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1 Thaís Pires Revisão Prova PIESC – Bloco lll • Indicadores de Saúde 1. Conceito - Indicadores são MEDIDAS SÍNTESE que contêm informação relevante sobre determinados ATRIBUTOS E DIMENSÕES DO ESTADO DE SAÚDE, bem como DO DESEMPENHO DO SISTEMA DE SAÚDE – quando forem vistos em conjunto, devem refletir a SITUAÇÃO SANITÁRIA de uma população e servir para a VIGILÂNCIA DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE – quanto a construção de um indicador, o processo pode variar desde a contagem direta de casos de determinada doença até o cálculo de proporções, razões e índices mais sofisticados / quando coleta-se números absolutos, esses valores não dão informações suficientes sobre a situação de saúde, sendo necessário transformá-los em indicadores de saúde → os indicadores de saúde são elaborados por FREQUÊNCIAS RELATIVAS expressas na forma de TAXAS ou PROPORÇÕES!! → Proporções são frações com UMA ÚNICA DIMENSÃO / Taxas são frações com MAIS DE UMA DIMENSÃO 2. Objetivos - Esses indicadores são essenciais para disponibilizar INFORMAÇÕES APOIADAS EM DADOS VÁLIDOS E CONFIÁVEIS, contribuindo para a TOMADA DE DECISÕES BASEADAS EM EVIDÊNCIAS e para a PROGRAMAÇÃO DE AÇÕES DE SAÚDE → os indicadores de saúde são realizados para facilitar a quantificação e avaliação das informações 3. Qualidade de um indicador – essa qualidade depende das propriedades dos COMPONENTES UTILIZADOS EM SUA FORMULAÇÃO (frequência de casos, tamanho da população em risco) e da PRECISÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO UTILIZADOS (registro, coleta, transmissão de dados) → a qualidade de um indicador é definida pela VALIDADE (capacidade de medir o que se pretende) e pela CONFIABILIDADE (reproduzir os resultados em condições similares) / a VALIDADE de um indicador é definida pela SENSIBILIDADE (capacidade de detectar o fenômeno analisado) e pela ESPECIFICIDADE (capacidade de detectar somente o fenômeno analisado) / são analisados, ainda, a MENSURABILIDADE, RELEVÂNCIA, CUSTO-EFETIVIDADE → como um indicativo de qualidade, tem-se que os indicadores devem ser ANALISADOS E INTERPRETADOS COM FACILIDADE, sendo compreensíveis pelos usuários da informação!! 4. Controle dos Indicadores – é feito pela REDE INTERAGENCIAL DE INFORMAÇÕES PARA A SAÚDE (RIPSA) – tem como objetivo estabelecer dados e indicadores CONSISTENTES, ATUALIZADOS, ABRANGENTES e de AMPLO ACESSO; aperfeiçoar a produção de dados e informações; promover o CONSENSO sobre os conceitos, métodos e critérios de utilização das bases de dados; 1) Divisão dos Indicadores – são divididos em indicadores de saúde ABSOLUTOS (números de óbitos por determinada causa – um dado que não agrega muita interpretação sozinho) e RELATIVOS (coeficientes de índices) → coeficientes = prevalência (n° casos/pop exposta); incidência (n° casos novos/pop exposta) 2 Thaís Pires i) Coeficientes – medem o RISCO de uma pessoa MORRER OU ADOECER em um determinado LOCAL e ANO – no denominador tem-se a população exposta (sob o risco do agravo) ii) Coeficiente de Morbidade – mede o RISCO de uma pessoa adoecer – para o entendimento de morbidade, estuda-se dois conceitos importantes: INCIDÊNCIA e PREVALÊNCIA – INCIDÊNCIA: avalia os casos novos, traduzindo uma ideia de RISCO - novos casos/população total x 100.000 – ajuda no cálculo de quantas pessoas irão contrair determinada doença em um determinado local e período → Incidência Acumulada = é a mais clássica, mede a proporção de uma população fixa que adoece durante um determinado período de tempo – Incidência Densidade = é usada para medir o número de novos casos numa população que varia com o tempo (incidência infecções hospitalares) / PREVALÊNCIA: a prevalência por si só representa o número bruto de casos, enquanto que o COEFICIENTE DE PREVALÊNCIA representa o total de casos em determinado tempo e espaço/população em determinado tempo e espaço x 100.000 – associa-se com uma ideia de “estoque”, sendo a junção de CASOS ANTIGOS E NOVOS / outro conceito importante é o da Proporção de casos existentes de uma doença – é a proporção de casos existentes de uma doença em relação aos casos existentes das outras doenças em um determinado ano ou período – representado em % iii) Coeficiente de Mortalidade – mede o risco de um determinado indivíduo da população morrer – pode ser medido de forma geral (sem especificar sexo, idade, causas) ou de forma específica (sexo, idade, causa) 1. Geral – mede o risco de qualquer pessoa da população morrer, não importando a causa – é muito utilizado em saúde pública, mas em termos práticos, seu uso COMPARATIVO é muito limitado, uma vez que está sujeito a diversas variáveis → se for necessária uma comparação entre coeficientes gerais, deve-se neutralizar a influência devida ao fator específico (sexo, composição etária..) por isso foi padronizado esses coeficientes gerais, sendo aplicados em uma mesma população padrão 2. Específico – 1) Por CAUSAS: mostra o risco de uma determinada pessoa morrer devido à determinada doença – dimensiona a magnitude de um agravo da saúde pública – relata a incidência desses agravos buscando fatores de risco – pode ser utilizado para: analisar variações populacionais, geográficas e temporais da mortalidade específica por causa; contribuem para a avaliação dos níveis de saúde e de desenvolvimento socioeconômico da população; subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas públicas de promoção, proteção e recuperação da saúde – limitações: há um grande número de subnotificações de óbito; apresenta restrição de uso sempre que ocorra elevada proporção de óbitos sem assistência médica ou por causa mal definida 3 Thaís Pires 3. Específico – Mortalidade Materna: nesse coeficiente, o denominador MUDA – mede a morte de mulheres devido a complicações da gravidez, do parto, puerpério e aborto – reflete a qualidade da atenção à saúde da mulher – é considerado mortalidade materna um ÓBITO NO PERÍODO DURANTE A GESTAÇÃO OU 42 DIAS APÓS A GESTÃO POR CAUSAS RELACIONADAS A ELA → o denominador é o NÚMERO DE NASCIDOS VIVOS, pois se fosse o número de mulheres estaríamos incluindo mulheres acima de 60 e abaixo de 10 anos (pacientes sem filhos); mulheres em idade fértil incluiria mulheres que não estão grávidas; se for somente grávidas o número é mais apropriado, porém a gravidez NÃO POSSUI NOTIFICAÇÃO; 4. Específico por Idade – Infantil – mede o risco de nascidos vivos morrerem antes de um ano de idade, independente da causa – é um indicador sensível que reflete as condições socioeconômicas e o acesso a assistência saúde materna e infantil 5. Específico por Idade – Neonatal – inclui óbitos até 27 dias completos de vida – esse indicador busca informações sobre a assistência ao parto e sobre os impactos de ações de saúde no pré-natal / Neonatal Precoce – óbitos até o sexto dia de vida completos 6. Coeficiente de NATIMORTALIDADE – mede o número de nascidos mortos – permite analisar a assistência pré-natal, condições de saúde e nutrição da mãe 2) Índices – o numerador e denominador estão na mesma UNIDADE, sendo, portanto, um conjunto e um subconjunto – sempre tem data e lugar estipulado – como são proporções (conjunto e subconjunto), sempre estarão em PORCENTAGEM – dividem-se em vários tipos: morbidade, demográficos, faixa etária i) Mortalidade por Idade – mede o percentual de óbitos por faixa etária (subconjunto) em relação ao número total de óbitos (conjunto) – aumento da mortalidade em idade mais elevada reflete a redução da mortalidade em jovens (aumento da EXPECTATIVADE VIDA) – 4 Thaís Pires aumento da mortalidade em idade menor de um ano está associada a más condições de vida e saúde ii) Índice de Mortalidade Infantil – mede a proporção de óbitos em crianças menores de 1 ano dentre todos os óbitos – difere do coeficiente de mortalidade infantil iii) Curva de Nelson Moraes – escolheu 5 grupos etários para mortalidade proporcional por idade e criou uma curva oara indicar o nível de saúde - Os grupos escolhidos foram: • menores de 1 ano; • entre 1 e 4 anos; • entre 5 e 19 anos; • entre 20 e 49 anos; • e mais de 50 anos. As curvas apresentadas podem ser de 4 TIPOS – 1) nível de saúde muito baixo – regiões subdesenvolvidas com morte em adultos jovens; 2) nível de saúde baixo – óbitos infantis; 3) nível de saúde regular – menor número de óbitos infantis e com aumento na mortalidade em pessoas com 50 anos ou mais; 4) nível de saúde elevado – baixo óbito infantil e jovens, com predomínio óbitos idosos iv) Índice de Mortalidade por Causa – proporção de óbitos por causa em relação ao total de óbitos – permite a análise mais detalhada sobre uma determinada causa de óbito – a maior proporção de determinada causa pode refletir um predomínio de um determinante (em doenças infecciosas e parasitárias refletem baixas condições socioeconômicas e sanitárias) v) Mortalidade Proporcional: calculada pela razão entre óbitos entre a causa em questão e o total de óbitos → questão do E.D. b) Coeficientes relacionados a DEMOGRAFIA – Taxa de Fecundidade Total: número médio de filhos nascidos por uma mulher ao final do seu período reprodutivo (15 aos 49 anos)¸ principal indicador da reposição populacional - obtida pelo somatório das taxas específicas de fecundidade para as mulheres residentes de 15 a 49 anos de idade / Taxa Bruta de Natalidade – mede o total de nascidos vivos em relação a população total – permite avaliar o cresciment vegetativo ou natural / Proporção de idosos na população - Mede o percentual de pessoas acima de 60 anos na população em relação à população total – contribui para a gestão e avaliação de políticas públicas relacionadas a saúde, previdência e assistência social de idosos / índice de envelhecimento – número de pessoas com 60+ anos em relação ao Figura 1 - Taxa de Fecundidade Específica 5 Thaís Pires -15anos / razão da dependência - Mede o segmento da população economicamente dependente em relação à economicamente ativa / esperança de vida ao nascer - probabilidade de tempo de vida média da população / APVP Esses indicadores demográficos permitem analisar o perfil demográfico Perfil de mortalidade – serve para avaliar os níveis de saúde da população, ajudando na gestão e no planejamento de políticas de saúde → sofreram alterações com diminuição mortalidade infantil, óbitos por doenças infecciosas, aumento doenças degenerativas Perfil de Morbidade – serve para identificar os fatores de risco da população • Fundamentos da Epidemiologia 1. Validade ou Acurácia – ausência de desvios da verdade (ausência de viés) – a redução de CONCEITOS ABSTRATOS a variáveis, como indicadores e medidas, envolve problemas que não podem ser desprezados, sendo esses problemas os enfoques da validade – Validade Operacional – a validade operacional de um instrumento de medida por ser avaliada através da comparação do seu desempenho em DISCRIMINAR POSITIVOS E NEGATIVOS em relação a condição considerada verdadeira, definida por meio do padrão ouro / a validade vale-se tanto da ESPECIFICIDADE quanto da SENSIBILIDADE → !!!!! UM INSTRUMENTO TEM VALIDADE PERFEITA CASO IDENTIFIQUE TODOS OS POSITIVOS COMO POSITIVOS E NÃO INCLUIR NENHUM VERDADEIRO NEGATIVO COMO OS POSITIVOS, I. E., 100% ESPECÍFICO E 100% SENSÍVEL !!!!! – a sensibilidade e a especificidade não são independentes, uma vez que se um instrumento for caracterizado por considerar um positivo muito amplamente, sua sensibilidade é alta e especificidade é baixa a. Validade INTERNA – assegura se as conclusões de uma investigação são corretas para a POPULAÇÃO OU AMOSTRA / relaciona-se com o MÉTODO DE COLETA DE DADOS e a ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DELES → ANALISA: comparação entre os grupos estudados; precisão da técnica diagnóstica utilizada; precisão dos instrumentos utilizados; treinamento da equipe de coleta; precisão na digitação dos dados; discussão e interpretação adequada dos dados b. Validade EXTERNA – assegura se as conclusões de uma investigação, cujos dados foram obtidos de uma amostra, são APLICÁVEIS A POPULAÇÃO - relaciona-se com o CÁLCULO AMOSTRAL, TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM e a ESTRATÉGIA PARA SELEÇÃO DOS COMPONENTES DA AMOSTRA → ANALISA: obediência as regras bem estabelecias de amostragem estatística; representatividade da amostra estudada em relação a população de referência; estratégia de busca dos sujeitos selecionados na amostra 6 Thaís Pires 2. Sensibilidade – capacidade de identificar os VERDADEIROS POSITIVOS – é obtida por meio da divisão entre OS VERDADEIROS POSITIVOS e os TOTAL POSITIVO – ou seja, divisão entre os doentes e os resultados positivos – utilizados em exames de triagem, que são bem AMPLOS, ou seja, pouco específicos → como é amplo o teste, tem possibilidade de encontrar os FALSOS POSITIVOS 3. Especificidade – capacidade de distinguir os VERDADEIROS NEGATIVOS – obtida pela divisão entre VERDADEIROS NEGATIVOS e o TOTAL NEGATIVO • Atenção: nem a especificidade nem a sensibilidade alteram com uma mudança na PREVALÊNCIA, uma vez que haveria uma diminuição ou aumento proporcional tanto no numerador quanto no denominador • A validade para um teste DEPENDE DO PROPÓSITO DO SEU EMPREGO – em alguns casos é necessária uma maior sensibilidade, em detrimento da especificidade, como no caso de identificação de HIV + entre doadores para hemoterapia → um falso negativo seria muito danoso nesse caso, por isso é melhor “pecar pelo excesso” e correr o risco de alguns falsos positivos / já em casos de maior especificidade tem-se uma maior especificidade, em detrimento da sensibilidade, como no caso de dor precordial que deve ser submetida a cirurgia 4. Valor Preditivo do Teste – diz respeito a extensão com que o teste pode predizer a situação – válido para a questão: dado que o teste apresentou resultado + ou -, qual a probabilidade de o indivíduo realmente ser realmente doente ou sadio? a. VPP – proporção de indivíduos realmente doentes nos resultados POSITIVOS – VP/ POSITIVOS b. VPN – proporção de indivíduos sadios entre os resultados NEGATIVOS – VN/ NEGATIVOS • Relação VPs e PREVALÊNCIA – enquanto sensibilidade e especificidade não dependem da prevalência, os VPs dependem → quando a PREVALÊNCIA AUMENTA, o VPP aumenta e o VPN diminui, i. e., VPP varia DIRETAMENTE PORPORCIONAL e VPN INVERSAMENTE PROPORCIONAL 5. Reprodutibilidade – consistência de resultados quando o exame se repete – o mesmo teste aplicado ao mesmo pct deve reproduzir os mesmos efeitos - / O TESTE PRODUZ RESULTADOS CONSISTENTES QUANDO REALIZADOS INDEPENDENTEMENTE E SOB AS MESMAS CONDIÇÕES → essa noção de reprodutibilidade geralmente é conseguida mais facilmente em TESTES LABORATORIAIS, uma vez que é mais fácil o CONTROLE DE VARIÁVEIS – já as PESQUISAS EPIDEMIOLÓGICAS possuem um nível de reprodutibilidade menor do que em testes laboratoriais a. Avaliar a Reprodutibilidade – essa avaliação pode ser feita por meio de VARIÁVEIS: dicotômica ( + e - ); categórica ( normal/ anormal/ limítrofe ); medidas contínuas ( mg, mL ) → geralmente adota-se a dicotômica por ser mais útila interpretação 7 Thaís Pires b. Índice Kappa – expressa A CONFIABILIDADE de um teste repetido !!!! – utiliza valores de UMA REPETIÇÃO – constitui um avanço em relação à TAXA GERAL DE CONCORDÂNCIA, uma vez que é um indicador de concordância AJUSTADA que leva em consideração a concordância devida a chance / o k informa a PROPORÇÃO DE CONCORDÂNCIA NÃO ALEATÓRIA entre os OBSERVADORES OU MEDIDAS DA MESMA VARIÁVEL – seu valor varia de MENOS 1 (completo desacordo) até MAIS 1 (concordância total) – se a medida concorda mais frequentemente com o valo ESPERADO, o k é POSITIVO / Po = proporção de concordância observa; Pe = proporção de concordância esperada • Para interpretar o kappa, deve-se analisar: 1) Tipo de evento: o nível de concordância depende do tipo de evento e fatores relacionados ao examinador, ao ambiente, ao pct – a DIMINUIÇÃO DO NÚMERO DE CATEGORIAS DE RESULTADO (dicotômica ou categórica) tende a AUMENTAR A CONCORDÂNCIA; 2) Prevalência: afeta no resultado final – baixas prevalências estão associadas com baixos níveis de reprodutibilidade, uma vez que o k depende da concordância ao acaso – baixos índices de reprodutibilidade relacionam-se mais frequentemente com baixa prevalência do que com erros de procedimento – por isso, quando informar o valor do k, deve-se informar a prevalência; 3) Independência da Avaliação: as avaliações devem ser INDEPENDENTES UMAS DAS OUTRAS, ou seja, caso um examinador realize um teste, ele deve ignorar os resultados prévios, evitando a influência deles no resultado atual mesmo que involuntariamente RELAÇÃO VALIDADE x REPRODUTIBILIDADE • Se houver baixa reprodutibilidade, o teste pode até ter alta validade, mas mesmo assim terá pouca utilidade – se houver uma alta reprodutibilidade, não assegura uma alta validade, uma vez que os valores poder estar próximos, mas estarem errados 6. Erro Sistemático x Erro Aleatório 8 Thaís Pires a. Sistemático → sujeitos a vieses de amostragem, de medida do teste e de relato dos resultados / 1) Viés de Amostragem – nesse erro, a amostra de estudo não é representativa da população alvo – se houver a seleção de indivíduos provenientes de serviços de referência, há uma tendência a incluir pessoas com as formas mais graves da doença fazendo com que o estudo forneça resultados SUPERESTIMADOS da SENSIBILIDADE – para minimizar esse erro, selecionam-se populações semelhantes a aquela em que o teste será utilizado Mensuração → o investigador deve desconhecer quais os indivíduos têm ou não a doença, para evitar vícios na interpretação dos dados – o ponto de corte deve ser feito antes do teste Publicação → a tendência a publicar somente os estudos que mostrem o SUCESSO dos testes de literatura, acarretando a um BIAS DE LITERATURA – b. Erro Aleatório → alguns pcts doentes podem apresentar resultado normal no teste – esse tipo de erro pode ser avaliado calculando-se o intervalo de confiança para a sensibilidade e especificidade → esse intervalo indica o espectro de variação dos resultados obtidos • SIAB 1. Implantado pelo DATASUS em 1998 (em substituição ao SISTEMA DE INFORMAÇÃO DO PROGRAMA DE AGENTES COUNTÁRIOS DE SAÚDE – SIPACS) para o acompanhamento das ações e dos resultados das atividades realizadas pelas equipes do PSF – inclui em sua formulação conceitos como território, problema e responsabilidade sanitária a. Vantagens SIAB - O SIAB permite conhecer a realidade sócio sanitária da população acompanhada, avaliar a adequação dos serviços de saúde oferecidos – e readequá-los sempre que necessário – e, por fim, melhorar a qualidade dos serviços de saúde – É o PRINCIPAL INSTRUMENTO DE MONITORAMENTO das ações do PSF • Pode-se obter, por meio do SIAB, informações obre os CADASTROS DE FAMÍLIAS, CONDIÇÕES DE MORADIA E SANEAMENTO, SITUAÇÃO DE SAÚDE, PRODUÇÃO E COMPOSIÇÃO DAS EQUIPES DE SAÚDE b. BENEFÍCIOS - Micro-espacialização de problemas de saúde (delimitação geográfica dos problemas) e de avaliação de intervenções; Utilização mais ágil e oportuna da informação (otimização da informação); Produção de indicadores capazes de cobrir todo o ciclo de organização das ações de saúde; Consolidação progressiva da informação partindo de níveis menos agregados para mais agregados. c. FUNCIONALIDADES - Cadastros de famílias; Condições de moradia e saneamento; Situação de saúde; Produção e marcadores; Composição das Equipes de Saúde da Família e Agentes Comunitários de Saúde. 9 Thaís Pires d. ESTRUTURAÇÃO - São utilizadas FICHAS para ESTRUTURAR o trabalho das EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA e para COMPOR O SIAB → Ficha para cadastramento das famílias (Ficha A); Ficha para acompanhamento (Fichas B); Ficha de gestantes (Ficha B-GES); Ficha de hipertensos (Ficha B-HA); Ficha de diabéticos (Ficha B-DIA); Ficha de pessoas com tuberculose (Ficha B-TB); Ficha de pessoas com hanseníase (Ficha B-HAN); Ficha para acompanhamento da criança – Ficha C (Cartão da Criança); Ficha para registro de atividades, procedimentos e notificações (Ficha D). PRINCIPAIS VARIÁVEIS: (1) Membro da família: nome, data de nascimento, idade sexo, ocupação, escolaridade; (2) Moradia: endereço, município, tipo (taipa, tijolo, etc.), destino do lixo, tratamento de água, abastecimento de água; (3) Gestante: nome, data da última regra, data provável do parto, Data da vacina, Estado nutricional, Consulta pré-natal, fatores de risco; (4) Hipertensos: Nome, Endereço, Sexo, Idade, Fumante, Data da visita do Agente Comunitário de Saúde, Faz dieta, Toma a medicação; (5) Diabéticos: Nome, Endereço, Sexo, Idade, Data da visita do Agente Comunitário de Saúde, Faz dieta, Faz exercício físicos, Usa insulina, Toma hipoglicemiante oral, Data da última consulta; (6) Tuberculose: Nome, Endereço, Sexo, Idade, Data da visita do Agente Comunitário de Saúde, Toma medicação diária, Reações indesejáveis, Data da última consulta; (7) Hanseníase: Nome, Endereço, Sexo, Idade, Data da visita do Agente Comunitário de Saúde, Toma medicação diária, Data da última dose supervisionada, Faz auto-cuidado, Data da última consulta, Comunicantes examinados; (8) Criança: Nome da criança, Nome da mãe, Nome do pai, Endereço, Data de nascimento, Comprimento, Peso em gramas, Perímetro cefálico, Apgar 5’, Tipo de parto. • Planejamento e Programação Local em Saúde 1. Introdução – O processo do planejamento em saúde implica dois momentos articulados: 1) Formulação da política (agenda) contendo a identificação dos problemas prioritários de alcance geral; 2) Elaboração do plano propriamente dito / Para isso, pressupõe-se uma definição da base territorial e o reconhecimento das esferas de gestão → em cada uma das esferas pode ser desenvolvido o PLANEJAMENTO, bem como o PLANO DE SAÚDE, documento que resulta da realização da análise da situação da população e do sistema de saúde, além de, posteriormente, dos objetivos estabelecidos em cada problema 2. Construção da Agenda Estratégica/ Política – A agenda/política corresponde a um documento de orientação e monitoramento do processo de planejamento das ações de saúde (Política Nacional/Estadual/Municipal de Saúde) / Essa agenda deve conter a identificação dos principais problemas de saúde da população e dos principais problemas do sistema de saúde - ambos relacionados com o recorte territorial estudado – além disso, ela inclui as proposições políticas de intervenção sobre esses problemas (de acordo com 8080/90, 8142/90 e Pacto da 10 Thaís Pires Saúde) → essas proposições devem estar COERENTES com proposiçõesem TODAS AS ESFERAS a. Mapeamento dos Atores – atores são indivíduos que irão IDENTIFICAR OS PROBLEMAS e APRESENTAR ALTERNATIVAS DE SOLUÇÃO - incluir os atores relevantes a serem incluídos no processo de ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SAÚDE – podem ser atores governamentais e não-governamentais – devem ser caracterizadas as suas CONCEPÇÕES e POSIÇÕES POLÍTICAS com RELAÇÃO AO OBJETO DE ANÁLISE / A partir disso, é possível construir um MAPA POLÍTICO que sistematize a distribuição dos atores a partir de um ATOR CENTRAL (MS, SS estadual/municipal), além de identificar os ALIADOS, OPONENTES e INDIFERENTES às proposições do ator central ➔ Obs: o apoio de um ator deve ser diferenciado em APOIO POLÍTICO REAL, expresso por ações, e APOIO POLÍTICO IDEOLÓGICO, expresso por discursos!!! b. Cenários – a partir da definição dos atores, é possível desenhar cenários prováveis nos quais se desenvolverá a ELABORAÇÃO e IMPLEMENTAÇÃO dos planos de saúde – a atribuição de um valor FAVORÁVEL ou DESFAVORÁVEL do cenário se dá em função dos interesses do ATOR CENTRAL 3. Elaboração do Plano de Saúde – essa elaboração está organizada segundo os momentos EXPLICATIVO, NORMATIVO, ESTRATÉGICO e TÁTICO-OPERACIONAL a. Análise da Situação de Saúde – corresponde a IDENTIFICAÇÃO, PRIORIZAÇÃO e EXPLICAÇÃO dos problemas, tendo como objetivo identificar as NECESSIDADES SOCIAIS e determinar PRIORIDADES DE AÇÃO – definição DO QUE (PROBLEMA), QUANDO, ONDE e QUEM – i.e., esse processo inclui a análise de variáveis demográficas e epidemiológicas i. Identificação de problemas e necessidades – 1) implica a sistematização de um conjunto de indicadores demográficos, sociais e epidemiológicos – considerando o modelo de determinantes sociais de DAHLGREN e WHITEHEAD / a identificação do perfil epidemiológico contempla um conjunto de dados de morbi-mortalidade / 2) compreende a identificação dos problemas propriamente ditos / 3) SELEÇÃO DE PRIORIDADES – pode ser de acordo com critérios objetivos de decisão ou preferências subjetivas dos atores envolvidos → critérios objetivos para definição dos problemas de saúde: MAGNITUDE, TECNOLOGIA DISPONIVEL, VALORIZAÇÃO E CUSTOS / critérios objetivos para definição dos problemas do sistema de saúde: RELEVÂNCIA, FACTIBILIDADE e VIABILIDADE / 4) construção da REDE EXPLICATIVA DOS PROBLEMAS PRIORIZADOS – revisão do conhecimento existente sobre cada um dos problemas da lista ii. Definição de Políticas (OBJETIVOS DO PLANO) – identificação da situação-objetivo que se pretende alcançar 11 Thaís Pires iii. Construção dos Módulos Operacionais – desenho de propostas de intervenção e suas respectivas estratégias de ação • Ações Programáticas em Saúde 1. Conceito – são um conjunto de atividades que visa organizar as respostas dos serviços de saúde para os problemas e ou necessidades da população de determinado território – são instrumentos de planejamento e, por meio delas, os serviços de saúde buscam atender de forma sistematizada as situações comuns, sejam de natureza preventiva, diagnóstico precoce, tratamento, reabilitação, promoção / essas ações tem como OBJETIVO propiciar MAIOR ACESSO AOS RECURSOS DE SAÚDE para quem precisa, MAIOR QUALIDADE DA ATENÇÃO e o ADEQUADO USO DE RECURSOS a. Fundamentação – 1) conhecimento epidemiológico do problema em questão; 2) conhecimento clínico atualizado do problema em questão; 3) conhecimento da população e do território; 4) recursos e características da equipe de saúde b. Situações para ações programáticas – podem ser aplicadas em 1) grupos populacionais expostos a riscos específicos de saúde (gestantes, idosos, menores de 1 ano..); 2) portadores de doenças (HA, DM, TB, HS, AIDS); 3) prevenção de doenças (imunopreviníveis, ginecológico CA); 4) planejamento familiar ➔ Para a organização dos serviços visando ao melhor atendimento das necessidades, há de se seguir as etapas: i) Conhecer o território, identificando os problemas/necessidades: pode ser feito por pesquisas em dados secundários, reconhecimento de campo dessa comunidade, levantamentos demográficos → tem como objetivos: identificar os diferentes grupos populacionais; identificar e descrever os problemas de saúde dos DISTINTOS GRUPOS; analisar a situação de saúde ii) Eleição de Prioridades: necessária essa eleição, uma vez que as necessidades são muitas, mas os recursos são limitados – aqui consta hierarquizar problemas/grupos populacionais segundo critério de IMPORTÂNCIA ou POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO a. Critérios para problemas de saúde: 1) Magnitude: frequência com que ocorre; 2) Transcendência: dano causado pelo problema; 3) Vulnerabilidade: possibilidade de reduzir o problema por meio dos recursos disponíveis; 4) Custos: recursos gastos para se alcançar os objetivos desejáveis iii) Implementação da Programática: são voltadas para problemas na AP que sejam frequentes e que irão ser abordados por uma equipe multiprofissional / Para a sua IMPLEMENTAÇÃO: a. Conhecer o problema/necessidade: o problema deve ser estudado pela equipe, buscando conhecer suas causas, consequências e formar de intervir sobre ele – etapa MULTIDISCIPLINAR b. Definir os Objetivos: i. e., os resultados que se pretende alcançar 12 Thaís Pires c. Estabelecer Metas: resultados que se espera alcançar dentro de um DETERMINADO PERÍODO DE TEMPO – quase sempre quantitativa d. Definir e Implementar as Atividades: Com o objetivo claro e suas causas identificadas, faz-se um conjunto de estratégias e atividades e. Definir a equipe de trabalho e o papel de cada um: em um equipe multidisciplinar, seleciona-se, em cada atividade, um coordenador f. Estabelecer um sistema de registro e acompanhamento: inscrição da população alvo, para monitorar a frequência g. Estabelecer indicadores para monitoramento e avaliação: autoexplicativo – avaliar a eficácia h. Atividades de atualização da equipe de saúde e a educação permanente:
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