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Desnutrição hospitalar e cálculo de necessidades energéticas Introdução • O índice de desnutrição nos pacientes internados em hospitais públicos brasileiros é muito elevado. • A desnutrição se mostra como um fator extremamente negativo para a evolução clínica de uma maneira geral, isto porque seus efeitos deletérios são sentidos em todos os sistemas orgânicos. Prevalência da Desnutrição Hospitalar • 48,1% dos pacientes internados na rede pública de nosso País apresentam algum grau de desnutrição. • 12,6% eram pacientes desnutridos graves; • 35,5% eram desnutridos moderados. Complicações • Tempo médio de internação de 6 dias para os pacientes eutróficos (nutridos); • Pacientes desnutridos: 13 dias internados; A medida que aumenta o tempo de internação de um paciente, aumentam também os riscos de desnutrição. Desnutrição “A desnutrição pode ser definida como um desequilíbrio metabólico causado pelo aumento da necessidade calórico-proteica, inadequado consumo de nutrientes com consequentes alterações da composição corporal e das funções fisiológicas” Causas • Devido as causas da desnutrição serem muitas, elas podem ser classificadas em: – Primárias – quando relacionadas à má-condição social; – Secundárias – quando relacionadas à diminuição de ingestão alimentar (desde que ligadas às situações, provenientes de patologias); – Terciárias – quando decorrentes do cuidado com o paciente, com relação às dificuldades do sistema, uso inadequado de Terapia Nutricional (TN), e/ou ausência de avaliação nutricional. Primárias • Exemplos – Hospital público x particular; – Conhecimento e compreensão do tratamento; – Costumes e crenças; Secundárias • Doença de base; • Anorexia devido a fármacos; • Não observação da ingestão alimentar por parte dos acompanhantes; • Condutas nutricionais erradas ou incompletas; Terciária • Intervenção cirúrgica em pacientes desnutridos sem reposição nutricional; • Uso prolongado de soros por via venosa ao lado de dieta zero; • Peso e altura não aferidos, desnutrição não identificada; • Ausência de terapia nutricional em estados hipermetabólicos; • Retardo no início da terapia nutricional; • Não Infusão de dietas pela equipe de enfermagem; Outros agravantes • Alta rotatividade dos funcionários da equipe de saúde; • Reduzida consciência das equipes de saúde quanto à importância do estado nutricional do paciente para recuperação da saúde; • Falta de informações registradas em prontuário, no ato da internação, como: registros de peso e estatura, perda de peso durante o curso da doença; Solução • Anamnese nutricional • Avaliação Nutricional • Diagnóstico nutricional • Cálculo das necessidades nutricionais • Conduta dietoterápica • Acompanhamento e evolução Diagnóstico nutricional É obtido pelo procedimento de avaliação nutricional, composto por métodos baseados em mensurações antropométricas, observações de sinais clínicos, exames bioquímicos e a avaliação do consumo alimentar Tipos de Desnutrição • Marasmo=MM + TA • Kwashiorkor marasmático; MM + TA, presença de edema; • Kwashiorkor=MM • Desnutrição energética – proteica DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO-PROTEICA Classificação Quanto a Intensidade / Duração A- Intensidade (define a gravidade da desnutrição) Leve Moderada Grave B- Duração (indica o tempo de curso) Aguda Crônica Crônica “Agudizada” Definição do Valor energético da Dieta Cálculo da necessidade energética Total (NET) Valor energético da Dieta (VET) Gasto Calórico • Gasto energético Basal ou em repouso (GEB ou GER); • Gasto energético gasto com atividade física; • Fator térmico dos alimentos; • Manutenção da temperatura corporal; Gasto Calórico Taxa de metabolismo basal (TMB): • Energia gasta para manutenção das atividades metabólicas básicas; – Respirar – Batimentos Cardíacos – Transporte de substâncias Gasto energético de repouso (GER) • É a TMB acrescida da energia gasta após o despertar com o mínimo de atividade; • Visto que, é aferido com o indivíduo em repouso, em jejum de 12 horas e em temperatura ambiente neutra MÉTODOS Calorimetria indireta Estimativa- Harris-Benedict Fórmulas de bolso Métodos de Medição - Calorimetria Indireta Consiste na medição do consumo de Oxigênio e da eliminação de CO2 Neste método, o indivíduo respira por meio de uma máscara conectada a um calorímetro, onde são feias a medição dos volumes inspirados e expirados e a análise do gás expirado e inspirado, afim de estimar o nível de troca gasosa, basicamente o consumo de oxigênio. É considerado um método preciso. Métodos de Medição - Calorimetria Indireta gerarmed.com.br Harris-Benedict- Estimativa Equação de Harris & Benedict (1919): superestima a TMB em ± 6% Crianças e adultos de todas as idades (fórmula otimizada para a prática clínica) Feminino GEB (Kcal) = 655,1 + (9,56 x P) + (1,85 x A) – (4,68 x I) Masculino GEB (Kcal) = 66,5 + (13,75 x P) + (5,0 x A) – (6,78 x I) (P= peso em kg; A= altura em cm; I= idade em anos) Na prática clínica • Necessidade Energética Total: NET = GEB x FA x FI x FT NET: NECESSIDADE ENERGÉTICA TOTAL; GEB: GASTO ENERGÉTICO TOTAL; FA: FATOR ATIVIDADE; FI: FATOR INJÚRIA; FT: FATOR TERMICO. Fator Lesão ou Injúria (FL ou FI): Paciente não complicado: 1 Pós operatório (geral): 1,0 a 1,5 Pós operatório oncológico: 1,1 Fraturas múltiplas: 1,2 a 1,35 Fraturas ossos longos: 1,2 Sepse leve: 1,2 Sepse moderada: 1,3 Sepse grave: 1,8 • Peritonite: 1,4 • Pequena cirurgia: 1,2 • Politrauma em reabilitação: 1,5 • Politrauma + Sepse: 1,6 • Queimadura 10 a 30%: 1,5 • Queimadura 30 a 50%: 1,75 • Queimadura 50 a 70%: 1,8 • Queimadura 70 a 90%: 2 • Desnutrição grave: 1,5 • Jejum: 0,85 a 1,0 Fator Atividade: Acamado: 1,2 Acamado + móvel: 1,25 Deambulando: 1,3 Fator Térmico: 38°: 1,1 39º: 1,2 40°: 1,3 41°: 1,4 Valor energético da Dieta (VET) • Conhecendo o valor de NET • Conhecemos o VET Fórmulas rápidas ou fórmulas de bolso • Vantagem = agilidade na atuação do nutricionista NET= KCAL X PESO (Kg) MEGA IMPORTANTE Para a estimativa por equação, é preferível o uso do peso “atual ” em pacientes, e em desnutridos e obesos, deve-se utilizar o peso ajustado para tais situações desnutrição e obesidade. MEGA IMPORTANTE Peso ajustado (obesidade: IMC > 30kg/m2) = (peso atual – peso ideal) x 0,25 + peso ideal Peso ajustado (desnutrição: IMC < 18Kg/m²) = (peso ideal – peso atual) x 0,25 + peso atual
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