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Imprensa alternativa Anos 1960 - 1980 CONCEITUAção E CONTEXTUALIZAção histórica dA IMPRENSA ALTERNATIVA A expressão comunicação alternativa, típica dos anos 1960 aos 1980, vem sendo retomada. Ela surgiu para designar tanto a comunicação popular, como para caracterizar o tipo de imprensa não alinhada à linha da mídia tradicional, então sob a batuta da censura do regime militar no Brasil. Era uma época em que a maioria dos grandes jornais se alinhava à visão oficial do governo, por opção político-ideológica ou pela coerção, sob a força da censura. Pequenos jornais A imprensa alternativa era representada pelos pequenos jornais, em geral com formato tablóide, que ousava analisar criticamente a realidade e contestar um tipo de desenvolvimento. PIF-PAF - 1964 Pasquim - 1969 Oposição - 1969 Versus (1974 De Fato - 1975 Movimento - 1975 Eram jornais dirigidos e elaborados por jornalistas de esquerda, alguns ligados à pequena burguesia, que, cansados do autoritarismo, aspiravam um novo projeto social e preocupavam-se em informar a população sobre temas de interesse nacional numa abordagem crítica Conceitos “a imprensa alternativa foi expressão da média burguesia, dos trabalhadores e da pequena burguesia, defendeu interesses nacionais e populares, portanto, condenava o regime militar”. Raimundo Rodrigues Pereira (1986) “a imprensa alternativa surgiu da articulação de duas forças igualmente compulsivas: o desejo das esquerdas de protagonizar as transformações institucionais que propunham e a busca, por jornalistas e intelectuais, de espaços alternativos à grande imprensa e à universidade. É na dupla oposição ao sistema representado pelo regime militar e às limitações à produção intelectual jornalística sob o autoritarismo, que se encontra o nexo dessa articulação entre jornalistas, intelectuais e ativistas políticos.” Bernardo Kucinski (1991) Alternativos por quê? Eram uma alternativa de leitura aos grandes jornais então existentes. Tratavam de temas comumente tratados pela imprensa e circulavam no mesmo circuito: eram vendidos em bancas ou por assinaturas e em locais de fluxo flutuante (universidades, centros de convenções etc.) O que caracteriza o jornal como alternativo é o fato de representar uma opção enquanto fonte de informação, pelo conteúdo que oferece e pelo tipo de abordagem. Os pequenos jornais, boletins informativos e outras formas de comunicação (como o teatro popular, literatura de cordel, alto-falantes, folhetos, cartilhas, vídeos, slides, carro de som etc. – do circuito dos movimentos populares) eram chamados de alternativos mais pela força do sentido do seu conteúdo e sem dispensar a leitura de jornais convencionais. Características dos jornais alternativos jornais com características de circulação diária boletins populares outros segmentos como o da imprensa popular ligados aos movimentos populares · Exemplos Jornallivro, produzido por entidades e grupos voltados ao trabalho de educação de base. Mulherio, produzido por um grupo de mulheres e que tratava da situação do público feminino na sociedade; Porantin, do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), que abordava a questão do índio imprensa político-partidária e sindical Político partidários Voz da Unidade, Tribuna da Luta Operária Sindicais ainda existentes Tribuna Metalúrgica e Folha Bancária Dificuldades O financiamento dos veículos da imprensa alternativa tem sido sempre uma das maiores dificuldades vividas pelos que têm a coragem de publicar meios para divulgar informações confiáveis, que ouvem fontes diversificadas e dão destaque às iniciativas dos atores sociais do país IMPRENSA ALTERNATIVA NA ATUALIDADE Dois veículos lutam para se manter: A agência Carta Maior nasceu em 2001, por ocasião do I Fórum Social Mundial, oferecendo artigos, notícias, coberturas televisivas e outras inovações. Brasil de fato Começou a circular em 2003, no III Fórum Social Mundial, a partir de proposta dos movimentos sociais. Com tiragem aproximada de 10 mil exemplares, o jornal chega aos assinantes em todo o país pelo mesmo valor. É também uma agência de notícias Na internet, fornece informações atualizadas sobre os movimentos sociais nas mais diversas áreas Caros Amigos Lançada pela editora Casa Amarela, a revista chega às bancas em abril de 1997. Dirigida pelo jornalista Sérgio de Souza, a revista, segundo sua própria definição, traz, em cada edição, uma grande entrevista com personalidade de destaque em determinado campo de atividade, como o econômico, o político, o religioso, o artístico, o esportivo, o filosófico etc., sempre alguém de opinião independente, pronto para criticar o próprio meio em que atua.
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