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Medidas Bioquímicas de Avaliação Nutricional Profa. Thalita Véras PARÂMETROS BIOQUÍMICOS Vantagem: - Evidenciam alterações bioquímicas precocemente, anteriores às lesões celulares e/ou orgânicas. PARÂMETROS BIOQUÍMICOS Limitações: - Não devem ser utilizados isoladamente; - Sofrem interferências de alguns fatores e condições que limitam seu uso (ex: uso de determinadas drogas ou injúrias,estado fisiológico, estresse e inflamação). PROTEÍNAS PLASMÁTICAS Bom índice de desnutrição protéico-energética Redução das proteínas plasmáticas → ↓ da biossíntese hepática → ↓ suprimento energético e protéico associado à desnutrição Interferências: variações do estado de hidratação, doenças hepáticas, aumento do catabolismo, infecções e inflamações... ALBUMINA Vida média 18 a 20 dias Função Manter pressão osmótica do plasma (edema) Transporte de substâncias no sangue (AGCL, esteróides...) Uso clínico Baixo custo Pouco sensível → vida média longa Eficiente como indicativo de prognóstico nutricional e de riscos durante a internação Limitações Hidratação (↓↑) Renal, Hepático e inflamação (↓) TRANSFERRINA Vida média 7 a 8 dias Função Transporte de Fe no plasma Uso clínico Mais sensível na desnutrição aguda e no controle de intervenções dietoterápicas → meia vida intermediária Prognóstico e monitoramento Pode ser determinada indiretamente a partir da capacidade total de ligação com o ferro (CTLF) Limitações Carência de Fe, hepatite aguda e gravidez (↑) Anemias, doenças hepáticas crônicas, ↑Fe, Inflamações e infecções (↑) PRÉ-ALBUMINA Vida média 2 a 3 dias Função Transporte dos hormônios tireoidianos Uso clínico Monitoramento Bastante sensível → menor meia vida Limitações Insuficiência Renal (↑) Doenças hepáticas, Inflamações e infecções (↓) PROTEÍNA TRANSPORTADORA DE RETINOL Vida média 10 a 12 horas Função Transportar vitA na forma retinol do fígado para outros tecidos alvos do seu papel fisiológico Uso clínico Prognóstico de gravidade Muito sensível → meia vida muito curta (horas) Limitações Insuficiência renal (↑) → metabolizada nos rins Doenças hepáticas, Inflamações e infecções, ↓ vit A e zinco (↓) PROTEÍNAS PLASMÁTICAS: INTERPRETAÇÃO Proteínas Unidade de medida Normal Depl. Leve Depl. Mod. Depl. Grave Albumina (g/dl) > 3,5 3-3,5 2,4-2,9 < 2,4 Transferrina (mg/dl) > 200 150-200 100-150 < 100 Pré- albumina (mg/dl) 20 10 - 15 5 – 9,9 < 5 Proteína carreadora de retinol (mg/dl) 3 - 5 ÍNDICE DE CREATININA-ALTURA (ICA) A perda muscular é um indicador importante da desnutrição calórico-protéica; Creatinina é um metabólito derivado da hidrólise da creatina muscular, cuja excreção urinária é diretamente proporcional ao catabolismo do músculo esquelético; Níveis baixos → sugerem ingestão protéica alimentar baixa e/ou massa do músculo esquelético diminuída. ÍNDICE DE CREATININA-ALTURA (ICA) Limitações: insuficiência renal e na fase aguda pós- traumática Influenciado por atividade física intensa, ingestão excessiva de carnes da dieta, vegetarianos estritos e idosos (avançar da idade diminui a massa magra) Importante: precisão da coleta de urina nas 24hs (erro 15` nas 24h implica em erro 1% no resultado final) ÍNDICE DE CREATININA-ALTURA (ICA) ICA (%) = creatinina urinária atual nas 24h (mg) x 100 creatinina urinária ideal (mg)* Classificação: - Depleção leve: 80-90% - Depleção moderada: 60-80% - Depleção grave: < 60% *a creatinina urinária ideal é obtida através de tabelas de referência atribuindo sexo, altura e idade. Excreção de creatinina urinaria ideal de homens (mg/dia) Fonte WALSER JPEN 11(5) Supp 1987 Excreção de creatinina urinaria ideal de mulheres (mg/dia) Fonte WALSER JPEN 11(5) Supp 1987 HEMOGLOBINA Valores abaixo da normalidade → sugestivo de desnutrição protéica; Limitações: alterações do volume plasmático (desidratação, sangramento intenso, choque...) HEMOGLOBINA Normal Reduzido Muito reduzido Homens ≥ 14,0 13,9 – 12,0 < 12,0 Mulheres ≥ 12,0 11,9 – 10,0 < 10 Valores de referência (g/dl) COMPETÊNCIA IMUNOLÓGICA CTL = % Linfócitos x Leucócitos 100 Classificação Células/mm3 Depleção leve 1.200 – 2.000 Depleção moderada 800 –1.199 Depleção grave <800 Contagem Total de Linfócitos (CTL) - linfocitometria Relação estado nutricional – imunidade Mede as reservas imunológicas momentâneas Interferências nas respostas: infecções, cirrose hepática, queimaduras e alguns medicamentos Sistema Circulatório • Lipidograma – CT – HDL-colesterol – LDL-colesterol – Triglicerídeos – VLDL Sistema Hematopoiético • Hemograma Completo • Anemia Ferro Sérico Ferritina Transferrina Ácido Fólico Vit. B12 Função Renal e Eletrólitos • Rins • Eletrólitos Uréia Creatinina Cálcio Fosfato Magnésio Sódio Potássio Função Gastrointestinal • Fígado • Pâncreas AST (Aspartato aminotransferase) ALT ( Alanina Aminotransferase) Amilase Lipase Função Endócrina • Tireóide • Pâncreas TSH T3 T4 Glicemia em jejum Hb glicada BALANÇO NITROGENADO Monitoramento periódico da terapia nutricional; Avalia a ingestão e degradação protéica (de pacientes hospitalizados → precisão); Fornece a dinâmica do balanço protéico energético, mas não do estado nutricional atual; Perda fecal de N aumentada: má absorção, diarréia, enteropatia perdedora de proteínas, hemorragias digestivas; Limitações: pacientes renais e perdas anormais de proteína (queimaduras, fístulas do TGI...). BN = N ingerido – N excretado N ingerido → ptn ingerida (infundida) em g / 6,25 N excretado → N uréico urinário + N fecal e pele (≅ 4g)¹ N uréico urinário (NUU) → obtido através da urina 24h ou BN = ingestão Ptn 24h / 6,25 – (NUU 24h + 4) BALANÇO NITROGENADO +4 (evacuação normal) +3 (obstipação) +5 (diarréia) +8 (fístula) BALANÇO NITROGENADO BN neutro → N ingerido = N excretado → BN = 0 BN positivo → N ingerido > N excretado → BN > 0 BN negativo → N ingerido < N excretado → BN < 0 Fonte: Dan Waitzberg BALANÇO NITROGENADO BN positivo → BN > 0 BN neutro → BN = 0 a -5 BN negativo Hipermetabolismo leve ou nível de estresse 1 → BN = - 5 a -10 Hipermetabolismo moderado ou nível de estresse 2 → BN = -10 a - 15 Hipermetabolismo severo ou nível de estresse 3 → BN >-15 Fonte: Salete Brito e Elisabeth Dreyer. GAN/EMTN – HC – Unicamp. 2003 EXEMPLO: Proteína da dieta = 60g N uréico urinário NUU = 12g BALANÇO NITROGENADO “A combinação de dados antropométricos, inquérito alimentar e dos achados laboratoriais representa o método mais apropriado para traçar o diagnóstico nutricional, bem como melhor adequação no acompanhamento de intervenções dietoterápicas”
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