Note que quando o nariz está tapado é possível sentir apenas o gosto doce, mas com o nariz destapado é possível sentir o sabor da bala, neste caso de hortelã, através da interação entre paladar e olfato. SABOR Uma pessoa normal pode distinguir os quatro gostos básicos: doce, amargo, azedo e salgado. Para cada gosto, podem ser distinguidos de 20 a 30 níveis de intensidade. Elementos da Avaliação Sensorial GOSTOS DOCE (ponta da língua): Gosto produzido por soluções aquosas de substâncias adoçantes (ex. solução de sacarose) ÁCIDO (laterais da língua): Gosto produzido por soluções aquosas de substâncias ácidas (ex. solução de ácido cítrico) Elementos da Avaliação Sensorial GOSTOS AMARGO (atrás da língua e as vezes garganta): Gosto produzido por soluções aquosas de substâncias amargas (ex. solução de cafeína) SALGADO (ponta e laterais da língua): Gosto produzido por soluções aquosas de sais (ex. solução de cloreto de sódio (sal de cozinha) Elementos da Avaliação Sensorial 5 º GOSTO Conhecido como gosto umami. Umami :palavra japonesa que significa “com um bom gosto de carne” e se aplica à detecção de glutamatos, que se encontram sobretudo em carnes, queijo e outras comidas com muitas proteínas. O gosto umami é produzido por soluções aquosas de glutamatos (ex. solução de glutamato monosódico). (SBCT,2008;UMAMI INFORMATION CENTER, 2008) Elementos da Avaliação Sensorial 5 º GOSTO Estudos sensoriais demonstraram que o glutamato é capaz de disparar o mecanismo de percepção do gosto. Isto explica porque é que comida tratada com glutamato monosódico tem um sabor "melhor" ou "mais encorpado". Na ciência de alimentos o glutamato é classificado como realçador de sabor. Elementos da Avaliação Sensorial Lábios, bochechas, gengivas, línguas, palatos): As sensações despertadas no manuseio complementam a informação que nos chega pelos olhos. (Temperatura, dureza, maciez, cremosidade, etc.) Elementos da Avaliação Sensorial TATO: É responsável pelas percepções de textura e temperatura; Existem 96 possíveis descrições de textura e propriedades dos materiais. Elementos da Avaliação Sensorial TEXTURA Textura se refere a todas as propriedades reológicas e estruturais (geométricas e de superfície) de um alimento, perceptíveis pelos receptores mecânicos, táteis e eventualmentepelos receptores visuais e auditivos. (ABNT, 1993) Elementos da Avaliação Sensorial TEXTURA Atributo que, depende da interação entre tato, visão, audição e também ajuda no exercício mastigatório, contribuindo para saúde dos dentes. É relacionada à cultura e padrões de qualidade. Ex: bolachas devem ser quebradiças. Elementos da Avaliação Sensorial ODOR: Estimulado por energia química (componentes voláteis); A sensibilidade deste sentido varia com o indivíduo e diminui com a idade; Elementos da Avaliação Sensorial ODOR O olfato é mais complexo e sujeito à fadiga e adaptação; O olfato humano é muito sensível; Um provador treinado pode distinguir cerca de 4.000 odores diferentes e até 20 níveis de intensidade de cada um. Elementos da Avaliação Sensorial AUDIÇÃO Sons provocados pela mordida e mastigação complementam a percepção da textura (Efervescência, crocância, etc) Elementos da Avaliação Sensorial As informações que chegam pelos 5 sentidos interagem entre si e associam-se ao psicológico. Elementos da Avaliação Sensorial A indústria de alimentos sempre se preocupou com a qualidade sensorial de seus produtos; Entretanto, os métodos utilizados para medi-la variaram em função do estágio de evolução tecnológica da indústria; Para alguns autores existem quatro fases no desenvolvimento da análise sensorial, cada uma com características próprias. Histórico da Análise Sensorial Histórico da Análise Sensorial Período anterior a 1940 Época artesanal ou pré-científica da indústria de alimentos; Pouco se preocupava com uma base científica para o estudo da qualidade sensorial do produto; Período onde a qualidade sensorial era determinada pelo“dono” ou encarregado da indústria. Histórico da Análise Sensorial Período de 1940 a 1950 É assinalada pela expansão da indústria de alimentos; Houve a introdução dos conceitos de controle de processo e produto final, entretanto, pouco se pensava na análise sensorial, aqueles que o faziam não planejavam os testes nem a randomização das amostras; Durante a II Guerra ocorreu um episódio que deu grande impulso ao desenvolvimento de metodologias de análise sensorial. (Escala Hedônica de 9 pontos). Histórico da Análise Sensorial Período de 1950 a 1970 a) definição dos atributos primários que integram a qualidade sensorial dos alimentos e os órgãos sensoriais a eles relacionados; b) normatização da forma e condições da realização da análise sensorial, bem como o tratamento estatístico dos dados obtidos; c) Desenvolvimento de pesquisas básicas sobre o processo pelo qual o homem percebe um estímulo; d) Desenvolvimento do Perfil de Sabor e Perfil de Textura (métodos descritivos). Histórico da Análise Sensorial Período a partir de 1970 Instituiu-se que a qualidade sensorial de um alimento é o resultado da interação entre o alimento e o homem, que varia entre os indivíduos. Reconhece-se que a qualidade sensorial é função tanto dos estímulos procedentes dos alimentos como também das condições fisiológicas, psicológicas e sociológicas dos indivíduos que o avaliam. A partir da década de 1990 muitos trabalhos foram publicados com o intuito de prover técnicas de aplicação da análise sensorial na indústria. Hoje se tem conhecimento da grande necessidade da prática sensorial no controle de qualidade global do produto; Métodos sensoriais têm sido desenvolvidos e aprimorados e as especificações sensoriais para os produtos têm evoluído para melhor, de maneira que o pesquisador tem em mãos muitas opções de ferramentas para seu estudo. Histórico da Análise Sensorial PIONEIROS Destilarias e cervejarias da Europa Nos EUA surgiu da necessidade de se obter produtos de alta qualidade e que não fossem rejeitados pelos soldados da II Guerra Mundial. Histórico da Análise Sensorial Histórico da Análise Sensorial NO BRASIL Necessidade de classificar o café como bebida; Método de equipe de provadores ou degustadores: usado pela primeira vez em 1954 no laboratório de degustação da Seção de Tecnologia do Instituto Agrônomico de Campinas. É importante salientar que, no Brasil, as indústrias de alimentos não se encontram, em sua totalidade, no chamado estágio quatro de desenvolvimento; Elas podem ser enquadradas entre as quatro fases anteriormente citadas, havendo indústrias que ainda estão vivendo a fase inicial de desenvolvimento da análise sensorial. Histórico da Análise Sensorial Leitura de Material
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